O leão emprestou o seu bode à lebre para fazer companhia à sua cabra. Quando a cabra teve filhos, o leão reivindicou a posse dos cabritinhos. A lebre recorreu a um tribunal de animais para decidir a quem pertenciam os filhos. O tribunal esteve dividido até à chegada do cágado, que resolveu o caso afirmando que os filhos pertencem à fêmea que os pariu.
O leão emprestou o seu bode à lebre para fazer companhia à sua cabra. Quando a cabra teve filhos, o leão reivindicou a posse dos cabritinhos. A lebre recorreu a um tribunal de animais para decidir a quem pertenciam os filhos. O tribunal esteve dividido até à chegada do cágado, que resolveu o caso afirmando que os filhos pertencem à fêmea que os pariu.
O leão emprestou o seu bode à lebre para fazer companhia à sua cabra. Quando a cabra teve filhos, o leão reivindicou a posse dos cabritinhos. A lebre recorreu a um tribunal de animais para decidir a quem pertenciam os filhos. O tribunal esteve dividido até à chegada do cágado, que resolveu o caso afirmando que os filhos pertencem à fêmea que os pariu.
Adaptado para as Crianças por Ana Luísa Sousa Lourenço
Era uma vez uma lebre que tinha uma cabra e um leão que tinha um bode. A lebre foi, pois, ter com o leão e disse-lhe: - Irmão leão, empresta-me o teu bode, a fim de fazer companhia à minha cabra. E, quando a minha cabra tiver filhos, então devolver-te-ei o teu bode. O leão acedeu e a lebre levou o bode por uns tempos. Quando a cabrita deu à luz os cabritinhos, a lebre foi entregar o bode ao leão que, ao vê-lo só, perguntou então à lebre: - Tu, ó lebre, pediste-me o bode para que a tua cabra tivesse filhos, não foi? Pois se não fosse o meu bode a tua cabra não tinha tido os cabritinhos. Portanto, traz-mos cá, pois são filhos dele! A lebre respondeu: - Os filhos são da cabra. Puxando cada qual a razão para o seu interesse, nenhum deles se entendia e, então, a lebre lembrou-se de apelar para o tribunal dos anciãos: - Reunamos o conselho geral e lá se verá se os filhos pertencem ao macho ou à fêmea: ao bode ou à cabra. O leão concordou e a lebre dirigiu-se à assembleia. E este mandou juntar todos os animais poderosos para decidir o conflito. No dia marcado, compareceram os animais da floresta que, depois de informados do assunto que se ia discutir, deram os seus conselhos. E a lebre começou por defender a sua causa: - Anciãos amigos, eu, que tinha apenas uma cabra, fui ter com o leão, que tinha o bode. A minha cabra pariu os cabritinhos, e agora o leão diz que foi o bode que causou o parto e que, portanto…depois…por conseguinte…que os filhos são dele, quando quem os teve foi a cabra. O leão ripostou-lhe: - Os filhos pertencem ao macho, pois que, se o macho não tivesse aparecido lá, a fêmea nunca os teria! E, perante o seu raciocínio, o leão exigia os cabritinhos, enquanto a lebre protestava também. Divide-se o tribunal, discordam as opiniões, e é o animal mais poderoso e responsável quem decide: - O leão tem toda a razão, pois, se o bode não tivesse aparecido lá, a cabra nunca teria os cabritinhos! A lebre contestava o valor da decisão, baseando-se em que a assembleia não estava completa, porque faltava um elemento importante: - Esperamos pelo cágado, que é, que é ancião. - Se o cágado não aparece, vamos esperar por ele o dia inteiro? Mas, como havia bebida, sempre se resolveram aguardar a chegada do cágado! Mas o leão se fartou de esperar disse: - Acabou a questão, ó lebre, traz os cabritinhos! - De modo nenhum, pois que falta o cágado e devemos esperar por ele! E o cágado lá vinha com os seus vagares, sem pressa alguma. O leão, vendo-o assim, nesta lentidão, ficou muito zangado: - Estamos à tua espera desde manhã – disse o leão. O cágado, escondido na sua concha, fez sair a cabeça e respondeu-lhe, para se justificar do seu atraso:
- Vim mais tarde, porque me detive a assistir ao parto de
meu pai! Os animais troçaram do cágado e perguntaram, por sua vez: - Onde é que tu viste um homem a sofrer dores de parto? O cágado criticou dizendo: - E não é isso de que tratais? Então os animais ficaram envergonhados e disseram: - Isto era conversa, porque, de facto, quem tem os filhos é a fêmea! Ouvida a sentença, separaram-se os animais e a lebre ficou com os cabritinhos.