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Uma quarentena de enganos, 4 anos!

Novembro de 2010, foi dia 4 de 2010, não sei bem se foi, estou a inventar, um segredo vou
desvendar para que todos possam escutar, e na memoria puderem guardar.

O que eu gostava de vos contar, era a vontade que sempre senti de ser líder, depois da
mocidade, pois temos tenra idade e essa vontade vai passando com a maioridade.

Pensando em voz alta…

Gostava e pegar numa associação e liderar, liderar uma equipa pronta para trabalhar, as
minhas ideias acompanhar, e símbolo da camisola dignificar.

Parecia que a noite nunca mais acabava. E até pensei já passaram 10 anos e até pensei, será
que sonhei.

Lembro-me de um convite que me fizeram para qualquer coisa e para coisa nenhuma. Sei que
lá havia, instalações antigas e mal amanhadas, essas mesmas instalações, os sócios tinham
deixado ao abandonadas, lembra-me também, que todos os anos que por ali passava se ouvia
a voz nos “cornetas” desreguladas, do senhor que na agremiação mandava. Era uma festa que
anunciava.

Por vezes passamos por sítios que dizemos: “dá-me a sensação que já estive aqui”.

Relatos fotográficos revelam que era uma instituição com muita vida. E foi construída.

Bem ou mal não interessa.

Não queriam continuar mais, e estavam a convidar-me a toda a pressa.

Entrei e não gostei do que vi e resolvi.

Pedi uma reunião de direção para explicar o plano de ação que assumi, de coração. Negociei
com parceiros e falei com encarregados de educação, e todos dizia coitado do professor João.
Uma das primeiras coisas que assinei, foi a chegada de uma modalidade diferenciadora, que
ninguém acreditava, e ninguém apostava nada. Todos diziam sem condições era rápido que
acabava. Mas não acabou, muitas alegrias amealhou, muitas medalhas conquistou.

Uma transformação profunda, desde a sala de espetáculos ao bar, passando pelo parque
infantil e os balneários, o sítio das rolas e dos canários, e aquela sala que ao meio tinha uma
funda. Estava tudo numa barafunda.

Ao crescer, voltamos a ter o reconhecimento de todos, voltei a devolver à associação a


confiança, trazendo a bonança.

Ainda não perdi a esperança, pensava ele na liderança, de um dia voltar a tentar conquistar
esse lugar de presidente, sem ninguém contestar.

Como é estranha a nossa mente, nasci para professor e não para ser presidente, senhor
contente!

Mas la continuou o sonho e até deputado eu cheguei. Cheguei? Não se cheguei a chegar!

Já nem sei se sonhei ou ainda estou a sonhar.


Foi engraçado e desvinculado de qualquer partido, era o principal inimigo. Mas era o meu
amigo, ali tao perto, que era o principal perigo.

Fui militante de base e fui demitido, e pensei mais uma porta se abre!

Quem as fechou todas foi aquele a quem chamavam de padre. Mas não era padre. Acho eu!

Não, não, eu é que pedi a demissão, criou uma maior tensão. Fui a votos e não ganhei a
eleição, toda a gente me cumprimentava, nos bastidores, mas não votaram no Joao. Havia
muita apreensão dos partidos ditos grandes em Portugal, estavam a ver que um inteligente
lhes fazia mal. E por um lado até fez, baralhou as contas a quem prometeu muito e nada fez.

E chegou o grande dia empossado deputado na vila que o acolhia. Num anterior mandato foi
vítima de racismo e xenofobia, diziam, “veio de outra terra a mandar com tanta alegria”,
ninguém la o queria e com razão ele estava no poder e os outros na oposição. Entre a política e
a associação, deixou um legado de muita e elevada expressão, muitos dirão que não, mas tem
que dar o braço a torcer e reconhecer, ainda arranjou emprego a pessoas, que nem lhe
souberam agradecer.

As minhas ideias nunca serviam para nada, não fosse eu tirar o protagonismo daquela
cambada.

Cambada de falsos que por tantos batalhei, e o meu esforço dediquei e muitas lagrimas chorei,
mas ainda vai ter que nascer alguém para fazer o que eu fiz, para tentar fazer esquecer, todo o
império que deu tanto trabalho a erguer.

Já nem me lembro de me lembrar por que algumas atitudes fizeram-me desesperar, mas agora
não, “estou-me bem a cagar”.

Acho que foi um sonho tudo que acabei de escrever. As pessoas são mesmo assim ingratas
enfim. Comparo estas minhas apetências com algumas coincidências com este momento.

Gostava de ser presidente da câmara e até ir ao parlamento, mas com este confinamento, não
vou poder ir, resta-me continuar a escrever sem de casa poder sair.

Esta situação que nos assombra é real e compara-se com as ideias do meu sonho ideal que
acaba por ser normal ser assim tao liberal.

O que não é normal é ter pensado e trabalhado tanto e as pessoas ainda me desejarem o mal.
Pegando no que correu menos bem, para enaltecer que a culpa foi minha e demais ninguém.
Estive sempre sozinho nas decisões ao fim de três anos das eleições, mas para as fitas cortar
apareciam todos para fazer grande figurões. Não se deixe enganar, é só ilusões.

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