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UNIVERSIDADE IGUAÇU CAMPUS V

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

GUSTAVO JUNIO DO NASCIMENTO SOUZA


RYAN SIMÃO SOUZA

INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ITAPERUNA
2021
Gustavo Junio do Nascimento Souza
Ryan Simão Souza

Inclusão de deficientes físicos nas aulas de educação física

Monografia apresentada à coordenação do curso


de Educação Física da UNIG Campus V como
Requisito parcial para obtenção da Licenciatura
em Educação Física orientado pelo Professor
Naelson Mozer Silva.

ITAPERUNA
2021
Gustavo Junio do Nascimento Souza
Ryan Simão Souza

Inclusão de deficientes físicos nas aulas de educação física

Monografia apresentada à coordenação do


curso de Educação Física da UNIG Campus V
como Requisito parcial para obtenção da
Licenciatura em Educação Física.

COMISSÃO EXAMINADORA

Professor Dr/Ms/Esp Colocar o nome do professor


Universidade Iguaçu

Professor Dr/Ms/Esp Colocar o nome do professor


Universidade Iguaçu

Professor Dr/Ms/Esp Colocar o nome do professor


Universidade Iguaçu

Itaperuna, ______ de ______________ de 2021


UNIVERSIDADE IGUAÇU CAMPUS V
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE AUTORIZAÇÃO

Eu, professor(a) __________________________________________________

autorizo a entrega do trabalho de conclusão de curso intitulado _____________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________,

de autoria do acadêmico(a)

___________________________________________________________________,

de acordo com as normas determinadas pela coordenação de curso. Declaro estar

ciente do conteúdo do presente trabalho.

___________________________________________

ITAPERUNA, ______ de ________________ de 2021


EPÍGRAFE

Insira aqui uma frase ou pequeno texto


que seja significativo para você. Fonte
Arial, tamanho 12 espaço 1,0.
DEDICATÓRIA

Insira aqui a quem você dedica seu


trabalho. Fonte Arial, tamanho 12 espaço
1,0.
AGRADECIMENTOS

Insira aqui os agradecimentos. Fonte Arial 12, espaçamento 1,0; alinhamento


justificado.
Resumo

Escreva aqui um resumo de seu trabalho monográfico em parágrafo único, não


estruturado, com tamanho entre 200 e 400 palavras, sendo que este resumo deve
abranger os tópicos de seu trabalho acadêmico. O texto deve respeitar esta
formatação (Arial 12, espaço simples, alinhamento justificado). O resumo é redigido
em parágrafo único.

Palavras chave: coloque de 3 a 5 palavras chave.


Abstract

Transcreva aqui o resumo de seu trabalho monográfico em língua inglesa com


tamanho entre 200 e 400 palavras, sendo que este resumo deve abranger os tópicos
de seu trabalho acadêmico. O texto deve respeitar esta formatação (Arial 12, espaço
1,0; alinhamento justificado). O resumo é redigido em parágrafo único.

Palavras chave: coloque de 3 a 5 palavras chave.


SUMÁRIO

EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO
1.1. Problema de pesquisa
1.2. Justificativa
1.3. Relevância
1.4. Hipóteses
1.5. Lógica do Estudo
1.6. Objetivos
1.6.1. Objetivo Geral
1.6.2. Objetivos Específicos
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Fundamentação Teórica
2.2. Material e Métodos
2.2.1. Amostra
2.2.2. Procedimentos
2.2.3. Material
2.2.4. Análise Estatística
2.3. Resultados
2.4. Discussão
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. ANEXOS
1. INTRODUÇÃO
1.1. Problema de pesquisa

A inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, de forma geral, baseia se


na aceitação das diferenças individuais, da aprendizagem por meio da cooperação.
Em termos históricos, podemos afirmar que as pessoas portadoras de
deficiência eram excluídas da sociedade. A preconização do corpo máquina nos faz
entender que quem não produz é representado como inválido, sem utilidade. Estas
características são atribuídas indistintamente a todos que têm alguma deficiência,
marginalizando-os.
Com intuito de favorecer a participação plena das pessoas que possuem algum
tipo de limitação, seja intelectual, sensorial ou física, práticas de inclusão vêm sendo
observadas em vários ambientes, principalmente na escola.
Segundo Norberto (2002), mesmo a passos lentos, percebe-se que a educação
brasileira vem desenvolvendo ações para a permanência de pessoas com deficiência
e necessidades educativas especiais na escola, procurando, assim, combater os
preconceitos.
A educação física vem refletindo sobre a temática da deficiência, com a intenção
de minimizar os problemas e assegurar a inclusão desse grupo minoritário. Entender
a deficiência através da lente da inclusão é urgente e necessário. Encontramos
respaldo em Sassaki (2005) quando afirma que a inclusão social é um processo que
contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações
pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas,
como também do portador de deficiência física. Nesse sentido, a Educação Física
escolar pode se constituir como agente de inclusão. A atividade física adequada às
possibilidades dos sujeitos, valoriza, integra à realidade, obtendo autonomia,
autoconfiança e liberdade.
Dentre as pessoas com necessidade educacional especial estão as com
deficiência, podendo ser mental/intelectual, física, sensorial ou múltipla (BRASIL,
2007). Nesse estudo será abordada e deficiência física que trata-se do
comprometimento na realização de alguma atividade motora.
Para que a inclusão ocorra, é importante que os professores que trabalham
diretamente com as turmas promovam a inclusão dos alunos com deficiência, e
especialmente o professor de Educação Física, auxilie no desenvolvimento das
capacidades motoras, muitas vezes desconhecidas pelo próprio aluno. A Educação
Física é caracterizada como uma área onde, fazendo-se pequenas adaptações, a
participação de todos é possível e, independente das limitações apresentadas pelo
aluno com deficiência, proporciona a interação entre os alunos e, consequentemente,
a inclusão (DUTRA; SILVA; ROCHA, 2006).
A partir das considerações apresentadas, o presente trabalho traz como
problema de pesquisa o seguinte questionamento: como o professor de Educação
Física Escolar representa a inclusão de pessoas portadoras de deficiência física em
suas aulas?

1.2. Justificativa

Na literatura existente, diversos autores concordam acerca das possibilidades


de adaptações que a Educação Física oferece. No entanto, quando um aluno com
deficiência física está presente na aula, seu corpo é colocado em movimento,
movimento este que poderá evidenciar sua deficiência e, com isso, suas dificuldades.
Esta exposição é o que causa o grande impacto que a deficiência física
apresenta comparada às demais deficiências.
Estas pesquisas são muito importantes no que se refere à prática pedagógica
dos professores diante da educação inclusiva, referem-se à opinião de professores,
coordenadores, diretores, colegas e, em alguns casos famílias, em relação à
participação e/ou presença dos alunos com deficiência na escola, porém não
evidenciam se o professor está preparado para fazer essa inclusão acontecer de fato.
Gorgatti (2005) afirma que todos se beneficiam no movimento de inclusão,
principalmente os professores, pois eles têm a oportunidade de aperfeiçoar cada vez
mais suas habilidades profissionais ao lidar com pessoas com deficiência, além de
poderem participar de cursos de capacitação em sua área. Com isso destaca-se a
necessidade de a escola e o governo oferecerem apoio multidisciplinar à equipe
escolar, além de cursos que viabilizem a proposta inclusiva nas aulas de educação
física.
O interesse pelo tema se intensificou a partir de leituras como Palma e Manta
(2010) em que, a partir de uma pesquisa desenvolvida em uma escola pública da rede
regular de ensino no estado do Rio Grande do Sul, analisa a compreensão dos
professores de Educação Física e Anos Iniciais sobre a participação dos alunos
com deficiência física nas aulas de Educação Física. A referida pesquisa conclui que
os espaços e acessos aos locais onde aconteciam as aulas de Educação Física eram
inadequados, impedindo que os alunos exercessem de maneira autônoma a
mobilidade dentro da escola.
Mas, para isso, o professor de educação física tem que acreditar nos princípios
inclusivos e sentir-se uma peça fundamental nesse processo (FILHO et al., 2009).
Nesse sentido, este estudo justificou-se primordialmente pela preocupação em
estudar a inclusão e a participação de alunos com deficiência física em aulas de
Educação Física a partir da análise do profissional de educação física em adaptar e
ministrar suas aulas para incluir as pessoas com deficiência física, por meio de uma
revisão de literatura, levando em consideração todas as barreiras existentes.

1.3. Relevância
A educação inclusiva está sendo difundida nas escolas de todo país, com isso
há cada vez mais alunos com deficiência nas escolas de ensino regular. No entanto, a
simples inserção desses alunos nas turmas não assegura que a inclusão esteja
ocorrendo para sua consolidação, faz-se necessário a superação de muitas barreiras
arquitetônicas e atitudinais e a mobilização da comunidade escolar em geral.
No processo de inclusão dos alunos com deficiência física, é importante que o
professor de Educação Física esteja consciente de sua importância, como um
facilitador do rompimento de barreiras e promoção do acesso à educação de qualidade
por seus alunos.

1.4. Hipóteses

H0- Além das barreiras arquitetônicas, as barreiras atitudinais tornam-se entraves que
impedem que os sujeitos se tornem participantes ativos, autônomos e livres de
preconceitos provenientes de um olhar para a deficiência como falta, incapacidade.

H1- A não participação dos alunos deficientes físicos nas aulas de educação física pode
ser entendida como resultado de um despreparo dos professores para propor práticas
planejadas a partir das singularidades dos estudantes.

H2- A maior dificuldade no processo de inclusão dos deficientes físicos refere-se ao


despreparo dos professores para trabalhar com a diversidade e construir uma
intervenção acessível a todos.

1.5. Lógica do Estudo

Para buscar respostas optamos pela revisão da literatura e, tentando compor


um quadro compreensivo desta questão, trataremos do problema focando
primeiramente a construção social da deficiência física, buscando elucidar o conceito
de deficiência para que, em um segundo momento, possamos retratar como vivem as
pessoas com deficiência física na sociedade e no ambiente escolar, refletindo a
construção de preconceitos em relação a essas pessoas e, contribuindo para a
desconstrução desses rótulos sociais instituídos na escola.
Com isso, apontaremos as perspectivas dessa inclusão na sociedade dos ditos
"normais", discutindo a questão desse processo no campo da educação física escolar
e, por último apresentaremos o olhar de quem vivencia essa prática, criando
possibilidades para que os professores de educação física estejam aptos a encarar
essa realidade, legitimando o acesso democrático tão discutido legalmente.

1.6. Objetivos
1.6.1. Objetivo Geral

O presente estudo tem como objetivo analisar o desempenho do profissional de


educação física ao adaptar e ministrar suas aulas para incluir as pessoas com
deficiência física, por meio de uma revisão de literatura.
1.6.2. Objetivos Específicos

∙ Refletir sobre a construção de preconceitos em relação as pessoas com deficiência


e, contribuindo para a desconstrução desses rótulos sociais instituídos na escola;
∙ Discutir a questão da inclusão no campo da educação física escolar;
∙ Analisar os motivos da não participação dos alunos com deficiência física nas aulas
de Educação Física, questionando se essa não participação é devido à falta de
interesse ou porque não se sentem convocados à participação ;
∙ Contribuir com a formação dos professores de Educação Física na organização de
práticas pedagógicas inclusivas cooperativas e outras adequadas às necessidades,
diferenças e capacidades de cada um dos alunos promovendo a inclusão escolar.
2. O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIENCIA FÍSICA

2.1. Às margens do processo de escolarização

Os sujeitos com deficiência historicamente ficaram às margens da dinâmica social,


deste modo a dificuldade dos professores pode ser relacionada ao fato da inserção
destes sujeitos na rede regular de ensino ainda ser recente e pela dificuldade que
temos em lidar com aquilo que nos é desconhecido. Além disso, vivemos em uma
sociedade que tende a classificar, homogeneizar e excluir aqueles que escapam aos
padrões estabelecidos. Essas concepções ainda estão muito presentes na escola.
De acordo com Jannuzzi (2004), a Educação Especial no Brasil se inicia de forma
simples e seletiva, os sujeitos que não se encaixavam nos padrões de “normalidade”
eram direcionados as “Santas Casas” , ou eram simplesmente abandonamos por
serem considerados incapazes de se desenvolver.
No século XIX, com a nossa independência, surge a proscrição constitucional de
1824 privando dos direitos civis e políticos o incapacitado físico e moral [...]
(JANNUZZI, 2004, p.11).
Esse processo de exclusão social dos sujeitos com deficiência e de um ensino
escolar substitutivo ao ensino comum foi analisado por autores como Jannuzzi (2004),
Mendes (2010), Kassar (2011).
De acordo com Mendes (2010), um marco para a educação especial no Brasil
ocorreu com a criação de instituições destinadas ao acolhimento de pessoas com
deficiência. A criação dos institutos dos Meninos Cegos e do Instituto dos Surdos
Mudos no final do século XIX deu-se por inspiração nas experiências feitas na Europa.
Estas instituições eram privadas e segregadas, ou seja, os sujeitos eram
institucionalizados e o trabalho realizado era conforme suas deficiências, sem que de
fato houvesse uma aposta nas potências de aprendizado e participação social. Ainda
nos tempos atuais há uma luta para que essa lógica da segregação seja rompida e
ultrapassada para que outros olhares e concepções possam ser construídos.
Segundo Biaggio (2007), a segregação/exclusão de crianças com deficiência em
instituições [...] trouxe consequências negativas e segregacionistas, pois se imaginava
que elas eram incapazes de conviver com crianças sem deficiência (2007, p. 21).
Ainda nesse sentido Mendes (2010), ao analisar as transformações ocorridas ao
longo dos tempos em relação à escolarização das pessoas com deficiência considera
que mesmo quando esses sujeitos ingressaram na escola a partir das classes
especiais, manteve-se a lógica da exclusão e discriminação, “o que transformava a
educação especial, em um forte mecanismo de seletividade social na escola pública
de primeiro grau” (MENDES, 2010 p. 104).
Dessa forma, a educação especial constituiu-se como um campo de atuação
específico sem interlocução com a educação comum. Nesse sentido, Kassar (2011)
afirma que:
Esta separação materializou-se na existência de um sistema paralelo
de ensino, de modo que o atendimento de alunos com deficiência
ocorreu de modo incisivo em locais separados dos outros alunos (2011,
p. 62).

As diretrizes apresentadas na Declaração de Salamanca (1994) que apresentam


ações de ampliação do acesso de todos à escola de ensino comum alertando a
importância de reformar o sistema educacional para tornar esse objetivo possível,
tiveram impactos nas mudanças ocorridas nas legislações referentes ao sistema
educacional brasileiro.
A Lei nº 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
apresenta uma influência importante das discussões que foram enfatizadas na
Declaração de Salamanca. Nessa lei a Educação Especial aparece com um capítulo
específico. Há uma tentativa de ruptura com a lógica de uma escolarização pautada
no modelo médico ao sinalizar a importância do processo pedagógico. A inserção de
pessoas com deficiência na escola comum foi um debate que já se apresentava na
Declaração de Salamanca.
Na LDB 9394/96 é sinalizado que se entende por educação especial:

[...] para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar,


oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais (LEI Nº 9.394, CAP
V; ART. 58,1996).

Nessa mesma perspectiva, em relação aos estudantes com deficiência estarem


nas escolas de ensino comum, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam que: Os
sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-
se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
(MEC/SEESP, 2006, p. 283) .
Com o passar dos anos a nomenclatura utilizada nas Leis de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e pela Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus
para especificar o público alvo da educação especial foi sendo transformada. A
alteração pela Lei 12.796, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/1996 em 2013, capítulo V, artigo 58, considera como público alvo da educação
especial aqueles com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.
Não podemos negar que o debate acerca da inclusão escolar, sobretudo de
crianças e jovens com deficiência, tem se tornado cada vez mais presente no
ambiente escolar, em parte devido ao acesso e a permanência desse público na rede
regular de ensino e também, pelas mudanças nas legislações e diretrizes.
Segundo Kassar (2011) são inúmeros os desafios para colocar em prática uma
concepção de educação inclusiva, desafios esses que aparecem até mesmo quando
a escola disponibiliza recursos tanto arquitetônicos como humanos para oportunizar
acessibilidade, permanência e aprendizagem a todos.

2.2.As necessidades de um processo de inclusão escolar de qualidade

Para que seja um processo escolar de qualidade e que permita a participação


de todos há inúmeros fatores que precisam ser (re)pensados tais como: infraestrutura
elaborada e planejada para o uso de todos de maneira autônoma, a presença da
comunidade escolar participando das ações da escola, profissionais (funcionários e
professores) que reconheçam as diferenças e sejam preparados para trabalhar com
a multiplicidade valorizando os diferentes modos de se constituir como sujeito.
Além disso, é importante discussões sistemáticas que analisem os processos
pedagógicos, as práticas, os espaços, o público e a relações constituídas na escola.
Os espaços físicos são, sem dúvida, barreiras importantes no impedimento do acesso
das pessoas com deficiência, já que estas se deparam com essas barreiras
cotidianamente, como calçadas sem rampa, locais onde o acesso é somente por meio
de escadas, ônibus sem adaptações, etc. E na escola não é diferente: acessos
inadequados (muitas vezes nem acesso há), pavimentos sem piso tátil, banheiros não
adaptados para cadeirantes, altos degraus são apenas alguns exemplos de
problemas estruturais nas escolas brasileiras.
Percebe-se que eliminar as barreiras arquitetônicas é extremamente
importante para o acesso dos estudantes com deficiência em diferentes espaços.
Afinal, para que aconteça o processo de inclusão escolar é importante que os
estudantes tenham liberdade de movimento e expressão, que possam participar como
sujeitos ativos nas mais diversas dinâmicas escolares, assim como todos na escola.
No entanto, percebe-se que para além das barreiras arquitetônicas, as
barreiras atitudinais produzidas pelas práticas pedagógicas podem ser muito mais
difíceis de romper. Nesse sentido as práticas dos professores, podem se tornar
grandes barreiras a inclusão, assim como sinalizam Palma e Manta:

[...] pois do que adiantaria um local acessível se o professor


não consegue fazer uso dele para favorecer a participação do
aluno com deficiência nas aulas práticas de Educação Física
ou até mesmo em atividade em sala de aula? (2010, p. 310)

Palma e Manta (2010) afirmam que mesmo com a acessibilidade adequada,


não se pode garantir a participação de todos os estudantes na aula, dependendo
muito das atitudes de valorização e reconhecimento de cada aluno como sujeito único
criando estratégias e adaptações para que todos participem das aulas.

2.3. Inclusão e a Educação Física Escolar

A Educação Física ao adentrar nos currículos escolares era dominada ainda


pela ideia de corpo belo, atlético e forte. As aulas dessa disciplina eram de cunho
tecnicista. Para colaborar com essa afirmação nos apoiamos nos escritos de Chicon
(2008) que nos revela que antes dos alunos participarem das aulas de Educação
Física, primeiramente, tinha de ser avaliado por um médico e depois era encaminhado
ao seu instrutor. Desde essa etapa percebe-se a exclusão daqueles que não possuíam
características compatíveis com o modelo a ser exigido daquele momento.
Aqueles considerados menos aptos ou com alguma anormalidade física e/ou
mental eram encaminhados às classes especiais. Nota-se que desde os primeiros
indícios de sua prática esta desvalorizou corpos imperfeitos.
Em relação aos professores, estes encaminhavam os alunos ao atendimento
especializado e os últimos não se misturavam aos demais. Na escola, o corpo docente
teria de incluir os alunos com deficiência nas suas estruturas junto com as demais
crianças e jovens.
Após a Declaração de Salamanca, a qual prima, como já dita no primeiro tópico
desse trabalho, por um ambiente que os excluídos do convívio social, pudessem ser
integrados num ambiente público com as condições que merecem para desenvolver-
se. Esta declaração permitiu aos deficientes a inclusão na rede regular de ensino,
modificando a concepção adotada pela educação especial. A partir dessa declaração
todos os alunos têm direito ao ensino regular de qualidade.
A questão da inclusão escolar ganhou força na sociedade brasileira em meados
da década de 90, com a intenção de incluir todas as classes sociais. Nesse mesmo
período destacam-se documentos internacionais que defendem a inclusão das
minorias em escolas comuns, a qual esta função cabe aos países em desenvolvimento.

A manifestação da inclusão escolar encontra amparo nas declarações


internacionais, dentre elas destacam-se a Declaração Mundial sobre a
Educação para todos (1990), Declaração de Salamanca (1994) [...]. Em
geral, esses documentos têm a finalidade de chamar a atenção dos
países em desenvolvimento para a necessidade de reafirmar o
compromisso com a educação, sempre sob o aspecto da política
pública como elemento capaz de reduzir as distorções sociais (NERES,
2010, p. 31).

A Inclusão escolar constitui um terreno complexo de conceitos, de prática


pedagógica e apesar dos percalços sofridos conseguiu dar o primeiro passo, a de
incluir alunos com deficiência nas escolas regulares, porém, considera-se avancar
nesse campo. O aluno com deficiência precisa de muito mais atenção do que o
“normal”. Chicon (2008) nos apresenta que apesar de termos avançado no campo
jurídico de aprovar documentos referentes a esse público, ainda sim estamos distantes
de alcançar uma educação de qualidade e um atendimento eficaz nesse campo.
Nesse sentido trazemos Mendes e Chicon (2009) para reafirmar essa situação
e traduzem da seguinte maneira: (...) é o professor que, se olhar as crianças com
necessidades educacionais especiais com os olhos da possibilidade já terá dado o
primeiro e mais importante passo rumo à inclusão. A inclusão desses indivíduos na
Educação Física é uma ação inovadora e ainda gera desconforto para quem trabalha
com esse público. Ressalta-se que esses grupos, mais especificamente os deficientes
conseguiram um lugar na escola e tem a chance de mostrar aos demais alunos suas
qualidades e como superar os desafios.

2.4. Os desafios da inclusão de deficientes físicos nas aulas de educação física


Desde o início a meta da inclusão é não deixar nenhum aluno de fora do sistema
escolar, se adaptando as particularidades de todos (BRITO e LIMA, 2012). Segundo
Silva e Volpini (2014), a educação é a melhor forma para implantar a inclusão,
adquirindo alta qualidade de aprendizagem e eliminando as barreiras para os alunos
com deficiência.
Conforme Foianesi; Cortez e Zácaro (2012), nos últimos tempos aumentou
muito a entrada de alunos com deficiência física nas redes de ensino, e com isso ainda
existe muita dificuldade da inclusão desses alunos no ambiente escolar. Supõe-se que
possa ter relação com o fato dos professores não terem a formação correta para
atender esses alunos.

A formação dos professores de Educação Física para lidar com alunos


com deficiência é de extrema importância, mas não basta somente uma
boa formação inicial, e sim mudanças em toda a esfera educacional,
pois nem todas as escolas estão prontas para acolher o aluno com
deficiência (BRITO e LIMA, 2012, p. 7).

Martins et al. (2019) realizaram um estudo que teve como objetivo relacionar a
formação recebida na universidade e o que é necessário para o sucesso na inclusão
de deficientes nas aulas de educação física na escola, visando à compreensão do
preparo desses docentes. Os autores aplicaram um questionário 32 participantes, que
eram professores (ensino fundamental e médio) e atuavam em 15 escolas na cidade
de São Paulo. Os resultados obtidos pelos autores indicaram que 78% dos
participantes tiveram o conteúdo educação física adaptada na universidade.
Apesar disso, 69% deles consideram que não têm conhecimento sobre como
trabalhar e materializar a inclusão em suas aulas. Outro dado importante discutido no
estudo é que 87,5% desses participantes já têm experiência com alunos deficientes
em turmas regulares.
O ambiente escolar é um espaço de interação para que qualquer criança tenha
o aprendizado de novas habilidades. Por estarem em convívio, é uma ótima
oportunidade para que as crianças com deficiência compartilhem do mesmo ambiente
e das mesmas atividades, sem exclusão por dificuldades (SCHIRMER; BROWNING;
BERSCH e MACHADO, 2007).
Para Foianesi; Cortez e Zácaro (2012), quando esse processo de inclusão
acontece de forma correta a educação física passa a ser chamada de educação física
adaptada.
Para Brito e lima (2012), a educação física adaptada é exatamente incluir alunos
com deficiência em suas atividades, e não se diferencia da educação física em seus
conteúdos, mas sim da forma em que esse conteúdo é passado para que chegue a
mesma informação a todos.
Strapasson e Carniel (2010) afirmam que em algum momento é necessária uma
proposta para que os alunos sem deficiência física vivenciem as dificuldades de seus
colegas com deficiência. Quando se conhece as dificuldades, o valor e o respeito pode
ser adquirido com mais firmeza.
Lehnen et al. (2019) afirmam que a prática de atividades físicas é de grande
importância e benefício para saúde e bem-estar, tanto para pessoas com deficiências
quanto para as pessoas sem deficiências. Assim a atividade física com intuito de
treinamento acompanhado é uma maneira de prevenir doenças secundárias quanto a
deficiência, de melhorar as funções orgânicas, de aumentar as qualidades físicas,
interação social e qualidade de vida. Os autores ainda consideram que “Atividades
desse tipo devem ser incentivadas desde a infância e adolescência, e continuadas na
vida adulta[...]” (LEHNEN et al., 2019, p.156).
Gorgatti (2009) destaca que as maiores restrições impostas para as crianças e
adolescentes com deficiência física não são vindas diretamente da deficiência em si,
mas sim da falta de oportunidades e estímulos necessários.
Conviver dentro do meio escolar com a diversidade é permitir ao outro a imersão
no legado histórico e cultural da nossa sociedade, já que esta mescla várias culturas e
são estas que enriqueceram e continuam contribuindo com a nossa história. A esses
indivíduos é dada a oportunidade de conhecer sua história, como se configurou até
chegar aos dias atuais, já que antes era negada sua presença na escola regular. Não
somente a estes como os excluídos desse processo educacional.

2.5. Material e Métodos

O presente estudo foi desenvolvido sob uma abordagem qualitativa, do tipo


revisão bibliográfica, que se refere a um levantamento de biografia já publicada, em
forma de revistas, livros, publicações avulsas e impressa escrita (MARCONI;
LAKATOS 2012). Para a coleta de dados, foram selecionadas revistas científicas que
divulgam estudos na área da Educação, Educação Física, Educação Especial e
Educação Física Adaptada.
Os artigos coletados foram provenientes das seguintes publicações:
Motricidade; Motriz; Efdeportes; Educação e Pesquisa; Educação Especial de Santa
Maria e Educação Especial de Marília, as quais foram selecionadas por serem
devidamente indexadas no sistema de periódicos da CAPES. Não foi delimitado o ano
de produção dos artigos, sendo os descritores empregados para a captura dos artigos:
deficiência física; inclusão; educação física; capacitação. A fase de análise dos dados
compreendeu a leitura de todos os artigos capturados nas revistas supracitadas; e,
consequentemente, uma análise de conteúdo.
A análise de conteúdo permite ao pesquisador elaborar categorias sobre
determinados fatos, registros que acontecem com frequência em determinado
assunto. De acordo com Franco (2005), o ponto de partida para a análise de conteúdo
é a mensagem, seja ela transmitida de forma verbal, gestual, figurativa ou documental.
Foi por meio da inferência das mensagens dispostas nos artigos que as categorias
foram criadas pelo próprio pesquisador.

2.6. Resultados

As 14 publicações selecionados, após análise, foram alocados em 3 categorias


inferidas pelo autor 1) inclusão de pessoas com deficiência física; 2) capacitação de
professores; 3) atitude dos professores. Pode-se observar que a maioria das
publicações encontradas foram publicadas utilizando a base de dados CAPES.
De acordo com as categorias estabelecidas, foi possível inferir que a inclusão
de pessoas com deficiência física nas aulas de Educação Física foi o tema mais
pesquisado dentre as publicações encontradas (7). Os demais ficaram assim
distribuídos: formação e capacitação dos docentes de Educação Física (4); e atitudes
dos professores em relação ao processo de inclusão (3). Ressalta se que alguns
estudos foram agrupados em mais de uma categoria, por abrangerem as categorias
solicitadas nesta pesquisa.
2.7. Discussão

Pela análise dos dados, é possível apontar que, atualmente, a inclusão é um


processo que consiste em adequar os sistemas sociais, para que sejam eliminados os
fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e as mantinham afastadas
(JANUZZI., 2004).
Nesse sentido. Mendes (2010) corrobora com o exposto acima ao afirmar que
esse processo no âmbito escolar pode proporcionar possibilidades de socialização,
contribuir com novas amizades e adquirir o respeito à diferença, principalmente no que
se refere ao pensamento estereotipado.
Além da capacitação do corpo docente da escola, é necessário que as
instituições escolares estejam preparadas e devem se adaptar às necessidades dos
alunos, de modo que os agentes envolvidos na inclusão (diretor, professor, secretários,
funcionários) possam oferecer diferentes estratégias de aprendizagem e avaliação
(PALMA E MANTA, 2010).
Assim, garantem que nenhum aluno seja excluído das atividades escolares;
contudo, alguns fatores devem ser considerados para que seja possibilitado o acesso
dos alunos com deficiência física.
3. CONCLUSÕES

Este espaço é destinado as conclusões, ou seja, a síntese final do trabalho.


4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva. MEC/SEESP: Brasília: 2007.

DUTRA, R. S.; SILVA, S. S. M.; ROCHA, R. C. S. A educação inclusiva como projeto


da escola: O lugar da educação física. Revista Adapta, Ano II, nº 1, p. 7-12. Rio Claro:
UNESP, 2006.

FILHO, M. L. M. et al. A importância das aulas inclusivas de educação física para os


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ANEXOS
ANEXO A

Este espaço é destinado a inserção de documentos importantes para o trabalho

como, por exemplo, o termo de participação consentida.

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