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Paradoxo de Fermi

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 Nota: Este artigo é sobre a ausência de evidências para a vida extraterrestre


inteligente. Para problemas de estimação, veja Problema de Fermi.

Representação gráfica da Mensagem de Arecibo, a primeira tentativa da humanidade de usar ondas


de rádio para comunicar sua existência à civilizações extraterrestres

Paradoxo de Fermi é a aparente contradição entre as altas estimativas


de probabilidade de existência de civilizações extraterrestres e a falta de
evidências para, ou contato com, tais civilizações.
A idade do universo e seu vasto número de estrelas sugerem que, se a Terra é
um planeta típico, então vida extraterrestre deveria ser comum.[1] Um exame
mais detalhado das implicações deste tópico começou com um artigo
de Michael H. Hart em 1975, no que é, às vezes, referenciado como paradoxo
de Fermi-Hart.[2] Outros nomes comuns para o mesmo fenômeno são
a questão de Fermi ("onde eles estão"), o Problema de Fermi, o Grande
Silêncio[3][4][5][6][7] e silentium universi[7][8] (Latin para "o silêncio do universo"; apesar
de errada, a forma "silencium universi" também é comum).
O paradoxo é nomeado em honra do físico Enrico Fermi, mas Fermi nunca fez
tal afirmação. Em verdade, ele estava discutindo com colegas, Emil Konopinski,
Edward Teller, e Herbert York, sobre uma caricatura no The New
Yorker mostrando alegres extraterrestres emergindo de um disco
voador transportando latas de lixo roubadas das ruas de Nova York, e Fermi
perguntou "Onde está todo mundo?" Ele estava se referindo ao fato de que
eles não tinham visto nenhuma nave alienígena, e a conversa se voltou para a
viabilidade de viagens interestelares.[9] Ele nunca questionou por que, se um
grande número de civilizações extraterrestres avançadas existem
na nossa galáxia, não se veem evidências como espaçonaves ou sondas. Isto
foi citado pelo senador William Proxmire como uma razão para matar o
programa SETI da NASA em 1981[10].
Houve tentativas de resolver o paradoxo de Fermi tentando-se localizar
evidências de civilizações extraterrestres, bem como propostas de que tal vida
poderia existir sem o conhecimento humano. Argumentos contrários sugerem
que a vida extraterrestre inteligente não existe, ou ocorre tão raramente que os
humanos dificilmente farão contato com ela. A partir de Hart, muito esforço foi
feito no desenvolvimento de teorias científicas e modelos possíveis sobre a
vida extraterrestre, e o paradoxo de Fermi se tornou um ponto de referência
teórica em muitos desses trabalhos.

Índice

 1Base

 2Nome

 3Equação de Drake

 4Tentativas de solução empírica

o 4.1Astronomia convencional e SETI

o 4.2Emissões de rádio

o 4.3Observação planetária direta

o 4.4Estruturas alienígenas teóricas

 4.4.1Sondas, colônias e outras estruturas

 4.4.2Estruturas avançadas de escala estelar

 5Explicações teóricas para o paradoxo

o 5.1Poucas civilizações existem atualmente

 5.1.1Não houve o surgimento de nenhuma outra civilização

 5.1.2A vida inteligente tende a se auto-destruir

 5.1.3A vida inteligente tende a destruir as outras

 5.1.4Teoria da inflação e o argumento da juventude


o 5.2Eles existem, mas nós não vemos as evidências

 5.2.1Comunicação é impossível devido a problemas de escala

 5.2.1.1Civilizações inteligentes estão muito separadas, no espaço ou no tempo

 5.2.1.2É muito caro se espalhar fisicamente pela galáxia

 5.2.1.3Os seres humanos não procuraram por tempo suficiente

 5.2.2A comunicação é impossibilitada por razões técnicas

 5.2.2.1Os homens não estão ouvindo corretamente

 6Sugestões de leitura

 7Notas

 8Referências

 9Ver também

 10Ligações externas

Base
O paradoxo de Fermi é um conflito entre um argumento de escala e
probabilidade e a falta de evidências. Uma definição mais completa poderia ser
apresentada como:
O aparente tamanho e idade do universo sugerem que muitas civilizações
extraterrestres tecnologicamente avançadas deveriam existir.
Entretanto, esta hipótese parece inconsistente com a falta de evidência
observacional para suportá-la.
O primeiro aspecto do paradoxo, "o argumento de escala", é uma função
dos números envolvidos: há aproximadamente 200-400 bilhões (2 - 4 x 1011)
de estrelas na Via Láctea[11] e 70 sextilhões (7 × 1022) no universo visível.
[12]
 Mesmo que a vida inteligente ocorra em uma minúscula porcentagem de
planetas, ainda haveria um grande número de civilizações existentes na Via
Láctea. Este argumento também assume o princípio da mediocridade, que
afirma que a Terra não é especial, mas simplesmente um planeta típico,
submetido às mesmas leis, efeitos e resultados prováveis que qualquer
outro planeta.
A segunda pedra angular do paradoxo é uma resposta ao argumento de
escala: dada a capacidade da vida inteligente de superar a escassez e sua
tendência a colonizar novos habitats, parece provável que pelo menos
algumas civilizações seriam tecnologicamente avançadas, procurariam por
mais recursos no espaço e então colonizariam primeiro seu próprio sistema
estelar e, posteriormente, os sistemas em seu entorno. Como não há
provas conclusivas ou certificáveis da existência de outras formas de vida
inteligente mesmo após 13,7 bilhões de anos de história do universo, várias
hipóteses foram feitas na tentativa de explicar a questão. Pode ser que a
vida inteligente seja mais rara do que se pensa ou mesmo que nossas
suposições sobre o comportamento geral das espécies inteligentes sejam
erradas.
O paradoxo de Fermi pode ser perguntado de dois jeitos. O primeiro é: "Por
que não há presença de alienígenas nem de seus artefatos aqui?",
se viagem interestelar for possível então, mesmo com a tecnologia presente
na Terra, seriam precisos de 5 a 50 milhões de anos para colonizar a
galáxia.[13] Esta é uma quantidade de tempo relativamente pequena em
uma escala geológica, ainda mais em uma escala cosmológica. Já que há
muitas estrelas mais velhas do que o Sol, ou já que vida inteligente poderia
ter se desenvolvido mais cedo em outro lugar, alguém poderia se perguntar
por que a galáxia ainda não foi colonizada. Mesmo que a colonização seja
impraticável ou indesejável para todas as civilizações
alienígenas, exploração em larga escala da galáxia ainda é possível; os
meios de exploração e sondas teóricas são discutidos
extensivamente abaixo. Entretanto, nenhum sinal de colonização ou
exploração foi confirmado.
O argumento acima pode não ser verdadeiro para o universo como um todo
já que o tempo de viagem pode explicar a falta de presença física na Terra
de vida extraterrestre de galáxias distantes. Entretanto, a questão então se
torna: "Por que nós não vemos nenhum sinal de vida extraterrestre
inteligente?". Já que uma civilização suficientemente avançada [Nota 1] poderia
ser potencialmente observada por uma significante fração do universo
observável.[14] Mesmo que tais civilizações sejam raras, o argumento da
escala indica que elas deveriam existir em algum lugar em algum momento
da história do universo, e já que elas seriam observadas de uma grande
distância por um período considerável de tempo, vários lugares potenciais
para sua origem estariam no nosso alcance de observação. Entretanto,
nenhum sinal incontestável da existência de tais civilizações foi detectado.
Não se sabe qual versão do paradoxo é a mais forte. [Nota 2]

Nome
Em 1950, enquanto trabalhava no Laboratório Nacional de Los Alamos, o
físico Enrico Fermi teve uma discussão casual enquanto caminhava para o
almoço com seus colegas Emil Konopinski, Edward Teller e Herbert York.
Eles discutiam uma recente onda de avistamento de OVNIs e uma
caricatura de Alan Dunn[15] grotescamente culpando o desaparecimento de
latas de lixo municipal em saqueadores alienígenas. Eles tiveram então
uma discussão mais séria sobre as chances de humanos observarem um
objeto material em velocidade mais rápida que a luz nos próximos dez
anos, que Teller considerou como uma em um milhão, mas Fermi pôs como
sendo mais perto de uma em dez. A conversa mudou para outros assuntos
até o almoço, quando Fermi teria exclamado de repente: "Onde eles
estão?" (alternativamente, "Onde está todo mundo?")[16] Um participante
recorda que Fermi então começou a fazer uma série de cálculos rápidos
(Fermi era conhecido pela sua habilidade de fazer boas estimativas a partir
de princípios e dados mínimos, veja problema de Fermi). De acordo com
este relato, ele então concluiu que a Terra deveria ter sido visitada há muito
tempo atrás e várias vezes.[16][17]

Equação de Drake
Ver artigo principal: Equação de Drake

Enquanto várias teorias e princípios estão relacionados com o paradoxo de


Fermi, o mais estreitamente relacionado é a equação de Drake.
A equação foi formulada pelo Dr. Frank Drake em 1961, uma década após
as objeções de Fermi, em uma tentativa de encontrar um jeito sistemático
para avaliar as numerosas probabilidades envolvidas com a existência ou
não de vida alienígena. A equação especulativa fatora: a taxa de formação
de estrelas na galáxia; a fração de estrelas com planetas e o número de
planetas que são habitáveis; a fração de planetas que desenvolvem vida, a
fração de vida inteligente e a fração de vida inteligente que é
suficientemente avançada para ser detectada tecnologicamente; e
finalmente por quanto tempo essas civilizações são detectáveis. O maior
problema dessa equação é que os últimos quatro termos (fração de
planetas com vida, chances de que a vida se torne inteligente, chances de
que a vida inteligente se torne detectável e quantia de tempo pelo qual elas
são detectáveis) são completamente desconhecidos. Apenas tem-se um
exemplo, tornando estimativas estatísticas inviáveis, e mesmo o exemplo
que nós temos é sujeito a um forte viés antrópico.
Uma outra objeção é a de que a forma da equação de Drake assume que
civilizações nascem e morrem dentro de seus sistemas estelares de
origem. Se colonização interestelar é possível então esta suposição é
inválida e as equações da dinâmica de populações seriam aplicáveis.[18]
A equação de Drake tem sido usada por ambos otimistas e pessimistas
com resultados muito diferentes. O dr. Carl Sagan, usando números
otimistas, sugeriu um milhão de espécies comunicantes na Via Láctea em
1966, embora ele tenha dito depois que o número real possa ser muito
menor. Pessimistas como Frank Tipler e John D Barrow usaram números
menores e concluíram que o número médio de civilizações em uma galáxia
é muito menor que um.[19][Nota 3] O próprio Frank Drake comentou que a
equação de Drake é improvável de resolver o paradoxo de Fermi; é apenas
uma maneira de "organizar a ignorância" no assunto. [20]

Tentativas de solução empírica


Um jeito óbvio de resolver o paradoxo de Fermi seria encontrar evidência
conclusiva de inteligêcia extraterrestre. Vários esforços para encontrar tais
evidências foram feitos desde 1960.[21] Como seres humanos ainda não
possuem capacidade de viagem interestelar, tais buscas estão sendo
realizadas remotamente a grandes distâncias e dependem da análise de
evidências muito sutis. Isto limita as possíveis descobertas para civilizações
que alteram seu ambiente de maneira detectável ou que produzem efeitos
que podem ser observados à distância, como emissões de rádio. É
improvável que civilizações não tecnológicas sejam detectadas da Terra em
um futuro próximo.
Uma das dificuldades na busca é evitar um ponto de vista
exageradamente antropocêntrico. Hipóteses sobre o tipo de evidência
provável a ser encontrado geralmente se focam nos tipos de atividades que
a humanidade já realizou, ou que provavelmente realizaria com acesso a
uma tecnologia mais avançada. Extraterrestres inteligentes podem evitar
estas atividades "esperadas" ou realizar atividades totalmente
desconhecidas dos humanos.
Astronomia convencional e SETI
Há dois modos pelos quais a astronomia pode encontrar evidências de uma
civilização extraterrestre. Um é que astrônomos convencionais, estudando
estrelas, planetas e galáxias, possam observar por acaso algum fenômeno
que não pode ser explicado sem se supor uma civilização inteligente como
fonte. Houve suspeitas do caso várias vezes. Os pulsares, quando
descobertos, foram primeiramente chamados de LGMs (sigla em inglês
para Pequeno Homem Verde), devido à repetição precisa de seus pulsos
(que rivalizam os melhores relógios atômicos). Do mesmo modo, galáxias
Seyfert eram suspeitas de ser acidentes industriais[22] pois sua enorme e
dirigida produção de energia não possuía explicação inicial. Eventualmente,
explicações naturais que não envolviam vida inteligente foram encontradas
para todas as observações do tipo até hoje. Especificamente, pulsares são
agora atribuídos a estrelas de nêutrons e galáxias Seyfert ao crescimento
de massivos buraco-negros, mas a possibilidade de descobertas
permanece.[23]
O outro modo pelo qual astronomia convencional pode resolver o paradoxo
de Fermi é através de uma busca especificamente dedicada a encontrar
evidências de vida.
Emissões de rádio
Para mais informações, veja: SETI, Projeto Ozma, Projeto Cyclops, Projeto
Phoenix, SERENDIP e Allen Telescope Array

Radiotelescópios são geralmente utilizados por projetos SETI

Tecnologia de rádio e a capacidade de construir um radiotelescópio são


supostamente um avanço natural para espécies tecnológicas,
[24]
 teoricamente criando efeitos que podem ser detectados em distâncias
interestelares.
Observadores sensíveis do sistema solar, por exemplo, notariam ondas
de rádio incomumente altas para uma estrela G2 devido às transmissões de
telecomunicações e televisão provenientes da Terra. Na ausência de uma
causa natural aparente, observadores extraterrestres poderiam inferir a
existência de uma civilização alienígena.
Portanto, a cuidadosa busca de emissões de rádio oriundas do espaço por
sinais não naturais pode levar à detecção de civilizações alienígenas. Tais
sinais poderiam ser subprodutos "acidentais" de uma civilização ou
tentativas deliberadas de comunicação, como a mensagem de Arecibo. Um
número de astrônomos e observatórios tem tentado detectar tal presença,
principalmente através da organização SETI, embora outras abordagens,
como Optical SETI, também existam.
Várias décadas de análise não revelaram nenhuma estrela de sequência
principal com emissões de rádio incomumente altas ou significativas,
embora vários sinais promissores tenham sido encontrados. Em 15 de
agosto de 1977, o "Sinal Wow!" foi colhido pelo radiotelescópio The Big Ear.
O Big Ear, entretanto, só olha cada ponto no céu uma vez a cada 72
segundos e re-exames do mesmo ponto não encontraram nada. Em 2003
a fonte de rádio SHGb02+14a foi isolada pela análise do SETI@HOME,
embora tenha sido largamente descartada por estudos posteriores. Há
vários pressupostos técnicos por trás do SETI que podem fazer com que os
seres humanos percam emissões de rádio usando as técnicas de busca
atuais; estes pressupostos são discutidos abaixo.
Observação planetária direta

Imagem composta da Terra à noite, criada com dados do Defense Meteorological Satellite
Program. A civilização humana é detectável do espaço.

Detecção e classificação de exoplanetas surgiu devido a refinamentos


recentes nas análises e instrumentos da astronomia convencional. Embora
este seja um novo campo na astronomia - o primeiro artigo publicado
afirmando a descoberta de um exoplaneta foi lançado em 1989 - é possível
que planetas provavelmente aptos a suportar vida serão encontrados no
futuro próximo.
Evidência direta para a existência de vida pode ser eventualmente
observável, tal como a detecção de gases de assinatura biótica
(como metano e oxigênio) — ou mesmo a poluição do ar industrial e uma
civilização tecnologicamente avançada - na atmosfera de um exoplaneta
através de análise espectroscópica.[25] Com melhorias nas nossas
capacidades observacionais pode ser possível detectar evidência direta
como a que a humanidade produz (veja à direita).
Entretanto, exoplanetas são raramente observados diretamente (a primeira
ocorrência foi em 2004)[26]); ao contrário, a existência deles é geralmente
inferida pelos efeitos que eles causam nas estrelas em que orbitam. Isso
significa que geralmente apenas a massa e a órbita de um exoplaneta pode
ser deduzida. Essa informação, junto com a classificação estelar da sua
estrela e suposições sobre sua composição (geralmente baseadas na
massa do planeta e sua distância da estrela), permite apenas uma
estimativa grosseira do ambiente planetário.
Antes de 2009, métodos de detecção de exoplanetas não eram passíveis
de detectar planetas parecidos com a Terra. Métodos como microlente
gravitacional podem detectar a presença de "planetas" pequenos,
potencialmente até menores que a Terra, mas podem apenas detectá-los
durante momentos muito breves e a confirmação não é possível. Outros
métodos como velocidade radial, astrometria, e o método de
trânsito permitem observações prolongadas dos efeitos dos exoplanetas,
mas apenas com planetas que tem muitas vezes a massa da Terra, pelo
menos quando performados enquanto olhando através da atmosfera. Estes
planetas são candidatos improváveis para abrigar formas de vida parecidas
com à da Terra. Entretanto, detecção e classificação de exoplanetas é uma
sub-disciplina muito ativa da astronomia, com 424 exoplanetas sendo
detectados entre 1988 e 2010,[27] e a primeira descoberta de um planeta
telúrico localizado dentro da zona habitável de uma estrela ocorrendo em
2007.[28] Novas melhorias nos métodos de detecção de exoplanetas e o uso
de métodos já existente a partir do espaço (como a missão Kepler,lançada
em 2009) são esperados detectar e categorizar planetas com o tamanho
aproximado da Terra, e determinar se eles estão dentro da zona habitável
de suas estrelas. Tais melhorias observacionais devem nos permitir calcular
o quão comum são os planetas potencialmente habitáveis. Usando
métodos como a equação de Drake com estes dados pode nos dar uma
ideia muito melhor de quão comum a vida no universo deve ser; isto teria
uma profunda influência sobre as expectativas subjacentes ao paradoxo de
Fermi.
Estruturas alienígenas teóricas
Sondas, colônias e outras estruturas
Para mais informações, veja: sonda de Von Neumann e sonda de Bracewell

Como observado, dado o tamanho e idade do universo, e a relativa rapidez


com a qual vida inteligente pode se dispersar, evidências de colonização
alienígena podem ser possivelmente descobertas. Evidências de
exploração sem a presença de vida extraterrestre, como sondas e
dispositivos de coleta de dados, também podem esperar descoberta.
Algumas técnicas de exploração teóricas como a sonda de Von
Neumann (um dispositivo auto-replicante) poderiam explorar
exaustivamente uma galáxia do tamanho da Via Láctea em meio milhão de
anos, com um investimento em materiais e energia relativamente menores.
Mesmo que apenas uma civilização na Via Láctea tente esse feito, tais
sondas poderiam se espalhar pela galáxia inteira. Se tais evidências
puderem ser encontradas no Sistema Solar uma locação provável seria
a cintura de asteroides, onde a matéria-prima é abundante e de fácil
acesso.[29]
Outra possibilidade de contato com uma sonda alienígena - uma que
procure ativamente por sinais de civilizações - seria a sonda de Bracewell.
Tal dispositivo seria uma sonda autônoma com o objetivo de procurar e se
comunicar com civilizações alienígenas (ao contrário das sondas de Von
Neumann que são geralmente descritas como sendo puramente
exploratórias). Estas sondas foram propostas como alternativas a uma lenta
comunicação à velocidade da luz entre civilizações muito distantes. Ao
invés de suportar os longos atrasos que um diálogo por rádio sofreria, uma
sonda alojando inteligência artificial poderia procurar uma civilização
alienígena e começar um diálogo a curta distância com a civilização
encontrada. As descobertas da sonda ainda teriam que ser enviadas à
civilização de origem mas a coleta de dados com a civilização encontrada
seria feita em tempo real.[30]
Desde a década de 50, exploração direta foi realizada em uma pequena
fração do sistema solar e nenhuma evidência de que já tenha sido visitado
por colonizadores ou sondas extraterrestres foi encontrada. Exploração
detalhada de áreas do sistema solar onde recursos são abundantes,
como asteroides, o cinturão de Kuiper, a nuvem de Oort e os sistemas de
anéis planetários podem, teoricamente, ter maiores chances de encontrar
evidências de exploração alienígena. Essas regiões, entretanto, são amplas
e difíceis de investigar. Houve esforços prévios nessa direção, na forma dos
projetos SETA e SETV de busca por evidências de visita extraterrestre
dentro do próprio sistema solar.[31] Houve, também, tentativas de sinalizar,
atrair ou ativar sondas de Bracewell na vizinhança local da Terra, incluindo
pelos cientistas Robert Freitas e Francisco Valdes.[32] Muitos dos projetos
que se enquadram nesta categoria são considerados ciência "marginal" por
astrônomos e nenhum dos projetos localizou qualquer artefato ou estrutura.
Mesmo que artefatos alienígenas sejam encontrados eles podem não ser
reconhecidos como tal. Os produtos de uma mente alienígena e uma
tecnologia alienígena avançada podem não ser perceptíveis ou
reconhecidos como construções artificiais. Dispositivos exploratórios na
forma de formas de vida transgênica através de biologia
sintética provavelmente se desintegrariam após algum momento, deixando
nenhuma evidência; um sistema de coleta de dados alienígena baseado
em nanotecnologia molecular poderia estar ao nosso redor neste exato
momento, completamente indetectado. O mesmo seria verdadeiro para
possíveis civilizações que escondam suas investigações, por razões
descritas mais abaixo neste artigo. A terceira lei de Clarke sugere que uma
civilização alienígena muito mais avançada poderia usar meios de
investigação ainda não concebíveis pelos humanos.
Estruturas avançadas de escala estelar
Para mais informações, veja: esfera de Dyson, escala de Kardashev, disco de
Alderson, cérebro Matrioshka e motor estelar
Uma variante da especulativa esfera de Dyson. Estruturas de grande escala como esta
alterariam drasticamente o espectro de uma estrela.

Em 1959, Freeman Dyson observou que civilizações humanas em


desenvolvimento constantemente aumentam seu consumo de energia e,
teoricamente, uma civilização de idade suficiente iria precisar de toda a
energia produzida pela sua estrela. A esfera de Dyson foi um experimento
mental que ele supôs como uma possível solução: uma concha ou nuvem
de objetos circulando uma estrela para captar o máximo possível de sua
energia. Tal feito da astroengenharia iria alterar drasticamente o espectro
observável da estrela envolvida, mudando a sua linha de emissão normal
de atmosfera estelar para a de um corpo negro, provavelmente com um
pico no infravermelho. Dyson especulou que civilizações alienígenas
avançadas poderiam ser encontradas examinando-se o espectro das
estrelas, à procura de tal alteração.[33]
Desde então, várias outras megaestruturas de escala estelar teóricas foram
propostas, mas a ideia central permanece a de que uma civilização
altamente avançada - tipo II ou maior na escala de Kardashev - poderia
alterar seu ambiente de forma suficiente para ser detectável de distâncias
interestelares.
Entretanto, tais construções podem ser mais difíceis de se detectar do que
se pensava originalmente. Esferas de Dyson podem ter espectros de
emissão diferentes dependendo do ambiente interno desejado; vida
baseada em reações de alta temperatura podem necessitar de um
ambiente de alta temperatura, gerando "radiação residual" no espectro
visível, não no infravermelho.[34] Adicionalmente, foi proposta uma variante
da esfera de Dyson que seria dificilmente observada a grandes distâncias;
um cérebro Matrioshka é formado por uma série de esferas concêntricas,
cada uma radiando menos energia por área do que sua vizinha interna. A
esfera externa da estrutura poderia estar com temperatura próxima à da
radiação de fundo interestelar, e portanto, se tornar praticamente invisível.
Houve tentativas prévias de localizar evidências de uma esfera de Dyson
ou outros artefatos de tipo II ou tipo III na escala de Kardashev que
alterariam o espectro de suas estrelas.[35][36] Estas inspeções ainda não
localizaram nenhuma evidência. Similarmente, observação direta de
milhares de galáxias não mostraram evidência explícita de construções ou
modificações artificiais.

Explicações teóricas para o paradoxo


Certos teóricos acreditam que a aparente ausência de evidência prova a
ausência de extraterrestres e tentam explicar o por que. Outros oferecem
possíveis cenários em que o "silêncio" pode ser explicado sem descartar a
possibilidade de vida extraterrestre, incluindo suposições sobre o
comportamento e tecnologia alienígenas. Cada uma dessas explicações
hipotéticas é essencialmente um argumento para a diminuição do valor de
um ou mais termos da equação de Drake. Os argumentos não são, em
geral, mutualmente exclusivos:. Duas ou mais hipóteses poderiam ser
válidas ao mesmo tempo.[37]
Poucas civilizações existem atualmente
Uma possível explicação é a de que a humanidade é a única (ou perto
disso) da galáxia. Muitas teorias deste tipo foram propostas, explicando
porque a vida inteligente pode ser rara ou de vida curta. As implicações
dessas hipóteses são examinadas como o Grande Filtro.[5]
Não houve o surgimento de nenhuma outra civilização
Para mais informações, veja: Hipótese da Terra rara

Aqueles que acreditam que a vida extraterrestre inteligente não existe


argumentam que as condições necessárias para a vida - ou pelo menos
vida complexa - evoluir são raras, ou mesmo presentes apenas na Terra.
Esta é conhecida como a hipótese da Terra Rara, que tenta resolver o
paradoxo de Fermi rejeitando o princípio da mediocridade, e afirmando que
a Terra não é típica, mas incomum ou até mesmo única. Enquanto a ideia
de que há uma única Terra tem sido historicamente aceita em discussões
filosóficas e religiosas, a hipótese da Terra Rara utiliza
argumentos estatísticos e quantificáveis para argumentar que vida
multicelular é extremamente rara no universo, pois planetas parecidos com
a Terra são extremamente raros ou muitas coincidências improváveis
convergiram para tornar a vida complexa na Terra possível. [38] É possível
que vida complexa evolua através de mecanismos diferentes daqueles
encontrados especificamente na Terra,[38] mas o fato de que durante a
história da vida na Terra apenas uma espécie desenvolveu uma civilização
capaz de viagens espaciais e tecnologia de rádio; ou mais basicamente,
ideias abstratas tais como música, arte ou religião dão maior credibilidade à
ideia de que civilizações tecnologicamente avançadas são raras no
universo.
Por exemplo, o aparecimento de inteligência pode ter sido um acidente
evolucionário. Geoffrey Miller sugeriu que a inteligência humana é o
resultado de uma seleção sexual bem sucedida, que toma rumos
imprevisíveis. Steven Pinker, em seu livro Como a mente funciona, alerta
que a ideia de que a evolução da vida (uma vez que tenha atingido uma
certa complexidade mínima) é obrigada a produzir criaturas inteligentes, se
baseia na falácia da "escada de evolução": Como a evolução não se
esforça por um objetivo mas apenas acontece, ela usa a adaptação mais
útil para um certo nicho ecológico, e o fato que, na Terra, ela levou a uma
inteligência capaz de linguagem apenas uma vez, sugere que essa
adaptação é raramente uma boa escolha e portanto não é, de nenhum
modo, um ponto necessário na evolução de uma árvore da vida.
Outra teoria deste tipo é a de que mesmo que as condições necessárias
para a vida sejam comuns no universo, o fenômeno de formação da vida,
um complexo conjunto de moléculas capazes de se reproduzir, de extrair
componentes básicos do ambiente, e de obter energia em uma forma que
possa ser utilizada para manter a reação, pode ser muito raro.
Adicionalmente, no percurso não direcional que levou da forma de vida
inicial até os humanos, outros acontecimentos de baixa probabilidade
podem ter acontecido, como a transição de células procarióticas para
células eucarióticas (com núcleo separado, organelas, especialização, e um
citoesqueleto permitindo à célula assumir diferentes formas) e a transição
de organismos unicelulares para organismos multicelulares, já que, pela
maior parte da história da Terra, houve apenas criaturas unicelulares.
E há vários outros pontos potencialmente importantes como, por exemplo a
transição de criaturas aquáticas para criaturas terrestres (que vivem em
terra) pode provavelmente depender de um satélite incomumente grande e
marés significantes.
Também é possível que inteligência seja comum, mas não civilizações
industriais. Por exemplo, a ascensão do industrialismo na Terra foi
propiciada pela presença de fontes de energia convenientes, tais como os
combustíveis fósseis. Se tais fontes de energia fossem raras ou não
existentes em outros lugares, então seria ainda mais difícil para uma
espécie inteligente avançar tecnologicamente até o ponto em que nós
possamos nos comunicar com eles. Ou, em um planeta aquático, onde as
criaturas inteligentes sejam parecidas com golfinhos, seria extremamente
difícil acender fogo e forjar metais.
Outra possibilidade é a de que a Terra é o primeiro planeta na Via Láctea
onde uma civilização industrial surgiu.[39] Entretanto, críticos notam que
muitos planetas parecidos com a Terra foram criados bilhões de anos
antes, então esta explicação requer rejeição ao princípio da mediocridade. [40]
Na medida em que a hipótese da Terra Rara privilegia a vida na Terra e os
seus processos de formação, ela é uma variante do princípio antrópico.
Esta posição filosófica se opõe não apenas o princípio da mediocridade
mas também o mais amplo princípio copernicano, que sugere que não há
posição privilegiada no universo.
Oponentes rejeitam ambos "Terra Rara" e o princípio antrópico como sendo
ambos uma tautologia - Se uma condição deve existir no universo para a
vida humana existir, então o universo atende a esta condição, já que a vida
humana existe - e um argumento não imaginativo. De acordo com essa
análise, a hipótese da Terra Rara confunde uma descrição de como a vida
na Terra surgiu com uma conclusão uniforme de como a vida deve surgir.
[41]
 Enquanto a probabilidade das condições específicas na Terra serem
amplamente replicadas em outros planetas é baixa, nós não sabemos quais
fatores são necessários para que a vida complexa evolua. [42][43]
A vida inteligente tende a se auto-destruir
"Argumento do Juízo Final" descreve que civilizações tecnológicas
geralmente, ou invariavelmente, se destroem a si mesmas antes ou pouco
depois de desenvolver tecnologias de rádio e viagem espacial. Possíveis
meios de aniquilação incluem guerra nuclear, guerra biológica ou
contaminação acidental, catástrofe nanotecnológica, experimentos de alta
energia,[Nota 4] uma super-inteligência mal programada ou uma catástrofe
malthusiana após a deterioração da ecosfera de um planeta. Esse tema
geral é explorado em ambos, na ficção e em teorizações científicas
convencionais.[44] De fato, há argumentos probabilísticos que sugerem que
a extinção humana pode ocorrer mais cedo do que tarde. Em 1966, Carl
Sagan e Iosif Shklovskii propuseram que civilizações tecnológicas tendem
a, ou se auto-destruírem um século após desenvolverem capacidade de
comunicação interestelar, ou controlar suas tendências auto-destrutivas e
sobreviver por bilhões de anos.[45] A auto-aniquilação também pode ser vista
em termos da termodinâmica: na medida em que a vida é um sistema
ordenado que pode se auto-sustentar contra a tendência à desordem, a
"transmissão externa", ou fase de comunicação interestelar, pode ser o
ponto em que o sistema se torna instável e se auto-destrói. [46]
A partir de uma perspectiva darwinística, a auto-destruição seria um
resultado paradoxal do sucesso evolucionário. A psicologia
evolucionária que se desenvolveu durante a competição por recursos
escassos pelo curso da evolução humana tornou as espécies agressivas e
dirigidas pelo instinto. Estes fatores compelem a humanidade a consumir
recursos, estender sua longevidade e a se reproduzir - em parte, os
mesmos motivos que levaram ao desenvolvimento de sociedades
tecnológicas. Para alguns cientistas parece provável que a vida inteligente
extraterrestre evoluiria de uma maneira parecida e portanto, enfrentaria as
mesmas possibilidades de auto-destruição. Mesmo assim, para fornecer
uma boa resposta ao paradoxo de Fermi, auto-destruição por espécies
tecnológicas teria que ser uma ocorrência quase universal.
Este argumento não requer que as civilizações se destruam completamente
mas apenas que se tornem mais uma vez não tecnológicas. Em outras
palavras, a espécie poderia persistir e até mesmo prosperar de acordo com
padrões evolucionários, que tem como único objetivo gerar descendência -
e não o "progresso", seja em termos tecnológicos ou mesmo de
inteligência.
A vida inteligente tende a destruir as outras
Para mais informações, veja: singularidade tecnológica

Outra possibilidade é que uma espécie inteligente além de um certo ponto


de capacidade técnica destruíria as outras espécies inteligentes que
encontrasse, como é exemplificado pela proposta exterminação de
Neanderthals pelo homem primitivo. A ideia que alguém, ou alguma coisa,
está destruindo vida inteligente no universo é bem explorada na ficção
científica[Nota 5] e a literatura científica.[3] Uma espécie pode empregar a
exterminação por motivos expansionistas , paranóia ou simples agressão.
Em 1981, o cosmologista Edward Harrison argumentou que tal
comportamento seria um ato de prudência: uma espécie inteligente que
tenha superado sua própria tendência anti-destrutiva pode ver outras
espécies inclinadas à expansão galática como um tipo de vírus. [47] Também
foi proposto que uma espécie alienígena bem sucediada seria
um superpredador, como é o Homo sapiens.[48]
Esta hipótese requer que pelo menos uma outra civilização tenha surgido
no passado, e a primeira civilização não teria encontrado este problema.
[49]
 Igualmente à exploração, o extermínio de outras civilizações poderia ser
feito com o uso de veículos espaciais auto-replicantes. Em tal cenário, [Nota
5]
 mesmo que a civilização que criou tal máquina desparecesse, as sondas
poderiam viver mais que seus criadores, destruindo outras civilizações por
um longo período de tempo.
Teoria da inflação e o argumento da juventude
O cosmologista Alan Guth propôs uma solução envolvendo multi-universos
para o Paradoxo de Fermi. De acordo com esta teoria universos jovens
ultrapassam em muito os universos velhos (por um fator de e 10  para cada 37

segundo de idade). Portanto, universos com civilizações terão quase


sempre apenas uma, a primeira a se desenvolver. [50]
Eles existem, mas nós não vemos as evidências
Teorias deste tipo dizem que civilizações tecnológicas extraterrestres
existem, mas os humanos não conseguem se comunicar com elas devido à
restrições: problemas de escala ou de tecnologia; porque elas não querem
se comunicar ou porque sua natureza é muito diferente da nossa para
permitir qualquer comunicação significativa ou, talvez, mesmo para ser
reconhecida como tecnologia.
Comunicação é impossível devido a problemas de escala
Para mais informações, veja: Relatividade da simultaneidade
Civilizações inteligentes estão muito separadas, no espaço ou no tempo

Concepção artística da sonda Terrestrial Planet Finder, feita pela NASA.

Pode ser que civilizações alienígenas capazes tecnologicamente existam,


mas estejam muito distantes uma da outra para qualquer comunicação
significativa.[51] Se duas civilizações estão separadas por vários anos-luz de
distância, é possível que uma das, ou ambas as, culturas se tornem
extintas antes que qualquer diálogo significativo seja estabelecido. Buscas
humanas podem ser capazes de detectar sua existência, mas comunicação
permanece impossível devido à distância. Este problema pode ser
diminuído se o contato/comunicação é feito através de uma sonda de
Bracewell. Neste caso pelo menos uma das civilizações obteria informação
significativa. Alternativamente, pode acontecer de uma civilização
simplesmente transmitir seu conhecimento e deixar a cabo do receptor
interpretar as mensagens, de maneira similar à transmissão de informações
de civilizações antigas para o presente,[52] e a humanidade empreendeu
atividades similares, como a mensagem de Arecibo, que transmitiu
informações sobre a espécie humana mesmo que a humanidade nunca
receba uma resposta. Também é possível que evidências arqueológicas de
civilizações passadas possam ser detectadas através de uma exploração
espacial mais profunda - especialmente se eles deixarem para trás
estruturas grandes como as esferas de Dyson.
O problema da distância é formado pelo fato que escalas de tempo
propiciando uma "janela de oportunidade" para detecção ou contato podem
ser muito pequenas. Civilizações avançadas podem surgir e desaparecer
periodicamente por toda a galáxia, mas este pode ser um evento
relativamente tão raro que as chances de duas ou mais civilizações
existirem ao mesmo tempo são baixas. Pode ter havido vida inteligente na
galáxia antes do surgimento de vida na Terra, e outras podem surgir após
sua extinção, mas é possível que os seres humanos sejam a única
civilização inteligente em existência neste momento. [Nota 6]
Um argumento relacionado afirma que outras civilizações existem, e estão
transmitindo e explorando, mas seus sinais e sondas simplesmente ainda
não chegaram.[53] Críticos, entretanto, afirmam que isto é improvável, já que
necessitaria que o avanço da humanidade ocorresse em um ponto muito
especial no tempo, enquanto a Via Láctea está em um estado de transição
de vazia para cheia. Esta é apenas uma pequena fração do tempo de vida
de uma galáxia e a probabilidade de que nós estejamos no meio desta
transição é considerada baixa no paradoxo.[54] Trabalhos na teoria
do neocatastrofismo, onde dinâmicas galáticas são frequentemente vistas
como possivelmente perigosas às biosferas existentes de um modo que é
análogo às catástrofes geológicas e climatológicas que ocasionalmente
impediram o desenvolvimento biológico na Terra, podem ser dados como
uma solução parcial, se não completa, ao paradoxo.
É muito caro se espalhar fisicamente pela galáxia
Para mais informações, veja: Projeto Daedalus, Projeto Orion e Projeto
Longshot

Muitas suposições sobre a habilidade de uma cultura alienígena de


colonizar outras estrelas são baseadas na ideia de que a viagem
interestelar é viável. Enquanto o entendimento atual das leis da física
descarta a possibilidade de viagem mais rápida que a luz, não há nenhuma
grande barreira teórica contra a construção de naves interestelares "lentas".
É possível, entretanto, que o conhecimento científico atual não seja capaz
de calcular corretamente os custos e viabilidade de tal colonização
interestelar. Barreiras teóricas podem não ser ainda entendidas e os custos
dos materiais e energia para tais empreendimentos podem ser tão altos que
torna improvável que qualquer civilização possa se dispor à tentá-los.
Mesmo que a viagem interestelar e colonização sejam possíveis, eles
podem ser difíceis, levando a um modelo de colonização baseado na teoria
da percolação.[55]. Nesses modelos de percolação, a colonização não ocorre
como uma difusão uniforme, mas sim como um fractal cheio de buracos
não colonizados. A explicação para o Paradoxo de Fermi seria que nós
residimos em um desses vazios não colonizados. Uma predição do modelo
é que, dado isso, não devemos ter civilizações adiantadas em nossa
vizinhança e buscas do tipo SETI podem estar fadadas ao fracasso [56].
Um argumento similar afirma que a viagem interestelar pode ser possível
mas é muito mais cara do que comunicação interestelar. Além disso, para
uma civilização avançada, a viagem poderia ser substituída por
comunicação, através de upload de mente e outras tecnologias similares.
[57]
 Portanto a primeira civilização pode ter explorado fisicamente ou
colonizado a galáxia, mas civilizações posteriores acham que é mais
barato, rápido e fácil viajar e conseguir informações contactando
civilizações já existentes, ao invés de explorar fisicamente ou colonizar a
galáxia eles próprios. Neste cenário, já que há pouca ou nenhuma viagem
física e comunicações diretas são difíceis de se ver exceto aos
destinatários da mensagem, várias civilizações tecnológicas estariam se
comunicando mas com poucos sinais visíveis de distâncias interestelares.
Os seres humanos não procuraram por tempo suficiente
A capacidade da humanidade de detectar e compreender vida
extraterrestre inteligente existiu por apenas um curto período de tempo, de
1937 em diante, se a invenção do radiotelescópio for considerada como a
linha divisória - além disso, a espécie humana, Homo sapiens é
geologicamente recente. Todo o período da existência humana até hoje
(em torno de 200 mil anos) é um período de tempo muito curto em uma
escala cosmológica, enquanto que as transmissões de rádio só começaram
a se propagar a partir de 1895. Assim, é possível que os seres humanos
não tenham procurado por tempo suficiente para encontrar outras
civilizações nem tenham estado em existência por tempo suficiente para
serem encontrados.
Há um milhão de anos atrás não havia nenhum Homo sapiens para um
emissário alienígena encontrar e quanto mais atrás no tempo se considera,
cada vez havia menos indicações de que vida inteligente se desenvolveria
na Terra. Em um universo grande e já antigo, uma espécie alienígena
poderia ter muitos planetas mais promissores para visitar e revisitar. Mesmo
que emissários alienígenas tenham visitado a Terra em tempos recentes,
eles podem ter sido interpretados por culturas humanas primitivas como
sendo entidades sobrenaturais.
Uma variação desse argumento diz que os homens não procuraram o
suficiente, independentemente do tempo de vida da espécie. [58]
A comunicação é impossibilitada por razões técnicas
Outras teorias ainda dizem que a vida extraterrestre não pode ser
encontrada devido à limitações em nossas tecnologias atuais e que, caso
haja melhorias significativas nas mesmas, o trabalho seria facilitado. As
teorias deste tipo estão listadas a seguir.
Os homens não estão ouvindo corretamente
Os programas de busca SETI são baseados em algumas suposições que
podem fazer os pesquisadores perderem sinais que estão presentes. As
buscas de rádio, por exemplo, não captariam feixes de dados
altamente comprimidos (que seriam praticamente indistinguíveis de "ruído
branco" para alguém que não entenda o algoritmo de compressão usado).
Extraterrestres também poderiam usar frequências que cientistas pensem
ser improváveis de carregar sinal, ou frequências que não consigam
penetrar na nossa atmosfera, ou mesmo estratégias de modulação que não
estão sendo pesquisadas. Os sinais poderiam estar em uma taxa de dados
muito rápida para nossos aparelhos eletrônicos manipularem ou muito
lentas para serem reconhecidas como tentativas de comunicação. Técnicas
"simples" de transmissão podem ser empregadas, mas enviadas de
estrelas fora da sequência principal, que são pesquisadas com prioridade
menor; os programas atuais assumem que a maioria da vida alienígena
estará orbitando estrelas parecidas com o Sol.[59]
O maior problema é o tamanho da área que precisaria ser analisada
(abrangendo todo o universo visível), a quantia limitada de recursos usados
para buscas e a sensibilidade dos instrumentos modernos. O SETI estima
que com um radio telescópio tão sensível como o de Arecibo, as
transmissões de rádio e televisão da Terra só seriam detectáveis à até 0,3
anos-luz de distância.[60] Claramente detectar uma civilização alienígena no
mesmo nível que a da Terra seria difícil. Um sinal é muito mais fácil de
detectar se a energia do sinal for focalizada em uma estreita faixa de
frequências e/ou dirigida a uma parte específica do céu. Tais sinais podem
ser detectados a uma distância variando de centenas até dezenas de
milhares de anos-luz de distância.[61] Isso significa que um detector deve
ouvir um intervalo apropriado de frequências e estar na região do espaço
para onde o sinal está sendo enviado.[62]
Para detectar civilizações alienígenas através de emissões de rádio,
observadores da Terra precisam de aparelhos mais sensíveis ou a
coincidência de alguns eventos casuais: que as emissões de rádio
alienígenas sejam muito mais fortes que a nossa; que as buscas SETI
estejam procurando nas frequências e regiões certas do céu; ou que
alienígenas enviem transmissões focalizadas (como as de Arecibo) para a
nossa direção geral.[62]

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