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Índice
1Definições
2Histórico
o 2.1Predecessores
2.1.2Século XIX
2.1.3Século XX
o 2.2Origens
o 2.3A analogia da ratoeira
3Exemplos apresentados
o 3.3Olho
o 3.4Flagelo
6Referências
Definições
O termo "complexidade irredutível" foi definido originalmente por Behe como
sendo:
Um sistema único que é composto de várias partes que interagem e contribuem para a função
básica, e onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente
pare de funcionar.
– (Darwin's Black Box p.39 na edição de 2006)
Defensores do Design Inteligente usam esta expressão para se referir a
sistemas biológicos e órgãos que eles acreditam não poderem ter surgido por
qualquer série de pequenas mudanças. Eles alegam que qualquer coisa menos
que a forma completa do sistema o órgão completo não funcionaria, ou seria de
fato danoso ao organismo, que portanto não poderia sobreviver ao processo de
seleção natural. Apesar deles aceitarem que alguns órgãos e sistemas
complexos podem ser explicados pela evolução, alegam que algumas funções
biológicas e órgãos que são irredutivelmente complexos não podem ser
explicados pelos modelos atuais, e que um projetista inteligente deve ter criado
a vida ou guiado sua evolução. Portanto, o debate sobre a complexidade
irredutível se reduz a duas questões: se a complexidade irredutível pode ser
encontrada na natureza, e qual a significância se ela existir na natureza.
Uma segunda definição dada por Behe (sua "definição evolucionária") é esta:
Um caminho de complexidade irredutível é um que contém um ou mais passos não
selecionados (ou seja, uma ou mais mutações necessárias-mas-não-selecionadas). O grau de
complexidade irredutível é o número de passos não selecionados no caminho.
William Dembski, outro defensor do Design Inteligente, dá esta definição:
Um sistema que executa uma função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um
conjunto de partes individualizadas de forma não arbitrária, bem-combinadas, que interagem
mutuamente, de forma que cada parte no conjunto é indispensável para manter a função
básica, e portanto original, do sistema. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido
como o núcleo irredutível do sistema.
– No Free Lunch: Why Specified Complexity Cannot Be Purchased without Intelligence. by
William Dembski pp. 285
Histórico
Predecessores
O argumento da complexidade irredutível é um descendente do argumento
teleológico para Deus (o argumento do projeto ou da complexidade). Ele diz
que por que certas coisas na natureza são muito complicadas, elas devem ter
sido projetadas. William Paley tornou-se famoso por declarar, em sua analogia
do relojoeiro, de 1802, que a complexidade na natureza implica um Deus pela
mesma razão que a existência de um relógio implica a existência de um
relojoeiro.[6] Este argumento é bem antigo, e pode ser encontrado até na obra
de Cícero, De natura deorum, ii.34.[7][8]
Até o século XVIII
Galeno (séculos I e II d. C.) escreveu sobre o grande número de partes no
corpo e seus relacionamentos, cuja observação foi citada como evidência da
criação.[9] A ideia que especificamente a interdependências entre partes pode
ter implicações para a origem dos seres vivos foi levantada por autores,
começando com Pierre Gassendi no meio do século XVII[10] e John Wilkins, que
escreveu (citando Galeno), "Agora imaginar que todas estas coisas, de acordo
com seus vários tipos, podem ser colocadas em sua forma e ordem regular,
para a qual um número infinito de Intenções são necessárias, sem o projeto de
um Agente inteligente, deve ser irracional no mais alto grau."[11] Ao fim do século
XVII Thomas Burnet referiu-se a "uma multitude de peças apropriadamente
reunidas" para argumentar contra a eternidade da vida.[12] No início do século
XVII, Nicolas Malebranche[13] escreveu "Um corpo organizado contém uma
infinidade de partes que dependem mutuamente umas das outras em relação a
finalidades particulares, todas as quais devem estar formadas para funcionar
como um todo," argumentando a favor da preformação, em vez da epigênese,
do indivíduo. Um argumento semelhante sobre as origens do indivíduo foi feita
por outros estudantes de história natural do século XVIII.
Século XIX
Quando fazemos a transição para o século XIX, começam a aparecer as
referências à evolução.
O capítulo XV da Natural Theology (Teologia Natural) de Paley discute
extensivamente o que ele chamou de "relações" das partes dos seres vivos
como uma indicação de seu design.[6] Em uma aplicação diferente, no início do
século XIX, Georges Cuvier usou o conceito de "correlação das partes" ao
estabelecer a anatomia de animais a partir de restos fragmentados.[14][15]
Apesar de não ter dado origem ao termo, Charles Darwin identificou o
argumento como uma forma possível de falsear a predição da teoria
da evolução desde o início. Em "A Origem das Espécies", ele escreveu "se for
possível demonstrar que qualquer órgão complexo exista, que não possa ter
sido formado por pequenas mutações numerosas e sucessivas, minha teoria
estará destruída. Mas eu não consigo encontrar tal exemplo."[16] A teoria da
evolução de Darwin desafia o argumento teleológico ao postular uma
explicação alternativa à do projetista inteligente, a evolução pela seleção
natural. O argumento a partir da complexidade irredutível tenta demonstrar que
certas funções biológicas não podem ser o resultado da evolução Darwiniana.
Século XX
Hermann Muller, no início do século XX, discutiu um conceito similar à
complexidade irredutível. Entretanto, longe de a ver como um problema para a
evolução, Muller descreveu a "interdependência" de funções biológicas como
uma consequência esperada da evolução, que levaria à irreversibilidade de
algumas mudanças evolucionárias.[17] Ele escreveu "Estando finalmente
entrelaçado, como está, no tecido mais íntimo do organismo, o novo caráter
não pode ser descartado com impunidade, e se torna vitalmente necessário."[18]
Em 1974, o Criacionista da Terra Jovem Henry M. Morris introduziu um
conceito similar em seu livro "Criacionismo Científico" no qual ele escreve:
"este especto pode ser atacado quantitativamente, usando princípios simples
da probabilidade matemática. O problema é simplesmente se pode um sistema
complexo, no qual muitos componentes funcionam unidos, e no qual cada
componente é individualmente necessário para o funcionamento eficiente do
todo, ter surgido por processos aleatórios."[19]
Em 1981, Ariel Roth, na defesa da posição da ciência da criação no caso de
McLean vs. Arkansas, disse das "estruturas complexas integradas" que "Este
sistema não pode ser funcional a menos que todas as partes estejam ali…
Como estas partes sobreviveram durante a evolução…?"[20]
Em 1985 Cairns-Smith escreveu sobre a "interconexão", "Como pode uma
colaboração complexa entre componentes evoluir em pequenos passos?" e
usou a analogia da estrutura chamada centralização, usada para construir um
arco, sendo removida depois: "Com certeza houve 'centralização'. Antes que os
múltiplos componentes da bioquímica atual possa curvar-se sozinha ela deve
primeiro curvar-se sobre outra coisa."[21] Entretanto, nem Muller nem Cairns-
Smith alegaram que suas idéias fossem evidência de algo sobrenatural.[22]
Uma dissertação apoiando o criacionismo publicada em 1994 referiu-se aos
flagelos bacterianos como apresentando "componentes múltiplos e integrados",
onde "nada neles funciona a menos que todos seus complexos componentes
estejam juntos" e solicitou ao leitor que "imagine os efeitos da seleção natural
nestes organismos que tenham fortuitamente evoluído o flagelo… sem os
mecanismos de controle concomitantes [sic]".[23][24]
Um conceito anterior de sistemas irredutivelmente complexos vem de Ludwig
von Bertalanffy, um biólogo austríaco do século XX.[25] Ele acreditava que
sistemas complexos deveriam ser examinados como sistemas completos e
irredutíveis para se compreender como funcionam. Ele estendeu seu trabalho
sobre complexidade biológica em uma teoria geral de sistemas em um livro
chamado General System Theory (Teoria Geral de Sistemas). Após James
Watson e Francis Crick terem publicado a estrutura do DNA no início da
década de 1950, a Teoria Geral de Sistemas perdeu muitos de seus
seguidores nas ciências físicas e biológicas.[26] No entanto, a teoria dos
Sistemas permaneceu popular nas ciências sociais muito tempo depois de ter
sido abandonada nas ciências físicas e biológicas.
Origens
Michael Behe desenvolveu suas idéias sobre este conceito em torno de 1992,
nos primeiros dias do 'movimento da cunha', e apresentou suas idéias pela
primeira vez sobre a "complexidade irredutível" em junho de 1993 quando o
"grupo de professores Johnson-Behe" se reuniu em Pajaro Dunes na
Califórnia.[27] Ele delineou suas idéias na segunda edição do livro "Of Pandas
and People" publicado em 1993, extensivamente revisando o capítulo 6,
"Biochemical Similarities" (Similaridades Bioquímicas) com novas seções no
mecanismo complexo da coagulação do sangue e a origem das proteínas.[28]
Ele usou o termo "complexidade irredutível" pela primeira vez em seu livro de
1996, Darwin's Black Box, para referir-se a certos sistemas bioquímicos
celulares complexos. Ele declara que mecanismos evolucionários não podem
explicar o desenvolvimento de sistemas com tal "complexidade irredutível".
notadamente, Behe dá o crédito ao filósofo William Paley pelo conceito original,
e não von Bertalanffy, e sugere que sua aplicação do conceito a sistemas
biológicos é completamente original. Defensores do Design Inteligente alegam
que os sistemas de complexidade irredutível foram deliberadamente
elaborados por alguma forma de inteligência.
Em 2001 Michael Behe escreveu: "Há uma assimetria entre minha definição
atual de complexidade irredutível e a tarefa que a seleção natural deve fazer.
Eu espero reparar este defeito em trabalhos futuros." Behe explicou
especificamente que "a definição atual coloca o foco na remoção de uma parte
de um sistema que já esteja funcionando", mas que a "tarefa difícil que a
evolução Darwiniana encara, entretanto, não é remover partes de sistemas
sofisticados pre-existentes; deve ser colocar juntos componentes que fazem
um novo sistema em primeiro lugar."[29] No julgamento de 2005 de Kitzmiller v.
Dover Area School District, Behe testemunhou sob juramento que ele "não
julga [a assimetria] séria o suficiente para [ter revisado o livro] até então."[30]
Além disso, Behe testemunhou que a presença de complexidade irredutível em
organismos não descartaria o envolvimento de mecanismos evolucionários no
desenvolvimento da vida orgânica. Ele também testemunhou que não sabia de
"artigos revisados por pares em publicações científicas discutindo o Design
Inteligente da cascata da coagulação sanguínea," mas que havia
"provavelmente um grande número de artigos revisados por pares em
publicações científicas que demonstram que o sistema de coagulação do
sangue é de fato um arranjo significativo de partes de grande complexidade e
sofisticação."[31]
De acordo com a teoria da evolução, as variações genéticas acontecem sem
um projeto ou intenção específica. O ambiente "seleciona" as variações que
são mais aptas, que são então passadas à próxima geração dos organismos.
As mudanças acontecem pela operação gradual das forças naturais durante o
tempo, algumas vezes lentamente, outras mais rápido (veja o equilíbrio
pontuado). Este processo é capaz de adaptar estruturas complexas a partir de
estruturas iniciais simples, ou converter estruturas complexas de uma função a
outra (veja en:spandrel). A maioria dos defensores do Design
Inteligente aceitam que a evolução aconteça através da mutação e seleção
natural ao "nível micro", como a mudança da frequência relativa dos diversos
comprimentos de bico dos tentilhões, mas alega que ela não pode explicar a
complexidade irredutível, porque nenhuma das partes de um sistema irredutível
seria funcional ou vantajosa até que o sistema completo estivesse formado.
A analogia da ratoeira
Michael Behe acredita que muitos aspectos da vida apresentam evidências de design, usando
a ratoeira em uma analogia que é criticada por outros[32]
Behe usa a ratoeira como um exemplo ilustrativo deste conceito. Uma ratoeira
consiste de várias partes que interagem - a base, o prendedor, a mola, o
martelo. Behe alega que todas as partes devem estar presentes para que a
ratoeira funcione, e que a remoção de qualquer destas peças destrói a função
da ratoeira. De forma semelhante, sistemas biológicos precisam da ação em
conjunto de múltiplas partes para funcionar. Os defensores do Design
Inteligente alegam que a seleção natural não poderia criar do nada estes
sistemas para os quais a ciência não encontrou um caminho evolucionário de
pequenas modificações sucessivas, por que a função selecionada só está
presente quando todas as partes estão montadas. Os exemplos originais de
Behe de mecanismos de complexidade irredutível incluem o flagelo bacteriano
da Escherichia coli, a cascata da coagulação do sangue, cílios, e o sistema
imunitário adaptativo.
Behe alega que os órgãos e funções biológica que são irredutivelmente
complexos não podem ser completamente explicados pelos modelos atuais da
evolução. Ele alega que:
Um sistema complexo irredutível não pode ser produzido diretamente (ou seja, pelo
aperfeiçoamento contínuo da função inicial, que continua a funcionar pelos mesmos
mecanismos) por pequenas modificações sucessivas, por que qualquer precursor de um
sistema irredutivelmente complexo que está sem uma parte é por definição não-funcional
A complexidade irredutível não é uma alegação que a evolução não acontece,
mas uma alegação que ela é "incompleta". No último capítulo do livro 'arwin's
Black Box, Behe explica sua visão de que a complexidade irredutível é a prova
do Design Inteligente. Os principais críticos, entretanto, alegam que a
complexidade irredutível, como definida por Behe, pode ser gerada por
mecanismos evolucionários conhecidos. A alegação de Behe de que nenhuma
literatura científica modelou apropriadamente as origens dos sistemas
bioquímicos através de mecanismos evolucionários foi refutada pelo
TalkOrigins. O juiz no caso de Dover escreveu "Ao definir a complexidade
irredutível na forma que o fez, o Professor Behe tenta excluir o fenômeno da
exaptação por uma definição, ignorando desta forma abundantes evidências
que refutam seu argumento. Notavelmente, o NAS rejeitou a alegação de Behe
de complexidade irredutível…"
Exemplos apresentados
Behe e outros sugeriram que um certo número de aspectos biológicos que eles
acreditam ser irredutivelmente complexos.
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