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ESTUDO DE CASO

AUDITÓRIO IBIRAPUERA

FICHA TÉCNICA: Auditório Ibirapuera

LOCAL: São Paulo, SP

PROJETO: 1954

CONCLUSÃO: 2005

ÁREA CONSTRUÍDA: 7,000 m²

ARQUITETURA: Oscar Niemeyer

LUMINOTÉCNICA: Peter Gasper

O Auditório Ibirapuera, concebido por Oscar Niemeyer, tem como foco os espetáculos
musicais e possui volumetria simples, dividida em três partes; com o foyer junto à entrada, na
parte mais baixa do volume, o conjunto palco e plateia ocupa a porção mais alta e o subsolo
abriga o bar, administração, escola de música e camarins. A monumentalidade do foyer em
conjunção com a escultura de Tomie Ohtake e a rampa sinuosa de acesso à plateia, está com
sua configuração espacial ovalada exemplificam bem os traços conhecidos do arquiteto. No
fundo da construção, uma porta com 20 metros de largura permite a utilização do palco para
plateia externa.

O subsolo também é dividido, entre duas partes. Uma delas, que abriga um bar e espaço para
reuniões, se encontra sob a área de entrada, parte onde a cobertura encontra o solo. A área
sob o foyer não possui subsolo, enquanto a outra parte fica sob a plateia e palco, aonde estão
a administração, uma escola de música, os camarins e a sede do Instituto Música para Todos.

ASPECTOS FUNCIONAIS:

Na entrada do auditório encontra-se o foyer, que além de reunir os visitantes na espera dos
espetáculos, divide o fluxo entre o acesso da plateia feita através da rampa e somente pelo
segundo pavimento, o acesso do bar e sala vip no subsolo além de acesso para os banheiros no
térreo, que em conjunto com espaços vazios, isolam a plateia e o palco do resto do edifício. O
palco é interligado aos camarins no subsolo e ao exterior, pelas saídas de emergência e pelo
acesso às áreas técnicas.

ASPECTOS ESTRUTURAIS:

Apesar da simplicidade do volume, a estrutura possui grandes vãos, uma vez que a cobertura
está apoiada nas laterais triangulares. Os únicos pilares situados no sentido transversal, no
miolo do volume, são duas peças que dividem o foyer e a plateia. Assim, no maior vão do
prédio, na extremidade do palco, há mais de 50 metros. As paredes laterais são duplas, com
vão de um metro, que possibilita esconder os pilares de contraventamento, possui função
acústica e constitui shaft para as instalações.

INSTALAÇÕES

A Labareda

Elevador para PNE

As ripas de madeira em todo o auditório beneficiam a acústica. Uma porta de 20m de largura
permite que o público assista o espetáculo do gramado.

As soluções técnicas são encontradas através da própria forma. Com paredes laterais duplas,
um metro de distância entre elas, não foi necessário criar vários shafts no interior do edifício,
liberando o espaço e localizando todos os dutos de instalações elétricas, hidráulicas e de
equipamentos especiais nas laterais do edifício, no espaço entre as paredes. Outra solução
interessante é a saída do ar-condicionado no foyer através de uma grande fresta entre o forro
e as paredes laterais.

EQUIPAMENTO:

Palco; Plateia; Elevadores; Elevador para PNE; Rampa de Acesso 52m; Boca de Cena: 28m 6m;
O Palco 37m 18,7m; Camarins; O Subsolo; Salas de Música; Área de convivência;
Administração; Sala VIP.

O auditório conta com equipamentos de acessibilidade, como os elevadores para portadores


de necessidades especiais, tanto na sua entrada com acesso ao bar no subsolo, quanto um
elevador PNE de menor tamanho junto ao palco. Rampas e elevadores de pequeno porte dão
acesso a área técnica para o carregamento e transporte de equipamento especializado,
dependendo das necessidades da situação. Uma espécie de contêiner técnico flutuante abriga
o equipamento de som e iluminação.

PLATÉIA:

A plateia possui dimensões incomuns: é larga e tem pequena profundidade com configuração
espacial ovalada. Entre a primeira e a última fileira existe uma distância de 16 metros e a boca
do palco possui 28 metros. O número de cadeiras por fileira é de no máximo 15 assentos,
cadeiras duplas e espaço para cadeirantes inclusos, com no máximo 8 fileiras criando blocos de
assentos. As paredes receberam acabamento de ripas madeira desencontradas.

PALCO

Caracterizado pela disposição frontal da plateia ao palco, o palco italiano, tipologia utilizado no
auditório, fica em um nível elevado, separado da plateia. Possui palco retangular, em forma de
caixa aberta na parte anterior, delimitada pela boca de cena e de bastidores laterais e
posteriores, definidos pelas cortinas, além de um espaço à frente da boca de cena, chamada
de proscênio. No fundo da construção, uma porta com 20 metros de largura e 6 metros de
altura permite a utilização do palco para plateia externa.

ACÚSTICA

Para entender o comportamento acústico, foram feitas simulações computacional e de


modelos físicos para testar a acústica do auditório, definindo assim as inclinações de paredes,
forro, revestimentos e posicionamento do sistema de som. As paredes laterais foram
projetadas para ajustar o volume da plateia e promover reflexões úteis entre plateia e palco.
Os lambris de madeira constituem um sistema de absorção e difusão de som com réguas de
topos diferentes e aberturas irregulares. O lambril é interrompido nas proximidades do palco
para criar um clima acústico vivo, como os músicos preferem. A porta que se abre para o
parque, e que chama a atenção, pesa mais de dez toneladas, devido à necessidade de
isolamento acústico.

Em ambientes abertos é necessário que o som seja dirigido e concentrado sobre a plateia, por
refletores chamados de concha acústica, devido à forma côncava. Para sua construção é
necessário levar em consideração a topografia, apresentando um plano inclinado para localizar
a plateia, o microclima, de preferência silencioso e desprovido de ventos. Os revestimentos
devem te relevado coeficiente de reflexão sonora, resistência à intempéries, estrutura rígida
monolítica evitando vibrações nas ligações.

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