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1 Expressão usada para descrever adolescentes do sexo masculino, ou adultos com aparência
física igualmente jovem ou pueril, caracterizados por um corpo magro ou atlético, sem pelos nem
marcas de expressão ou de idade.
Ao lado de cada cortador, escreveu o nome, número de telefone e
endereço de cada proprietário. Em outro pedaço de papel tinha rabiscado as
instruções para os endereços que pesquisou. Enquanto olhava as instruções
para o primeiro endereço na lista, rapidamente deixou Bentley entrar e pegou
suas chaves. Odiava chegar atrasado para qualquer coisa, e os quarenta e
cinco minutos de carro iriam deixá-lo perto da hora marcada.
Minutos depois, ele parou na entrada do seu vizinho e prendeu o
reboque de Andy ao seu Honda. Na noite anterior, havia ligado para Andy e
perguntou se ele poderia emprestá-lo. Se Tolliver tivesse a sorte de encontrar
um cortador de grama que gostasse do preço, estava pagando por isso e
levando para casa imediatamente.
Um movimento chamou a atenção de Tolliver e viu Andy posicionado
diante de sua janela da sala de estar com a mão levantada em saudação.
Tolliver acenou de volta antes de se afastar.
Quarenta e três minutos depois, Tolliver foi forçado a levar o seu
tempo dirigindo pela entrada de garagem coberta de mato, sinuosa e suja.
Ficou preocupado quando apareceu uma casa branca com a aparência
decrépita. - Ao menos ela foi branca um dia. - Suas chances de encontrar um
cortador de grama neste lugar estavam desaparecendo rapidamente.
Depois de estacionar seu veículo em frente à casa cinzenta e
degradada, Tolliver atravessou as ervas daninhas e a grama até a porta. Há
muito tempo, poderia ter havido uma varanda ou um terraço ligado à casa
para receber os visitantes, mas agora havia apenas um pedaço de sujeira que
as ervas daninhas não haviam reivindicado. O lugar estava estranhamente
calmo, exceto pelo farfalhar constante da brisa atravessando as árvores
espalhadas pelo pátio da frente.
Tolliver quase se virou e saiu. Ele não tinha tido esses tipos de
calafrios desde que tinha dez anos e seu irmão o desafiado a caminhar até o
final do quarteirão e de volta à meia-noite. Ele acabou correndo o caminho
inteiro como se os cães do inferno estivessem atrás dele.
Um arrepio percorreu a espinha de Tolliver. Ele ergueu a mão para
bater na porta de madeira que estava com a tinta lascada quando o tilintar de
chaves o fez girar.
Tolliver teve tempo apenas de levantar um braço antes de um bastão
conectar no lado da sua cabeça. Ele ouviu um golpe, mas não sentiu dor.
Tolliver não viu mais nada até que acordou amarrado numa cama.
****
Cade observou seu bom amigo xerife Steve Titan entrar na cafeteria
e caminhar em sua direção. Os lábios do homem estavam pressionados em
uma linha apertada, e suas grossas sobrancelhas caíam sobre olhos escuros e
tormentosos.
— O que há? — Perguntou Cade quando Steve deslizou para a cadeira
em frente a ele. A garçonete apareceu ao lado da mesa e colocou uma xícara
limpa na frente do homem preocupado antes de derramar o café.
— Recebi uma ligação, ontem, de Andy Macky. — Steve passou sua
mão grande por seus cabelos curtos. — Ele disse que Tolliver Holiday pegou
emprestado seu reboque na noite anterior e ainda não retornou.
— Isso é estranho. — Comentou Cade antes de tomar um gole de seu
café, imaginando o que poderia ter acontecido. — Talvez esteja quebrado em
algum lugar.
— Um dos meus homens foi e verificou a casa dele. — Steve suspirou
e caiu de volta na cadeira. — Era óbvio pelas pequenas bagunças deixadas em
todo o lugar que Tolliver não esteve em casa para cuidar do seu cachorro por
um tempo.
— Esse cachorro é tudo para Tolliver. — Cade sentou-se com as
costas retas. Uma sensação de problemas causou um arrepio em sua nuca. —
Não há como ele abandonar voluntariamente aquele cachorro. É melhor
alguém ir lá e cuidar disso.
Duas manchas vermelhas brilhantes cobriram as bochechas de Steve.
— Fui até lá, e, hum, meu Haley está cuidando do cachorro em nossa
casa.
A preocupação de Cade no desaparecimento de Tolliver não o
impediu de rir do desconforto de Steve. Não tinha dúvidas de que Haley
cuidaria bem do cachorro e provavelmente já estava fazendo barulho ao
conseguir um como ele. E tão louco como Steve era sobre seu parceiro, Cade
deu dois meses no mais tardar antes de Steve se tornar um dono de cachorro.
— Alguém tem notícias de Tolliver? — Perguntou Cad. Tolliver poderia
viver sozinho, mas tinha muitos amigos que se preocupavam com ele.
— Ele perdeu seu turno na fábrica ontem e hoje. — Respondeu Steve.
— Tanto quanto posso dizer, a última pessoa a ver Tolliver foi Andy, quando
Tolliver pegou o reboque.
— Vi Tolliver na outra noite no hotel. — Cade informou Steve. —
Disse que iria olhar algumas máquinas de cortar grama.
— Andy disse que foi para isso que Tolliver precisava do reboque. —
Disse Steve. — Quando fizemos uma busca na casa de Tolliver, não
encontramos nenhuma lista ou endereço para nos dar uma sugestão para onde
tinha ido. Meu chefe adjunto passou por seu computador e descobriu que
estava olhando os anúncios da Gregslist. Tolliver enviou por e-mail alguns
deles e imprimiu uma lista de cortadores de grama, mas até agora, nada mais
se destacou. — Steve suspirou, claramente frustrado. — Quando saí do
escritório, Synn estava tentando passar novamente pelo histórico do
navegador de Tolliver. O cara tinha um vírus em seu computador que destruiu
muitas informações.
Cade alcançou seu bolso traseiro e tirou sua carteira. Depois de jogar
dinheiro na mesa para cobrir seu café e uma gorjeta decente para a garçonete,
olhou para Steve e disse:
— Tolliver é meu amigo. Vou chamar minha equipe. Se algo
aconteceu com ele, nós o encontraremos.
Steve sorriu pela primeira vez desde que entrou na cafeteria.
— Estava esperando que dissesse isso. Tolliver é um bom cara, e
odeio pensar que esteja com problemas em algum lugar. Tenho todo o
departamento procurando por ele, mas ainda não consegui encontrar pista
sólida.
Cade levantou-se e pegou o celular. Antes de começar a ligar, disse:
— Nós o encontraremos.
****
Tolliver ouviu um barulho. Tentou abrir os olhos, mas estavam tão
inchados da última agressão que só conseguiu gerenciar algumas fendas.
Como de costume, seu captor não disse nada quando entrou no quarto e tirou
o bastão preto e implacável. O homem continuou a espancá-lo dos seus pés
até o topo da cabeça. Tolliver pensou que poderia ter perdido alguns dentes
com um dos golpes em sua boca. Não podia dizer ao certo porque mordeu a
língua com tanta força que virou uma massa insensível.
O terror frio e gelado gritou sobre sua pele quando seu captor
apareceu na entrada antes de chegar em direção à cama. Tolliver estava
amarrado com braçadeiras de plástico. O ódio explodiu das profundidades
escuras daqueles olhos castanhos quando, sem dizer uma palavra, as mãos
cercaram seu pescoço e começaram a apertar até que nenhum ar pudesse
alcançar seus pulmões. Tolliver lutou, sentindo o plástico rígido das tiras
cortarem seus pulsos e tornozelos.
Os pulmões de Tolliver tiveram espasmos, e seu coração estremeceu
de terror quando sua necessidade desesperada de ar tornou-se crítica. As luzes
explodiram atrás das pálpebras, e naquele momento, como fora todas as
outras vezes que o homem o sufocava, Tolliver acreditava que iria morrer.
****
Tolliver acordou com um gemido feio e rouco. Uma dor excruciante
veio de seu dedo do meio, e percebeu que o gemido estava vindo dele. Uma
mão firme e sem piedade agarrou seu pulso, e dedos cercaram seu dedo
anelar. Com um puxão dolorido, seu dedo anelar foi deslocado num spray de
agonia. Desamparadamente, ficou deitado, enquanto o resto dos dedos em sua
mão recebiam o mesmo tratamento.
****
Algo acordou Tolliver. O fragmentar de madeira causou um pouco de
confusão em sua mente. Lutou para puxar o ar através de sua boca e garganta
inchadas. Nem tentava respirar pelo nariz. Tinha perdido seu uso há muito
tempo. Cada respiração era uma agonia punhalada em seu peito, costelas e
área do estômago.
Ranhuras afiadas de mais madeiras esmagadas e quebradas vieram
de seu quarto. Tolliver perguntou-se sobre o tipo de tortura que seu agressor
estava planejando. Mais uma sessão nas mãos implacáveis do homem seria
sua última. Isso ele sabia.
Olhando através da fenda de um olho, Tolliver revisou seus
pensamentos. Não precisava se preocupar mais com o que seu captor faria.
Porque agora Tolliver sabia que estava morto. Só podia ser essa a explicação
para que um anjo muito parecido com Cade Miller estivesse de pé ao lado dele.
****
Tolliver não se preocupou em abrir os olhos. O enorme peso da
exaustão tomou seu preço, e ele não lutou contra isso. No fundo, ouviu o
barulho de uma sirene, e onde quer que estivesse deitado, estava pulando e
sacudindo levemente.
— Você está seguro agora, Tolliver. — Uma voz baixa e silenciosa
captou a atenção de Tolliver. — Você pode abrir os olhos?
Não importava o quanto tentasse, seus olhos não abriam. A voz
profunda que estava cheia de compaixão falou novamente.
— Tudo bem, Tolliver. Estamos levando você para o hospital. Tudo
ficará bem agora.
Capítulo Dois
Uma semana depois, Tolliver viu a porta de seu quarto de hospital ser
fechada atrás do xerife. A enfermeira Laura o chamou depois que entrou no
quarto de Tolliver para vê-lo em sua glória desajeitada, tentando tocar o
telefone no chão. Em seu jeito sem sentido, ela perguntou-lhe o que ele estava
tentando fazer.
Foi quando Tolliver confessou num sussurro rouco que o telefone
continuava a tocar algumas vezes por dia na última semana. Desta vez, ela
levantou o receptor do telefone para a orelha de Tolliver, e escutou a conversa
unilateral. O xerife chegou pouco tempo depois.
— Ainda não sei por que o xerife não pode grampear seu telefone. —
A enfermeira Laura disse irritada enquanto ajustava o travesseiro de Tolliver.
— Assisto a todos esses shows de crime. Tudo o que você tem a fazer é
manter o balde de escória no telefone o suficiente e eles o pegam.
Tolliver abriu a boca para reiterar o que o xerife havia dito, apesar de
Laura ter ficado ao lado de sua cama como uma sentinela enquanto o xerife
fazia suas perguntas.
— Eu sei, eu sei. O babaca na verdade não o ameaçou. — Ela disse
antes que Tolliver pudesse tentar e forçar qualquer palavra através da carne
ainda inchada de sua garganta. — Mas sabemos, mesmo que não haja
nenhuma prova e que você não tenha reconhecido a voz, que é o sequestrador
ligando. — A enfermeira Laura fechou os olhos e visivelmente estremeceu. —
Estou lhe dizendo, Tolliver, é melhor o xerife Steve fazer algo.
Tolliver suspirou o melhor que pôde com suas costelas quebradas
antes de se acomodar contra os travesseiros, que a enfermeira apoiou atrás
das costas. Não havia muito o que pudesse fazer ou dizer na condição em que
estava. Então a única coisa que podia fazer tentar descansar e curar.
Tolliver deve ter dormido. Abriu os olhos para ver um homem vestido
com uma camisa de xadrez de mangas compridas e jeans caminhando pelo
quarto em direção a ele. Como de costume, o cabelo castanho curto do homem
era penteado ordenadamente para o lado, e seus olhos refletiam o ódio. Terror
sufocou Tolliver com seu aperto gelado, forçando um grito que arruinou alguns
dos curativos que cobriam seus lábios.
O homem não disse nada. Falou apenas uma vez, durante todo o
tempo em que ele manteve Tolliver atado à cama odiada. Agora, se aproximou
quando Tolliver tentou se afastar, mas não chegou longe com a faixa
segurando a perna lesionada no ar.
Ignorando a umidade do sangue cobrindo seus lábios, Tolliver gritou.
Gotas vermelhas caíam sobre o lençol branco que o cobria, ainda assim
continuou a gritar produzindo apenas um silvar rouco e gutural.
O homem alcançou sua mão esquerda profundamente bronzeada com
uma surpreendente cicatriz de explosão estelar branca nas costas e puxou a
fita que segurava a IV 2 de Tolliver, que continuava gritando tão alto quanto
podia e tentava atacar o homem com o braço quebrado. O coração de Tolliver
parou quando o homem levantou a outra mão, segurando o bastão.
— O que diabos está acontecendo? — A enfermeira Laura estava na
entrada da porta. A postura agressiva e a carranca profunda em seu rosto
mudaram para os olhos arregalados e sua boca caiu aberta em estado de
choque antes de empalidecer de medo. Tolliver nunca tinha ouvido um grito
como aquele que saiu da boca da mulher.
O homem saltou de volta antes de dirigir-se para a porta e a
enfermeira Laura. O bastão atacou e pegou a enfermeira no rosto, e ela
amassou-se no chão. E então o homem se foi.
3 Doce originado nas colônias britânicas que consiste, basicamente, em pêssegos picados
coberto por uma massa e assado no forno.
Como um, os três homens ao redor da cama se endireitaram e deram
um passo para trás, dando a Garrett seu primeiro olhar para Tolliver Holiday.
Olhos. Por alguns segundos, isso é tudo que Garrett viu. A cor azul foi
tornada ainda mais surpreendente pelo vermelho brilhante em torno de onde
os brancos dos olhos do homem deveriam ser. Aqueles vasos sanguíneos
rompidos, junto com os roxos escuros, os verdes e os amarelos mórbidos que
cercavam o pescoço do homem, disseram a Garret que Tolliver foi sufocado
quase ao ponto de morrer. O olhar de Garret tomou as contusões negras e
azuis ao redor de cada olho, lembrando-lhe de uma máscara de um guaxinim.
O nariz de Tolliver estava vermelho e deformado, mas não se
inclinava para um lado ou para o outro. Estava claramente quebrado, mas por
experiência própria, Garrett podia ver que não ficaria irregular ou desfigurada
uma vez que curasse.
Não havia muito do rosto de Tolliver que não estava ferido e inchado,
incluindo o queixo e as bochechas. Os lábios inchados cobertos de linhas de
sutura mostravam os pontos que uniam a pele frágil. Garrett lembrou-se de
que Roman disse que as vítimas eram espancadas com um taco de beisebol
durante o sequestro. O doloroso olhar profundamente vermelho que corria no
rosto de Tolliver voltou para o seu cabelo castanho claro acrescentada à
imagem da violência infligida a este homem.
O resto do corpo de Tolliver estava coberto com um lençol. Mesmo
com os travesseiros que o rodeavam, Tolliver não era tão amplo quanto a
maioria dos homens na sala.
Enrolado no final da cama, o pequeno cão mais fofo que Garrett já
havia visto. Grandes olhos castanhos olharam para ele quando uma pequena
cauda fina se moveu tentativamente.
Garret não conseguiu resistir. Caminhando até a cama, ele se inclinou
e estendeu o dorso da mão para o cachorro cheirar.
— Bem, olá, meu pequeno. Você não é doce?
O cachorrinho cheirou a mão de Garret enquanto a cauda batia no
lençol. Uma suave língua rosa escapou e lambeu-o, derretendo seu coração.
— O nome dele é Bentley.
Ao contrário, Garret não reagiu ao sussurro rouco e áspero. No
interior, sua mente estava examinando o conteúdo de sua despensa. Ele sabia
de várias coisas que poderiam ajudar o pequeno homem na cama a se sentir
mais confortável.
— Bentley, então. — Garrett sorriu, pronto para dar ao pequeno
cachorro um pouco mais de atenção.
Pausando, Garrett observou o homem da cama olhar para ele. Foi
assim que aconteceu. Não sabia o que Tolliver Holiday parecia sob as
contusões. Não havia dito mais que algumas palavras para ele. Inferno, nem
sabia se o homem era gay. Mas enquanto continuavam a olhar nos olhos um
do outro, necessidades preenchiam o interior de Garrett.
Necessidade de conhecer Tolliver, necessidade de proteger e de
mantê-lo próximo. As necessidades de Garret não podiam compreender que
estavam inundando-o, até ele estar tão preenchido que precisava lutar para
respirar.
— Você é real, ou é um presente trazido pelas drogas? — O fraco
sussurro atingiu os ouvidos de Garret.
Alívio acalmou a bola de emoções que ameaçavam sobrecarregar
Garrett. Parecia que o homem também estava sentindo isso, alguma coisa.
Nunca antes isso aconteceu com ele. Ajoelhado numa perna ao lado da cama,
Garrett colocou a mão nos cobertores ficando perto, mas não tocando, de
Tolliver. Nesse ponto, não sabia de nenhum lugar onde pudesse tocar no
homem, sem causar-lhe mais dor.
— Sou real, pequenino. — Respondeu. Garrett estava sorrindo tão
forte que os músculos da bochecha doíam. Tinha sua resposta sobre a questão
gay. Mais uma vez, se perdeu no olhar azul de Tolliver.
Roman entrou perto de Garrett, rompendo o momento.
— Tolliver, gostaria que você conhecesse o gerente da minha casa,
Garret McKay. Ele também concordou em ajudá-lo durante sua recuperação.
— Oi. — Tolliver fez uma careta quando seu braço se moveu debaixo
do lençol.
A atração ainda estava quente entre eles, mas agora a necessidade
de ajudar Tolliver estava colocando Garrett em ação.
— Olá, Tolliver. Você gosta de chá? — Garrett tinha um chá de raiz de
alcaçuz na despensa. Isso aliviaria a garganta de Tolliver e ajudaria com o
inchaço.
As pálpebras de Tolliver baixaram num piscar lento antes de acenar.
As drogas e a viagem a Nevada estavam fazendo efeito no pobre homem.
— Que tal você tirar uma soneca e, quando acordar, vou ter uma boa
xícara de chá esperando por você? — Garrett manteve o tom iluminado, então
Tolliver ficaria relaxado o suficiente para se afastar.
Tolliver conseguiu um aceno com a cabeça antes de seus olhos se
fecharem e ele parecia murchar na cama.
Garrett ficou ali e observou o rosto machucado parecendo ainda mais
grotesco pelas roupas de cama coloridas que o rodeavam. Um toque suave
trouxe sua atenção para baixo para um cachorro minúsculo. As grandes
orelhas de Bentley foram abaixadas e a cauda estava entre as pernas. Seu
pequeno corpo tremia, e grandes olhos castanhos estavam implorando.
Não precisava de um cientista para saber o que o cão estava pedindo.
Pegando-o facilmente com uma mão, Garrett olhou nos olhos do cachorro e
disse:
— Bentley, meu homem, tenho um pedaço de grama com seu nome
nele. — Ele recebeu um rápido lamber no queixo em troca.
Quando estava saindo do quarto com uma de suas novas
incumbências, Garrett olhou para os homens montando equipamentos médicos
e suprimentos numa mesa dobrável que Garrett trouxe antes. Num tom
silencioso, então Tolliver não seria perturbado, disse:
— Sei que vocês querem voltar para o ar e irem para casa, mas
tenho comida preparada na cozinha. Sei que Flyer estava indo naquela direção.
Espero que tenha sobrado alguma coisa.
Depois de receber acenos, Garrett saiu correndo da sala e desceu o
corredor. O pequeno animalzinho embalado em sua mão tinha começado a
choramingar. Uma vez fora Garrett caminhou até o lado da casa e baixou o
cachorrinho. Bentley não hesitou e fez um rápido trabalho regando uma
pequena estátua de ferro forjado de um vaqueiro.
Garrett continuou a esperar, já que, na moda típica do cachorro,
Bentley cheirava aromas interessantes na grama. Finalmente, chegou ao
grande evento que Garrett estava esperando. Depois que o pequeno terminou,
trotou para Garrett com aparência animada e satisfeito consigo mesmo.
—Tudo bem, meu pequeno, você foi bem. — Garrett pegou o
cachorrinho enquanto fazia uma nota mental para colocar uma pá coletora de
fezes na lista de compras. — Vamos levá-lo de volta ao seu dono. Não
queremos que fique chateado se ele acordar e você não estiver lá.
Garrett aproximou-se de onde Roman estava à beira do pátio,
olhando para a paisagem pitoresca das montanhas distantes e purpúreas. Não
tinha escapado do aviso de que Roman o seguira do quarto de Tolliver.
—Jack está cuidando de Tolliver com Reese e Parker. — Disse Roman,
olhando para Garrett. — Depois de comerem um pouco, voarão para o
Condado de Granite.
— Não tenho dúvidas de que Reese, Parker, e eu podemos lidar com
qualquer coisa sobre Tolliver. — Disse Garrett enquanto estudava Roman.
Podia ver que algo estava em sua mente.
— Li o relatório sobre os ferimentos dele, mas parece pior do que
imaginei. — Um músculo estremeceu pelo canto da boca de Roman. — Vou
pedir a Morgan para instalar as câmeras e ligá-las aos sensores que já temos
em todas as entradas da fazenda. Assim, todos saberão quando você entrar no
prédio e não só o sistema de informatização de Morgan vai observar a
atividade como também haverá um vídeo gravando isso. O sistema também
será conectado ao meu celular para que eu possa ver o que está acontecendo.
— Isso é bastante extremo. — Comentou Garret. — Vai chegar um
dia que seu celular vai parar de funcionar.
A risada de Roman teve um toque áspero.
— Depois de um tempo, o computador mágico de Morgan
reconhecerá a diferença entre um estranho e um de nós. — A expressão nos
olhos azul-escuros de Roman era intensa quando se virou para Garrett. — O
mal que torturou Tolliver não vai pegá-lo no meu turno. Farei tudo o que
estiver ao meu alcance para evitar que Tolliver se torne uma vítima novamente.
— Estou feliz em ouvir você dizer isso. — Garrett acariciou a orelha
de Bentley. O cachorrinho se acomodou no braço e estava dormindo. — Se
alguém tentar chegar a Tolliver, terá de passar por mim primeiro.
Uma das sobrancelhas grossas de Roman levantou-se, e o canto de
sua boca levantou-se em um sorriso.
— Essa sua atitude é porque eu pedi que cuidasse dele, ou existe
alguma outra coisa?
Por dentro, os sentidos de Garret ficaram em alerta. Quando Roman
pediu que cuidasse de Tolliver, ele teve a sensação de que o homem estava
preparando algo. O brilho em seus olhos confirmou suas suspeitas e irritou-o.
— Você armou para mim! — Acusou Garret. Aos quarenta e oito anos,
não precisava que seu chefe interferisse em sua vida.
— Oh, acalme-se, McKay. — Roman endireitou-se a toda a altura.
Garrett não era estúpido o suficiente para enfrentar o homem. Ele era duro,
mas Roman estava numa classe completamente diferente de mortal.
— Primeiro de tudo. — Continuou Roman. — Tolliver veio aqui para
se recuperar e ser protegido. — Roman encolheu os ombros. — Pode ter
chamado à atenção minha e a de Cade que Tolliver tem uma fraqueza para
homens com músculos e você gosta de twinks de olhos azuis. Se algo
acontecer entre vocês dois, esperamos uma garrafa de uísque envelhecido de
um dos seus contatos. Se nada acontecer, tudo bem.
— Sou muito velho para twinks. — Garrett disparou. Quando o irmão
de Jimmy, Tristen, veio para a fazenda e fez um jogo com Garrett, ele nunca
se sentiu tão aliviado quando um dos rastreadores, Santos, reivindicou o
homem para si.
— Tolliver tem trinta e oito anos de idade. Não é muito jovem para
você. — Afirmou Roman.
A porta da frente da fazenda abriu, e o parceiro de Roman, Jimmy,
saiu.
— Vocês, é melhor se apressarem se quiserem algo para comer. Está
quase acabando tudo.
Garrett tentou não sentir ciúme quando Jimmy entrou no abraço de
Roman. O amor, o respeito e o desejo irradiavam daqueles dois quando
estavam perto um do outro.
Sorrindo, Garrett disse:
— Não se preocupem. Certifiquei-me de fazer a mais e guardar
separado.
— Muito tarde. — Respondeu Jimmy. — Flyer os encontrou e estava
cavando esses recipientes quando saí para encontrá-los.
Alarmado, Garret entrou na casa. Ele estava com fome, e sua parte
da refeição não iria para o poço sem fundo de Flyer.
Capítulo Quatro
Meio dia e catorze. Mais um minuto, era tudo o que tinha de esperar.
Os tons profundos das risadas dos homens ecoaram pelo corredor
para o quarto dele. Logo, quando estivesse mais forte, se juntaria a esses
homens. Tolliver estava tão pronto para sair do quarto e ver algo além de
paredes de cor de areia e uma imagem de um oceano tempestuoso com um
farol à distância. Durante a estadia de duas semanas, deixou o quarto apenas
uma vez. Para ir a uma consulta dentária para determinar o que precisaria ser
feito para poder comer de novo. Deu um suspiro. Depois, dormiu por quase
vinte e quatro horas seguidas.
As solas duras das botas de caubói batendo contra o chão de azulejo
se aproximavam, fazendo os nervos de Tolliver zumbirem. Os números digitais
vermelhos do relógio na mesa voltaram para doze e quinze, enquanto o belo
Garret McKay entrava no quarto. Na hora certa, como de costume.
— O almoço está servido. — O sorriso branco surpreendente de
Garrett deslumbrou Tolliver, enviando todas as palavras que ele passou a
última meia hora preparando-se para dizer direto pela janela.
— Hum, obrigado. — Tolliver não conseguiu dizer mais nada. O cara
estava usando uma camiseta. Uma camiseta de aparência suave, fina e branca,
que moldava os músculos proeminentes de Garret e esboçava seus mamilos.
Se Tolliver tivesse curado, estaria com um enorme tesão. Assim como estava,
sentiu a baba no canto da boca. Rapidamente, lambeu a umidade na
esperança de não ser pego.
Tolliver estremeceu quando Garrett bateu a bandeja que estava
carregando na mesa portátil ao lado da cama. O copo alto e claro que Tolliver
sabia que continha algo castanho e fresco, deslizou alguns centímetros sobre a
superfície plana, derramando uma linha de chocolate ao lado.
Olhando para cima, Tolliver viu que Garrett virou-se e estava
afastando-se dele. Não estava prestes a deixar passar uma oportunidade, ele
admirou os ombros largos que se afunilavam em torno de quadris finos e das
longas pernas que pareciam tão fortes como os troncos das árvores.
Garrett respirou profundamente antes de voltar-se. Sua expressão e
comportamento não eram senão amigáveis. Decepção.
— Você teve um bom dia trabalhando com Parker? — Garrett
manobrou a mesa portátil até ficar sobre o colo de Tolliver.
Tolliver sorriu, mas manteve os lábios sobre os dentes superiores.
Alguns ainda estavam soltos, e outros faltando. Tolliver não queria que Garrett
visse os espaços feios, e tinha que ter cuidado com esses espaços até seu
próximo encontro com o dentista.
— Meus dedos estão melhorando. — Conseguiu levantar a mão direita
e flexionar os dedos. Era lento e doloroso, mas conseguia fazer isso. A mão e o
cotovelo de Tolliver ainda estavam inchados e curavam de uma luxação
prolongada. Todo movimento era uma luta onde as apostas eram muito altas
para ele perder.
— Isso é ótimo. — O entusiasmo de Garret foi genuíno, e Tolliver
pregou sob o louvor do grande homem. — Você sente vontade de entrar na
sua cadeira de rodas esta tarde? — Garrett perguntou.
— Com você? — Tolliver perguntou. — Quero dizer, você vai me
ajudar? — Se pudesse, teria escondido sob os cofres com vergonha. Às vezes,
ele se sentia como um idiota.
Garrett riu e Tolliver relaxou.
— Sim, irei ajudá-lo. Depois de terminar a bebida de proteína, pensei
que poderia gostar de uma mudança de cenário. Preciso limpar a cozinha e
agitar um lote de biscoitos. Talvez você queira sentar-se por um tempo e
observar até ficar cansado.
— Adoraria isso. Obrigado. — Disse Tolliver. O pensamento de sair do
quarto era glorioso. Mas primeiro ele tinha que cuidar de uma vitamina de
proteína com sabor de chocolate com o nome dele.
Com cuidado, Tolliver pegou o copo na bandeja, ignorando o aperto
das articulações quando esticou os dedos. Seu cotovelo não cooperou com
seus pensamentos, e acabou puxando o copo para ele com um idiota. Com
desgosto, viu o vidro escorrer de seus dedos e começar a derrubar. No último
segundo, Garrett pegou e corrigiu.
Tolliver suspirou frustrado. Seu braço direito estava quebrado e ainda
imobilizado por um gesso. Os tendões e os músculos do braço esquerdo foram
atingidos, dificultando os movimentos mais simples. A vida ativa que Tolliver já
desfrutava parecia um milhão de anos de distância.
— Tire essa carranca do seu rosto, Tolliver. — Garrett tocou
suavemente a testa de Tolliver. — Você está aqui há apenas duas semanas.
Aos poucos está recuperando sua mobilidade, vai achar que o tempo passará
muito rapidamente.
— Não vai acontecer rápido o suficiente para mim. — Gritou Tolliver.
Conseguiu inclinar-se para frente e agarrar o canudo derramando um líquido
espesso com os lábios. Logo, a deliciosa vitamina gelada estava aliviando a
garganta e enchendo o estômago vazio.
Garrett trazia para ele seis vitaminas por dia. No começo, o homem
tinha que ficar praticamente insistindo para que Tolliver as terminasse. Agora,
que Tolliver sentia-se melhor, parecia estar com fome o tempo todo.
— O que os caras têm para almoçar? — Fazia a mesma pergunta em
cada refeição, mudando apenas a última palavra da frase, dependendo do
horário do dia. As respostas deliciosas de Garrett lhe devam algo para sonhar
entre lances de sono.
— Estão tendo sanduíches de salada de frango hoje. — Garrett
respondeu enquanto pegava o copo e inclinava-o para que Tolliver pudesse
beber o conteúdo mais fácil. Logo, a pequena quantidade deixada no fundo
estava borbulhando em voz alta através do canudo.
Tolliver soltou o canudo e perguntou:
— Com uvas?
Garrett riu e Tolliver lembrou-se de respirar. O sorriso largo do
homem e olhos azul-claros quase explodiram a mente de Tolliver quando eles
brilharam com alegria, mostrando-lhe o quão feliz estava o homem. Como ele
queria ter uma chance de atrair o grande homem. Mas tão feio como estava
em seu estado maltratado, isso não estava acontecendo.
— Coloquei uvas, aipo e algumas nozes nele. — Garrett fez uma
pausa e estudou Tolliver.
Atualmente, as nuvens escuras cobriam-no facilmente na depressão.
Os dois médicos da equipe trabalhavam com ele todos os dias. O talento do
jovem e bonito Parker estava ajudando a recuperar o uso de seu corpo através
da fisioterapia. O grande loiro Reese era o único que ouvia os pesadelos, os
medos e as esperanças desesperadas. De uma maneira lenta, mas constante e
calma, Reese e Tolliver estavam trabalhando para curar o dano que o doente
sequestrador infligiu a sua mente.
Tentou sorrir, mas podia sentir seus lábios tremerem.
— Talvez em breve possa desfrutar de algumas das suas refeições
que cheiram tão bem.
Garrett empurrou a mesa para fora do caminho e sentou-se na beira
da cama. Secretamente Tolliver esperava ansiosamente por esses momentos,
quando o corpo do homem grande se aproximava. Até agora, o
comportamento de Garret tinha sido mais animado e educado. Como Tolliver
desejava mais. Mas, nesse caso, a mente estava disposta, mas o corpo,
péssimo.
— Depois de sua consulta com o Dr. Harvey no final da semana, você
poderá comer. — Garrett passou um dedo gentil ao longo da mandíbula de
Tolliver.
— Tenho que avisá-lo, não acho que as coisas vão muito bem. —
Tolliver não queria ir ao dentista, mas queria poder comer alimentos sólidos
novamente.
No final da semana anterior, Garret e Flyer levaram Tolliver para
Sandstone para ver o dentista. Levou toda a força de vontade de Tolliver para
não começar a gritar enquanto o dentista examinava os dentes. O próximo
compromisso incluiu três canais radiculares para consertar os dentes que
estavam soltos e dois implantes inseridos para substituir os dentes perdidos
durante o cativeiro.
— Se isso te faz sentir mais confortável, posso pedir a Reese que
venha junto com você durante o procedimento. — Uma das poucas vezes que
Tolliver não viu nenhuma emoção no rosto de Garrett.
Tolliver não entendeu.
— Por que eu gostaria que Reese estivesse lá?
Garrett olhou para baixo e começou a passar um dedo sobre um
pequeno buraco no magro material de seu jeans. Tolliver reconheceu a evasão
quando viu.
— Garrett, essa pergunta realmente não é tão difícil. Vou admitir que
Reese e eu estamos nos tornando bons amigos. Mas não é o tipo de amizade
segure-minha-mão-quero-sentir-meu-corpo-próximo-do-seu. — Na mente de
Tolliver, ele via Garrett segurando sua mão e imaginando o corpo do grande
cara enrolado ao dele. Agora, foi a vez de Tolliver se interessar por um ponto
inexistente no lençol cobrindo as pernas.
Uma mão quadrada bronzeada entrou na linha de visão de Tolliver e
gentilmente cobriu a dele. Nos velhos tempos teria virado a mão e juntaram os
dedos. Desta vez, isso era impossível. Em vez disso, admirou a grande mão de
Garrett em comparação com a dele.
Havia uma nota esperançosa na voz de Garret quando perguntou:
— Então, você e Reese são apenas amigos?
Tolliver arrastou o olhar para longe de suas mãos e se perdeu nos
claros olhos azuis de Garret, que sempre fazia com que seu coração batesse
mais rápido quando estavam olhando para ele.
— Sim, somos apenas amigos. — Tolliver manteve seu tom sério. Não
haveria mal-entendidos quanto ao relacionamento dele com Reese.
Nas últimas duas semanas, Tolliver aprendeu muito sobre si mesmo.
Todos os homens que moravam na fazenda o haviam visitado regularmente. E
enquanto eles eram agradáveis, o colírio para os olhos era apenas Garrett,
cuja risada fazia com que ficasse sem fôlego e o deixava ansioso para fazer
algo para ouvi-lo novamente. Tolliver desejava estar com Garrett, aprender
mais sobre ele e ter a chance de desenvolver algo mais profundo.
Garrett inclinou-se para frente e Tolliver congelou.
— Bom. — Garrett sussurrou contra os lábios de Tolliver.
Os lábios macios acetinados sobre Tolliver num beijo tão gentil que
poderia ter sido o pincel de uma asa de borboleta. O toque fugaz despertou os
desejos e os enviou chiando sobre terminações nervosas.
Tolliver queria mais, mas o grande homem levantou a cabeça.
— Acho que é hora de entrar na cozinha, meu pequenino.
— Acho que devemos nos beijar um pouco mais. — Respondeu
Tolliver. Dentro, seu coração trovejava fora de controle. Pela primeira vez
desde sua chegada, Garrett o chamou de seu pequenino. Não estava sonhando,
afinal.
— Seus lábios ainda estão sensíveis, e você tem dentes soltos. — A
mão de Garrett abaixou ternamente o lado do rosto de Tolliver. — Que tal
fazermos um acordo? — A malícia estremeceu nos lindos olhos azuis de Garret.
— Que tipo de acordo? — Tolliver ficou preso na diversão.
— Quando a boca e os dentes estiverem totalmente curados, vou te
dar todos os beijos que quiser. — Disse Garret.
Alguns dos velhos tempos de Tolliver antes do sequestro voltaram. E
sentiu-se bem.
— Você promete pelo dedão da sua avó que não vai se esquecer ou
voltar atrás desse acordo, que quando eu estiver curado, você me dará todos
os beijos que eu quiser e quando eu quiser? — Tolliver sugou uma respiração
muito necessária.
A risada de Garrett ecoou pela sala e aqueceu o coração de Tolliver.
— Você adicionou um pouco, meu pequeno. Mas, sim, concordo com
estes termos.
Os próximos longos momentos foram gastos se perdendo no olhar
um do outro, enquanto sorrisos largos cobriam seus rostos. Tolliver não sabia
quanto tempo a festinha deles teria continuado, mas o celular de Garret, que
emitiu três bips curtos, interrompeu o momento maravilhoso.
Depois de tirar o celular do bolso, Garrett deslizou sobre a tela. Todos
os sentimentos quentes que flutuavam ao redor da sala ficaram gelados
quando a emoção escorria do rosto de Garret e foi substituída por um exterior
profissional.
— Precisamos chegar a cozinha. — Garrett ficou de pé e agarrou a
cadeira de rodas junto à parede ao lado da mesa de cabeceira.
— O que está acontecendo? — Tolliver perguntou enquanto Garrett
levantava Bentley do cobertor dobrado no final da cama e colocou-o nos
braços de Tolliver. Depois que Garrett jogou de volta o lençol, sacudiu o
cobertor e o enrolou em torno de Tolliver antes de colocá-lo na cadeira de
rodas.
— Temos de preparar a comida para que os rapazes a engulam. —
Garrett empurrou Tolliver para fora do quarto e desceu o corredor. — Eles
estão saindo em vinte minutos para um resgate.
Garrett estacionou Tolliver perto da parede, contendo os fornos e a
geladeira, em frente ao balcão de trabalho. A partir dessa posição, Tolliver
podia ver toda a cozinha e observar as idas e vindas dos caras enquanto
passavam no balcão da cozinha.
— Que tipo de resgate é? — Tolliver ficou observando enquanto
Garrett puxava grandes recipientes cobertos para fora da enorme geladeira e
colocava-os no balcão.
— Algumas pessoas foram relatadas como desaparecidas enquanto
participavam de uma aventura de asa-delta. — Garrett respondeu ao remover
as tampas dos recipientes. — O texto que Roman enviou dizia à equipe para se
preparar para a escalada e para Flyer preparar o helicóptero.
— Uau, seria incrível participar disso. — Tolliver poderia
simplesmente imaginar descer em cordas de um helicóptero para salvar
alguém em perigo.
— Sim, certo. — Garrett respondeu. — Enquanto você está indo para
a vítima, o vento está chicotando detritos em seu rosto. Se estiver chovendo,
você soma a isso o frio e tudo fica muito pior. Quando alcança a vítima, às
vezes eles têm lesões na cabeça ou simplesmente estão com medo e começam
a lutar contra você. Muito surpreendente.
Tolliver franziu a testa, surpreso com o ponto de vista de Garret.
— Nunca pensei nisso assim.
— Não me interprete mal. — Garret levantou os olhos para espalhar a
salada de ovos em espessos pedaços de pão amanteigado. — Não há nada
como encontrar uma vítima viva ou tirá-las de uma situação terrível e ajudar a
quem precisa. Estou apenas dizendo que não é tudo glamoroso, e é um
trabalho árduo.
Garrett colocou pequenos sacos de frutas secas e nozes no balcão.
Adicionou uma pilha de pequeno tamanho de pequenos discos redondos de
queijo embalado. Tolliver reconheceu pelo rosto de uma vaca na frente. Ao
lado das frutas e nozes, Garrett colocou pequenos pacotes de apertar.
— O que são esses pacotes? — Perguntou Tolliver.
— Manteiga de amendoim. — Garrett respondeu enquanto puxava
pequenos sacos de vagem para fora dos recipientes. — Os rapazes o apertam
diretamente em suas bocas ou misturam com frutas e nozes. Inferno, eu não
deixaria Flyer cobrir as ervilhas com isso.
Tolliver estremeceu com essa combinação antes de comentar:
— Nunca vi Flyer sem algum tipo de comida na mão.
Garrett sorriu no balcão, que já estava carregado de comida.
— Sim, esse garoto gosta da minha comida.
Antes que Tolliver pudesse dizer alguma coisa, a equipe do Resgate
Contratado do Oeste entrou na cozinha. Eram os homens amáveis que
entraram no quarto de Tolliver para dizer algumas palavras e perguntar como
estava indo. Foram substituídos por guerreiros, decorados em uniformes
bronzeados e vestindo uma armadura de equipamentos, que Tolliver não tinha
a mais fraca ideia de como usar. Surgiram perguntas cortadas indo e voltando,
junto com algumas piadas. Mas, principalmente, um ar de profissionalismo e
antecipação cobriram a sala.
Os alimentos preencheram os grandes bolsos, e Garrett estava
entregando um refrigerador de tamanho médio, Tolliver não notou que ele
tinha enchido. Logo o balcão estava quase vazio e a cozinha passou de um
turbilhão de atividade para apenas Garrett e Tolliver e, claro, Bentley.
Capítulo Cinco
Garrett entrou em pânico. Tolliver sumiu. Ele viu Parker levá-lo para
o pátio e estacionar sua cadeira de rodas junto à piscina após a sessão de
fisioterapia antes de sair com a equipe para verificar uma nova peça de
equipamento. Garrett colocou uma camada de brownies no forno, com a
intenção de se juntar ao pequeno homem e, talvez, dar-lhe um daqueles beijos
que havia prometido.
Seus planos foram desviados quando um de seus contatos ligou para
informá-lo de que tinha um zumbindo vindo da videira. Mais dois homens dos
estados do meio-oeste sumiram depois de responder aos anúncios da Gregslist.
E um corpo que combinava a descrição de um dos homens havia sido
descoberto em Iowa.
Quando Garrett terminou a ligação, quase meia hora tinha passado e
os brownies assados estavam esfriando numa grande grade. O estômago de
Garrett rolou quando não viu Tolliver sentado ao lado da piscina, onde deveria
estar. Seu temperamento começou a ferver quanto mais procurava. Cabeças
rolariam se Tolliver estivesse em perigo, pois não havia como ele ter ido a
qualquer lugar sozinho.
Garrett ficou perplexo. Um homem com cadeira de rodas não deve
ser tão difícil de encontrar. Procurou cada centímetro do pátio e do quarto de
Tolliver. Inferno, sem a chance de o homem tentador pensar num encontro
íntimo, Garrett procurou em seu próprio quarto e não encontrou nada.
Depois de procurar no resto dos quartos e banheiros, Garret varreu
as salas de jogos e sala de estar. Com o passar do tempo, sua voz aumentou
quando chamou o nome de Tolliver. Desesperado, Garrett saiu.
Garrett escaneou os degraus da frente e do lado de dentro da cerca
de quase dois metros de altura que cercava a fazenda. Quando ainda não
havia nenhum sinal de Tolliver, dirigiu-se pela estrada de terra que levava para
o portão dos fundos. Era altamente improvável, mas talvez de alguma forma
Tolliver tivesse encontrado um caminho para o hangar do avião ou o celeiro.
Assim quando já estava quase tirando seu celular para ligar para
Roman e declarar o estado de emergência, ouviu risos vindo do outro lado da
cerca.
A voz de Jimmy gritou:
— Segure-se a ele, Tristen. Se derrubá-lo no chão, de alguma forma
Roman me culpará, e não poderei me sentar por uma semana.
Garrett começou a correr, contornou a esquina do portão e deslizou
para parar, fazendo a poeira subir em todas as direções.
Nunca em um milhão de anos Garret pensou que morreria de um
ataque cardíaco aos quarenta e oito anos. Uma bala sempre foi uma
possibilidade, mas não de seu coração emperrar e parar de funcionar no meio
do ritmo.
As rápidas orações de Garret, que estava alucinando, não foram
ouvidas quando o horror de um Tolliver encaixado sentado em cima do cavalo
de Jimmy, Twyla, ainda estava brincando na frente dele. Tristen estava
sentado atrás de Tolliver, segurando-o no cavalo e Jimmy estava levando o
animal a um ritmo lento em um amplo círculo logo ao lado do curral.
— O que diabos está acontecendo? — Falou Roman.
O filme a partir daí aconteceu em câmera lenta. Twyla empurrou de
lado e ergueu a cabeça no ar. Jimmy foi levantado de seus pés e acabou
pousando em sua bunda na poeira. Tristen perdeu o controle sobre Tolliver
enquanto tentava manter seu assento no cavalo. Tolliver, com a perna
encaixada no gesso, começou a deslizar de Twyla, assustando ainda mais o
cavalo.
O coração de Garret passou de parar de bater para bater acelerado
quando correu para salvar Tolliver de cair no chão. O cavalo começou a dançar
ao redor. O rosto de Tristen era uma máscara de desespero quando ele tentou
segurar um Tolliver deslizante.
De uma só vez, duas coisas aconteceram que salvou Tolliver de se
machucar. Roman agarrou a corda de Twyla e começou a murmurar palavras
calmantes para o cavalo assustado, e Garrett conseguiu, no último segundo,
pegar Tolliver em seus braços antes de bater no chão.
****
Tolliver decidiu que não era fã de montar um cavalo. Também decidiu
que os dois irmãos Earl precisavam de coleiras de choque para fazê-los ouvir
quando alguém dizia que suas ideias podiam não ser tão ótimas.
De alguma forma, apesar de suas objeções, eles o levaram para a
sela de Twyla.
— Pessoal, não acho que essa seja uma boa ideia. — Disse ele.
Foi quando descobriram que uma sela não acomodava um gesso de
perna que imobilizava uma perna inteira até a coxa interna. Sua perna acabou
se agarrando no ar como se ele estivesse tentando ser uma bailarina ou algo
assim.
Depois que os irmãos terminaram de apontar para ele e rir de seu
traseiro, Tristen disse:
— Espere, Tolliver, aqui vou eu.
Espere? Um braço estava engessado, e o outro era inútil. Espere?
Tristen subiu atrás de Tolliver e, de alguma forma, o manteve
sentado no cavalo. Por algum milagre, Tolliver começou a montar o cavalo até
começar a escorregar. E Tristen começou a perder o controle sobre Tolliver.
Isso foi até que o grito irritado de Roman assustou Twyla e a vida de Tolliver
foi jogada diante de seus olhos. Continuou pensando que, depois de tudo o
que tinha passado, o fim estava vindo de dois irmãos travessos que deveriam
ser equipados com coleiras de choque.
Tolliver tentou fazer sua mão agarrar os fios grosseiros da crina
negra de Twyla, mas não conseguiu segurar. Foi uma agonia escorregar de
lado, incapaz de evitar o impacto que doeria como o inferno antes de morrer.
Braços fortes pegaram Tolliver. O medo gelado da queda diminuiu.
Isso foi até Garrett dizer num tom duro como pedra:
— Pequenino, você está com problemas.
****
Huguinho, Zezinho e Luizinho estavam sentados, não, Jimmy, Tristen
e Tolliver estavam sentados nas três cadeiras que alinhavam a frente da
escrivaninha de Roman, encolhendo-se sob a ira do grande homem. Era difícil
não imaginar os homens como patinhos travessos e levados sendo
repreendidos por sua última escapada. Garrett sentiu que esta não seria a
última vez que esses três acabariam no extremo severo de uma palestra de
Roman.
Garrett inclinou-se contra o batente da porta, os braços cruzados,
ouvindo Roman explicar em palavras afiadas as repercussões se algum deles
tentasse novamente obter um homem ferido em cima de um cavalo apenas
para ver se ele podia.
Santos ficou encostado contra a parede ao lado de Garrett. Tinha as
mãos nos bolsos, e um tornozelo estava cruzado sobre o outro. A pose calma
não enganava Garrett. O homem estava chateado. Santos não tinha tirado o
olhar sombrio e tempestuoso de Tristen desde que pegou o homem de cima de
Twyla e jogou-o sobre seu ombro antes de despejá-lo na cadeira em que
atualmente estava sentado.
— Como você pode sorrir após o que esses dois fizeram a Tolliver? —
A pergunta baixa e tranquila de Santos agarrou a atenção de Garret.
— Estava pensando que esses três me lembram de um desenho
animado, Pato Donald e seus três sobrinhos sapecas. — Garrett sorriu
enquanto olhava para Santos.
O grande brasileiro sorriu de volta.
— Tenho que admitir que é apropriado.
— Sim. — Os dois compartilharam um olhar de compreensão.
Garrett podia ver que Roman estava finalmente acabando, e Jimmy
começou a se mexer. Santos desencostou-se da parede e foi ficar de pé atrás
de um Tristen com ombros caídos.
— Vocês três entendem minha posição nesta pequena excursão de
vocês? — Perguntou Roman. Três cabeças imediatamente acenaram com a
cabeça. — Tudo bem então, não deixe isso acontecer novamente.
Santos virou a cadeira de Tristen e agachou-se na frente do homem
bonito.
— Precisamos conversar, amorzinho.
— Estou feliz que ainda pense que sou seu amor. — Tristen colocou a
mão no lado do rosto de Santos.
— Você sempre será meu amorzinho. Mas ainda vamos conversar. —
Santos inclinou-se para frente e, no momento seguinte, Tristen foi levado pelo
ombro do homem maior e estavam saindo pela porta.
Olhando para Roman, Garrett viu Jimmy se apegar ao seu bom
companheiro com a cabeça enterrada no pescoço e os braços e as pernas
envolvidos ao redor dele. Os passos das longas pernas de Roman levaram
ambos para fora da sala.
Isso deixou Tolliver e Garrett sozinhos na sala.
Garrett caminhou em torno da cadeira de Tolliver até ficar de pé
diante do homem menor e recostou-se na borda da mesa de Roman. Olhando
para baixo, estudou a linha fina e comprimida dos lábios habituais de Tolliver e
sua pele muito pálida.
Tolliver ergueu o queixo em um ângulo teimoso e seu grande olhar
azul pegou um olhar feroz.
— Beije-me. — Exigiu Tolliver.
— Tolliver... — Garret começou.
— Não, você prometeu quando minha boca estivesse curada, me
beijaria sempre que eu quisesse. — O lábio inferior de Tolliver tremeu. — Me
beije.
Precisavam falar sobre o que aconteceu. Este incidente trouxe para
casa que Garrett não estava disposto a deixar Tolliver desaparecer de sua vida,
seja deixando de bom grado ou não.
— Garrett, você prometeu.
A necessidade de Garret de emitir ordens e exigir mudanças em seu
relacionamento mudou para querer dar ao seu pequeno tudo o que pedia.
Abaixando seu corpo grande em um joelho ao lado de Tolliver,
Garrett passou os dedos pelos cabelos castanhos e curtos na nuca de Tolliver
até ele segurar seu pescoço magro. Um pequeno puxão tinha Tolliver inclinado
para frente, e Garrett cobriu os lábios dele com os seus.
****
Em algum lugar, Tolliver não sabia onde, mas havia lido ou ouvido
que um beijo era apenas um beijo. Não se lembrava do resto, mas as palavras
continuavam jogando sua mente num círculo infinito.
O beijo de Garret não era apenas um beijo. Era tudo. O toque dos
lábios de Garret contra a boca sensível de Tolliver o puxou para dentro do
abismo da sensação. A picada de leve no pescoço do bigode prateado e da
barba no queixo de Garrett aumentou a multidão de desejos e sentimentos.
Nunca antes Tolliver sentiu esse tipo de atração em relação a outro.
Quando Garrett ergueu a cabeça, Tolliver inclinou os lábios para cima,
tentando seguir. Garrett não cooperou e beijou Tolliver de novo, então ele foi
forçado a jogar sujo.
— Beije-me. — Ele exigiu.
O polegar largo de Garrett roçou seu lábio inferior.
— Acho que há lugares melhores para se beijar do que o escritório de
Roman, meu pequenino.
O desespero tornou Tolliver imprudente.
— Quero estar com você. Quero você dentro de mim.
Garrett respirou fundo na declaração de Tolliver, e seus olhos azuis
se arregalaram. Tolliver observou a protuberância nos jeans de Garrett crescer.
Não sabendo o que fazer para inclinar a balança, ele sussurrou:
— Beije-me, Garrett
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Garrett pegou seu pequeno e rolou até ele ficar de costas. Com
Tolliver em cima dele, agora poderia colocar o homem chorão em seus braços
e mantê-lo apertado.
Seus planos de introduzir lentamente o assunto do casamento
haviam voado pela janela quando Tolliver declarou seu amor. O coração de
Garrett tinha chegado à frente com amor, adoração e a necessidade de manter
esse homem em sua vida.
Balançando Tolliver suavemente, Garrett sussurrou:
— Você está sobrecarregado, amor, ou está tentando encontrar uma
maneira de me decepcionar?
Tolliver ergueu-se e olhou para Garrett com olhos tempestuosos e de
borda vermelha. Suas bochechas brilhavam com as lágrimas, e o muco estava
cobrindo o lábio superior. Para Garrett, ele estava mais bonito do que nunca.
— Terei você, Sr. McKay, vamos nos casar assim que pudermos fazer
isso. Nós dois estamos muito velhos para perder mais tempo. — Tolliver
enxugou o nariz com a mão.
Garrett aproximou-se e puxou um lenço de uma caixa que estava
sobre uma mesa e entregou-o a Tolliver. Levou mais dois lenços antes que o
rosto do homem menor ficasse limpo, mas finalmente Garrett teve um Tolliver
limpo e seco aconchegado em seus braços.
— Garrett? — Tolliver sussurrou.
— Sim, meu pequenino. — Garrett sussurrou por trás, gostando do
momento quieto e doce que estavam tendo.
— O sêmen seco na minha barriga e bunda está coçando.
O silêncio reinava em toda a sala.
Em um movimento, Garrett os rolou para que o corpo magro de
Tolliver estivesse debaixo dele.
— Bem, acho que temos duas escolhas. — Disse ele, acariciando
a suave e macia pele do pescoço de Tolliver. — Podemos limpá-lo no banheiro
ou aumentar a bagunça. — Garrett sugou forte, trazendo um hematoma
espalhafatoso. Enquanto admirava isso, disse: — Voto para mais problemas. —
e sugou mais pele na boca, fazendo outra marca.
As mãos em suas bochechas guiaram sua boca para Tolliver. O beijo
se aprofundou e as línguas se enroscaram. Garrett aproximou-se e acariciou o
pequeno e apertado ânus. Depois de mergulhar os dedos entre os firmes
montes de carne, começou a roçar a ponta dos dedos contra a entrada
enrugada e pequena que era sua passagem para o paraíso.
Tolliver começou a mover seu corpo numa dança erótica que deixou
os pelos do corpo de Garrett de pé. Com pesar, Garrett terminou o beijo e
disse:
— Preciso ir buscar suprimentos do banheiro. Não vou machucá-lo ou
colocá-lo em perigo.
Uma careta apareceu no rosto bonito de Tolliver.
— Existe uma chance de perigo?
— Não. — Garrett respondeu. — Sempre pratiquei sexo seguro e fiz
testes regulares.
— Eu também estou limpo. — O sorriso de Tolliver e os grandes
olhos azuis estavam cheios de esperança. — Talvez agora que estamos
comprometidos, podemos pensar em renunciar aos preservativos.
Garrett lembrou o medo do desconhecido na década de oitenta,
quando uma epidemia de sintomas incomuns levou a uma multidão de homens
gays morrerem de AIDS. O uso de preservativos não era negócio para ele.
O amor de sua vida queria o que ele considerava o compromisso final.
No final, a decisão foi fácil.
— Quando for seguro que você deixe a fazenda, pararemos na clínica
para fazer o teste juntos. Então, quando for a hora certa, abandonaremos os
preservativos.
O próximo segundo, Garrett, tinha um Tolliver enroscado, que estava
chovendo beijinhos pelo rosto e pelo pescoço dele. Antes que acabasse se
perdendo nos beijos do pequeno homem magro e corpo quente pressionado
contra ele, Garrett disse:
— Tenho que pegar os suprimentos, meu pequenino.
Lábios pressionaram contra sua orelha, e Tolliver sussurrou:
— Estão sob o travesseiro.
Garrett riu. Parecia que Tolliver estava fazendo planos próprios. E
adorou isso. Sua mão mergulhou debaixo do travesseiro e tirou a garrafa de
lubrificante. A vida era boa. Ficou ainda melhor quando Tolliver sentou-se,
empurrando-o antes de se virar e de frente para Garrett. Conseguiu somente
olhar quando Tolliver se inclinou e apresentou sua bunda firme e apertada para
ele brincar.
A garrafa pousou na cama, quando as mãos cercaram o eixo de
Garret e uma boca quente e úmida começou a sugar a cabeça de seu pau.
Garrett esqueceu o que estava fazendo e empurrou para a boca de Tolliver,
enterrando seu pênis no fundo da garganta de seu pequenino.
A boca de Tolliver saía do pau com um pop.
— Me prepare, Garrett. Preciso de você dentro de mim.
Garrett balançou a cabeça para limpá-la. Novamente, pegou o
lubrificante. Um puxão de seu polegar abriu a tampa e rapidamente cobriu as
mãos.
Espalmando as bochechas da bunda de Tolliver, Garrett esfregou seu
dedo liso sobre a entrada apertada e enrugada que esperava sua atenção.
Agarrando a garrafa, jogou mais um tanto sobre a delícia de seu prêmio final.
Com as duas mãos, espalhou as bochechas de Tolliver. Teve que
parar enquanto a boca de Tolliver sugava seu pênis para a base e começou a
derrubá-lo. Respirando pelo nariz, tentou recuperar a compostura e
concentrar-se em preparar seu amante.
A ponta do polegar rompeu a abertura de Tolliver.
— Respire fundo, amor. — Ele instruiu.
O peito de Tolliver se expandiu, e o polegar de Garrett afundou até o
primeiro nó. Garrett começou a controlar o músculo que revestia o esfíncter
até que ele suavizasse, para poder empurrar a ponta de seu outro polegar para
dentro.
Garret não conseguiu resistir. Inclinando-se para frente, ele sugou
uma marca na pele pálida da bochecha de Tolliver.
Tolliver levantou a boca do pau de Garret e gemeu.
— Garrett.
Usando ambos os polegares, Garrett trabalhou o traseiro de Tolliver
até que estivesse relaxado e levando seus dígitos até onde pudesse pressioná-
los. Tirando o polegar de dentro, deslizou o dedo médio no canal de Tolliver,
procurando por aquela glândula de carne que faria seu amante dançar.
— Garrett. — O grito de Tolliver ecoou em toda a suíte.
— Você é tão bonito. — Garrett disse e esfregou o doce ponto de
Tolliver, trazendo arrepios de prazer fora de seu amante.
— Preciso gozar. — Tolliver gemeu.
— Vire-se, amor. — Garrett puxou os dedos para fora e ajudou a
guiar o homem menor ao redor. Chegando debaixo do travesseiro, tirou um
preservativo. Rapidamente, abriu o pacotinho e enrolou. Depois de adicionar
um pouco de lubrificante, estava pronto para fazê-los voar.
Tomando Tolliver em seus braços, Garrett os rolou até que ele
estivesse pairando sobre seu amante. Agarrando um travesseiro, ele o
empurrou sob os quadris do seu pequenino.
— Você pode colocar suas pernas ao redor da minha cintura, amor? —
Ele perguntou.
— Posso tentar. — Respondeu Tolliver, e tentou fazê-lo. Com a ajuda
de Garret, ambas as pernas ficaram na cintura.
Dirigindo o pau para a abertura de Tolliver, Garret começou a entrar.
— Respire. — Ele instruiu. Seu enorme pau estava deixando Tolliver
aberto.
— Oh. — A respiração de Tolliver saiu em enormes suspiros. — Amo a
queimadura.
Garrett terminou, dando uma bofetada na doce bunda do seu amante.
Parando um pouco, deu a Tolliver tempo para se acostumar. Os pequenos
músculos começaram a apertar seu pênis, tentando aspirá-lo mais fundo.
Era tudo o que Garrett precisava. Tomando o traseiro de Tolliver em
suas mãos, começou a empurrar para aquele lugar doce. O aperto quente e
sedoso era tudo e mais do que Garrett esperava. Quão agradecido era por
conseguir sentir isso pelo resto de sua vida.
Seu amante robusto manteve-se com seus impulsos e encontrou-os
com uma inclinação de seus quadris.
— Nunca vou ter o suficiente de você. — Garrett quis dizer essas
palavras com tudo em seu ser.
O grande olhar azul de Tolliver encontrou o dele.
— Eu te amo.
As bolas de Garrett se apertaram, e seu pau inchou.
— Também te amo.
Esperma explodiu dentro do látex. Rangendo os dentes, Garrett
passou por seu clímax. Não estava sozinho em seu orgasmo. Os gritos de
Tolliver acompanharam o grupo de sêmen preenchendo o pequeno espaço
entre suas barrigas.
Garrett entrou em colapso, mas, no último segundo, conseguiu mexer
para manter a maior parte de seu peso fora do caminho de um homem que era
seu amante. Sabia que Tolliver era muito mais pequeno do que ele, ainda mais
agora, sem o volume de todo aquele gesso, podia ver o quão magro era.
Uma mão acariciou seu peito antes de viajar para desembarcar os
cumes dos seus abdominais.
— Amo seus músculos. — Disse Tolliver, colocando beijos aqui e ali.
— Acho você também muito fofo, meu amor. — Garrett disse,
passando a mão pelo lado de Tolliver e o traseiro em sua coxa.
— Pareço um adolescente magricela. — A amargura atinou a resposta
de Tolliver.
Garrett ergueu o queixo de Tolliver e colocou um beijo na boca.
— Você é magro e fino de lado. Mas tenho algumas receitas que vão
colocar um pouco de peso em você. Então podemos nos divertir trabalhando
na cama.
Ele recebeu a risada que estava procurando e um bônus adicional de
mais alguns beijos. Mas em breve era hora de limpar seu amante pegajoso.
Agarrando alguns lenços fora da caixa, cuidou do preservativo usado antes de
levantar Tolliver em seus braços e levá-los para o banheiro para um banho
muito necessário.
****
Uma semana depois, encontramos Tolliver e Garrett desfrutando de
uma pausa no meio da manhã no quarto. Tolliver estava tendo um prazer
imenso em fazer Garrett gemer através de um orgasmo provocado mostrando
ao homem suas habilidades quanto a masturbação. Ambos saltaram quando o
celular de Garrett emitiu um sinal sonoro. Garrett inclinou-se para o lado,
pegou o jeans e tirou o celular do bolso.
Garrett olhou para a tela.
— Merda.
— Outro resgate? — Perguntou Tolliver. Do ângulo em que ele estava
deitado, não podia ver o que Garrett estava olhando.
— Não. — Garrett sentou-se. — Roman está convocando uma reunião
e quer todos lá.
— Até eu? — Algo estava errado. Tolliver podia ver isso no olhar
franzido de Garret e na rígida postura.
— Especialmente você, querido. — Garrett colocou a mão sobre
Tolliver. — Encontraram seu SUV.
Capítulo Dez
Capítulo Onze
FIM