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MBA Projeto, Execução e Controle de Estruturas e Fundações

Princípios de Dimensionamento
em Estruturas Metálicas
(PDEM-Aula 2-RV15 | 7/11/2017)

Aula 2-3
Eduardo Bicudo de Castro Azambuja
(edazambuja@globo.com | 61 99645-0661)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Programação do curso

Sexta-feira Sábado Domingo

O aço e o processo Produtos siderúrgicos de Dimensionamento de


siderúrgico; aço; elementos comprimidos;
O uso do aço em Softwares para estrutura
Ações em edifícios de aço;
edificações; metálica;
Sistemas estruturais em Bases para projeto:
aço; critérios de segurança e
Sistema TRAME 4.2.1; estados limites;

Dimensionamento de
elementos tracionados;
Produtos Siderúrgicos de Aço

(Fonte: ABCEM - Revista Construção Metálica, Edição nº118, 2015)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço
O aço é produzido em uma grande variedade de tipos e formas,
cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais aplicações,
chapas, perfis, tubos ou barras.
As propriedades mecânicas dos aços são dependentes do teor de
certos elementos químicos, especialmente, do teor de carbono.
A quantidade de carbono presente no aço define sua
classificação. Os aços de baixo carbono possuem um máximo de
0,3% deste elemento e apresentam grande ductilidade. São bons
para o trabalho mecânico e soldagem, não sendo temperáveis,
utilizados na construção de edifícios, pontes, navios, automóveis,
dentre outros usos.
Os principais requisitos para os aços destinados à aplicação
estrutural são: elevada tensão de escoamento, elevada
tenacidade, boa soldabilidade e boa trabalhabilidade.
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Produtos Siderúrgicos de Aço
A adição de pequenas quantidades de certos elementos de liga, como o
cobre (Cu), o níquel (Ni) e o cromo (Cr), cria uma espécie de barreira à
corrosão do aço.
Esses tipos de aço, denominados PATINÁVEIS, quando expostos ao clima
desenvolvem uma camada compacta e aderente de proteção à corrosão
atmosférica.

(Fonte: DIAS, 2006)


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Produtos Siderúrgicos de Aço

Resistência à corrosão de um
aço patinável (ASTM A242) e
de um aço carbono comum
(ASTM A36) expostos às
atmosferas industrial
(Cubatão/SP), marinha
(Bertioga/SP), urbana (Santo
André/SP) e rural (Itararé/SP),
sendo a medida feita em
termos da perda de massa
metálica em função do tempo
de exposição em meses
(Fonte: PANNONI, 1987).
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Produtos Siderúrgicos de Aço

O aço carbono comum produziu um


grande volume de produtos de corrosão
e danificou a pintura, enquanto a
amostra de aço patinável permaneceu
com a camada de pintura íntegra,
continuando a oferecer proteção contra a
corrosão. Na região do corte, onde foi
alcançado pelo oxigênio e água
atmosféricos, o aço patinável produziu
um volume de óxidos consideravelmente
menor do que o que foi gerado sobre o
aço carbono, não chegando a destruir a
película (Fonte: PANNONI, 1987).
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Produtos Siderúrgicos de Aço

Escultura em aço tipo USI SAC 300


de autoria de Jorge dos Anjos,
com 12m de altura, localizada no
Instituto Federal de Minas Gerais,
Campus de Ouro Preto no Morro
do Cruzeiro (Fonte: AUTOR, 2015).
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Produtos Siderúrgicos de Aço

A morfologia da camada de ferrugem formada sobre um aço patinável é diferente daquela formada
em um aço carbono comum. Os aços patináveis desenvolvem uma fase amorfa rica em cobre,
fósforo, cromo e silício que isola o substrato metálico do ingresso de oxigênio e água. A ferrugem
formada sobre o aço carbono comum possui trincas macroscópicas que não impedem a entrada
desses dois componentes (Fonte: PANNONI, 1987).
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Produtos Siderúrgicos de Aço

A DUCTILIDADE é a capacidade do material se


deformar sob ação de cargas, tendo
importância porque conduz a mecanismos de
ruptura acompanhados de grandes
deformações, que fornecem avisos da atuação
de cargas elevadas. Pode ser medida pela
deformação unitária residual após a ruptura
do material.
FRAGILIDADE é o oposto de
ductilidade. Os aços podem ser tornar frágeis Representação gráfica das
pela ação de baixas temperaturas ambientes, propriedades do aço estrutural
ou efeitos térmicos localizados, como nas (DIAS, 2010).

ligações por solda elétrica.


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Produtos Siderúrgicos de Aço
A ELASTICIDADE de um material é a sua capacidade
de voltar à forma original após sucessivos ciclos de
carga e descarga. A deformação elástica é reversível,
ou seja, desaparece quando a tensão é removida.

Deformação PLÁSTICA é a deformação


permanente provocada por tensão igual ou superior
ao limite de escoamento do aço. A deformação
plástica altera a estrutura interna do aço,
aumentando sua dureza e o valor do limite de
resistência, porém reduzindo sua ductilidade.

A SOLDABILIDADE se refere a capacidade do aço de


ser soldado satisfatoriamente, sem dificuldades, sob Representação gráfica das
propriedades do aço estrutural
condições normais de fabricação. (DIAS, 2010).
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Produtos Siderúrgicos de Aço
Para a obtenção das propriedades mecânicas dos aços estruturais relacionadas ao comportamento
sob tensão normal, realizam-se ensaios de tração, à temperatura atmosférica, de corpos de prova
apropriados isentos de tensão residual.
Para uma mesma tensão, determinados materiais se deformam mais do que outros, o MÓDULO DE
ELASTICIDADE informa o quão deformável é um material.

Ensaio de
Tração

(Fonte: Fakury, 2016, página 13).


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Produtos Siderúrgicos de Aço
Nos perfis estruturais, as tensões normais residuais se originam do resfriamento do aço, passando da
temperatura de laminação ou soldagem com redução de volume e aumento de rigidez.
As partes da seção transversal com menor quantidade de material concentrado, passam da temperatura
de produção para a ambiente mais rapidamente que outras, que se resfriam primeiro e diminuem
livremente de volume, e quando enrijecidas, passam a resistir à diminuição daquelas que ainda
permanecem aquecidas.
Como consequência, quando o resfriamento é completado, aquelas partes que se resfriaram primeiro
ficam com tensões residuais de compressão, e as que se resfriaram mais tarde, com tensões residuais de
tração.

(Fonte: Fakury, 2016, página 31).


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Produtos Siderúrgicos de Aço
Embora o aço seja um material incombustível, suas principais propriedades mecânicas
diminuem bastante em temperaturas de incêndio, observa-se que a 600 °C a tensão de
escoamento e o módulo de elasticidade se reduzem a 50% e 30% dos seus valores à
temperatura ambiente.

Fator de redução da tensão de


escoamento e do módulo de elasticidade
dos aços estruturais com o aumento da
temperatura.
(Fonte: Fakury, 2016, página 9)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

✓ A resistência à ruptura dos materiais é medida em ensaios estáticos, quando as peças


metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número, pode haver
ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos.
Esse efeito denomina-se FADIGA do material.

✓ Essa propriedade é determinante no dimensionamento de peças sob ação de efeitos


dinâmicos importantes, tais como peças de máquinas e de pontes.

✓ A fadiga aplica-se a elementos estruturais de aço e ligações metálicas sujeitos ações com
grande número de ciclos, com variação de tensões no regime elástico cuja frequência e
magnitude são suficientes para gerar fissuras e colapso progressivo.

✓ Segundo a NBR 8800:2008, item K.2.6, nenhuma verificação de resistência à fadiga é


necessária se o número de ciclo de aplicações das ações variáveis for menor que 20.000
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Produtos Siderúrgicos de Aço
Um corpo de prova submetido à tensão de cisalhamento possui um diagrama de (tensão x
deformação) parecido com aquele relacionado às tensões normais de tração. A tangente
do ângulo de inclinação do segmento reto inicial denomina-se Módulo de Elasticidade
Transversal (G), cujo valor pode ser obtido pela seguinte equação:
𝐸
𝐺=
2 × 1 + 𝜈𝑎

A resistência ao escoamento por cisalhamento (fvy), varia entre a metade e cinco oitavos
da resistência ao escoamento à tensão normal (fy). É possível, no entanto, chegar
teoricamente ao seguinte valor, tradicionalmente usado em projetos estruturais:
1
𝑓𝑣𝑦 = × 𝑓𝑦 ≈ 0,60 × 𝑓𝑦
3

A resistência à ruptura por cisalhamento (fvu) situa-se entre dois terços e três quartos da
resistência à ruptura à tensão normal (fu). Por simplicidade e a favor da segurança, adota-
se fvu como igual a 60% de fu.
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Produtos Siderúrgicos de Aço
Para efeito de cálculo devem ser adotados, para os aços aqui
relacionados, os seguintes valores de propriedades mecânicas:

(item 4.5.2.9 da ABNT NBR 8800:2008)


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Produtos Siderúrgicos de Aço
Os aços estruturais mais comumente usados no brasil, em função da qualidade proporcionada pela
composição química, são classificados como aços-carbono e aços de baixa liga e alta resistência mecânica.
esses aços podem possuir resistência à corrosão atmosférica normal ou superior à normal. os aços-
carbono e os aços de baixa liga e alta resistência mecânica podem ser resistentes ao fogo.

Para assegurar a validade de determinadas prescrições relacionadas com questões de soldabilidade e


ductilidade, a ABNT NBR 8800:2008 exige que os aços estruturais possuam resistência ao escoamento (fy)
máxima de 450 MPa e a relação mínima entre as resistências à ruptura e ao escoamento (fu/fy) de 1,18.

Nos aços para perfis estruturais desginados pela ABNT NBR7007:2002 a sigla MR significa média
resistência mecânica, AR alta resistência mecânica e COR resistência à corrosão atmosférica.

Tabela de aços estruturais normatizados


pela ABNT NBR7007:2002
(Fonte: Fakury, 2016, página 13).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

A ABNT NBR 8800:2008 permite


o emprego de aços estruturais
de especificação norte-
americana ASTM (American
Society for Testing and
Materials).
Graus diferentes de um mesmo
aço indicam variações na
composição química, que
alteram suas propriedades
mecânicas e seu
comportamento, tornando-o
mais ou menos adequado para
determinadas aplicações.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço
Assim, as usinas siderúrgicas brasileiras produzem aços estruturais baseados em especificações
próprias que são utilizados com frequência nas construções.
Os valores das resistências ao escoamento e à ruptura dos aços estruturais são obtidos a partir de
ensaios, e são característicos, definidos como aqueles que têm uma probabilidade muito pequena,
que não supera 5%, de não serem atingidos em um dado lote de material. Na prática, as usinas
siderúrgicas ensaiam seus aços e costumam descartar os produtos que não atingem os valores
característicos especificados.

Tabela de aços estruturais desginados pelas usinas.


(Fonte: Fakury, 2016, página 18).
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Produtos Siderúrgicos de Aço
Características do aço ASTM A500 Graus A, B e C, conforme a NBR
8261:2010, Tubos de aço-carbono, formado a frio, com e sem solda, de seção
circular, quadrada ou retangular para usos estruturais.
Aços estruturais especificados pela Usiminas
(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 9/7/2016 ).
Aços estruturais especificados pela Usiminas
(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 9/7/2016 ).
Aços estruturais especificados pela Usiminas
(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 9/7/2016 ).
Aços estruturais especificados pela Usiminas
(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 9/7/2016 ).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 2/8/2014 ).


(Fonte: http://usiminas.com/ acesso em 2/8/2014
).

Espessuras Padrão de Chapas Finas (SILVA, 2010)


Espessuras Padrão de Chapas Grossas (SILVA, 2010)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Os perfis laminados são aqueles


obtidos por meio de uma
transformação mecânica de
metais chamada laminação.
Nesse processo, a forma de um
corpo metálico é alterada para
torná-lo adequado a
determinada aplicação.

(Fonte: Fakury, 2016, página 24-26).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais laminados Gerdau tipo I e H Estacas de Perfis


(Fonte: www.comercialgerdau.com.br acesso em 2/8/2014). Laminados Gerdau
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Produtos Siderúrgicos de Aço
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Os perfis soldados mais comuns


são os I ou H, constituídos por
três chapas cortadas nas
dimensões apropriadas, no Brasil
são prescritos pela norma ABNT
NBR 5884:2005, que, além de
fixar requisitos para fabricação,
os divide nas quatro séries de
dimensões padronizadas, CS, VS,
CVS e VSM, e cobre também os
perfis soldados I e H de
dimensões quaisquer,
subdivididos nas séries PS e PSM,
permitindo ao projetista da
estrutura, portanto, total
(Fonte: Fakury, 2016, página 29).
liberdade.
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Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais soldados tipo VS, CS e CVS


(Fonte: http://www.perfilsoldado.com.br/ acesso em 2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais soldados tipo VS, CS e CVS


(Fonte: http://www.perfilsoldado.com.br/ acesso em 2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Cálculo de equivalência
de perfis soldados para
laminados Gerdau
(Fonte:
http://www.gerdau.com.
br/ acesso em
17/6/2017).

Equivalência de
Perfis Laminados
Gerdau
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais dobrados à frio


(Fonte: http://www.gravia.net.br/
acesso em 2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais
dobrados à frio
(Fonte:
http://www.gravia.
net.br/
acesso em
2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

(Fonte: Dias, 2006)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Tubos Industriais Vallourec (Fonte: http://www.vmtubes.com.br/


acesso em 2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Tubos Industriais Vallourec


(Fonte: http://www.vmtubes.com.br/ acesso em 2/8/2014).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

(item A.3 e A.4 da ABNT NBR 8800:2008)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

(Fonte: http://www.ciser.com.br/ acesso em 2/8/2014).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

(Fonte: http://www.ciser.com.br/ acesso em 2/8/2014).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço
Tabela de cargas admissíveis (daN/m2)

Lajes Metálicas Compostas da Perfilor


(Fonte: http://www.perfilor.com.br/ acesso em 18/8/2017)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Produtos Siderúrgicos de Aço

Perfis estruturais Modelo de composição de laje tipo “Steel Deck” (Fonte: Autor)
de Aço
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Sistemas estruturais em aço: ATIVIDADE 3

Montar o modelo nos planos


longitudinal e transversal da
estrutura ao lado, utilizando o
sistema TRAME 4.2.1 de análise
estrutural e os seguintes perfis
laminados de aço da Gerdau, com o
uso de aço ASTM A572 Gr50:
a) Pórtico ... W410x60;
b) Vigas Secundárias ... W310x28,3;
c) Contraventamento ... W150x13;
d) Tirante ... W150x13.
Ações em edifícios de aço
“Quando forem previstas paredes divisórias, cuja posição não esteja
definida no projeto, o cálculo de pisos com suficiente capacidade de
distribuição transversal da carga, quando não for feito por processo
exato, pode ser feito admitindo, além dos demais carregamentos, uma
carga uniformemente distribuída por metro quadrado de piso não
menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta,
observado o valor mínimo de 1,00 kN/m2.”
(NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, item 2.1.2)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço
Estudo de Arquitetura
Definição de Dados

adequar
A elaboração de um projeto
Arranjo Estrutural
estrutural pode ser dividida
em etapas distintas, porém,
que ser relacionam durante Pré-Dimensionamento
todo o seu desenvolvimento:
• Definição de dados e Definições Ações
concepção estrutural;
• Pré-dimensionamento; Verificação
• Análise estrutural;
• Verificação; não
• Detalhamento; Atende
• Emissão dos desenhos;
sim
Etapas do projeto.
Detalhamento (Fonte: Autor, 2014)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço
Os carregamentos que atuam na estrutura de uma edificação
podem ser classificados em:
• AÇÕES PERMANENTES, aquelas invariáveis durante a vida
útil da estrutura e relacionadas como o peso próprio de
materiais, instalações ou equipamentos fixos;
• AÇÕES VARIÁVEIS, são decorrentes do uso da edificação,
ação de vento ou variação de temperatura;
• AÇÕES EXCEPCIONAIS, aquelas de baixa probabilidade de
ocorrência, mas incluem grande intensidade, tais como
explosões, choques de veículos e abalos sísmicos.

(Fonte: SILVA, 2010).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço

Variação das ações no decorrer do tempo (Fonte: PFEIL, 2009).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: NBR 6120

A NBR 6120 – Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações


fixa as condições exigíveis para a determinação dos valores das cargas que
devem ser consideradas no projeto de estruturas de edificações, qualquer
que seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em normas especiais,
como a de vento.
A norma define carga ACIDENTAL como toda aquela que pode atuar
sobre a estrutura de edificações em função do seu uso. As cargas verticais
que se consideram atuando nos pisos de edificações referem-se a
carregamentos devidos a pessoas, móveis, utensílios, materiais diversos e
veículos, e são supostas uniformemente distribuídas, com valores mínimos
indicados.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: NBR 6120

(Fonte: Pantoja, J da Costa. Notas de aula)


NBR6120 – carga para o cálculo de estruturas de
edificações, valores mínimos de cargas acidentais
verticais decorrentes do uso;
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: NBR 6120
Essa norma ainda estabelece o peso específico
de alguns materiais e também que:

✓ as ações variáveis podem ser reduzidas nos


pilares e nas fundações de edifícios de vários
pavimentos para escritórios, residências e
casas comerciais não destinados a depósitos,
tendo por base a probabilidade reduzida de
todos os pavimentos estarem submetidos aos
valores estipulados dessas ações
simultaneamente;

✓ ao longo de parapeitos e balcões, deve-se


considerar a ação de uma força horizontal
linear de 0,8 kN/m na altura do corrimão e de (Fonte: Fakury, 2016, página 35).
uma força vertical linear mínima de 2 kN/m.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

O vento é produzido por diferenças de temperatura de


massas de ar na atmosfera, o caso mais fácil de identificar é
quando uma frente fria chega a uma determinada área e choca-
se com o ar quente produzindo vento, esse tipo de fenômeno
pode ser observado antes do início de uma chuva.
Não é uma ação preponderante em construções baixas
e pesadas com paredes grossas, porém em estruturas esbeltas
passa a ser uma das solicitações mais importantes a determinar
no projeto de estruturas. As considerações para determinação
das forças devidas ao vento são regidas e calculadas de acordo
com a NBR 6123/1988 - Forças devidas ao vento em
edificações.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

Pelo gráfico de isopletas é


possível obter a velocidade
básica do vento – V0 – para o
local da construção, definida
como sendo a velocidade de uma
rajada de 3 segundos, podendo
ser ultrapassada, em média, uma
vez em 50 anos, atuando a 10
metros acima do terreno, em
campo aberto e plano.

(Fonte: ABNT NBR6123:1988).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

(Fonte: Chamberlain, Zacarias - UFP)


Barlavento Sucção
Região de onde sopra o vento; Pressão efetiva abaixo da pressão
Sotavento atmosférica de referência;
Ação do Vento de

Região oposta aquela de onde sopra Superficial Frontal: Sucção em Estruturas

o vento, em relação a edificação; Superfície definida pela projeção


Sobrepressão ortogonal da edificação sobre um
plano perpendicular à direção da
Pressão efetiva acima da pressão edificação.
atmosférica de referência;
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: NBR 6120
O fluxo de ar sobre uma edificação de planta retangular pode causar sobrepressão na face
frontal ao vento (barlavento) e sucção na face oposta (sotavento) e nas demais faces,
inclusive na cobertura.

(Fonte: Fakury, 2016)

Além da pressão externa, o vento pode provocar pressão interna, que depende das
posições e das dimensões das aberturas. Essa pressão, na maioria das vezes, tem
intensidade suposta uniforme em toda a superfície interna da edificação e pode ter
sentido de sobrepressão ou de sucção.

(Fonte: Fakury, 2016)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

Vk é a velocidade caracterísitica usada em projeto, sendo que são considerados os


fatores topográficos (S1), influência da rugosidade (obstáculos no entorno da
edificação) e dimensões da edificação (S2) e o fator de uso da edificação que
considera a vida útil e o tipo de uso (S3). A velocidade característica pode ser
expressa como:

V k  V0  S 1  S 2  S 3
V0 : velocidade básica (m/s);
S1 : fator topográfico;
S2 : fator de rugosidade e dimensões da edificação;
S3 : fator estatístico.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento
O fator topográfico S1 leva em consideração as variações do relevo do
terreno (ABNT NBR6213:1988 Item 5.2):
(a) terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0;
(b) taludes e morros:
(c) Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção, S1=0,9;

(Fonte: Chamberlain, Zacarias - UFP)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

(Fonte: ABNT NBR6123:1988).


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação


da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da
edificação ou parte da edificação em consideração (item 5.3).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento
O fator S2 usado no cálculo da velocidade do vento em
uma altura z acima do nível geral do terreno é obtido pela expressão:
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

O fator estatístico S3 é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de


segurança requerido e a vida útil da Edificação (item 5.4).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento
A velocidade característica – Vk – permite determinar a pressão
dinâmica do vento (q) pela expressão:

Sendo: q em N/m2 e VK em m/s.


As forças devidas ao vento sobre uma edificação devem ser calculadas
separadamente para:
• elementos de vedação e suas fixações (telhas, vidros, esquadrias, painéis
de vedação, etc.);
• partes da estrutura (telhados, paredes, etc);
• a estrutura como um todo (global).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento
A força do vento depende da diferença de pressão nas faces opostas da parte da
edificação em estudo, os coeficientes de pressão são dados para superfícies
externas e internas.
Os coeficientes de pressão têm valores definidos para diferentes tipos de
construção na NBR6123, que foram obtidos através de estudos experimentais
em túneis de vento. A força devida ao vento em elementos ou partes da
estrutura pode ser expressa por:
𝐹 = 𝐶𝑝𝑒 − 𝐶𝑝𝑖 × 𝑞 × 𝐴
Onde (Cpe) e (Cpi) são os coeficientes de pressão de acordo com as dimensões
geométricas da edificação, (q) é a pressão dinâmica do vento e (A) é a área
frontal perpendicular a atuação do vento.
Valores positivos dos coeficientes de pressão externo ou interno correspondem
a Sobrepressões, valores negativos correspondem a Suções.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

Para edificações com paredes internas permeáveis, a pressão interna pode ser
considerada uniforme. Neste caso, devem ser adotados os seguintes valores
para o coeficiente de pressão interna cpi:
a) duas faces opostas igualmente permeáveis; as outras faces impermeáveis:
• vento perpendicular a uma face permeável: cpi = + 0,2;
• vento perpendicular a uma face impermeável: cpi = - 0,3;
b) quatro faces igualmente permeáveis: cpi = - 0,3 ou 0 (considerar o valor mais
nocivo);
Para edificações efetivamente estanques e com janelas fixas que tenham uma
probabilidade desprezível de serem rompidas por acidente, considerar o mais
nocivo dos seguintes valores: cpi = - 0,2 ou 0.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

NBR 6123:1988, Tabela 4 - Coeficientes de pressão externos


para paredes de edificações de planta retangular.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

NBR 6123:1988, Tabela 5 - Coeficientes de pressão externos


para telhados com duas águas, simétricos, em edificações de
planta retangular.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento
A força global do vento sobre uma edificação
é obtida pela soma vetorial das forças do
vento que aí atuam. A componente da força
global na direção do vento, força de arrasto
(Fa), é obtida por:
𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 × 𝑞 × 𝐴𝑒
Onde:
• Ca = coeficiente de arrasto;
• q = pressão dinâmica do vento
• Ae =área frontal efetiva: área da projeção
ortogonal da edificação, estrutura ou
elemento estrutural sobre um plano
perpendicular à direção do vento (área de
sombra).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: Vento

Os ensaios de edificações como


conhecemos hoje foram
revolucionados em 1959 por Jack E.
Cermak, quando montou um túnel de
vento de camada limite atmosférico,
na Colorado State University. A partir
dessa data, passou-se a estudar a
interação vento-estrutura em
edificações submetidas a um
escoamento turbulento, reproduzindo
as características do vento natural do
local da construção.

Túnel de vento do IPT, São Paulo/SP


(Fonte: Revista Construção Metálica, Edição nº 111-2013)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Ações em edifícios de aço: ATIVIDADE 4

Obter a ação do vento na estrutura


da edificação abaixo, através do
cálculo da força de arrasto,
conforme o item 6.3 da NBR
6123:1988 e de acordo com as
seguintes especificações da obra:
a) Localização:
SCLN 703 Bloco A – Brasília/DF;
b) Altura da estrutura:
H=9,5m;
c) Dimensões em planta:
a=7,5m x b=18,0m.
Bases para projeto: segurança e estados limites

Uma estrutura pode ser considerada segura quando existe


uma garantia de que durante sua vida útil não serão
atingidos determinados limites relacionados ao seu
desempenho.
Isto equivale a dizer que as respostas da estrutura, esforços
solicitantes, tensões e deslocamentos, em qualquer um dos
seus pontos, não podem ultrapassar determinados limites.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Entende-se por ESTRUTURA SEGURA aquela que atenda aos seguintes


requisitos intuitivos de segurança:
• durante a vida útil, a estrutura deve garantir a permanência das
características da edificação a um custo razoável de manutenção;
• em condições normais de utilização, a construção não deve ter
aparência que cause inquietação aos usuários, nem apresentar falsos
sinais de alarme que lancem suspeitas sobre sua segurança;
• em situações não previstas de utilização, a estrutura deve apresentar
sinais visíveis de advertência.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Para efeitos da NBR 8800:2008, devem ser considerados os estados limites últimos
(ELU) e os estados limites de serviço (ELS).
Os estados limites definem impropriedades para o uso da estrutura, por razões de
segurança, funcionalidade ou estética, desempenho fora dos padrões especificados
para sua utilização normal ou interrupção de funcionamento em razão da ruína de
um ou mais de seus componentes:
• Estados Limites Últimos (ELU): correspondentes à ruína de toda a estrutura, ou
parte dela, por ruptura, deformações plásticas excessivas ou por instabilidade;
• Estados Limites de Serviço (ELS): estados que, pela sua ocorrência, repetição ou
duração, provocam efeitos incompatíveis com as condições de uso da estrutura,
tais como, deslocamentos excessivos, vibrações e deformações permanentes.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

As condições usuais de segurança referentes aos ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS,


quando verificada isoladamente em relação a cada um dos esforços atuantes, são
expressas pela desigualdade:
𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑

As condições usuais referentes aos ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO são expressas por
desigualdades do tipo:
𝑆𝑠𝑒𝑟 ≤ 𝑆𝑙𝑖𝑚
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Distribuição de frequência da solicitação e da resistência.


(Fonte: Bellei, 2011)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que


possam produzir efeitos significativos para estrutura, levando-se em conta
estados limites últimos e de serviço.

• Incertezas relativas ao modelo


matemático usado na análise
estrutural;
• Incerteza relativa à execução da
estrutura;
• Incerteza relativa às dimensões das
seções transversais dos elementos
estruturais.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

O método dos estados limites utilizado para o dimensionamento de uma estrutura


de aço exige que nenhum ESTADO LIMITE aplicável seja excedido quando a
estrutura for submetida a todas as COMBINAÇÕES apropriadas de ações.
As ações devem ser ponderadas pelo coeficiente f, dado por:
𝛾𝑓 = 𝛾𝑓1 × 𝛾𝑓2 × 𝛾𝑓3
• f1 ... É a parcela que considera a variabilidade das ações;
• f2 ... É a parcela que considera a simultaneidade de atuação das ações;
• f3 ... É a parcela que considera possíveis erros de avaliação dos efeitos das
ações seja por problemas construtivos, seja por deficiência do método de
cálculo empregado, de valor maior ou superior a 1,10.
O produto f1 x f3 é representado por g ou q na Tabela 1 da ABNT 8800:2008 e o
coeficiente f2 é igual ao fator 0 da Tabela 2.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

NBR 8800:2008 Tabela 1,


Valores dos coeficientes de
ponderação das ações
g,q=f1 x f3
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

NBR 8800:2008 Tabela 2,


Valores dos fatores de
combinação 0 e de
redução 1 e 2, para as
ações variáveis.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Um carregamento é definido pela combinação das ações que tem probabilidades


não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um
período preestabelecido.
As combinações últimas normais decorrem do uso previsto para a edificação, dada
pela expressão:
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

As combinações de serviço são classificadas de acordo com a sua permanência na


estrutura em quase permanentes, frequentes e raras.
As combinações QUASE PERMANENTES são aquelas que podem atuar durante
grande parte do período de vida da estrutura, utilizadas para efeito de longa
duração e para a aparência da construção:
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

As combinações FREQUENTES são utilizadas para os estados limites reversíveis, que


não causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da
construção, tais como, vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos,
empoçamentos em coberturas e abertura de fissuras, dada pela expressão:

As combinações RARAS são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas
durante o período de vida útil da estrutura, utilizadas para os estados limites
irreversíveis, dada pela expressão:
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Resistência é a capacidade máxima de um elemento estrutural de suportar aos


efeitos de uma ação. Analogamente, é possível estabelecer modelos
probabilísticos e determinar valores de resistência nominais para as
propriedades mecânicas dos aços.

• incerteza relativa às
propriedades dos materiais;
• incertezas relativas ao
comportamento das peças em
cada tipo de colapso.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites
As resistências dos materiais são representadas pelos valores característicos (fk)
definidos como aqueles que, em um lote, tem apenas 5% de probabilidade de não
serem atingidos.
A resistência de cálculo (fd) de um material é definida como:
𝑓𝑘
𝑓𝑑 =
𝛾𝑚
Sendo m o coeficiente de ponderação da resistência dado por:
𝛾𝑚 = 𝛾𝑚1 × 𝛾𝑚2 × 𝛾𝑚3
Onde:
• m1 considera a variabilidade da resistência dos materiais envolvidos;
• m2 considera a diferença entre a resistência do material no corpo-de-prova e
na estrutura;
• m3 considera os desvios gerados na construção e aproximações de projeto.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

NBR 8800:2008 Tabela 3, Valores dos coeficientes de


ponderação das resistências m.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Tabela C.1
Deslocamentos Máximos.
Para os deslocamentos de
barras da estrutura e de
conjuntos de elementos
estruturais, incluindo por
exemplo, pisos,
coberturas, divisórias e
paredes externas, devem
ser seguidas as
prescrições do Anexo C da
NBR 8800:2008.
(h) Caso haja paredes de alvenaria sobre ou sob uma viga,
solidarizadas com essa viga, o deslocamento vertical também não
deve exceder a 15mm.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Deslocamentos verticais a serem considerados em vigas.


(Fonte: Fakury, 2016, Página 50)

No cálculo dos deslocamentos


verticais a serem comparados com os
valores máximos dados na Tabela C.1
da ABNT NBR8800:2008, pode-se
deduzir o valor da contraflecha da viga
até o limite do valor da flecha
proveniente das ações permanentes.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: segurança e estados limites

Nos pisos de edifícios, deve-se efetuar análise dinâmica para verificar a possibilidade de
ocorrência de VIBRAÇÕES EXCESSIVAS, pois causam sensação de desconforto nos ocupantes
que percebem o movimento da estrutura. A ABNT NBR 8800:2008 no seu Item L.3 sugere um
método simplificado, calculado com combinações do tipo frequentes, considerando:

✓ nos pisos em que as pessoas caminham regularmente, como os de residências e escritórios,


o deslocamento vertical máximo, deve ser menor que 20 mm;

✓ nos pisos em que as pessoas saltam ou dançam de forma rítmica, como os de academias de
ginástica, salões de dança, ginásios e estádios de esportes, o deslocamento vertical
máximo, deve ser menor que 9 mm, e, se a atividade for muito repetitiva, como a ginástica
aeróbica, esse valor deve ser reduzido para 5 mm.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Bases para projeto: ATIVIDADE 5
Obter as combinações de estados limites últimos (ELU) e de serviço (ELS),
considerando as opção Quase-Permanente.
Verifique o deslocamento máximo vertical da viga VM1.

Ações permanentes:
Peso próprio est ...... 2,40 kN/m
Peso próprio laje ... 12,00 kN/m
Pavim-Cobertura...... 7,20 kN/m
Vedação ................... 6,00 kN/m
Rev-Inst ... ................ 3,00 kN/m

Ação variável: decorrente do uso:


VM1 Mezanino ............ 12,00 kN/m;
Pav Superior ........ 12,00 kN/m;
Cobertura ........... 12,00kN/m.

Ação variável: vento 90 graus:


Ver desenho.
Dimensionamento de Elementos de Aço

“Não significa que uma estrutura correta seja


necessariamente bela, mas que a beleza
estrutural não pode existir sem a correção
estrutural.”
(Mario Salvadori)

(Passarela sobre o rio Engstligen, Robert Maillart, 1931, vão de 28m)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

São empregadas em
estruturas de aço como:
• tirantes;
• contraventamentos;
• travejamento de vigas e
colunas;
• barras de treliças;
• cabos e estais.

(Ponte Hercílio Luz, Florianópolis/SC, fonte: autor, 2013)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração
As peças tracionadas são barras prismáticas, constituídas de por seções simples ou
compostas, submetidas à força axial de tração, devendo ser atendida a condição:
𝑁𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑅𝑑 1 𝑒(2)

Onde:
• 𝑁𝑡,𝑆𝑑 é a força axial de tração solicitante de cálculo;
• 𝑁𝑡,𝑅𝑑 é a força axial de tração resistente de cálculo, sendo o menor dos valores
obtidos considerando-se os estados limites últimos de ESCOAMENTO DA
SEÇÃO BRUTA e de RUPTURA DA SEÇÃO LÍQUIDA EFETIVA.
A NBR 8800:2008, com a finalidade de reduzir efeitos de vibração, recomenda que
o índice de esbeltez máximo de barras tracionadas não supere o valor de 300:
𝐿𝑓 𝑘×𝐿
𝜆= = ≤ 300
𝑖𝑚í𝑛 𝑖𝑚í𝑛
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

✓ (Lt /r)x = L/rx (no plano das treliças, o


comprimento destravado é a distância
entre dois nós adjacentes);

✓ (Lt /r)y = 2L/ry (no plano


perpendicular às treliças, o
comprimento destravado é a distância
entre duas mãos-francesas adjacentes
ou entre apoio externo e mão-
francesa).

Fakury, Ricardo Hallal; Castro, Ana Lydia


Reis; Silva, Rodrigo Barreto Caldas.
Dimensionamento de elementos
estruturais de aço e mistos de aço e
concreto (Página 108).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

Nas peças tracionadas com furos, as tensões em regime elástico não são
uniformes, verificando-se tensões mais elevadas nas proximidades dos furos. O
escoamento da seção com furos conduz a um pequeno alongamento da peça e
não constitui um estado limite. Devido à ductilidade do aço, no estado limite as
tensões atuam de maneira uniforme em toda a seção da peça.

(Fonte: Pfeil, 2009)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração
a) Para escoamento da área bruta
𝐴𝑔 × 𝑓𝑦 𝐴𝑔 × 𝑓𝑦
𝑁𝑡,𝑅𝑑(1) = =
𝛾𝑎1 1,10
b) Para ruptura da seção líquida efetiva
𝐴𝑒 × 𝑓𝑢 𝐶𝑡 × 𝐴𝑛 × 𝑓𝑢
𝑁𝑡,𝑅𝑑(2) = =
𝛾𝑎2 1,35
Onde:
• Ag é a área bruta da seção transversal da barra;
• Ae é a área líquida efetiva da seção transversal da barra;
• Ct é o coeficiente de redução;
• An é a área líquida;
• fy é a resistência ao escoamento do aço;
• fu é a resistência à ruptura do aço.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

Em uma barra tracionada, a área líquida (An) é obtida subtraindo-se da área


bruta (Ag) a dimensão dos furos contidos em uma seção linear da peça.
No caso de furação em ziguezague, é necessário pesquisar diversos percursos
para encontrar a menor seção líquida.
Os segmentos enviesados são calculados somando-se um comprimento
𝑠2
reduzido dado por , onde “s” e “g” são, respectivamente, os espaçamentos
4𝑔
entre dois furos na direção da força e perpendicular à força de tração.

𝑁𝑡,𝑆𝑑 𝑁𝑡,𝑆𝑑

(Fonte: Pfeil, 2009)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

O furo padrão para parafusos comuns deverá ter uma folga de 1,5mm em
relação ao diâmetro nominal para permitir a montagem das peças.
Como o corte do furo danifica uma parte do material da chapa, considera-se
para efeito de cálculo da seção líquida um diâmetro fictício igual ao diâmetro do
furo acrescido de 2,0mm, ou seja:
𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑡í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 = 𝑑𝑛 + 1,5𝑚𝑚 + 2,0𝑚𝑚 = 𝑑𝑛 + 3,5𝑚𝑚
Assim, a área líquida An de barras com espessura de chapa “t” e furos pode ser
representada pela equação:
𝑠2
𝐴𝑛 = 𝑏 − ෍ 𝑑𝑛 + 3,5𝑚𝑚 + ෍ ×𝑡
4𝑔

(Fonte: ABNT NBR8800:2008, Figura 4)


Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Elementos Tracionados: ATIVIDADE 6
Verifique o dimensionamento da chapa do tubo industrial do DET-1, para o Estado Limite de
Ruptura da Área Líquida Efetiva, considerando o esforço de cálculo de 380,00 kN. Considere
todas as linhas de ruptura e o efeito do coeficiente Ct.

Detalhe do apoio da cobertura


Estação Barra Funda, São Paulo/SP
(Fonte: Autor, Abril/2017
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração
Uma barra tracionada, ligada com parafusos ou soldas, por apenas alguns dos elementos
componentes da seção transversal, fica submetida a uma distribuição de tensão não
uniforme na região da ligação. Isso ocorre porque o esforço tem de passar pelos elementos
conectados, que ficam submetidos a uma tensão média maior que a dos elementos não
conectados (elementos soltos).
Esse efeito se eleva à medida que o comprimento da ligação (lc) aumenta, e a distância do
centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligação (ec) diminui.

Fakury, Ricardo Hallal; Castro, Ana Lydia Reis; Silva, Rodrigo Barreto Caldas. Dimensionamento de
elementos estruturais de aço e mistos de aço e concreto (Página 102).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração
Quando a ligação de uma barra tracionada não é feita com todos os segmentos do
perfil, as tensões se concentram na parte conectada. Esse efeito é levado em conta
através de um coeficiente redutor da seção líquida (Ct):
𝐴𝑒 = 𝐶𝑡 × 𝐴𝑛
O coeficiente Ct tem os seguintes valores:
a) Nos perfis de seção aberta, sendo ec
a excentricidade do plano de ligação
e lc o comprimento efetivo da
ligação, definido como o
comprimento na direção da força do
cordão de solda ou a distância entre
o primeiro e o último parafuso na :
𝑒𝑐
𝐶𝑡 = 1 − ≥ 0,60 Ilustração dos valores de ec em seções abertas.
𝑙𝑐
(Fonte: ABNT:NBR8800 – figura 5)
OBS: Deve-se prever no mínimo 2
parafusos na direção da força.
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração
O coeficiente Ct tem os seguintes valores:
b) Para peças ligadas apenas por soldas
transversais, sendo “Ac” a área do
segmento ligado:
𝐴
𝐶𝑡 = 𝑐 ;
𝐴𝑔

c) Para chapas ligadas apenas por soldas


transversais, o coeficiente “Ct” dependo do
comprimento da solda “lw” e da largura “b”
da chapa:
𝐶𝑡 = 1,00 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑤 ≥ 2𝑏;
𝐶𝑡 = 0,87 𝑝𝑎𝑟𝑎 2𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 1,5𝑏; Ligações com solda
𝐶𝑡 = 0,75 𝑝𝑎𝑟𝑎 1,5𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 𝑏. (Fonte: Pfeil, 2009)
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Dimensionamento de elementos de aço: Tração

O coeficiente Ct tem os seguintes valores:


d) Nas barras com seções tubulares
circulares ligadas por uma chapa
concêntrica:
• Se o comprimento da ligação “lc” for
superior ou igual a 1,30 do diâmetro
externo da barra, Ct=1,00; Seção tubular circular.
• Se o comprimento da ligação for superior (Fonte: ABNT NBR8800:2008, Figura 8)
ou igual ao diâmetro externo da barra e
menor que 1,30 vezes esse diâmetro, como
na alínea (a).
Princípios de Dimensionamento em Estruturas Metálicas
Elementos Tracionados: ATIVIDADE 7
Verifique o dimensionamento do tirante TM1 para as combinações de Estados Limites
Últimos e de Serviço. Considere ligações com 4 parafusos de 16mm, conforme croqui abaixo.

TM1 TM1

VM1 VM1
PM1

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