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O Destino do Rastreador o Encontra Novamente

(Resgate Contratado do Oeste 6)

Por: Bellann Summer

Aos dezoito anos, Rhys Kent fugiu do circo e se juntou ao


Exército. Na noite anterior a partida do seu ônibus para o treinamento básico,
conheceu o homem de seus sonhos, se apaixonou e fez sexo pela primeira
vez. Mas, na manhã seguinte, também foi rejeitado por Joe Beck.
Dez anos depois, seus caminhos colidem em Resgate Contratado do
Oeste, e Rhys não quer nada com o homem que quebrou o seu jovem e frágil
coração. Mas, na vida, são os pequenos gestos de amor que mais interessam a
Rhys, e acontece que ele se destaca das pequenas coisas.
Aos dezenove anos, Joe Beck tinha as intenções certas, mas tratou
toda a situação com Rhys de forma errada. Dez anos depois, a vida lhe deu
uma segunda chance no amor, mas poderá Rhys fazer igual? A estrada para o
“felizes para sempre” é pavimentada com kisse candy, jujubas, balas de leite,
velhos cachorros, pessoas idosas, mágoa, perdão e aquele pequeno brinquedo
sexual vermelho...
Prólogo

Dez anos atrás…

A enorme tenda azul e branca tinha sido sufocante, mas a parede de


ar quente e úmido que cumprimentou Joe Beck uma vez que saiu da lona
protetora sugou a respiração de seu corpo.
Até agora, sua viagem à cidade para uma última rodada antes de
partir para a Marinha alcançou a marca leve, na melhor das hipóteses, na
Escala Richter da excitação.
O que mais poderia esperar, quando a maior coisa a atingir Lugar
Nenhum, Montana, era o circo? O lugar tinha pouco para oferecer a um jovem
de dezenove anos, que estava pronto para curtir selvagemente até ir servir Tio
Sam.
Sentou-se através das mulheres com roupas brilhantes girando acima
da multidão e palhaços que agiam como... Bem, palhaços. Ficou impressionado
com os truques que os cavalos realizaram, conhecia cavalos, e os animais que
haviam estado no centro do picadeiro eram habilidosos.
Agora que o show acabou, pensou que talvez fosse hora de ir até a
barraca de cerveja e ver se poderia encontrar alguém mais velho que lhe
comprasse uma cerveja ou duas.
O irritava que fosse velho o suficiente para morrer por seu país, mas
não podia legalmente desfrutar de uma cerveja gelada antes de dar sua vida.
— Você não vai. — O tom decisivo inundou a voz alta do homem
irritado.
— Por favor, Papa. Esta é a minha oportunidade de fazer algo com a
minha vida. — A voz soava masculina e jovem.
— Você tem uma vida aqui, Rhys. — A inflexibilidade evidente.
Curioso, seguiu o som da discussão ao redor do lado da tenda e viu
um rapaz pequeno de joelhos com um velho que pairava sobre ele. Joe franziu
o cenho. Não gostou do jeito que o sujeito estava encolhido sob o agitado dedo
do homem irritado.
À primeira vista, assumiu que Rhys parecia estar perto da sua idade.
— Seu lugar é aqui, com a família. Tem um dom com os animais. É
seu dever.
— Mas, Papa...
O velho ergueu a mão, pronto para atacar o cara no chão.
— Papa, o pai está tendo problemas com um dos fãs na barraca
principal!
Uma menina, que era um pouco mais jovem do que Joe, com cabelos
escuros até a cintura, andou até o par. Em seus braços havia uma grande
cesta de vime.
O homem se endireitou e respirou fundo, seu corpo visivelmente
acalmando-se. Agarrando, apertou o ombro do jovem.
— Esqueça esse absurdo.
No segundo que o velho estava fora de vista, a adolescente colocou a
cesta no chão e levantou a tampa. Ela tirou uma mochila e entregou-a para
Rhys.
— Você só tem alguns minutos para sair daqui. — Alertou ela. — Papa
tem os primos observando cada movimento. — A menina sorriu. — Minha
amiga Rita está mantendo-os ocupados agora.
Os pés de Rhys estavam instáveis quando levantou e beijou a
adolescente na bochecha.
— Obrigado, Lena. Quando tiver uma chance ligo e te aviso que estou
bem.
A menina bonita tocou o rosto de Rhys.
— Apenas ache sua felicidade, primo.
Os dois trocaram um longo olhar antes de Rhys se virar e Joe ficou
cara a cara com o jovem.

*****
Rhys sentiria falta de Lena mais do que de toda sua família. Ela
entendia que havia outros mundos por aí que não incluíam o circo. Estava
admirado pelo impressionante domínio de Lena ao evitar todas as tentativas de
Papa em arranjar-lhe um marido em potencial. Ele não tinha dúvidas, em
quatro meses, o circo veria Lena pela última vez quando completasse seu
décimo oitavo aniversário.
Para Rhys, o tempo acabou e precisava sair. Virando-se para fazer a
sua fuga, deu um passo... E congelou.
Na sua frente, estava o vaqueiro mais bonito que já havia visto.
Pelo que podia ver, o cara era um pouco mais velho. Tinha um nariz
reto acima de um conjunto de lábios firmes que Rhys estava tentado a
provocar com a língua até o cowboy sorriu. Uma cicatriz de dois centímetros
marcava o lado direito do lábio superior do homem e usava um chapéu de
cowboy que cobria os cabelos castanhos claros e curtos.
O cara era mais alto e mais largo nos ombros do que Rhys. Sua
cintura era magra, e as coxas poderosas envoltas em jeans azul apertado
fizeram Rhys engolir, então a baba não escaparia e o envergonharia. As botas
de cowboy desgastadas e empoeiradas finalizavam a imagem de homem do
Oeste.
Olhos castanhos, quentes como melaço, capturaram o
olhar de Rhys e seu pau latejou.
— Oh, merda, depressa. — Insistiu Lena. — Os primos estão
chegando!
Do outro lado do acampamento, dois dos grandes primos
musculosos de Rhys estavam caminhando em direção a eles. Por toda a sua
existência, Seth e Cayman, tinham feito sua vida no circo tão miserável quanto
podiam.
Com os sorrisos malignos em seus rostos, os dois estavam
planejando levar as ordens de Papa para observa-lo a um nível completamente
diferente... Com seus punhos.
Antes que pudesse reagir, o vaqueiro agarrou seu pulso com força e
começou a arrastá-lo. Ele demorou alguns segundos para entender, antes de
ambos correrem.
— Espero que tenha um plano. — Disse Rhys enquanto passavam
pela grama esmagada, coberta de vegetação, usada como estacionamento.
Rhys quase tropeçou quando aqueles olhos castanhos se
estabeleceram nele. Por sorte, o cara teve que olhar para trás para ver para
onde ele estava indo.
— Minha camionete é a azul, com a frente amassada do lado. — Ele
respondeu.
Rhys apressou-se então. Ele teria pousado numa pilha no chão, mas
mãos fortes agarraram seus ombros, e quando gritos soaram atrás deles, o
homem o puxou e sua mochila para a camionete. De alguma forma, conseguiu
abrir a porta e subir sem se humilhar mais, enquanto o vaqueiro corria para o
lado do motorista e entrava.
Os dedos longos e bronzeados enfiaram a chave na ignição e a torceu
até o veículo ligar. A mudança de marcha e a forte pressão no acelerador
atirou seu corpo de volta contra o suave assento coberto de vinil quando eles
decolaram.
Depois de manobrar o veículo fora do estacionamento e para a
estrada, o vaqueiro olhou para Rhys e perguntou:
— Você é sempre tão desajeitado?
Rhys abaixou a cabeça. De jeito nenhum admitiria a esse homem que
sua voz profunda e rara enviava arrepios através do seu corpo. Apenas ouvi-lo,
fez com que seus pés se tornassem emaranhados. Espreitando as pestanas,
ficou deslumbrado pelo brilhante sorriso branco contra a pele bronzeada do
homem. Oh, ouch. O zíper implacável de seu jeans pressionou contra seu pau
endurecido.
O vaqueiro franziu a testa.
— Você não fala muito, não é?
Merda, a humilhação poderia ser maior?
Os sinais de pare nas esquinas pareciam ter mais inteligência. Rhys
limpou a garganta seca e depois a limpou novamente, enquanto tentava não
revirar os olhos para sua estupidez.
— Sou Rhys Kent. — Rhys apertou a mão em um punho, pronto para
bater-se por sua excitação.
— Prazer em conhecê-lo, Rhys. Joseph Beck ao seu serviço. — Joseph
sorriu de novo, e o coração jovem e frágil de Rhys derreteu. — Me chame de
Joe.
Rhys assentiu.
— Obrigado pela ajuda, Joe.
As mãos de Joe apertaram o volante até os dedos ficarem brancos.
— Eu não tenho certeza do que estava acontecendo, mas não gostei
do jeito que o velho te deixou no chão. Esse tipo de porcaria é inaceitável.
— Papa acredita em governar a família com uma mão firme. — Rhys
fez uma careta com as lembranças de estar no lado errado do temperamento
de Papa.
— Você tem um lugar para ir? — Joe o olhou. — Estou indo para
Helena. Se o seu destino estiver a caminho, ficarei feliz em levá-lo.
Alívio varreu Rhys.
— Helena é onde eu preciso estar. — Admitiu, cruzando as mãos.
Ttinha o hábito de expressar suas emoções com as mãos, mas
decidiu que era hora de quebrar o hábito. Ele não queria que Joe pensasse que
era uma rainha do drama.
O caloroso sorriso de Joe alcançou seus olhos castanhos, e Rhys
queria deslizar pelo assento e enrolar-se como se fosse um gatinho e esfregar-
se por todo o vaqueiro.
— Bem, é uma hora de carro, então fique confortável. — Joe voltou-
se no assento para a parte traseiro e pegou uma pequena bolsa térmica
vermelha e branca. Depois de colocá-la entre eles, disse: — Há sanduíches,
chá gelado e refrigerante. Você pode se servir do que quer que seja tentador.
O primeiro pensamento de Rhys foi que achava Joe tentador. Ele
sorriu em agradecimento e depois ignorou a bolsa. Para ele, a vida no circo
significava estar com fome. Os trajes não permitiam qualquer sugestão de
gordura extra, nem Papa.
Para manter sua mente fora da comida e da tentação Joe, Rhys
começou a conversar.
—Achei Montana tão fascinante. — Rhys acenou com a mão para a
paisagem fora da janela do veículo. — Viemos pelo Oeste, de modo que viajar
pelas estradas tortuosas da montanha foi impressionante. Não podia acreditar
em quão plana e vasta a terra se tornava uma vez que deixamos as
montanhas. — Ele olhou para Joe e encontrou o vaqueiro o estudando. O mais
casualmente possível, ele abaixou a mão que apontava para os campos. — O
que?
— Quantos anos você tem? — A pergunta de Joe não era uma
exigência, e ainda assim era.
Rhys não entendeu o que poderia ter feito para fazer com que Joe
perdesse o sorriso.
— Dezoito, por quê? Quantos anos você tem?
O aperto em torno da boca de Joe diminuiu.
— Tenho dezenove anos.
Certo, isso o surpreendeu. Ele pensou que Joe fosse mais
velho. Talvez fosse seu profundo bronzeado? Rhys mudou de ideia e decidiu
que era a confiança silenciosa que o fazia parecer maduro.
Rhys esfregou a alavanca de bloqueio na porta. Silêncio se instalou
no interior da camionete, e não tinha certeza se era uma coisa boa ou
ruim. Joe mexeu-se e ajustando seu chapéu de cowboy despertando sua
atenção.
— Você é um verdadeiro vaqueiro? — Ele tinha uma fraqueza para
livros e filmes do Velho Oeste.
— Minha família possui uma fazenda e cria bovinos de corte, se isso
me qualificar como um vaqueiro. — Joe abriu a bolsa térmica com uma mão e
puxou um sanduíche.
Tentando ser útil, Rhys pegou o sanduíche da mão de Joe e abriu o
envoltório. O cheiro de atum atingiu seu nariz. Não sendo um fã de atum, o
afastou enquanto puxava a embalagem para facilitar o acesso antes de
entregar de volta para Joe.
— Você monta cavalos e dorme sob as estrelas?
O pensamento desse tipo de liberdade era algo com o que
sonhava. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensaria, andar de cidade
em cidade com o circo não era excitante, nem libertador. A vida no circo era
apenas um trabalho repetitivo.
O cara riu e Rhys se perguntou se poderia se tornar o perseguidor de
Joe. Nunca na sua jovem vida esteve atraído por alguém. Seu pau estava
deixando uma mancha molhada em sua calça.
— Usamos cavalos e quadriciclos no rancho. — Respondeu Joe depois
de engolir uma mordida de sanduiche. — Passei muitas noites, durante a
temporada de partos, dormindo lá fora.
Rhys desviou o olhar do pomo-de-adão proeminente de Joe. Se
continuasse a observar cada vez que o outro engolisse em seco, faria algo
estúpido, como beijar o homem.
A palavra “partos” se registrou no cérebro infestado de
hormônio de Rhys.
Virando-se para enfrentar Joe, perguntou:
— Você já ajudou um bezerro nascer? A bolsa da vaca geralmente
estoura antes que o bezerro nasça? Quanto tempo leva um nascimento
normal? Quão grandes são os bezerros?
Joe riu e agarrou uma das mãos que Rhys balançava no ar.
— Você nem precisa dizer nenhuma palavra, não é? Essas suas mãos
contam toda a história.
Rhys olhou para baixo, muito envergonhado. Sua respiração
gaguejou quando Joe segurou sua mão e a pressionou em uma de suas coxas.
— Hey. — Joe apertou a mão de Rhys. — Não quis dizer nada com
isso. Nunca vi as mãos de ninguém se moverem como as suas.
— Está tudo bem. — Tudo o que Joe fizesse ou dissesse estava bem
para ele.
Reunindo sua coragem olhou para Joe. Os lábios do vaqueiro estavam
separados num sorriso tranquilo. Rhys sorriu de volta, ficando perdido
novamente em Joe Beck.
Joe voltou a concentrar-se na estrada, mas manteve a mão de
Rhys descansando em sua coxa. Era quase como se estivessem se tornando
namorados no ensino médio.
Pelo menos, foi o que Rhys pensou que poderia acontecer no ensino
médio. Nunca frequentou uma escola pública. As crianças do circo eram
educadas em casa.
— Para responder a sua pergunta, sim, já ajudei em um parto. —
Afirmou Joe. — Na verdade, tive que trabalhar em todos os tipos de animais no
rancho. Vamos ver...
Joe passou os próximos quarenta e cinco minutos descrevendo, em
grandes detalhes, o nascimento de animais no rancho, a castração de jovens
touros e cuidando dos mais diferentes ferimentos. Rhys ficou
encantado. Qualquer coisa que tinha a ver com procedimentos médicos
despertou seu interesse. Era algo que ele planejava explorar.
Um olhar pela janela mostrou mais e mais casas espalhas na
paisagem. Apareceram outdoors com sugestões de ótimos restaurantes e
lugares para obter combustível. Rhys vislumbrou um sinal verde anunciando
que Helena estava a quatro quilômetros de distância.
— Onde posso deixá-lo? — Perguntou Joe.
Rhys procurou uma resposta. O escritório de recrutamento não o
esperava até a manhã seguinte. Não queria que Joe soubesse que não tinha
nenhum lugar para ir. Quão estúpido seria isso?
Joe franziu o cenho e olhou para ele. Opa, talvez estivesse
demorando demais para responder.
Olhando pela janela, Rhys viu um sinal afirmando que as próximas
três saídas levanam a Helena.
— Hum... Pegue a primeira saída. — Rhys tinha algum
dinheiro. Felizmente, haveria um motel razoável por aí.
— Em que rua deveria virar quando sair da estrada? — A pergunta de
Joe foi tranquila, mas o franzir no seu rosto não era.
Porcaria.
Rhys percebeu que seria pego, mas decidiu explodir o caminho
através de algum tipo de resposta.
— Vire à direita no segundo semáforo. — Sim, isso pareceu bom. —
Não consigo me lembrar qual é a rua. Acho que é onde eu quero estar.
Joe soltou a mão de Rhys e empurrou o chapéu para trás um par de
polegadas. A tensão irradiou do vaqueiro quando o vermelho se espalhou por
suas maçãs do rosto altas.
— Olha, por que não me diz o que está realmente acontecendo? —
Joe exigiu.
Os olhos castanhos de Joe se tornaram tão duros quanto as pedras
ao lado da estrada. Rhys sabia que era hora de admitir a verdade, mesmo que
ele estivesse prestes a parecer um idiota.
— A razão pela qual Papa estava com raiva é porque disse que tinha
me juntado ao exército. Eu deveria partir amanhã para o treinamento básico.
— A risada curta de Rhys não tinha nenhum humor. — Como viu, ele não era
um fã da ideia.
Toda a expressão deixou o rosto de Joe enquanto ele manobrou em
torno de um lento Cadillac. Papa dirigiu aquele tipo de carro, mas, graças a
Deus, aquele era um azul profundo e não prata metálica. Se Papa o
encontrasse, Rhys não tinha certeza do que seu avô faria ou de como iria lidar
com as consequências.
Ele havia assinado documentos para seus próximos quatro anos com
o Exército e não havia muito que pudesse mudar esse fato.
Rhys olhou para Joe e notou que um nervo no canto da boca estava
torcendo. Algo acabava de acontecer, mas não conseguia descobrir o que. Joe
não estava com raiva. Era mais como se estivesse... Atordoado?
Joe fixou Rhys no lugar com um olhar intenso antes de voltar a
dirigir.
— Você tem um lugar para ficar?
Nesse ponto, entre a sua queda pelo cowboy e a exibição de poder de
Joe, Rhys só podia dizer a verdade.
— Não, não tive a chance de organizar algo. Tenho um pouco de
dinheiro, então acho que poderia encontrar um quarto de motel barato em
algum lugar.
A resposta de Rhys foi recebida com silêncio. Ele não ficou surpreso
quando Joe passou pela primeira saída para Helena. Com um hábito nervoso
que lhe valeu mais de uma bofetada nas mãos, Rhys começou a roer a unha
do dedo indicador.
Joe quebrou a crescente tensão perguntando:
— Eu vou ficar em um motel decente. Gostaria de compartilhá-lo?
Vaca sagrada!
A mente de Rhys começou a correr. Havia duas camas? Joe queria
compartilhar uma cama? Teria que dormir no chão? Ele podia fazer isso. Como
seria se visse Joe nu? Oh, cara. Ele gozaria na hora.
Santa merda.
Rhys relaxou em seu assento e olhou para Joe antes de olhar o para-
brisas.
— Claro, isso funcionaria. — Ele respondeu. Sim, se pudesse relaxar e
esfriar.
— Então, qual o seu trabalho no circo para seu Papa não querer que
partisse? — Joe pegou a terceira saída para Helena. — Ou foi só porque gosta
de manter sua família próxima?
— Meu Papa tem o polegar sobre todos da família. — Explicou
Rhys. — Seu principal objetivo é manter o circo rentável. Ele não precisa pagar
muito para familiares se providenciar todas as suas necessidades
diárias. Trabalhei com os animais. Papa tem esses sonhos de adicionar grandes
felinos na mistura e quer que eu lide com eles.
Num semáforo, Joe virou à esquerda e Rhys percebeu que estavam a
apenas dois quarteirões do escritório de recrutamento. Isso faria sua partida
no dia seguinte muito mais fácil.
— Entendo que não está a bordo com as ideias do seu pai. — Joe
acrescentou um piscar de olhos e entrou num estacionamento de motel. — É
por isso que se juntou ao Exército?
Rhys explodiu rindo. Quando voltou a respirar, ele disse:
— Ah, não. Papa é meu avô. Cara, ele é tão velho que não acho que
conseguiu fazê-lo funcionar, mesmo a dezoito anos atrás. — Rhys corou e
olhou para baixo, de repente encontrando o assoalho fascinante. Rhys durou
cerca de um segundo antes de espiar através de seus cílios para Joe.
Dentes brancos retos estavam a amostra contra a pele bronzeada, e
os olhos, castanhos como melaço, brilhavam com humor. Seu desejo por Joe
cresceu.
— Você é tão engraçado. — Joe riu.
O elogio tinha o rosto de Rhys crescendo quente. Desta vez com
felicidade.
Rhys decidiu confiar em Joe.
— O Exército vai me dar uma chance para ver se posso ingressar no
campo médico.
— Não acho que terá um problema com tudo o que planeja. — Joe
ainda estava sorrindo quando mudou o assunto. — Eu tenho um quarto
reservado aqui. Entre e veja o que parece.
Rhys olhou em volta e percebeu que estavam estacionados na frente
de uma grande cadeia popular de motel.
— Devo levar minha bolsa?
— Não, eu poderia acabar por estacionar perto de uma porta
diferente, dependendo de onde está o meu quarto. — Joe abriu a porta e saiu
da camionete.
Rhys correu ao redor do veículo e alcançou o vaqueiro. Um ao lado do
outro caminharam pela calçada em direção às portas da frente. Apenas dois
amigos, era o que eram. Rhys sorriu. Pela primeira vez tinha um amigo que
não era um parente de alguma forma.
Quinze minutos depois, acabaram levando o carro até a entrada
lateral do motel. O quarto no segundo andar continha duas camas queen-size,
uma pequena geladeira e uma cadeira reclinável. Rhys não conseguiu resistir e
desabou na colcha verde e azul da cama. Seu corpo saltou uma vez antes de
se acomodar confortavelmente no colchão. Parecia que dormir em conforto não
seria um problema.
Joe colocou a bolsa térmica na outra cama antes de se sentar na
borda do colchão.
— Vamos nos sentir confortáveis e depois comer alguma coisa. Você
se importa se ficarmos e terminarmos esses sanduiches?
Rhys mordeu o lábio, sem saber o que dizer. Ele não quis ofender
Joe. Finalmente, ele se instalou:
— Hum, temo que atum não seja um dos meus favoritos.
Joe fez uma pausa em retirar a bota de cowboy.
— Acho que minha mãe colocou alguns sanduíches de assado lá
dentro.
— Sua mãe te faz o almoço? — Rhys pensou que isso só acontecia na
televisão. Sua mãe passava seus dias praticando seu ato de girar pratos e
afastando as mulheres longe de seu pai.
— Bem, sim. — Joe começou a lutar com sua bota novamente. — Ela
cozinha, cuida da casa e, às vezes, ajuda a alimentar os bezerros órfãos.
Rhys levantou-se e foi até Joe. Agarrando a bota do homem com
ambas as mãos, ele deu ao calçado um puxão. Nada aconteceu. Joe girou o
dedo antes de endireitar a perna e segurá-la no ar.
Rhys montou a perna de Joe de costas para o vaqueiro. Inclinando-
se, ele começou a puxar até que a bota cedeu e soltou o pé de Joe. Aconteceu
tão rapidamente que Rhys teria pousado em sua cabeça se Joe não tivesse
agarrado a parte de trás do jeans. Depois de recuperar o equilíbrio, foi para o
outro pé ainda calçado de Joe. Um par de puxões depois e Joe teve que puxá-
lo novamente.
Desta vez, Rhys perdeu o equilíbrio e acabou caindo para trás. Mãos
enrolaram sob seus braços e puxaram-no para cima do corpo rígido de Joe.
Pânico o fez congelar em meio ao movimento e olhar ao redor em
busca de intervenção divina. Ele não podia deixar Joe descobrir que seu
indisciplinado pau tinha endurecido no instante em que seus corpos se
tocaram.
Rhys moveu-se em uma ineficaz agitação de braços e pernas. A única
coisa que ele conseguiu fazer foi deslizar Joe para a cama. Antes que pudesse
se mover, Joe estava em cima dele. Santa merda.
Era o céu e o inferno de uma só vez. Sua única esperança era que
Joe não lhe desse merda pelo membro duro pressionando contra sua perna.
— Pare. — Joe ordenou e apertou Rhys. — Você vai se machucar.
Rhys congelou e olhou para o rosto de Joe.
— Sinto muito. Não quero dizer nada com isso.
— De que diabos está falando? — Joe exigiu. — Sobre o que está se
desculpando?
— Bem... Hum... — O rosto de Rhys queimou em constrangimento
total, ele virou a cabeça. A parede tornou-se muito interessante de repente.
— Oh. — Essa única palavra estava cheia de compreensão. — O que
temos aqui?
Os olhos de Rhys quase saíram de sua cabeça. Joe tinha um aperto
firme em seu pênis. Olhou para o homem que estava fazendo algo que
ninguém nunca tinha feito com ele antes. Estaria alucinando? A fada dos
sonhos secretos teve piedade dele e lhe concedeu um desejo?
— O que está fazendo? — Rhys ficou tão surpreso que recuperar o
fôlego estava se tornando um problema.
Joe inclinou a cabeça para trás e riu. A visão de toda essa pele
bronzeada e o pomo-de-adão teve o local já molhado no jeans de
Rhys crescimento maior.
Rhys se sacudiu, assustado quando Joe se inclinou e beijou o canto
de sua boca.
— Para responder à sua pergunta. — Joe sussurrou próximo
ao ouvido de Rhys. — Estou te beijando e tocando esse seu doce pau. — Joe
inclinou para trás, e seu sorriso desapareceu. — Diga-me se não quer isso,
Rhys, e vou parar.
Os primos de Rhys podiam ter lhe chamado de muitas coisas, mas
tolo não foi uma delas. Ele deveria recusar sua primeira oportunidade para um
contato homem-homem? Não nesta vida.
Agarrando toda a coragem que possuía, Rhys disse:
— Acho que você deveria me beijar de novo.
Em primeiro lugar, não sabia o que fazer. Os lábios de Joe sentiam-se
macios contra os dele, e ele gostou. Pelo menos, pensou que gostou. Estava
tão nervoso em atrapalhar-se que simplesmente ficou parado.
Depois de alguns minutos, Joe sussurrou:
— Abra-se para mim.
O primeiro toque da língua esfregando contra a sua fez Rhys levantar
e afastar do beijo. Ele ficou tão chocado que só podia olhar para o belo
cowboy. Só agora percebeu que Joe havia perdido seu chapéu em algum
momento. Os cabelos descobertos, sedosos e castanhos claro do cara
tornaram-no ainda mais bonito.
— Qual é o problema? — Joe tocou o rosto de Rhys com as pontas
dos dedos.
— Acabei de gozar na minha calça. — Rhys falou e fechou os olhos.
Rhys decidiu que agora seria um bom momento para o estado de
Montana ter um enorme terremoto. Não estava seguro de que os terremotos
ocorriam aqui, mas foi um ótimo momento para começar a ter eles. Como
agora mesmo.
Quando a Terra não abriu e o engoliu completamente, Rhys abriu os
olhos apenas o suficiente para ver o quanto Joe zombaria dele.

*****
Joe perguntou-se como o destino poderia oferecer-lhe uma mão tão
impressionante e tão ruim ao mesmo tempo. Era tudo o que podia fazer para
não derrubar Rhys e esfregar seus corpos juntos até que não aguentar mais e
ceder a necessidade. O pensamento de estar dentro daquele cara fascinante
fez seu pênis latejar com a vontade. E, no entanto, amanhã, Rhys partiria para
o Exército, e ele ingressaria na Marinha.
Não podia pensar numa situação pior. Deveria aproveitar a sua noite
e fazer uma lembrança para quando os tempos se tornassem difíceis? Por
outro lado, o rosto expressivo de Rhys e o culto do herói em seus olhos azuis
lhe disse que seria melhor para ambos se recuasse.
Os quadris de Rhys tremeram, e o atrito enviou o seu desejo
subindo. Foda-se. Joe não podia mais aguentar. Inclinando-se, ele capturou os
lábios de Rhys. Não importava o outro não soubesse nada sobre beijar. Com
algumas mordiscadas, trocando de ângulos e sugando o lábio inferior cheio, o
jovem começou a beijar como se ele fosse profissional.
Joe abaixou e se atrapalhou para abrir as calças de Rhys com uma só
mão. Aos dezenove anos, ele havia feito isso apenas uma vez antes. Com
alguém cinco anos mais velho, e Joe foi o passivo. Ele aprendeu uma lição
valiosa. Não estava em sua personalidade ser o receptor. Suas necessidades
corriam em ser ativo.
Rhys afastou do beijo e agarrou a camiseta de Joe.
— Estou pegajoso.
— Alguém me disse uma vez que o sexo não era bom, a menos que
as coisas ficassem confusas. — Joe sorriu para a maneira como os olhos
azuis de Rhys se arregalaram.
O aperto em sua camisa aumentou.
— Nós ainda vamos fazer isso?
— Fazer isso? — Joe provocou antes de voltar a ficar sério. — Nós
podemos ir tão longe quanto você queira, ou não fazer nada. Você decide.
Rhys soltou a camisa de Joe e alcançou o botão superior de seu
jeans.
— Vamos fazer isso.
Joe riu quando eles trabalharam juntos com o intuito de conseguir o
jeans de Rhys fora. Enquanto Rhys sentou e tirou a camisa, Joe deixou a cama
e tirou a roupa. Alcançando a bolsa, encontrou a garrafa de lubrificante e abriu
a caixa de preservativos que seu irmão mais novo, Kyle, insistiu para ele levar.
Aos dezessete anos, Kyle estava obcecado com germes e ficar
doente. Um Natal, como uma piada, Joe e seus outros irmãos, compraram a
Kyle um macacão de proteção que o cobriu do topo de sua cabeça até a sola
dos pés. Kyle só o tirou quando sua mãe gritou que não seria vista com ele se
usasse a coisa na cidade.
Aproximando-se da cama, Joe apreciou a visão do tremulo e doce
Rhys esperando por ele, todos os membros magros e a pele pálida. Rastejando
sobre Rhys, Joe se certificou de esfregar seus corpos juntos.
— Oh, cara, eu acho que eu vou gozar. — Suas mãos estavam
tremulas sobre os ombros de Joe.
Joe esfregou o nariz contra o pescoço de Rhys, amando o cheiro
fresco da luz do sol com um toque de mel.
— Você sabe que se tentar segurá-lo, isso melhorará no final.
— Muito tarde. — Rhys apertou os dentes e fechou os olhos. A
umidade quente espalhou-se sobre a perna de Joe.
Rhys abriu os olhos. O pânico brilhava em suas profundezas vitais, e
o pobre homem parecia estar prestes a chorar.
— Sinto muito.
Joe puxou-o perto.
— Está tudo bem. Você pode gozar quantas vezes quiser.
Uma mão empurrou entre seus corpos e cercou pau duro e exigente
de Joe. Sua respiração sibilou entre os dentes, e ele fechou os olhos,
procurando por controle. Quando essa mão começou a acariciar sua pele
sensível, o prazer o fez quase perder sua própria batalha e gozar muito cedo.
Joe precisava mover as coisas. Ele deslocou até estar deitado lado a
lado com Rhys. Agarrando o lubrificante, tirou a tampa com o polegar,
satisfeito com o efeito. Parte dele queria impressionar Rhys com sua
experiência.
Excitação o fez apertar a embalagem demais e o líquido claro e denso
escorreu para o lado. Rhys estendeu a mão e pegou um pouco com o dedo. A
pressão desse dedo escorregadio na cabeça de seu pênis fez Joe
automaticamente empurrar o quadril para frente, buscando mais
estimulação. Rhys deu-lhe o que ele precisava e dedos finos agarraram seu
eixo. O mover da mão firme para baixo causou arrepios na espinha de Joe.
O prazer dos dedos de Rhys foi novamente começando a ser
demais. As bolas de Joe começaram a contrair e pressionar em seu corpo. Era
hora de começar a trabalhar.
Aproximando-se, pegou o preservativo do lençol e entregou-o a
Rhys.
— Coloque isso em mim.
Joe assistiu Rhys pegar o preservativo e estudar o invólucro,
enquanto o segurava apenas pelas bordas. Ele virou-o e leu o verso. O
pensamento que esteve acenando na parte de trás de sua mente veio à
tona. Esta poderia ser a primeira vez de Rhys? Joe não tinha certeza do que
pensar. A honra de ser o primeiro era uma coisa boa ou ruim?
Suas suspeitas foram confirmadas quando Rhys abriu o invólucro e
esfregou o preservativo lubrificado.
— Não deve ser muito difícil de colocar. É um pouco viscoso.
Depois de algumas tentativas, Rhys conseguiu obter o preservativo
no pênis de Joe pronto para explodir. Precisando de um segundo para se
compor, Joe ficou de joelhos, fugindo dos dedos exploradores. Não querendo
envergonhar Rhys, ele decidiu não lhe perguntar a extensão de sua
experiência. Ele tomaria as coisas o mais lento possível, e juntos resolveriam
as coisas.
— Por que não fica sobre suas mãos e joelhos? Isso deve facilitar as
coisas. — Sugeriu Joe. Isso ajudou durante a primeira vez.
— Ok. — Rhys virou-se e estava apresentando sua bunda em um
segundo.
Joe só podia olhar para as linhas magras e a linda bunda
de Rhys. Estendendo a mão, ele segurou a pele macia, suave
das nádegas. Todo o corpo de Rhys tremeu quando Joe estendeu a carícia para
baixo ao longo da coxa tensa.
— Minhas bolas vão cair se me fizer gozar uma vez mais. — Rhys
reclamou. — Se tiver que me perder, pelo menos que seja durante o evento
principal.
Joe riu. Agarrando a garrafa de lubrificante, ele cobriu os dedos com
o líquido fresco.
— Tudo bem, vou te preparar agora. Se sentir dor, fale-me. Vou
diminuir a velocidade ou parar, o que você quiser.
Ele nunca arruinaria sexo para alguém se pudesse evitar. Ambos
teriam muitos anos de prazer sexual diante deles, e Joe planejava sempre ter
grandes lembranças.
— Ok, o que devo fazer? — O entusiasmo de Rhys era tão bonito.
— Abra as pernas e relaxe. — Instruiu Joe.
A visão do ânus de Rhys deu-lhe coceira no dedo para tocar. Então o
fez. A pele enrugada delicada de Rhys, logo estava brilhando com lubrificante,
e cedeu sob seu toque questionador. Um dedo escorregou, e o canal o apertou.
— Relaxe. — Joe manteve o tom de sua voz suave. Ninguém relaxava
quando alguém dizia essa palavra.
— É muito maior do que o meu. — Comentou Rhys e se contraiu.
Um forte calor cercou o dedo de Joe até a primeira junta. O corpo de
Rhys se esticou.
— Você quer que eu pare? — Tudo o que Joe conseguia pensar
era: Por favor, por favor, não me faça parar.
— Continue indo. — Rhys pareceu desesperado.
Joe começou a mover seu dedo dentro e fora da entrada de Rhys até
o movimento se tornou mais fácil. Rhys ficou tenso com o segundo dedo, mas
logo começou a empurrar para trás e aceitá-los.
— Joe, é tão bom. — A maravilha em sua voz estimulou seu desejo.
Ele não podia esperar mais. A necessidade de Joe de estar dentro
bloqueou todas as suas boas intenções. Alinhando o pau para aquela doce
entrada, Joe entrou.
— Merda, Joe. — Rhys avançou.
Joe pegou Rhys pelos quadris e ambos congelaram. Sanidade voltou.
— Sinto muito. — E ele fez. Ele nunca quis machuca-lo. — Você quer
parar? — A pequena voz em sua cabeça implorou, por favor, por favor não
parar. Você se sente tão bem.
Suor escorreu pela pele pálida entre as omoplatas curvadas de Rhys.
— Não, continue.
— Empurre para fora. Isso pode ajudar. — Joe esperava que iria
ajudar. Seu pênis queria assumir, e ele estava se segurando apenas por um fio
fino.
Rhys empurrou para fora, e Joe foi mais fundo. Cerrando os dentes
juntos, ele começou um ritmo lento, fácil, tentando torná-lo bom. Rhys
começou a relaxar, mas ficou de joelhos quando seu pau empurrou contra seu
ponto doce.
Pobre Rhys parou de se mover em meio ao movimento.
— Joe...
Ele não tinha certeza do que o outro estava pedindo. Joe colocou uma
mão no peito de Rhys e a outra nas costas dele e empurrou o cara de volta
para suas mãos.
— Toque-se. — Joe ordenou. O pau de Rhys estava apenas meio
duro.
Uma vez que Rhys começou a se masturbar, o sexo correu em alta
velocidade. Empurrar para o calor apertado de Rhys era o paraíso, e Joe
percebeu que não ia durar muito tempo. Depois de apenas alguns empurrões,
sêmen bombeou de suas bolas e subiu até o comprimento de seu pênis que
explodiu dentro do preservativo.
As investidas de Joe tornaram-se errático enquanto sêmen
continuava a bombear de seu corpo. A felicidade era astronômica. Ele estava
apenas começando a descer quando o canal de Rhys apertou seu pênis em
outro orgasmo.
— Merda. — Joe gritou.
Os braços de Rhys desabaram, enviando os ombros do cara para o
colchão. A mudança no ângulo enviou outra onda de desejo através
Joe. Necessidade o fez puxar o quadril de Rhys contra o dele e esvaziar tudo o
que ainda tinha. Depois de uma última contração, Joe entrou em
colapso. Droga, o sexo era bom.
Demorou um pouco, mas uma vez que Joe recuperou o fôlego, ele
disse:
— Por favor me diga que você gozou.
— Oh, sim. — Rhys respirou.
Sabia que precisavam se limpar. Isso era parte do sexo. Mas limpeza
poderia ser um tipo totalmente diferente de diversão. Segurando o
preservativo, Joe se retirou.
— Isso não é divertido. — Rhys afirmou.
— Eu sei que está muito dolorido para mais sexo agora, mas há muito
que podemos fazer no chuveiro se estiver interessado. — Joe tentou. — Uma
vez que esteja acostumado a isso, podemos ter sexo o tempo todo.
— Ok.
Na declaração de Joe, o sorriso de Rhys iluminou seu rosto e seus
olhos azuis brilharam com felicidade. Saindo da cama, ele se dirigiu para o
banheiro. Joe percebeu o cara estava andando com um ligeiro coxear.
Joe ficou sentado na cama, com a bagunça pegajosa do preservativo
ainda pairando em seu pênis. O que diabos tinha acabado de fazer? Não
haveria tempo para Rhys se acostumar com o sexo entre eles. Tinham apenas
aquela noite.
Rhys estava de partida no dia seguinte para o Exército. E Joe não lhe
disse que também embarcará num ônibus, só que o seu irá para uma base
naval.
Não poderiam ir para o centro de recrutamento juntos, de mãos
dadas, e ter um grande e dramático adeus. Joe tinha planos que incluíam
missões secretas e eliminar a escória da humanidade. Não incluíam um ex-
artista de circo bonito.
— Joe, você vem? — Rhys inclinou-se ao lado da porta do
banheiro. — A água está quente e pronta para nós.
A visão de um Rhys tentador e nu fez os hormônios inflamarem
através do corpo jovem de Joe. A decisão de partir pela amanhã tornou aquele
momento mais fácil.
Levantando uma sobrancelha, deu a Rhys o que esperava ser um
olhar sexy e diabólico.
— Aqui vou eu, homem sexy. — Ele pulou da cama e correu atrás de
Rhys que recuou rindo.

*****
O sol da manhã batia na cabeça raspada de Joe quando ficou
escondido entre a multidão de famílias dizendo adeus a seus entes
queridos. Colocar o chapéu de vaqueiro poderia chamar muita atenção, o que
iria atrapalhar todos os seus planos.
Tinha sido difícil, antes, quando deixou Rhys dormindo no motel. De
alguma forma tomou a decisão de manter as coisas menos estranhas,
ignorando a coisa toda do adeus.
Também precisou pegar seu pai no aeroporto. No dia anterior, antes
de deixar o rancho, Joe se despediu de sua mãe e irmãos. Seu pai estava
numa reunião de associação de gado de corte em Kansas City, mas naquela
manhã voou de volta para a cidade, a tempo de ver Joe antes que partisse.
Tudo funcionou bem.
Joe estava em seu caminho para o treinamento básico, e seu pai
poderia dirigir sua camionete para casa.
Amava seu pai. Mais importante, ele o respeitava. Suas lágrimas
combinavam com as nos olhos de seu pai quando tinham se abraçado em
despedida.
Agora precisava fazer mais uma coisa antes de embarcar no ônibus
esperando do outro lado da estrada. Saiu de atrás de um homem corpulento
que estava dando a um cara, que parecia ser uma versão mais jovem de si
mesmo, um monte de conselhos sobre como se manter vivo.
Descendo a rua, o cabelo castanho-claro de Rhys se destacava na luz
solar quando fez o seu caminho através da multidão em movimento. Joe
queria ir até ele e vê-lo sorrir mais uma vez, mas não era para ser.
Rhys tinha quase atingido a passarela que o levaria às portas da
frente do prédio de recrutamento quando um movimento à esquerda de Joe
chamou sua atenção. Os dois primos e o Papa de Rhys estavam indo em seu
encalço. Sem dúvida, iriam tentar impedi-lo de alcançar seu sonho. Tinha que
fazer algo.
Assim que os três homens se aproximaram dele, jogou a mala na
calçada na frente deles e mergulhou para o chão como se tivesse
tropeçado. Quando os joelhos e as mãos bateram na calçada, fez uma nota
para não fazer isso de novo.
Droga, aquilo doía.
Os primos pararam antes de colidir com Joe e conseguiram estabilizar
Papa antes dele cair. As pessoas ao redor correram para ajudá-lo a se levantar
e ver se estava bem.
Com o canto do olho, viu Rhys desaparecer no edifício, e sorriu.

Capítulo Um

Dias atuais…

Joe Beck tinha visto muitas coisas loucas em seus vinte e nove anos,
mas um homem descalço, seminu, num cavalo não era uma delas. Adicionando
a imagem peculiar havia um Schnauzer1 gigante correndo ao lado do par.
— Esse é Rhys. — Afirmou Roman Marshall. — Ele é um dos
batedores do Resgate Contratado do Oeste.
Choque, descrença e excitação explodiram em Joe.
Poderia ser seu Rhys?
Nunca conheceu outro alguém com esse nome. Um dia esperava ver
Rhys novamente, mas quem diria que uma chamada do seu velho amigo, Styx,
tornaria isso possível?
Ou seja, se aquele fosse seu Rhys.
Joe estudou o homem vestido apenas com um short preto. Não

1
É uma raça de cachorros vinda da Alemanha.
demorou muito para concluir que se tratava de Rhys Kent, o homem que não
via há mais de dez anos.
Rhys tinha encorpado e talvez estivesse um pouco mais alto, mas
ainda estava magro, assim como Joe gostava de seus homens.
A surpresa fez Joe dar um passo rápido para trás. O movimento
repentino o fez se torcer um pouco para recuperar o seu equilíbrio na perna
protética.
A vida tinha lhe dado uma nova mão de cartas, em uma estrada de
terra no meio de um grande deserto.
Duas vezes agora, Joe tinha pensado em Rhys como dele. Merda, isto
era uma inesperada reviravolta dos acontecimentos. Joe, mentalmente,
sacudiu-se e recuperou a sensação de calma.
Não impressionaria seu chefe potencial se perdesse o equilíbrio
novamente e caísse em cima dele, durante a entrevista de emprego. Até agora
a entrevista tinha ido mais do que bem.
— Então, o que acha? — Roman perguntou.
O brilho nos olhos azuis escuros do homem, e a forma como o canto
da boca se franziu disse a Joe que Roman estava se perguntando sobre sua
reação a Rhys.
Graças a Deus, sua formação com os SEALS havia lhe ensinado a
pensar rapidamente sobre pressão.
— Você tem uma ótima configuração aqui.
Joe olhou ao redor para o celeiro e currais, que ele tinha visitado. A
reunião com o marido de Roman, Jimmy, e trabalhar com um cavalo por
alguns minutos tinha sido interessante.
Joe conhecia um teste quando via um.
— Quando Styx ligou e disse que tinha uma vaga para alguém que
cuidasse de celeiros e cavalos, fiquei intrigado. Agora que vi tudo o que você
tem para oferecer, acho que este lugar é ótimo.
— Joe Beck, aceita o cargo de gerente de celeiro no Resgate
Contratado do Oeste?
Surpreso, e ainda encantado com uma oferta tão formal, Joe
respondeu:
— Sim, aceito.
— Isso é ótimo. — Roman respondeu e estendeu a mão. — Bem-
vindo ao Resgate Contratado do Oeste.
— Obrigado, senhor. — Joe sacudiu a mão de Roman. — Acho que as
coisas vão dar certo.
A terra tremeu e os sons de bater de cascos encheram o ar. Poeira
voou quando o enorme cavalo marrom-e-branco parou a poucos metros deles.
Joe encontrou os olhos azuis com raiva de Rhys.
O homem olhou para ele e exigiu:
— O que faz aqui?

*****
Rhys não podia acreditar. Depois de todos aqueles anos, o calhorda
Joe Beck tinha aparecido em Resgate Contratado do Oeste. Para Rhys, Joe era
cada grama de um sujo, podre calhorda, trapaceiro. Não importava o quanto
tentasse, todos os seus relacionamentos passados não deram certo porque
seus parceiros não tinham algo que era só de Joe.
E odiava isso.
Odiava que ainda sonhasse estar nos braços do vaqueiro. Odiava
que, não importava com quantas pessoas esteve, não poderia esquecê-lo.
Acima de tudo, odiava Joe por deixá-lo sem dizer uma palavra. A
traição ainda doía.
Não dando ao cowboy a chance de responder, Rhys colocou uma
pequena quantidade de pressão sobre o lado de Oma com o pé. O cavalo
obediente virou-se, e depois de Rhys moveu os dois pés em um minúsculo
movimento para frente, Oma galopou para longe dos dois homens que
estavam ao lado do celeiro. Um sinal de mão para Mich fez o cão segui-lo de
perto.
Enquanto galopavam em direção às montanhas, descobriu que podia
respirar um pouco mais fácil. Precisava de um pouco de tempo para recolher
seus pensamentos.
A meio caminho para as montanhas, virou e começou a voltar. Ele
não estava fazendo nada, além de cansar Mich e correr o risco
de superaquecer Oma. Era hora de retardar o grande cavalo e dar o seu cão
uma pausa.
Meia hora depois, Rhys puxou Oma para o celeiro com o sempre
leal Mich seguindo atrás. O schnauzer gigante foi até uma tigela de água na
parede e tomou a bebida muito necessária, antes de se deitar no centro do
fresco corredor de concreto.
Na baia de Oma, Rhys automaticamente começou a escovar o cavalo,
enquanto sua mente permaneceu em um estado de turbulência.
— Você está bem, Rhys? Não é muitas vezes que há uma carranca em
seu rosto. — Jimmy entrou na baia, trazendo a Oma um novo balde de água e
um pequeno cubo de feno.
Rhys olhou para Jimmy antes de dirigir a escova de Oma para o seu
baixo-ventre. Os olhos verde-claro de Jimmy estavam muito atentos aos de
Rhys, para seu conforto, e houve momentos em que tinha que preparar-se
para o que poderia sair da boca do homem flamejante. Agora estava muito cru
para lidar com qualquer coisa intensa.
— Sim, está tudo bem. — A lateral-esquerda do casco chamou sua
atenção. Erguendo de sua posição encurvada, Rhys deu a volta atrás do cavalo
e, com um toque em sua pata, levou o animal a levantar o casco para ele. —
Jimmy, quando é que o ferreiro está agendado para dar uma olhada nos
cavalos? — Ele perguntou quando tocou a pequena rachadura no casco de
Oma.
Jimmy se aproximou e passou um dedo ao longo da borda do casco
antes de Rhys colocá-lo de volta para o chão.
— Roman contratou um cara novo hoje para assumir as funções do
celeiro, para que eu possa me concentrar no material de escritório a partir de
agora. Ele tem experiência como ferreiro.
— Maravilhoso. — Rhys mordeu entre dentes cerrados.
— O quê? — Jimmy estava estudando-o muito de perto.
— Nada. — Rhys colocar a escova em seu cubículo, deu um tapinha
em Oma mais uma vez, e sussurrou um agradecimento em seu ouvido por sua
cooperação.
Depois de sair da baia, Rhys fez uma pausa quando Jimmy gritou:
— O almoço será em quinze minutos. Roman quer que todos estejam
lá e conheçam Joe.
— Você o conheceu? — Rhys esperou por Jimmy alcançá-lo. Pela
primeira vez, não teve que olhar para cima, uma vez que eram praticamente
da mesma altura.
Juntos, deixaram o celeiro com Mich ao seu lado, e seguiram para a
fazenda. Rhys mal percebeu o cascalho grosso do pavimento sob as solas
endurecidas de seus pés. Sapatos era algo que nunca pode se acostumar. No
circo, nunca os usava. Uma vez que deixou o Exército, prometeu apenas usar
botas quando necessário. Desde que se juntou a Resgate Contratado do Oeste,
usava botas para salvamentos e, às vezes, para o treinamento. O resto do
tempo, se pudesse fugir com isso, seus pés estavam nus, com mocassins
macios ou chinelos.
— Estive no processo de entrevista e lhe mostrei em torno do celeiro.
— Jimmy parou de andar e se virou para Rhys. — Olha, vai descobrir mais
cedo ou mais tarde, por isso, acho que não faz mal saber agora. Antes de
Roman contratar Joe, tive que ver quão competente ele é torno dos
cavalos. Você sabe tão bem quanto eu que uma pessoa tem que ser ágil em
torno destes animais, ou coisas ruins podem acontecer, para não mencionar o
trabalho pesado e limpeza.
— Do que está falando? — Rhys perguntou-se se estavam falando da
mesma pessoa. — Joe cresceu em um rancho. Claro, que ele pode lidar com os
cavalos.
Jimmy inclinou a cabeça para o lado. O brilho especulativo que cruzou
seus olhos deixou Rhys na borda. As próximas palavras do homem o
lembraram que tinha acabado de deixar o gato fora do saco.
Merda.
— Como sabe que Joe cresceu em um rancho? — Uma das
sobrancelhas de Jimmy subiu enquanto esperava por sua resposta.
Não adiantava. Jimmy incorporava o chefe com facilidade. Rhys não
teve uma chance no inferno de ir contra o homem. Era hora abrir o jogo.
— Posso ter me encontrado com Joe antes. — Rhys admitiu. — Mas
não o vi, tipo, por dez anos.
Jimmy colocou a mão sobre o braço de Rhys.
— Então, você não sabe?
Apreensão endureceu sua coluna. Algo tinha acontecido com Joe. Seu
Joe. Rhys mentalmente sacudiu a cabeça. Joe tinha escolhido não ser dele. Ele
tinha tomado a decisão sem consultar Rhys. Essa era a verdade, e teve que
viver com o amargo fato há mais de dez anos.
— O que está acontecendo com Joe? — Rhys preparou-se para a
resposta. Não importava quantas vezes decidiu que não se importava, em sua
alma, ele sempre o faria.
— Rhys, Joe perdeu parte de sua perna durante sua última missão,
quando o veículo em que estava andando passou por uma mina terrestre.
A marreta de choque colidiu contra o estomago de Rhys, tirando sua
capacidade de respirar ou pensar. Mãos agarraram seus braços, mas no meio
de toda a agitação, não podia vê-los. Imagens de pernas que terminavam em
tocos bombardearam sua mente.
— Rhys, você está bem? — A preocupação de Jimmy atravessou o
tornado de choque e horror.
— Preciso tomar banho antes do almoço. — Rhys se afastou das mãos
de Jimmy e correu para a fazenda.
— Rhys, espere. — Jimmy gritou. — Vamos falar sobre isso.
Ele não tinha nada a dizer. Suas memórias de Joe eram de um
cowboy bonito e forte, cujo corpo lindo o havia incendiado. Agora, sua mente
estava imaginando Joe deitado na areia, gritando de dor e coberto de sangue.
Alcançando a porta da frente, Rhys abriu-a e entrou apenas
segurando a porta aberta o tempo suficiente para Mich segui-lo. Não havia
nenhuma maneira que queria encontrar alguém no momento. Ainda estava
lidando com a visão de Joe novamente e agora descobrir que ele foi
horrivelmente ferido. Durante os anos desde a seu encontro, pode ter desejado
dar um soco no rosto do cowboy, mas nunca teria desejado que Joe ficasse
gravemente ferido durante a guerra.
Normalmente, a melhor coisa sobre a fazenda era a frieza do
assoalho contra as solas dos seus pés. Naquele dia Rhys não percebeu nada,
exceto a necessidade de chegar a seu quarto sem ser notado.
Risos e vozes ecoaram pela casa da direção da cozinha. Rhys virou à
esquerda no final do corredor onde os quartos ficavam. Tudo o que precisava
fazer era segurar sua compostura até chegar ao chuveiro. Lá poderia se
reagrupar e preparar-se para lidar com aquela situação fodida.
Uma vez dentro de seu quarto, tirou o short, deixando-o em uma
pilha no chão, e se dirigiu para o banho. Mich foi até sua cama de espuma e,
depois de virar em um círculo, estabeleceu-se para um cochilo. Aos nove anos
de idade, Mich estava abrandando. Era quase como se um interruptor tivesse
sido desligado. Um dia Mich estava bem, e no próximo seu focinho estava
branco como a neve. Rhys tinha notado, durante e depois dos últimos
resgates, que Mich parecia estar mostrando sinais de dor por artrite e uma
falta da resistência que precisava para o trabalho árduo de encontrar pessoas
desaparecidas.
Com o coração pesado, Rhys tinha prestado atenção na comunidade
de busca e salvamento com cães por um filhote de cachorro em potencial.
Bons cães eram difíceis de encontrar, e poderia demorar um pouco antes de
encontrar o caminho certo.
Água morna choveu sobre Rhys a partir de múltiplas direções ao
longo das paredes de azulejos beges e do teto. Ele precisava disso. Pegando o
sabão, esfregou-se para lavar e enxaguar o suor do seu corpo. Como as bolhas
deslizando pelo ralo, seu choque do que descobriu sobre a lesão de Joe
começou a desaparecer, e raiva começou a ferver. As feridas causadas pela
humilhação de acordar sozinho naquela manhã ensolarada dez anos atrás se
abriram. A lembrança de andar os dois quarteirões para o centro de
recrutamento, enquanto a traição pulsava em seu coração jovem fez as velhas
feridas sangrarem.
Depois de desligar o chuveiro, Rhys passou uma toalha sobre as
gotas de água que cobriam sua pele bronzeada. A camiseta e jeans foi tudo o
que ele poderia colocar neste momento, sua raiva começou a ferver antes de
se transformar em gelo.
Descalço, saiu do quarto com Mich ao seu lado. Deu apenas alguns
passos quando uma porta abriu atrás no corredor. Olhando por cima do ombro,
Rhys viu que era Joe. Não querendo falar com ele novamente, Rhys não
reconheceu o grande cowboy e continuou andando.
— Nunca pensei que você seria um fugitivo. — Joe falou daquela
forma preguiçosa dos vaqueiros.
Rhys virou-se e caminhou até estar a centímetros do homem muito
mais alto.
— Não perco meu tempo com mentirosos. Fique longe de mim. —
Rhys virou-se para deixar o vaqueiro em sua poeira.
Uma mão forte apertou o pulso de Rhys, parando sua grande
saída. Depois de respirar fundo para tentar acalmar suas emoções turbulentas,
ele olhou por cima do ombro e para Joe.
— Acho que dez anos foi um tempo longo o suficiente para ter ficado
longe de você. — Joe puxou Rhys pelo braço.
Rhys não tinha escolha se quisesse manter alguma dignidade na
situação. Ele se voltou para o homem que tinha sido seu breve primeiro amor,
antes de quebrar seu coração em pedaços. Que Joe estivesse facilmente
puxando-o mais perto, chateou Rhys ainda mais.
— Pare com isso. — Rhys puxou seu braço. — Você sabe, se não
fosse por sua perna, eu te jogaria aqui mesmo no chão.
Joe sorriu, e o corpo de Rhys ficou dormente. Aquele era o mesmo
sorriso que esteve no seu rosto há dez anos, antes do homem maior empurrar
seu pau fundo dentro dele. A lembrança daquele sorriso assombrou a maior
parte das suas noites.
Um momento de desconcentração e desembarcou nos braços de
Joe. Enquanto Rhys tinha crescido cerca de cinco centímetros desde a última
vez que estiveram tão perto, Joe deve ter esticado uns bons quinze
centímetros. O que fazia dele uns vinte centímetros mais alto do que Rhys.
Dedos puxaram as extremidades do cabelo de Rhys.
— Eu prefiro uma cama, mas se quiser rápido e sujo no chão, aceito.
Em um movimento surpresa, Rhys bateu os braços de Joe longe e
correu para a cozinha.
— Deixe-me sozinho. — Ele gritou por cima do ombro.
Os ombros de Rhys podem ter endurecido e empurrado para cima,
mas continuou andando quando ouviu o murmúrio de Joe.
— Não nesta vida, querido.

*****
Joe olhou ao redor da longa mesa de jantar retangular em todos os
diversos homens rindo, brincando, e geralmente dando-se um bem-humorado
momento difícil. A camaradagem e familiaridade o lembrou de uma mistura
entre a casa no rancho, onde sua família se reunia em torno da mesa para a
refeição da noite, e o refeitório durante seus dias na Marinha.
Quando Roman o apresentou, cada homem tinha lhe dado as boas-
vindas e disse-lhe um pouco sobre a sua posição em Resgate Contratado do
Oeste. Joe percebeu que a pequena explicação o ajudou a lembrar quem era
quem.
Era óbvio que aquele grupo era unido. O que achou fascinante era
que todos eram gays. Já tinha ouvido falar de Resgate Contratado durante
seus dias com os SEALs. O setor gay que não existia oficialmente nas forças
armadas, sussurrava sobre a empresa composta de homens gays que
arriscavam suas vidas para salvar as pessoas de desastres naturais e
provocados pelo homem. Os homens que estavam prestes a terminar suas
carreiras militares, mas ainda viviam em alta adrenalina desejavam
encaminhar seus currículos em busca de uma chance de se tornar um membro
da equipe de resgate. Quando o ramo oeste inaugurou em Nevada, a videira
expandiu. Até então, Joe estava no hospital, sem uma parte de sua perna.
Seus sonhos de ser um marine desaparecidos.
O telefonema de seu amigo, Styx Randall, foi a tábua de salvação
que precisava naquele momento. Styx foi forçado a se aposentar mais cedo do
que Joe quando foi emboscado por outra unidade quando estava em patrulha.
Parecia que a outra unidade teve um problema com Styx ser gay. Eles o
encurralaram e fizeram da garganta de Styx o centro do seu ataque, já
permanentemente rouco de uma lesão na infância.
Mas Styx não estava sozinho. Joe estava lá, e talvez fosse a próxima
pessoa gay da lista. Joe esgueirou-se atrás do líder e colocou uma faca em sua
garganta. Ele ordenou ao líder para dizer ao grupo para recuar. Joe tinha visto
a faca nas mãos dos outros homens. Também tinha visto um dos soldados
segurando um adolescente da aldeia local. Não era preciso ser um gênio para
descobrir que iriam matar Styx e culpar o adolescente.
Depois desse dia, Joe se perguntou o que teria acontecido se o seu
próprio comandante e alguns membros de sua unidade não tivessem
aparecido. Os caras tinham levado Styx para longe, enquanto o comandante
tentava convencer Joe a não cortar a garganta do idiota que estava
segurando. Como ele queria.
No final, teve que deixar o cara ir. Algumas semanas mais tarde,
alguma coisa na comunicação entre as unidades quebrou enquanto invadiam a
fortaleza de um insurgente. A unidade que tinha atacado e mutilado Styx
estava no lugar errado na hora errada e uma explosão surpreendeu todas
eles. Sim, isso foi o que aconteceu, e ninguém na unidade de Joe diria nada
diferente.
Quando Styx telefonou no hospital e disse que havia uma vaga em
Resgate Contratado do Oeste, onde Styx trabalhava como mecânico, Joe tinha
aproveitou a chance. E agora estava ali. E Rhys estava ali. Na sua opinião, a
vida acabou de se tornar completa.
Sentado ao lado de Joe, Styx inclinou a cabeça para ele e advertiu:
— Você deve pegar tudo o que precisa antes que Flyer coma tudo.
— Ele parece como se não tem comido em uma semana. — Joe
observou enquanto o homem enfiava a comida na boca. A quantidade de
alimentos no prato do homem, bem como a velocidade em que foi
desaparecendo, foi impressionante.
— Você deveria vê-lo quando está realmente com fome. — Styx sorriu
para o seu marido.
— Acredito que Flyer está sempre com fome. — Garrett falou. Joe
imaginou que o cozinheiro devia saber.
— Hey, um homem precisa de sustento para ficar em boas condições.
— Flyer respondeu.
— Uau... Essas são palavras grandes? — Morgan juntou-se. — Você
esteve assistindo o Discovery Channel de novo?
— Netflix, meu homem. Netflix é o caminho a percorrer. — Flyer
brincou antes de tomar um par de pães da cesta no centro da mesa e unta-los
com manteiga.
— Bem, é melhor começar a trabalhar nessa lista de desejos técnicos.
— Morgan aconselhou. — Sua casa está quase no ponto que posso começar a
trocar a fiação por uma mais nova e maior.
Roman tinha dado a Joe uma excursão na casa de Styx e Flyer, que
estava sendo construída perto do hangar, onde ambos passaram a maior parte
do seu tempo. O exterior da bela casa de tijolos parecia completo, mas o
interior ainda precisava de um monte de trabalho. Joe assumiu que a fiação ao
quão Morgan estava falando sobre toda a magia técnica que o especialista em
informática se destacou.
— Hey, Joe, agora que decidiu se juntar ao nosso alegre bando de
heróis, quando é que suas coisa vão chegar, ou vai partir e pegá-las? — O
sorriso amigável de Tristen era deslumbrante.
Quando Joe foi apresentado ao homem impressionante, tinha tomado
uma dupla olhada. Os olhos cor de avelã de Tristen e seu longo cabelo loiro,
combinado com um corpo esculpido por longas horas de sexo suado, disparou
a imaginação de um homem em pensamentos de conhecer o pequeno homem
melhor. Muito melhor. Santos, o grande brasileiro, com a seu enorme e
musculoso braço nas costas da cadeira de Tristen, parou esses pensamentos
em suas trilhas.
Joe engoliu um pedaço de tortilha de frango e arroz.
— Não tenho muito. Contratei uma empresa de mudança para
entregar o que tenho. Quando pedi, meu irmão, Kyle, estará trazendo a
potranca que meu pai acha ser um bom ajuste para mim.
Jimmy, irmão de Tristen e marido de Roman, deu uma cotovelada em
Tristen nas costelas.
— Você sabia que Rhys e Joe se conhecem? Eles têm um passado.
Capítulo Dois

Assustado, Joe olhou para o outro lado da mesa. Seu olhar colidiu
com os grandes olhos azuis de Rhys. Franziu a testa quando Rhys olhou para o
prato e começou a comer. Então, era deste jeito que o homem iria jogar. Joe
olhou para o topo da cabeça de Rhys por um momento. Quando o homem não
olhou para cima, Joe sorriu.
Decidiu deixar Rhys estar com raiva e tentar ignorá-lo. Isso faria seu
encontro muito mais doce. E haveria um encontro. Ambos eram mais velhos e
agora estavam no mesmo lugar física e, esperançosamente, mentalmente.
Joe queria Rhys, e desta vez, seria para sempre.
— Oh, olhe isso. — Tristen riu. — Cuidado, Rhys. Quando um homem
sorri para você assim, é apenas uma questão de tempo antes que o pegue.
Rhys olhou para cima e encontrou seu olhar. A intensidade nos olhos
azuis hipnotizou Joe.
— Joe decidiu há muito tempo que eu não era para se manter. —
Disse Rhys.
Surpreso, Joe ergueu uma sobrancelha. Então, Rhys pensava que
trazer seus problemas na frente de seus amigos iria inibi-lo, ou o quê? Mantê-
lo seguro? Manter as coisas civilizadas? Rhys tinha muito a aprender sobre Joe.
— Éramos dois adolescentes, com nossos caminhos separados no
serviço militar. — Joe apontou.
— Sim. — Rhys balançou o garfo para Joe. — Mas teria sido bom
saber que ambos haviam se inscrito. — Rhys sentou-se na cadeira. — Olha,
não importa. Passado é passado.
Joe sorriu e sustentou o olhar de Rhys.
— E futuro é futuro.
A mesa inteira irrompeu em gritos e risadas.
— Tudo bem, pessoal, vamos deixar Joe e Rhys em paz. — A voz
profunda e autoritária de Roman chamou a atenção de todos. — É melhor não
assustar Joe ainda. A temporada turística está começando. Precisamos dele
para manter os cavalos em boas condições.
— Então está dizendo que podemos assustá-lo depois que os turistas
deixarem de ser estúpidos? — Santos brincou.
— Nah. — Jimmy saltou. — Estou pensando que Joe terá Rhys
amarrado e tatuado até então.
— Nem tanto. — Roman avisou, franzindo o cenho para seu marido.
— O quê? — Jimmy cruzou os braços sobre o peito. — Essa parece ser
a forma como os homens alfa por aqui operam. É uma coisa boa nós, rapazes
menores, sabermos como lidar com vocês.
— Então, acha que está me manipulando? — Desafiou Roman.
Jimmy lambeu os lábios.
— Claro.
— E isso só selou o destino de Jimmy para a tarde. — Reese
comentou.
Roman levantou-se e estendeu a mão. A ligação entre os dois
homens era tão forte que Joe podia senti-la no ar. Em meio a mais risadas e
boas vaias, Jimmy colocou a mão na de Roman.
Pouco antes dos dois homens saírem da sala, Jimmy olhou por cima
do ombro e enfiou a língua para o grupo em torno da mesa, incitando mais
risos.
Joe nunca tinha visto tal exibição de dois homens, demonstrando
abertamente sua atração. Foi um momento épico. Uau.
— Isso acontece muitas vezes? — Ele sussurrou para Styx.
— Espere por isso. — Styx murmurou.
Do outro lado da mesa, Tristen estendeu a mão e traçou o polegar
sobre o lábio inferior de Santos. Um impressionante olhar de amor puro
mostrou no rosto do homem. Joe não conseguia desviar o olhar.
— Ah, amorzinho. Você tenta o homem mais forte em sua vontade. —
No momento seguinte, Santos teve Tristen em cima do ombro e estava
caminhando para fora da sala.
A mesa esvaziou ainda mais quando Garrett se levantou e, sem uma
palavra, conduziu um Tolliver mancando para longe da mesa. Joe olhou ao
redor e se perguntou o que aconteceria em seguida.
Isaiah, o especialista em armas mortais, pôs o braço em volta dos
ombros tranquilos de Carson.
— Vamos, amor. Vamos tirar um cochilo.
A ternura no rosto de Isaiah quando ele olhou para o marido cheio de
cicatrizes foi surpreendente. Quando foi apresentado a Isaiah, ele tinha feito
uma nota mental para ter cuidado em torno de um homem tão letal e duro. A
transformação foi fenomenal.
Ao lado de Joe, Styx levantou-se e esperou. Joe segurou uma risada
quando Flyer pegou outro pão e abocanhou um último pedaço de tortilha,
antes de se levantar e abriu caminho para fora da sala.
Não tendo certeza do que fazer, Joe olhou para os restantes homens
solteiros. Seu rosto deve ter mostrado sua confusão porque Reese riu, antes
de dizer:
— Acostume-se, meu amigo. Isso acontece o tempo todo por aqui.
— Nunca vi nada parecido. — Comentou Joe.
— Isso é o que torna este lugar tão especial. — Parker respondeu. —
Podemos ser quem somos. — Joe pensou no médico como um homem calmo,
de fala mansa.
Joe olhou para Rhys. Se jogasse suas cartas direito, esperava que um
dia em breve pudesse deixar a mesa com Rhys e desfrutar de um cochilo.
— Esqueça. — Rhys mordeu antes de empurrar sua cadeira para trás
e sair do cômodo.
O pobre Mich abriu os olhos e viu Rhys sair. Mais cedo, Joe tinha rido
quando o pequeno Chihuahua de Tolliver tinha subiu ao redor de Mich e
começou a estabelecer-se para um cochilo. Agora, Mich obviamente queria
seguir o seu mestre, mas Bentley não estava se movendo.
Mich deixou escapar um suspiro profundo. Quando Bentley não
tomou a dica, o grande schnauzer emitiu um gemido baixo. Bentley bocejou,
mostrando todos os seus dentes, antes de esconder o nariz sob sua cauda
marrom magro. Parecia que Mich estava sem sorte.
Foi Morgan que ajudou o velho cão para fora. Ele foi até Mich e pegou
o mini-cão em uma mão. Mich imediatamente se levantou e foi atrás de seu
mestre. Tomando Bentley de volta à mesa, Morgan colocou o cão na cadeira
vazia ao seu lado e começou a terminar seu almoço.
Seguindo o exemplo de Morgan, Joe voltou ao seu prato de
comida. Iria encurralar Rhys mais tarde, depois que o homem tivesse
acalmado.

*****
Rhys ficou apenas dentro do portão no pátio da fazenda. Inclinando-
se para frente, examinou os edifícios exteriores, especialmente a área do
celeiro. Sim, não era a coisa mais adulta a fazer, mas até agora, nos últimos
dias, desde a sua grande saída da mesa, tinha conseguido evitar o cowboy
exasperante, mais ou menos.
Quando seu telefone começou a tocar, pensou em não o tirar do
bolso. Se não soubesse quem estava chamando, então não poderia se sentir
culpado por deliberadamente não responder a ligação a tempo. É claro que, no
final, não pode resistir às exigências da tecnologia. Rhys nunca perdoaria se
algo tivesse acontecido com Papa e sua estupidez sobre Joe tivesse atrasado
quaisquer planos de viagem que precisasse fazer.
Os ombros de Rhys caíram, enquanto olhava para a tela. Por que Joe
estava fazendo isso com ele? Não havia deixado claro que não queria nada
com ele? E, no entanto, Joe ligava todas as noites e duas vezes durante o
dia. Rhys odiava que seu coração acelerasse, e atendesse a chamada do
cowboy a cada vez. Principalmente, apenas ouvia.
O nome na tela dizia “Ninguém Imp”. Sim, ”Imp” significava
importante. Aquela foi sua maneira de manter algum controle da
situação. Deus sabia que arecia ter perdido sua mente desde que Joe
apareceu, no início da semana.
Depois de passar o dedo na tela, Rhys levantou o telefone ao ouvido
e escutou.
A voz profunda de Joe enviou um arrepio por sua espinha quando ele
disse.
— Você está procurando alguma coisa?
— Não sei o que está falando. — Respondeu Rhys. Agora aquela era
uma grande jogada defensiva. Deslizar sempre a conversa de volta em torno
da pergunta.
Parecia que o cara não era facilmente superado.
— Por que está pairando atrás do portão e olhando para o celeiro?
Não estou. Sim, foi seu primeiro pensamento, mas a resposta era
imatura. Era um adulto agora.
Respirando fundo, Rhys disse:
— Não sei o que está falando.
Oh, merda, não tinha dito isso uma vez já?
Rhys chutou a terra com o dedo polegar do seu chinelo. Péssima
ideia. Sujeira se estabeleceu entre os dedos dos pés. Nenhuma das suas
sensações favoritas.
— Sabe, se tivesse chutado a pedra, poderia ter rasgado seu pé. —
Joe comentou.
— Como você... — Rhys virou-se e encontrou Joe de pé atrás dele.
O homem estava vestindo seu habitual chapéu de vaqueiro, uma
camiseta de cor escura, jeans desgastados e botas de cowboy, uma vez
marrom-escuro. Rhys teria de ser cego para não perceber como o jeans
enfatizava a cintura fina de Joe e o tecido da camisa esticava sobre o peito e
ombros largos. O cara era quente.
— O é isso aí? — Joe acenou para o saco plástico na mão de Rhys.
Desequilibrado pela mudança de assunto, Rhys levantou o
saco. Dentro havia uma única meia atlética branca.
— Estava indo trabalhar com Oma por um tempo. — Rhys mantinha o
cavalo de rastreamento numa programação de treinamento apertado para
assegurar que permanecesse com desempenho máximo.
— Aposto que seria algo para se ver. — O sotaque preguiçoso de Joe
enfatizou sua imagem de cowboy. — Posso assistir?
Rhys começou a andar em direção ao celeiro. Suas mãos começaram
a acenar no ar como se enfatizando os pontos que estava tentando fazer.
— Olha, temos um passado. Um monte de caras por aqui o tem. Mas
conseguiram seguir em frente e ainda trabalhar em conjunto, e assim nós
podemos. — Quando Joe estava acompanhando-o, Rhys notou o ligeiro
percalço em sua marcha. Até que tivesse feito o seu ponto e Joe aceitasse,
recusava-se a pensar sobre a perna que faltava do homem. — Então, não tem
que me ver fazer qualquer coisa e pare de me telefonar o tempo todo. — Rhys
franziu a testa enquanto pensava em uma coisa. — A propósito, como
conseguiu meu número?
— Jimmy me deu uma lista de todos os números dos funcionários de
Resgate Contratado do Oeste, para colocar no meu telefone. — Joe sorriu para
Rhys, parecendo muito bonito. — Quanto ao resto. Gostaria de trabalhar com
você e conhecê-lo melhor. Anos atrás não tivemos a chance.
A mão quente de Joe descansou no meio das suas costas. Rhys
ignorou o toque ofensivo e virou para enfrenta-lo de frente.
— E de quem é a culpa? — Ele apontou um dedo para Joe. — Você é a
pessoa que fez o movimento “esgueirar-se para fora do quarto do hotel antes
de seu amante acordar”.
— Não éramos amantes. — Joe pegou o dedo de Rhys. — Foi um caso
de uma noite.
As palavras de Joe não deviam ter doído. Tudo aquilo foi há muito
tempo. Mas ainda doeram.
Rhys arrancou seu dedo do aperto de Joe, virou-se e partiu para o
celeiro. Precisava trabalhar com Oma e talvez levá-la num longo passeio.
Mich estava na casa, todo limpo de seu banho. Rhys tinha uma
consulta com a veterinária naquela tarde para se certificar de que o cão estava
saudável e confirmar que era a velhice tomando seu pedágio. Não precisava se
debruçar sobre um incidente do passado que, obviamente, significava mais
para ele do que para a outra pessoa envolvida.
Entrou no celeiro e se dirigiu para o quarto de arreios quando um
musculoso braço bronzeado cruzou na sua frente e Joe apoiou sua mão contra
a parede. Rhys parou antes que batesse no braço de Joe. Tocar o homem não
era uma coisa boa agora. Precisava ser forte contra aquela atração estúpida.
— O que... — Rhys tinha sido educado. Agora estava pronto para
colocar a cara para baixo. Talvez, então, Joe iria deixá-lo sozinho.
Joe empurrou Rhys contra a parede do celeiro e pressionou-se contra
ele. Um grande erro. Levou dois segundos, e Rhys tinha Joe deitado no chão
do celeiro com ele em cima.
— Agora, me escute. — Ele colocou o rosto bem na frente de Joe,
garantindo que tinha toda a atenção do homem. — Não vamos ficar e conhecer
um ao outro. Como você disse, o que tivemos foi um caso de uma noite. Você
tomou todas as decisões por nós dois. Agora viva com elas. Eu precisei.
No momento seguinte, o mundo inclinou e Rhys era o único olhando
para Joe. Rhys esticou seus músculos, pronto para acabar com aquilo. Talvez
fosse hora de tirar umas férias para um par de semanas. Papa adoraria se o
visitasse.
— Pare com isso. — Joe ordenou. — Só se acalme por um
segundo. Sei que está chateado por eu não estar lá quando acordou. Mas era o
melhor. Nenhum de nós estava numa posição para um relacionamento.
— Saia de cima de mim. — Rhys apoiou suas pernas e contraiu seus
quadris, tentando desalojar Joe.
Homem, o cara ficado maior e mais duro, e, yum... Não, não iria
deixar sua mente ir nessa direção.
— Não nesta vida, querido. — Joe se inclinou e esfregou o lado de seu
nariz contra Rhys. — Posso ter sido jovem e estúpido naquela época, mas era
inteligente o suficiente para saber que algo com você não teria funcionado. —
Joe roçou os lábios sobre a bochecha de Rhys. — Você se alistou no exército,
pronto para descobrir se gostava da área médica, e meu olho estava em ser
um SEAL.
Levou um momento para sua mente recuperar o atraso com o que
Joe estava dizendo. Ele tinha desligado quando Joe tinha tocado seus narizes
juntos. Para Rhys, os pequenos gestos importavam mais. Era muito ruim que
nunca poderia encontrar alguém que sentisse o mesmo.
— Sabe, posso entender por que fez isso. — Rhys admitiu. — O que
me irritou foi o quão escorregadio você foi. Poderia ter apenas me dito que iria
se juntar à Marinha. Não era como se fosse dar um chilique. — Rhys decidiu
colocar tudo para fora. — Como lidou com aquele dia foi desrespeitoso e, para
mim, foi o mesmo que mentir. Eu podia ser jovem, mas merecia coisa melhor
do que isso.
Joe levantou e sentou-se sobre Rhys, pegando-o desprevenido. Ficou
ali e observou, perguntando o que Joe ia fazer a seguir. Depois de espalhar
suas pernas, Joe puxou Rhys e ajeitou suas pernas sobre suas poderosas
coxas. Rhys se sentou. Isso os colocou de frente um para o outro com as
pernas entrelaçadas. Joe não tinha terminado. Ele o abraçou por trás, suas
mãos quentes contra a parte de trás dos quadris de Rhys, puxando-o para
mais perto.
— Por que fez isso? — Perguntou. Secretamente gostava que Joe
assumisse o comando, e tão perto, os olhos do vaqueiro eram um marrom
quente hipnotizante.
Se quisesse, Rhys sabia que poderia ir embora. Mas talvez
necessitassem resolver as coisas de uma vez por todas. Roman não iria
concordar com a fazenda transformando-se numa zona de guerra. E Rhys não
queria continuar chateado com Joe o tempo todo.
Pernas abertas, com a virilha de Joe contra a sua e suas barrigas
pressionadas juntas, o corpo de Rhys estava começando a reagir a
proximidade de Joe. Rhys gostava de sexo, e foi se tornando difícil manter se
segurando em suas diferenças.
Uma das grandes mãos de Joe envolveu sua bochecha, e ele se
inclinou para frente até que suas testas se tocaram.
— Você está certo. Minhas intenções estavam no lugar certo, mas
lidei de forma errada. — Rhys não conseguia desviar o olhar dos olhos de Joe
quando o homem continuou. — Não quis dizer qualquer desrespeito, e quero
que saiba que sinto muito por qualquer dor que possa ter causado. Estou
muito triste, querido.
Aquele era o Joe da juventude de Rhys. O homem com quem teve
conversas imaginárias no meio daquelas primeiras noites sombrias de sua
carreira no Exército. O homem que foi sua primeira incursão no sexo, uma
memória que reviveu quando precisava de um momento feliz.
Mas isso não significava que esqueceria tão facilmente.
— Aceito suas desculpas. — Respondeu Rhys. — Agora me deixe
ir. Nós dois temos trabalho a fazer.
Rhys estava aprendendo que, quando Joe decidia por algo, não havia
muito que o fizesse desviar de seu caminho. A mão na sua bochecha inclinou
sua cabeça para cima, e lábios firmes conquistaram os seus, persuadindo-o a
responder.
O beijo foi como voltar para casa. As pequenas mordidas e lambidas
de Joe antes de sugar seu lábio inferior foram melhores do que Rhys
lembrava. Logo as línguas começaram a degustação e a explorarem a boca um
do outro. Um comprimento duro pressionou contra o pau de Rhys.
Os lábios de Rhys esfriaram quando Joe se afastou. Rhys não era um
fã dessa ação. Naquele momento, queria mais e precisava de uma conexão
mais profunda, mais íntima. Então, lembrou da sua decisão de manter as
coisas entre eles num relacionamento amigável. Ele podia fazer isso,
realmente.
Dentes brancos e retos tornaram o sorriso de Joe brilhante. Pela
primeira vez desde que o encontrou novamente, Rhys viu a cicatriz no lábio
superior. Lembrou-se de passar a língua ao longo da linha irregular, e Joe
explicando os perigos de ser pego em arame farpado ao tentar fugir de um
touro chateado.
— Tenho que comprar algumas flores e chocolates para aquecê-lo? —
O brilho nos olhos castanhos tornou o homem ainda mais bonito.
Santo inferno.
Rhys podia sentir-se afundando cada vez mais em tudo o que era
Joe. Aquilo tinha que parar. Levaria tempo para a dor desvanecer e a confiança
retornar. Aquela forte atração entre eles estava confundindo tudo, e poderia
levar Rhys a acabar ferido e sozinho novamente.
— Não sou uma pessoa de flores. — Rhys se afastou e levantou.
A subida de Joe foi principalmente apoiar-se numa perna
desajeitadamente. Isso não impediu o grande homem de puxar Rhys perto,
uma vez que ele estava de pé.
— Me dê uma chance, querido. — Joe murmurou contra um lado de
sua face.
A força de vontade de Rhys aterrissou no chão em um monte de
poeira. Pouco antes de seus lábios se encontraram, ele sussurrou:
— Ok.
Para Rhys, o beijo poderia ter durado para sempre.
— Droga! Como é que todos os novos funcionários são agarrados
antes mesmo de eu ter a chance de fazer um movimento? — Morgan bateu a
porta do celeiro em seu caminho de volta para fora.
Seus olhos se encontram, e ambos começaram a rir.
Oops.

*****
A Dra. Alison Anderson inclinou a cabeça para o lado enquanto
atentamente escutava através do estetoscópio. Rhys observou o movimento, a
linda loira percorreu a extremidade do cilindro do escopo ao longo do lado e da
barriga de Mich. Foi difícil, mas manteve o silêncio enquanto ela continuou a
sua análise, olhando para cada um de seus ouvidos e verificados os dentes.
— Que belo cavalheiro você é. — Alison balbuciou, enquanto
levantava cada grande pata e as verificava.
A veterinária coçou a orelha de Mich e olhou para Rhys, que estava
de pé no final da baixa mesa de exame. Antes que ela pudesse dizer qualquer
coisa, uma longa língua rosa bateu em sua bochecha.
Os olhos azuis da mulher brilhavam por trás de seus pequenos óculos
escuros, e sua risada fez Rhys sorrir.
— Ele é adorável. — Alison passou a mão sobre a coluna de Mich. —
Ele parece estar bom, Rhys. Seu coração não está mostrando nenhum sinal de
fraqueza, e seu tônus muscular é bom. Gostaria de ter um técnico recolhendo
uma amostra de sangue, só para ter certeza, mas não espero encontrar
quaisquer problemas.
— Ele está abrandando, especialmente nos resgates. — Rhys
admitiu. — Queria ter certeza que, fisicamente, não há algo errado.
O rosto da mulher suavizou enquanto acariciava Mich no pescoço e
costas. Os olhos do cão estavam semicerrados, em êxtase do seu toque
especialista.
— Ele é um cidadão sênior. — Alison estudou Mich por um momento,
antes de voltar para Rhys. Uma linha formou-se entre suas sobrancelhas
quando ela franziu a testa. — Suas articulações não são mais as de um
filhote. Se está questionando-se se é hora dele se aposentar, tenho certeza
que o colocará regularmente através dos testes de busca e salvamento que
precisa para ser capaz de passar para manter as suas qualificações. No final,
acho que ele vai dizer quando está pronto, mas, até então, você já saberá.
Três quartos de hora depois Rhys levou Mich fora do escritório da
médica veterinária com a papelada que afirmava que o cão estava saudável e
em boas condições para a sua idade.
Para Rhys, o exame tinha dado a ele e Mich mais tempo juntos no
campo.

Capítulo Três

Joe observou Rhys deslizar a mão no bolso de sua calça


jeans. Dentro, ele as remexeu em delírio. Por um momento, pensou que sua
sorte tinha acabado.
Parecia que Rhys não tinha perdido o hábito de mover suas mãos em
torno quase todos os momentos. Se estava falando, seus dedos graciosos
foram enfatizando suas palavras. Era quase como se tivessem uma mente
própria. Mesmo estando ao lado dos projetos e olhando para as amostras da
bancada para a casa nova do piloto, Rhys primeiro tocou cada quadrado até
que finalmente empurrou uma mão em seu bolso. Joe estava esperando por
esse momento.
O corpo inteiro de Rhys parou. Os surpreendentes olhos azuis
repousaram sobre Joe, que estava sentado no canto da sala de jantar com o
pequeno Bentley em seu colo. Joe sorriu quando Rhys tirou a mão do bolso
segurando um Hershey ’s kiss envolto num bilhete.
Desdobrando o papel e, em seguida, o invólucro de papel alumínio,
Rhys bateu o chocolate em sua boca, sem dúvida, encontrar a amêndoa no
meio. Olhando para a nota, Rhys parou de mastigar enquanto lia o que Joe
escreveu.

Você vai para um filme comigo esta noite? Se concordar, desfrute de


meu beijo.

Durante a última semana de campanha de Joe para ganhar Rhys de


volta, aquele não foi o primeiro kiss candy que tinha acabado como uma
pequena surpresa para Rhys. Joe tinha deslizado um no casaco do homem na
noite após seu pedido de desculpas no celeiro e outro ao lado de seu copo de
leite no café da manhã anterior. Os mocassins de Rhys não ficariam muito
bem. Doces esmagados não eram o objetivo de Joe.
A cada vez, havia uma pequena nota, com o intuito de fazer Rhys
sorrir, imaginar um abraço para acompanhar o beijo, ou agora um
encontro. Pelo pequeno sorriso no rosto do homem, Joe percebeu que estava
derrubando a parede que Rhys tinha colocado. Rhys não era absolutamente
frio, mais cauteloso.
Joe não poderia culpá-lo. Realmente não sabiam muito sobre o outro,
exceto pelo que tinha sido dito uma noite gloriosa, há dez anos. E, claro, a
decisão desastrosa de Joe de esgueirar-se para longe de Rhys no dia seguinte.
A primeira coisa que Joe fez desde o beijo no celeiro foi dar a Rhys
alguns dias para se acostumar com ele na fazenda. Assegurou que se
sentassem juntos durante as refeições e durante o tempo ocioso durante a
noite. Nenhum deles tinha se referido a perna que faltava, mas Joe antecipou
que iria acontecer em breve. Não iria deixá-la tornar-se o elefante na sala.
Neste assunto, com os companheiros de equipe tornando-se mais
confortáveis com ele, imaginou que iriam começar a fazer perguntas. Que
estava bem. Não tinha vergonha de seu corpo. Uma coisa terrível tinha
acontecido com ele. Será que gostaria que não tivesse ocorrido? Sim. As
pessoas maravilhosas nos hospitais que tinha estado o ajudaram a trabalhar
através dos estágios de luto por perder um membro. Estava pronto para
enfrentar o seu futuro. E se fosse do seu jeito, o futuro iria incluir um
determinado rastreador.
O olhar de Joe repousava sobre o moreno de cabelos escuros cujas
mãos gostava de assistir. Agora estavam enganchadas na cintura de um de
jeans apertado. Joe fez questão de deixar seu olhar vagar sobre Rhys e deixar
o homem saber que gostou do que viu.
Deve ter funcionado. O sorriso de Rhys cresceu mais, e seus quadris
oscilaram um pouco mais.
— Acho que me enganou, Sr. Beck. — Rhys ampliou sua postura e
moveu suas mãos para seus quadris.
— Não, querido. Acredito que garanti um encontro com você de forma
justa. — Joe estendeu a mão. No centro de sua palma estava uma jujuba
vermelha. Ele tinha aprendido com Garrett que, além de chocolates, a outra
fraqueza de Rhys eram jujubas vermelhas. — Você pode estar pronto em uma
hora?
Rhys parecia tão bonito quando levantou uma sobrancelha e disse:
— Você está me subornando?
Joe enfiou a mão no bolso.
— Não. Um suborno seria se eu lhe oferecesse dois doces. — Joe
abriu a mão e revelou duas balinhas.
Rhys pegou o doce e saiu da sala. Por cima do ombro, ele jogou a Joe
um sorriso e disse:
— Só preciso de meia hora.
A gargalhada profunda explodiu de Joe. Rhys tinha virado a
mesa. Agora era Joe quem tinha que se apressar, ou seria o único atrasado
para seu encontro.
Não foi bem assim, trinta minutos depois, Joe deixou seu quarto,
enquanto fechava os últimos botões na frente de sua camisa xadrez branca e
azul. Sua calça jeans azul-escuro tinha um vinco no centro de cada perna, e
usava suas melhores botas de cowboy. Mesmo sem seu chapéu, seria sempre
um cowboy, e qualquer pessoa que olhasse para ele iria instantaneamente vê-
lo pelo que era. Durante seu período como um SEAL, os rapazes tinham-lhe
apelidado Cowboy.
Uma curta caminhada pelo corredor teve Joe batendo na porta
de Rhys. Quando a porta abriu, sua respiração falhou. Ele não conseguia tirar
os olhos de Rhys em jeans preto apertado, com uma camisa com gola de faixa
branca. Sabia sobre golas só porque seu irmão mais novo, Nelson, preferiu
usá-las quando deixou o rancho e foi para a cidade. Rhys era o sexo em uma
vara com essa camisa, e isso inspirou Joe para chegar a uma maneira de tirá-
la mais tarde.
Pela maneira que os olhos de Rhys se arregalaram e seu olhar tomou
uma viagem a partir das botas de Joe para o topo da sua cabeça, Joe diria que
o homem menor gostou do que viu.
— Você está pronto para ir? — Perguntou Joe.
Finalmente, iria ficar algum tempo a sós com o bonito
rastreador. Desde que encontrou Rhys novamente, o homem sempre teve a
certeza de que houvesse outras pessoas ao redor quando s estavam na mesma
sala.
Rhys respirou fundo, e o sorriso que ele enviou a Joe era tenso.
— Acho que estou tão pronto quanto nunca vou estar.
Que diabos? Joe apoiou o braço do outro lado da porta antes que
Rhys pudesse sair.
— Você quer me dizer por que tenho a sensação de que não está
ansiando por esse encontro?
Rhys olhou para baixo e tocou um dedo do pé de seus sapatos
brancos de lona contra o outro. Joe esperou, preparado para ficar lá o tempo
que fosse para receber uma resposta. Agora que pensava nisso, aquela era a
primeira vez que viu Rhys usar sapatos. Chinelos não contavam.
— Esta atração entre nós está atrapalhando as coisas. — Rhys
afirmou para seus sapatos.
Joe apertou sua bota entre os sapatos de Rhys. Se o homem ia falar
com seus pés, iria ter certeza que estava incluído de uma forma ou de
outra. Achou encorajador quando Rhys esfregou a ponta do sapato contra a
lateral da bota de Joe.
— Tenho que discordar. A atração foi com o que começamos dez anos
atrás. Agora estamos em posição de construir algo sobre ela. — Joe queria
tocar o rosto de Rhys, para dar conforto. — Vamos comer um pouco de pipoca
e assistir a um filme. Enquanto isso, podemos descobrir a cor favorita um do
outro e quantos irmãos cada um de nós tem.
Rhys inclinou a cabeça e olhou para cima através de seus cílios.
— Isso soa muito fácil.
— Isso não deveria ter que ser difícil, querido. — Joe colocou o braço
em torno dos ombros de Rhys e o guiou para fora da porta. — Vamos dar um
passo de cada vez e ver para onde o vento sopra.
Rhys parou em seus calcanhares, forçando Joe a parar.
— Isso significa mais para mim do que algum vento soprando ao
redor. Estou com medo de me machucar novamente, e cada vez que estamos
a alguns metros um do outro, a lógica voa para fora da janela.
Com um empurrãozinho, Joe teve Rhys perto.
— Acho que tem a ideia do vento errado. O vento é forte o suficiente
para mover montanhas. Quantas vezes congratulamo-nos com uma brisa
fresca em um dia quente? — Mantendo uma mão no ombro de Rhys, Joe abriu
a porta da frente e conduziu o homem doce para fora. Agora não era o
momento de perder a conexão. Joe continuou seu argumento: — Se pensar
sobre isso, o vento está sempre lá, de uma forma ou de outra.
As coisas ficaram quietas enquanto caminhavam pela calçada para a
área onde todos estacionavam seus veículos. Joe imaginou que Rhys estava
pensando sobre sua teoria do vento.
Rhys fez uma pausa e deixou Joe abrir a porta do passageiro de sua
camionete. Franzindo a testa, ele olhou para Joe.
— Então, qual é o seu ponto?
— Talvez devamos deixar nosso relacionamento progredir como o
vento. — Respondeu Joe. — Tivemos altas impressionantes e algumas baixas
desagradáveis. Vamos continuar sabendo que nosso relacionamento está
sempre lá e abraçar a brisa maravilhosa quando ela vir.
Rhys balançou a cabeça enquanto subia no veículo.
— Eu não sei. Quando chega perto de mim, o que sinto é mais na
categoria de um furacão.
Sorrindo, Joe fechou a porta da camionete e correu para o lado do
motorista. Ele poderia trabalhar com um furacão. Era muito melhor do que o ar
parado. Não que ele fosse lembrar Rhys daqueles tipos de dias.

*****
O sol estava abaixando no horizonte, pintando a paisagem pedregosa
de um laranja brilhante. Logo a escuridão do crepúsculo iria rastejar antes da
verdadeira escuridão tomou conta. Para Rhys, era assim que tinha visto a sua
vida depois de conhecer e estar com Joe anos atrás. Foram quase seis meses
até ele conseguiu lutar seu caminho de volta para a luz.
Uma mão repousou sobre seu joelho, puxando Rhys de seus
pensamentos.
— Você está muito quieto. — Joe apertou seu joelho. — Não quer
saber quantos irmãos eu tenho?
Rhys riu.
— Tudo bem. Quantas irmãs você tem?
Joe não perdeu uma batida antes de responder com um sotaque
irlandês carregado.
— Muito para a tristeza de minha mãe, ela não foi abençoada com
nenhuma filha encantadora. Mas, em vez disso, presenteou meu pai com cinco
filhos altos e fortes.
O sorriso de Rhys virou-se em risada quando ele perguntou:
— Então, quantas filhas indesejáveis sua mãe tem?
— Ah, você pegou isso, você o fez. — Joe continuou falando com
sotaque. — A prole mais velha dos meus pais é Iris. Embora ela e minha mãe
sejam próximas agora, a mulher é e sempre foi a amargura da existência da
minha família.
Sob o leve uso do acento de Joe, Rhys sentiu que havia alguma
verdade no que ele estava dizendo. Rhys pôs a mão em cima de Joe e
interlaçou os dedos.
— Deve ter sido difícil ser a única irmã de cinco irmãos. — Ele
observou.
Joe bufou, e desgosto preencheu cada palavra de sua resposta.
— Okay, certo. Ela empurrou em torno de nós e teve o seu caminho
em tudo. Se quiséssemos sair e jogar bola, acabávamos jogando em casa ao
invés. Ela usava o cartão “pobre menina sozinha” a cada chance que podia e
sempre conseguiu fazer as coisas a sua maneira. O que Iris quer, Iris tem. E
se alguém ficasse ferido no processo, ela gostava ainda mais. — Joe olhou
longe da estrada por um segundo e olhou para Rhys antes de trazer sua
atenção à condução. — Sabe, pensei que uma vez que fossemos adultos nós
todos nos tornaríamos mais próximos. Meus irmãos e eu fizemos, mas estava
errado sobre Iris.
Rhys esperou por Joe elaborar. Quando o homem não disse mais
nada, não pode resistir a perguntar:
— O que aconteceu com Iris?
— Aos dezesseis anos, ela fugiu com um homem de trinta. — Joe
mordeu fora. — No momento em que os meus pais a encontraram, quatro
meses depois, ela estava tão drogada que tiveram que enfiá-la numa clínica de
reabilitação.
— Isso é péssimo. Será que pelo menos tiveram a bunda do cara
jogada na prisão por corromper uma menor? — Rhys era um grande crente de
que as diferenças de idade não importavam entre amantes, mas isso foi só
depois que uma pessoa chegasse a idade legal.
— As autoridades não o encontraram. — Quietude, raiva controlada
cobriu a resposta de Joe. — Ele poderia estar morto agora, tanto quanto
sei. Seu estilo de vida e obsessão com a minha irmã parecia nunca terminar, e
acredito que os danos que causou a minha família nunca vão cicatrizar
completamente. — Joe inclinou a cabeça para trás e estreitou seu olhar pelo
para-brisa quando ele olhou para pensar sobre as coisas antes de continuou.
— Talvez eu devesse reformular isso. A obsessão de minha irmã por ele parece
que nunca termina.
Novamente Joe fez silêncio. Rhys não podia suportar o
suspense. Obviamente, havia mais para a história.
— O que significa isso? — Ele perguntou, apertando a mão de Joe
para fazê-lo falar.
— Iris saiu irritada da reabilitação. Tanto quanto lhe dizia respeito, o
mundo devia a ela.
Agora Rhys estava confuso.
— O que perdi? Por que ela acha que o mundo lhe devia alguma
coisa?
— Iris não queria voltar. — A mandíbula de Joe apertou. — Ela
pensou que estava apaixonada por esse cara com quem fugiu, e gostou de
como se sentia com as drogas em seu sistema. Iris se ressentia de que meus
pais tivessem contratado um investigador particular e a forçado a voltar para
casa. Pelos próximos quatro anos, ela gemeu, gritou e fez a vida de todos
naquela casa miserável.
Rhys fez as contas em sua cabeça.
— Ela estaria com seus vinte ou vinte e um. Por que seus pais
aceitaram essa porcaria por tanto tempo? E por que ficar se ela supostamente
odiava o rancho?
— Meus pais aceitara, seu mau comportamento, porque acreditam
que, não importa o que, família é família. Iris ficou porque papai e mamãe
mantiveram um rígido controle sobre seu acesso ao dinheiro e monitoravam
todos os seus movimentos.
Preso a história, Rhys perguntou:
— O que aconteceu depois de quatro anos?
Distraidamente, notou que haviam atingido os limites da cidade. A
cidade não era muito grande. Rhys sabia que tinha apenas mais alguns
minutos para ouvir o resto da história, antes que chegassem ao cinema e
necessitassem entrar antes do filme começar.
— Nossa avó deixou pequenas quantias para cada um de nós, quando
éramos crianças. Em nosso vigésimo primeiro aniversário, poderíamos fazer o
que quiséssemos com elas. — Joe virou no sinal de pare. — Ela fez vinte e um
no sábado. Parti para a Marinha, no domingo. Ela foi embora na segunda-feira.
Rhys viu o teatro à frente na rua logo que viraram. Ele poderia dizer
que não estavam no final da história, e realmente queria descobrir o que
aconteceu.
— Você disse que sua mãe e Iris são próximas agora. — Ressaltou. —
Ela deve ter voltado em algum momento.
— Quatro anos mais tarde, liguei para casa para descobrir que Iris
tinha aparecido no degrau da frente, espancada, muito mal e mais alta que
uma pipa num vento forte. — Joe olhou para Rhys antes de virar a camionete
para estacionar ao lado do teatro. — Enquanto estava sendo avaliada em
reabilitação, os médicos descobriram que ela estava grávida.
— Merda.
— Praticamente. — Joe concordou.
— Será que o bebê sobreviveu? — Rhys perguntou por que os
inocentes sempre tinham que pagar pelos erros de outros.
— O bebê número um acabou por ser uma doce menina chamada
Tabitha, que é a menina dos olhos de seus avós. — Joe respondeu enquanto
guiava a camionete em um espaço de estacionamento.
Alívio deixou Rhys respirar mais fácil que o bebê estava bem.
Espere um minuto, o bebê número um?
— Havia mais de um bebê? — Rhys observou Joe desengatar a
camionete antes de desligar o motor. O grande vaqueiro deslocou no lugar até
enfrentar Rhys com um braço inclinado através da parte superior do volante.
Um rubor subiu do pescoço de Joe até que suas bochechas estarem
vermelhas.
— Por três anos meus pais apoiaram Iris e sua filha. Um dia, ela foi
embora novamente. Deixou Tabitha para trás.
Rhys podia ver onde isso ia acabar.
— Ela ficou grávida de novo, não foi? A propósito, o pai ou pais
dessas crianças não querem nada a ver com elas?
Joe assentiu.
— Ela mostrou-se dois anos mais tarde com outro bebê. O
pequeno Justen tem agora um pouco mais de um ano e meio. Iris está sóbria
há cerca de um ano. O pai de seus filhos é o velho cara com quem
originalmente fugiu, quando tinha dezesseis anos.
Rhys sentou-se e assobiou por entre os dentes.
Santo inferno.
Joe sorriu. Não foi um sorriso agradável, mais para uma careta.
— Até o momento em que Iris voltou pela terceira vez, meus pais já
tinham a custódia legal de Tabitha. Enquanto Iris estava na reabilitação,
ganharam a custódia de Justen. Como eu disse, a minha mãe e Iris estão um
pouco mais próximas, mas o resto de nós não confia nela para ficar por perto.
— E o cara velho, que realmente não é tão velho? — Rhys imaginou
que se ele ainda estava lá fora em algum lugar, Iris provavelmente decolaria
novamente.
— Meus irmãos, Liam e Mason, foram procurá-lo. — Joe pegou a mão
de Rhys e começou a tocar com os dedos. — Eles disseram que está longe de
ser encontrado. Às vezes, me pergunto se isso significa que não puderam
encontrá-lo ou ninguém vai encontrá-lo.
— O que significa que o levou para fora da foto de alguma forma?
Joe encolheu os ombros largos.
— Quem sabe? — Ele soltou a mão de Rhys e virou-se para abrir a
porta do motorista. — O suficiente sobre a minha família. Vamos assistir a um
filme.
Quinze minutos depois, estavam sentados na parte de trás do teatro
escuro assistindo trailers dos próximos filmes. Rhys não se surpreendeu que o
lugar estivesse apenas pela metade cheio. Era um dia de semana e antes das
nove horas.
— Basta experimentá-lo. — Rhys sussurrou enquanto segurava uma
bala de leite maltada.
Joe balançou a cabeça.
— Isso é muito estranho.
— Será que eu o julguei errado? — Rhys desafiou.
Joe olhou para o chocolate na mão de Rhys antes de sussurrar:
— Tudo bem, mas eu deveria pelo menos ter um beijo de boa noite
por isso.
— Vou pensar sobre isso. — Rhys admitiu.
Até agora ele estava gostando de conhecer Joe e não queria estragar
as coisas, deixando a atração latente entre eles sair do controle.
Joe colocou um pouco de pipoca na boca antes de tomar a bala de
leite fora da mão de Rhys e estourá-la em sua boca. Rhys viu suas expressões,
tentando ver o que ele achava da combinação incrível.
As sobrancelhas Joe se levantaram.
— Nada mal. — Admitiu enquanto ele continuava a mastigar. — Não é
mau de todo.
— Veja, eu lhe disse. — Rhys exultou, acenando dois dedos
segurando outra bala de leite maltada ao redor.
Joe segurou a mão de Rhys.
— Cuidado. Você pode perder algo acenando ao redor assim. — Joe
pressionado o doce em sua boca, certificando-se de lamber os dedos de Rhys.
Rhys manteve sua risada silenciosa. Estava se divertindo muito e não
queria ganhar qualquer atenção indesejada. Não tinha certeza de quão
tolerante com casais gays os moradores de Sandstone eram. Até onde sabia,
ninguém em Resgate Contratado do Oeste teve quaisquer problemas.
Então a música soou nos alto-falantes do teatro, e uma voz profunda
começou a contar uma história do que tinha acontecido dez anos antes. O
filme de ação que escolheram tinha começado. Rhys se estabeleceu em seu
lugar para apreciar o show. A mão de Joe descansando em sua coxa fez toda a
experiência muito melhor.

Capítulo Quatro

Um bom filme de ação, com Dwayne Johnson, dois baldes de pipoca


misturados com um pacote de balas de leite maltado, e uma Coca grande
fizeram um Rhys sonolento cair no lado do passageiro da camionete. Cama
soava bem real agora.
Inclinando a cabeça e apoiando-se em Joe, ele disse:
— Você disse que tinha quatro irmãos. Agora sei que Iris é a mais
velha, e sei que você é o próximo na linha. Quem nasceu depois de você?
Pelo brilho das luzes do painel, o sorriso de Joe parecia extra branco.
— Iris é a primeira, depois eu. Kyle é o próximo, seguido por Liam,
Mason, e, por último, Nelson.
Rhys sentou-se um pouco.
— Só pode estar de brincadeira comigo.
A risada de Joe preencheu a cabine.
— Você é rápido. A maioria não pegar isso.
— Já ouvi falar de nomear crianças com a mesma primeira letra, mas
I, J, K, L, M e N. De onde veio isso?
Joe encolheu um ombro.
— Nem eu entendo. Acho que quando meus pais nomearam Iris, só
foram com o fluxo.
— Você é muito família, Joe Beck. — Rhys comentou.
Joe deslizou o braço em torno do ombro de Rhys e o puxou para mais
perto.
— Eu gostaria que você os encontrasse algum dia.
Rhys não sabia o que dizer, então não fez qualquer comentário.
— Ainda vou pedir aquele beijo de boa noite, uma vez que chegarmos
a fazenda. — Joe afirmou. — A propósito, quantos irmãos e irmãs você tem?
O corpo de Rhys entrou em alerta com o comentário do
beijo. Quando Joe perguntou sobre irmãos, ele suspirou de alívio, contente que
as coisas tinham ido de volta para um assunto mais fácil.
— Sou filho único. — Rhys sorriu. — Mas tenho muitos primos.
Ao longo dos anos, a família mudou, juntamente com a dinâmica do
circo. Rhys pensou que as coisas tinham se tornado melhores para todos.
— Lembro-me de uma de suas primas, com um bonito cabelo longo
escuro. — Joe comentou. — Ela ajudou você durante a seu confronto com o
seu avô.
— Essa era Lena. — Rhys adorava sua prima Lena. Ela era
maravilhosa. — O segundo em que completou dezoito anos deixou o circo por
um tempo. Quando voltou, trouxe um marido de volta com ela. Ele era de uma
família que gerenciava outro circo. Agora que Papa está a abrandar, seu
marido, Stephan, e meu primo Gregor assumiram as operações do circo.
— Você sente falta da vida no circo? — Perguntou Joe.
Rhys riu com esse pensamento.
— De jeito nenhum. Amo ser um rastreador. Stephan e Gregor, com a
ajuda de Lena, estão fazendo um ótimo trabalho em administrar o circo e
cuidar da família. Minha especialidade estava em treinar os animais, e ao longo
dos anos, a minha família, graças a Deus, eliminou o show com animais.
Joe parou a camionete no seu espaço de estacionamento na fazenda
e desligou o motor.
— O que aconteceu com os dois grandes caras que nos perseguiram
quando fugiu?
Rhys soltou o cinto de segurança e começou a rir com tanta força que
caiu contra a porta do caminhão. Uma das sobrancelhas de Joe subiu enquanto
Rhys lutava para respirar entre gargalhadas.
Demorou um tempo para acalmar o suficiente para entender o
homem.
— Seth e Cayman deixaram o circo logo após Lena sair. — Pequenas
risadas explodiram. — Hum, eles voltaram para a escola e tornaram-se
encanadores. — Rhys perdeu a compostura novamente quando o riso lhe
bateu e ele não conseguia parar de rir. Ele tentou empurrar para fora. —
Eles... tornaram-se... bundas... gordas. — Sim, Rhys perdeu novamente.
Braços puxaram Rhys através do assento. Ele não pôde resistir em
enterrar seu rosto no pescoço de Joe até recuperar novamente a
compostura. Ele ficou lá e apreciou o perfume masculino almiscarado de Joe,
só porque ele podia.
— Soa como se seus primos se saíram bem. — A voz de Joe retumbou
ao lado da orelha de Rhys.
— Eles fizeram. — Rhys sorriu para Joe. — Lena tem um monte de
crianças que garante que estão se divertindo ao mesmo tempo que aprendem
habilidades circenses. Seth e Cayman trabalham em Las Vegas e decidiram
que, desde que a pessoa com quem querem ter sexo não se importe que tenha
que ser com ambos, ao mesmo tempo, não se importam se essa pessoa é
macho ou fêmea.
Rhys ainda estava chegando a um acordo com essa mudança louca
de atitude depois de todo o assédio que o submeteram depois que descobriram
que preferia homens. Em uma de suas visitas de volta para o circo, os dois
tinham estado lá e pediram desculpas por mexer com ele. Ao longo dos anos,
sua relação com Seth e Cayman tinha curado, e todos eles se aproximaram.
Joe grunhiu em resposta antes de perguntar:
— Como o seu avô está indo?
— Falei com ele ao telefone algumas semanas atrás. — Respondeu
Rhys. — Aos noventa, está abrandando. Admitiu que não estava se sentindo
bem ultimamente.
Rhys voltou a pensar na conversa e percebeu que havia ocorrido logo
antes de Joe ter aparecido em Resgate Contratar do Oeste. Hmmm...

— Você precisa de mim, Papa? Posso estar ai em poucas horas. —


Rhys estava preparado para pedir a Roman se poderia ir para o Missouri, onde
o circo estava atualmente estacionado.
— Não. Você fique onde está. — O tom de Papa não permitia
argumentos. — Eu tive um sonho que seu destino finalmente o encontrava.
Nem em um milhão de anos, Rhys argumentaria com Papa sobre um
de seus sonhos. Eles sempre se tornavam realidade. Por outro lado, se o velho
estava doente, ele deveria estar lá.
— Talvez seja a hora de eu ir visitar de qualquer maneira. Você pode
me contar sobre os velhos tempos.
— Não preciso contar-lhe sobre os velhos tempos. — Papa
resmungou. — Você já ouviu todas as histórias mais de uma vez. Fique onde
está. Eu já disse que estou bem, e tenho bastante gente ao redor aqui me
importunando para tomar os meus medicamentos e descansar mais.
— Tudo bem, Papa. — Rhys tinha concedido. — Mas me chame, se
começar a se sentir pior. Eu te amo, Papa.
— Eu também te amo, meu pequeno Rhys. Faça algo para mim. —
Papa exigiu.
— Qualquer coisa, Papa. — Rhys era sério sobre essa afirmação. Ele
faria o que lhe pedisse.
— Quando seu destino o encontrar, quero que o aceite. — Papa
afirmou.
— Tudo bem, Papa. — Rhys estava sozinho. Talvez esse destino a que
Papa falou o faria se sentir inteiro novamente pela primeira vez em anos.
Rhys tinha sentado lá por um longo tempo após a conversa terminar
e pensou sobre essas palavras. Estava preocupado com a forma como a fraca
voz de Papa tinha soado. No final, ele ligou para Lena e se assegurou que ela
estava de olho nele e iria chamá-lo se ele piorasse.

— Então, as coisas estão bem entre vocês, mesmo que você partiu
para o Exército? — Perguntou Joe, trazendo Rhys de volta ao presente.
Rhys se inclinou para trás e agarrou os ombros de Joe.
— Oh, ele estava muito chateado comigo por me juntar ao Exército. O
dia em que saí para o campo de treinamento, ele foi ao escritório de
recrutamento exigindo que eu voltasse para o circo.
Na época, não tinha sido engraçado, mas agora Rhys poderia rir
sobre isso.
— Mas não conseguiu obrigá-lo a voltar. — Observou Joe.
— Não, ele estava poucos minutos atrasado. — Rhys sempre pensei
sobre como o destino tinha trabalhado sua magia naquele dia. — No momento
em que invadiu o escritório, eu já havia assinado os papéis finais.
Rhys achou o grande sorriso de Joe estranho, bem como a sua
resposta.
— Bom.
Antes que Rhys pudesse comentar, Joe estava abrindo a porta e
puxando-o para fora.
— Vamos entrar. Tenho um beijo de boa noite para recolher.

*****
Joe sentiu Rhys endurecer debaixo da sua mão, mas o ignorou e
continuou andando para a fazenda. Descobrir que seu pequeno desvio de dez
anos atrás, quando caiu na frente do avô de Rhys, tinha funcionado tão bem
foi ótimo.
Dentro da porta da frente, olhou através da sala de estar. As amplas
portas revelaram que a maioria da equipe estava no pátio enorme que ocupava
o centro da fazenda. Parecia que uma partida selvagem de vôlei estava
ocorrendo e, a julgar pelas vaias e risos vindo através do vidro, todo mundo
estava tendo muita diversão.
— Soa como se a turma estivesse se divertindo lá fora. — Rhys
comentou. — Gostaria de ir se juntar a eles por um tempo?
— Não. — Joe tinha apenas um objetivo em mente. Guiando Rhys
pelo corredor, não parou até chegarem ao quarto de Rhys.
Virando-se, Joe continuou a avançar até ter as costas do menor
homem pressionadas contra a porta do quarto.
Joe segurou as bochechas de Rhys em concha e sussurrou:
— Obrigado pelo encontro.
Antes que Rhys pudesse responder, Joe abaixou a cabeça e
lambeu seu lábio inferior, deixando-o agradável e molhado. Quando o homem
não abriu a boca, Joe deu aos lábios doces alguns beliscões suaves e moveu
seu corpo mais perto, até que estavam quase se tocando.
Os lábios de Rhys separaram, e Joe começou a beijar o rastreador,
boca apertada contra boca, mudando o ângulo antes de selar seus lábios. Os
dedos de Rhys torceram o material da camisa de Joe, e alguns botões abriram.
Línguas se encontraram e deslizaram juntas. Joe provou um traço de
pipoca e chocolate. Ele tinha gostado da combinação no teatro. Agora ele
pensou que poderia se tornar um vício. Pronto para ainda mais, Joe se abaixou
e segurou o membro de Rhys através de seu jeans. Ele traçou o pênis duro sob
as pontas dos dedos, explorando até encontrar os testículos macios. Queria
levar as bolas em sua boca e deixar Rhys selvagem. Mas, por enquanto, ele se
contentou em delinear a cabeça redonda e a ponta do pênis doce de Rhys.
Rhys sacudiu a cabeça para trás, quebrando o beijo. Seus olhos se
encontraram e travaram. Joe não tinha certeza do que Rhys queria. Não era
exatamente medo refletido em seu olhar, mas não havia excitação. Antes que
pudesse perguntar, Rhys deslizou para o lado, virou a maçaneta e abriu a
porta.
Um segundo Rhys estava lá, e no próximo, Joe estava segurando um
monte de nada. O que diabos tinha acontecido? Depois de alguns minutos de
olhar para os veios que atravessavam a madeira da porta, Joe começou a se
sentir como um tolo.
Afastando-se, foi para seu quarto.
Sim, queria bater a porta, num acesso de raiva, mas de que
serviria? Depois de bater no interruptor que acendeu a luz suave da lâmpada
no canto, puxou a camisa azul e branca quadriculada sobre sua cabeça e a
deixou cair no chão, tentando não pensar sobre o tempo extra que tinha
tomado para escolhê-la antes de sair para seu encontro.
Depois desafivelando seu cinto, empurrou sua calça jeans e cueca
boxer para baixo. Sentado na cama, tirou uma bota. Descendo, Joe apertou o
botão no interior de sua perna protética. Um clique indicava que o pino tinha
se desvinculado da perna. Joe deslizou a perna artificial livre e a inclinou, bota
e tudo, contra a parede ao lado de suas muletas. Rapidamente empurrou o
resto da roupa e deixou-os onde caíram.
Descansando um braço sobre o joelho, passou os dedos pelo cabelo
curto e tentou se reagrupar. Não havia nenhuma maneira que estivesse
desistindo de Rhys. Ele não culpava o homem por ser um pouco arisco.
Anos depois de deixar Rhys, Joe tinha experimentado acordar sozinho
depois de um caso de uma noite. Ele acabou levando mais tempo no chuveiro
tentando esfregar fora a sensação de sujo, e esse encontro não tinha sido um
décimo da conexão que ele e Rhys tiveram.
Adivinhou que era hora de ir para o Plano B. O que quer que fosse.
Afastando sua frustração, Joe estendeu a mão, e ele tirou o forro de
silicone com o pino encaixado na parte inferior. Em seguida, rolou para baixo
os dois conjuntos de meias da base de sua amputação.
Graças a um IED2 na estrada, Joe já não tinha o pé direito, tornozelo,

2
Dispositivo Explosivo Improvisado.
e parte de sua panturrilha. Agora que havia tirado a prótese, a pele estava
vermelha escura e manchada, levou alguns minutos para esfregar um pouco
de loção na pele e aumentar sua circulação global por massagear
cuidadosamente toda a área.
Era uma tarefa diária que muitas vezes era tediosa, mas necessária,
se queria continuar a manter a área da amputação em boa saúde. Não gostava
da ideia de ter outra cirurgia para remover ainda mais do que foi deixado.
Estava cansado de cirurgias e feito com a perda de quaisquer partes mais do
corpo.
Um clique suave chamou a atenção de Joe. Ele olhou para cima para
ver a porta do quarto ser aberta. Rhys enfiou a cabeça para dentro do
quarto. O homem estava mordendo o lábio, e seu olhar deslizou ao redor do
quarto, fazendo o seu melhor para evitar a área onde Joe estava sentado. O
homem acabou concentrando-se na parede branca logo acima do ombro de
Joe.
— Posso entrar? — Perguntou Rhys.
Para Joe, a resposta foi fácil.
— Sempre.
Quando Rhys entrou no quarto, Joe notou que ele não tinha mudado
suas roupas, exceto perder os sapatos e meias. O homem pairava ao lado da
cômoda perto da porta e enfiou as mãos nos bolsos da frente da calça jeans.
Joe se perguntou quanto tempo Rhys iria balançar para trás e para
frente, evitando olhar em qualquer lugar perto de sua vizinhança. Joe tinha o
desejo de balançar os braços e gritar: “estou aqui”. Mas não o fez. Ele devia a
Rhys o tempo para aceitar sua presença de volta em sua vida.
Rhys olhou para baixo e viajou sobre a forma de Joe. O silêncio se
estendeu e Joe não tinha certeza do que Rhys estava pensando quando seus
dentes se afundaram em seu lábio inferior.
Será que o homem estava vendo sua nudez ou foi sua parte faltante?
— Vim aqui para dizer-lhe que decidi que deveríamos ser apenas
amigos. — Disse Rhys.
O coração de Joe afundou. Rhys não estava disposto a lhe dar uma
chance. Droga. Navalhas de dor rasgaram o seu interior, dando-lhe cãibra no
estômago.
Rhys ainda estava falando:
— ...final, eu simplesmente não conseguia. Então, se estiver
interessado em mais de um momento divertido, estou disposto a tentar, mas
apenas para a meta de algo a longo prazo.
— Espere. O quê? — Joe tinha perdido algo importante.
Rhys levantou as mãos, enfatizando suas palavras.
— Estou tentando te dizer que estou n um ponto em minha vida onde
só estou interessado num relacionamento real. Não vou me contentar com
encontros de uma noite ou amigos com benefícios. Então, se não está disposto
a comprometer-se, então tudo o que tenho para dar é a minha amizade.
Calor cobriu o frio que tinha tomado um aperto sobre seu coração.
As palavras de Rhys combinavam com seus sentimentos perfeitamente.
Joe estendeu a sua mão com a palma para cima. A alegria floresceu
quando Rhys imediatamente colocou a mão na sua.
— Esteja preparado, querido. — Joe avisou. — Não vou deixar você ir,
mesmo depois que formos apenas dois brilhos flutuando no céu.
Os grandes olhos azuis de Rhys se iluminaram e um sorriso espalhou
por seu rosto bonito.
Joe puxou sua mão até que o homem rindo caísse em seus
braços. Ele os torceu ao redor até seu corpo nu pressionar ao longo do
comprimento da forma vestida de Rhys. Ele poderia ficar nessa posição com
Rhys e ouvir sua risada para o resto de seus dias. Mesmo se parte dele
ansiasse por Rhys tirar suas roupas.
Seus rostos estavam apenas centímetros distante, mas Joe
emoldurou as bochechas de Rhys para ter certeza que ele tinha a atenção
completa do homem.
— Sei que vai levar tempo para ganhar sua confiança. — Joe beijou o
canto da boca de Rhys. — Realmente acredito que precisávamos desses dez
anos para sermos capazes de chegar a este ponto. Me desculpe por te
machucar. Vamos fazer novas memórias incríveis para colocar no livro de
imagens da vida.
— Cowboy, acredito que você é um caso de coração romântico no
armário. — Rhys tocou a ponta do dedo no lábio inferior de Joe.
— Se me der uma chance, serei o que você quiser, querido. — Joe
desceu e capturou os lábios de Rhys.
Rhys quebrou o beijo com um pop molhado.
— Seja você mesmo.
Joe assentiu. No final, era tudo que ele poderia ser. Apenas um
vaqueiro simples.
Usando apenas a boca, Joe monopolizou, acariciou e lambeu os lábios
do outro. Ele amava como as pernas de Rhys se afastaram quando ele
beliscou o lábio inferior antes de sugá-lo em sua boca. Mãos começaram a
acariciar a parte de trás de sua cabeça e pescoço, enviando ondas de desejo
por sua espinha. Joe deixou o lábio inferior ir e aprofundou o beijo. Beijar Rhys
poderia facilmente tornar-se uma obsessão.
Em um movimento que surpreendeu o inferno fora dele, Rhys
interrompeu o beijo e empurrou Joe de costas. Ele olhou para cima para ver
Rhys deslizando em cima dele. Tudo fez sentido quando Rhys abriu as pernas,
montou sua barriga e empurrou-se sobre os joelhos.
O atrito da bunda vestida em jeans esfregando contra a carne nua de
seu membro duro puxou um gemido profundo de Joe. Mãe de Misericórdia, o
homem estava deixando-o louco, e seu pau ia explodir se não fosse
cuidadoso. Joe agarrou para qualquer coisa que pudesse pensar para acalmar
seu pênis indisciplinado.
Vamos ver, o Yankees venceu o campeonato em...
— Você tem suprimentos? — Rhys interrompeu seus pensamentos
caóticos.
A mente de Joe ficou em branco. Rhys levantou os braços sobre a
cabeça e puxou a camisa branca, puxando-a acima da cabeça e enviando-a
navegando para o chão. Acres da pele bronzeada dourada cobrindo um magro
corpo musculoso estavam bem na frente e em cima dele. Glória, às vezes, a
vida era maravilhosa. Pressão construiu nas bolas de Joe quando pré-sêmen
brotou da ponta do seu pênis.
Rhys encolheu seu estômago já plano e abriu sua calça. O coração de
Joe caiu numa parada dolorosa. Mais pele, e um arbusto bem aparado em
torno do pau de Rhys, mostrou-se entre as extremidades abertas do
tecido. Rhys não estava usando nada por baixo do jeans apertado. Droga,
apenas droga.
Rhys começou a empurrar seu jeans para baixo sobre seus quadris,
mas fez uma pausa.
— Suprimentos, Joe. Você tem algum, ou devo ir pegá-los no meu
quarto?
Joe olhou para Rhys por um momento antes de piscar. Limpar a
garganta não ajudou com a secura.
— Na gaveta. — Ele conseguiu coaxar fora.
— Por aqui? — Rhys caiu para um lado e se inclinou sobre Joe quando
ele estendeu a mão para a mesa ao lado da cama.
Joe não se incomodou em responder. Sua atenção centrada no
mamilo colorido a curta distância. Inclinando-se, tomou aquele doce cume em
sua boca. Acima dele, Rhys congelou. Joe sugou o pedaço de carne
profundamente. Ao mesmo tempo, arrastou seus dedos sobre a pele lisa do
peito de Rhys e explorou cada cume de seu abdômen musculoso. Sob os dedos
curiosos de Joe, o torso de Rhys tremeu.
O corpo de Rhys não tinha muitos pelos, mas Joe percorreu a
pequena trilha do tesouro, os dedos correrem do umbigo do homem para
baixo, para o cabelo grosso em torno de seu pênis. Joe enfiou a mão através
da abertura da calça e encontrou um pau duro esperando por ele.
Tomou o eixo na sua mão, explorando o comprimento do homem e o
perímetro sólido. Deixando o mamilo ir, admirou a carne vermelha e o seixo
agora duro. O pouco de carne parecia tão convidativo, brilhando com sua
saliva, que Joe deu-lhe um par de pinceladas com a língua.
— Oh, Joe... — Rhys Suspirou.
— Qual é o problema, querido? É o seu outro lado sentindo-se
negligenciado?
Joe deixou o mamilo ir. Ele iria voltar a esse delicioso prazer mais
tarde. Agora era hora de jogar um pouco. Com as duas mãos, tomou os
ombros de Rhys de lado. Deslocando o peito do homem magro até o mamilo
negligenciado estar ao alcance, Joe começou a rodar a língua sobre o disco
plano. Fechando os dentes em torno do pequeno nó no centro, ele o estimulou
até que este estivesse duro. Não tendo nenhuma misericórdia, Joe mordeu
enquanto esfregando a língua sobre a ponta.
Rhys arqueou e gritou. Joe sugou todo o mamilo na boca e chupou
duro. A ponta do pau duro de Rhys beijou sua barriga, deixando um rastro de
umidade para trás. Sob suas mãos, Rhys estremeceu. Era hora de mover as
coisas.
Com um toque, Joe baixou Rhys de costas. Descendo,
empurrou a calça fora e a jogou no chão. No momento seguinte, estava
exatamente onde queria estar, instalado entre as pernas fortes de Rhys, com
suas bocas presas juntas.
Joe procurou cegamente para a garrafa de lubrificante, não disposto
a desistir de sua conexão com Rhys. Seus dedos encontraram o plástico
liso. Um toque de seu polegar abriu a tampa. A língua de Rhys pressionou
entre os lábios de Joe, e lubrificante derramou por todo lado.
Neste ponto, Joe não se importava. As coisas ficariam muito mais
confusas, se tinha algo a dizer sobre isso. Esfregaram juntos, e suas
respirações aceleraram. Joe estendeu a mão e espalhar o lubrificante na
apertada entrada, ele não podia esperar para estar dentro de Rhys novamente.
Satisfação floresceu quando percebeu quanto tempo demorou para
soltar os músculos anais de Rhys. Era óbvio que o homem não tinha estado
com alguém em um tempo. Foi Joe um idiota por gostar do fato de que Rhys
tinha sido abstinente e ainda tinha escolhido estar com ele? Talvez, mas ele
não iria levá-lo de volta.
Um dedo mergulhou até a primeira junta, e os músculos o apertaram
com força.
— Respire, querido. Leve-o dentro.
Rhys tomou algumas respirações profundas, e o dedo de Joe afundou
o resto do caminho. Joe gostava do aperto suave e quente, seda em torno de
seu dedo. Ele pressionou outro dedo dentro, e as mãos de Rhys se agitaram ao
redor de seus ombros e peito. Logo seus dedos estavam se movendo
facilmente dentro e fora.
— Você gosta disso, querido? — Joe sabia a resposta pela forma como
Rhys estava levantando seus quadris para encontrar seus dedos.
— Eu preciso de mais. — Rhys arqueou as costas, que trouxe seus
peitos juntos.
— Vou dar-lhe tudo o que precisa. — Joe prometeu. — Mas precisa
colocar o preservativo em mim.
Estando por cima, Joe poderia usar seus joelhos para mantê-lo
estável o suficiente para foder Rhys. A falta de um pé para ancorá-lo tornou
impossível colocar o preservativo, a menos que o conseguiu colocar com uma
só mão.
Rhys não teve problemas para correr o látex por seu pau ou espalhar
lubrificante em todo o preservativo com os dedos firmes até o cabelo de Joe
estar de pé.
— Chega. — Ele ordenou. — Levante as pernas.
O homem ágil dobrou facilmente os joelhos e trouxe-os contra seu
peito. A entrada exposta brindou Joe em ação.
Trazendo a cabeça latejante de seu pênis para o ânus de Rhys, Joe
pressionou lento, mas constante e não parou até a ponta entrar
completamente. O gemido de Rhys o fez parar e deixar o homem doce se
ajustar. Um fluxo constante de pré-sêmen a partir do pau de Rhys estava se
reunindo entre eles.
Rhys segurou o rosto de Joe.
— Mova-se, Joe. Estou tão pronto.
Esse foi um problema com o qual poderia lidar. Tomando seu tempo,
ele empurrou algumas polegadas, forçando através do aperto. Invertendo a
direção, ele puxou até que apenas a ponta permaneceu dentro do túnel
apertado.
— Droga, Joe. — Rhys reclamou. — Coloque dentro.
Ignorando a impaciência de Rhys, Joe novamente empurrou para
dentro, indo um pouco mais antes de arrancar novamente. Ele repetiu essas
ações até chegar ao fundo do poço, e suas bolas, duras como pedra,
apertarem contra a deliciosa bunda de Rhys.
Por esta altura, os dois foram se esforçando para recuperar o fôlego e
suor revestia sua pele. Rhys tremeu, e os braços que apoiavam Joe não
estavam em muito melhor forma.
Joe não podia esperar mais e estabelecer um ritmo constante de
golpes profundos, acertando esse ponto doce há cada vez.
— Joe... Joe... Joe... — O rosto de Rhys brilhava com o epítome do
prazer, enquanto jogava a cabeça para trás e para frente.
Inclinando-se sobre um cotovelo e deslizando sua outra mão
debaixo do quadril de Rhys, levantando-o mais elevado para um ângulo
melhor. Mergulhando, Joe aumentou seu ritmo.
O corpo de Rhys enrijeceu, e Joe segurou firme. O homem não estava
indo a qualquer lugar. Joe começou a mover seus quadris. O atrito em torno
de seu pênis era requintado. Droga, Joe queria que isso durasse para sempre,
mas sabia pelos arrepios na base de sua espinha que as coisas estavam indo
para chegar a uma conclusão em breve.
— Merda... Caramba... Porcaria... Ahhh! — Rhys gritou.
Joe olhou para baixo e viu Rhys apertar sua mão e seu pau derramar,
enviando jatos de sêmen por sobre todo seu peito nu. A visão de respingos
brancos contra a pele bronzeada lisa enviou Joe tombando sobre a borda do
desejo, e sêmen explodiu de seu pênis dentro do preservativo. Ofegante,
continuou se movendo no canal apertado, enchendo o preservativo. Um último
empurrão profundo e uma explosão de coragem tomou a última força de Joe e
ele caiu em cima de Rhys.
Estava apenas começando a cair em felicidade nebuloso quando Rhys
começou a balançar ao redor até que estava meio fora de debaixo de Joe. Ele
odiou quando seu pênis saiu do confortável canal.
Ele odiou mais quando Rhys disse:
— Fique longe de mim. Eu preciso sair.

Capítulo Cinco

Joe não podia acreditar no que tinha ouvido de Rhys.


Abrindo um olho, olhou para cima, para Rhys.
— O que você disse?
— Sêmen seco coça. — Rhys empurrou o ombro de Joe. — Eu preciso
limpar.
Joe poderia perdoar Rhys por sua falta de romantismo e esplendor
após fazer amor, só porque ele estava certo. Joe saiu de cima de Rhys e rolou
de costas. Segurando o preservativo, sentou-se e pegou suas muletas.
A mão em seu ombro o parou, e ele olhou para Rhys, imaginando o
que o homem queria.
— Fique aqui, eu vou ter uma toalha molhada para você. — Rhys
pegou um punhado de lenços a partir da caixa na mesa de cabeceira e, com
um movimento impressionante, teve o preservativo para fora e, com ele, a
maior parte do excesso de sêmen.
Joe admirou a bunda de Rhys quando o homem se afastou. Ele não
era um fã da curta distância, mas, oh homem, a visão dessa bunda teve seu
pênis se recuperando. Joe suspirou quando Rhys desapareceu no
banheiro. Relaxando de volta para a cama, ele distraidamente ouviu o clique
da luz e o jorro de água da pia.
As pálpebras, que não tinha percebido que tinham fechado, abriram
quando algo quente e úmido arrastou através de sua coxa e tocou seu
pênis. Joe balançou-se, pronto para livrar-se da mais recente brincadeira que
os caras do quartel estavam jogando. Ia ser um prazer pensar em algo vil para
dar-lhes o retorno.
— Whoa. — Rhys ergueu as mãos, toalha e tudo. — Só para te limpar
um pouco.
Por um segundo, tudo que podia fazer era olhar para Rhys e
focar em seus lábios inchados, o cabelo despenteado, confuso, e, o melhor de
tudo, ele estava nu. Quando a mente de Joe chutou, percebeu que não estava
num quartel do Exército.
Joe capturou a mão de Rhys.
— Volte para a cama, querido.
Rhys riu e saiu do alcance de Joe.
— Primeiro ficar limpo e, em seguida, aconchegar.
Não havia maneira dele não reagir aos talentosos dedos de Rhys
esfregando a umidade quente contra seu pênis. No momento em que Rhys
estava pronto para lavar a parte inferior, seu pau estava de pé.
Rhys tocou a ponta do pau de Joe com o dedo.
— Se isso acontecer cada vez que eu te lavar, podemos nunca sair da
cama.
— Não consigo pensar em nada de ruim sobre essa afirmação.
O enorme sorriso e os risos de Rhys aumentaram o desejo de Joe por
uma centena de vezes se isso fosse mesmo possível. Ele só sabia que
precisava, agora.
— Por que não desliza um preservativo lá e vem para um passeio. —
Joe sugeriu. Ele estava orgulhoso de quão tranquilo e calmo aquilo soou. Por
dentro, estava pronto para atacar Rhys e levá-lo ao chão, se necessário.
— Este preservativo? — Rhys brincou enquanto balançava um
invólucro entre os dedos.
— De onde veio isso? — Num segundo as mãos continham um pano
úmido e no próximo um preservativo.
Rhys se arrastou para a cama.
— Mágica, meu cowboy, mágica.
Joe assistiu Rhys se instalar entre suas pernas e rasgar a embalagem
com os dentes. Os dedos peritos rolaram o preservativo lubrificado para baixo
do seu pênis duro. Todo seu corpo endureceu quando dedos firmes agarraram
seu pau e o bombeou algumas vezes.
— O show vai acabar antes da diversão começar, se continuar
fazendo isso. — Joe rangeu os dentes, o quarto, de repente, tornar-se muito
quente.
— Pobre bebê. — Rhys apontou para a cabeça de Joe. — Passa-me o
lubrificante.
Joe entregou a garrafa. Segundos depois, fechou os olhos. Merda,
não ajudou. Isso só inflamou a intensidade da necessidade que Rhys estava
criando. Dedos deslizaram para cima e para baixo, facilitados pela suavidade
do lubrificante. Em desespero, Joe começou a recitar a tabela periódica em sua
cabeça.
— O que você está pensando? — Perguntou Rhys.
Ele abriu os olhos.
— Sinto a atração entre nós crescer a tal ponto que tudo que tem a
fazer é me tocar e meu corpo quer disparar, como se eu fosse um adolescente
com meleca no nariz de novo.
Rhys riu.
— Não o vejo como um adolescente com meleca no nariz, e acredite,
entre nós, eu era o único a atirar minha carga a cada dois segundos.
— Você é tão bonito. — Joe afirmou.
Rhys se ajoelhou entre as pernas de Joe e inclinou-se, por um lado,
enquanto o outro chegou de volta em direção a sua bunda. Joe viu quando o
outro abriu os joelhos mais largo e seus olhos fecharam até a metade. Rhys
molhou os lábios com a língua, inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos o
resto do caminho.
O gemido de Joe se juntou ao de Rhys. Ele só podia imaginá-lo
dedilhando sua bunda aberta. Joe tinha uma grande imaginação.
— Monte-me, querido. — Joe ordenou. — Eu preciso... — Ele esperou
tempo suficiente.
Rhys levou a mão à frente e, com movimentos graciosos, rastejou
sobre Joe. Mais do que pronto, ele segurou seu pênis apontado diretamente
para cima, enquanto Rhys baixava sua bunda.
Natal e Páscoa caíram num feriado feliz quando Rhys engoliu o pênis
de Joe. Rhys deve ter estado na mesma página, pois logo ele começou a
balançar para trás e para frente. Joe pegou os quadris de Rhys e o ajudou a
montá-lo. Levantando seus quadris, Joe empurrou tão profundamente quanto
pode.
Tempo não tinha nenhum significado. Nada existia, exceto Rhys e sua
conexão. Bonito, Rhys era bonito.
Suor irrompeu sobre ambos enquanto continuavam sua dança. Joe se
aproximou e cercou o membro de Rhys com força, o pau balançando. O
gemido do homem era música para seus ouvidos. Pré-sêmen facilitou o
caminho, e Joe começou a acariciá-lo firmemente.
Rhys fechou os olhos e deixou cair a cabeça para trás, expondo seu
pescoço. Sêmen jorrou sobre a mão de Joe.
Seu ritmo afundou. Um aperto súbito estrangulou o pau de Joe,
desencadeando seu orgasmo iminente. Joe sacudiu, e jatos de esperma
encheram o preservativo. Bombeando seu pênis, ele esperava prolongar esta
viagem para o paraíso.
Acima dele, Rhys desmoronou, caindo sobre seu peito. Joe passou os
braços em torno de seu homem precioso e beijou perto de sua orelha. Não
querendo acabar com sua vida amorosa, Joe continuou a empurrar seu pau
amolecido no canal de Rhys.
— O que você faz para mim é tão bom... — Rhys sussurrou próximo
ao ouvido de Joe.
— Eu vou continuar fazendo isso por tanto tempo e tantas vezes
quanto me deixar. — Joe ofereceu.
Ele manteve as coisas leves. Tinha um sentimento que se dissesse a
Rhys algo profundo, como “Eu te amo”, sua confissão não seria aceita. Tudo
bem. Joe era um homem paciente.
Rhys riu e empurrou-se sobre o peito de Joe até que pudessem olhar
um para o outro.
— Acho que vamos ver como vai ser entre resgates, treinamento,
você trabalhando com os cavalos, e mantendo o celeiro no topo da forma.
— Nós vamos fazer isso funcionar. — Joe puxou a cabeça de
Rhys para baixo e beijou-o.
O beijo tranquilo ajudou a acalmar seus corpos. Quando terminou,
Rhys sentou-se e se afastou. Joe tentou ignorar quão vazio seus braços
sentiam.

*****
— Eu já volto. — Rhys pegou o pano úmido e foi para o banheiro.
Ajustando a água até que ela estivesse na temperatura certa, Rhys
fez um trabalho de limpeza em si mesmo e enxaguou a toalhinha. Não queria
perder tempo por medo de surpreender Joe dormindo de novo. Depois de
torcer a toalha, Rhys virou-se para deixar o banheiro, mas voltou-se ao ver
seu reflexo no espelho.
Um homem bem satisfeito olhava para Rhys, com brilho nos olhos
azuis e lábios vermelhos e inchados. Ele virou a cabeça para o lado e notou
que tinha um bom caso de queimadura de barba, que se estendia por sua
bochecha e para o lado de seu pescoço.
Rhys olhou para aquele homem no reflexo.
Você foi bem-amado por Joe Beck, novamente. E, novamente, o que
vai fazer sobre isso? Ok, isso é uma pergunta estúpida. Qualquer pessoa em sã
consciência iria com o fluxo e veria o que acontece. Bom plano, certo?
Rhys assentiu para o homem olhando para ele. Sim, isso era o que ia
fazer. Viver um dia de cada vez, com intenções de criar algo duradouro. Um
grande sorriso espalhou por sua face. Ele teve sexo com Joe Beck. Duas vezes.
Caminhando de volta para a cama, Rhys observou Joe olha-lo.
— Você vê algo que você gosta, meu cowboy?
— Sim. — Respondeu Joe.
— Bem, mantenha esse pensamento. — Rhys sentou-se na cama e
começou a limpar a área da virilha de Joe. — Eu quero te limpar um pouco, e
então estou pronto para algum aconchego.
— Você é um cara de abraços? — Joe cruzou os braços sob a cabeça,
fazendo seu peito expandir, e Rhys perdeu sua linha de pensamento.
— Hum, acho que bons relacionamentos são construídos sobre todas
as pequenas coisas da vida. — Rhys terminou de limpar Joe e jogou a toalha
para o banheiro. Ele a pegaria mais tarde.
— Como beijos? — Joe brincou.
— Todos os tipos de beijos são os melhores. — Rhys olhou para a
perna e franziu a testa. — O fim de sua perna parece muito vermelho. É
porque tivemos sexo?
Joe levantou a perna e examinou o coto.
— Está um pouco dolorida, mas não muito ruim ainda.
— Você tem alguma coisa que eu poderia colocar sobre ela? — Ele
notou que Joe não estava admitindo que a dor vinha de suas façanhas sexuais.
— Há um pouco de loção que deve ajudar. — Joe apontou para a
mesa ao lado da cama. — Mas posso colocar um pouco mais tarde.
Rhys estudou Joe. Seu cowboy tranquilo não estava olhando-o nos
olhos, e tinha levado os dois braços para fora de sob sua cabeça.
— Você não quer que eu o ajude? — Rhys disse calmamente.
As sobrancelhas escuras de Joe franzirams, formando uma linha no
meio.
— Ninguém, exceto médicos e enfermeiros já a tocou. Não sei se eles
realmente queriam. É muito feia.
Rhys pegou o frasco de loção e derramou um pouco em suas
mãos. Delicadamente, espalhou o líquido frio sobre a extremidade da perna de
Joe, dando-lhe uma massagem suave. A princípio, Joe parecia tenso e
observou cada movimento de Rhys. Depois de um tempo, começou a relaxar,
embora seus olhos castanhos se mantivessem atentos ao que Rhys estava
fazendo.
— Você pode me dizer o que aconteceu? — Perguntou Rhys. — Eu
gostaria de saber. A menos que não possa falar sobre isso.
— Estávamos acompanhando um carregamento de suprimentos para
um acampamento base. — Joe passou a mão pelo rosto. — Inferno, nem
sequer deveria estar lá.
Rhys colocou a tampa na loção e arrastou-se para deitar na curva do
braço de Joe.
— Onde deveria estar? — Rhys ajustou a cabeça confortavelmente no
ombro de Joe.
Dedos correram através do cabelo de Rhys, puxando as
extremidades.
— Vínhamos trabalhando profundamente no coração de onde ISIS3
tinha criado um campo de treinamento. — Começou Joe. — Isso é o que
fizemos. Entrar e os levar para fora. Houve um incidente com outra equipe
SWAT por falta de comunicação e um sensor de detonação com defeito. Os
detonadores explodiram prematuramente, e a equipe foi eliminada. Fomos

3
Estado Islâmico do Iraque e Síria.
retirados de lá, enquanto o incidente estava sob investigação. Enquanto
esperávamos os superiores concluírem o que aconteceu, eles nos atribuíram
para que nos certificássemos que os caminhões de abastecimento chegassem
aos seus destinos. — A risada curta de Joe não tinha nenhum humor. — ISIS
decidiu que não queriam que aquele campo base recebesse mais água potável
e criou uma série de IEDs sob a superfície da estrada de terra que estávamos
dirigindo.
— Seu caminhão bateu num IED e explodiu. — Rhys adivinhou.
— Tudo foi para o inferno, querido. Todos para o inferno. — O peito
de Joe expandido quando ele respirou fundo. — No começo, não ouvi a
explosão, ou talvez ouvi, mas não registrei no meu cérebro. Lembro-me de ser
batido contra os suportes de metal do teto do veículo blindado e voar para os
lados. Areia parece suave, mas quando se é jogado de cabeça na coisa, é
como se tivesse acertado concreto. — O braço de Joe em torno de Rhys fechou
ao redor dele mais apertado. — Laminas afiadas cortaram em cima de mim em
ondas, e os homens estavam gritando. Mais tarde descobri que eram
estilhaços. Uma das minhas pernas ficou dobrada para cima, num ângulo
estranho. Num segundo estava deitado ali, e no próximo o que restava do
veículo caiu sobre minha outra perna.
— Oh, merda. — Rhys não sabia mais o que dizer. Horror brilhou, e o
que Joe tinha atravessado tornou-se real. Ele quase perdeu Joe antes que
pudesse tê-lo de volta.
Os dedos de Joe arrastaram para cima e para baixo nas costas de
Rhys.
— A coisa mais estranha foi que não senti nenhuma dor. Isso me
assustou mais. Apaguei, e na próxima vez que abri meus olhos, estava num
hospital na Alemanha.
— Você não se lembra de nada no meio? — Rhys levantou a cabeça e
olhou para Joe.
Uau, tinha que ter havido passeios de helicóptero, bases médicos
improvisadas, para não mencionar a longa viagem de avião para chegar à
Alemanha. Joe segurou a parte de trás da cabeça de Rhys e pediu-lhe para se
deitar de volta para baixo.
— Eu bati três vezes e quase sangrei duas vezes. Eles acabaram me
colocando num coma induzido por uma semana.
— Será que amputaram a sua perna direita, então? — Rhys pensou
que seria quase pior ter que lidar com ser levado para a sala de operação,
sabendo que os médicos iriam cortar sua perna, do que acordar com a
esperança de ter uma perna só.
— Perdi o pé e o tornozelo de imediato quando o caminhão pousou
sobre eles. — Joe arrastou seus dedos sobre o ombro de Rhys. — Tive que
fazer mais duas cirurgias quando o coto não curou corretamente. Foi um
momento difícil. A minha outra perna estava quebrada em quatro lugares. Com
todas as placas que colocaram, disparo os alarmes no aeroporto toda vez.
— E depois veio o médico de cabeça. — Rhys comentou e abraçou Joe
apertado.
— Oh, sim. Quando dizem que perder um membro é como perder um
ente querido, posso te dizer que estão certos. Passei por todas as diferentes
etapas. Raiva, tristeza e todo o resto. Mas o tempo tem uma maneira de fazer
você lidar. É uma espécie de caminhada que a pessoa tem que percorrer. Eu
tive boas pessoas aconselhando-me e deixando-me liberar a raiva quando
precisava. Escolhi continuar a viver uma vida produtiva. Mas tenho que dizer
que não poderia ter feito isso sem eles.
— Acabei falando com um, cerca de seis meses depois que entrei para
o Exército. — Rhys admitiu.
A mão de Joe parou de se mover nas costas de Rhys.
— O que aconteceu?
Rhys não respondeu. Talvez não devesse ter tocado no assunto. Por
que não tinha mantido sua boca fechada? A mão de Joe fechou em torno da
sua mão, parando Rhys de mastigá-la como um prego.
— Quero saber. — Disse Joe. — O bom, o mau, e tudo mais.
— Quando acordei sozinho depois da nossa noite juntos, estava ferido
e totalmente chateado. — Rhys admitiu. — Centrei toda a minha raiva sobre
esse incidente e o usei como uma muleta quando as coisas iam para o inferno
ao longo dos próximos meses.
—Sei que queria se tornar um médico do Exército. — Joe atou seus
dedos juntos. — Você teve problemas? É por isso que é um rastreador agora?
Rhys bufou em desgosto.
— Será que um urso caga na floresta? Santo inferno, uma vez que
consegui passar através da formação básica, fui para a formação
avançada. Enquanto me destacava em manter a calma sob pressão, descobri
que odiava quase tudo sobre a parte prática de ser um médico.
— Espere um minuto. — Joe interrompido. — Não é mais sobre cuidar
das pessoas primeiro, por que querem se tornar um médico?
Rhys queria esconder o rosto na axila de Joe, mas era um adulto e
iria responder à pergunta do homem.
— Hum, bem, eu cuidava dos animais no circo. — Quando as
sobrancelhas de Joe subiram, Rhys novamente queria esconder-se. — Descobri
realmente rápido que os animais reagem à dor de uma forma totalmente
diferente dos humanos. Em comparação com os animais, os humanos são
fracos.
— Porque acho que existem outras razões que o levaram a mudar de
ideia sobre ser um médico? — Joe começou a acariciar o pescoço de Rhys.
— Eu queria estar fora do circo. — Rhys deixou escapar. — Sabia que
adoraria a parte da ação do Exército, mas a menos que fosse para a parte
médica, Papa teria ido para a cadeia antes de me deixar partir. Sim, ele se
opôs, mas isso não era nada em comparação ao que poderia ter sido, e ele
conhece pessoas em lugares altos.
— Ele sabe que os médicos estão nas linhas de frente e no meio de
toda a ação? — Joe apontou.
— Acho que pensou que eu ficaria com o trabalho agradável e
acolhedor em algum hospital. Mas não é assim que funciona.
Menino, nunca funcionou dessa maneira.
— O que aconteceu na formação avançada? — Joe inclinou a cabeça e
beijou sua testa.
— Estava com raiva. Culpei você. — Rhys teria se virado, se Joe não
tivesse apertou seus braços. — Eu me sentia abandonado e sozinho, enquanto
estava tentando chegar a um acordo que ser médico de campo não era para
mim. Parti e arranjei brigas, em cada chance que eu podia. Um humor negro
começou a assumir. Meu oficial superior me fez ver o psicólogo do Exército e
encolher. Ele me deixou falar e falar, até que acho que descrevi cada segundo
da minha vida.
— Acho que eles sabem o que estão fazendo. — Joe corria seus dedos
através do seu cabelo.
— Aprendi que estava tudo bem estar magoado e irritado com o que
tinha feito. — Rhys olhou para Joe. — Mas também aprendi a lidar com isso e
seguir em frente. Quando os meus superiores descobriram os meus talentos
para trabalhar com animais, fui enviado para um centro de treinamento com
cães farejadores. Foi onde me destaquei. Antes que percebesse, tinha o meu
próprio cão e estava fora, no meio do caos, tentando permanecer vivo. Adorei
cada minuto.
— Como é que veio parar aqui? — A mão de Joe deixou o cabelo de
Rhys e descansou em sua nádega.
Distraído com o calor em sua bunda, Rhys não respondeu de
imediato. Dedos apertando sua carne o fizeram levantar o rosto para um
beijo. Uma das sobrancelhas de Joe levantou. Opa, ele havia perdido alguma
coisa.
— O que?
Rhys recebeu seu beijo, mas foi só uma pincelada de lábios na testa.
— Você é tão bonito, querido. — Os olhos de caramelo de Joe
brilharam. — Eu quis saber como veio parar aqui na fazenda.
Rhys encolheu um ombro.
— Cumpri os meus quatro anos, e quando me tornei um civil, me
juntei a Associação Nacional de Busca e Salvamento. Quando ouvi que Resgate
Contratado estava abrindo um ramo no Oeste e estava à procura de um par de
rastreadores, agarrei a chance.
— E agora está aqui. — Disse Joe e puxou Rhys em cima dele.
— E agora você está aqui. — Respondeu Rhys e tornou-se perdido nos
olhos de Joe.
— É uma coisa boa que estamos aqui. Tenho planos. — Joe rolou com
Rhys até que o cowboy estava em cima.
O riso encheu o quarto pouco antes dos lábios se juntarem e um
quente amor suado começar.

Capítulo Seis

Rhys olhou para o número piscando no seu telefone tocando. Ele não
o reconheceu, mas se se lembrava direito, o código de área era de algum lugar
no Centro-Oeste. Rhys bateu a tela e levou o telefone até sua orelha.
— Olá.
— Oi, eu estou procurando um Rhys Kent.
— Eu sou Rhys. Como posso ajudá-lo?
— Oi, Rhys. Eu sou Chad Banks da Fundação Nacional de Pesquisa e
Salvamento. Soube que esteve perguntando sobre conseguir um cão de busca
e salvamento.
Rhys olhou para Mich, que dormia no chão. Era quase como se
estivesse traindo o cão.
— Queria ver o que estava disponível no momento. — Rhys admitiu.
— Nossos registros indicam que trabalha com um schnauzer gigante,
chamado Michigan. — Chad pigarreou. — Posso perguntar se ele ainda está
com você?
— Sim, ele ainda está no campo comigo. — Rhys respondeu. — Mas
sua idade está começando a alcançá-lo.
Rhys odiava que tivesse que dizer essa frase. Até onde estava
preocupado, Mich devia viver para sempre.
— Rapaz, é difícil quando ficam velhos. — Chad comentou. — Eu fiz
algumas chamadas, e quero que saiba que, neste momento, nenhum de
nossos contatos têm um cão com as habilidades que precisa. Se Michigan
ainda está no campo com você, temos pelo menos um pouco de tempo
ainda. Se quiser, vou continuar procurando.
— Hum, isso seria ótimo. — Isso não estava bem, mas Rhys imaginou
que teria de ser. — Obrigado.
— Não tem problema, tome cuidado.
Rhys olhou para a tela do telefone. Havia um lugar que não tinha
chamado. Roman tinha lhe dado o número, mas tinha hesitado. Por alguma
razão, sentia-se como uma finalização, como se estivesse desistindo de Mich.
Com o polegar, Rhys apertar o botão de contato. Ele murmurou
através dos nomes até encontrar o que estava procurando. Rhys apertou o
símbolo para ligar.
— Alex Taylor.
Rhys respirou fundo. Alex era um antigo rastreador de Resgate
Contratado no Centro-Oeste. Devido a uma lesão, ele só trabalhava em tempo
parcial para o grupo de resgate. Intimamente, o homem sabia o que Rhys
necessitava de um cão.
— Oi, Alex. Meu nome é Rhys Kent, e sou um rastreador do Resgate
Contratado do Oeste.
— Oh, sim, ouvi falar de você. — A voz de Alex tinha uma qualidade
tranquila, mas amigável. — Você é quem nomeia os seus animais com estados.
Rhys riu.
— Este seria eu. Estou ligando porque meu cão está envelhecendo, e
meu chefe, Roman, me disse que tem desenvolvido um programa de
melhoramento e formação para aí.
— Eu tenho. — Disse Alex. — Meu Bud e o cão do nosso outro
rastreador, Lily, produziram duas ninhadas de filhotes de qualidade. Comecei a
sua formação quase desde suas primeiras horas. Até agora encontramos bons
lugares para eles, e todos estão bem no seu caminho para se tornarem
grandes cães de busca e salvamento.
— Por acaso tem algum cão disponível, ou talvez nos próximos
meses, que corresponda às minhas necessidades? — Rhys quase engasgou
com as palavras de gosto amargo.
— Temo que todos os meus filhotes estão reservados. — Pesar foi
evidente na resposta de Alex. — A menos que haja um não-ajuste entre um
proprietário e cão, não tenho nada disponível por seis meses ou mais. Eu
posso colocar algumas antenas para fora para você, no entanto.
— Obrigado. — Respondeu Rhys. — Mich está envelhecendo, mas
ainda está lidando com o trabalho bem. Tenho tempo ainda.
— Parece bom. A propósito, posso perguntar-lhe sobre o seu
cavalo? Vi alguns cavalos de rastreamento no passado, mas sempre quis
saber...
Era outra meia hora antes de Rhys bateu o polegar sobre o botão
para finalizar a chamada e colocar o telefone no bolso. Parte dele estava
aliviada que não tinha encontrado outro cão. A outra parte sabia que o tempo
de Mich em campo foi ficando mais curtos.
Mais tarde naquele dia Rhys entrou no celeiro e encontrou Joe
falando ao telefone. Subindo atrás de seu vaqueiro, Rhys colocou os braços em
torno do homem e colocou a cabeça entre os ombros de Joe.
Ele amava aconchegar-se contra Joe.
Ao longo do último par de semanas, a dor do passado foi sendo
substituída com abraços, beijos reais e de chocolate, e a construção de uma
verdadeira parceria.
Uma grande mão cobriu as mãos entrelaçadas de Rhys na cintura de
Joe.
— Tem certeza de que não quer que eu vá e fale com Roman? — A
preocupação era evidente no tom de voz de Joe.
Rhys abriu os olhos e ouviu. Algo estava errado.
— Você sabe tão bem quanto eu que ela é imprevisível. E se ela tenta
levar as crianças? — O corpo de Joe enrijeceu ao ouvir a resposta do
interlocutor.
Joe mudou e colocou a maior parte de seu peso em sua perna
boa. Até o final do dia, o coto de Joe estaria dolorido. Logo Rhys iria
massagear loção na pele avermelhada.
Aqueles momentos de silêncio onde ele poderia fazer algo para Joe e
estavam simplesmente juntos, haviam se tornado alguns dos momentos
favoritos de Rhys.
— Posso falar com Mason?
Quando Joe disse o nome de seu irmão, Rhys começou a colocar as
peças em conjunto. Se estava certo, a irmã de Joe havia decolado novamente.
Joe inclinou a cabeça e escutou. Depois de um momento, ele olhou
para cima em todo o celeiro. Pelo olhar vago nos olhos do outro, Rhys
suspeitou que Joe não via nada na frente dele, mas estava concentrado no que
estava sendo dito em seu ouvido.
— Então, ela está morando com ele? — Joe cuspir em desgosto. —
Você a viu e ela estava alta? Merda, ambos estavam? Inferno! Está brincando
comigo!
Rhys foi se afastar e dar-lhe algum espaço. Joe pegou seu pulso e o
puxou para debaixo do braço. Odiava que o outro estivesse com raiva, mas
uma parte dele gostava que Joe o quisesse ali num momento de crise. E,
rapaz, fez soar como se houvesse uma crise.
— Um o quê? — Joe gritou. — Só pode estar de brincadeira
comigo. Ela está usando um anel?
Silêncio reinou enquanto Joe ouviu. O silêncio se estendeu até Rhys
estar pronto para chegar e pressione o botão do viva-voz no telefone.
Finalmente, Joe falou.
— Tudo certo. Parece que você tem tudo sob controle. Acredita que
ela estava dizendo a verdade?
Joe balançou a cabeça antes de dizer:
— Mantenha-me informado. Amo você também.
Depois de Joe ter empurrado seu telefone no bolso, ele envolveu os
braços em volta de Rhys e puxou-o para a caverna quente de seu corpo. Rhys
abraçou Joe perto e esperou para descobrir o que aconteceu.
— Vamos lá. — Disse Joe e virou Rhys para a sala de arreios.
No canto, no meio de todas as selas, arreios e outros equipamentos
equinos, tinha um pufe. Uma pequena televisão estava em uma mesa baixa na
frente da cadeira. Rhys entendeu o raciocínio por trás de ter uma televisão no
celeiro quando ele passou a noite no pufe, enquanto Joe mantinha um olho em
um dos cavalos que estava mostrando sinais de cólica.
Rhys sempre sorria para a memória de Jimmy, Tristan e Carson
ajudando Joe perto de Paxton. O veterinário equino local já tinha estado lá.
Depois de administrar algo com uma agulha do tamanho — segundo
a opinião Rhys — de uma pequena lança, o homem mais velho tinha instruído
a manter um olho sobre o cavalo e chamar se ficasse pior.
Os quatro homens, que seriam sempre cowboys não importava o que
fizessem na vida, passaram o resto da curta noite observando Paxton por
quaisquer sinais de angústia. Claro, seus maridos, Roman, Santos e Isaiah,
juntou com Rhys passaram a noite em frente da televisão.
Eles tinham encontrado mais pufes em algum lugar e durante toda a
noite os cowboys iriam entrar e enrolar-se com os seus parceiros por um
tempo, antes de voltar para o cavalo doente.
Pela manhã, Paxton comeu, defecou e não mostrou qualquer sinal de
dor. O bando cansado, mas feliz e eufórico com a vitória, cambaleou até a
fazenda e foi para a cama.
Agora Joe abaixou-se para o pufe e puxou Rhys até escarranchá-lo no
seu colo. Rhys o abraçou e deitou sua cabeça no ombro de Joe. Mãos grandes
esfregaram para cima e para baixo em suas costas.
A carícia era boa, mas Rhys sabia que era Joe que precisava da ação
reconfortante.
— Meu pai ligou para dizer que, no início desta semana, Iris decolou
novamente e não voltou. — Joe afirmou.
— Sua mãe não mencionou durante seu último telefonema que Iris
tinha deixado a fazenda e não voltou para casa ao longo das últimas semanas?
— Tanto Rhys e Joe tinham concordado que nada de bom ia vir dos
desaparecimentos de Iris. — Talvez ela vá aparecer de novo no dia seguinte ou
dois.
— Mason e Liam a encontraram saltando de sua mente em drogas. A
boa notícia foi que ela vai ficar em um apartamento decente na cidade. — Joe
respirou fundo e soltou o ar lentamente. — Ela estava com o cara com quem
fugiu anos atrás. Ele não estava em muito melhor forma do que ela. Merda,
Rhys, ela estava usando um anel na mão esquerda e alegou que estavam
casados.
— Ela disse alguma coisa sobre as crianças? Será que as quer de
volta? — Para Rhys, essa resposta iria determinar como proceder.
— Ela disse a Mason que a mãe e o pai poderiam manter as crianças.
— Respondeu Joe. — Ela só quer que todos a deixem sozinha.
— Então, a deixem sozinha. — Rhys afirmou.
— O quê? — Joe tomou Rhys pelos ombros e olhou para ele.
Rhys deu de ombros.
— Seus pais têm a guarda das crianças. Esse é o ponto mais
importante aqui. Iris é maior de idade. Enquanto não interferir com as
crianças, deixe-a viver sua vida. Ela escolheu seu caminho, então a deixem
lidar com as consequências. Ela provou que não vai ficar no rancho, de
qualquer maneira.
— Mas...
— Quantas vezes sua família fez uma intervenção? — Rhys tocou seu
polegar no lábio inferior de Joe. — Sinto muito. Mason e Liam sabem onde ela
está, e com o resto de sua família vão estar mantendo um olho nela. Mas não
há realmente nada que alguém possa fazer até que ela esteja pronta para
aceitar a sua ajuda.
— E quando ela voltar para o rancho, em um par de anos, grávida de
novo, então o que? — Joe desafiou.
— Então seus pais terão algumas decisões a tomar. — Rhys segurou o
rosto de Joe entre as palmas das mãos. — Escute-me. A coisa mais importante
aqui é que as crianças estão seguras e felizes. Eles têm uma grande vida na
fazenda, e soa como se seus pais os adorassem. E seus irmãos estão lá para
ajudar com os cuidados.
— Você está certo. — Joe puxou Rhys perto novamente. — Eu só
queria que ela agisse de acordo com sua idade e deixasse de ser uma dor na
bunda.
— Bem, ela deu-lhe uma sobrinha e sobrinho que parecem adoráveis.
— Rhys esfregou sua bochecha contra o ombro de Joe e gostou do cheiro de
cavalos, feno e Joe.
— Você deve encontrá-los em algum momento. — Joe afirmou.
— Eu gostaria disso. — Rhys estava pronto para conhecer toda a
família de Joe.
Joe olhou para Rhys.
— Você quer dizer isso?
Rhys sentou-se e encontrou os olhos castanhos de Joe.
— Sim.
— Os feriados chegarão em breve. Talvez possamos ter algum tempo
de folga e ir visitar a fazenda?
— Parece bom. — Rhys sorriu, pensando o quão divertido um nevado
Natal em Montana seria.
Joe enfiou a mão no bolso. Quando ele abriu a mão, um kiss candy
sentou-se no meio de sua palma. Sem hesitar, Rhys desembrulhou o doce e o
colocou em sua boca.
— É um compromisso, então. — Joe murmurou quando ele se inclinou
e beijou Rhys, misturando o chocolate entre eles.

Capítulo Sete

Uma semana depois, Rhys estava deitado com Joe em uma


espreguiçadeira ao lado da piscina, relaxando após um longo dia de aulas de
aprimoramento. Às vezes, manter-se em dia com todas as licenças e
qualificações de que precisavam para resgatar as pessoas tornava-se uma dor
total na bunda. Ele não estava sozinho em sua opinião ou exaustão. A maioria
de seus companheiros de equipe também estava deitada nas espreguiçadeiras
que circulavam a piscina.
Num efeito dominó, todos os seus telefones tocaram nas mesas
próximas as cadeiras. Mãos estenderam para verificar o texto, já sabendo o
que iria dizer.
Rhys beijou Joe.
— Eu tenho que ir. Temos um resgate.
— Fique seguro e volte para mim. — Joe sorriu, e compartilharam
outro beijo. O amor brilhando nos olhos do homem tomou seu fôlego.
— Sempre. — Ele respondeu.
O sorriso de Joe se alargou ainda mais.
— Vou cobrar isso de você.
— É melhor. — Rhys brincou e seguiu o resto da equipe para fora da
porta e para baixo, para o escritório de Roman.

*****
Foi o segundo dia de buscas por uma família de cinco. De vez em
quando, Rhys ouviria a batida inconfundível das hélices de um helicóptero ao
longe. Flyer utilizava cada momento da luz do dia que tinha voando num
padrão de grade sobre o terreno montanhoso na esperança de ver um sinal da
família desaparecida.
A equipe se separou pouco tempo depois de chegar a base de campo.
A família tinha sido dada como desaparecida há quatro dias quando os pais
não tinham aparecido para o trabalho. Isso foi depois de estar fora durante
sete dias de férias. Que totalizava um potencial de onze dias em que poderiam
ter tido problemas. O capitão sentiu que se a equipe se espalhasse, as chances
de encontrar a família poderiam crescer. Sim, aquele não era um resgate fácil.
De acordo com membros da família, o pai e a mãe eram campistas
ávidos e sempre passavam as suas férias fora. Este ano, levaram os seus dois
filhos e filha junto com eles para o Parque Nacional Great Basin. Será que
ficaram nas trilhas mais desafiadoras, porém seguras, ou na área designada de
acampamento do parque? Não, os pais tomaram a decisão de dirigir-se para o
interior e as elevações mais altas das montanhas.
A unidade de busca e salvamento do parque passou as primeiras
quarenta e oito horas após o relatório de desaparecimento tentando encontrar
a família. Quando não tinham encontrado ainda um traço da família ou seus
bens, o diretor do parque decidiu chamar pelo Resgate Contratado do Oeste.
Uma enorme tempestade, com chuvas torrenciais, havia inundado a
área antes que a equipe tivesse chegado. As chances de encontrar a família
diminuíram quando seus aromas ficaram mais fracos ou foram arrastados pela
tempestade. Ainda assim, a equipe iria usar cada habilidade que tinha para
encontrá-los. Era o que faziam.
Rhys mudou seu peso em Oma, tentando soltar os músculos
tensos. As últimas horas, montando sob o sol quente e subindo para altitudes
mais elevadas, estavam começando a cobrar seu preço. Foi um alívio quando a
paisagem mudou para mais densa e verde quando amoreiras cobriram o
terreno rochoso e exalavam um agradável aroma doce e fresco.
A trilha que estavam seguindo não era realmente uma trilha, mais
como um caminho usado por animais selvagens. Anteriormente haviam se
deparado com algumas fezes de urso. No dia anterior tinham visto sinais de
leões da montanha.
Mais acima da trilha, Mich apareceu na beira do mato e se sentou. O
cão estava ofegante, com as pernas dianteiras tremulas, e baba revestia seu
focinho grisalho. O coração de Rhys afundou. Os fatos que estava vendo não
podiam ser negados. Aquela era a última missão de Mich.
O velho cão odiaria a aposentadoria, mas não havia nada que Rhys
pudesse fazer sobre isso. Mesmo que a mente de Mich estivesse mais do que
disposta a obedecer Rhys a cada comando. O problema era que o corpo do cão
tinha problemas para exercer as suas funções, e vidas dependiam deles.
— Ele está bem? — Reese chamou atrás.
A sela de Rhys rangeu quando se virou e olhou para Reese. Na busca
e salvamento, um rastreador sempre foi emparelhado com um médico. As
chances de um rastreador encontrar as pessoas desaparecidas eram maiores
com a ajuda dos animais. Fazia sentido ter um médico junto para ajudar a
vítima ou vítimas. Rhys e Reese tinham aprendido desde cedo que
trabalhavam bem juntos e, geralmente, eram parceiros.
— Ele está estressado. — Respondeu Rhys. — Precisamos fazer uma
pausa por um tempo. — Ele odiava a ideia de perder qualquer momento de
valiosa luz natural, mas os animais vinham primeiro.
— Não tem problema. — Reese parou Sunny e desmontou. — Faça o
que tem que fazer.
Quando Rhys balançou a perna por cima da sela de Oma, ele
observou o grande loiro tirar a bolsa térmica da sela do cavalo de carga de
Rhys, Kansas. Logo Reese estava dando a Sunny um pedaço de maçã e um
pouco de água. Reese era um bom homem, e Rhys esperava que um dia ele
fosse encontrar a pessoa certa.
Esse pensamento fez Rhys lembrar de um nu Joe, dormindo
estendido sobre a cama, com apenas um canto do lençol azul tentando
esconder seu generoso pênis. O lençol não era suficientemente grande, e parte
de seu pênis e bolas apareciam para fora de debaixo do lado do tecido.
O peito bronzeado de Joe tinha chamado por Rhys, tentando-o para
traçar o rastro de pelos que desaparecia debaixo do lençol até a leve camada
de pelos cobrindo o grande, musculoso peito de Joe.
Naquele dia, Rhys tinha resistido em ir para o cowboy. O homem
estava esgotado depois de passar o dia ajudando a descarregar o feno que
tinha chegado. Agora que estava tão longe de Joe e tinha que enfrentar a
realidade da incapacidade de Mich, desejava que tivesse pelo menos se
aproximado e dado um beijo na têmpora de Joe. Em retrospectiva, percebeu
que nunca poderia voltar naquele momento, e tinha perdido a oportunidade de
uma memória ainda mais doce. Distraidamente, enfiou a mão no bolso e tirou
um kiss candy de seu cowboy. Havia sempre um beijo esperando por ele em
um bolso ou outro. Para Rhys, eram um abraço de Joe.
Deixando de lado sua melancolia, Rhys foi até Kansas e tomou uma
garrafa de água da bolsa térmica. Agarrando uma tigela, encheu-a com
metade da água e assobiou para Mich. O cão sempre obediente aproximou e
sentou-se em um salto ao seu lado.
Rhys se ajoelhou em um joelho e deu ao cão uma carícia amorosa
antes de apontar para a tigela.
— Beba, meu amigo.
Quando Mich começou a beber da água, Rhys deslizou a garrafa
ainda meio cheia no bolso de trás e foi para cuidar de Oma e Kansas. Uma vez
que terminou com eles, foi e verificou Mich.
O cão ainda estava ofegante e parecia agitado. Tomando a garrafa do
bolso, Rhys começou a derramar água sobre o cão, certificando-se de molhar o
pelo em seu pescoço e barriga. Depois de um tempo, Mich parecia mais
confortável. Rhys só podia ajoelhar-se lá e olhar para o que a idade tinha feito
ao seu amigo e companheiro.
— Você está bem? — A calma de Reese, o tom tranquilo, acalmou um
pouco da tristeza que girava no interior de Rhys.
— Sabia que estava chegando. — Rhys admitiu. — Só não sabia que
seria tão difícil.
— Quantos mais resgates acha que ele pode lidar?
Rhys quase quebrou quando Mich lambeu sua mão. O cão parecia
estar aceitando o que Rhys ia dizer.
— Este é o último resgate de Mich. Não haverá mais depois disso.
O assobio de Reese foi baixo e longo.
— Sabia que ele estava lutando nas últimas vezes que precisamos
dele, mas não achava que foi tão longe.
— Eu lhe pedi para fazer muitas coisas. — Explicou Rhys. — Ele tem
que ter a resistência física e mental para lidar com as exigências do
trabalho. Isto não é aceitável. — Rhys apontou para Mich deitado de lado, com
os olhos fechados. — Ele não está no topo de seu jogo, e assumi a
responsabilidade por não o aposentar mais cedo.
— Em seu coração, acho que sabe que este é o lugar onde ele quer
estar durante o tempo que ainda pode lidar com isso. — O psiquiatra em Reese
saiu. — Agora ele está lhe dizendo que foi isso.
Rhys se perguntou como Reese fazia isso. Com apenas algumas
palavras, fazia uma pessoa sentir-se diferente sobre as escolhas que fizeram.
— Bem, vamos encontrar essa família. — Rhys se levantou e limpou
os joelhos de sua calça. — Vamos perder o sol muito em breve.
— Sabe que irá odiar ser deixado para trás na próxima vez que for
chamado para fora em um resgate. — Reese disse, não deixando Rhys mudar
de assunto.
Rhys fez uma pausa quando seu coração caiu na boca do estômago.
— Eu sei. Vi cães de rastreamento murcharem com a depressão uma
vez que são forçados a se aposentar. — Rhys olhou e encontrou o olhar de
Reese. — É horrível ver. Não quero que isso aconteça com Mich. E o pior é que
acho que vai.
Reese descansou a mão no seu ombro.
— O resto de nós vai fazer tudo o que pudermos para ajudá-lo e a
você.
Rhys sorriu para seu companheiro de equipe.
— Obrigado.
Mich foi lento para levantar-se, mas uma vez que começou a se
mover ao redor, parecia estar se sentindo melhor. Rhys pegou o saco Ziploc
amarrado nas costas de Kansas e deixou Mich sentir o cheiro da camisa
pertencente ao pai desaparecido.
— Encontre. — Ele ordenou.
Rhys colocou aquele saco longe e tirou outro contendo um dos
casacos das crianças. Desta vez, segurou a bolsa em cima do nariz de Oma e
deu ao cavalo o mesmo comando. Era hora de resgatar aquela família.
Três quilômetros mais acima, Oma parou e começou a respirar
profundamente. Mich foi e sentou-se ao lado trilha olhando para um matagal
de amoreiras jovens. Os animais estavam sinalizando que tinha farejado algo.
Rhys largou a guia de Kansas e desceu de Oma antes de ir para Mich.
Reese assumiria levando o cavalo de carga.
— Bom menino. — Ele elogiou o cão. — Encontre. — Ele ordenou.
Mich decolou e desapareceu através das árvores altas. Rhys seguiu
levando Oma. Ao se aproximarem, podia ver a terra deslizada para o que
poderia ser um pequeno desfiladeiro. Rhys parou e esquadrinhou a área, mas
as árvores ainda bloqueavam sua visão. Ao lado dele, Oma começou a
balançar a cabeça e escavar a terra com seu casco.
Rhys esquadrinhou a área mais uma vez. Sempre, no fundo de sua
mente, estava à procura de perigo, fosse um humano ou animais
selvagens. Ele não viu nada até que começou a fazer o seu caminho através
dos arbustos. O cheiro das árvores era mais forte quando seus galhos suaves
roçavam sua roupa. Por fim, as árvores menores raearam e na frente de Rhys
abriu-se um pequeno vale pontilhado com jovens pinheiros.
Cerca de trinta metros na frente dele, Mich estava deitado de bruços,
olhando para frente. Ao lado de Rhys, Oma estremeceu. Rhys parou e ergueu
o punho no ar com seu cotovelo dobrado. Este sinal disse a Reese que ele
deveria parar e estar em guarda para problemas. Nos pés de Rhys estava um
urso de pelúcia, feito em pedaços.
Rhys estendeu a mão para seu cinto de utilidades e tirou sua
arma. Enquanto observava tudo ao seu redor, começou a dar passos lentos e
metódicos, mantendo-se o mais quieto possível. Quanto mais se aproximava
de Mich, mais clara a destruição se tornou.
Diante de Rhys estava o que antes era um acampamento de uma
família. Agora, a única coisa que restava no lugar era o anel de rochas que
circulava as cinzas de uma fogueira apagada. Restos esfarrapados do que tinha
sido uma tenda espalhava-se pelo chão. O material triturado espalhado era
tudo o que restava das roupas.
Uma pá estava abandonada de um lado. Perto do anel de fogo, um
pote estava despedaçado, testemunha do poder do animal que tinha devastado
aquele acampamento.
— Urso? — Reese foi ao lado de Rhys.
— Sim. — Rhys se ajoelhou e tocou na borda de uma grande pegada
de pata esquerda em uma mistura de pedras e terra. — Pela aparência dos
restos da tenda e da terra, ele voltou depois de seu ataque inicial. E ainda
posso sentir o cheiro dele.
Rhys sempre pensou nos ursos como porcos da natureza. Eles fuçam
e remexem enquanto fazem seu caminho pela vida. Eles comem praticamente
qualquer coisa. E fedem. O selvagem fedor malcheiroso que uma pessoa nunca
esquece. Por alguma razão, só o cheiro era capaz de colocar uma pessoa em
estado de alerta. Gritava perigo.
— Com este terreno rochoso, é difícil dizer se houve qualquer contato
entre urso e humano, mas não vejo nenhum sangue. — Reese olhou ao redor,
mas não se mexeu para evitar estragar qualquer pista que Rhys foi treinado
para encontrar.
— Eu vou dar a volta no perímetro do acampamento com Oma e Mich.
— Rhys virou a mão em sinal para que o cachorro e cavalo viessem a ele. —
Vamos ver se podem pegar qualquer sinal de onde estes campistas foram.
Rhys nunca iria assumir que esse era o acampamento da família até
que tivesse provas. Isso não muda o fato de que aquele era um acampamento
destruído por um urso e seria relatado para os funcionários do parque, assim
que terminasse a sua investigação.
Depois de dar aos animais o sinal para encontrar, Rhys começou um
amplo círculo ao redor do acampamento. Reese iria manter um olho ao redor
para o perigo de modo que Rhys poderia se concentrar em encontrar qualquer
sinal de onde as pessoas tinham ido.
— Ei, Reese. — Rhys gritou. — Qual é o último nome da família?
— Holly. — Reese respondeu. — Bob e Darlene Holly.
Rhys se inclinou e estudou os restos de um livro de colorir rasgado e
encharcado.
— Este livro de colorir tem o nome Troy Holly escrito nele.
Reese se aproximou e ajoelhou ao lado de Rhys.
— Encontramos o acampamento da família. Vou chamá-los.
Enquanto Reese tirava o rádio bidirecional, Rhys continuou sua
pesquisa. Suspeitava que o ataque inicial tinha vindo antes da tempestade. Era
uma pena que a chuva havia destruído qualquer pequena trilha que uma
pessoa fugindo da área pudesse ter feito. Rhys não estava achando nada.
Rhys observou Mich. O corpo de seu cão ficou tenso, e suas orelhas
estavam em alerta. Exteriormente Rhys estava calmo e profissional. No
interior, a adrenalina estava correndo em suas veias. Aquela era seu vício na
vida. Algumas pessoas tomavam drogas ou bebiam álcool. Rhys seguia as
trilhas que os outros não podiam ver e encontrava pessoas.
Mich afastou-se do acampamento e seguiu num ritmo
constante. Rhys estava bem atrás dele. Ele podia ouvir os cascos de
Oma seguindo e, em seguida, o cavalo bufou. Sim, estavam em alguma coisa.
Quase um quilometro por terreno difícil e acidentado e Rhys
seguiu Mich até uma pequena colina. Na crista, fez uma pausa antes de sair
em uma corrida completa para baixo do outro lado. A frente de Rhys havia um
movimentado rio de correnteza rápida e agarrados a grandes rochas estava a
família que estavam procurando.
— Eu vou para a mãe. Você pega o pai. — Rhys gritou por cima do
ombro.
— Inflável. — Reese chamado de volta.
Rhys se virou para ver Reese abrir uma das bolsas da sela no dorso
do Kansas. Ele tirou um pequeno pacote claro e jogou-o para Rhys. Após
rasgar a aba superior, Rhys removeu o dispositivo inflável azul firmemente
dobrado. Com um aberto no botão pequeno, em segundos o ar encheu o
dispositivo.
Enquanto carregava o inflável debaixo do braço, Rhys correu até a
beira do rio. O pai, com os dois meninos agarrados ao pescoço, segurava-se a
uma grande rocha cerca de três metros a partir da borda. O leito em rápido
movimento era muito perigoso para o pai cruzar com dois meninos
dependendo ele. Com a ajuda de Reese, Rhys não tinha dúvida de que iriam
trazer o homem e meninos para a segurança.
Depois de soltar seu cinto de utilidades no chão, Rhys saltou para a
água agitada e perdeu o fôlego. Ele nunca iria se acostumar com o choque que
agarrava o sistema de uma pessoa quando a água gelada saturava cada fenda
de seu corpo. Às vezes se perguntava se suas bolas nunca mais iriam e jogar.
Nadando tão forte quanto pode, Rhys fez o seu caminho em direção à
mulher lutando para se agarrar a uma rocha com um braço enquanto apertava
a criança com o outro. Ela estava pálida. A pele ao redor de seus lábios
trêmulos era azul. A água formava espuma e a rocha molhada e escorregadia
estava vencendo a guerra, ela estava lutando para salvar seu filho e ela
mesma.
Rhys estava a poucos metros da mulher quando seus olhos se
encontraram. Cansaço transformou-se num brilho de esperança. Nesse
momento, a mulher baixou a guarda, e a água ganhou a luta. A mulher perdeu
o agarre da rocha.
Mergulhando para frente, ele pegou a mão dela. Ao nadar tão duro
quanto pode, ele a puxou e começou a rebocá-los para a segurança da terra
firme. A mulher gritou e começou a lutar contra Rhys. Alarmado, viu que o
bebê tinha sido varrido para fora dos braços da mãe pela correnteza do
rio. Um flash cinza no rio e Rhys observou Mich nadar atrás da criança.
Rhys empurrou o inflável contra a mãe. Combatendo a água poderosa
e a mulher gritando com tudo o que tinha, ele conseguiu levá-los para a costa.
— Vou encontrar o seu bebê. — Rhys gritou no ouvido da mulher
histérica.
Rhys decolou correndo ao longo da margem do rio, ignorando o
cansaço tentando assumir o seu corpo a partir da luta contra a força da
água. Tornou-se uma luta para manobrar sobre a margem rochosa. Mas Rhys
se empurrou.
O rio levou a uma curva acentuada à esquerda. Concentrando-se em
se locomover pela margem íngreme da curva, Rhys pisou em uma pedra solta,
e ele caiu no rio abaixo, mandando-o para baixo em um joelho.
Pedra dura, implacável, chocou contra sua rótula, e enviou agonia por
sua perna. Ele não podia parar agora. A vida daquele bebê dependia dele. De
pé, deu um passo e quase pousou no solo rochoso novamente.
Rhys parou, limpou a mente, e atraiu uma respiração lenta e
constante. Aquele resgate não era a primeira vez que ele tinha que continuar
apesar de uma lesão, e não seria o último. Rhys começou a fazer o seu
caminho ao longo do rio novamente, movendo-se tão rápido quanto podia com
segurança.
A margem íngreme cedeu, e Rhys foi novamente escorregando ao
lado da água. Rhys franziu a testa. Alguma coisa estava incomodando em seu
subconsciente. Na primeira, ele estava tão focado gerenciar as pedras
irregulares sob seus pés e ignorando seu joelho latejante, que não percebeu o
que estava ouvindo.
Um bebê estava chorando.
Lá, lá na frente, viu a criança, de bruços, deitada na praia. O tempo
pareceu mudar em movimentos lentos enquanto corria para o bebê. De
alguma forma, apesar das águas traiçoeiras, a criança ainda usava com uma
fralda encharcada. A criança com o rosto vermelho, gritando arqueando as
costas, levantou a cabeça e começou a chutar as pernas e agitar os braços
quando deixar o mundo saber como estava infeliz. A poucos passos do bebê,
de costas para ela, estava Mich.
Rhys alcançou a menina e virou-a de lado. Com a forma como ela
estava chorando, imaginou que seus pulmões foram limpos de água, mas ele
precisava verifica-la por lesões, e se precisava cuspir mais água do rio, isso
tornaria mais fácil.
— Olá, menininha. — Rhys murmurou. — Vamos ver o que está
acontecendo aqui, antes de levá-la de volta para sua mãe.
Rhys passou as mãos sobre os membros da criança e não detectou
ossos quebrados. Encontrou alguns cortes e arranhões, e já havia hematomas
formando sobre uma coxa, mas no geral, ela parecia realmente bem.
— Vamos, querida. — Rhys pegou a criança. — Sei que nós dois
estamos molhados e com frio, mas tem uma mãe desesperada esperando por
você.
Rhys se levantou e começou a balançá-la, tentando confortar a
criança. Ele olhou para Mich e viu que o cão não estava se movendo.
O bebê começou a se acalmar bem quando o helicóptero de Resgate
Contratado do Oeste deu a volta na curva do rio. Rhys viu que Flyer vinha
seguindo o rio, procurando por ele e pelo bebê. Suas conclusões foram
validadas quando o helicóptero pairou acima, mas para um lado, em um
esforço para não explodir os detritos em torno deles.
A porta do lado do helicóptero se abriu. Um cabo caiu e balançou no
ar. Segundos depois, Parker apareceu e, com facilidade, deslizou para baixo no
cabo.
— Como ela está? — Parker perguntou e tomou o bebê dos braços de
Rhys.
— Um pouco de cortar, mas parece bem. — Rhys observou Parker
sentar-se nas rochas e colocar o bebê em suas pernas estendidas, ele
murmurava enquanto a criança o observava atentamente.
O silêncio repentino era surpreendente quando o helicóptero
desapareceu de volta ao redor da curva. Agora que Parker estava assistindo ao
bebê, Rhys se virou para Mich.
A preocupação começou subindo sua coluna enquanto caminhava em
direção ao seu cão. O pelo de Mich estava encharcado. Uma observação tola
rastreou através da mente de Rhys. Embora ele nunca hesitou durante um
resgate, Mich odiava estar molhado. Por que não estava em pé e sacudindo as
gotas de água em todas as direções?
Rhys deu a volta ao lado da cabeça de Mich. Alívio o varreu quando
ele viu que seus olhos estavam abertos.
Caindo para o chão, Rhys pôs a mão no lado de Mich.
— Ei, amigo, como está?
Mich não se moveu. Sua boca estava aberta, e sua língua pendeu
para o lado.
— Mich, vamos lá, olhe para mim. — Rhys ordenou e sacudiu o cão.
Rhys não podia acreditar no que estava vendo. Mich não parecia
estar respirando. Deitado a cabeça na lateral molhada e fria, escutou por um
instante, mas não havia nada. Agarrando o rosto de Mich, Rhys segurou o
focinho e soprou uma lufada de ar para o cão. Quando o cão não respondeu,
ele fez isso de novo.
Virando Mich de lado, ele pôs as mãos espalmadas sobre o lugar onde
o coração do cão deveria estar e começou as compressões.
— Vamos, Mich. Volte para mim, amigo.
Rhys não sabia quanto tempo respirou em seu cão e massageou seu
coração, mas teria continuado para sempre se braços fortes não tivessem
cercado seus ombros.
— Chega, Rhys. — Ordenou Roman.
— Mas, capitão... — Rhys começou a protestar. Ele olhou para os
olhos de seu chefe e viu a verdade dolorosa.
Não, não podia ser.
— Ele se foi, meu amigo. — Disse Roman as palavras que Rhys não
queria ouvir.
Rhys olhou para Mich e acariciou o lado de seu pescoço. Seu amigo
não se moveu. Não havia nenhum sinal de vida, nada. Desamparo o
inundou. Não sabendo o que mais ele poderia fazer, Rhys olhou em volta e viu
o resto de seus companheiros de pé ali. A tristeza em seus olhos não era nada
perto da dor esmagadora nos de Rhys.
— É hora de voltar para a base. — Declarou Roman.
Além de Roman, Rhys viu os cavalos, agrupados para o
lado. Cerrando os dentes, lutou desajeitadamente para ficar de pé, seu joelho
tinha endurecido. Inclinando-se, ele levantou Mich em seus braços.
— Deixe-me ajudá-lo. — Reese deu um passo adiante.
— Não.
Mich pesava quase cinquenta quilos, mas Rhys não deixaria ninguém
o ajudar enquanto fortemente mancava até Oma. Parecia apropriado que ele
e Oma levassem Mich de lá e para casa.
Rhys não conseguia parar de tremer o suficiente para subir
em Oma com Mich em seus braços. Os caras acabaram ajudando Rhys a subir
em Oma e colocaram o pobre Mich na frente dele. No entanto, quanto tempo
levou para chegar ao acampamento base, Rhys nunca saberia. Seu mundo
consistia em seguir o cavalo do capitão e manter uma mão em seu Mich.
Depois de se recusar a atenção médica, Rhys cambaleou
com Mich em seus braços para o trailer de Oma. Ele poderia dizer que os caras
estavam ficando perto, no caso dele cair. Ele ignorou e subiu no reboque do
cavalo. Rhys foi para o canto na parte de trás e estabeleceu-se
com Mich estendido sobre seu colo.
Santos levou Oma e Kansas para o trailer e saiu, garantindo que as
portas estavam fechadas atrás dele. Rhys sentou-se e esperou até que um
motor de caminhão veio à vida. O trailer sacudiu antes de gentilmente
começou a balançar quando os pneus giraram contra o asfalto. Sozinho
naquele trailer, com seus melhores amigos, Rhys deixar a dor da perda que
cortava seu coração dominá-lo e soluçou.

Capítulo Oito

Joe estava na varanda da frente e olhou para a escuridão. Ao longe


viu pontinhos de luzes. Ele iria manter um olho sobre eles para ver se eram os
caminhões trazendo para casa o seu devastado Rhys.
—Roman disse que ele machucou a perna, mas não deixou ninguém
chegar perto dele. — Jimmy comentou.
Joe não respondeu. Ele iria lidar com tudo que Rhys necessitasse
quando o homem estivesse em casa e nos seus braços. O telefonema de
Roman alertando-os que Mich tinha morrido durante o resgate tinha enviado
toda a família num estado de choque.
Os pontos de luzes se tornaram maiores, e Joe contou quatro
conjuntos de faróis. A equipe precisava de quatro caminhões para ser capaz de
puxar reboques suficientes para transportar todos os cavalos para o resgate.
O helicóptero pilotado por Flyer já estava de volta. Com tristeza
revestindo cada palavra, Flyer explicou o que tinha acontecido. Mich tinha
morrido um herói ao salvar um bebê.
Às vezes a vida sugava, e todo o grupo tinha saído para o canto do
quintal, ainda dentro da cerca que rodeava a fazenda, e cavou o buraco
onde Mich seria colocado debaixo de um pinheiro bristlecone.
As luzes viraram para a estrada que levava à fazenda. Joe abriu o
caminho ao redor da parte de trás da casa com seu bom amigo Styx ao lado
dele e Flyer segurando a mão de Styx.
Pela primeira vez, Jimmy e Tristen ficaram quietos. Garrett tinha o
braço em torno de Tolliver enquanto um arisco Carson ficava perto do outro
lado de Tolliver. O grupo foi até o galpão de equipamentos e a área do celeiro
para esperar a equipe.
Após os enormes caminhões pararem sob as luzes do jardim ao ar
livre, uma equipe sombria saiu dos veículos. Os olhos escuros de Roman
encontraram os de Joe, e o grande homem acenou para o trailer anexado ao
seu caminhão.
Joe abriu o reboque de cavalo fresco pelo ar-condicionado e, com a
ajuda de Jimmy, colocou a rampa no lugar. Levou a Joe apenas um momento
para descer Kansas fora do reboque e entregá-lo para Jimmy. Em seguida,
descarregou Oma e deixou Tristen levá-lo.
O olhar de Joe caiu sobre o amor de sua vida encolhido no canto e
agarrado ao seu cão morto. Joe entrou no trailer. Ele correu para Rhys,
preocupado por seu amante estar tremendo e, sob o reflexo das luzes LED, o
rosto de Rhys estava branco neve e seus lábios um mórbido preto.
Ajoelhando, Joe descansou a mão no ombro de Rhys. Seus dedos
encontraram o tecido gelado, molhado.
— Precisamos deixá-lo aquecido, querido. — Joe manteve seu tom
baixo e calmo.
Olhos azuis devastados olharam para Joe.
— Ele se foi, Joe. — Os dedos de Rhys estavam enrolados no pelo
molhado de Mich. — Não era para ser assim. Ele deveria estar enrolado em sua
cama e resmungando porque Bentley tinha escapado e estava deitado em cima
dele. — Os ombros de Rhys começaram a tremer, e as lágrimas traçaram um
caminho para baixo de suas bochechas.
Joe não se preocupou em olhar para trás, mas ouviu os múltiplos
passos subindo atrás dele.
Inclinando-se, beijou o rosto frio de Rhys.
— Ele era um grande cão, querido. Todos vamos sentir falta dele.
Rhys agarrou a camiseta de Joe.
— O que eu vou fazer sem ele?
— Lembrar-se dele com um sorriso. — Respondeu Joe. No final, isso
era tudo que uma pessoa poderia fazer. — Vai deixar os caras levá-lo para que
eu possa ajudá-lo?
— Se deixá-lo ir, ele irá embora. — Quebrou o coração de Joe o quão
perdido Rhys estava.
— É hora, meu amor. — Joe olhou para trás e acenou para Roman.
Styx e Santos se ajoelharam em ambos os lados de Rhys as pernas
estendidas.
Santos colocou a mão sobre o braço de Rhys.
— Precisamos colocá-lo para descansar, meu amigo.
Rhys virou o rosto no ombro de Joe. Uma vez que Styx e Santos
pegaram Mich fora do colo de Rhys, Roman passou por cima, e entre eles,
conseguiram um Rhys tremulo de pé.
— Eu não posso. — Rhys gritou e levantou a perna para cima. — Meu
joelho não vai me apoiar.
— Você está pronto para deixar Reese ou Parker dar uma olhada
nisso? — Perguntou Roman.
— Preciso estar com Mich. — Rhys tentou dar um passo em frente,
mas foi sustentado por Joe e Roman. — As palavras têm de ser ditas. — Rhys
olhou para Roman. — Por favor, capitão.
Roman estudou Rhys por um momento antes de assentir.
— Tudo bem, vamos levá-lo lá fora.
Entre Joe e Roman, eles levaram Rhys ao canto do quintal, onde
todos estavam reunidos. Joe olhou para dentro do buraco e viu que alguém
tinha envolvido Mich em seu cobertor favorito, que o cão tinha rotineiramente
roubado fora de um dos sofás da sala de estar.
Roman deixou Rhys ir, e Joe colocou os braços ao redor do homem
agora tranquilo. Rhys deitou sua cabeça no ombro de Joe e olhou para dentro
do buraco.
— Deixe-me primeiro começar dizendo que por causa do trabalho em
equipe de Resgate Contratado do Oeste, encontramos e salvamos uma família
inteira hoje. — Começou Roman. — Isto incluiu dois meninos e uma menina. —
Roman parou por um momento antes de voltar a falar. — Perdemos um dos
nossos membros da equipe e família hoje. Michigan deu a sua vida salvando
um bebê de se afogar nas águas geladas de um rio de forte correnteza. Quero
dizer obrigado, Mich, pela sua lealdade e coragem. Sentiremos a sua falta.
Pelos próximos minutos, o grupo começou a relatar incidentes
engraçados e às vezes doces envolvendo Mich. Joe segurou Rhys e ouvia as
histórias enquanto desenhava a cena diante dele em sua mente.
A equipe ainda estava vestida de preto, rodeada por várias lanternas,
e ficou com seus parceiros em seus lados. Sadie, o pastor alemão de Santos,
estava ao lado do túmulo de Mich, como se guardando seu companheiro
caído. O pequeno Bentley foi até o buraco profundo e olhou para dentro.
Depois de um momento, ele se aproximou e sentou ao lado de Sadie como se
ele, também, estivesse honrando seu amigo.
Rhys limpou a garganta, e todos esperaram para o que ele tinha a
dizer.
— Mich morreu fazendo o que amava. Ele era o meu melhor amigo, e
vou sentir falta dele.
Rhys virou o rosto para o lado do seu pescoço. Joe estremeceu com a
frieza da pele. Quando Joe o abraçou com força, ele olhou para Roman. Eles
necessitavam levar Rhys para dentro e aquece-lo. Depois de ter a perna de
Rhys examinada, Joe planejava segurar e confortar seu parceiro, seu amor.

*****
Rhys apoiou-se em muletas e olhou para a placa de cobre fixada no
chão.
Michigan, amado companheiro, épico cão de busca e salvamento,
morreu como um herói.
Que surpresa maravilhosa a placa tinha sido. Rhys nunca tinha
esperado que Roman fosse dar uma honra tão sincera a memória de
Mich. Afastando-se, começou a voltar para a fazenda. Depois de duas
semanas, a dor aguda e angustiante de perder Mich tinha se transformado em
uma dor oca, que se desvaneciau mais a cada dia que passava. Rhys estava
começando a ser capaz de trazer à tona memórias que o faziam sorrir.
Se pelo menos o joelho curasse o suficiente para largar as
muletas... Rhys tinha rachado o joelho durante o resgate, o que piorou por
carregar Mich. A lesão foi dolorosa, mas não era necessário fazer cirurgia,
apenas tempo para deixá-la curar.
Rhys fez uma pausa e olhou do quintal para o celeiro no outro lado da
parede e perguntou se poderia seduzir o seu cowboy para tirar uma soneca
com ele. Embora dormir não era exatamente o que Rhys iria propor.
Perguntando se seria mais fácil chamar Joe, colocou a mão no bolso e
encontrou uma dureza familiar embrulhada em papel. Sorrindo, desembrulhou
cuidadosamente o papel fora do kiss candy e leu a nota.
Se quiser desfrutar de mais de meus beijos, me encontre no quarto
às três horas.
Rhys adorava a maneira como o seu cowboy pensava. Na verdade,
ele amava seu vaqueiro, ponto. Rhys olhou para o telefone e viu que era duas
e meia. Perfeito.
Depois de tirar o embrulho do doce, Rhys o colocou na sua boca e se
dirigiu para a fazenda. Ele tinha um plano.
Vinte minutos depois, Rhys estava nu no meio de sua cama king-
size. Sua perna com o joelho lesionado estava apoiada em alguns travesseiros
e sua outra perna dobrada no joelho.
Rhys fechou os olhos enquanto puxava o brinquedo generosamente
revestido de lubrificante para fora de seu canal. As nervuras do plug
esfregavam sobre os nervos sensíveis em torno de sua abertura, enviando
arrepios ondulando sobre sua pele.
A porta do quarto se abriu, mas Rhys estava muito ocupado
empurrando o brinquedo de volta até seu ponto doce para olhar quem tinha
entrado no quarto. Um gemido escapou. Rhys torceu o plug. Seus quadris
empurraram para frente, seu pau a procura de estimulação. Como amava
aquilo.
Um murmúrio rompeu o silêncio da sala.
— Doce mãe de toda a criação.
Rhys abriu os olhos. As roupas de Joe estavam voando em todas as
direções, e os intensos olhos castanhos do homem estavam colados no que
estava acontecendo entre as pernas de Rhys.
Joe se aproximou ao lado da cama e pegou o preservativo
embrulhado em papel alumínio que Rhys tinha deixado na borda. O cowboy
teve pouco trabalho em embainhar-se e revestir seu pênis com uma generosa
quantidade de lubrificante.
Pelo comprimento e a largura do membro inchado de Joe, as coisas
estavam indo para baixo e sujo rapidamente. Do jeito que Rhys gostava.
— Então, onde encontrou esse brinquedo muito vermelho, querido? —
Perguntou Joe arrastando-se para cima da cama.
Rhys prendeu a respiração quando outro conjunto de dedos ajudou a
puxar o brinquedo de volta para fora. Mais dedos acariciaram sua abertura,
onde se estendia ao redor do plug.
— O carteiro deixou ele ontem. — Rhys conseguiu coaxar fora.
— Da próxima vez quero ajudá-lo quando decidir explorar a internet.
— Joe comentou e assumiu empurrando o plug com um toque antes de puxá-lo
de volta para fora.
Rhys só poderia agarrar a colcha da cama e mudar seus quadris para
acompanhar as manobras hábeis de Joe com o brinquedo. Seu pau estava
gritando por atenção. Um toque e Rhys sabia que a diversão seria rápida
demais, então ele absteve-se de dar-lhe a estimulação.
O plug puxou para fora com um pop molhado. Rhys abriu os olhos,
imaginando o que Joe ia fazer. Um grande pênis coberto de látex empurrou
para dentro do seu canal. Um corpo grande, acolhedor o cobriu, e lábios
conquistaram os seus. Rhys levantou a perna boa e trancou-a em torno da
cintura de Joe.
— Isso mesmo, querido. — Joe murmurou contra seus lábios. — Abra-
se para mim.
— Foda-me com força, meu cowboy. — Rhys ordenou.
A hora da brincadeira tinha acabado. Agora ele queria as coisas boas.
Rhys deu boas-vindas a cada impulso poderoso que Joe lhe deu. Ele
apertou com força no pau de Joe, e o prazer lhe enviou subindo. Suor fez seus
corpos deslizarem juntos tão deliciosamente. Rhys levantou a perna mais
elevada ao longo do corpo de Joe, querendo mais.
O êxtase continuou até Joe mergulhar profundamente, parar, e
manter seu pau pressionado contra a próstata de Rhys fazendo-o gritar.
Sêmen respingou através do peito de Rhys. Descendo, ele agarrou e
começou a acariciar seu pênis da base até a cabeça, onde ele deu uma
pequena torção. Mais listras brancas pintaram através de sua pele. Rhys se
perdeu na bem-aventurança de seu prazer.
Dentro de sua entrada sensível, o pau de Joe inchou. Joe gritou, e
seu pênis começou a empurrar para dentro e para fora. Joe estremeceu antes
de desabar sobre Rhys.
Colocando os braços em volta dos ombros de Joe, Rhys levou alguns
momentos para desfrutar.
Joe virou a cabeça e abriu os olhos.
— Eu te amo.
Atordoado, Rhys só podia olhar para o homem que tinha acabado de
ofusca-lo. Seu amor por Joe floresceu, aquecendo seu coração e alma.
— Eu também te amo. — Rhys sussurrou.
— Alcance debaixo do travesseiro. — Joe ordenou.
Curioso, Rhys fez como lhe foi dito. Seus dedos encontraram um
chocolate embrulhado em papel familiar, somente quando ele puxou para fora,
isso tinha uma forma diferente, e havia um pequeno arco no topo.
— O que é isso? — Rhys continuou a deslizar o dedo até que Joe
terminou sua exploração, fechando a mão sobre a de Rhys.
— Abra-o, querido. — Joe instruído.
Rhys encontrou o olhar de Joe quando desembrulhou seu
prêmio. Olhando para baixo, ele leu o que o bilhete dizia.
Você quer se casar comigo?
Santo inferno.
Rhys lançou os braços ao redor de Joe. Como amava aquele homem.
— Sim, vou casar com você. — Ele respondeu e beijou seu cowboy.
Quando o beijo terminou, Joe esfregou o nariz contra a bochecha de
Rhys e sussurrou:
— Abra o resto.
Rhys tinha esquecido que estava segurando algo. Trazendo a mão de
volta, rasgou o embrulho prata, e duas argolas de ouro caíram sobre seu
peito. Em pânico, Rhys apalpou ao redor, esperando que os anéis não tivessem
rolado para o chão.
Joe riu e pegou os anéis, terminando com a busca frenética.
— Aqui está, querido. Agora estenda a sua mão.
Rhys observou Joe deslizar um dos anéis em seu dedo. Ele se
encaixava perfeitamente. Tomando o outro anel de Joe, Rhys o deslizou pelo
dedo do seu cowboy.
— Joe, nunca estive mais feliz. — Confessou. — Acho que eu poderia
explodir.
— Vamos explodir juntos no chuveiro. — Joe se inclinou para baixo, e
seus lábios se encontraram.
Rhys afundou no beijo e deixou a conexão com o homem que amava
levá-lo embora. Ele adorou e queria mais. Seus dedos dançaram sobre os
ombros e peito de Joe, esfregando através do tapete de pelos.
Joe levantou a cabeça e sorriu.
— Chuveiro, querido.
— Certo. — Rhys não poderia pensar em qualquer coisa que ele
quisesse fazer mais do que estar com Joe, para sempre.
Enquanto se dirigiam para fora do quarto, Rhys teve um
pensamento.
— Acho melhor explicar a tradição de casamento de Resgate
Contratado em fazer tatuagens...

Capítulo Nove

Canela quente e maçãs açucaradas cobertas por frio sorvete de


baunilha, o creme derretendo na boca. Torta e sorvete para a sobremesa foi a
ideia de Rhys do céu. Ele gemeu de prazer quando deu outra mordida.
Todos os suspiros em torno da mesa e gemidos ecoando, lembravam
Rhys de um filme pornô.
A música “Circus March4” cortou os sons de prazer, e todos olharam
para ele. Apreensão fez Rhys lutar para puxar seu telefone do bolso. Havia
muito poucos motivos que Lena iria chamá-lo durante a hora do jantar.
Depois de Rhys respondeu, a voz frenética de Lena veio através do
telefone.
— Rhys, você precisa vir. É Papa.
Quando a voz de Lena ecoou por toda a sala, Rhys percebeu que na
pressa de responder, ele apertou o botão de viva-voz.
As palavras de Lena afundaram, e o coração de Rhys começou a
bater.
— O que aconteceu?
— Ele se recolheu para a sua sesta da tarde, e quando eu fui para vê-
lo, ele não estava respirando. — A respiração instável de Lena podia ser ouvida
por toda a sala.
— Diga-me que ele está vivo, Lena. — Rhys ficou de pé.
Um corpo quente, forte, pressionou contra suas costas. Graças a
Deus por seu cowboy. Rhys precisava de sua força agora.
— Estamos no hospital. — Respondeu Lena. — Eles estão trabalhando
nele.
Rhys olhou ao redor, tentando pensar no que fazer. Ele estava tendo
problemas para superar o pensamento de que seu Papa poderia morrer.
Finalmente, ele conseguiu dizer:
— Eu vou chegar ai o mais rápido que puder.
— Se puder chegar em Vegas, posso reservar-lhe um voo com Seth e
Cayman. — Disse Lena.
Uma mão desceu sobre seu braço. Ele olhou para cima para ver
Roman de pé na frente dele.

4 Estilo de música que faz alusão ao universo circense. Normalmente, as músicas circenses são marchas com
um ritmo bem rápido.
— Eu vou ter Flyer e Styx prontos com o avião. — Disse Roman. —
Vai ser mais rápido.
Alívio preencheu Rhys. O capitão estava no comando.
— Lena, peça para Seth e Cayman virem até aqui. — Rhys instruiu. —
Estamos pegando o avião do meu chefe. Vai ser muito mais rápido do que um
voo comercial.
— Ok, Gregor está falando com eles agora. — Houve um momento de
silêncio. — Rhys, eles estão indo em sua direção agora. Ainda vai ser mais de
uma hora de carro.
A mão de Roman apertou seu braço, chamando sua atenção.
— Mande-os ir para o aeroporto de Vegas. Podemos estar no ar em
quinze minutos. Nós vamos primeiro para Vegas e pegamos estes Seth e
Cayman. Então, vamos voar todos para seu Papa.
— Você ouviu isso, Lena?
— Oh, merda, o médico está vindo para cá. Eu tenho que ir.
Rhys olhou para o telefone e vi que a chamada tinha sido encerrada.
Os braços de Joe vieram ao seu redor.
— Vamos arrumar nossas coisas e sair para o avião.
Rhys olhou por cima do ombro.
— Você vai comigo?
— Claro. — Respondeu Joe. — Somos parceiros.
Rhys piscou surpreso com as palavras de Joe. Sua demonstração
constante de unidade em uma época de crises dizimou todas as mágoas do
passado, o que Rhys não tinha percebido que ainda abrigava.
Agora entendia por que esteve adiando em estabelecer uma data
para ir a Las Vegas casar e fazer as tatuagens. Rhys sorriu para o seu sempre
paciente e onisciente cowboy.
Poderia ser um mau momento, mas estava finalmente pronto.
Joe estendeu a mão. Rhys podia ver em seus olhos que seu cowboy
estava esperando por esse momento.
No final, a decisão foi fácil. Como Joe havia dito, eram
parceiros. Colocando a mão na de Joe, Rhys seguiu até o corredor para
embalar.

*****
A menina bonita de dez anos atrás tinha se transformado em uma
mulher linda. Mesmo com lágrimas escorrendo pelo seu rosto, sua beleza era
surpreendente.
Eles tinham feito a viagem para o Missouri em tempo recorde, e
vários táxis os esperavam, graças a Jimmy ter ligado antes. Joe e Rhys
entraram em um. Os enormes primos musculosos de Rhys tomaram o
outro. Joe não podia acreditar que eram encanadores. Ele teria imaginado que
eram fisiculturistas. Roman e Flyer tomaram o último táxi para o hospital.
Fora da unidade de terapia intensiva, havia um telefone disponível
que Rhys deixou a enfermeira saber que queriam entrar. Poucos minutos
depois, a porta dupla se abriu e a prima Lena apareceu.
— Lena? — A voz de Rhys tremeu.
Joe odiava todo o medo que Rhys estava passando, e não havia nada
que ele pudesse fazer, além de ser solidário. No interior, Joe sabia o que
estava por vir.
— Ele está ruim, Rhys. Os médicos disseram que não tem muito
tempo de sobra. — Lena caiu nos braços de Rhys, soluçando.
Joe deixou os dois terem o seu momento. Os encanadores
aproximaram e colocaram seus braços maciços ao redor do par.
Após longos minutos, Joe começou a se preocupar que todo o grupo
iria ficar doente com a sua profunda tristeza. Mas, ele deixou a família fazer o
que tinha que fazer. Ele ajudaria Rhys a retomar sua vida quando fosse a hora.
— Gostaria de vê-lo? — Lena enxugou os olhos com um lenço de
papel e assoou o nariz.
Joe entregou a Rhys seu lenço. Nunca tirando os olhos de sua prima,
o homem doce usou e entregou-o de volta para Joe.
— Eu irei. — Respondeu Rhys. — Quem está lá atrás?
— Seus e meus pais, e todos os outros tios e tias. — Lena olhou de
Rhys para Seth e Cayman. — O resto dos primos foi até a lanchonete para
tomar um café.
Enquanto seguia Lena para a unidade de cuidados intensivos, Rhys o
abraçou. Joe tomou sua mão, mostrando ao seu amante que estava ali para
ele.
Eles foram levados a uma pequena sala sem porta, apenas uma
cortina que foi empurrada para o lado. Joe ficou surpreso ao ver o único
ocupante da sala, um pequeno velho enrugado deitado na cama com um tubo
de oxigênio ligado sob seu nariz. Joe reconheceu o Papa de Rhys.
— Onde estão todos? — Perguntou Rhys. Joe estremeceu no aperto
em sua mão.
Uma enfermeira sentada na frente de um computador ao lado da
porta respondeu.
— Os enviei através do corredor até a sala de espera privada, porque
precisava tomar os sinais vitais do Sr. Kent e dar-lhe alguma medicação. Ele
está descansando confortavelmente. Se gostaria de entrar, isso seria ótimo.
Lena abraçou Rhys.
— Não tenha pressa. Quando tiver terminado, vou mandar Seth e
Cayman.
Lena deu um sorriso tremulo para Joe quando saiu do quarto.
Rhys foi para a cama de seu avô, puxando Joe junto, e pegou a mão
do velho na sua.
— Papa, você não me chamou. — Rhys levantou a mão enrugada em
sua testa. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
O velho abriu os olhos azuis, revelando uma cor pálida,
desbotada. Seu olhar viajou de Rhys para Joe e vice-versa. Seu sorriso
alcançou seus olhos, fazendo-o parecer mais jovem, como talvez oitenta ao
invés de noventa.
A voz do homem era quase um sussurro.
— Eu vejo que pela primeira vez você ouviu seu Papa.
Rhys puxou Joe mais perto.
— Você estava certo, Papa. Meu destino voltou. Este é Joseph Beck, e
eu o aceitei, como você disse. Obrigado, Papa. Ele me faz tão feliz.
O sorriso de Papa cresceu.
— Tive outro sonho. Vocês terão uma vida maravilhosa e
envelhecerão juntos.
Mais lágrimas desceram pelas bochechas de Rhys.
— Oh, Papa...
O homem fechou os olhos, mas puxou a mão de Rhys até que seus
rostos estivessem perto.
— Eu vou cuidar de seu velho amigo até que o encontre novamente, e
você sabe, o novo cachorro vai ter o meu nome.

Epílogo

Parker Curry olhou para a grande mansão, que, aparentemente, era a


casa de inverno na Florida da família de Rhys. Circos deviam pagar bem, pela
aparência do mobiliário antigo glorioso, tapetes persas espalhados pelo chão, e
vasos Ming preenchido com flores delicadas.
A urna do avô de Rhys e uma imagem do homem estava em uma
mesa esculpida ao longo da parede oposta. Buquês de flores coloridas e
exuberantes plantas cercavam a mesa. Parentes de Rhys sentavam-se nas
fileiras de cadeiras dobráveis que enchiam a sala. Diferentes pessoas foram
até a urna e falaram da sua ligação com o patriarca da família.
Parker deveria estar sentado ao lado de seus companheiros de equipe
de Resgate Contratado. Ele não tinha certeza de como isso tinha acontecido,
mas acabou três fileiras à frente deles e sentado entre dois homens enormes,
que Rhys havia introduzido como seus primos.
Os primos tinham dado uma olhada em Parker quando ele chegou a
mansão e não tinham deixado seu lado desde então.
Cayman, o loiro e mais descontraído dos dois, estendeu o braço por
trás de Parker e colocou-o em toda a volta da cadeira. Seth, o mais intenso,
descansou a mão na sua coxa. Parker se perguntou se um funeral era o lugar
para pensar ”Puta merda”.
Cayman se inclinou e sussurrou no ouvido de Parker.
— Acalme-se. Nós vamos cuidar de você depois do serviço.
Parker piscou, imaginando o que essa afirmação significava.

Fim

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