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Luiz Gonzaga Pinto da Gama

ALUNA: ADRIELLY ALVES DA SILVA – 6º ANO“A”


PROFESSORA: NEUCIRLETY SOUSA
BIOGRAFIA

Luís Gonzaga Pinto da Gama, patrono da cadeira nº15 da Academia


Paulista de Letras, poeta, advogado, jornalista e um dos maiores líderes
abolicionistas brasileiro. Entrou para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria e teve
ainda seu nome reconhecido como “Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil”.

Vida Pessoal

Luiz Gama nasceu às 07h00 da manhã em Salvador, capital da província da


Bahia, em um sobrado da Rua do Bângala, em 21 de junho de 1830, e quando
completou oito anos, foi batizado na igreja matriz do sacramento da cidade de
Itaparica. Era filho da africana livre Luiza Mahin, uma das principais figuras da
Revolta dos Malês, com um fidalgo branco de origem portuguesa, de uma família
baiana, mas amante da boa vida e dos jogos de azar.

Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luís, com apenas 10
anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai, sendo levado para o Rio de
Janeiro e depois para São Paulo. foi comprado pelo alferes Antônio Pereira
Cardoso, proprietário de uma fazenda no Município de Lorena. Em 1847, o alferes
recebeu a visita do jovem estudante Antonio Rodrigues do Prado Junior, que ,
afeiçoando-se a Luís, ensinou-o a ler e a escrever.

Da Escravidão a Liberdade

Em 1848, Luís Gama fugiu, pois sabia que sua situação era ilegal, já que
era filho de mae livre. Após seis anos de uma tumultuada carreira no exército, deu
baixa no serviço militar em 1854. Dois anos depois voltou à Força Pública.

Em 1850, Luís Gama casou-se com Claudina Gama, com quem teve um
filho. Ainda em 1850, Luiz Gama tentou ingressar no curso de Direito do Largo de
São Francisco, mas a faculdade recusou sua inscrição porque era negro,
ex-escravo e pobre. Mesmo sendo hostilizado pelos professores e alunos, ele
assistia às aulas como apenas um ouvinte.
Jornalista

Em 1864, junto com o ilustrador Ângelo Agostini, Luiz Gama inaugurou a


imprensa humorística paulista ao fundar o jornal “Diabo Coxo”, que se destacou
por utilizar caricaturas que ilustravam as reportagens dos fatos cotidianos da
conjuntura social, política e econômica, o que permitia os iletrados compreenderem
os fatos.

Em 1869, junto com Rui Barbosa, fundou o Jornal Paulistano. Colaborou


com diversos jornais progressistas, entre eles, Ipiranga e A República.

Advogado Abolicionista

Luís Gama esteve sempre envolvido nos movimentos contra a escravidão,


tornar-se um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil. Em 1873 participou da
Convenção de Itu, que criou o Partido Republicano Paulista.

Ciente de que naquele espaço dominado por fazendeiros e senhores de


escravos suas ideias abolicionistas não receberiam apoio, passou a denunciá-los e
condená-los de todas as formas. Em 1880, foi líder da Mocidade Abolicionista e
Republicana.

Autodidata, Luís Gama tornou-se advogado e trabalhou na defesa dos


negros escravizados, conseguindo libertar mais de 500 escravos. É dele a frase:
“Perante o Direito, é justificável o crime do escravo perpetrado na pessoa do
Senhor”. Conhecido como o “amigo de todos”, tinha em sua casa uma caixa de
moedas que dava aos negros em dificuldades que vinham procurá-lo.

Nos tribunais, Luís Gama usava uma oratória impecável e com seus
conhecimentos jurídicos defendia os escravos que podiam pagar pela carta de
alforria, mas eram impedidos da liberdade por seus donos. Defendeu os escravos
que entraram no território nacional após a proibição do tráfico negreiro de 1850.
Obras: Livros e Poemas

Luís Gama projetou-se na literatura em função de seus poemas, nos quais


satirizava a aristocracia e os poderosos de seu tempo. Muitas vezes ele se
ocultava sob o pseudônimo de Afro, Getulino e Barrabás.

Em 1859, Luiz Gama publicou uma coletânea de versos satíricos, intitulado


Primeiras Trovas Burlescas de Getulino, que fez grande sucesso no qual se
encontra o poema, "Quem Sou Eu?” (Popularmente chamada de “Bodarrada” ou
“Bode” era uma gíria que tentava ridicularizar os negros):

Quem Sou Eu?

Se negro sou, ou sou bode


Pou importa. O que isto pode?
Pode há de toda casta
Pois que a espécie é muito vasta…
Há cinzentos, há rajados,
Baios negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus e outros nobres.
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios importantes,
E também alguns tratantes...

Entre outras poesias de Luiz Gama destacam-se

● Meus Amores
● Minha Mãe
● O Rei Cidadão
● Lá Vai Verso
● A Cativa
● A Borboleta
● Retrato

Em 1861, Luiz Gama lançou “Novas Trovas Burlescas” uma edição


ampliada com seus poemas. Deixou também peças líricas de reconhecimento
valor.

Luiz Gama faleceu em São Paulo, no dia 24 de agosto de 1882, aos 52


anos, por complicações da diabetes.

Reconhecimento

Vítima do apagamento histórico por mais de um século, aos poucos, o papel


de Luiz Gama vem sendo restaurado. Em documentos recém encontrados foram
comprovadas as ações do jovem abolicionista.

Em 1872, Luiz Gama ganhou uma ação para libertar 217 escravos no
Supremo Tribunal da Justiça do Rio de Janeiro, última instância do Poder
Judiciário no tempo do Brasil Imperial.

Em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil o reconheceu como advogado,


corrigindo uma injustiça cometida ao recusar a inscrição do jovem negro. Em 2017
Luiz Gama foi homenageado quando uma das salas da instituição recebeu o seu
nome.

Em extensão ao seu reconhecimento, o Senado aprovou duas leis, a Lei


13.628/2018, que inclui o nome do abolicionista no Livro de Heróis e Heroínas da
Pátria e a Lei 13.629/2018, o declara como Patrono da Abolição da Escravidão no
Brasil.

O coroamento de sua dedicação aconteceu em 2021, com o lançamento do


filme Doutor Gama, que conta a história do personagem desde a infância até sua
consagração como advogado abolicionista, que segundo pesquisas recentes,
liberou mais de 700 escravos.

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