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13/06/2016
José Sarney: sem legitimidade nas urnas – buscou nas ruas com o Plano Cruzado;
Crescimento econômico 1984: 5,4% e 1985: 7,8% - melhoria nas contas externas e públicas,
mas inflação 1984: 229%;
Várias teses: “Pacto Social” (Unicamp); Choque Ortodoxo (FGV); “Choque Heterodoxo” (PUC-
Rio – Chico Lopes); Reforma Monetária (PUC-Rio, André Lara Resende/Pérsio Arida);
Inflação inercial – decorrente de contratos com cláusulas de indexação, agravas por choques
de oferta e demanda.
Solução: conversão dos contratos da economia pelo seu valor médio (equilíbrio);
Objetivos: imagem de uma moeda forte e permitir a intervenção nos contratos – preços
congelados e taxa de cambio fixa – Tabela da SUNAB;
Rompimento da era militar até 1989 e as eleições efetivamente diretas é o período chamado
de Nova República, marcado mais pelos fracassos econômicos dos planos heterodoxos (saga
dos planos heterodoxos).
Clamor em que a democracia seria solução também para os problemas econômicos, como se
estes problemas fossem oriundos apenas do governo militar. Para resolver os problemas
econômicos (dívida externa, descontrole desta e inflação) deveria haver um governo
democrático pois esta adotaria medidas voltadas ao fim do conflito distributivo, visando uma
melhor distribuição de renda.
1984 – Emenda Dante de Oliveira para mudar o sistema eleitoral. O congresso não aprovou
por falta de quórum. Maioria dos deputados sequer participou das sessões. Então buscou-se
pelo menos tentar fazer eleições indiretas. Tancredo Neves surge como nome forte daí, forma
uma grande coalisão partidária para se eleger. Junta os partidos de esquerda e alguns
resquícios dos militares, no entanto Neves morre antes de assumir e o vice era Sarney, que
assume sem legitimidade nas urnas, afinal vinha das bases militares, mas tinha legitimidade
popular herdada de Neves.
1984/1985 – Altos crescimentos do PIB, aliado a isso melhora nas contas externas muito por
conta do aumento das exportações, especialmente da área agrícola e subsequente melhoria
nas contas públicas. Porém, um problema não estava sendo resolvido: a inflação persistia.
Altos índices de inflação.
Diagnostico da inflação – excesso de gastos, mas também colocava em que cheque os pacotes
do governo que tentava combate-la. Dava-se o remédio, mas este não fazia efeito. Chega-se a
conclusão de que o diagnostico está errado. Contradição.
Consenso: causa da inflação era a alta indexação da economia. Como fazer então para mudar?
Tirar a indexação e como fazer isso não havia consenso.
Tese do Pacto Social (Unicamp): aliança entre governo, trabalhadores e empresas para poder
parar de aumentar os preços. Congelamento voluntário, feito de maneira harmônica. Assim
poderia reduzir-se o impacto da inflação e havia inclusive uma melhora distributiva.
Extremamente difícil de ser realizado: concentração de renda, dominação de setores por
monopólios e oligopólios, democracia incipiente. Plano heterodoxo, mas não de choque.
Choque ortodoxo (FGV): grande problema é o excesso de demanda agregada, corte nos gastos
públicos, no consumo, choque de restrição monetária. “Cortar geral”. Aumentar as taxas de
juros até o topo, restringir consumo e aí assim a inflação cederia.
Choque heterodoxo: o problema no Brasil em 1985 não é o excesso de gasto do governo. Brasil
tem reservas internacionais, os gastos do governo não correspondem sequer a 3% do PIB.
Duas alas dentro dessa área, todos ligados a PUC-RJ.
Chico Lopes: utilizar a ideia que a Unicamp prega só que não de maneira voluntário, deveria
ser obrigatório/compulsório. Deveria haver congelamentos compulsórios até a inflação ceder e
depois começa a voltar ao normal.
A outra da PUC-RJ queria que houvesse o choque, mas não deveria ser congelamento tão
compulsórios. Era necessário um certo congelamento, mas também era preciso reformas na
área monetária. Deveria criar-se uma nova moeda, desindexada, sem vícios, livre da inflação.
Tanto para o Pacto Social quanto para os choques heterodoxos da PUC-RJ havia o consenso de
que a inflação era causada pela inércia. Necessário atacar a inflação inercial com outros
remédios, apenas as medidas restritivas não funcionavam.
Uma das primeiras medidas que Sarney adota ao assumir o governo, antes do Plano Cruzado,
foi romper com o arrocho salarial.
Solução para a inflação seria a conversão dos contratos da economia pelo seu valor médio. Em
síntese seria congelar os contratos pelo valor dos 6 últimos meses, a média dos últimos meses
e assim a inflação não seria realimentada.
Planos da década de 1980 são heterodoxos. Isso acaba depois da década de 1980. O Plano
Real é um misto entre os dois.
Contexto internacional favorável em 1986: queda no preço do petróleo. Redução nos custos
de produção. Situação favorável para a inflação ceder. Desvalorização do dólar em relação as
moedas europeias e o iene, se o dólar está desvalorizado e o Brasil tem dívidas em dólar, as
dividas ficam mais baratas. O brasil tinha conseguido, em 1984, acumular reservas
internacionais.
Plano cruzado: estabilização da economia, com vistas ao combate da inflação. Inflação sobe de
maneira vertiginosa e desejava-se romper com esse problema. Havia perspectivas
internacionais favoráveis e a população convicta de que o plano daria certo.
Governo pensava de 2 formas: acreditava que a inflação não aumentaria e o gatilho salarial
seria também uma forma de evitar que a inflação aumentaria. Se houvesse um repasse por
parte dos empresários para o preço final, o gatilho dispararia e isso seria ruim para os
empresários que teriam de pagar mais salários. A população também não queria que o gatilho
fosse usado, porque isso é perca de poder aquisitivo.
Teto de 20% serve para a inflação, mas vale também para o gatilho. Se a inflação vai para 20%,
o aumento salarial seria apenas de 20%.