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Autores: Fotos:
Carolina Nunes Henrique Negrello
Márcia Dutra Paula Pereyra
Paula Pereyra Renato Silvano
Cristiane Cunha Sarah Longhi Kunzler
Renato Azevedo Matias Silvano
3 5
1
4 Foto: Renato Silvano
2
Analisamos os resultados
Os peixes coletados foram
das pesquisas
medidos, pesados e identificados
20%
20%
entrevistamos 32
Ens. Superior pescadores
Incompleto
3.3%
3.3%
29 homens e 3 mulheres
Ens. Médio
Incompleto
3.3%
Os pescadores entrevistados
Ens.
vivem, em média, há 40 anos em
na comunidade.
73.4%
Fundamental
Incompleto
73.4%
A colaboração dos
pescadores foi
essencial para a
realização deste
trabalho
10
0
ira
ol
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ão
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Apeptrechos de pesca
A
Foto: Renato Silvano
Curimatá
Peixes mais pescados
De acordo com as entrevistas, estes são os
peixes mais pescados no médio rio Tocantins.
10
Piau
0
á
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B
Peixes mais pescados
Tucunaré
O Tucunaré (Cichla kelberi) é uma espécie Foto: Renato Silvano
Essa espécie guarda os filhotes recém- Nº coletado Média de Tam. Tam. máximo Tam. Mínimo
nascidos dentro da boca para proteger de
38 11.6 18 5.5
possíveis predadores. cm cm cm
Por ser um dos peixes mais explorados na
Pescada
pesca artesanal no Médio Rio Tocantins,
A pescada (Plagioscion squamosissimus) é muito possui alta importância para segurança
importante para o consumo e comércio; alimentar.
Ocorre naturalmente na bacia Amazônica e
habita regiões de lagos e lagoas. Introduzida
em diversos reservatórios da região sudeste
do Brasil, ameaça a sobrevivência de espécies
nativas;
! Espírito Santo
!
Espírito Santo
Fontes: [3]
Essa associação com as plantas deixa a
espécie mais vulnerável as hidrelétricas.
1 cm
Esta e outras espécies semelhantes estão
Curimatá atualmente entre as mais importantes na pesca
A Curimatá (Prochilodus nigricans) é o peixe mais comercial e de subsistência na Amazônia
pescado no médio Tocantins- Araguaia;
Se alimenta de matéria orgânica depositada no
Fontes: [17;11;8]
fundo dos rios, de algas e de microrganismos
(Detritívoro);
Forma cardumes e faz longas migrações
Foto: Renato Silvano
!
reprodutivas. A reprodução provavelmente
ocorre em locais do médio rio Tocantins e
médio rio Araguaia, em áreas à montante da Estudos demonstram que está espécie
UHE Tucuruí; sofreu impactos negativos com o
represamento do rio devido a construção
da UHE Tucuruí, levando a diminuição
Por ser detritívora, desempenha um importante
drástica de sua abundância, claramente
papel ecológico nos rios da América do Sul, atuando relacionada à interrupção das rotas
na ciclagem de matéria orgânica migratórias
Piau
O Piau (Leporinus fasciatus) é o terceiro peixe
mais pescado na região;
Fontes: 12;11]
Comunidades em que foi coletado:
Apinagés
Habita a margem de rios e lagos
Espírito Santo
Comunidades tradicionais acreditam que o consumo Nº coletado Média de Tam. Tam. máximo Tam. Mínimo
deste peixe por pessoas doentes e mulheres
13.3 20 11.3
grávidas traz benefícios 12 cm cm cm
Mandi
Mandi (Pimelodus blochii) é onívoro. Alimenta-se A despeito do tamanho não muito
avantajado, é considerada importante para
de frutos, detritos, invertebrados e pequenos consumo local.
peixes;
Foto: Renato Silvano
Desova no início da enchente
Fontes: [6;7;11]
algumas regiões da Amazônia
Comunidades em que foi coletado:
!
Apinagés- Palestina
Vila Tauri
Após o represamento da UHE Tucuruí, sua Nº coletado Média de Tam. Tam. máximo Tam. Mínimo
abundância diminuiu no trecho de corredeiras.
22 13.96 70 12.30
cm cm cm
Cangati Durante o período reprodutivo os machos
desenvolvem ossificações nos maxilares, como
Cangati (Auchenipterus nuchalis) é carnívoro,
chifres e o espinho da nadadeira dorsal
consumindo invertebrados, principalmente
aumenta de tamanho
microcrustáceos e insetos;
Foto: Renato Silvano
Nada próximo à superfície à procura de
insetos ou outros itens alimentares;
Fontes: [15;11]
26
Entre espécies semelhantes (doradídeo) têm sido 1 cm
considerado o maior da bacia Amazônica,
podendo chegar a até 20 kg e 1,2 m. !
Está entre ás espécies afetadas pelo
Quando retirados da água, fazem um som
represamento da UHE Tucucuí
peculiar, semelhante a um ronco.
Acari
O Acari (Baryancistrus niveatus) vive em
ambientes de pedrais e corredeiras longo dos
rios Araguaia e Tocantins;
Encontra-se ameaçada pela construção de
usinas hidrelétricas nestas regiões; Foto: Renato Silvano
Fontes: [15;11]
explorada no mercado de peixes ornamentais; Comunidades em que foi coletado:
Santa Cruz
Fontes: [9;11]
Foto: Renato Silvano
São detritívoros, alimentam-se de restos
Comunidades em que foi coletado:
orgânicos e algas.
Santa Cruz-Espírito Santo
Vila Tauri
Nº coletado Média de Tam. Tam. máximo Tam. Mínimo
Foto: Renato Silvano
Ancistrus ranunculus
12.3 18 6
Comunidades em que foi coletado: 11 cm cm
cm
Vila Tauri
São espécies essenciais para um ecossistema
Nº coletado Média de Tam.
1 12.5
cm
! equilibrado, já que fazem a ciclagem de nutrientes.
Essas e outras espécies detritívoras sofrem impactos
negativos ligados à UHE Tucuruí.
Squaliforma emarginata
Bodós
Assim como outros Bodós (Hypostominae), estas
espécies também podem sofrer impactos Foto: Renato Silvano
!
Comunidades em que foi coletado:
Espírito Santo
Vila Tauri Outras espécies do gênero Perckotia já estão
ameaçadas de extinção devido a construção de
Nº coletado Média de Tam. Tam. máximo Tam. Mínimo
barragens. Squaliforma emarginata teve a sua
6 7.80 11 5.6 abundância reduzida drasticamente com a
cm cm cm construção da UHE Tucuruí.
IMPACTOS AMBIENTAIS
O rio Tocantins é um dos rios mais modificados
da bacia Amazônica, sendo utilizado
principalmente na produção de energia através
das hidrelétricas. Além disso, o uso da terra na
região tem se intensificado por conta da
agricultura e da agropecuária. Essas atividades,
em menor ou maior escala, podem impactar
negativamente a qualidade da água do rio.
!
Atualmente, existem 7 usinas hidrelétricas
em funcionamento ao longo de todo o rio
Tocantins.
Foto: Divulgação
Nas entrevistas realizadas nas comunidades 73% Poluição
dos pescadores relataram perceber mudanças Ocorre a partir do escoamento de fertilizantes e
negativas na qualidade da água do rio. pesticidas provenientes da agricultura, do garimpo
Dentre os motivos citados para justificar essa e do desmatamento que liberam mercúrio na água.
mudança, estão:
Barragens
Poluição Podem alterar a temperatura da água, interferir na
Não respondeu 25% conectividade dos rios, no seu fluxo e vazão e
29.1%
impactar a dinâmica do transporte de sedimentos.
Cheia
Em períodos de cheia, as águas bem oxigenadas do
rio tornam-se propícias para a proliferação de algas
e microrganismos.
Barragens Desmatamento
Desmatamento 16.7% Pode aumentar a temperatura da água, a
12.5%
quantidade de sedimento suspenso e liberar
Cheia mercúrio no rio.
16.7%
RIO TOCANTINS: DESAFIOS NO HORIZONTE
Derrocamento do Pedral do Lourenço
Tartarugas Boto
A implosão compromete o Além disso, o projeto pode
local de desova do Tracajá impactar negativamente o
(Podocnemis unifilis) e da
Podocnemis unifilis habitat de uma espécie de
Tartaruga-da-Amazônia boto endêmica da bacia
(Podocnemisexpansa.
Podocnemis expansa) Tocantins-Araguaia, o Inia
Inia
araguaiaensis, descrito em
!
araguaiensis
2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-Affonso, A. G., Barbosa, C., & Novo, E. M. L. M. 2011. Water quality changes in floodplain lakes due to the amazon river flood pulse: Lago grande
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2. Akama, A. 2017. Impacts of the hydroelectric power generation over the fish fauna of the Tocantins river, Brazil: Marabá dam, the final blow.
Oecologia Australis.
3. Andrade, M. C., Jégu, M., & Giarrizzo, T. 2016. Tometes kranponhah and Tometes ancylorhynchus (Characiformes: Serrasalmidae), two new
phytophagous serrasalmids, and the first Tometes species described from the Brazilian Shield. Journal of fish biology, 89: 467–494.
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em trechos de influência da represa Capivara (rios Paranapanema e Tibagi). Iheringia - Serie Zoologia, 96: 115–119.
5. Chicrala, P. C. M. S., de Lima, L. K. F., Vitti Moro, G., Neuberger, A. L., Marques, E. E., & Freitas, I. S. 2013. Catálogo de peixes comerciais do lago
da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhaes : Tocantins /Brasil. Brasília: Embrapa.
6. Ferreira, E. J. G., Jansen, S. A., & Santos, Z. G. M. 1998. Peixes Comerciais do Médio Amazonas: Região de Santarém, Pará. IBAMA/ProVárzea
7. Kullander, S. O., & Ferreira, E. J. G. 2006. A review of the South American cichlid genus Cichla, with descriptions of nine new species (Teleostei:
Cichlidae). Ichthyological Exploration of Freshwaters.
8. Magarelli, G., & Fostier, A. H. 2005. Influence of deforestation on the mercury air/soil exchange in the Negro River Basin, Amazon. Atmospheric
Environment, 39: 7518–7528.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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10. Moreira, S. S., & Zuanon, J. 2000. Dieta de Retroculus lapidifer (perciformes : cichlidae ), um peixe reofílico do rio araguaia , estado do introdução o
conhecimento da dieta de peixes é importante para a obtenção de na utilização do alimento. Acta Amazonica, 32: 691–705.
11. Queiroz, L. J. ; Vilara-Torrente, G.; Ohara, W. M.; Pires, T. H. S. ; Zuanon, J.; Doria, C. R. C. 2013. Peixes do Rio Madeira.
12. Ribeiro, A. C., Vilara, G. T., Filho, J. A. L., & Doria, C. R. da C. 2016. Ecologia e biologia de peixes do rio Madeira.
13. Ríos-Villamizar, E. A., Piedade, M. T. F., Junk, W. J., & Waichman, A. V. 2017. Surface water quality and deforestation of the Purus river basin,
Brazilian Amazon. International Aquatic Research, 9: 81–88.
14. Rosa, R. S., & Lima, F. C. T. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume VI – Peixes. Brasília, DF: ICMBio/MMA.
15. Santos, G. M., Ferreira, E. J. G., & Zuanon, J. A. S. 2006. Peixes comerciais de Manaus.
16. Schindler, I., & Staeck, W. 2006. Geophagus gottwaldi sp. n.-a new species of cichlid fish (Teleostei: Perciformes: Cichlidae) from the drainage of
the upper río Orinoco in Venezuela. Zoologische Abhandlungen (Dresden), 91–97.
17. Silvano, R. A. M., Keppeler, F. W., Hallwass, G., Nunes, M., Lopes, P. F. M., Raynner, F., Ribeiro, V., Canto, C. S., & Colares, A. L. 2017. Conservação,
Pesca e Ecologia de Peixes do Baixo Rio Tapajós, Amazônia Brasileira.
18. Zuanon, J., Mendoça, F. P., Espírito-Santo, H. M. V, Dias, M. S., Galuch, A. V, & Akama, A. 2015. Guia de Peixes da Reserva Ducke.
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