Você está na página 1de 5

NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA E AO ESPORTE Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br

Atividade física é qualquer movimento corporal produzido caracteriza-se pela conversão da glicose, estocada
para contração da musculatura esquelética, acompanhado principalmente na forma de glicogênio muscular, em lactato,
de gasto energético. com produção de duas moléculas de ATP, sem necessidade
de oxigênio.
Prática de atividade física  fator de prevenção, reversão e
controle de diversas enfermidades, especialmente as DCNT.

Atividade física e alimentação adequada  qualidade de


vida  saúde do indivíduo.

Praticante de atividade física: indivíduo que realiza atividade


física de maneira regular, com determinada freqüência e
duração, com objetivos de promoção e manutenção da Fig. 2: Glicólise anaeróbica (citoplasmática)
saúde ou com intenção de atingir padrões estéticos.
Os CHOs são os únicos substratos capazes de fornecer
Atletas são indivíduos que praticam atividade física de energia anaerobicamente. A glicólise anaeróbica é a forma
maneira competitiva. de obtenção de energia predominante nos primeiros 2min
de atividade física e propicia a liberação de energia com
METABOLISMO ENERGÉTICO NO EXERCÍCIO maior velocidade que o metabolismo aeróbico.

O organismo possui reservas celulares reduzidas de ATP Fator limitante  Acúmulo de ácido láctico e reações
que se esgotam aos primeiros segundos da atividade física. químicas nos miócitos, evidenciadas por cãibras, fadiga
Se o exercício se prolonga há necessidade de ressíntese de muscular e queimação.
moléculas de ATP.
Depuração do ácido láctico  ciclo de Cori
A escolha da via de fornecimento de ATP dependerá do tipo,
duração e intensidade da atividade realizada.

São vias de fornecimento de energia durante o exercício:

 Metabolismo anaeróbico aláctico  Sistema ATP-CP


(creatina fosfato);
 Metabolismo anaeróbico láctico  Glicólise láctica ou
anaeróbica;
 Metabolismo aeróbico Glicólise oxidativa e lipólise.
Fig 3: Ciclo de Cori. O ácido lático formado no
ATENÇÃO metabolismo muscular anaeróbico é liberado na
circulação, alcança o fígado e então convertido em ácido
No início do exercício físico, há necessidade de energia pirúvico. Apenas o fígado possui aparato enzimático
IMEDIATA, já que as reservas de energia na forma de ATP capaz de converter em glicogênio/glicose.
são limitadas. Dessa forma é ativado o sistema ATP-CP.
Onde o composto Creatina-fosfato (CP) é quebrado, À medida que o exercício é continuado, inicia-se o
liberando fosfato de alta energia para ressíntese de ATP. metabolismo aeróbico, com a oxidação de CHO, lipídeos e
pequena contribuição protéica como substrato energético.

Os CHOs na forma de glicogênio hepático são os


substratos consumidos nos primeiros 20min de
metabolismo aeróbico. A depleção das reservas de CHO
ocasiona a utilização dos estoques corporais para a
produção de energia (triglicerídeos dos tecidos hepáticos e
muscular e ácidos graxos circulantes mobilizados pelo tecido
adiposo).

Fig. 1: Formação de energia a partir da quebra de Nos exercícios prolongados de intensidade leve a moderada,
creatina-fosfato (CP), formando creatina, fosfato os lipídeos podem ser responsáveis por 80% da demanda
inorgânico (Pi) e liberando energia (E). energética do organismo. A capacidade de produção de
energia por uma molécula de triglicerídeos é de 460
O sistema ATP-CP também apresenta limitações no que diz moléculas de ATP.
respeito às reservas de CP (embora estas sejam 4 a 6 vezes
maiores que os estoques de ATP). A produção máxima de As proteínas, em especial os BCAAs (valina, leucina e
energia pelo sistema ATP-CP é alcançada em, no máximo, isoleucina), glutamina e aspartato podem participar do
10s de exercício. Caso o exercício tenha duração maior que metabolismo energético.
10s, outra via metabólica é ativada.
NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA
Após os primeiros instantes de atividade física, há a
predominância da degradação da glicose para a A manutenção do balanço energético deve ser o objetivo
continuidade do suprimento de energia ao exercício. Esse primordial da conduta dietética na atividade física, ou seja, a
processo é dado pelo metabolismo anaeróbio láctico, e
1
quantidade de calorias deve corresponder ao gasto de Após o exercício é importante que a ressíntese de
energia das atividades diárias e do exercício físico. glicogênio seja promovida, recomendando-se 0,7 – 1,5g
CHO/kg nas 4h posteriores ao exercício.
É necessário:
 Conhecer o tipo de exercício; Dias extenuantes de treinamento  reposição de CHO ao
 Freqüência de treinamentos; longo do treinamento. Obs: ajustar quando em treinos leves.
 Duração e intensidade.
Em relação aos lipídeos, a recomendação é a mesma da
Maneira mais precisa de estimar o gasto energético  população geral: até 30% VET ou 1g/kg/dia, com a
testes ergoespirométricos (VO2 consumido ou METs gastos). proporção dos AG sendo: 10% saturados; 10%
poliinsaturados e 10% monoinsaturados.
1 MET = 3,5 mL/kg/min de O2 consumido no repouso
Quanto às proteínas: exercícios de endurance ou
O gasto energético na atividade física pode ser expresso em resistência  substrato energético; exercícios de força
múltiplos de MET.  hipertrofia muscular.

Endurance: 1,2 – 1,6g/kg

Força: 1,4 – 1,8g/kg

O excesso protéico pode implicar em sobrecarga orgânica


(hepática e renal), déficit energético e aumento do efeito
termogênico. Caso haja necessidade de suplementos
protéicos, pode-se usar proteína do soro do leite ou
albumina da clara de ovo.

VITAMINAS E MINERAIS

As vitaminas devem ter sua ingestão adequada às


necessidades, em especial vitaminas do complexo B, A,
beta-caroteno, E e C.

Consumo de 500 a 1500mg de vitaminas C e aumento


do aporte de Vitamina E  Preservação do
funcionamento adequado do sistema imunológico e
antioxidante.
Assim como as vitaminas, os minerais atuam na
manutenção dos processos enzimáticos e metabólicos,
desempenhando importantes funções, onde:

As necessidades de energia são resultados diretos das


características individuais dos atletas e do tipo, intensidade e
duração do exercício praticado.

Em geral considera-se que a atividade física ocasione a


necessidade de 1,5 a 1,7 vezes a energia produzida, ou
seja, 37 a 41 kcal/kg de peso corporal por dia.
Fig. 4: Micronutrientes e metabolismo celular.
Em situações nas quais os objetivos sejam perda ou ganho
de peso, a necessidade pode variar de 30 a 50 kcal/kg de As recomendações nutricionais atuais aconselham a
peso corporal por dia. ingestão de ao menos1000mg/dia de cálcio para evitar
deficiência deste mineral.
Para atletas, a ingestão diária de CHO corresponde a 60 –
70% VET (CHEMIN & MURA 2011), o que seria suficiente No caso do ferro, recomenda-se a ingestão de 15mg/dia
para mulheres e 10mg/dia para homens, já para as
para atender as necessidades do exercício.
gestantes a recomendação é de 30mg/dia. Demais minerais,
recomenda-se as DRIs.
A reposição de glicogênio pode ser otimizada com o
consumo diário de 5 – 8g CHO/kg/dia e no caso de
REFEIÇÕES PRÉ-EXERCÍCIO, DURANTE O EXERCÍCIO E
praticantes de treinamentos mais intensos ou de longa
duração, esta recomendação pode chegar até 10g/kgdia. PÓS-EXERCÍCIO

No caso de praticantes de atividades prolongadas, a) Pré – exercício


recomenda-se o consumo de 7 – 8g CHO/kg ou 30 – 60g
de CHO para cada hora de exercício. Composta por alimentos de alta digestibilidade, de
preferência CHO, evitando alimentos ricos em lipídeos e
proteínas  energia de forma eficiente e rápida.
2
A creatina é sintetizada no fígado, pâncreas e rins.
Na hora que antecede o evento esportivo, devem ser Precursores: glicina, arginina e metionina.
evitados alimentos ricos em CHO simples, de elevado IG,
pois podem ocasionar hipoglicemia reativa / rebote. A É um importante fator no processo de contração muscular.
hiperglicemia pode ocasionar ainda inibição da lipólise
levando a fadigas precoces e prejuízo em atletas de longa Como visto anteriormente, uma das vias principais de
duração. fornecimento de energia é o sistema ATP-CP. Nesse
sistema, a disponibilidade de fosfocreatina (creatina
A refeição pré – exercício deve ser realizada de 1 – 3h antes fosforilada) é um fator limitante para o desempenho
da prática esportiva. O prolongamento deste período pode muscular durante exercícios de alta intensidade e curta
prejudicar atletas de endurance de intensidade moderada a duração, uma vez que a depleção de creatina resulta na
alta. inabilidade de se ressintetizar ATP nas quantidades
necessárias.
A frutose é uma alternativa  é absorvida mais lentamente
que a glicose e a sacarose, evitando a hiperinsulinemia. Acredita-se que os efeitos ergogênicos provocados pela
OBS: tende a causar desconforto GI (náuseas, vômitos, suplementação de creatina ou com formulações que a
diarréia e dores abdominais). contenham sejam atribuídos ao aumento do conteúdo total
da creatina muscular, acelerando a ressíntese de CP no
PREPARO: intervalo dos exercícios.
150 – 300g MIX de CHO (simples e complexos)  3 – 5g/kg,
na forma sólida ou líquida, de 1 a 3h antes da atividade. b) BCAAs (aminoácidos de cadeia ramifica)

ATENÇÃO: Os BCAAs são primariamente metabolizados nos tecidos


Refeição pré-exercício IMEDIATA  CHO de baixo IG  periféricos, em especial as células musculares.
beneficia atletas de resistência!
Existem dois tipos de fadiga, a periférica (muscular) e a
b) Durante o exercício central (SNC). Os BCAAs tem sido utilizados no controle da
fadiga central durante exercícios prolongados.
PRINCÍPIO  evitar fadiga durante o exercício.
A fadiga central é causada pela passagem do AA triptofano
PREPARO: (10% do conteúdo sérico, pois está na forma livre) pela
30 – 60g CHO/h de exercício. barreira hematoencefálica e produção de serotonina. O
controle do triptofano é dado pela competição com AA
ESTRATÉGIA neutros (BCAAs, por exemplo).
Soluções contendo água, eletrólitos e 5 – 8% CHO  evitam
a sensação de plenitude gástrica. Considera-se ideal Durante a atividade física prolongada, os BCAAs teriam seu
soluções com 6% de CHO  evitam desconforto GI e conteúdo diminuído, favorecendo o influxo de triptofano para
promovem esvaziamento gástrico mais acelerado. o cérebro e conseqüente instalação do quadro de fadiga.

c) Pós -exercício Além disso, sugere-se que a suplementação com BCAAs


promoveria oxidação destes pelo músculo ao invés do
PRINCÍPIO  reabastecer as reservas de glicogênio consumo de glicogênio muscular. Além de promover
hepático e muscular e manutenção de glicemia pós- anabolismo de forma indireta, estimulando a liberação do
exercício. GH, insulina e testosterona.

PREPARO: c) Carnitina
Ingestão de 0,7 – 1,5g CHO /kg, com alto IG 
restabelecimento das reservas de glicogênio em um ritmo de A carnitina é um composto sintetizado a partir da lisina e da
cerca de 5 – 7%/h, nas quatro primeiras horas pós-exercício. metionina. Além disso, ascorbato, niacina, B6 e ferro
reduzido são necessários para síntese adequada, que oorre
A ingestão de 5 – 9g de proteínas, juntamente com os CHOs no fígado e no rim. OBJETIVO  Diminuição da massa
na refeição  aumenta a resposta celular à insulina e gorda (oxidação dos PUFAs na mitocôndria); diminuição da
estimula a ação da enzima glicogênio sintetase. fadiga e estimulação da conservação do glicogênio
muscular.
SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ATIVIDADE FÍSICA

São denominados ERGOGENIC AIDS (auxiliadores de


desempenho), que podem ser classificados em cinco
categorias:

 Métodos mecânicos: equipamentos e roupas esportivas,


etc;
 Métodos psicológicos: controle de estresse e ansiedade;
 Métodos farmacológicos: cafeína, álcool, esteróides
anabólicos androgênicos e eritropoietina;
 Métodos fisiológicos: bicarbonato de sódio, citrato de
sódio e infusão de sangue;
 Métodos nutricionais: CHO, BCAAs, creatinina,
carnitina, vitaminas e minerais.

a) Creatina Fig. 5: Papel da carnitina na oxidação de lipídeos de


cadeia longa.
3
1. UTILIZAÇÃO DO SUBSTRATO EM RESPOSTA A
Tem sido observado que a ingestão de L-carnitina (forma DIFERENTES INTENSIDADES DO EXERCÍCIO: CICLO
ativa) não aumenta a utilização de substrato, o limiar GLICOSE – ACIDO GRAXO
anaeróbico e a capacidade aeróbica.
Os ácidos graxos e os CHO são os principais substratos
d) Glutamina e AA isolados para a produção de energia muscular, sendo as principais
vias metabólicas a glicólise, o ciclo de Krebs (os do ácido
A maior produção de glutamina está relacionada com fatores tricarboxílico – CAT) e a beta-oxidação, que geram os
fisiológicos (exercício) e estressores (cirurgias, traumas, intermediários de oxidação NADH e FADH2.
queimaduras). Nesse caso, sua demanda está aumentada.
A glutamina parece auxiliar no crescimento muscular e A contribuição dos AA é muito baixa quando comparada aos
minimizar a imunossupressão induzida pelo exercício. demais substratos metabólicos.

A glutamina exerce papel estimulador sobre a síntese Em exercícios de longa duração e alta intensidade
protéica, por meio do aumento do volume celular e pressão (maratona, por exemplo), a contribuição dos AA é maior
osmótica. Pode estimular a síntese de glicogênio muscular, (catabolismo associado aos glicocorticoides).
aumentado a disponibilidade de energia para os processos
metabólicos. O mecanismo que suporta o ciclo glicose - ácido graxo (Ciclo
de Randle) está associado a razões elevadas de Acetil-
Apresenta ainda papel modular na secreção de hormônios, CoA/CoA-SH.
como GH, prolactina e hormônio adrenocorticotrópico.
O acúmulo de Acetil-CoA inibe a piruvato desidrogenase
A suplementação oral de glutamina parece ser ineficaz, dado (PDH), reduzindo a oferta de piruvato como substrato
o consumo dos enterócitos. Acredita-se que a alternativa oxidativo. De modo sinérgico, o acúmulo de citrato inibe a
seja a suplementação na forma de dipeptídeos. enzima reguladora da via glicolítica fosfofrutoquinase (PFK),
o que aumenta a razão Glicose-6-fosfato/Frutose 1,6
Outros aminoácidos: arginina e ornitina  estimuladores de bifosfato, inibindo a hexoquinase e diminuido a entrada de
secreção endógena de GH. glicose.

HIDRATAÇÃO NA ATIVIDADE FÍSICA Deste modo, os AG são mobilizados do tecido adiposo, nos
exercícios de intensidade leve a moderada.
Processo de desidratação inicia-se com perda de 2% do
peso corporal e torna-se prejudicial acima dos 5%, causando Durante exercício de alta intensidade (VO2max > 80%), há
perda da regulação metabólica até colapso arterial por aumento da produção de lactato, que inibe o transporte de
extrema diminuição da volemia. AG para mitocôndria )inibição da palmitoilacil-transferase),
sugerindo diminuição da biodisponibilidade de AG como
Desidratação  limitante do desempenho. fonte de energia).

A realização de exercícios promove aumento da produção 2. NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O


de calor, de modo que o organismo necessita adicionar DESENVOLVIMENTO
meios para dissipar esse calor. Se o organismo não dissipar
esse calor decorrente da mecânica muscular, a temperatura a) Gestação
interna aumentaria 1º. C a cada 5 – 8min, resultando em
hipertermia e colapso em 15 – 20min. A atividade física regular está associada com risco reduzido
de morbimortalidade, melhora cardiorrespiratória, metabólica
PROCEDIMENTOS PARA SE EVITAR UM QUADRO DE e psicológica.
DESIDRATAÇÃO
Gestantes podem se exercitar 30min ou mais (intensidade
Demanda hídrica ideal diária em condição térmica neutra e moderada), todos os dias, desde que não apresentem
sem interferência do exercício físico  2,5L; atletas podem complicações obstétricas ou médicas.
chegar a triplicar essa necessidade.
Sugere-se aumentar o dispêndio energético entre
Sociedade Brasileira de Medicina no Esporte: 16METs/hora/semana e 28METs/hora/semana, ou um
 Suporte adequado de líquidos em um período de 24h exercício de intensidade moderada (>60% da frequência
que antecede uma atividade física; cardíaca de reserva durante a gestação ou até 60% do
 Consumo de 250 – 500 mL de água ~2h antes do consumo máximo de oxigênio).
exercício;
 Durante o exercício – iniciar uma ingestão de líquidos A atividade física regular de intensidade leve parece resultar
nos primeiros 15min e continuar a cada 15 – 20min; em benefícios ao feto (diminuição da massa gorda, melhor
 Adicionar CHO (30 – 60g/h) associando eletrólitos na tolerância ao estresse e maturação neurocomportamental
solução ingerida, quando o tempo de atividade for >60min; avançada) e para a mãe (melhora da função cardiovascular,
 Exercícios prolongados que ultrapassem 60min de controle de peso, diminuição de desconforto
duração  beber 0,5 – 0,7g/L de sódio, pois esse nutriente musculoesquelético, diminuição de edema, redução de DM
favorece a palatabilidade da solução, retenção hídrica e gestacional e HAS).
prevenção da hiponatremia;
 Temperatura da bebida  15 – 22º. C. Gestantes exercitadas (20min/dia, 3 a 5 dias/semana,
intensidade 55 – 60% VO2max)  maior eficiência em
CONSIDERAÇÕES METABÓLICAS ESPECIAIS NA inetragir com o feto, dado o aumento do volume funcional
ATIVIDADE FÍSICA (SAWAYA ET AL, 2013): placentário.

b) Crescimento e desenvolvimento

4
A prática de atividade física parece não influenciar as fases
de crescimento e desenvolvimento, entretanto pode altera a
composição corporal. Crianças e adolescentes mais ativos
apresentam menores probabilidades de desenvolver
sobrepeso e obesidade.

Estudos apontam ainda que a aptidão física está relacionada


à saúde. Indivíduos obesos de 12 – 18 anos apresentam
menores níveis de resistência muscular e aptidão
cardiorrespiratória quando comparados aos não obesos.

O peso ao nascer parece também influenciar os níveis de


aptidão física, principalmente cardiorrespiratória e força
muscular. A capacidade aeróbica em crianças de idade
inferior a 10 anos que nasceram com muito baixo peso ao
nascer (<1.000g) foi 50% menor quando comparada a
crianças de peso ao nascer adequado.

Indivíduos nascidos com peso excessivo ao nascer


(>4.000g) também possuem níveis reduzidos de força,
resistência e flexibilidade quando comparadas àquelas de
peso normal.

3. ESTILO DE VIDA E ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA:


PAPEL PROFILÁTICO NO APARECIMENTO DE DOENÇAS
METABÓLICAS

O treinamento físico de intensidade leve/moderada induz


aumento na taxa de oxidação de AG intracelular e aumenta
a sensibilidade de receptores de insulina. O músculo
esquelético em contração também dispõe de uma atividade
intracelular de translocação do GLUT-4 por um mecanismo
que envolve o aumento dos níveis de cálcio.

O GLUT-4 tem papel essencial no mecanismo de sinalização


celular da insulina e sua expressão também é diminuída pela
ingestão de dieta hiperlipídica.

Há estudos demonstrando que o exercício de intensidade


moderada (60 – 70% VO2max) promove aumento no
conteúdo do citocromo C e de enzamas mitocondriais citrato
sintase, succinato desidrogenase e malato desidrogenase. O
efeito molecular do treinamento envolve aumento do PGC1-
α (Receptor Ativador de Proliferação de Peroxissomos –
Gama Coativador afla 1), um mediador da biogênese
mitocondrial.

Você também pode gostar