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Complexidade irredutível

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Complexidade irredutível é um conceito usado pelos proponentes do Design


Inteligente segundo o qual certos sistemas biológicos possuem uma
complexidade segundo a qual é altamente improvável que tenha surgido de
forma evolutiva a partir de predecessores mais simples, ou "menos completos",
através de mutações aleatórias vantajosas e seleção natural ocorridas
naturalmente, i.e. sem a interferência de inteligência, pois tais sistemas
biológicos só poderiam ser funcionais se todas as suas partes estivessem
presentes e montadas na ordem certa. É um dos dois principais argumentos
usados para apoiar o Design Inteligente, o outro sendo a complexidade
especificada.[1] Segundo o resultado do famoso julgamento Kitzmiller v. Dover
Area School District, "o conceito de complexidade irredutível é majoritariamente
descartado pela comunidade científica."[2]
O bioquímico, professor Michael Behe, autor do argumento da complexidade
irredutível, define um sistema irredutivelmente complexo como um sistema
"composto de várias partes bem combinadas que interagem e que contribuem
para a função básica do sistema, onde a remoção de qualquer das partes faz
com que o sistema pare de funcionar".[3] Ele aponta alguns exemplos que,
segundo ele, demonstram que as formas biológicas modernas não poderiam
ter evoluído naturalmente. Os críticos consideram que a maioria, ou todos os
exemplos são baseados em uma compreensão errônea do funcionamento dos
sistemas biológicos em questão, e consideram a baixa qualidade dos exemplos
uma prova excelente do argumento pela ignorância. No processo de
2005, Kitzmiller v. Dover Area School District, Behe testemunhou sobre a
complexidade irredutível. A corte entendeu que "a alegação de complexidade
irredutível do professor Behe foi refutada em trabalhos de pesquisa revisados
por pares, e foi rejeitado pela comunidade científica em geral".[4] Apesar disso, a
complexidade irredutível continua sendo citada como um argumento importante
pelos criacionistas, particularmente pelos proponentes do Design Inteligente.[5]

Índice

 1Definições

 2Histórico

o 2.1Predecessores

 2.1.1Até o século XVIII

 2.1.2Século XIX

 2.1.3Século XX

o 2.2Origens
o 2.3A analogia da ratoeira

 3Exemplos apresentados

o 3.1Ciclo de Krebs: Início-Fim Interligados

o 3.2Cascata de coagulação sanguínea

o 3.3Olho

o 3.4Flagelo

 4Resposta da comunidade científica

o 4.1Redutibilidade de sistemas "irredutíveis"

o 4.2Adaptação gradual a novas funções

o 4.3Falseabilidade e Evidências Experimentais

o 4.4Apelo as Provas não Falseáveis

 5A Complexidade Irredutível no Julgamento de Dover

 6Referências

Definições
O termo "complexidade irredutível" foi definido originalmente por Behe como
sendo:
Um sistema único que é composto de várias partes que interagem e contribuem para a função
básica, e onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente
pare de funcionar.
– (Darwin's Black Box  p.39 na edição de 2006)
Defensores do Design Inteligente usam esta expressão para se referir a
sistemas biológicos e órgãos que eles acreditam não poderem ter surgido por
qualquer série de pequenas mudanças. Eles alegam que qualquer coisa menos
que a forma completa do sistema o órgão completo não funcionaria, ou seria de
fato danoso ao organismo, que portanto não poderia sobreviver ao processo de
seleção natural. Apesar deles aceitarem que alguns órgãos e sistemas
complexos podem ser explicados pela evolução, alegam que algumas funções
biológicas e órgãos que são irredutivelmente complexos não podem ser
explicados pelos modelos atuais, e que um projetista inteligente deve ter criado
a vida ou guiado sua evolução. Portanto, o debate sobre a complexidade
irredutível se reduz a duas questões: se a complexidade irredutível pode ser
encontrada na natureza, e qual a significância se ela existir na natureza.
Uma segunda definição dada por Behe (sua "definição evolucionária") é esta:
Um caminho de complexidade irredutível é um que contém um ou mais passos não
selecionados (ou seja, uma ou mais mutações necessárias-mas-não-selecionadas). O grau de
complexidade irredutível é o número de passos não selecionados no caminho.
William Dembski, outro defensor do Design Inteligente, dá esta definição:
Um sistema que executa uma função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um
conjunto de partes individualizadas de forma não arbitrária, bem-combinadas, que interagem
mutuamente, de forma que cada parte no conjunto é indispensável para manter a função
básica, e portanto original, do sistema. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido
como o núcleo irredutível do sistema.
– No Free Lunch: Why Specified Complexity Cannot Be Purchased without Intelligence. by
William Dembski pp. 285

Histórico
Predecessores
O argumento da complexidade irredutível é um descendente do argumento
teleológico para Deus (o argumento do projeto ou da complexidade). Ele diz
que por que certas coisas na natureza são muito complicadas, elas devem ter
sido projetadas. William Paley tornou-se famoso por declarar, em sua analogia
do relojoeiro, de 1802, que a complexidade na natureza implica um Deus pela
mesma razão que a existência de um relógio implica a existência de um
relojoeiro.[6] Este argumento é bem antigo, e pode ser encontrado até na obra
de Cícero, De natura deorum, ii.34.[7][8]
Até o século XVIII
Galeno (séculos I e II d. C.) escreveu sobre o grande número de partes no
corpo e seus relacionamentos, cuja observação foi citada como evidência da
criação.[9] A ideia que especificamente a interdependências entre partes pode
ter implicações para a origem dos seres vivos foi levantada por autores,
começando com Pierre Gassendi no meio do século XVII[10] e John Wilkins, que
escreveu (citando Galeno), "Agora imaginar que todas estas coisas, de acordo
com seus vários tipos, podem ser colocadas em sua forma e ordem regular,
para a qual um número infinito de Intenções são necessárias, sem o projeto de
um Agente inteligente, deve ser irracional no mais alto grau."[11] Ao fim do século
XVII Thomas Burnet referiu-se a "uma multitude de peças apropriadamente
reunidas" para argumentar contra a eternidade da vida.[12] No início do século
XVII, Nicolas Malebranche[13] escreveu "Um corpo organizado contém uma
infinidade de partes que dependem mutuamente umas das outras em relação a
finalidades particulares, todas as quais devem estar formadas para funcionar
como um todo," argumentando a favor da preformação, em vez da epigênese,
do indivíduo. Um argumento semelhante sobre as origens do indivíduo foi feita
por outros estudantes de história natural do século XVIII.
Século XIX
Quando fazemos a transição para o século XIX, começam a aparecer as
referências à evolução.
O capítulo XV da Natural Theology (Teologia Natural) de Paley discute
extensivamente o que ele chamou de "relações" das partes dos seres vivos
como uma indicação de seu design.[6] Em uma aplicação diferente, no início do
século XIX, Georges Cuvier usou o conceito de "correlação das partes" ao
estabelecer a anatomia de animais a partir de restos fragmentados.[14][15]
Apesar de não ter dado origem ao termo, Charles Darwin identificou o
argumento como uma forma possível de falsear a predição da teoria
da evolução desde o início. Em "A Origem das Espécies", ele escreveu "se for
possível demonstrar que qualquer órgão complexo exista, que não possa ter
sido formado por pequenas mutações numerosas e sucessivas, minha teoria
estará destruída. Mas eu não consigo encontrar tal exemplo."[16] A teoria da
evolução de Darwin desafia o argumento teleológico ao postular uma
explicação alternativa à do projetista inteligente, a evolução pela seleção
natural. O argumento a partir da complexidade irredutível tenta demonstrar que
certas funções biológicas não podem ser o resultado da evolução Darwiniana.
Século XX
Hermann Muller, no início do século XX, discutiu um conceito similar à
complexidade irredutível. Entretanto, longe de a ver como um problema para a
evolução, Muller descreveu a "interdependência" de funções biológicas como
uma consequência esperada da evolução, que levaria à irreversibilidade de
algumas mudanças evolucionárias.[17] Ele escreveu "Estando finalmente
entrelaçado, como está, no tecido mais íntimo do organismo, o novo caráter
não pode ser descartado com impunidade, e se torna vitalmente necessário."[18]
Em 1974, o Criacionista da Terra Jovem Henry M. Morris introduziu um
conceito similar em seu livro "Criacionismo Científico" no qual ele escreve:
"este especto pode ser atacado quantitativamente, usando princípios simples
da probabilidade matemática. O problema é simplesmente se pode um sistema
complexo, no qual muitos componentes funcionam unidos, e no qual cada
componente é individualmente necessário para o funcionamento eficiente do
todo, ter surgido por processos aleatórios."[19]
Em 1981, Ariel Roth, na defesa da posição da ciência da criação no caso de
McLean vs. Arkansas, disse das "estruturas complexas integradas" que "Este
sistema não pode ser funcional a menos que todas as partes estejam ali…
Como estas partes sobreviveram durante a evolução…?"[20]
Em 1985 Cairns-Smith escreveu sobre a "interconexão", "Como pode uma
colaboração complexa entre componentes evoluir em pequenos passos?" e
usou a analogia da estrutura chamada centralização, usada para construir um
arco, sendo removida depois: "Com certeza houve 'centralização'. Antes que os
múltiplos componentes da bioquímica atual possa curvar-se sozinha ela deve
primeiro curvar-se sobre outra coisa."[21] Entretanto, nem Muller nem Cairns-
Smith alegaram que suas idéias fossem evidência de algo sobrenatural.[22]
Uma dissertação apoiando o criacionismo publicada em 1994 referiu-se aos
flagelos bacterianos como apresentando "componentes múltiplos e integrados",
onde "nada neles funciona a menos que todos seus complexos componentes
estejam juntos" e solicitou ao leitor que "imagine os efeitos da seleção natural
nestes organismos que tenham fortuitamente evoluído o flagelo… sem os
mecanismos de controle concomitantes [sic]".[23][24]
Um conceito anterior de sistemas irredutivelmente complexos vem de Ludwig
von Bertalanffy, um biólogo austríaco do século XX.[25] Ele acreditava que
sistemas complexos deveriam ser examinados como sistemas completos e
irredutíveis para se compreender como funcionam. Ele estendeu seu trabalho
sobre complexidade biológica em uma teoria geral de sistemas em um livro
chamado General System Theory (Teoria Geral de Sistemas). Após James
Watson e Francis Crick terem publicado a estrutura do DNA no início da
década de 1950, a Teoria Geral de Sistemas perdeu muitos de seus
seguidores nas ciências físicas e biológicas.[26] No entanto, a teoria dos
Sistemas permaneceu popular nas ciências sociais muito tempo depois de ter
sido abandonada nas ciências físicas e biológicas.
Origens
Michael Behe desenvolveu suas idéias sobre este conceito em torno de 1992,
nos primeiros dias do 'movimento da cunha', e apresentou suas idéias pela
primeira vez sobre a "complexidade irredutível" em junho de 1993 quando o
"grupo de professores Johnson-Behe" se reuniu em Pajaro Dunes na
Califórnia.[27] Ele delineou suas idéias na segunda edição do livro "Of Pandas
and People" publicado em 1993, extensivamente revisando o capítulo 6,
"Biochemical Similarities" (Similaridades Bioquímicas) com novas seções no
mecanismo complexo da coagulação do sangue e a origem das proteínas.[28]
Ele usou o termo "complexidade irredutível" pela primeira vez em seu livro de
1996, Darwin's Black Box, para referir-se a certos sistemas bioquímicos
celulares complexos. Ele declara que mecanismos evolucionários não podem
explicar o desenvolvimento de sistemas com tal "complexidade irredutível".
notadamente, Behe dá o crédito ao filósofo William Paley pelo conceito original,
e não von Bertalanffy, e sugere que sua aplicação do conceito a sistemas
biológicos é completamente original. Defensores do Design Inteligente alegam
que os sistemas de complexidade irredutível foram deliberadamente
elaborados por alguma forma de inteligência.
Em 2001 Michael Behe escreveu: "Há uma assimetria entre minha definição
atual de complexidade irredutível e a tarefa que a seleção natural deve fazer.
Eu espero reparar este defeito em trabalhos futuros." Behe explicou
especificamente que "a definição atual coloca o foco na remoção de uma parte
de um sistema que já esteja funcionando", mas que a "tarefa difícil que a
evolução Darwiniana encara, entretanto, não é remover partes de sistemas
sofisticados pre-existentes; deve ser colocar juntos componentes que fazem
um novo sistema em primeiro lugar."[29] No julgamento de 2005 de Kitzmiller v.
Dover Area School District, Behe testemunhou sob juramento que ele "não
julga [a assimetria] séria o suficiente para [ter revisado o livro] até então."[30]
Além disso, Behe testemunhou que a presença de complexidade irredutível em
organismos não descartaria o envolvimento de mecanismos evolucionários no
desenvolvimento da vida orgânica. Ele também testemunhou que não sabia de
"artigos revisados por pares em publicações científicas discutindo o Design
Inteligente da cascata da coagulação sanguínea," mas que havia
"provavelmente um grande número de artigos revisados por pares em
publicações científicas que demonstram que o sistema de coagulação do
sangue é de fato um arranjo significativo de partes de grande complexidade e
sofisticação."[31]
De acordo com a teoria da evolução, as variações genéticas acontecem sem
um projeto ou intenção específica. O ambiente "seleciona" as variações que
são mais aptas, que são então passadas à próxima geração dos organismos.
As mudanças acontecem pela operação gradual das forças naturais durante o
tempo, algumas vezes lentamente, outras mais rápido (veja o equilíbrio
pontuado). Este processo é capaz de adaptar estruturas complexas a partir de
estruturas iniciais simples, ou converter estruturas complexas de uma função a
outra (veja en:spandrel). A maioria dos defensores do Design
Inteligente aceitam que a evolução aconteça através da mutação e seleção
natural ao "nível micro", como a mudança da frequência relativa dos diversos
comprimentos de bico dos tentilhões, mas alega que ela não pode explicar a
complexidade irredutível, porque nenhuma das partes de um sistema irredutível
seria funcional ou vantajosa até que o sistema completo estivesse formado.
A analogia da ratoeira

Michael Behe acredita que muitos aspectos da vida apresentam evidências de design, usando
a ratoeira em uma analogia que é criticada por outros[32]

Behe usa a ratoeira como um exemplo ilustrativo deste conceito. Uma ratoeira
consiste de várias partes que interagem - a base, o prendedor, a mola, o
martelo. Behe alega que todas as partes devem estar presentes para que a
ratoeira funcione, e que a remoção de qualquer destas peças destrói a função
da ratoeira. De forma semelhante, sistemas biológicos precisam da ação em
conjunto de múltiplas partes para funcionar. Os defensores do Design
Inteligente alegam que a seleção natural não poderia criar do nada estes
sistemas para os quais a ciência não encontrou um caminho evolucionário de
pequenas modificações sucessivas, por que a função selecionada só está
presente quando todas as partes estão montadas. Os exemplos originais de
Behe de mecanismos de complexidade irredutível incluem o flagelo bacteriano
da Escherichia coli, a cascata da coagulação do sangue, cílios, e o sistema
imunitário adaptativo.
Behe alega que os órgãos e funções biológica que são irredutivelmente
complexos não podem ser completamente explicados pelos modelos atuais da
evolução. Ele alega que:
Um sistema complexo irredutível não pode ser produzido diretamente (ou seja, pelo
aperfeiçoamento contínuo da função inicial, que continua a funcionar pelos mesmos
mecanismos) por pequenas modificações sucessivas, por que qualquer precursor de um
sistema irredutivelmente complexo que está sem uma parte é por definição não-funcional
A complexidade irredutível não é uma alegação que a evolução não acontece,
mas uma alegação que ela é "incompleta". No último capítulo do livro 'arwin's
Black Box, Behe explica sua visão de que a complexidade irredutível é a prova
do Design Inteligente. Os principais críticos, entretanto, alegam que a
complexidade irredutível, como definida por Behe, pode ser gerada por
mecanismos evolucionários conhecidos. A alegação de Behe de que nenhuma
literatura científica modelou apropriadamente as origens dos sistemas
bioquímicos através de mecanismos evolucionários foi refutada pelo
TalkOrigins. O juiz no caso de Dover escreveu "Ao definir a complexidade
irredutível na forma que o fez, o Professor Behe tenta excluir o fenômeno da
exaptação por uma definição, ignorando desta forma abundantes evidências
que refutam seu argumento. Notavelmente, o NAS rejeitou a alegação de Behe
de complexidade irredutível…"

Exemplos apresentados
Behe e outros sugeriram que um certo número de aspectos biológicos que eles
acreditam ser irredutivelmente complexos.
Ciclo de Krebs: Início-Fim Interligados
Ver artigo principal: Ciclo de Krebs

O ciclo do ácido cítrico começa com o Acetil-CoA, transferindo seu grupo


acetila de dois carbonos ao composto receptor oxaloacetato, de quatro
carbonos, formando um composto de seis carbonos, o citrato.
O citrato então passa por uma série de transformações químicas, perdendo
dois grupos carboxila na forma de CO2. Os carbonos liberados na forma de
CO2 são oriundos do oxaloacetato, e não diretamente do Acetil-CoA. Os
carbonos doados pelo Acetil-CoA se tornam parte do oxaloacetato após o
primeiro passo do ciclo do ácido cítrico.
A transformação dos carbonos doados pelo Acetil-CoA em CO2 requer vários
passos no ciclo de Krebs. No entanto, por causa do papel do ácido cítrico no
anabolismo (síntese de substâncias orgânicas), ele pode não ser perdido já
que muitas substâncias intermediárias do ciclo também são usadas como
precursoras para a biosíntese em outras moléculas.
A maior parte da energia disponível graças ao processo oxidativo do ciclo é
transferida por elétrons altamente energéticos que reduzem o NAD+,
tranformando-o em NADH. Para cada grupo acetila que entra no ciclo de
Krebs, três moléculas de NADH são produzidas (o equivalente a 2,5 ATPs).
Elétrons também são transferidos ao receptor Q, formando QH2.
No final de cada ciclo, o Oxoalocetato de quatro carbonos é regenerado, e o
processo continua utilizando o resultado do último processo como base
principal para se obter um novo ciclo[33]
Cascata de coagulação sanguínea
A coagulação sanguínea ou a cascata de coagulação nos vertebrados é um
caminho biológico complexo que é apresentado como um exemplo de aparente
complexidade irredutível.
O argumento da complexidade irredutível assume que as partes necessárias
de um sistema sempre são necessárias, e, portanto, não podem ter sido
acrescido sequencialmente. Entretanto, na evolução, algo que é meramente
vantajoso a princípio pode mais tarde se tornar necessário. Muitas estruturas
chamadas irredutíveis foram encontradas em outros organismos como
sistemas muito mais simples que utilizam menos partes. Estes sistemas, por
sua vez, podem ter tido precursores até mais simples que agora estão extintos.
O "argumento da improbabilidade" também apresenta de forma errada a
seleção natural. É correto dizer que um conjunto de mutações simultâneas que
formam uma proteína de estrutura complexa é improvável, mas não foi isto que
Darwin defendia. Sua explicação é baseada em pequenas mudanças
acumuladas que acontecem sem um objetivo final. Cada passo tem que ser
vantajoso por si mesmo, apesar de os biólogos não consigam entender a razão
por trás de todos eles.
Olho
O olho é um exemplo famoso de uma estrutura irredutivelmente complexa,
devido a suas muitas partes elaboradas e interconectadas, parecendo todas
elas dependentes uma da outra. O olho é frequentemente citado por
defensores do Design Inteligente e criacionismo como um exemplo de
complexidade irredutível. Behe usou o "problema do desenvolvimento do olho"
como uma evidência do Design Inteligente no livro Darwin's Black Box. Apesar
de Behe reconhecer que a evolução de grandes estruturas anatômicas do olho
serem bem explicadas, ele alegou que a complexidade das reações
bioquímicas necessárias a nível molecular para a sensibilidade à luz ainda
desafiam as explicações. O criacionista Jonathan Sarfati descreveu o olho
como o "grande desafio" dos biólogos evolucionistas e "um exemplo de
soberba 'complexidade irredutível' na criação de Deus", apontando
especificamente para sua suposta "vasta complexidade" necessária para a
transparência.
Em uma passagem geralmente citada de forma errada de "A Origem das
Espécies", Charles Darwin parece reconhecer o desenvolvimento do olho como
uma dificuldade para sua teoria. Entretanto, a citação no devido contexto
mostra que Darwin possuía uma boa compreensão da evolução do olho. Ele
aponta que "supor que o olho [...] possa ter sido formado pela seleção natural
parece, eu confesso frequentemente, absurdo no mais alto grau". Entretanto,
esta observação era apenas um recurso retórico de Darwin. Ele prossegue
explicando que se a evolução gradual do olho for demonstrada como possível,
"a dificuldade de acreditar que um olho perfeito e complexo possa ser formado
pela seleção natural [...] dificilmente pode ser considerada real". Ele então
seguiu apresentando um provável roteiro de evolução do olho usando
exemplos de olhos gradualmente mais complexos, de várias espécies.
Desde os dias de Darwin, a ancestralidade do olho é bem melhor
compreendida. Apesar de que o entendimento da construção dos olhos antigos
através do registro fóssil ser problemático devido ao fato dos tecidos macios
não deixarem impressões ou restos, a evidência genética e de anatomia
comparativa tem apoiado a idéia de uma ancestralidade comum a todos os
olhos.
Conforme Behe admite, a evidência atual sugere possíveis linhas
evolucionárias para as origens das estruturas anatômicas do olho, por
exemplo, que os olhos tiveram origem como simples manchas de células
fotorreceptoras que podem detectar a presença ou ausência de luz, mas não
sua direção. Ao desenvolver uma pequena depressão para as células
fotossensitivas, os organismos ganharam uma melhor capacidade de descobrir
a origem da luz, e como o contínuo aprofundamento da depressão em um
buraco de forma que a luz atinja certas células dependendo do seu ângulo,
uma informação visível cada vez mais precisa se tornou possível. A abertura do
olho era então diminuída e forma que a luz se tornou focada, transformando o
olho em uma câmera pinhole e permitindo ao organismo perceber formas —
o náutilo é um exemplo moderno de um animal com um olho deste tipo.
Finalmente, a camada protetiva de células transparentes sobre a abertura se
diferenciou em uma lente primitiva, e o interior do olho foi preenchido com
humores para ajudar a colocar as imagens em foco. Desta forma, os biólogos
modernos reconhecem os olhos como uma estrutura relativamente simples que
evoluiu, e muitos dos principais desenvolvimentos da evolução do olho crê-se
terem acontecido em alguns poucos milhões de anos, durante a explosão
cambriana. Entretanto, de acordo com Behe, a complexidade da sensibilidade
à luz no nível molecular e as reações bioquímicas necessárias para as
"primeiras manchas simples de fotoreceptores" ainda desafiam as explicações.
Flagelo
Ver artigo principal: Flagelo

O flagelo de certas bactérias constitui um motor molecular exigindo a interação


de cerca de 40 partes proteicas complexas, e a ausência de qualquer uma
destas proteínas faz com que o flagelo não funcione. Behe mantém que o
"mecanismo" do flagelo é irredutivelmente complexo por que se tentarmos
reduzir sua complexidade colocando um estágio anterior mais simples de seu
desenvolvimento evolucionário, obteremos um organismo que não funciona de
maneira apropriada.
Em contrapartida, pesquisas apontam que o corpo basal do flagelo é similar ao
sistema secretor Tipo III (TTSS na sigla em inglês), uma estrutura em forma de
agulha que alguns germes patogênicos como a Salmonella e a Yersinia
pestis usam para injetar toxinas em células eucariontes vivas. A base da
agulha possui dez elementos em comum com o flagelo, mas ainda faltam
quarenta das proteínas que fazem o flagelo funcional. Entretanto, ainda que a
dúvida permaneça,[34] este sistema parece negar a alegação de que tirar
qualquer das partes do flagelo o transformam em uma estrutura inútil. Isto fez
com que Kenneth Miller notasse que "As partes destes sistema supostamente
irredutivelmente complexo na verdade tenham funções próprias."[carece  de fontes]

Resposta da comunidade científica


Da mesma forma que o Design Inteligente, a complexidade irredutível não
possui aceitação dentro da comunidade científica, uma vez que, diante da
enorme gama de evidências que se adequam às previsões da teoria da
evolução das espécies, o Establishment Científico reluta em aceitar ideias que
não são capazes de explicar os fenômenos biológicos de forma tão satisfatória
e abrangente. O fato da hipótese do Design Inteligente e do conceito da
complexidade irredutível serem baseados em conjecturas supostamente
autoevidentes, demonstrarem incapacidade preditiva e de não haver
experimentos que sejam capazes de verificar suas formulações, levou a
comunidade científica a considerar essas proposições como pseudocientíficas.
[35]

Redutibilidade de sistemas "irredutíveis"


Caminhos evolutivos potencialmente viáveis foram propostos para todos os
sistemas alegadamente irredutivelmente complexos, como a coagulação do
sangue, o sistema imunitário, e o flagelo, que eram os três exemplos que Behe
usou. Mesmo seu exemplo de uma ratoeira foi demonstrado como redutível por
John H. McDonald. Se a complexidade irredutível é um obstáculo
intransponível para a evolução, não deveria ser possível sequer conceber estes
caminhos - Behe comentou que estes caminhos plausíveis derrotariam seu
argumento.
Niall Shanks e Harl H. Joplin, ambos da East Tennesse State University,
mostraram que os sistemas que Behe caracterizou como tendo complexidade
bioquímica irredutível podem surgir natural e espontaneamente como resultado
de processos químicos auto-organizados. Eles também apontam que os
sistemas bioquímicos e moleculares que evoluíram apresentam "complexidade
redundante" — um tipo de complexidade que é o produto da evolução de um
processo bioquímico, e que Behe superestimou a significância da
complexidade irredutível por causa de sua visão simples e linear das reações
bioquímicas, resultante na sua seleção de instantes de funcionalidades
seletivas de sistemas, estruturas e processos biológicos, ao mesmo tempo que
ignora a complexidade redundante do contexto em que estas funções estão
naturalmente inseridas. Também criticaram sua dependência de metáforas
simplistas demais, como a da ratoeira. Além disso, a pesquisa publicada no
Nature, uma publicação que faz peer-review, demonstrou que as simulações de
computador da evolução demonstraram que é possível que a complexidade
irredutível evolua naturalmente.[36]
É esclarecedor comparar uma ratoeria com um gato, neste contexto. Os dois
normalmente funcionam para controlar a população de ratos. O gato tem
muitas partes que podem ser removidos deixando-o ainda funcional. Por
exemplo, sua cauda pode ser encurtada, ou ele pode perder uma orelha em
uma luta. Ao comparar o gato e a ratoeira pode-se ver que a ratoeira (que não
é um ser vivo) apresenta melhor evidência, em termos de complexidade
irredutível, de Design Inteligente, que o gato. Mesmo olhando a analogia da
ratoeira, vários críticos demonstraram formas em que as partes da ratoeira
poderiam ter usos independente ou poderiam ser desenvolvidas em estágios,
demonstrando que ela não é irredutivelmente complexa.
Além disso, mesmo os casos onde a remoção de um certo componente em um
sistema orgânico causa a falha do sistema, não demonstram que o sistema não
poderia ter sido formado em um processo evolucionário, passo-a-passo. Por
analogia, arcos de pedra são irredutivelmente complexos - se você remover
qualquer pedra o arco irá colapsar - mesmo assim eles são construídos
facilmente, uma pedra de cada vez, se usarmos de um molde que será
removido depois. De forma similar, arcos de pedra que acontecem
naturalmente são formados pelo desgaste de blocos de pedra que foram
formados anteriormente. A evolução pode trabalhar para simplificar ou para
complicar. O que leva à possibilidade que funções biológicas irredutivelmente
complexas podem ter sido obtidas em um período de complexidade crescente,
seguido por um período de simplificação.
Em abril de 2006 uma equipe de cientistas liderada por Joe Thornton, professor
assistente de biologia no Centro de Ecologia e Biologia Evolucionária da
Universidade do Oregon, usando técnicas para ressurreição de genes antigos,
pela primeira vez reconstruiu a evolução de um sistema molecular de
complexidade aparentemente irredutível. A pesquisa foi publicada no exemplar
de 7 de abril da revista Science.
Parece que a complexidade irredutível não existe realmente na natureza, e os
exemplos dados por Behe e outros não são de fato irredutivelmente complexos,
mas podem ser explicados em termos de precursores mais simples. Há
também uma teoria que desafia a complexidade irredutível chamada Variação
Facilitada. A teoria foi apresentada em 2005 por Marc W. Kirschner, um
professor e chefe do Departamento de Biologia de Sistemas na Escola de
Medicina Harvard, e John C. Gerhart, um professor em Biologia Celular e
Molecular, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em sua teoria, eles
descrevem como certas mutações e mudanças podem causar uma
complexidade aparentemente irredutível. Assim, o que parece ser uma
estrutura irredutivelmente complexa é apenas "muito complexa", ou então elas
não são bem compreendidas, ou não são bem representadas.
Adaptação gradual a novas funções
Os precursores de sistemas complexos, quando não são úteis por si mesmos,
podem ser úteis para executar outras funções não relacionadas. Biólogos
evolucionistas argumentam que a evolução muitas vezes trabalha desta forma
cega e atrapalhada, em que a função de uma forma anterior não é
necessariamente a mesma função da forma posterior. O termo usado para este
processo é "exaptação". O ouvido médio dos mamíferos (derivado de um osso
da mandíbula) e o polegar do panda (derivado de um osso do pulso) são
considerados exemplos clássicos. Um artigo de 2006 na Nature demonstrou
estados intermediários que levaram ao desenvolvimento do ouvido em um
peixe do Devoniano (há cerca de 360 milhões de anos). Além disso, pesquisas
recentes mostraram que os vírus representam um papel inesperadamente
grande na evolução, ao combinar genes de vários hospedeiros.
Os argumentos da irredutibilidade geralmente assumem que as coisas
começam da mesma forma que elas terminam, como as vemos hoje.
Entretanto, este pode não ser necessariamente o caso. No julgamento de
Dover uma testemunha da acusação demonstrou esta possibilidade usando a
analogia da ratoeira de Behe. Ao remover várias partes, a testemunha tornou o
objeto inútil como ratoeira, mas apontou que era agora um prendedor de
gravata perfeitamente funcional, embora feio.
Falseabilidade e Evidências Experimentais
Alguns críticos, como Jerry Coyne (professor de biologia evolucionária na
Universidade de Chicago) e Eugenie Scott (antropólogo físico e diretor
executivo do Centro Nacional para Educação de Ciências) argumentaram que
o conceito de complexidade irredutível, e de forma mais genérica, a teoria
do Design Inteligente não é falseável, e portanto, não é científica.
Em contrapartida, Behe alega que a teoria de que sistemas irredutivelmente
complexos não podem ter evoluído pode ser falseada por um experimento
onde tais sistemas evoluam. Por exemplo, ele propõe pegar uma bactéria sem
flagelos e impor uma pressão seletiva a favor da mobilidade. Se, após milhares
de gerações, a bactéria desenvolver um flagelo, então Behe acredita que isto
iria refutar sua teoria.
Outros críticos tomaram uma abordagem diferente, apontando para evidências
experimentais que eles acreditam falsearem o argumento da complexidade
irredutível do Design Inteligente. Por exemplo, Kenneth Miller cita o trabalho em
laboratório de Barry G. Hall na E. coli, que ele aponta ser uma evidência que
"Behe está errado."
Outra evidência de que a complexidade irredutível não é um problema para a
evolução vem do campo da ciência computacional, onde análogos
computacionais dos processos da evolução são rotineiramente usados para
projetar automaticamente soluções complexas para problemas. Os resultados
destes Algoritmos Genéticos são frequentemente irredutivelmente complexos,
já que o processo, como a evolução, tanto remove componentes não-
essenciais com o passar do tempo, quanto acrescenta novos componentes. A
remoção de componentes não usados sem função essencial (como o processo
natural onde a rocha sob um arco natural é removida) pode produzir estruturas
com complexidade irredutível sem a necessidade da intervenção de um
projetista. Os pesquisadores que aplicam estes algoritmos estão produzindo
automaticamente projetos humanos competitivos - mas nenhum projetista
humano é necessário.
Apelo as Provas não Falseáveis
Os proponentes do Design Inteligente atribuem a um designer inteligente as
estruturas biológicas que eles acreditam serem irredutivelmente complexas,
onde não há uma explicação natural ou a explicação é insuficiente. Entretanto,
os críticos veem a complexidade irredutível como um caso especial da
alegação "complexidade indica design".
Eugenie Scott, com Glenn Branch e outros críticos, alegou que muitos pontos
levantados pelos proponentes do Design Inteligente são apelos à ignorância, já
que não há pus "há" aqui, porque me parece que faltava alguma coisa como
testar e por isso é utilizado. Behe tem sido acusado de usar a "argumentação
pela falta de imaginação", e o próprio Behe tem reconhecido que simplesmente
por que os cientistas não podem atualmente ver como um organismo
"irredutivelmente complexo" evoluiu, isto não prova que não existe nenhuma
forma possível da evolução ter acontecido.
A complexidade irredutível está no centro da argumentação contra a evolução.
Se sistemas realmente irredutíveis fossem encontrados, a alegação é que
o Design Inteligente é a explicação correta para sua existência. Entretanto, esta
conclusão é baseada na suposição que a teoria evolucionária atual e o Design
Inteligente são os dois únicos modelos válidos para explicar a vida, um falso
dilema também seria possível.

A Complexidade Irredutível no Julgamento de Dover


Ao testemunhar no julgamento de Kitzmiller vs. Dover Area School District,
Behe admitiu que não há nenhum trabalho revisado por pares que suporte suas
alegações de que sistemas complexos, como o flagelo bacteriano, a cascata da
coagulação sanguínea, e o sistema imune, foram resultado de Design
Inteligente e não há nenhum artigo revisado por pares que apoie seu
argumento de que certas estruturas moleculares complexas são
"irredutivelmente complexas."
Na sentença final de Kitzmiller vs. Dover Area School District, o juiz Jones
expôs sobre Behe e a complexidade irredutível:
 "O professor Behe admitiu em "Resposta aos meus críticos" que havia um defeito
em sua visão da complexidade irredutível, porque, apesar de ela pretender ser um
desafio à seleção natural, ela especificamente não trata da "tarefa de enfrentar a
seleção natural" e que o "Professor Behe escreveu que esperava 'reparar este
defeito nas próximas obras…" (página 73)
 "Conforme o testemunho dos especialistas revelou, a qualificação do que significa
'complexidade irredutível' torna-a sem sentido como uma crítica à evolução. (3:40
(Miller)). De fato, a teoria da evolução apresenta a exaptação como uma
explicação reconhecida e bem documentada para o como os sistemas com
múltiplas partes podem ter evoluído através de meios naturais." (página 74)
 "Ao definir a complexidade da forma que ele fez, o Professor Behe tenta excluir o
fenômeno da exaptação por definição, ignorando desta forma abundantes provas
que refutam seu argumento. Notavelmente, o NAS rejeitou a alegação do
professor Behe de complexidade irredutível…" (página 75)
 "Como a complexidade irredutível é somente um argumento negativo contra a
evolução, ela é refutável e da mesma forma, testável, diferente do ID [Design
Inteligente], pela prova de que existem estruturas intermediárias com funções
selecionáveis que podem ter evoluído para os sistemas de complexidade
alegadamente irredutível (2:15-16 (Miller)). Mais importante, entretanto, é o fato
que o argumento negativo da complexidade irredutível ser testável não faz com
que o argumento da ID seja testável (2:15 (Miller); 5:39 (Pennock)). O professor
Behe aplicou o conceito de complexidade irredutível somente a alguns poucos
sistemas selecionados: (1) o flagelo das bactérias; (2) a cascata da coagulação
sanguínea; e (3) o sistema imune. Contrário às asserções do professor Behe com
respeito a estes poucos sistemas bioquímicos entre as miríades de sistemas
existentes na natureza, entretanto, o Dr. Miller apresentou evidências, baseada em
estudos que passaram por peer review, que eles não são de fato de complexidade
irredutível." (página 76)
 "…durante o questionamento da outra parte, o Professor Behe foi perguntado
sobre sua alegação feita em 1996 de que a ciência nunca encontrou uma
explicação para o sistema imune. Ele foi confrontado com 58 publicações peer-
reviewed, nove livros, e vários capítulos de livros texto sobre imunologia sobre a
evolução do sistema imune. Entretanto, ele simplesmente insitiu que isto ainda
não era evidência suficiente de evolução, e que ainda não era "bom o suficiente."
(23:19 (Behe))." (página 78)
 "Nós portanto concluímos que a alegação de complexidade irredutível do professor
Behe foi refutada nos artigos peer-reviewed e que foi rejeitada pela comunidade
científica em geral. (17:46-46 (Padian); 3:99 (Miller)). Além disso, mesmo se a
complexidade irredutível não fosse rejeitada, ela ainda não apoiaria o ID já que ela
é meramente um teste para a evolução, não para o design. (2:15, 2:35-40 (Miller);
28:63-66 (Fuller)). Iremos considerar agora o suposto "argumento positivo" para o
design que aparece na frase usada numerosas vezes pelos professores Behe e
Minnich no seu testemunho como especialistas, que é a "combinação significativa
de partes." O professor Behe resumiu o argumento assim: Nós inferimos design
quando vemos partes que parecem ter sido combinadas para um objetivo. A força
da inferência é quantitativa; quanto mais partes estão combinadas, mais elas
interagem de forma intrincada, maior a nossa confiança que há design. A
aparência de design em aspetos da biologia é enorme. Como somente uma causa
inteligente pode acarretar esta forte aparência de design, apesar das alegações
Darwinianas, a conclusão que o design visto na lifa é design verdadeiro está
racionalmente justificado. (18:90-91, 18:109-10 (Behe); 37:50 (Minnich)). Como
indicado previamente, este argumento é apenas uma repetição do argumento do
Reverendo William Paley aplicado ao nível da célula. Minnich, Behe, e Paley
chegam à mesma conclusão, que organismos complexos devem ter sido
projetados usando o mesmo raciocínio, exceto que os professores Behe e Minnich
recusam-se a identificar o projetista, enquanto que Paley inferiu da presença do
design que foi Deus. (1:6-7 (Miller); 38:44, 57 (Minnich)). O testemunho dos
especialistas revelou que este argumento indutivo não é científico e, conforme
admitido pelo professor Behe, não pode ser falseado. (2:40 (Miller); 22:101 (Behe);
3:99 (Miller))." (páginas 79-80)

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