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E-BOOK

Cuidados com Feridas


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Vamos fazer história juntos!


A HISTÓRIA DO TRATAMENTO DE FERIDAS E OS
PRINCÍPIOS ÉTICOS
Contextualizando!
Ferida uma chaga, coisa que penaliza, situação central que deixa uma
cicatriz.
Expressão popular: “Vou ferir ele”, “Ferir alguém”
Algo que dói sem precisar ferir, uma mágoa pontual.
Ferida conota uma lembrança de dor, perda, mesmo após a cicatrização.

A história do Tratamento de Feridas-Um olhar inicial

Na pré-história era mutilizados bases de fitoterapia (plantas


curativas) em feridas abertas, além da ingestão por via oral;

Os egípcios entre 2.700 anos a.C, tinham a“farmácia da sujeira”esta


utilizava produtos derivados de urina humana e outros pontos
absurdos, associados a orações e sacrifícios para curar as feridas e
prevenir infecções;

Na Alexandria ,por volta de 3000 anos a.C., as feridas infectadas


foram descritas como aquelas cujas bordas encontravam-se
avermelhadas e apresentavam calor;

Os homem (ser humano) buscavam a cura das feridas através de


milagres junto a deuses e santos;

Hipócrates (460-377 a.C.) preconizava métodos para promover a


supuração e reduzir a inflamação, segundo a teoria humoral
,que buscava eliminar o humor que estava em excesso no
organismo e recomendava também a aplicação de vinho em
feridas limpas
Ambroise Paré, cirurgião francês (1510-1590), autor da máxima “eu cuido
das feridas, Deus as cura”, substituiu o óleo fervente que até então vinha
sendo utilizado para o tratamento das feridas por armas de fogo, por
pomada à base de terebentina, óleo de rosa e gema de ovo;

Dominique Anel (1673-1790) criou um instrumento, a seringa de Anel, para


retirar sangue e pus de feridas, que até então eram sugados pela boca do
médico;

No atendimento aos militares feridos, nas batalhas do início do século XIX,


utilizavam-se o fogo, compressas ferventes e aguardente. O pus ainda era
considerado benéfico no tratamento de processos infecciosos, e o estímulo
da supuração era feito com sanguessugas, emolientes e cataplasmas;

No final do século XIX e início do XX, o uso do álcool tornouse mais


comum, assim como dos anti-sépticos metálicos. A solução de hipoclorito
foi introduzida para limpeza de feridas em 1915, por Dakin;

Entre os anos de 1920 a 1940, surgiram as pomadas contendo enzimas,


destinadas ao desbridamento químico das feridas;

A partir de 1950, experimentos realizados em animais, por três laboratórios,


com o intuito de observar a cicatrização, resultaram em experiências
revolucionárias sobre esse processo;

Em 1950 começaram a surgir os estudos sobre cicatrização de feridas em


ambiente úmido;

No início dos anos de 1970, Roove demonstrou que um ambiente úmido,


sem crosta, aumentava a migração de células epiteliais através do leito da
ferida, facilitando o seu fechamento

No Brasil em 1990 começaram os primeiros estudos sobre curativos úmidos;

Ressalta-se que as escola de enfermagem e médicas da época ainda


ensinavam somente os curativos secos;
Materiais usados historicamente

Princípios Éticos no Tratamento


A moral é muito consistente dentro de
um determinado contexto, mas pode
variar entre culturas ou épocas. Por
exemplo, algo moralmente aceito na
sociedade de hoje poderia ser imoral nos
anos 70. Já a ética é como o individuo
reflete sobre determinada moral.
Princípios Éticos no Tratamento

Imperícia: é a execução de uma determinada função sem amplena


capacidade para tal. É cometer um erro por falta de conhecimento ou
habilidade mínima para manejo.

Imprudência: erro cometido por alguém que detém conhecimento


sobre as regras e informações para tal situação, todavia não executa
com as devidas cautelas e exigências para manejo das feridas.

Negligência: considerada, no âmbito ético-profissional, a mais grave


dos três. É o erro cometido com consciência de como deve ser feito o
tratamento da ferida e sem a existência, de algum fator de
impedimento, porém, por mero desleixo, menosprezo não é
realizado adequadamente.

Omissão: é deixar de fazer ou dizer alguma coisa. Também pode ser


entendido como deixar de lado, desprezar ou esquecer algo ou
alguém. O Direito Penal entende por omissão algo que deixa de ser
feito quando a pessoa estaria obrigada a fazê-lo por norma jurídica,
ou teria condições para tal

Equipe Interdisciplinar

Medicina

Assistente
Enfermagem
Social

Psicologia Fisioterapia
Aspectos Psicológicos
Mantendo a metodologia de atendimento holístico do paciente
assistido, não devemos pensar simplesmente em sua lesão cutânea,
mais sim nele como um todo (ou seja, integral);

Principio de integração corpo e alma;

Sabemos que a manifestação da ferida pode ter várias origens, podendo


inclusive denotar o nível de desenvolvimento de uma população;

Enfatizo a vocês que a ferida é um grande problema social, econômico e


educacional, pois para a cicatrização das lesões, são extremamente
importante a boa nutrição, assiduidade corporal e higiene da área
afetada. Na condição de problemas como (fome, saneamento básico
precário e\ou inexistente e sujeira), o viver com a doença passa a ser
considerado pelo paciente normal;

Devemos aprender a valorizar os aspectos psicológicos do


diagnosticado com feridas, a salientar mais uma vez a importância da
equipe interdisciplinar;

ANATOMOFISIOLOGIA DA PELE E A EVOLUÇÃO DA


CICATRIZAÇÃO
Contextualizando
A pele normal tem textura saudável e aveludada, produzindo gordura
em quantidade adequada, sem excesso de brilho ou ressecamento;

A pele possui diversos receptores com a capacidade de perceber uma


grande variedade de estímulos, incluindo tato, dor, temperatura e
pressão. Entretanto, a percepção da luz não é uma função da pele;

Maior órgão do corpo, constituindo 15% do peso corporal;

Um peso aproximando de 6kg;

Espessura de até 6mm;


Sistema Tegumentar
É composto pela pele e
seus anexos:

unhas;
pelos;
glândulas: sudoríparas e sebáceas.

Epiderme
É a camada mais externa da pele;
Tem renovação a cada 14 dias;
É um tipo de tecido epitelial estratificado pavimentoso
queratinizado;
Desprovido de vasos e nutrição própria;
Nutrição por meio de difusão simples a parti da derme;
Apresentação cinco subcamadas:

Córnea- barreira física, química e microbiológica;


Lúcida
Granulamentosa- retenção hídrica e termorregulação;
Espinhosa- presença das células de langerhans;
Basal- suporte nutricional e união com a derme;

Responsáveis pelo
controle das respostas
imunológicas da pele
Derme
Localiza-se entre a epiderme e a hipoderme;
A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto por
colágeno, elastina e glicosaminiglicanos;
Principal barreira mecânica da pele;
Formada por tecido conjuntivo, vasos e nervos;
Possui glândulas, pelos e músculos;
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a
epiderme e ligar á hipoderme (tecido subcutâneo);
Representa aproximadamente 90% da massa da pele;
Derme

Hipoderme
Formada por tecido conjuntivo frouxo;
Responsável pela proteção contra traumas físicos;
Responsável pela proteção contra variações térmicas;
Reservatório de gordura e estoque de energia;
Muitos anexos estendem até a hipoderme;
Possui uma rede vascular profunda;
Tecido subcutâneo que une a derme aos órgãos
profundos, de modo que eles podem se contrair sem
repuxá-la;
Função Geral da Pele
Proteção do organismo das
ameaças físicas externas
Imunitárias
Regulação do calor
Nervosas (sensação de dor,
tato, calor, frio)
Produção da vitamina D
(produzida na pele sob a ação
dos raios solares)

Comunicação e Identificação
Datiloscopia- estudo das impressões digitais;
Imagem corporal- a pele detalha a nossa aparência, identifica
de modo único cada indivíduo.

Anotações importantes sobre as funções da pele:

A queratina oferece proteção sobre a perda de água por


dessecação;
A queratina confere sensibilidade;
A melanina protege a pele contra a entrada de
microrganismos patogênicos;
As células de Languerhans confere sensibilidade à pele;
As células de Merkel são as que apresentam antígenos,
protegem a pele contra entrada de microorganismos;
Estruturas Anexas

RECEPTORES
CUTÂNEOS

UNHAS

PELOS
O pelo humano é uma estrutura queratinizada que apresenta uma cutícula,
um córtex e uma medula. O sistema tegumentar é formado pela pele e seus
anexos, tais como unhas, glândulas e pelos. Esses últimos desenvolvem-se nos
folículos pilosos e são uma estrutura morta formada, principalmente, por
queratina.
Envelhecimento da Pele
•A pele com o envelhecimento fica menos elástica, mais
flácida e mais seca;
• Forma-se os sulcos cutâneos e declínios das estruturas;
• Diminuição do tecido de sustentação;
• Os radicais livres são a principal causa do envelhecimento
cutâneo intrinsicamente;

Os 4 níveis de envelhecimento da pele humana - Classificação de


GLOGAU

Cicatrização
Cicatriz é a tentativa biológica de restaurar a integridade
do tecido.
Processo de cicatrização

Fases da cicatrização fisiológica

Processo de cicatrização

•Fase Hemostasia / Inflamatória

Ativação plaquetária
Cascata de coagulação
Ativação de neutrófilos, macrófagos,
mastócitos
Aumento da permeabilidade vascular
Fase curta: 4 a 5 dias
Inflamação ou flogose (da latim inflamare e do grego phagos, que
significam pegar fogo): é uma reação dos tecidos vascularizados a um
agente agressor caracterizada pela saída de líquidos e de células do
sangue para o interstício.

“é uma resposta vascular a injúria”

•Causas

– Infecção
– Trauma
– Injúria física (extremos de temperatura ou radiação ionizante)
– Injúria química
– Injúria imunológica
– Tecido morto (alterações infamatórias ocorrem no tecido viável
adjacente a áreas necróticas)

• Sinais cardiais\flogísticos

RUBOR (vermelho devido a dilatação dos vasos)

DOR (devido ao aumento da pressão exercido pelo acúmulo de fluído


intersticial e devido mediadores químicos como a bradicinina)

CALOR (devido ao aumento do fluxo sanguíneo)

INCHAÇO (devido ao acúmulo extravascular de fluído)

PERDA DA FUNÇÃO
Processo de cicatrização

• Fase proliferativa

Fibroplasia
Angiogênese
Contração da ferida
Epitalização
Fase mediana: 4 a 28
dias

• Fase maturação\remodelamento
Reorganização das fibras de colágeno
Remodelação do tecido
O tecido já se encontra resistente a tração
Fase longa: 12 a 15 meses

Cicatrização de primeira, segunda e terceira


intenção
1ª intenção ou primária – a cicatrização primária envolve a
reepitelização, na qual a camada externa da pele cresce
fechada.

2ª intenção ou secundária – é uma ferida que envolve algum


grau de perda de tecido.

3ª intenção ou terciária – ocorre quando intencionalmente a


ferida é mantida aberta para permitir a diminuição ou
redução de edema ou infecção ou para permitir a remoção.
ETIOLOGIA DAS PRINCIPAIS ÚLCERAS E AVALIAÇÃO
DAS FERIDAS
Conceito de Feridas
“Uma ferida é representada pela interrupção da continuidade de um
tecido corpóreo,bem maior ou em menor extensão, causada por
qualquer tipo de trauma físico, químico, mecânico ou desencadeada
por uma afecção clínica, que aciona as frentes de defesa orgânica
para o contra ataque.”

Feridas

Úlceras
Fatores que prejudicam a boa cicatrização

Epidemiologia
Estima-se que nos Estados Unidos da América cerca de 6 milhões
de pessoas apresentem feridas crônicas em MMII e que na
população idosa a prevalência seja de 15%.
Projetando-se esses dados para o futuro, estima-se que em 2050
cerca de 25% da população idosa vai apresentar essa lesão.
O aumento dos casos de obesidade, há um crescente número de
casos de úlceras de pé por diabetes mellitus cuja incidência vem
aumentando em cerca de 14% ao ano.
Estudos revelam que cerca de 10% da população com diabetes
desenvolvem ferida crônica e 84% desses casos evoluem para
amputação.
Desses casos, o tempo médio de sobrevida de 3 anos é de 50%
após a amputação.
Na Inglaterra, a estimativa é de que 1,5 a 3 indivíduos em cada
1.000 habitantes apresentam úlcera na perna a cada ano.
No Brasil não existem estudos epidemiológicos que nos
permitam estabelecer esse percentual, porém, se extrapolarmos
os dados encontrados na Inglaterra, podemos esperar que cerca
de 570 mil brasileiros apresentem novas feridas crônicas a cada
ano. Na população acima de 80 anos, essa prevalência é de 20 para
cada 1000 indivíduos.
Etiologia das Feridas
• Genericamente, podemos classificar as feridas em:

•Cirúrgicas
•Traumáticas
•Patológicas
•Iatrogênicas
•As feridas de maior complexidade no tocante cura, sem duvidas são
as patológicas e iatrogênicas.

•Conhecer a etiologia da ferida, os meios de formação, cicatrização e


claro os contextos gerais do paciente é o primeiro passo para um
tratamento efetivo.

Tipos de feridas

Feridas agudas: são originadas de cirurgias ou traumas, onde


a reparação ocorre em tempo adequado, geralmente sem
complicações.

Exemplo: incisão cirúrgica, queimaduras e abrasões

Feridas crônicas: são aquelas que não se reparam em tempo


esperado e apresentam complicações.

Exemplo: úlceras por pressão, venosa, arteriais e etc.


Localização das Feridas
As feridas localizadas em região proximal, tendem a cicatrizar
com maior facilidade, pois o aporte sanguíneo nestas regiões
são mais eficiente;

Feridas em membros inferiores e extremidades são de difícil


cicatrização;

Feridas em locais com alta mobilidade, precisam de cuidados


especiais, uma vez que a tensão da pele e tecidos nestas
regiões, pode retardar o processo cicatricial;

Locais com alto potencial de contaminação precisa de atenção


dobrada e manejo especializado;

Feridas que estão em locais que recebe carga, como região


plantar, são de difícil tratamento, tornando fundamental a
orientação e cooperação do paciente;

Ressalta-se que a maioria das feridas ocorrem nos MMII.

Etiologia
•Os tipos mais comuns de ferida crônica são de origem:

1) vascular (venosa, arterial ou mista);


2) úlceras por pressão;
3) neuropáticas (p. ex., diabetes, hanseníase, alcoolismo);
4) infectocontagiosas (erisipela, leishmaniose,
tuberculose);
5) reumatológicas, hematológicas, tumores
Pontos de observação
A insuficiência venosa crônica é responsável por 75% das úlceras
de perna que acarretam graves repercussões socioeconômicas
com perda de dias de trabalho, aposentadoria precoce, longos
períodos de tratamento. No Brasil, é a 14ª causa de afastamento
do trabalho; (INSUFICIÊNCIA VENOSA)

A oxigenação tecidual adequada é fundamental para a reparação


tecidual. Cerca de 1/3 das úlceras em perna têm algum grau de
insuficiência arterial que interfere na cicatrização e exige outras
medidas terapêuticas; (DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA
PERIFÉRICA (DAOP)

Principais úlceras a serem estudadas

Arterial

Diabética Venosa

Por pressão
Úlcera Arterial

•São lesões decorrentes do déficit de perfusão capilar provocado pelos


processos isquêmicos crônicos, quereduzem ou impedem a chegada do
sangue ao membro afetado.
• Estima-se que 5 a10% das úlceras das pernas estejam relacionadas às
doenças arteriais, quando são denominadas de isquêmicas ou arteriais.
• Podemos subdividir as úlceras isquêmicas em dois grupos:

•Arterioescleróticas (90-95%),
denominadas também
macroangiopáticas, quando a
DM
isquemia afeta vasos grandes,
medianos ou pequenos.
HAS
•Romboangeíticas ou
hipertensivas (5-10%), Tabagismo
denominadas também
microangiopáticas, quando são Arteriosclerose
afetados capilares, ou são
consequência de complicações
de uma doença hipertensiva
arterial.
Úlcera Arterial

Úlcera Venosa
Ulceração que se forma em decorrência da Insuficiência
Venosa Crônica (IVC), ou seja, da diminuição do fluxo Úlceras
vasculares sanguíneo na circulação de retorno devido à
incompetência valvular das veias, às malformações congênitas
(associadas a varizes), ou por trombose do sistema venoso
profundo.

• Podem ser classificadas em:

Varicosas: quando estão associadas a varizes essenciais.

Tromboflebíticas: quando a úlcera se origina após um processo


tromboembólico venoso. Apesar dos dados estatísticos variarem
segundo o autor, estima-se que sua incidência seja de cerca de
60% para úlceras varicosas e 40% as tromboflebíticas . As úlceras
por insuficiência venosa quando espontâneas, geralmente
surgem pouco acima dos maléolos, principalmente internos
(mediais), sobre veias perfurantes insuficientes. Quando
desencadeadas por traumatismos, como frequentemente
encontramos em nosso meio, aparecem, em geral, em outras
posições, como na face anterior e lateral da perna e menos
frequentemente nos pés.
Úlcera Venosa

Úlcera Diabética
Uma pessoa com Diabetes Mellitus tem 25% de risco de apresentar
úlcera no pé. Essa lesão é responsável por 20% das internações de
indivíduos diabéticos. A neuropatia é o fator de risco mais
importante e prevalente para o desenvolvimento de úlceras nos pés
de pessoas com diabetes.

Úlceras em pacientes diabéticos podem ter origem neuropática,


microangiopática ou imunológica. Testes de sensibilidade podem
ser úteis na identificação de áreas com deficiência e tomada de
medidas preventivas para se evitar a instalação de futuras úlceras.

São consideradas uma situação clínica complexa, que pode


acometer pés e tornozelos de pessoas portadoras de Diabetes
Mellitus. Além das feridas, também são características do Pé
Diabético: diminuição da sensibilidade nos pés, deformidades,
alterações da marcha infecções.
Úlcera por Pressão
• Segundo o American National Pressure Ulcer Panel (NPUAP) e
European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), a úlcera por
pressão é uma lesão localizada na pele ou tecidos subjacentes,
normalmente sobre uma proeminência óssea, secundárias a um
aumento de pressão externa, ou pressão em combinação com
cisalhamento.

• As úlceras por pressão são uma importante causa de morbidade e


mortalidade, especialmente para pessoas com sensibilidade reduzida,
imobilidade prolongada ou idade avançada.

O início de tudo: como as UP iniciam


Mudanças degenerativas da pele e/ou tecido subcutâneo expostos às
forçascde pressão e cisalhamento;

A pressão sobre a proeminência ósseaprejudica a circulação sanguínea


favorecendo a morte celular;

O cisalhamento é fenômeno de deformação da pele que ocorre quando


as forças que agem sobre ela provocam um deslocamento em planos
diferentes;
Fatores de risco para UP

Epidemiologia – Onde pode ocorrer


Afeta aproximadamente 9% de todos os pacientes hospitalizados;
Maior público acometido (idosos);
Afeta 23% dos pacientes acamados com cuidados domiciliares;
Associada às fragilidades decorrentes do processo de
envelhecimento na pele;
Associação importante com as Doenças Crônicas Não-
Transmissíveis;
Prevalência de 24% em ILPI;

Principais regiões para ocorrência de UP

mentoniana
Calcâneo Occipital

Maléolos escapular

Trocanter cotovelo
Ísquio sacral
Avaliação do paciente com feridas

A anamnese cuidadosa da história, dos sinais e sintomas do


paciente com úlcera deve sempre anteceder a avaliação da úlcera
nos membros;
A avaliação inicial das necessidades básicas afetadas, tais como:
mobilidade, alimentação, eliminação, repouso, sono, dor, higiene e
comunicação, bem como seus aspectos psicológicos e sociais,
permitem que o profissional de saúde realize o planejamento dos
cuidados assistenciais e educacionais a serem prestados.

Características da Comprometimento
ferida venoso

Medicações em Comprometimento
uso arterial

Classificação das Feridas


Quanto ao grau de contaminação:

Quanto a cor do leito:


Avaliação das Feridas
O sistema de memorização chamado “MEASURE” é um modelo de avaliação
acurada das feridas crônicas, onde M é a medida (measure), E o exsudato
(exudate), A aparência (appearance), S a dor (suffering), U o deslocamento
(undermining), R a reavaliação (re-evaluation) e E a borda
(edge) (CROZETA; ROEHRS, 2011).

Dor
As mais utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual
Numérica (EVN).
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DE FERIDAS E
TECNOLOGIAS ATUAIS
Tratamentos para feridas

Curativos e coberturas;
Medicações tópicas e orais;
Laserterapia de baixa intensidade;
Oxigenoterapia Hiperbárica;
Terapia por pressão negativa;

Curativos x Coberturas

Curativo: limpeza, desbridamento e indicação de cobertura.


Coberturas: a própria substância ou componentes ativos, que
atuam interativamente no leito da ferida e permitir a oclusão
com o meio externo.

Curativos
• Principais finalidades dos curativos Meio terapêutico para limpeza e proteção
• Manter Leito da ferida umedecido da ferida;
O Curativo sozinho não promove a
• Remover o excesso de exsudação
Cicatrização;
• Permitir a troca gasosa
Irrigação da ferida realizada com solução
• Fornecer isolamento térmico estéril aquecida;
• Ser impermeável às bactérias
• Estar isento de partículas e tóxicos
contaminadores de ferida
• Permitir a retirada sem provocar
trauma
• Promove cicatrização
Curativos - Procedimentos gerais para limpeza e
troca
Utilizar sempre material esterilizado;
Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirálas;
Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada;
Feridas em fase de granulação realizar a limpeza com soro fisiológico
em jatos;
Realizar os curativos contaminados com S.F 0,9 % aquecido;
A aplicação de ataduras deve ser realizada no sentido da circulação
venosa, com o membro apoiado

Tipos de curativos
Aberto: sem necessidade de oclusão, sem infecção. Ex: feridas
cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas e escoriações.

Compressivo: utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo. Ex: hemorragias


de extremidades.

Semi-oclusivo: curativo absorvente direto. Ex: feridas exsudativas.

Oclusivo: não permite a entrada de ar ou qualquer fluidos. Ex: úlceras


por pressão.

Coberturas
• Quanto ao desempenho:

—Passivas: protegem e cobrem


—Interativas : mantém o ambiente úmido, facilitam a
cicatrização
—Bioativas: estimulam a cicatrização

• Quanto a relação com a ferida:

—Primárias: diretamente sobre a ferida


—Secundárias: colocadas sobre cobertura primária
Critérios para Seleção da Cobertura

Aspectos da Ferida
Localização da ferida
Tamanho da ferida
Profundidade da ferida
Conforto do paciente
Custo/Efetividade
Mobilidade do paciente

Seleção da Cobertura
Laserterapia de baixa intensidade

A laserterapia de baixa intensidade (LBI) é apontada como um


método não invasivo, indolor, de baixo custo e com eficácia
no tratamento de feridas, por atuar nos eventos fisiológicos e
bioquímicos do processo de cicatrização;

Principais efeitos fisiológicos resolução anti-inflamatória,


neoangiogênese, proliferação epitelial e de fibroblastos,
síntese e deposição de colágeno, revascularização e contração
da ferida;
Oxigenoterapia Hiperbárica

Uma das tecnologias atuais para tratamento de feridas é a


hiperoxigenação;
A Medicina Hiperbárica é usada para cicatrização de feridas seja
agudas ou crônicas. Quando não há oxigênio suficiente, essas
lesões evoluem como "feridas que não cicatrizam", ou seja, não se
curam, mesmo com tratamento adequado, em até seis semanas.
Atualmente está R$ 300 por sessão;
Infecções virais é uma contra indicação;

Terapia por pressão negativa (TNP)

A TPN é um tipo de tratamento ativo da ferida que promove


sua cicatrização em ambiente úmido, por meio de uma pressão
sub-atmosférica controlada e aplicada localmente. A TPN é
composta por um material de interface (espuma ou gaze), por
meio do qual a pressão sub-atmosférica é aplicada e o exsudato
é removido.
Método a vácuo de curativo tópico;
Objetivo de estimular a granulação e a cicatrização;
Custo semanal entre 1.000 - 4.000 reais;
Ações e aspectos relevantes no Tratamento
de feridas
Fatores individuais do paciente
Recursos materiais e humanos
Indicação, contra- indicação e custo
Fornecimento de explicações claras sobre o tratamento
Promoção da participação do paciente e/ou familiar no
processo de tratamento
Orientação para o paciente sobre a importância do
acompanhamento com o(os) profissionais de vínculo na
Unidade de Saúde
Estimular o auto cuidado
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o professor Fernando S. S. Neto

cessetembro

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