Questão 01: É possível o usucapião de bem pertencente ao falecido, em herança jacente, em face de sua transmissão para o Município? responda e apresente uma jurisprudência.
Sim, é possível, apesar de haver uma lacuna na lei para a situação
mencionada, a jurisprudência é pacífica conforme segue:
1: HERANÇA JACENTE. Ementa: Usucapião. - Se a sentença de declaração de vacância foi proferida depois de completado o prazo da prescrição aquisitiva em favor das autoras da ação de usucapião, não procede a alegação de que o bem não poderia ser usucapido porque do domínio público, uma vez que deste somente se poderia cogitar depois da sentença que declarou vagos os bens jacentes (arts. 1593 e 1594 do CC) – A arrecadação dos bens (art. 1591 do CC) não interrompe, só por si, a posse que as autoras exerciam e continuaram exercendo sobre o imóvel. – Recurso não conhecido (BRASIL, 1999).
Observa-se no julgado que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, já
pacificado em todos os tribunais, revela a possibilidade do direito de usucapir bens imóveis que compõem o acervo hereditário jacente, deixando clara a eficácia da teoria da natureza constitutiva da sentença que declara a vacância.
Questão 02: De quem é a legitimidade passiva para responder ao processo de
Petição de Herança? pode cumular com ação de investigação da paternidade?
Quem fala sobre o pólo passivo da relação processual, é o art. 1.824, do
Código Civil, quem estatui que a ação de petição de herança deve ser ajuizada em desfavor de quem esteja na posse da herança, tenha ou não qualidade de herdeiro e pouco importando que o possuidor o seja pro herede ou pro possessore, em antiga definição.
O art. 1.824, do Código Civil, estabelece que “o herdeiro pode, em ação de
petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua”. Ora, o juiz não julga procedente ou improcedente o nome da ação, mas, sim, o pedido formulado pelo autor. Além do que, o nome da ação não é requisito da petição inicial, por isso que não figura no art. 282, do Código de Processo Civil.