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A. A. Deriglazov1 , e J. G. Filgueiras.
Dept. de Matemática, ICE, Universidade Federal de Juiz de Fora,
MG, Brasil
e
LAFEX - CBPF/MCT, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
1 Formalismo Hamiltoniano 7
1.1 Derivação das equações Hamiltonianas . . . . . . . . 7
1.1.1 Noções preliminares . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1.2 Das equações de Lagrange para as equações
Hamiltonianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.3 Prescrição para o procedimento de Hamilto-
nização. Interpretação fı́sica da Hamiltoniana 15
1.2 Parêntese de Poisson e matriz simplética . . . . . . . 18
1.3 Quadro do movimento no espaço de fase . . . . . . . 21
1.4 Quantidades conservadas e parêntese de Poisson . . . 24
1.5 Ação Hamiltoniana e a versão Hamiltoniana do teo-
rema de Noether . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.6 Relações adicionais entre as formulações de Lagrange
e de Hamilton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.6.1 Ambiguidades do procedimento de Hamilto-
nização. Exemplo de parêntese de Poisson
não-canônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.6.2 Procedimento de Hamiltonização em termos
de um funcional de primeira ordem . . . . . . 36
3
4
Formalismo Hamiltoniano
7
8 1 Formalismo Hamiltoniano
F a (q a , q̇ b , q̈ c ) = 0, (1.1)
q̇ a = v a , F a (q a , v b , v̇ c ) = 0, (1.2)
no seguinte sentido:
a) Se q a (τ ) é solução de (1.1), então q a (τ ), v a (τ ) ≡ q̇ a (τ ) é solução
de (1.2);
b) Se q a (τ ), v a (τ ) é solução de (1.2), então q a (τ ) é solução de (1.1).
Em outras palavras, existe uma correspondência bijetiva entre as
soluções dos sistemas. A passagem de (1.1) para (1.2) é dita a
redução da ordem do sistema.
2) Forma normal de um sistema. Como vamos usar a forma normal
somente no caso de um sistema de primeira ordem, consideremos o
sistema
Gi (z j , ż k ) = 0. (1.3)
1.1 Derivação das equações Hamiltonianas 9
ż i = g i (z j ). (1.4)
z i = z i (z 0j ). (1.7)
Gi (z j (z 0k ), ż j (z 0k )) = 0, (1.8)
10 1 Formalismo Hamiltoniano
i
onde ż j (z 0k ) = ∂z
∂z 0k i
0k ż , é equivalente ao sistema inicial (1.3): se z (τ )
no lugar de (1.8), já que algum cuidado deve ser tomado no uso da
substituição, veja, por exemplo as Eqs. (1.25), (1.26) adiante.
∂L(q, v)
pa = + ba (q), (1.21)
∂v a
a qual será omitida no que se segue. A ambiguidade do procedimento
será discutida na subseção 1.6.1. Assim tomamos
∂L(q, v)
pa = , (1.22)
∂v a
o que determina as funções v a (q, p) na forma implı́cita.
∂ 2 L̄(q, v) ∂ 2 L̄(q, v) ∂v b c
∂ L̄(q, v)
ṗa = −( − )v (q, p) (1.23)
∂q a v(q,p) ∂q c ∂v a ∂v a ∂v b ∂q c
∂
A expressão entre parênteses no último termo anula-se, já que ∂q c
∂L
∂v a v(q,p)
= ∂pa
∂q c
= 0. Então o sistema (1.15) adquire a forma
a a ∂ L̄(q, v)
q̇ = v (q, p), ṗa = . (1.24)
∂q a v(q,p)
∂v b
∂ ∂ L̄(q, v) ∂ L̄(q, v)
L(q, v(q, p)) = +
∂q a ∂q a v(q,p) ∂v b v(q,p) ∂q a
∂v b
∂ L̄(q, v)
= + p b , (1.25)
∂q a v(q,p) ∂q a
o que implica
∂ L̄(q, v) ∂ b
= − p b v (q, p) − L(q, v(q, p)) . (1.26)
∂q a v(q,p) ∂q a
Denotando
onde v(q, p) é dado na forma implı́cita pela Eq. (1.22). Então a Eq.
(1.26) assume a forma
∂ L̄(q, v) ∂H(q, p)
a
=− . (1.28)
∂q
v(q,p) ∂q a
q a → (q a , v b ) ↔ (q a , pb ). (1.31)
Exercı́cios. 1. Verifique que v a definido pela Eq. (1.20) obedece à Eq. (1.21).
a
˛
ab ∂ 2 L̄ ˛
2. Obtenha a identidade ∂v∂q c = − M̃ b
∂v ∂q c ˛ .
v(q,p)
4. Verifique que todos os resutados desta seção permanecem válidos para uma Lagran-
geana que dependa explicitamente do tempo L(q, q̇, τ ).
ẋa = ∂p
H 1
= m (pa − ec Aa (x, τ ))
H
a
e b e b Ab ∂φ
(1.40)
ṗa = − ∂x a = mc (p − c A ) ∂xa − e ∂xa .
seja, Logo a dinâmica do sistema tem invariância de calibre. Aqui enfatizamos que a
Hamiltoniana não é invariante de calibre.
2. Dada a Lagrangiana
„ do oscilador
« harmônico N-dimensional em coordenadas nor-
P 1 “ ”2 2 2
mais: L = 2
Q̇i − wk Qk :
C) regra de Leibniz
D) identidade de Jacobi
{A, {B, C}} + {B, {C, A}} + {C, {A, B}} = 0. (1.46)
Exercı́cio. Verifique (1.46) por meio de cálculos diretos. Sugestão: considere separa-
damente todos os termos envolvendo, por exemplo, duas derivadas de B.
{q a , pb } = δ a b , {q a , q b } = 0, {pa , pb } = 0. (1.47)
= {A, H} (1.49)
Li = ijk rj pk (1.54)
q 2
p
q 1 q
(grad H) i =H i
application ω:H i Hi
H=const
Hi
z i (τ )
∂
∂zi
≡ ω ik ∂z∂k . O campo vetorial Hamiltoniano H i (z k ) nestas coorde-
nadas é H i (zk ) = ∂ i H(zk ), e torna-se um campo conservativo: ∂ j H i
− ∂ i H j = 0. Este fato será explorado no Capı́tulo 3.
z α = Gα (z a , cα , τ ), (1.60)
2. Mostre que a álgebra dos parênteses de Poisson para as cargas L é dada por:
q 1 2 q
q
Ri α − Gα {z i , H} ωij ż j − {z j , H} =
d
(−pa Ra α + Gα H + Nα ), (1.68)
dτ
∂N
onde Nα ≡ ∂ω α ω=0 . É importante frizarmos que a Eq. (1.68) é
Qα = −pa Ra α + Gα H + Nα , (1.69)
∂L(q, v)
p0a = + ba (q), (1.72)
∂v a
Repetindo a análise da subseção 1.1.2, chegamos às seguintes equações
de Hamilton
∂H 0 (q, p0 )
q̇ a = ,
∂p0a
∂H 0 (q, p0 )
0 ∂ba ∂bb
ṗa = − + − vb, (1.73)
∂q a ∂q b ∂q a
{q a , q b }(b) = 0, {q a , p0b }(b) = δab , {p0a , p0b }(b) = bab (q). (1.77)
2. Seja bij (z) uma matriz anti-simétrica invertı́vel, com a inversa obedecendo à Eq.
(1.87). Mostre que o parêntese (1.75), construido a partir desta b obedece às proprie-
dades (1.43)-(1.46).
ϕi com τ0 fixo podem ser utilizadas para definirmos uma nova para-
metrização z 0i
z 0i = ϕi (z j , τ0 ). (1.94)
ϕi : z i (τ ) −→ z 0i (τ ) = ϕi (z j (τ ), τ ). (1.98)
10 No espaço de configurações, transformações do tipo (1.94) com τ variando são conhecidas
e têm interpretação fı́sica bem conhecida. Por exemplo, uma transformação de Galileu xi →
x0i = xi + v i τ + ai nos dá a relação entre as coordenadas de dois referenciais inerciais, com
velocidade relativa dada por v i .
40 1 Formalismo Hamiltoniano
ψ i : z 0i (τ ) −→ z i (τ ) = ψ i (z 0j (τ ), τ ). (1.99)
∂τ
z(τ )
!
0
k l k
∂ϕ ij ∂ϕ ∂H(ψ(z , τ )) ∂ϕ
= ω + (1.102)
∂z i ∂z j ∂z 0l ∂τ 0
z=ψ(z ,τ )
z 0 (τ )
z 0i = z 0i (z j , τ ), z 0i = z 0i (z j , τ ), (1.103)
∂z 0k ∂z i
= δ k j ou ∂i z 0k ∂j 0 z i = δ k j ,
∂z i ∂z 0j
∂z 0i (z, τ ) ∂z 0i ∂z j (z 0 , τ )
=− j ,
∂τ ∂z ∂τ
∂z i (z 0 , τ ) ∂z i ∂z 0j (z, τ )
= − 0j , (1.107)
∂τ ∂z ∂τ
onde, por exemplo, a última equação implica na substituição de
z 0 (z, τ ) no lado esquerdo e no primeiro termo do lado direito. Equi-
valentemente, podemos substituir z(z 0 , τ ) no último termo do lado
12 Como ∂ i (z k ω ) = δ i , a derivada parcial com respeito à variável z = z k ω
kl l l kl é escrita na
forma ∂l .
43
∂H(z(z 0 , τ )) ∂z 0k (z, τ )
0k 0k 0l
ż = {z , z }z z(z0 ,τ ) + 0 , (1.108)
∂z 0l ∂τ z(z ,τ )
{z 0k , z 0l }z = ckl (τ ). (1.112)
∂ 0i J 0j = ∂ 0j J 0i . (1.113)
onde
W ij ≡ {z 0i , z 0j }z z(z0 ,τ ) .
(1.115)
∂ 0a W bd − ∂ 0b W ad = 0,
W ik ω jl − W jk ω il + W il ω jk − W jl ω ik = 0. (1.116)
2. A transformação
3. A transformação
Transformações canônicas
no espaço de fase
bidimensional
1, 2 obtemos o sistema
∂H ∂ H̃ ∂H ∂ H̃
{q 0 , p0 }| 0
= 0
, − {q 0 , p0 }| 0 = − 0 . (2.4)
∂p ∂p ∂q ∂q
Calculando a derivada da primeira equação com relação a q 0 e da
segunda com relação a p0 , e somando as expressões resultantes, ob-
temos
∂ ∂H ∂ ∂H
0
({q 0 , p0 }|) 0 − 0 ({q 0 , p0 }|) 0 = 0. (2.5)
∂q ∂p ∂q ∂q
Como esta expressão é válida para qualquer H, concluı́mos que
∂
∂q 0
({q 0 , p0 }|) = 0 e ∂q∂ 0 ({q 0 , p0 }|) = 0, o que implica {q 0 , p0 } = c
= const. No espaço de fase bidimensional os parênteses de Poisson
restantes são {q 0 , q 0 } = 0, {p0 , p0 } = 0. Combinando os parênteses
de Poisson, obtemos o resultado desejado: {z 0k , z 0l }z = cω kl . Além
disso, a substituição da Eq. (2.3) na Eq. (2.2) nos dá a relação entre
as Hamiltonianas original e transformada
H̃(z 0 ) = cH(z(z 0 )). (2.6)
A afirmação inversa é evidente: a Eq. (2.3) implica (2.2) com H̃
dada pela Eq. (2.6).
Comentários.
1. A Eq. (2.3) pode ser reescrita na forma equivalente
0l
∂z i
−1 ik ∂z
= c ω ωlj , (2.7)
∂z 0j 0 ∂z k
z(z )
∂q(q 0 , p0 ) ∂q 0 (q, p0 )
= 1,
∂q 0 q0 (q,p0 ) ∂q
∂q(q 0 , p0 ) ∂q 0 (q, p0 ) ∂q(q, p0 )
=− . (2.11)
∂q 0 q0 (q,p0 ) ∂p0 ∂p0
• a transformação é canônica:
∂S ∂S
q 0 (q, p0 ) = , cp(q, p0 ) = . (2.15)
∂p0 ∂q
Tal função S é dita a função geradora da transformação canônica.
Demonstração. A seguinte função
obedece às condições desejadas, como pode ser verificado por meio
de cálculos diretos com o uso das Eqs. (2.13) e (2.11). Note que a
função geradora S é definida no espaço dos (q, p0 ).
Assim vemos que a uma dada transformação canônica podemos
associar sua correspondente função geradora. É natural perguntar-
mos se uma dada função S(q, p0 ) define uma transformação canônica
livre. Tal fato é verdadeiro, e segue do seguinte proposição
∂2S
Proposição. Seja S(q, p0 ) uma função tal que ∂q∂p0
6= 0. Então a
∂S(q,p0 ) ∂S(q,p0 )
solução das equações algébricas q 0 = ∂p0
, cp = ∂q em relação
a q, p
0 0 −1 ∂S
q = q(q , p ), p=c ≡ p(q 0 , p0 ), (2.17)
∂q q(q0 ,p0 )
1 q0 1 p
S= q arccos √ − q 0 q − q 02 (2.20)
2 q 2
52 2 Espaço de fase bidimensional
q 0 = αq + βp,
0
p = α1 q + β1 p,
αβ1 − α1 β 6= 0. (2.21)
Mostre que esta transformação é canônica e que para β 6= 0 esta transformação é uma
transformação canônica livre com F dada por
1 1
F = αα1 q 2 + ββ1 p2 + α1 βqp (2.22)
2 2
Então
a) existe uma função S(q, p0 , τ ) com ∂S
∂q∂p0
6= 0 tal que
∂S ∂S
q 0 (q, p0 , τ ) = , cp(q, p0 , τ ) = ; (2.34)
∂p0 ∂q
b) a Hamiltoniana transformada (2.32) em termos das variáveis q, p0
adquire a forma
0
∂S(q, p0 , τ )
H̃(z , τ ) = cH(q, p(q, p0 , τ )) + . (2.35)
q 0 (q,p0 ,τ ) ∂τ
2 Note que isto não é possı́vel no caso de transformações independentes do tempo: se H(z)
depende essencialmente de todas as variáveis, então o mesmo é válido para H̃(z(z 0 )), veja a
Eq. (2.6).
56 2 Espaço de fase bidimensional
∂τ 0 0 = − ∂q 0 0 ∂τ
. (2.36)
q (q,p ,τ ) q
encontramos
!
∂F (z 0 , τ ) ∂q(z 0 , τ ) ∂q 0 (q, p0 , τ )
0
0 0 = −cp + p +
∂τ q (q,p ,τ ) ∂q 0 q0 (q,p0 ,τ ) ∂τ
∂
+ F (q 0 (q, p0 , τ ), p0 , τ ), (2.38)
∂τ
onde a Eq. (2.13) foi usada. A Eq. (2.35) segue da Eq. (2.32)
utilizando estas igualdades e a forma manifesta de S, veja a Eq.
(2.16).
Como antes, o resultado pode ser invertido no seguinte sentido:
Proposição. Seja S(q, p0 , τ ) uma dada função que obedece à propri-
∂2S
edade ∂q∂p 0 6= 0 para todo τ . Então a solução das equações algébricas
∂S(q,p0 ,τ ) ∂S(q,p0 ,τ )
q0 = ∂p0
, cp = ∂q
com relação a q, p
−1 ∂S
q = q(q 0 , p0 , τ ), ≡ p(q 0 , p0 , τ ),
p=c (2.39)
∂q q(q0 ,p0 ,τ )
Propriedades das
transformações canônicas
∂ 0i W jl − ∂ 0j W il = 0, (3.5)
W ik ω jl − W jk ω il + W il ω jk − W jl ω ik = 0. (3.6)
W ij ≡ {z 0i , z 0j }z z(z0 ,τ ) .
(3.7)
W jk = c(τ )ω jk , (3.9)
1 1 ∂z 0k ij ∂z 0l
onde c(τ ) ≡ n
W il (τ )ωli = n ∂z i
ω ∂z j
ωlk ou, equivalente-
z(z 0 ,τ )
0k 0l
mente, c(τ ) = n1 ∂z ∂z i
ω ij ∂z ω . A derivada desta expressão com
∂z j lk
relação a τ nos dá, usando a Eq. (3.8)
dc 2 ∂ 2 z 0k ij ∂z 0l
= ω ωlk =
dτ n ∂τ ∂zi ∂z i
2 ∂ 2 N ∂z 0n ij ∂z 0l
ω . (3.10)
n ∂z 0n ∂z 0l ∂z i ∂z j
Esta expressão é identicamente nula devido à simetria em n, l e à
antissimetria em i, j. Assim o coeficiente c na Eq. (3.9) é uma
constante, o que completa a primeira parte da prova.
B) Suponhamos que z 0i (z j , τ ) obedece à Eq. (3.2), que pode ser
reeescrita na forma equivalente
∂z 0i k
ij ∂z
= cω ωkl . (3.11)
∂z l z(z0 ,τ ) ∂z 0j
62 3 Propriedades das transformações canônicas
∂H(z(z 0 , τ )) kl ∂z
i
∂z j (z 0 , τ )
ż 0k = cω kl − cω ωij . (3.12)
∂z 0l ∂z 0l ∂τ
Para confirmar que estas equações estão na forma canônica, é sufici-
ente mostrar que o último termo pode ser escrito como ω kl ∂z∂0l (. . .).
Precisamos do seguinte lema
Lema. Seja z i → z 0i = z 0i (z j , τ ) uma dada transformação. Então
as seguintes condições são equivalentes:
∂z 0k ij ∂z 0l
ω = cω kl , c = const; (3.13)
∂z i ∂z j
∂z i (z 0 , τ ) ∂E(z 0 , τ )
cz j (z 0 , τ )ωji + ωlj z 0j
= 2 . (3.14)
∂z 0l ∂z 0l
∂z j ∂z n
c ωjn = −ω kl . (3.15)
∂zk0 ∂zl0
Devido a antissimetria em k, l a equação pode ser reescrita na forma
∂z j ∂z n ∂z j ∂z n
c ωjn − c ωjn = −2ω kl , (3.16)
∂zk0 ∂zl0 ∂zl0 ∂zk0
ou
∂z n ∂z n
∂ ∂
cz ωjn 0 + z 0l
j
− 0 cz ωjn 0 + z 0k
j
= 0. (3.17)
∂zk0 ∂zl ∂zl ∂zk
2O lado esquerdo desta expressão é conhecido como parêntese de Lagrange.
3.1 Invariância dos parênteses de Poisson 63
z i → z 0i (z j , λ), z 0i (z j , 0) = z i . (3.25)
onde O(λ2 ) indica todos os termos de ordem mais alta que a primeira
potência de λ. Para pequenos valores de do parâmetro: λ 1,
o segundo termo da expansão é o responsável pela contribuição na
transformação. A Eq. (3.26) com os termos O(λ2 ) desprezados é co-
nhecida como uma transformação canônica infinitesimal. A função
Gi = ∂λ z 0i (z, λ)|λ=0 determina as propriedades da transformação.
Proposição. Para uma transformação canônica infinitesimal existe
um gerador Φ(z), tal que
Gi = {z i , Φ} = ω ij ∂j Φ. (3.27)
Como isto vale para qualquer λ, o termo entre parênteses anula-se se-
i j
paradamente, ou seja, temos ∂G ∂z k
ω kj +ω ik ∂G
∂z k
= 0. A contração desta
expressão com ωmi ωjn nos dá a equação ∂n (ωmk Gk )−∂m (ωnk Gk ) = 0.
Ela afirma que ωmk Gk são as componentes de um campo conserva-
tivo. Então existe um potencial Φ tal que ωmk Gk = ∂m Φ, o que
completa a prova.
Esta afirmação pode ser invertida no seguinte sentido: qualquer
função Φ(z) determina uma transformação canônica infinitesimal
z i → z 0i = z i + {z i , Φ}λ, mesmo
{z 0i , z 0j } = ω ij + O(λ2 ). (3.30)
o que implica
z i (z 0 , τ ) = z 0i + ∂τ z i |0 τ + O(τ 2 )
= z 0i + {z 0i , H(z 0 )}τ + O(τ 2 ), (3.36)
3 Se trabalharmos com a forma inicial da solução geral: z(c, τ ), ela é uma transformação
entre os sistemas (z0i , τ ) e (z1i , τ ), onde as posições inicial e final em τ0 e τ1 são z0i = z i (c, τ0 ),
z1i = z i (c, τ1 ).
68 3 Propriedades das transformações canônicas
∂pb ∂q b 0a ∂E(z 0 , τ )
−cq b + cp b + q = 2 . (3.38)
∂p0a ∂p0a ∂p0a
Imediatamente notamos que para a função
c 1
F (z 0 , τ ) ≡ E(z 0 , τ ) + q b (z 0 , τ )pb (z 0 , τ ) − q 0b p0b , (3.39)
2 2
as equações adquirem a forma
∂q b 0 ∂F (z 0 , τ ) ∂q b ∂F (z 0 , τ )
cpb 0a − pa = , cpb 0 = . (3.40)
∂q ∂q 0a ∂pa ∂p0a
Portanto o lema à pág. 62 pode ser reformulado em termos de F :
a invariância da forma simplética (3.13) sob ação de uma trans-
formação canônica é equivalente à existência do potencial que obe-
dece a Eq. (3.40).
Como será discutido adiante, a solução geral das equaçõs de Ha-
milton pode ser identificada com uma transformação canônica que
relaciona os estados inicial e final. A função F correspondente é
dada pela ação Hamiltoniana, veja a seção 3.8.
Exercı́cio. Mostre que sob uma transformação canônica, as Hamiltonianas original e
transformada são relacionadas como segue
∂q a (z 0 , τ ) ∂F (z 0 , τ )
H̃(z 0 , τ ) = cH(z(z 0 , τ )) − cpa (z 0 , τ ) + . (3.41)
∂τ ∂τ
Então
70 3 Propriedades das transformações canônicas
∂S ∂S
q 0a (q, p0 , τ ) = , cpa (q, p0 , τ ) = . (3.43)
∂p0a ∂q a
Se a função F (z 0 , τ ) (3.39) é conhecida, a função geradora pode
ser tomada na forma
∂τ 0 0 =− ∂q 0b 0 0 ∂τ
. (3.46)
q (q,p ,τ ) q (q,p ,τ )
∂τ 0 0 = cpb ∂τ 0 0 +
q (q,p ,τ ) q (q,p ,τ )
0 0 0
∂F (q (q, p , τ ), p , τ ) ∂q (q, p0 , τ )
0b
+ p0b . (3.47)
∂τ ∂τ
Utilizando estas identidades, as afirmações do teorema podem ser
verificadas por cálculos diretos, começando com Eqs. (3.40), (3.41).
Exercı́cio. Obtenha as afirmações do teorema anterior como sugerido acima.
Proposição. Seja S(q a , p0b , τ ) uma dada função que satisfaça à pro-
2S
priedade ∂q∂a ∂p0 6= 0 para todo τ . Resolvamos as equações algébricas
b
∂S(q,p0 ,τ ) ∂S(q,p0 ,τ )
q 0a = ∂p0a
, cpa = ∂q a
com relação a q, p. Então a solução
−1 ∂S
q a = q a (q 0 , p0 , τ ), ≡ pa (q 0 , p0 , τ ), (3.48)
pa = c
∂q a q(q0 ,p0 ,τ )
é uma transformação canônica livre.
Demonstração. Precisamos mostrar que as funções z i (z 0 , τ ) satisfa-
∂z i kl ∂z j
zem as relações ∂z 0k ω ∂z 0l
= c−1 ω ij . Consideremos, por exemplo
∂q a ∂pb ∂pb ∂q a
0c 0
− 0c 0
= c−1 δ a b . (3.49)
∂q ∂pc ∂q ∂pc
As derivadas presentes nesta expressão podem ser calculadas a par-
0a ∂S(q,p0 ,τ )
tir da identidade q ≡ ∂p0a 0 0 . Com notações do tipo
q(q ,p ,τ )
∂ 2 S(q,p0 ,τ ) a 0
−1 a ∂q a (z 0 ,τ )
∂q d ∂p0c 0 0
≡ (Sqp0 )d obtemos ∂q ∂q(z0c,τ ) = (Sqp
c
0 )c ,
∂p0c
=
q(q ,p ,τ )
−1 a bc 0 0
−(Sqp 0 )b (Sp0 p0 ) . Além disso, partindo da identidade cpa (q , p , τ ) ≡
∂S(q,p0 ,τ ) ∂p (z 0 ,τ ) −1 b ∂pa (z 0 ,τ )
∂q a 0 0 encontramos a∂q0c = c−1 (Sqp 0 )c (Sqq )ba ,
∂p0c
=
q(q ,p ,τ )
−1 −1 b
c (Sqp0 )a −c−1 (Sqq )ab (Sqp
c dc
0 )d (Sp0 p0 ) .
A substituição destas expressões
no lado esquerdo da Eq.(3.49) na última nos dá novamente uma
identidade.
Cabe comentar que existem outras representações para a função
geradora, que podem depender de outros três pares de variáveis,
S(q i , q 0i ), S(pi , p0i ) e S(q 0i , pi ). Tais funções geradoras são associa-
das a transformações canônicas que são análogas às transformações
canônicas livres, com a diferença de que ao invés de ser possı́vel
resolver algebricamente as equações q 0 = q 0 (q, p) e p0 = p0 (q, p) em
termos de q e p0 , estas equações podem ser resolvidas em termos dos
pares de variáveis independentes q e q 0 , p e p0 e q 0 e p. Estas funções
são ligadas por meio de transformações de Legendre4 , desde que sa-
tisfaçam à condição de que a matriz Hessiana associada à respectiva
4 para um tratamento sistemático de tais funções geradoras, veja [18], onde o autor apre-
q 01 = q 1 , p01 = p1 ,
q 02 = p2 , p02 = −q2 , (3.52)
F = q 1 p01 + q 2 q 02 , (3.53)
3.3 Função geradora 73
a qual é uma combinação entre dois tipos de função geradora, tal fato
é devido às equações da transformação não poderem ser expressas
em termos de um dos pares de variáveis (q i , p0i ), (q i , q 0i ), (q 0i , pi ) ou
(pi , p0i ).
Vamos agora discutir exemplos de aplicações das transformações
canônicas à resolução de alguns problemas simples, como o oscilador
harmônico, por exemplo.
3. Consideremos a Hamiltoniana do oscilador harmônico uni-
p2 2
dimensional, H(q, p) = 2m + kq2 , que pode ser reescrita na forma
1 k
H = 2m (p2 + m2 ω 2 q 2 ), onde ω 2 = m . Esta forma de Hamiltoniana
sugere uma transformação de coordenadas na qual H seja cı́clica
em uma nova coordenada. Se pudermos obter uma transformação
canônica da forma
p = f (p0 ) cos q 0 ,
f (p0 )
q= sin q 0 , (3.54)
mω
então a nova Hamiltoniana, como função de q 0 e p0 , seria simples-
mente
f 2 (p0 ) f 2 (p0 )
H̃ = (cos2 q 0 + sin2 p0 ) = , (3.55)
2m 2m
donde q 0 é cı́clica. O problema é encontrar a forma da função f (p0 )
tal que a transformação seja canônica. A razão destas equações nos
dá a relação
p = mqω cot q 0 , (3.56)
que é independente de f (p0 ). A última equação pode ser escrita
como
∂F (q, q 0 )
p= , (3.57)
∂q
onde F é a função geradora. A solução mais simples para F é dada
por
mq 2 ω
F = cot q 0 . (3.58)
2
74 3 Propriedades das transformações canônicas
H = ωp0 . (3.62)
∂S
y0 = = −x sin ωt + y cos ωt, (3.76)
∂p0y
S = p0x (x cos ωt + y sin ωt) + p0y (y cos ωt − x sin ωt) + p0z z. (3.77)
como
∂S
px = = p0x cos ωt − p0y sin ωt, (3.79)
∂x
∂S
py = = p0x sin ωt + p0y cos ωt, (3.80)
∂y
pz = p0z , (3.81)
2. Seja z i → z 0i (z, τ ) uma transformação canônica. Mostre que não existe uma função
geradora da seguinte forma: z 0i = ∂S(z,τ
∂z i
)
.
1
q10 = q12 + p21 , q20 = (q12 + q22 + p21 + p22 ),
2
1 q2 1 q1 q2
p01 = arctan − arctan , p02 = − arctan , (3.83)
2 p2 2 p1 p2
z i → z 0i = z 0i (z, τ ). (3.85)
evolution
z(τ )
z 2 (τ )
z’2 =z2 (0)
z’1 =z1 (0) canon. transf.
z 1 (τ ) z z’(z, τ )
dz i ∂H(z)
= ω ij . (3.88)
dτ ∂z j
Exercı́cio. Verifique este fato por meio de cálculos diretos com a utilização das Eqs.
(1.108), (1.107) e (3.86).
∂S
= −H0 . (3.89)
∂τ
p1 p’1
q’1
q’i , p’
j
F(z)=0 p’1 =0
q1 q i , pj
q 01 = q 1 , p01 = p1 − f (q 1 , z α ), z 0α = z α + hα (q 1 , z α ), (3.92)
∂hα
{p01 , z 0α }z = 0 ⇔ = {z 0α , f }, (3.95)
∂q 1
{z 0α , z 0β }z = ω αβ . (3.96)
{z 0α , z 0β }q1 =0 = ω αβ .
(3.98)
∂S ∂S
q 0a (q, p0 , τ ) = , cpa (q, p0 , τ ) = . (3.107)
∂p0a ∂q a
Se a função F (z 0 , τ ) (3.105) é conhecida, a função geradora pode ser
tomada na forma
z i → z 0i = z 0i (z, τ ), (3.110)
τ τ
z z’
M z’(τ )=const
z(τ )
p p’
O
A
q q’
z i = z i (τ, cj ), (3.113)
∂S(q, p0 , τ ) ∂S(q, p0 , τ )
q 0a (q, p0 , τ ) = , pa (q, p0 , τ ) = . (3.115)
∂p0a ∂q a
Como a solução geral (3.113) é uma transformação canonica, a Eq.
(3.115) afirma, que nos estamos procurando a função geradora dela.
Utilizando a segunda equação de (3.115) na Eq. (3.114), as variáveis
podem ser separadas, o que nos dá a equação para a função S(q a , τ )
∂S(q a , τ ) a
a ∂S(q , τ )
+H q , = 0, (3.116)
∂τ ∂q b
onde p0b foram omitidos já que entram na equação como parâmetros.
Esta equação diferencial parcial é conhecida como equação de Hamilton-
Jacobi. De acordo com a teoria das equações diferenciais parciais,
a solução desta equação geralmente depende de funções arbitrárias.
Em particular, podemos buscar aquelas em que a solução depende
de n constantes arbitrárias, que são denotadas por p0b . Tais soluções
são ditas soluções completas da equação de Hamilton-Jacobi. Seja
S(q a , p0b , τ ) uma solução completa. Então a Eq. (3.115) determina
a transformação canônica livre (3.110) que anula a Hamiltoniana
H̃. De acordo com a análise precedente, a solução das equações
algébricas (3.110): z i = z i (z 0j , τ ) nos dá a solução geral das equações
de Hamilton (3.109).
Resumindo, o método de Hamilton-Jacobi para a resolução das
equações de Hamilton
∂H
ż i = ω ij . (3.117)
∂z j
pode ser formulado como segue:
3.7 Equação de Hamilton-Jacobi 89
∂S(q a , τ ) ∂S(q a , τ )
+ H(q a , ) = 0, (3.118)
∂τ ∂q b
∂S(q, p0 , τ ) ∂S(q, p0 , τ )
q 0a = , pa = , (3.119)
∂p0a ∂q a
q a = q a (q 0 , p0 , τ ), pa = pa (q 0 , p0 , τ ). (3.120)
SH (q 0 , p0 , τ0 ) = 0. (3.124)
Então
• existe uma função geradora S(q, q 0 , τ ) que obedece à propriedade
∂S
∂q a ∂q 0
6= 0 tal que
b
∂S ∂S
pa (q, q 0 , τ ) = c−1 , p0a (q, q 0 , τ ) = − . (3.130)
∂q a ∂q 0a
• a Hamiltoniana transformada (3.41), apresentada como função de
q e q 0 , tem a forma
∂S(q, q 0 , τ )
H̃(z 0 , τ ) = cH(q, p(q, q 0 , τ )) + . (3.131)
p0 (q,q 0 ,τ ) ∂τ
pa (q, q , τ ) = c−1 ∂q
0 ∂S 0 0 ∂S
a , pa (q, q , τ ) = − ∂q 0a com relação a q, p. Então a
solução
∂S
q a = q a (q 0 , p0 , τ ), pa = c−1 a ≡ pa (q 0 , p0 , τ ), (3.133)
∂q q(q0 ,p0 ,τ )
S = −q 0n τ + V (q 1 , . . . , q n ), (3.135)
S(q 1 , . . . , q n , τ ) = S1 (q 1 , τ )
+S 0 (q 2 , . . . , q n , τ ), (3.140)
Caso 1. Seja
Pondo
∂V
fa a
q , a = q 0a , (3.145)
∂q
∂V
a
= Fa (q a , q 0a ) ⇒
Z ∂q
⇒V = dq a Fa (q a , q 0a ), (3.146)
2
E a condição det ∂q∂a ∂q
S
0b 6= 0 resume-se a
5
Y ∂Fa
6= 0. (3.148)
∂q 0a
pa = Fa (q a , q 0a ). (3.151)
sobre o ı́ndice a.
3.8 A ação como função geradora 97
∂V
n
= Gn (q n , q 0n−1 , q 0n ). (3.163)
∂q
Aqui notamos que nestas equações as funções ga dependem apenas
da variável q a , da respectiva derivada parcial de V e da constante
q 0a−1 , logo a função V pode apresentar a forma
Z
V = dq a Ga (q a , q 0a−1 , q 0a ), (3.164)
∂2S ∂Ga 2S
A partir da última equação temos ∂q a ∂q 0a
= ∂q 0a
e ∂q∂a ∂q 0b = 0. para
2
∂ S
a menor que b. Desta forma a condição det ∂q a ∂q 0b
6= 0 reduz-se a
Y ∂Ga
6= 0, (3.166)
∂q 0a
que sempre é verdadeira, devido à equivalência entre as equações
ga (q 0a−1 , q a , pa ) = q 0a (3.167)
e
pa = Ga (q a , q 0a−1 , q 0a ). (3.168)
Por esta razão temos
−1
∂Ga ∂ga
= 6= 0. (3.169)
∂q 0a ∂pa
pa =Ga (q a ,q 0a−1 ,q 0a )
pa = Ga (q a , q 0a−1 , q 0a ). (3.172)
Pondo
g1 ≡ pϕ = q 01 , (3.175)
100 3 Propriedades das transformações canônicas
(q 01 )2
g2 ≡ p2θ + = q 02 , (3.176)
sin2 θ
q 02
„ «
1 γ
g3 ≡ p2r + 2 − = q 03 = h (3.177)
2m r r
Então, utilizando as equações (3.171), obtemos
Z
dθ
ϕ − q 01 q = p01 , (3.178)
2 (q 01 )2
sin θ q 02 − sin2 θ
1
dr
Z Z
dθ
q − q r2
= p02 , (3.179)
(q 01 )2 q 02
2 q 02 − sin2 θ
2 2mq 03 + 2mγr
− r2
Z
mdr
−τ + q = p03 . (3.180)
q 02
2mq 03 + 2mγ
r
− r2
Desta forma obtemos a solução das equações de movimento para o problema de Kepler.
q 01 = 0, (3.181)
x−k
arccos √ = θ − β, (3.184)
k2 − c
que levam à equação para a trajetória na forma
p
r= . (3.185)
1 + cos(θ − β)
Esta é a equação de uma seção cônica, com um dos focos q
no centro da atração. Na
q 02 02 03
Eq. (3.185) temos p = mγ e a excentricidade dada por = 1 + 2qmγq2 .
3.8 A ação como função geradora 101
F2 π 2 a2 b2
= = π 2 p. (3.186)
a3 a3
2mF
Seja T o perı́odo de revolução, T = √ 02
. Então, a partir das expressões para p e
q
1 T2 mπ 2 γ
, obtemos a relação 4 a3
= γ
. Como a razão m
depende apenas do centro de
atração, ou seja, do sol, esta relação é independente do planeta em consideração. Logo
obtivemos as três leis de Kepler: 1) os planetas varrem áreas iguais em perı́odos iguais
e em órbitas planas, 2) as órbitas são elipses com o sol em um dos focos e 3) a razão
entre o quadrado do perı́odo com o cubo do eixo maior das órbitas é a mesma para
todos os planetas.
Capı́tulo 4
Integrais Invariantes
τ
S
β
α α=β=0
p
p
q q
do tempo.
4.1 Integral invariante de Poincaré-Cartan 105
τ S
trajectory
z(τ , α 0)
closed
contour
C: τ (α )
p
q c i=f i ( α )
α0
V(M υ)
...
M N+1
=M
rυ
M2
. .. M υ+1
Mυ
M=M1
~ , trocamos
Figura 4.3: Para definirmos uma integral de linha do campo vetorial V
SN
uma curva orientada por uma seqüência de vetores deslocamento: CM M̃ → ν=1
~ν
4r
Z Z
V~ d~r = va dq a + ub dpb + vdτ
C C
N
X −−−−→ −−→
≡ lim (V (Mν ), 4rν ), (4.8)
N →∞
ν=1
−−→
onde (V~ , 4rν ) é um produto escalar va 4 q a + ub 4 pb + v 4 τ . Se C é
dada na forma paamétrica z i = z i (γ), τ = τ (γ), a integral de linha
pode ser apresentada em termos de um integral definida da seguinte
maneira
Z γ2
dq a
Z
dpb dτ
V~ d~r = ( va (γ) + ub (γ) + v(γ) )dγ, (4.9)
C γ1 dγ dγ dγ
V~ (q a , pb , τ ) = ( pa , 0, −H(q a , pb ) ), (4.11)
Para uma curva que seja uma trajetória do sistema (4.3) e (4.4), a
integral de linha (4.12) pode ser identificada com a ação Hamilto-
niana. De fato, consideremos uma curva que possa ser descrita na
forma paramétrica como segue: z i = z i (τ ), τ1 ≤ τ ≤ τ2 . Então a
Eq. (4.12) adquire a forma
Z τ2
dτ (pa q̇ a − H) ≡ SH . (4.13)
τ1
τ S
trajectory
z(τ , α 0 )
C 2 : τ 2 (α )
C 1 : τ 1 (α )
α= α0 α =0 p
∂H ∂H
Qa = , Pa = − . (4.17)
∂pa ∂q a
−(τ2 → τ1 ). (4.25)
Z l
dq(τ (α), α)
δI = dα ṗ| δτ +
0 dα
d dδτ
p(τ (α), α) ( q̇| δτ ) − H −
dα dα
∂H dτ ∂H dτ
q̇ δτ − ṗ δτ . (4.26)
∂q dα ∂p dα
A expressão na primeira linha pode ser apresentada como
dτ
ṗq 0 | δτ + ṗq̇| δτ, (4.27)
dα
enquanto a integração por partes na segunda linha leva às expressões
Z l
dτ
0
− p q̇| δτ − ṗq̇| δτ dα + pq̇| δτ |l0 , (4.28)
0 dα
Z l
∂H dτ 0
q̇ + q δτ +
0 ∂q
dα
∂H dτ
+ p0 δτ dα − Hδτ |l0 .
ṗ (4.29)
∂p dα
112 4 Integrais Invariantes
z i =z i ( τ 0 , α )
C: τ= τ 0
p1
q1 =q1 ( τ 0, α)
A1 C 1: p1 =p1 ( τ 0, α)
q1
z α =τ = 0
z i (τ, α), τ = const, I˜1 pode ser apresentada como a integral definida
Z l
I˜1 (τ ) = (va (z(τ, α), τ )q 0a (τ, α) + ua (z(τ, α)p0a (τ, α)) dα
0 Z l
≡ Vi (z(τ, alpha), τ )z 0i dα (4.42)
0
˜
Devido à invariância, I˜1 (τ ) = I˜1 (τ 0 ), temos ddτI1 = 0. O cálculo direto
da derivada leva-nos à uma expressão, que corresponde à integral de
linha seguinte
I
Gi (z, τ )dz i = 0, (4.43)
C
onde
∂Vi
Gi ≡ −Wij ω jk ∂k H + ,
∂τ
Wij ≡ ∂i Vj − ∂j Vi . (4.44)
τ τ
C’
C
C0 C 0’
p p ’
q q’
Aqui fica claro porque c sempre é uma constante não nula, já que a
expressão p0a dq 0a − H 0 dτ não é uma diferencial total, de forma que
não pode ser igual à diferencial −dF . O resultado (4.56) foi obtido
antes na seção 3.5.
A função F é a função geradora da transformação canônica e c é a
valência da transformação, já discutidos no capı́tulo 3. Então nesta
seção demonstramos, que se uma transformação no espaço de fase é
uma transformação canônica, então existe uma função geradora F e
uma constante c, tais que a Eq. (4.56) seja identicamente satisfeita.
No capı́tulo 3 foi mostrado, de forma puramente algébrica, que a
existência da função geradora é uma condição necessária e suficiente
para a canonicidade da transformação, além do fato de que a função
geradora é independente do sistema Hamiltoniano em consideração.
4 Temos ∂F ∂F ∂F
dF = ∂q a
dq a + ∂pa
dpa + ∂τ
dτ .
Apêndice A
Transformações, mudança
de variáveis, simetrias e
teorema de Noether
Γ f ~ q=f(τ )
*g
*g Γf ~ q’=f’(τ )
q
g
q’
τ τ’ τ
τ 0 = α(τ, f (τ )),
q 0a = ψ a (τ, f (τ )). (A.8)
τ = α̃f (τ 0 ). (A.9)
τ → τ 0 = α(τ, q a ),
q a → q 0a = ψ a (τ, q a ). (A.17)
q 0a = f 0a (τ 0 ) = f a (τ − a). (A.23)
τ → τ 0 = α(τ ), q a → q 0a = q a . (A.25)
A transformação induzida ∗g é
f( τ) f’( τ ’)
τ1 τ2 τ1 + a τ 2+ a τ
∗v : f i (τ ) → f 0i (τ ) = f i (τ ) + v i τ. (A.28)
P3
onde (rab )2 = i i 2
i=1 (x(b) − x(a) ) . Ela descreve um sistema de l
partı́culas, onde x1(a) , x2(a) , x3(a) são as coordenadas cartesianas de
uma partı́cula com número a, a = 1, 2, . . . , l. Elas estão sob um
potencial U (rab ), que é função das variáveis rab , a, b = 1, 2, . . . , l.
A ação é invariante sob o grupo de transformações conhecido como
grupo de Galileu, que depende de 10 parâmetros.
τ → τ 0 = τ + a,
xi(a) → x0i(a) = Rij xj(a) + v i τ + ci . (A.35)
Na mecânica clássica é postulado que as tranformações do grupo
de Galileu relacionam dois referenciais inerciais diferentes. A in-
variância pode ser verificada, de acordo com a Eq. (A.18), pela
substituição de τ 0 , x0i no lugar de τ , xi na Eq. (A.34).
A invariância de uma ação sob o grupo de Galileu pode ser
considerada como (uma das possı́veis) formulações matemáticas do
Princı́pio de Relatividade de Galileu. Intuitivamente, ele afirma que
o mesmo experimento realizado em dois referenciais inerciais dis-
tintos devem apresentar os mesmos resultados.
x0 → x00 = Λ0 0 x0 + Λ0 i xi ,
xi → x0i = Λi 0 x0 + Λi j xj . (A.40)
x0 → x00 = Λ0 0 x0 + Λ0 i f i (x0 ),
xi → x0i = Λi 0 x0 + Λi j f j (x0 ). (A.41)
De forma que
" −1 #
dψ̃ dα̃(τ 0 , f 0 (τ 0 )) dψ̃(τ 0 , f 0 (τ 0 ))
= . (A.50)
dτ dτ 0 dτ 0
τ 0 =α(τ,f (τ ))
S[f ] = !
τ2
dα̃(τ 0 , f 0 ) −1 ψ̃(τ 0 , f 0 )
Z
0 0 0 0
dτ L ψ̃(τ , f ), ( ) , α̃(τ , f ) (A.51)
dτ 0 dτ 0
τ1
τ 0 =α(τ,f )
S[f ] = !
Z 0 0 0 0 0 0
dα̃(τ , f ) dα̃(τ , f ) ψ̃(τ , f )
dτ 0 L ψ̃(τ 0 , f 0 ), ( )−1 , α̃(τ, f 0 )
dτ 0 dτ 0 dτ 0
140 Appendix
= S̃[f 0 ], (A.52)
Fa (f (τ ), . . .) = 0 ⇒ Fa (f 0 (τ ), . . .) = 0. (A.53)
˙ ˙
˙ −1 ψ̃(τ, dN
α̃L( ψ̃(τ, q), (α̃) q), α̃ ) = L(q, q̇, τ ) + . (A.56)
dτ
De acordo com a Eqs. (A.46), (A.47), f 0a é solução das equações
de movimento obtidas a partir da Lagrangeana na parte esquerda.
Mas, de acordo com a Eq. (A.56), elas simplesmente coincidem com
aquelas obtidas a partir de L(q, q̇, τ ). Assim f e f 0 obedecem à
mesma equação.
Para mostrar que a recı́proca não é verdadeira, é suficiente re-
tornarmos ao segundo exemplo da subseção anterior. As equações
R
ẍi + xi = 0 seguem da seguinte ação S = dτ ((ẋi )2 − (xi )2 ). A
simetria (A.54) das equações não é uma simetria da ação, a menos
que a matriz a seja ortogonal.
Da α ≡ Ra α − q̇ a Gα , (A.59)
mesmo
O membro direito é
d ∂N d
α
≡ Nα , (A.64)
dτ ∂ω ω=0 dτ
propriedade.
A.0 Teorema de Noether 147
A.9 Exemplos
τ 0 = τ,
x0i(a) = (eω )ij xj(a) = xi(a) + ω ij xj(a) + O(ω 2 ), (A.78)
i
Rjk . A fim de evitar o problema12 , procuramos por uma soma de
cargas, e depois vamos separá-las
3
!
∂L X ∂L ∂L
Qα ω α = − a Ra α ω α = − i
ω ij xj(1) + i ω ij xj(2) =
∂ q̇ i,j=1
∂ ẋ (1) ∂ ẋ(2)
2
X
[ (x1(a) p2(a) − x2(a) p1(a) )ω 12 + (x2(a) p3(a) − x3(a) p2(a) )ω 23 +
a=1
(x1(a) p3(a) − x3(a) p1(a) )ω 13 ]. (A.79)
Assim, a isotropia do espaço implica na conservação de três cargas,
ditas as componentes do vetor de momento angular total do sistema
2
X
i
L = ijk xj(a) pk(a) . (A.80)
a=1
[30] Hwa-Chung Lee, Proc. Roy Soc. Edinburg, A LXII (1947) 237.