A crise de 1 dia de Sérgio Moro

O caso peculiar de Sérgio Moro, ex-juiz, e agora ex-herói do país faz-nos questionarmos a grandeza
real de Sérgio Moro. Ficou claro como o Sol que Deus criou e ilumina para bons e maus que o tal
juiz Sérgio Moro não é tão grande quanto aventaram por todos os lados a grande mídia brasileira, a
classe política brasileira, parte do poder econômico brasileiro. A trindade diabólica representada
pela tríplice aliança Congresso-Globo-Globo (vamos lembrar que a Globo não é apenas uma mídia,
é um conglomerado midiático bilionário) quis acreditar quase que exotericamente que com a saída
de Sérgio Moro seria uma facada no governo Bolsonaro capaz de fazê-lo sangrar mais do que com
Adélio Bispo, ficou evidente que a crise Moro era uma Crise Morolinha, como dizia o Lula com a
marolinha dele.
A crise de Sérgio Moro não foi capaz de ultrapassar 1 dia, e não é modo de falar, 1 dia, fiz questão
de aguardar passar o dia seguinte (dia 26) para averiguar o que me ficou em mente. O Sérgio Moro
teve a chance de sair grande do governo, saiu menor do que entrou, saiu anão na verdade, só não viu
isso quem não quis ou não quer. Vejo gente apaixonada como se o governo tivesse realmente
acabado, caíram no jogo da mídia. Interesante que a Globo não apenas já sabia o que Moro iria
falar, como também foi a emissora que recebeu as novidades de fofoca do ex-juiz, o que não
entendo é a vassalagem das outras mídias do Brasil que aceitam ser apenas satélites da Globo, isto
que eu chamo de complexo de vira-lata.
Mas o que todos podem estar se perguntando, todos os que confessam que perceberam isto, é por
quê esta crise que foi o maior golpe contra o governo Bolsonaro em 1 ano e 3 meses e 26 dias durou
apenas 1 dia, ou menos de 48 horas? A razão vou elencar a seguir.
Porém, quero assinalar aqui algo a respeito de Sérgio Moro que é típico de todas as pessoas do
Brasil que são extremamente profissionais na sua área; elas só são profissionais na sua área. As
pessoas em geral buscam se profissionalizar extremamente (quando são pessoas de boa índole) na
sua área, mas elas fazem isso negligenciando todas as outras coisas, todas as outras áreas, toda a
vasta cultura necessária para ser uma pessoa minimamente informada. E para sanar esta carência de
cultura em todo o resto da realidade que escapa a sua especialização universitária, elas buscam o
conhecimento oriundo da grande mídia, lê-se sobretudo TV Globo e satélites, com a finalidade de
agradar ao beautiful people, a opinião “dominante” (coisa que vou refutar num próximo artigo
aguardem) e às práticas de boa índole, e sentem quase que uma nostalgia quando recebem uma
atenção dessas mesmas ditas cujas. Este é um problema brasileiro gravíssimo e que é a razão de
tudo ir em direção à galáxia Andrômeda.
Isto explica a rapidez com que Sérgio Moro corre para a TV Globo para dar as suas versões e suas
defesas, toda essa gente preocupada em se mostrar especialíssimo na sua área faz isso, é algo que
dar até dó, mas dar dó também a dor dos apaixonados que sofreram profundamente com esta perda
porque Sérgio Moro “é um herói da nação, é um grande homem virtuosíssimo, um quase santo”.
Ora vejamos, as pessoas agem dessa maneira porque falam que ele combateu a corrupção; ora,
heroísmo que eu saiba é ir para além da sua obrigação, é ir para além das suas próprias capacidades,
é ir além de si mesmo para dar tudo de si ao mesmo tempo, é realizar o impossível! Combater a
corrupção é algo impossível para um juiz? Se é assim, então não possuímos juízes de fato, mas
criminosos que controlam o sistema judiciário, e é assim de fato? Não, claro que não, há juízes
fortíssimos, corajosíssimos, competentíssimos, mas...como todo juiz minimamente qualificado deve
ser, pois para um juiz exige-se tudo, boa índole, boa fama, qualidade profissional e proeficiência
profissional magnânima, e de fato para ser um juiz mesmo num país como o Brasil deve ser...foda
no bom sentido, mas também no mal sentido, pois sabemos o trabalho que é compreender a selva de
leis que é a legislação brasileira. Sérgio Moro portanto é um juiz que cumpriu seu dever como juiz,
mas, por outro lado, a sua falta de cultura sobre todo o resto da realidade fez com que cometesse o
erro do dia 25 de Abril, data histórica que ficará marcada pela crise que ele causou num único dia.
Agora, quero finalizar relatando o que de fato fez com que a crise de Sérgio Moro subsistisse por
menos de 48 horas; simplesmente porque ele não é um líder. A “direita” brasileira quis elegê-lo
como um líder, mas ele nunca foi, nem aqui e nem na China, ele era apenas um juiz comum que
pegou a bomba apocalíptica nas mãos e exerceu sua função de forma magnânima, profissional,
eficaz, mas só isso. Ele não é um homem político, e no entanto assumiu um cargo político, tanto é
assim que sua atuação como ministro foi algo insosso, só não viu quem não quis, eu que não vi, não
vi nada., não vi nada até agora que justificasse a queda definitiva, a espiral de altodestruição do
governo Bolsonaro, ouvindo meus vizinhos batendo panela, por um momento acreditei neste poder
de Moro, acreditei por menos de 48 horas, acreditei por 1 dia.
A política verdadeira é feita de líderes, líderes são homens políticos, e política não se faz com
profissionalismo, com técnica, com tentativa de agradar ou se informar da realidade por meio da
beautiful people. Política se faz com verdadeira cultura, verdadeiro espírito crítico, espírito aberto,
lealdade, princípios, intenções, postura, união de forças, não é algo que se faz solitário, não é uma
página de biografia…
Sinto muito Sérgio Moro, mas a política não é para você, para um político você é um ótimo juiz.