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SINDPERJ
Rio de Janeiro
Agosto de 2019
RESUMO
2. JUSTIFICATIVA
No Brasil, o desenvolvimento da ciência forense ainda tem recebido pouca atenção dos
órgãos públicos. Os institutos de perícia oficial possuem grande defasagem tecnológica, quer seja
em termos de equipamentos, quer seja devido a processos de trabalho inadequados, muito embora,
a maioria dos peritos oficiais (peritos criminais e legistas) apresenta algum grau de especialização
(mestrado e doutorado) além da formação superior. Em contrapartida, os Institutos de Criminalística
e os Institutos Médico-Legais que lidam cotidianamente com materiais, vestígios e padrões
relacionados a eventos criminosos, quase sempre são pouco acessíveis a pesquisadores de
Universidades ou Centros de Desenvolvimento Tecnológico do país. Isso ocorre devido restrições
legais que dificultam a realização de pesquisa envolvendo cenas ou objetos de crimes. Ou seja, por
um lado existem profissionais altamente qualificados (peritos) que não possuem infraestrutura para
realização de pesquisa em ciência forense; por outro lado existem pesquisadores com notória
produção científica e infraestrutura para desenvolvimento tecnológico, mas que não tem acesso aos
dados básicos. Unir ambos, os profissionais e situações, é o desafio que se apresenta e que poderá
dar um novo impulso à ciência forense no Rio de Janeiro.
3. OBJETIVOS
2. Realizar estudos e análises que sirvam de suporte aos gestores da polícia científica para
o planejamento de estratégias de investimento e reestruturação dos órgãos periciais do estado;
3. Acordos de Cooperação:
Um conjunto de análises que os laboratórios forenses do Estado do Rio de Janeiro não têm
nenhuma previsão de começar a realizar, mas que muitos laboratórios no mundo já realizam, pode
ser desenvolvido por grupos de pesquisa estabelecidos no Rio Forense. Planilhar todos os exames
que podem ser realizados com as amostras forenses, que já são realizados no mundo e desenvolver
metodologias analíticas para as condições do Rio de Janeiro, deve ser uma iniciativa do Rio Forense
junto às universidades e aos Centros de Pesquisas. Nesse caso específico não é necessário a
iniciativa dos Institutos, pois seriam metodologias inovadoras para os mesmos. Após conclusão das
pesquisas, os institutos fariam sua inclusão nas rotinas ou não, dependendo das condições
necessárias para a execução. Ressalta-se que atualmente os institutos da polícia científica não
tem mão de obra alocada exclusivamente para pesquisa de base, mas somente para a rotina
pericial, não podendo suprir essa demanda citada.
É necessário fazer a inserção dos laboratórios dos institutos de periciais do Estado do Rio
de Janeiro dentro do cenário da pesquisa nacional. O Rio Forense, por possuir autonomia funcional
estará apto a recepcionar os recursos destinados ao desenvolvimento científico, inclusive do
Ministério da Educação, SENASP e Ministério de Ciência e Tecnologia, entre outros, bem como,
recepcionar as principais autoridades científicas como colaboradores para o desenvolvimento das
ciências forenses em âmbito estadual e nacional. Dentro deste contexto, a captação de recursos
para cursos de capacitação e treinamento é algo usual e está regularmente previsto nos editais de
fomento aos órgãos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Um exemplo do potencial de
economia de gastos neste sentido seria o caso do Curso Superior de Polícia que é destinado, dentro
da Polícia Civil, apenas aos Delegados de Polícia e que conta com verbas do orçamento do Estado
destinadas à Segurança Púbica. Somente no ano de 2018, foram gastos R$ 96.000,00 com diárias
relacionadas ao curso. Tendo-se uma instituição como o Rio Forense, de natureza fundacional, um
curso nos mesmos moldes poderia ser realizado economizando-se total ou mesmo parcialmente
os recursos, por meio de captação em editais específicos previstos para instituições cuja
natureza seja científica.
5. PESSOAL E ESPAÇO FÍSICO
Em relação aos gastos com pessoal, o regulamento previsto para o funcionamento do Rio
Forense prevê a criação de cargos específicos de analistas e assistentes com diferentes níveis. No
entanto, o funcionamento inicial do órgão poderia se dar através da cessão de funcionários de outros
órgãos de perícia, que manteriam seus vencimentos. O ingresso de funcionários próprios ao quadro
poderia se dar de forma gradativa, por meio de concursos públicos planejados e de acordo com a
saúde financeira do estado.
Em relação à alocação espacial, o Rio Forense seria criado em regime de compartilhamento
de espaços e serviços (com outros órgãos do estado), visando a maior economicidade dos gastos
públicos. A criação do espaço poderia ocorrer por meio de cessão de salas da extinta Secretaria de
Segurança Pública ou outro órgão do governo estadual, nas quais os serviços e infraestrutura seriam
aproveitados os contratos já existentes de um ou mais órgãos, como limpeza, material de
informática, otimizando os recursos e reduzindo os custos iniciais do projeto.
Tendo como referência o ano de 2018 onde foi instalado o Gabinete de Intervenção Federal
no Estado (GIF-RJ), cuja área de segurança obteve um volume considerável de recursos e
realizando uma instalação com custeio mínimo inicial para a criação do Rio Forense, é possível fazer
as seguintes projeções financeiras.
Com base nas projeções anteriores de pessoal e espaço físico, com o compartilhamento de
espaços já existentes e a cessão de servidores concursados, os custos operacionais iniciais para
implantação do Rio Forense, destinados ao pagamento mobiliário básico, água, luz, telefone,
internet, locação de ar condicionado e pessoal de limpeza, ficariam em aproximadamente R$
127.660, 00 ao ano.
A equipe prevista para a realização das atividades iniciais seria composta por 11 servidores,
os quais seriam remanejados preferencialmente da Secretaria de Polícia Civil. A retribuição para o
exercício das novas funções seriam por meio do remanejamento de gratificações já existentes
oriundas da Antiga Secretaria de Segurança, que se somadas, ao longo do ano, chegariam ao valor
de R$ 655.200,00.
No ano de 2018, o Departamento de Geral de Polícia Técnico-Científica (DGPTC) por meio
do GIFRJ recebeu aproximadamente R$ 13.706.368,00 em investimentos na aquisição de
equipamentos genuinamente produzidos fora do Brasil, mas que ainda não suprem o necessário
tendo em vista a demanda do nosso estado. Com uma projeção de redução de 40% nos custos de
aquisição decorrentes da isenção de impostos previstos na Lei n° 8.010/1990 e regulamentação no
decreto nº 9.283/2018, a economia inicial, somente com a atuação do Rio Forense seria de
aproximadamente R$ 5.482.547,00.
Caso tomemos como base o investimento realizado na perícia no ano de 2018, como sendo
o investimento que será realizado pela SEPOL na aquisição de novos equipamentos e insumos
importados somente para os laboratórios de química, toxicologia e de DNA, a cada ano do atual
Governo do Estado, bem como outras ações que o Rio Forense poderia fazer junto a outros
organismos financiadores de projetos científicos e educacionais, a economia seria muito maior.
Abaixo segue uma projeção das ações científicas que o Rio forense pode realizar, bem
como o retorno financeiro para os cofres do Estado e principalmente o retorno em tecnologia que a
SEPOL pode obter, permitindo que o DGPTC possa atuar muito mais junto as delegacias tornando
ainda mais forte o trabalho já realizado.
Tabela 1. Comparativo entre Custos e Economia produzidos pelo Rio Forense em 4 anos de Governo (Projeção)
Fonte: DGPTC e do autor.
7. CONCLUSÃO
Personalidade Jurídica
Da finalidade
Dos Objetivos
Promover a realização de pesquisas no âmbito das ciências forenses com foco nas
atividades dos Institutos de Perícias Oficiais;
Promover o aprimoramento e a capacitação continuada dos Peritos Oficiais do
quadro da SEPOL;
Desenvolver normas e protocolos operacionais para as atividades periciais;
Realizar estudos e análises que visem o desenvolvimento dos órgãos periciais;
Preservar o patrimônio cultural e científico da medicina legal e da criminalística
estadual;
Realizar intercâmbio com entidades congêneres nacionais e estrangeiras;
Realizar parcerias, acordos e convênios no campo das ciências forenses com
instituições de pesquisas, universidade e de fomento à pesquisa;