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1- Resumo sobre Max Weber - A Ética Protestante e o espírito do capitalismo

A obra A Ética Protestante e espírito do capitalismo, publicada por Max


Weber em 1904, gira em torno da análise de um novo ethos que se instaura
decorrente da reforma feita pelos protestantes, na qual trouxe um modo de agir e
pensar que corrobora no desenvolvimento do capitalismo. A ética vigente até então
era a Ética Eudaimônica, que vem do eudemonismo - uma filosofia moral baseada
na noção aristotélica de eudaimonia, isto é, felicidade. Tal ética prega a felicidade
como a finalidade da vida humana, onde a felicidade é o fim último. No entanto,
esse pensamento muda radicalmente com o novo ethos que surgiu do
desenvolvimento do capitalismo, onde o trabalho passa a ser o fim em si mesmo e
Weber tenta entender o que motivou o homem a desenvolver esse ethos.
A Reforma Protestante foi um movimento que ocorria internamente na Igreja
Católica com críticas de alguns intelectuais ao catolicismo, e é com Lutero que a
reforma toma força. Suas críticas giravam em torno do fato de considerar a Igreja
Católica extremamente supersticiosa, além de condenar a venda de indulgências,
de cargos eclesiásticos e a forma luxuosa e mundana a qual o clero se comportava.
No entanto, é com o protestantismo de ordem calvinista que os processos do
capitalismo e do protestantismo se interligam e ganham força, pois é com essa
doutrina que há uma transformação na interpretação sobre o trabalho. É importante
contextualizar, primeiramente, que todas as religiões acreditam numa forma de
salvação, isto é, o desejo de ser o escolhido por Deus para ir pro céu. Dessa forma,
a principal característica do ponto de vista econômico dos calvinistas é a ideia de
que, a maneira de coletar indícios de que é o escolhido por Deus para a salvação, é
através de uma vida racional e metódica, isto é, através de uma ética de vida
baseada no trabalho. Assim, o trabalho passou a ser visto como o chamado de
Deus, como uma vocação. Tal vocação protestante possui uma lógica de
acumulação, de trabalhar cada vez mais para acumular mais e mais riqueza.
Weber, ao analisar a sociedade capitalista, percebe que havia valores e
comportamentos comuns aos homens de negócios com os trabalhadores
qualificados e mais bem pagos. Analisando a religião deles, Weber percebe que
essa relação não é uma coincidência e sim devido ao fato de serem protestantes. É
dessa forma que as religiões protestantes acabam contribuindo para o
desenvolvimento do capitalismo. Quando o protestantismo preza pelo trabalho como
um dever e como um fim em si mesmo, o homem protestante possui uma
disposição de executar o trabalho como se fosse um fim absoluto de si mesmo.
Dessa forma, nada mais vantajoso para desenvolver o capitalismo do que o
trabalho, a poupança e o acúmulo de capital – características da religião protestante.
A vocação protestante faz com que o indivíduo acumule cada vez mais
riqueza e, quando Weber analisa o trabalhador comum, percebe que ele tende a
buscar o conforto, ao invés do acúmulo de riqueza, isto é, ele trabalha o suficiente e
se permite ao ócio no seu tempo livre. Porém, esse comportamento muda quando
instaura o ethos capitalista, onde, ao contrário do trabalhador comum que vai querer
trabalhar e aproveitar o seu tempo livre, o homem capitalista vai tentar ao máximo
acumular o maior número de riquezas. O trabalho, dessa forma, se torna o modus
principal, onde o objetivo é trabalhar para conseguir cada vez mais, não havendo
um fim. Tal disposição de executar o trabalho como fim absoluto de si mesmo que
Weber chama de “vocação”. Lutero, quando traduz a bíblia do latim para o alemão,
usa o termo “beruf” para referir-se à vocação divina e Weber percebe que essa
vocação para o trabalho e de estar sempre em busca de mais vai de encontro com o
ethos capitalista, onde essa acumulação vinda através do trabalho passa a ter um
novo significado, isto é, o trabalho passa a ser entendido como uma vocação, uma
predestinação divina.
Por fim, podemos afirmar que a intenção de Weber consistiu em mostrar que
o desdobramento do capitalismo não se deu apenas ao desenvolvimento do
racionalismo econômico, mas a motivações de ordem religiosa. O capitalismo
desenvolveu-se graças aos homens que adotaram comportamentos racionais, por
motivos éticos impregnados pela religião.
Ao final da sua obra, Weber faz uma metáfora com a jaula de aço, onde o
desenvolvimento do capitalismo seria como uma grande jaula de aço que domina as
pessoas e faz com que vivam o sistema como algo natural, como um espírito que
atravessa a alma das pessoas. Isso se transforma no grande mecanismo que faz
com que o sistema ganhe cada vez mais força.
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No entanto, é com o protestantismo de ordem calvinista que os processos do capitalismo e


do protestantismo se interligam e ganham força, transformando É importante contextualizar,
primeiramente, que todas as religiões acreditam numa forma de salvação, isto é, o desejo
de ser o escolhido por Deus para ir pro céu. Dessa forma, a principal característica do ponto
de vista econômico dos calvinistas é a ideia de que a maneira de talvez ser o escolhido por
Deus é através de uma vida racional e metódica. Assim, a maneira de alcançar a
predestinação se dá através de uma ética de vida baseada no trabalho, ou seja, o trabalho
passou a ser visto como o chamado de Deus. ok

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