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Regulamentação e políticas
em educação a distância
Bons estudos!
Sobre a autora
1 Fundamentos da EaD 9
1.1 Definição 10
1.2 Características 13
1.3 Ensinar e aprender 17
6 Atos autorizativos 81
6.1 Credenciamento 82
6.2 Autorização 86
6.3 Recredenciamento 88
7 Cultura avaliativa 95
7.1 Por que avaliar? 96
7.2 Comissão Própria de Avaliação (CPA) 99
7.3 Enade 103
1.1 Definição
Tecnologias Políticas
digitais públicas
EaD
Sociedade do
conhecimento
É importante que você tenha claro que a EaD não se diferencia, em sua essência, da
educação presencial, pois, do mesmo modo, ela se desenvolve baseada em três categorias
de gestão, a saber: acadêmica, de infraestrutura e pedagógica, que se organizam por meio
de um complexo sistema de necessidades singulares e integradas. Essa compreensão é or-
ganizada nos Referenciais de qualidade para a educação superior a distância, em oito categorias
(BRASIL, 2007, p. 8):
(i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
(ii) Sistemas de comunicação;
(iii) Material didático;
(iv) Avaliação;
(v) Equipe multidisciplinar;
(vi) Infraestrutura de apoio;
(vii) Gestão acadêmico-administrativa;
(viii) Sustentabilidade financeira.
Assim como na modalidade de ensino presencial, também a EaD exige planejamento,
desenvolvimento, coordenação e avaliação, com base nos objetivos e estratégias definidos
no plano do curso. Ou seja, a grande e principal diferença da EaD está na mediação edu-
cacional que exige diferentes mídias, as quais se encontram sustentadas pelas tecnologias
digitais. Esse modelo se aproxima do modelo didático-pedagógico aderente à sociedade do
conhecimento, em que o indivíduo assume o papel de protagonista na sua formação, e se
define pelas condições favoráveis à aprendizagem. O resultado é uma demanda ampliada,
o que faz essa modalidade educacional crescer a passos largos.
Diante das novas necessidades, a EaD constitui-se como prática educacional inovadora
e oportuna, que responde ao desenvolvimento atual. Esses são elementos que atraem nú-
meros bastante representativos de alunos em nossos dias. O censo da Associação Brasileira
de Educação a Distância “contabilizou 561.667 alunos [matriculados] em cursos regulamen-
tados totalmente a distância” (ABED, 2016, p. 37). Quando olhamos para os cursos livres,
corporativos e não corporativos, chegamos a números ainda mais representativos, expres-
sos em 2016 em 2.956.045 alunos. Dados como esses permitem aferirmos que a EaD tem
elementos que permitem atender a diferentes áreas do conhecimento e níveis de formação,
o que por sua vez exige a integração de diferentes práticas por meio da diversificação de
metodologias, visando atender de forma inclusiva boa parte da população.
À luz dessa discussão e de acordo com a legislação vigente e regulatória para oferta
da EaD no país, o Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017, entendemos a educação a dis-
tância como:
Art. 1o modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecno-
logias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de
acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvol-
va atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam
em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017)
Em outras palavras, a EaD é uma modalidade educacional, como política de acesso à
formação, definida como um processo inovador, na qual a mediação se consolida por meio
de diferentes mídias de acesso à construção do conhecimento. Utilizamos então práticas de
mediação para promover a reflexão e não nos limitarmos ao modelo tradicional de ensino,
que era baseado na transmissão de informação, ou seja, a distância não significa distante. Para
tanto, em pleno século XXI, entendemos que integrar mídias, apoiadas em tecnologias, é
fundamental para atender aos diferentes públicos que não podem estudar no modelo pre-
sencial. A EaD ganha abrangência justamente por ser uma solução educacional que acontece
de modo atemporal em termos de horário e traçado geográfico.
Entre as modalidades de ensino, a EaD teve um grande crescimento nos últimos anos
no Brasil, considerando as condições de acessibilidade e os diferentes níveis de formação, o
que inclui educação formal básica, superior e pós-graduação lato senso e stricto senso, além
de cursos livres. As novas exigências de conhecimento, decorrentes da sociedade moderna,
apontam para a necessidade de ampliação e flexibilidade de formação continuada, em que
os indivíduos buscam aperfeiçoamento para expandir seus horizontes educacionais e fun-
cionam também como um indicador da tendência dessa modalidade educacional.
Valente e Moran (2011) corroboram com nossa discussão apontando que a EaD atual-
mente deixou de ser uma modalidade complementar e assumiu um papel norteador de
significativas mudanças na educação em todos os níveis, para todos os públicos e ao longo
de toda a vida. Assim, podemos dizer que a EaD é uma forma de oportunizar o processo
1.2 Características
A história da educação em nosso país ocorreu de forma lenta e, somente a partir do sé-
culo XXI, o título acadêmico de educação superior deixou de ser um sonho e transformou-se
em realidade para muitos brasileiros. Para as classes menos favorecidas, o curso superior
significava ascensão social e, consequentemente, uma garantia de emprego. Para os mais
abastados, o aumento de prestígio era um dos grandes objetivos da formação. Embora fosse
o sonho de muitos, o curso superior no passado era realidade de poucos, pois apenas um
número reduzido de alunos conseguia viabilizá-lo. Nesse cenário, a EaD assumiu posição
de destaque ao atender a uma demanda reprimida desse acesso.
Podemos afirmar que vivenciamos, historicamente, diferentes desafios na arte de fazer
educação. Falamos em arte, pois no sentido epistemológico da palavra, esta deriva do latim
ars, que significa habilidade ou capacidade humana de fazer algo. Nesse sentido, podemos
dizer que educação é a arte de troca entre dois ou mais atores, o sujeito que ensina e o su-
jeito que aprende, e que deve se sustentar por uma relação de compromisso e curiosidade
em busca de saberes e conhecimento, a fim de oportunizar a construção, desconstrução e
reconstrução do conhecimento.
Mas, se educação é arte em seu sentido amplo, como podemos caracterizar a educação
a distância? Como arte, podemos caracterizá-la como atividade de oportunizar o ensinar
e o aprender por meio da mediação de saberes, utilizando tecnologias para promover a
oportunidade de aprendizado, contribuindo com a minimização das desigualdades sociais
e ampliando as oportunidades de desenvolvimento. Dessa forma, diferentes características
marcaram a evolução da EaD e favoreceram tanto o processo de formação quanto a promo-
ção de solução educacional no âmbito individual e organizacional. Soluções que foram da
mídia analógica sem interação à mídia digital, com interação em grande parte da proposta
do curso.
Comunicação Comunicação
passiva ativa
Observe que a EaD começou de maneira muito simples, pela disseminação da educação
em massa, que se dava por uma transmissão denominada radiodifusão, feita por emissoras
de rádio e TV. Marcaram esse momento inicial as ações do Instituto Universal Brasileiro, em
1941. Em 1961, tivemos o Movimento de Educação de Base (MEB), criado pela Confederação
Nacional de Bispos da Igreja Católica, com o apoio do Governo Federal. Em 1970, outra
ação foi realizada pelo Projeto Minerva, do MEC. Nessa época, a transmissão era feita por
meio de tecnologia de comunicação e o armazenamento do conteúdo elaborado era feito em
mídia impressa, fita cassete, entre outras, com o objetivo de estabelecer comunicação com o
aluno por meio do uso integrado de diferentes mídias.
Por volta de 1980, tivemos a teleconferência, uma forma de se comunicar por parabólicas,
a partir de um estúdio de TV em rede aberta. Era transmitido, geralmente, um momento de
debate, que permitia a participação do aluno desde que ele enviasse sua colocação via fax ou
telefone. Foi um movimento que integrou rádio, mídia impressa e TV.
Nos anos 1990, tivemos cursos apoiados em redes de conferências, conhecidas como
videoconferência, o primeiro meio de comunicação que mais se aproximou da realidade da
sala de aula tradicional, permitindo a interação pela transmissão simultânea de imagem e
som, ou seja, o professor pode falar, apresentar projeção em computador e o aluno, em seu
espaço, pode sanar dúvidas em tempo real.
Em meados dos anos 1990 e início dos anos 2000, tivemos a inovação da internet como
rede de comunicação que permitiu ao usuário interagir com mais flexibilidade. O uso dessa
Portanto, podemos dizer que ensinar e aprender a distância inclui diferentes inda-
gações que nos levam a discutir a essência do significado epistemológico dessas palavras,
como apresentado no Quadro 1.
Termo Definição
Verbo, procedente do latim, cujo significado remete à “transmissão de
Ensinar
conhecimento”.
Verbo, originário do latim, relacionado à ordem de “adquirir
Aprender
conhecimento”.
Palavra de origem latina, cujo entendimento está relacionado a “estar
Distância
afastado”.
Se ampliarmos essa reflexão, temos, como citamos no início deste capítulo, o processo edu-
cacional como arte das artes, cuja tarefa é complexa, pois deve se atentar não apenas a um su-
jeito, mas a todos os sujeitos envolvidos no processo. Alves et al. (2015) corroboram essa nossa
discussão ao trazerem como essencial a ação de ensinar no processo de aprender novos conhe-
cimentos. Para os autores, essa dinâmica se constrói com profissionais com múltiplos saberes,
competências e atitudes e pela congruência entre conhecimento específico, pedagógico e práxis.
A composição desse cenário de ensino e aprendizagem – tomando-se por referência a
exigência da sociedade contemporânea em que o contexto se altera constantemente – po-
demos pressupor que há um rompimento na concepção original desses termos, em que o
ensinar transcende a transmissão e o aprender não se limita à aquisição. E, ainda, distância
não significa necessariamente estar afastado. A nova concepção do fazer pedagógico possi-
velmente consolida-se por ter agentes ativos do conhecimento, sem papéis definidos e limita-
dos, mas sim atuando em papéis integrados e conectados por uma construção de saberes em
rede, em que a distância deixa de existir devido à conectividade e a sociedade evolui pelas
novas possibilidades.
Diante das inúmeras transformações impulsionadas pelo cenário dinâmico de uma cul-
tura digital, práticas educacionais motivadas pela democratização do ensino e aprendiza-
gem têm fomentado nos últimos anos um movimento em que ensinar e aprender se fazem
pela mediação e não pela transmissão de conteúdos, consolidando-se na internalização e
não na recepção passiva. Na educação a distância, para o ensinar e o aprender, professores
e alunos “dialogam, debatem, compartilham experiências, recebem orientações, superam
desafios e favorecem a interlocução entre a teoria e a prática” (BAXTO, 2012, p. 5).
Nesse sentido, queremos deixar claro que ensinar e aprender no século XXI é uma ta-
refa que exige medidas inovadoras no que diz respeito ao papel do aluno e do professor
com vistas a potencializar o processo de construção do conhecimento. Essas tarefas estão
Conclusão
Para isto, será preciso mudar as salas de aula como as compreendemos hoje no
Brasil. O acesso a informações e eventos on-line em tempo real amplia a concep-
ção de aula e de “sala de aula”. Integrada em todos os espaços, dentro e fora
da escola, as conexões podem reunir professores, alunos e quem mais estiver
envolvido no projeto educativo, em um mesmo espaço, virtual, independente-
mente de onde eles estejam fisicamente.
[...] A rede formada por alunos e professores pode ainda comentar todas as
produções, oferecer sugestões, avaliar, indicar pontos de melhoria e rever, mui-
tas vezes – dentro do tempo determinado – o que está sendo elaborado.
Atividades
1. Descreva com suas palavras o que significa educação a distância. Qual sua diferença
e semelhança com a educação presencial?
4. Considerando que EaD inclui alunos e professores num processo de ensino e apren-
dizagem, discorra como pode ser possível aproximar esses atores para que o ensino
a distância ocorra. A partir da sua resposta, descreva qual o significado da palavra
distância nesse contexto.
Referências
ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância (org.). Censo EAD.BR: relatório analítico da
aprendizagem a distância no Brasil 2016. Censo EAD.BR: analytic report of distance learning in Brazil
2016 [livro eletrônico/edição bilíngue]. Trad. Maria Thereza Moss de Abreu. Curitiba: InterSaberes,
2017.
ABMES – Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. Parecer CNE/CES n. 462/2017a.
Disponível em: <https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Parecer-CNE-462-2017-09-14.pdf>. Acesso
em: 3 fev. 2018.
______. Homologação do Parecer CNE/CES n. 462/2017b. Disponível em: <https://abmes.org.br/
legislacoes/detalhe/2267>. Acesso em: 3 fev. 2018.
ALONSO, K. M.; ROCHA, S. A. (orgs.). Políticas públicas, tecnologias e docência. Cuiabá: Central de
Texto; EdUFMT, 2013.
ALVES, C. M. T., et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
2015.
BAXTO, Welinton. Repensando a educação a distância e presencial: por uma educação tec-
nológica inclusiva. In: 18 CIAED – Congresso Internacional Abed de EaD: histórias, analíti-
cas e pensamento aberto, guias para o futuro da EaD. São Paulo: Pearson Education, 2012.
Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Welinton_Baxto/publication/273996442_
REPENSANDO_A_EDUCACAO_A_DISTANCIA_E_PRESENCIAL_POR_UMA_EDUCACAO_
TECNOLOGICA_INCLUSIVA/links/5511b1a90cf268a4aae8f98e/REPENSANDO-A-EDUCACAO-
A-DISTANCIA-E-PRESENCIAL-POR-UMA-EDUCACAO-TECNOLOGICA-INCLUSIVA.pdf>.
Acesso em: 3 fev 2018.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação na-
cional. Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>.
Acesso em: 3 fev. 2018.
_____. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. [Revogado pelo Decreto
n. 9.057 de 2017]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/
d5622.htm>. Acesso em: 3 fev. 2018.
______. Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de de-
zembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, maio 2017.
Resolução
1. Esperamos que você discorra sobre a educação a distância como modalidade educa-
cional, na qual o ensinar e o aprender são mediados por pessoas, processos e tecno-
logias de comunicação digital. A diferença essencial entre a modalidade a distância
e o modelo presencial está na perspectiva de que alunos e professores não precisam
estar no mesmo lugar, ou seja, a diferença não é a concepção do ensinar e aprender,
mas a possível flexibilidade na formação, mesmo que aluno e professor estejam em
lugares e tempos distintos.
2. Os três elementos que vimos aqui são: sociedade do conhecimento, políticas públicas
e tecnologias digitais. Com base nesse apontamento, esperamos que você discorra
sobre a EaD como “educação do futuro”, que, de posse desses elementos, destaca-se
como oportunidade de formação e desenvolvimento da sociedade.
3. Sua resposta deve considerar que a essência do fazer pedagógico se mantém tanto
em um curso a distância quanto no presencial. Ambas as modalidades convergem na
preocupação em definir práticas de ensino e meios de aprendizagem considerando o
perfil do aluno e os objetivos propostos no projeto do curso. Há que se deixar claro
que o fazer pedagógico da EaD deve potencializar a interação, prever a integração
de tecnologias digitais e a disponibilização do conteúdo em diferentes mídias, de
modo que um grande número de indivíduos, em suas diferenças, possa ter acesso à
formação de qualidade e à oportunidade de desenvolvimento continuado.
4. Sua resposta deve considerar que a EaD é uma modalidade educacional em que os
atores (alunos e professores) e as ações principais (ensinar e aprender) se mantêm.
O desafio está em aproximar esses polos, situação que é favorecida se fizermos
uso das tecnologias e mídias digitais para minimizar a distância, a qual, nesse
contexto, é considerada um elemento de flexibilidade geográfica e temporal, e não
de afastamento.
É por meio da educação continuada que acreditamos ser possível fomentar uma socie-
dade igualitária, colaborativa e sustentável. Nessa perspectiva, temos as políticas educacio-
nais, um campo dentro das políticas públicas sociais, cujo fundamento se baseia em ações
do governo que incidem diretamente no ambiente de ensino e aprendizagem e influenciam
a vida da sociedade. Essa abordagem não se limita ao ambiente escolar, mas compreende so-
cialmente diversos elementos articulados por um sistema maior – o da educação – incluindo
características sociais, econômicas, culturais e políticas. O que nos permite acrescentar que,
na qualidade de política pública social, a educação permite ações articuladas de cooperação
entre governo, empresas e sociedade, trazendo a visão do todo, de modo a garantir o direito
do indivíduo e assegurar o bem comum.
Tal razão permite compreendermos a política educacional como uma responsabilidade
complexa e singular, que emerge do Estado, ao mesmo tempo em que abarca os diversos in-
teresses do país. Historicamente o sistema educacional brasileiro é marcado por um contexto
de exclusão, com presença de fortes traços de desigualdade social que afetam diretamente o
desenvolvimento do sistema nos mais diversos níveis de formação. Nesse caminhar, vários
foram os agentes articuladores da sociedade que se uniram para lutar pela democratização
do ensino, gerando, por vezes, pressão aos governos, em suas respectivas épocas, numa luta
para que as políticas públicas educacionais sejam definidas em favor do povo brasileiro.
Consideramos que, para discutir a educação superior a distância, é preciso conhecer
brevemente a trajetória histórica do sistema educacional brasileiro, uma vez que é nesse
contexto mais amplo que ela se insere. Os primeiros movimentos educacionais datam do
ano de 1530, período pré-colonial, em um contexto onde tínhamos a educação indígena nos
moldes tribais, aqui no Brasil. Contudo, a educação como sistema formal e sistematizado de
transmissão de informação teve início em 1549 com a chegada dos jesuítas, que vieram para
a Colônia acompanhando o Governador Tomé de Souza. Os missionários jesuítas estrutu-
raram a educação visando à catequese do povo indígena, bem como a educação dos filhos
dos colonos. Foi apenas por volta de 1759, com a expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas
colônias (um movimento conduzido por Marquês de Pombal, com o objetivo de modernizar
o reino), que teve início o sistema laico e público de educação, ou seja, um modo de fazer
educação desvinculado da Igreja, apesar de se manter a disciplina de ensino religioso.
Nesse contexto, em 1772, aconteceu a implantação oficial do sistema público de ensino,
contudo, durante anos, negros e mulheres foram excluídos do sistema de educação.
Foi no século XIX, com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, que se consoli-
daram alguns sistemas educacionais, como a Escola de Medicina da Bahia e a Faculdade
Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, foram fundadas a Academia
Militar e a Escola de Engenharia. Em 1827, outras faculdades foram consolidadas, como as
de Direito em São Paulo e Olinda. Entre tantas que se destacaram, em 1909, houve a fun-
dação da Universidade de Manaus e, em 1912, a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Algumas dessas ações universitárias foram criadas como unidades independentes e só
Considerando a LDB/96 como a lei vigente, destacamos, no seu artigo 43, que a educa-
ção superior tem por finalidade:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I – estimular a criação cultural e
o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inser-
ção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da socie-
dade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desen-
volvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensi-
no, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que
vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conheci-
mento de cada geração;
VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular
os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabe-
lecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à di-
fusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa
científica e tecnológica geradas na instituição.
VIII – atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação bási-
ca, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesqui-
sas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem
os dois níveis escolares [...] por meio da educação a distância ou educação pre-
sencial [...]. (BRASIL, 1996)
Perceba que, apesar de as primeiras linhas de política educacional no Brasil remonta-
rem à década de 1930, foi somente por volta dos anos de 1960 e 1970 que tivemos um cresci-
mento de instituições de educação superior indicando a sua expansão no país. Inicialmente
o movimento foi marcado apenas como direito ao indivíduo, mas sem ação e incentivo claro
e objetivo. Após o grande impulso no crescimento de oferta de ensino superior no Brasil,
passamos por um período de redução, chegando até quase uma estagnação de novas ma-
trículas. Foi então que a partir da década de 1990 o ensino superior apresentou recuperação
acelerada, acompanhada da ampliação de vagas, incorporação de metodologias pedagógi-
cas alternativas, resultando assim em mudanças no perfil da população atendida, principal-
mente pelo contexto de oferta diversificada nas instituições privadas.
Especialização Mestrado
Doutorado
MBA
o
a
ad
m
fic
lo
rti
ip
D
Ce
A forte expansão da educação superior no Brasil foi obtida principalmente por meio
do aumento de oferta oportunizada pelas IES privadas, seja na modalidade presencial ou a
distância. O crescente acesso às tecnologias digitais, a necessidade de formação continuada,
a exigência de novos perfis profissionais frente a um contexto de globalização e interna-
cionalização impulsionaram esse movimento que exigiu políticas diferenciadas de acesso
e fomento para atender aos diferentes grupos sociais e às novas relações de formação. Esse
desafio constituiu-se em um movimento de democratização ao acesso à educação superior
assim como à criação de novas modalidades de ensino (como a educação a distância).
A consolidação do ensino superior no país destaca-se como condição favorável à in-
corporação de novos esforços e políticas, na última década. Tais práticas geraram novas
perspectivas que integram princípios de uma política que tem como objeto fomentar o en-
sino, a pesquisa e a extensão, viabilizando reformas necessárias para um desenvolvimento
sustentável, ações inovadoras e a integração dos pesquisadores e de sua produção científica
às redes mundiais.
Nesse contexto, destacamos a atualização da legislação pertinente à educação superior
a partir da LDB/96, os decretos e regulamentos dela decorrentes, a criação do novo Conselho
Nacional de Educação (CNE) e da respectiva Câmara de Educação Superior (CES), que deli-
berava sobre a autorização, reconhecimento e renovação de todos os cursos de ensino supe-
rior, bem como sobre a aprovação de estatuto e regimentos provenientes dessas instituições.
Todavia, a Medida Provisória 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, deixou a cargo do próprio
MEC manifestar-se quanto ao credenciamento, à avaliação e demais correspondentes, dire-
cionando-os às normativas vigentes. Estão excluídos dessa responsabilidade os cursos de
Direito e os da área da saúde (Medicina, Psicologia e Odontologia), os quais permanecem
sob as atribuições da Câmara de Educação Superior.
Nesse sentido, ressaltamos que o sistema de ensino superior é uma oportunidade de
desenvolvimento que se amplia a cada movimento da sociedade que caminha a passos bem
Conclusão
com vistas a atender os desafios do contexto social, político, econômico e cultural no qual a
formação está inserida. Diante dessa percepção e considerando a relevância dessa temática
dentro desta obra de regulamentação e política em EaD, convidamos você a conhecer uma
matriz curricular disponível no portal do MEC para os diferentes cursos.
Destacamos aqui o último curso que teve atualização nas suas diretrizes, a saber: o cur-
so de graduação em Farmácia, por meio da Resolução do Conselho Nacional de Educação
e Câmara de Educação Superior (CNE/CES) n. 6, de 19 de outubro de 2017. Para conhecer
as diferentes diretrizes, para os variados cursos, acesse o portal do MEC, disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12991>. Acesso em: 27 fev. 2018.
Observe a relevância das diretrizes para a qualidade e desenvolvimento do ensino superior.
Resolução n. 6, de 19 de
outubro de 2017
(BRASIL, 2017)
Art 3o [...]
Art. 20 [...] deve, ainda, contar com a infraestrutura geral e específica, dispo-
nível pela própria IES e/ou por convênios, que possibilite o desenvolvimento
pleno do PPC.
Atividades
1. As diretrizes curriculares têm por base a LDB de 1996, com vistas a nortear a organi-
zação e oferta para a educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, formação
profissional e ensino superior. As diretrizes têm força de lei enquanto os parâmetros
curriculares nacionais são apenas referências. A partir desse contexto e com base em
nossos estudos até aqui, defina as principais incumbências das diretrizes curricula-
res para o ensino superior.
sustentável. Diante desse contexto, por que não podemos nos limitar à formação do
ensino médio?
Referências
ALVES, C. M. T., et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
2015.
BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacio-
nal. Brasília, DF, dez. 1961. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/
lei-4024-20-dezembro-1961-353722-normaatualizada-pl.html>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do
ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF, nov.
1968. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540compilada.htm>. Acesso em:
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______. Lei n. 5.692, de 11 agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá
outras providências. Brasília, DF, ago. 1971. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/L5692.htm>. [Revogada pela Lei 9.394, de 20 dez. 1996]. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.
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______. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior – Sinaes e dá outras providências. Brasília, DF, abr. 2004. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Decreto n. 8.659, de 5 de abril de 1911. Aprova a lei Orgânica do Ensino Superior e do
Fundamental na República. Rio de Janeiro, RJ, abr. 1911. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/
legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8659-5-abril-1911-517247-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso
em: 6 fev. 2018.
______. Decreto n. 16.782-A, de 13 de janeiro de 1925. Estabelece o concurso da União para a difusão
do ensino primário, organiza o Departamento Nacional do Ensino, reforma o ensino secundário e o
superior e dá outras providencias. Rio de Janeiro, RJ, jan. 1925. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/d16782a.htm>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Decreto n. 19.402, de 14 de novembro de 1930. Cria uma Secretária de Estado com a de-
nominação de Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, nov. 1930.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19402-14-novembro-
-1930-515729-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Decreto n. 19.850, de 11 de abril de 1931. Crêa o Conselho Nacional de Educação. Rio de
Janeiro, RJ, abr. 1931. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-
-19850-11-abril-1931-515692-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 6 fev. 2018.
Resolução
1. Esperamos que sua resposta explique que as diretrizes têm força de lei e são de ex-
trema relevância para a oferta de cursos de qualidade, uma vez que elas norteiam
os eixos mínimos fundamentais de um determinado curso de modo a assegurar
uma formação comum ofertada por diferentes instituições de ensino superior. Es-
peramos que você perceba que é por meio das diretrizes, baseadas na LDB de 1996,
que se definem as áreas de competências a serem desenvolvidas e os contextos
práticos a serem aplicados, buscando promover dessa forma qualidade de oferta
nos cursos superiores.
2. Esperamos que nesta questão você reconheça a importância do ensino superior, con-
siderando que esse nível de ensino possibilita uma formação mais crítica e visa ao
desenvolvimento social, econômico e cultural, aumentando as oportunidades de tra-
balho, devido a uma maior qualificação. Além disso, os espaços das universidades
se constituem em verdadeiros laboratórios de incentivo a ideias inovadoras, poten-
cializadas pelo estímulo de uma nova forma de fazer educação, essencial ao mundo
contemporâneo, no qual as pessoas buscam continuamente por capacitação para que
estejam preparadas para as mudanças.
3. Esperamos que você disserte sobre a relevância das normativas e ações públicas
criadas não para engessar o sistema de consolidação de ensino e aprendizagem no
contexto das IES, mas como elementos diretivos que asseguram uma educação de
qualidade esperada de um curso oferecido nas mais diferentes instituições do país.
Neste terceiro capítulo, vamos apresentar ações e procedimentos que atendam aos
critérios legais da EaD. Essa discussão objetiva contribuir para que você possa debater
exigências, limites e potencialidades das políticas da regulamentação dessa modali-
dade educacional. Para promover essa discussão, vamos sistematizar as normativas
que regem a regulamentação de um curso na modalidade a distância. Vamos analisar
um documento relevante nesse contexto, os Referenciais de qualidade da educação a distân-
cia, documento que não é classificado como lei, mas tem força de diretriz. Preparado
para iniciar? Então bons estudos!
Vimos até aqui que a educação a distância não é nenhuma novidade no Brasil. Ela já é
oferecida no território brasileiro desde o século XIX, inicialmente por comunicações assín-
cronas, e vem sendo ressignificada nas últimas décadas, assumindo as práticas de comuni-
cação síncronas e integradas.
Se você está se perguntando o que é comunicação síncrona e assíncrona, veja a seguinte ex-
plicação. Na comunicação assíncrona, aluno e professor estão conectados em tempos distintos.
Geralmente, o aluno manda uma mensagem e, depois de algumas horas, o professor responde,
por exemplo, num fórum de discussão. Já a comunicação síncrona é em tempo real e, na EaD,
vem sendo potencializada pelo uso dos recursos digitais, de modo que se pode marcar um dia
e horário para estabelecer um chat ou uma videoconferência. Perceba que, na comunicação sín-
crona, o aluno e o professor, distantes ou não, realizam uma comunicação imediata.
A expansão do acesso aos recursos tecnológicos digitais nos últimos anos trouxe mu-
danças significativas na forma de se comunicar, no modo de fazer educação, nas formas
e vigências de trabalhos. É a cultura digital expandindo olhares e oportunidades frente à
convergência dos mais variados recursos tecnológicos disponíveis.
Paralelamente a essa realidade, no século XXI, a sociedade deixa de ter sua base somen-
te na produção industrial e descobre um novo fundamento na informação, transformando-
-se em uma sociedade do conhecimento. Nessa dinâmica, encontramos a urgência da for-
mação para competências. Tal realidade ampliou significativamente a necessidade de oferta
e procura pelo ensino superior. Frente a essa realidade, situações como a impossibilidade
de estar em uma sala de aula tradicional constituíram um cenário promissor para oferta e
aceitação da EaD.
Com todo esse movimento, a partir da década de 1990, grande parte das instituições de
ensino superior (IES) passou a planejar e desenvolver práticas de aprendizado a distância,
transpondo limites geográficos e temporais e conceitos pré-concebidos de que o ensinar e o
aprender só acontecem quando alunos e professores estão reunidos num mesmo ambiente
e num mesmo horário. Toda essa mudança passa a ser observada como uma oportunidade
de desenvolvimento da nova sociedade que vem se organizando, uma sociedade baseada no
conhecimento. Dessa forma, novas ações do Poder Público incentivaram o desenvolvimento
e a veiculação de programas de educação a distância e continuada, em todos os níveis e
modalidades de ensino. É nesse sentido que, no final do século XX e início do XXI, nos depa-
ramos com um expressivo crescimento na EaD que assume então status de Política Pública.
Uma medida bastante relevante para a sistematização da EaD foi o primeiro Plano
Nacional de Educação (PNE) aprovado – PNE 2001-2011, sob o número 10.172, de 9 de de-
zembro de 2001, que estabeleceu a EaD como a oportunidade para formação de professores
atuantes na rede, de modo que até 2011 todos tivessem licenciatura. Além disso, a modali-
dade foi apresentada como uma possibilidade de “atendimento nos cursos presenciais, re-
gulares ou de educação continuada [...], uma proposta de universalização e democratização
do ensino” (BRASIL, 2001).
Constituição
Federal
Leis ordinárias
Decretos
Portarias
IES
Seres Inep MEC
credenciada
Essa flexibilidade de acesso é uma das grandes potencialidades da EaD. Uma formação
que transcende limites geográficos e temporais e chega ao cerne do que é educar, ou seja,
uma formação integral e crítica do indivíduo, de modo que este possa interagir e participar
da sociedade a qual pertence.
Essa visão de educação como desenvolvimento de potencialidades tem também incen-
tivado associações e parcerias de interesse e fomento público e privado, fortalecendo movi-
mentos que buscam a institucionalização dessa modalidade educacional, principalmente no
âmbito público, no qual as ações ainda são em grande parte isoladas e ocorrem por meio de
projetos que possuem datas de início e fim bem definidas, comprometendo a sequência e a
qualidade de um trabalho.
Com vistas a atender às normativas da EaD e continuar buscando o desenvolvimento
de uma educação de qualidade, a partir de um conceito sistêmico que inclui instituições,
profissionais e alunos, definiu-se, em 2007, em versão atualizada e vigente, o Referencial
de Qualidade para o Ensino Superior a Distância. Apesar de não ser um documento com
valor legal, ele serve como um norteador que direciona questões diversas de administração,
arquitetura pedagógica, recursos pedagógicos, humanos e infraestrutura condizentes com
a discussão da ação educativa a distância. Para uma contribuição efetiva, o Referencial de
Qualidade traz a compreensão de oito categorias:
(i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
(ii) Sistemas de comunicação;
(iii) Material didático;
(iv) Avaliação;
(v) Equipe multidisciplinar;
(vi) Infraestrutura de apoio;
(vii) Gestão acadêmico-administrativa;
(viii) Sustentabilidade financeira. (BRASIL, 2007)
Preocupações nessas instâncias incentivam discussões e ações para ultrapassar limites
que a educação a distância, apesar de toda sua potencialidade, ainda enfrenta. E, nesse con-
texto, em 2014, tivemos o denominado Manifesto de Florianópolis, um documento que refletiu
sobre as potencialidades da EaD, com base no eixo “Potencial da EaD para a expansão da
oferta de vagas para Educação Superior pública, inovando, democratizando e interiorizan-
do o acesso ao ensino de qualidade”, com vistas a propor ações estratégicas para nortear a
expansão com qualidade dessa modalidade.
Esse manifesto foi uma ação realizada no XI Congresso Brasileiro de Educação Superior
a Distância (Esud), nos dias 5 a 8 de agosto de 2014, em Florianópolis, efetivado pelas ins-
tituições públicas do país e conduzido pelo Conselho de Representantes da Associação de
Universidades em Rede (UniRede). Nesse Congresso, além das potencialidades, também
ficaram manifestas, após longas discussões, diversas limitações, como a necessidade de:
• ação de expansão de oferta de vagas para educação superior pública, inovando,
democratizando e interiorizando o acesso ao ensino de qualidade;
Conclusão
Vimos neste Capítulo 3 que as ações públicas de educação na modalidade a distância, além
dos benefícios inerentes à população, apresentam-se com um referencial de estrutura e de qua-
lidade para a oferta dos diferentes programas e cursos das IES no país. Logo, podemos afirmar
que nesse cenário o cumprimento das atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento
visa zelar pela qualidade do ensino e cumprimento da legislação educacional vigente.
Destacamos, nesse sentido, que o sistema regulamentar e político da EaD está em cons-
tante mudança e adaptação, o que leva algumas pessoas a se sentirem inseguras em relação
ao sistema. Mas, por outro lado, isso pode ser visto como um aspecto promissor, já que o
fazer da educação caminha a passos largos e de mãos dadas com o desenvolvimento da so-
ciedade. Nesse sentido, identificamos que são diversos os órgãos envolvidos para assegurar
o aprimoramento da educação brasileira, como o MEC, o CNE, a Seres, a extinta Seed, entre
outras secretarias que integram as concepções e práticas das IES por diretrizes e normas vi-
gentes para a oferta de programas e cursos de educação superior na modalidade a distância.
A partir de uma perspectiva histórica e de uma contextualização sobre o cenário de
regulamentação e de políticas para a EaD no Brasil, podemos afirmar que o eixo de insti-
tucionalização, tema que discutiremos no Capítulo 10, vem se ampliando e rompendo com
formas muitas vezes fragmentadas ou paralelas ao ensino presencial. Essa compreensão é
indispensável para quem tem contato com a educação a distância, de modo a discutir exi-
gências, limites e potencialidades normativas da EaD.
Atividades
1. Vimos neste capítulo que as medidas normativas gravitam em torno da EaD e sua ex-
pansão. Esse sistema busca avaliar constantemente as medidas definidas com vistas
a ofertar uma educação de qualidade. As normativas são apontadas principalmente
para onde a EaD é o foco de concentração, ou seja, ensino superior. Das normativas
que vimos até aqui, discorra sobre a relevância ou limitação da Portaria n. 1.134, de
10 de outubro de 2016, que definiu que as IES podem integrar a oferta de disciplinas
na modalidade a distância à sua organização pedagógica nos cursos de graduação
presenciais, regularmente autorizados.
Referências
ALVES, C. M. T. et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
2015.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.
htm>. Acesso em: 7 fev. 2018.
______. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 12 jan. 2018.
______. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso em: 12 jan. 2018.
______. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior – Sinaes e dá outras providências. Brasília, DF, abr. 2004. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 7 fev. 2018.
______. Lei n. 11.502, de 11 de julho de 2007. Modifica as competências e a estrutura organizacional
da fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, de que trata a
Lei n. 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera as Leis n. 8.405, de 9 de janeiro de 1992, e 11.273, de 6 de
fevereiro de 2006, que autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes de pro-
gramas de formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Brasília, DF, jul. 2007.
______. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para educação superior a dis-
tância. Brasília, DF: agosto de 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legis-
lacao/refead1.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
CORREIA, R. A. R. Introdução à educação a distância. São Paulo: Cengage, 2016.
POZZO, J. I. A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento.
Revista Pátio, ano 8, 2004, p. 34-36, agosto/outubro, 2004. Disponível em: <http://www.udemo.org.
br/A%20sociedade.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
SILVA, A. R. L. S. (org.). Demandas para a educação a distância no Brasil no século XXI. Ponta Grossa,
PR: Atena Editora, 2017.
Resolução
1. Esperamos que você perceba a relevância da EaD no contexto da sociedade atual e
discorra sobre a possibilidade e o alcance educacional que a modalidade a distância
permite, não se limitando à sala de aula tradicional, na qual se tem horário e local de-
finidos. Observe que o sistema de normativas é constantemente alterado e este pode
ser compreendido de duas formas, a saber: como o desenvolvimento e a necessidade
de revisão continuada da regulamentação e das políticas públicas em educação a
distância (fator potencializador do caminho de desenvolvimento), bem como tam-
bém pode ser visto pela ótica da fragilidade na concepção da oferta que se apresenta
oscilante, alternando momentos de altos e de baixos, exigindo intensa revisão (fator
de atenção à necessidade de consolidação de políticas que versem sobre a realidade
brasileira por meio de uma educação de qualidade).
2. A resposta deve trazer uma reflexão sobre a expansão das políticas públicas e ini-
ciativas de regulamentação. As ações do governo e os números de formação e de
qualidade, nessa modalidade, apontam para um caminho que vem se consolidando
quantitativa e qualitativamente no Brasil. É importante que você reconheça que ini-
ciativas públicas ampliam as oportunidades de formação e precisam estar em cons-
tante movimento para chegar a uma proposta consolidada. É preciso “sair da caixa”,
pensar em ações abertas e flexíveis em busca de formação gratuita e de qualidade.
Nesse contexto, sugerimos que o seu pensamento concatene alguns elementos, a sa-
ber: mudança para inovar e planejamento, publicação e replanejamento de ações e
incentivo público.
3. Sua resposta pode discutir diferentes aspectos normativos que não podem ser estu-
dados de forma isolada. Por exemplo: quando falamos de expansão da EaD, integra-
mos esse fato à legislação como forma de garantir a qualidade das ofertas, evitan-
do-se que se tenha um crescimento desordenado sem os requisitos mínimos. E, ao
olhar regulamentações de incentivo à expansão, integrando elementos de qualidade
por meio de diretrizes e normativas definidas, temos ainda a potencialidade vista na
formação de um número maior de alunos, já que a EaD transcende limites temporais
e geográficos.
Neste capítulo, vamos ampliar nosso estudo sobre a legislação brasileira que trata
da EaD e conhecer as principais portarias normativas que intersectam essa modali-
dade educacional. Para iniciar nossa reflexão e discussão sobre o tema, vamos abor-
dar as diretrizes publicadas pelo Conselho Nacional de Educação e pela Câmara de
Educação Superior, as quais registram diferentes momentos da EaD no Brasil. Na
sequência, nossa reflexão será sobre os marcos regulatórios a nível nacional e estadual
que estimulam a disseminação dos cursos ofertados na modalidade a distância. Para
finalizar o estudo deste capítulo, a proposta é refletir sobre a menção feita à EaD na Lei
de Diretrizes e Bases.
4.1 Diretrizes
Qualificação profissional
Crescimento econômico
Com base nos fatores destacados, que envolvem diretamente a população e sua quali-
dade de vida, tornou-se necessário estabelecer bases legais que ofereçam suporte e orien-
tação quanto ao que deve ser cumprido nos cursos, de modo a oferecer uma formação de
qualidade, bem como estabelecer processos de regulação, supervisão e avaliação. Nesse
contexto, a partir da primeira publicação que cita a modalidade a distância, o art. 80 da Lei
n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, diversas diretrizes foram publicadas, especialmente
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pela Câmara de Educação Superior (CES).
Com base no que apresentamos no tópico anterior, as diretrizes que compõem a base
legal sobre a oferta e a regulamentação da EaD no Brasil estimulam e influenciam tanto as
instituições a promoverem cursos dessa modalidade, quanto a sociedade a buscar formação
e qualificação profissional. Dessa forma, temos uma rede de oportunidades que se cons-
trói para diversos sujeitos, seja por parte das instituições, pelo envolvimento de diferentes
profissionais que podem atuar e contribuir para a formação profissional e acadêmica dos
alunos, seja por parte dos alunos, que podem ampliar e construir conhecimentos.
Na legislação brasileira, a EaD teve menção direta na Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, conforme apresentado em seu art. 80.
Observe que alguns estados possuem mais de um documento que normatiza e promove
a expansão da EaD, inclusive com atualizações e revogações.
Com base nas diferentes publicações e suas atualizações sobre a EaD no país, é possí-
vel perceber que caminhamos a passos largos. É significativo considerarmos o avanço que
a EaD foi tendo na legislação, desde sua primeira menção na LDB, alterada pelo decreto
n. 5.622/05, o qual foi revogado, posteriormente, pelo Decreto n. 9.057/17. A partir dessa
mais recente publicação, temos indicativos da consolidação da EaD no Brasil, mas vamos
aprofundar nosso estudo sobre esse decreto no Capítulo 5. Neste momento, vamos dar con-
tinuidade à pesquisa sobre a evolução da legislação da EaD, refletindo sobre a LDB.
Nível de Artigo
Descrição
ensino mencionado
§ 4o O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino
Ensino
Art. 32 a distância utilizado como complementação da aprendi-
fundamental
zagem ou em situações emergenciais.
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curricula-
res do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reco-
nhecer competências e firmar convênios com instituições
de educação a distância com notório reconhecimento, me-
diante as seguintes formas de comprovação:
Ensino médio Art. 36
[...]
VI – cursos realizados por meio de educação a distância ou
educação presencial mediada por tecnologias. (Incluído
pela Lei n. 13.415, de 2017)
Na educação superior, o ano letivo regular, independente
do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho
acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exa-
Educação mes finais, quando houver.
Art. 47
superior
[...]
§ 3o É obrigatória a frequência de alunos e professores, sal-
vo nos programas de educação a distância.
A formação de docentes para atuar na educação básica
far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena,
admitida, como formação mínima para o exercício do ma-
gistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na moda-
lidade normal. (Redação dada pela lei n. 13.415, de 2017)
Profissionais [...]
Art. 62
da educação §2o A formação continuada e a capacitação dos profissionais
de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de
educação a distância. (Incluído pela Lei n. 12.056, de 2009).
§3o A formação inicial de profissionais de magistério dará
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazen-
do uso de recursos e tecnologias de educação a distância.
(Incluído pela Lei n. 12.056, de 2009).
Nível de Artigo
Descrição
ensino mencionado
É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a
partir da publicação desta Lei.
§3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, suple-
tivamente, a União, devem: (Redação dada pela Lei n.
11.330, de 2006)
Disposições
Art. 87 [...]
transitórias
II – prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e
adultos insuficientemente escolarizados;
III – realizar programas de capacitação para todos os pro-
fessores em exercício, utilizando também, para isto, os re-
cursos da educação a distância;
Importante destacarmos que diversos artigos foram alterados com a publicação de no-
vos decretos e resoluções, o que mostra a constante atualização e adaptação das normas
diante da evolução e do uso das tecnologias e mídias digitais pela sociedade. Correia (2016)
faz uma importante contribuição para essa questão, apontando que, na primeira versão pu-
blicada da LDB, não se explicitou o uso das mídias na EaD nem se deu destaque para o pro-
cesso de ensino-aprendizagem. A autora aponta que, somente a partir do Decreto n. 2.494,
de 10 de fevereiro de 1998, a EaD foi caracterizada “como modalidade de ensino-aprendi-
zagem que utiliza mídias interativas variadas de comunicação e informação” (CORREIA,
2016, p. 43).
Dúvidas e questionamentos tornam-se cada vez mais frequentes, especialmente diante
da expansão da EaD e a desconfiança da sociedade em relação a essa modalidade, que sem-
pre foi vista como uma opção de baixa qualidade. Com respaldo legal, porém, essa imagem
começou a mudar, exigindo, assim, cada vez mais requisitos dos processos que envolvem
a autorização e o credenciamento de um curso a distância, de modo a atender aqueles que
buscam flexibilidade de estudo e qualidade de ensino. Nesse contexto, os ajustes na legis-
lação foram sendo feitos, conforme podemos observar no quadro anterior os trechos em
destaque, que mencionam as alterações realizadas.
Diante das mudanças e alterações necessárias, a EaD passou a ser normatizada, em
2005, pelo Decreto n. 5.622 que regulamentou o art. 80 da Lei n. 9.394/96 e que passou a ser
apresentado em seis capítulos, conforme ilustrado na figura a seguir.
Capítulo I
Das disposições gerais
Capítulo II
Do credenciamento das instituições para oferta de cursos e programas na modalidade a distância
Capítulo III
Da oferta de educação de jovens e adultos e educação profissional na modalidade a distância, na
educação básica
Capítulo IV
Da oferta de cursos superiores, na modalidade a distância
Capítulo V
Da oferta de cursos e programas de pós-graduação a distância
Capítulo VI
Das disposições finais
Com essa publicação, percebemos a evolução da modalidade no âmbito legal, visto que
a primeira menção da EaD na legislação iniciou com apenas um artigo na Lei de Diretrizes e
Bases. E no Decreto n. 5.622/05 são seis capítulos que envolvem diferentes questões relacio-
nadas à EaD, tais como credenciamento, oferta em diferentes níveis e público-alvo, além das
normatizações para cursos de graduação e pós-graduação.
A EaD continua crescendo e ganhando cada vez mais reconhecimento e se adequando
às exigências e possibilidades da sociedade em que vivemos, seja quanto ao uso das tecno-
logias e mídias digitais seja quanto à flexibilidade que essa modalidade proporciona. Nesse
contexto, foi publicado em maio de 2017 o novo marco regulatório da EaD, que atualiza as
publicações do Decreto n. 5.622/05. Sobre esse decreto vamos discutir e refletir melhor no
próximo capítulo.
Conclusão
Atividades
1. A EaD é uma modalidade educacional que apresenta uma evolução constante no
Brasil e, ao relacionar essa evolução à publicação de diretrizes que apontam à base le-
gal da modalidade, percebemos que esta se torna cada vez mais reconhecida como um
meio de acesso a cursos de qualidade para a sociedade. Nesse contexto, descreva como
as características da EaD são consideradas fatores que contribuem para a publicação
de resoluções e pareceres.
3. A primeira menção da EaD em uma norma legal foi no art. 80 da Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional. Após essa publicação, diversos artigos foram alterados e atualizados. Com
base no que foi publicado no art. 80 e nas atualizações realizadas, descreva sobre os
apontamentos apresentados e relacione as principais mudanças.
Referências
ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância (org.). Censo EAD.BR: relatório analítico da
aprendizagem a distância no Brasil 2016. Censo EAD.BR: analytic report of distance learning in Brazil
2016 [livro eletrônico/edição bilíngue]. Trad. Maria Thereza Moss de Abreu. Curitiba: InterSaberes,
2017a. Disponível em: <http://abed.org.br/censoead2016/Censo_EAD_2016_portugues.pdf>. Acesso
em: 7 fev. 2018.
ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância. Legislação em EaD. ABED, 2017b. Disponível
em: <http://www.abed.org.br/documentos/arquivodocumento.440.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.
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_____. Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n. 9.394/96).
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______. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, dez.
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Acesso em: 7 fev. 2018.
_____. Ministério da Educação (MEC). Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 41/2002.
Aprovado em 2 de dezembro 2002. Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação a distância na
educação de jovens e adultos e para a educação básica na etapa do ensino médio. Brasília, DF, dez.
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______. Parecer CNE/CES n. 195/2007. Aprovado em 13 de setembro de 2007. Diretrizes para a ela-
boração, pelo Inep, dos instrumentos de avaliação para credenciamento de Instituições de Educação
Superior para a oferta de cursos superiores na modalidade à distância, nos termos do art. 6o, inciso IV,
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_____.Parecer CNE/CEB n. 12/2012. Aprovado em 10 de maio de 2012. Diretrizes ope-
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tre os sistemas de ensino. Brasília, DF, maio 2012. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
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CNE/CEB n. 12/2012, que define diretrizes operacionais nacionais para a oferta de educa-
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Itemid=30192>. Acesso em: 7 fev. 2018.
_____. Parecer CNE/CEB n. 13/2015. Aprovado em 11 de novembro de 2015. Reexame do Parecer
CNE/CEB n. 2/2015, que reexaminou o Parecer CNE/CEB n. 12/2012, que define diretrizes operacio-
nais nacionais para a oferta de educação a distância (EaD), no âmbito da educação básica, em regime
de colaboração entre os Sistemas de Ensino. Brasília, DF, nov. 2015b. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=27581-pareceres-da-camara-de-
educacao-basica-13-2015-pdf&category_slug=novembro-2015-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 7
fev. 2018.
_____. Parecer CNE/CES n. 564/2015. Aprovado em 10 de dezembro de 2015. Diretrizes e nor-
mas nacionais para a oferta de programas e cursos de educação superior na modalidade a
distância. Brasília, DF, dez. 2015c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?op-
tion=com_docman&view=download&alias=31361-parecer-cne-ces-564-15-pdf&category_
slug=dezembro-2015-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 7 fev. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Resolução CNE/CEB n. 1, de 2 de fevereiro de 2016. Define
Diretrizes operacionais nacionais para o credenciamento institucional e a oferta de cursos e programas
de ensino médio, de educação profissional técnica de nível médio e de educação de jovens e adultos,
Resolução
1. Esperamos que você, a partir do estudo da legislação e do contexto da EaD, com-
preenda que os avanços da tecnologia, ao possibilitar ao aluno da EaD mais flexibi-
lidade de estudo, facilidade de acesso ao conteúdo didático e, principalmente estí-
mulo à interação, contribuem para que os governantes e a sociedade identifiquem
a necessidade de mudanças e transformações, especialmente quanto às adequações
das instituições de ensino e quanto à oferta de cursos em diferentes níveis de ensi-
no. Assim, mudanças nas normativas tornam-se mais frequentes, a fim de atender a
demanda da sociedade, que busca formação acadêmica e qualificação profissional.
2. Essa questão busca proporcionar uma reflexão sobre como a EaD possibilita que di-
ferentes realidades vividas no país possam adotar essa modalidade como forma de
oportunizar formação e qualificação profissional para a sociedade local. Nessa pers-
pectiva, é possível considerar que a publicação de legislação estadual busca atender
às particularidades de cada Estado.
3. A proposta desta questão é promover uma reflexão sobre o que gerou a necessidade
de atualização do art. 80 da LDB – primeira menção da EaD no âmbito legal. Espe-
ramos, assim, que você identifique que no art. 80 estão descritos os princípios gerais
para o desenvolvimento da EaD e, com as publicações posteriores, questões relacio-
nadas ao ensino-aprendizagem tornaram-se explícitas, especialmente quanto ao uso
das tecnologias e mídias digitais. Além disso, a publicação do Decreto n. 5.622/05
registrou um avanço na regulação da EaD, pois apresentou capítulos que envolviam
diferentes aspectos de credenciamento e oferta da modalidade em diferentes níveis
de ensino. A atualização mais recente desse artigo data de 2017 e foi realizada pelo
Decreto n. 9.057.
5.1 Apresentação
Figura 1 – Ciclo de vida da EaD no Brasil com base nas principais regulamentações.
2017 – Maturidade
2005 – Crescimento
1996 – Nascimento
O novo marco regulatório para EaD, definido pelo Decreto n. 9.057/17 (BRASIL, 2017), evi-
dencia uma fase de maturidade da modalidade, pois, por meio deste, o MEC flexibiliza as re-
gras para a educação na modalidade a distância para o ensino superior, assumindo uma ação
vislumbrada como evolução e consolidação da modalidade. Cabe destacarmos que o documen-
to publicado também regulamenta a oferta de cursos nessa modalidade para o ensino médio,
educação profissional técnica de nível médio, educação de jovens e adultos e educação especial.
Inicialmente o decreto também autorizava práticas de EaD em qualquer disciplina dos anos
finais do ensino fundamental, ou seja, do 6o ao 9o ano, mas devido a contestações e críticas, esse
ato foi revogado e o MEC alegou que havia acontecido um erro de redação.
Para fins do Decreto n. 9.057, a educação a distância é uma
Art. 1o modalidade educacional na qual a mediação didático pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecno-
logias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas
de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e de-
senvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que
estejam em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017, grifos nossos)
Observe a parte grifada em negrito no texto que está definindo a EaD. Esse trecho foi
acrescentado pelo Decreto n. 9.057, que revogou o decreto anterior de n. 5.622/05. Essa alte-
ração permite lançarmos um novo olhar para EaD na busca de desenvolver cursos qualifica-
dos e com recursos compatíveis com o objetivo de ensino e aprendizagem.
A partir dessa descrição, destacamos alguns artigos e parágrafos que trouxeram infe-
rências consideradas de maior impacto para a modalidade, veja a seguir.
Art. 4o As atividades presenciais, como tutorias, avaliações, estágios, práticas
profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos, previstas nos projetos peda-
gógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso, serão reali-
zadas na sede da instituição de ensino, nos polos de educação a distância ou em
ambiente profissional, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais. (BRASIL,
2017, grifos nossos)
Observe, com base nos termos destacados, elementos que foram integrados à proposta
de atividade presencial, tanto na tutoria quanto em práticas profissionais, questões até en-
tão não contempladas. O art. 15 complementa o texto ao trazer uma questão para os cursos
de pós-graduação lato sensu, nessa modalidade, apontando ainda que suas atividades pre-
senciais podem ser realizadas em locais distintos da sede ou dos polos de apoio presencial
(BRASIL, 2017). Essa abordagem nos leva a considerar que a atividade presencial tem sua
relevância conforme o contexto e não se limita ao espaço físico. Além disso, quando olhamos
para a oferta de cursos em nível de graduação, podemos considerar a possibilidade de ativi-
dade presencial em ambiente de trabalho e o elemento flexibilidade. Entendemos isso como
um elemento qualitativo na intenção de estimular a interação entre teoria e prática, que se
complementam para uma formação de qualidade.
Vimos que todas as mudanças do novo marco regulatório para EaD, expostas no Decreto
n. 9.057, de 25 de maio de 2017, visam auxiliar no desenvolvimento do capital intelectual
do nosso país como um todo, proporcionando uma formação de nível superior, flexível,
acessível, pública e de qualidade. Essa proposta converge com a Meta 12 do PNE 2014-2024,
que visa elevar em 50% a taxa de matrícula bruta no ensino superior e assegurar 40% das
novas matrículas no segmento público (BRASIL, 2014, p. 73). Com vistas a atingir essa meta,
destacamos as seguintes estratégias:
Outra mudança que pode ser destacada nesse processo de expansão, incentivado pela
flexibilidade e autonomia das instituições, está expressa no art. 13:
Os processos de credenciamento e recredenciamento institucional, de autoriza-
ção, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de cursos superio-
res na modalidade a distância serão submetidos à avaliação in loco na sede da
instituição de ensino, com o objetivo de verificar a existência e a adequação de
metodologia, de infraestrutura física, tecnológica e de pessoal que possibilitem a
realização das atividades previstas no Plano de Desenvolvimento Institucional e
no Projeto Pedagógico de Curso. (BRASIL, 2017, grifos nossos)
Vale destacar que a avaliação in loco, com base nos documentos e normativas vigentes,
contribui para a verificação do compromisso com a qualidade que a instituição demonstra
na sua oferta de ensino, de modo ágil. Nesse processo, o MEC estima que os avaliadores se
desloquem até a estrutura da instituição de ensino para analisar sua organização, metodo-
logia e quantidade de alunos. Vale destacarmos ainda que a agilidade é conquistada nesse
processo, pois a partir desse decreto vigente, a avaliação ocorre na sede, apesar de abrir
controle para a avaliação dos polos e ambientes profissionais.
Corrobora com essa agilidade o art. 14, que define: “As instituições de ensino creden-
ciadas para a oferta de educação superior na modalidade a distância que detenham a prer-
rogativa de autonomia dos sistemas de ensino federal, estaduais e distrital independem de
autorização para funcionamento de curso superior na modalidade a distância” (BRASIL,
2017, grifos nossos).
Em outras palavras, a instituição de ensino credenciada para oferta de educação supe-
rior a distância automaticamente tem autorização para a oferta e o funcionamento de um
curso nessa modalidade.
Vale destacarmos que as instituições de ensino superior ganharam flexibilidade de
criação, mudança ou fechamento de seus polos de apoio presencial, desde que atualizem
o sistema eletrônico do MEC, denominado e-MEC, que foi criado para permitir a trami-
tação eletrônica para registro, memória e encaminhamento dos termos prescritos nos
processos de regulamentação, de forma simplificada e transparente: “a criação de polo
de educação a distância, de competência da instituição de ensino credenciada para a
oferta nesta modalidade, fica condicionada ao cumprimento dos parâmetros definidos
pelo Ministério da Educação, de acordo com os resultados de avaliação institucional”
(BRASIL, 2017, grifos nossos).
Sendo assim, inferimos que a instituição de ensino pode criar, ampliar ou mesmo fe-
char por ato próprio um polo, tendo como ação regulamentar a tarefa de atualizar o sistema
e-MEC com as informações devidas. Além disso, a instituição assume a responsabilidade
de buscar seu conceito institucional vigente, de modo a saber a quantidade de polos que
podem ser criados no ano.
Com a normativa vigente, o número de polos que uma instituição pode ter varia con-
forme seu conceito institucional (CI) vigente. Esse conceito é uma avaliação realizada pelo
MEC cujo objetivo é instigar as instituições a buscarem níveis de excelência. Por exemplo,
Mudança Descrição
Instituição de ensino superior EaD pode ofertar só curso de
Credenciamento EaD
educação a distância.
A definição de que ofertar curso de graduação é indispensável
Expansão do
para manter o credenciamento incentiva a ampliação e manu-
ensino superior
tenção da oferta dessa formação.
Criação de curso na Instituição credenciada para oferta de programa EaD não ne-
modalidade EaD cessita credenciar novos cursos criados.
A instituição pode criar, mudar ou fechar polo sem a necessida-
Criação de polo
de de credenciamento pelo MEC.
Essa maneira de avaliar dá agilidade ao processo, reduz custo
e prazo. Entende-se que mantém a qualidade uma vez que se
Avaliação in loco
parte da avaliação da sede responsável pela qualidade de sua
oferta.
Com toda essa explanação, inferimos que as principais medidas destacadas aqui pelo
novo marco regulatório para EaD ocasionam o crescimento do número de vagas a serem
ofertadas e, de modo integrado, aumentam a qualidade da formação e desenvolvimento de
competências. Todo esse movimento coloca as instituições de ensino frente a um desafio,
o desafio da maturidade. Como se manter no topo? Pois bem, temos aqui um desafio ao
mercado educacional que deve buscar inovar na oferta de soluções educacionais, bem como
manter a atualização constante. E, nesse exercício, podemos fazer projeções de investimento
na criatividade de quem oferta e crescimento em nível de automotivação e credibilidade por
aqueles que buscam a qualificação para se manter atualizados.
Por fim, consideramos que o novo marco regulatório é um documento que se aproxima
de uma sociedade baseada no conhecimento. Sua discussão pode ser considerada, porém,
mais aberta e flexível. Essas características trazem um modelo de fazer educação como um
“negócio” que precisa ter qualidade. Neste sentido, a formação de redes de cooperação pode
ser interessante para quem busca concorrer de modo qualitativo frente a esse contexto que
se amplia consideravelmente a partir do marco. E, não distante, destacamos que as possi-
bilidades de formação se ampliaram consideravelmente à luz de atender as qualificações
desejadas dos profissionais do século XXI.
Conclusão
Vimos neste capítulo que o Decreto n. 9.057/17 é o Novo Marco Regulatório da EaD
e tem como proposta flexibilizar as normativas e incentivar a formação de indivíduos em
nível superior. A mudança pode ser vista como positiva por trazer uma discussão aberta e
com propostas de redes de cooperação na busca de estímulo ao processo de aprendizagem
integral e significativa, de modo que o aluno assuma o papel de protagonista no seu proces-
so de aprendizagem, o que inclui a desconstrução, a construção e a reconstrução de conheci-
mentos, ampliando suas possibilidades de desenvolvimento e qualidade de vida.
Nessa perspectiva, a EaD vem se destacando e recebendo incentivo e força, como polí-
tica pública de educação, que terá como maior beneficiada a sociedade. Toda essa mudança
no âmbito educacional mexe com paradigmas já consolidados e exige um novo olhar na
forma de fazer educação, a qual será possível ao integrarmos modernização e tecnologia,
com base nas boas prática já possíveis de serem analisadas em nosso país. Nessa etapa, de
maturidade da EaD, as redes se fortalecem, as práticas se destacam, o mercado apresenta
suas exigências e as instituições de ensino precisam trabalhar para trazer soluções, de modo
a termos conquistas positivas para a sociedade como um todo.
Atualmente, percebemos diferentes movimentos de adaptação à forma de pensar no
“como fazer educação?” Será que esse novo marco regulatório ajudará na construção de um
cenário educacional mais propício a atender os indivíduos que buscam a formação continuada
e permanente? Nós acreditamos que sim, que a EaD é capaz de atender a esse cenário e possi-
bilitar uma formação superior, gratuita e de qualidade. E, nesse movimento, queremos deixar
uma pergunta para você refletir: no Brasil, para que direção a educação a distância caminha?
[...]
A EaD é cada vez mais complexa, porque está crescendo em todos os campos,
atendendo mais pessoas, com modelos diferentes, num cenário de dramáticas
mudanças tecnológicas, de mobilidade e de processos.
[...]
Estamos numa área onde conceitos como o de espaço, tempo, presença (física/
virtual) são muito mais complexos e que exigem uma atenção redobrada para
superar modelos convencionais, que costumam servir como parâmetro para
avaliar situações novas.
Atividades
1. Temos visto que a EaD tem regulamentação e políticas que ainda podem ser consi-
deradas frágeis no Brasil. Entre as fragilidades, temos a tardia publicação de políti-
cas que contemplem a modalidade. Contudo, apesar do cenário constituído como
um relevo irregular (com altos e baixos) que configura a EaD, discutimos que ela se
encontra numa fase de maturidade e precisa ser consolidada, pois já é uma realida-
de vigente. Esse status foi definido pelo Decreto n. 9.057 – novo marco regulatório
da EaD. Com base nesse contexto, discuta por que, dentre os decretos e as leis que
regulamentam a educação, esse decreto é considerado um avanço significativo,
mostrando a maturidade dessa modalidade? Qual o grande objeto desse decreto?
2. Discutimos, em termos legais, o novo marco regulatório para EaD, definido pelo
Decreto n. 9.057/2017. A força de lei dessa regulamentação trouxe autonomia e flexi-
bilidade para oferta de cursos na modalidade a distância, seja em nível de gradua-
ção, pós-graduação lato sensu (especialização e MBA) ou stricto sensu (programa de
mestrado e doutorado). A partir de nossa discussão e de seu entendimento, discorra
sobre uma das alterações propostas que esteja vigente e contribua para a expansão e
a qualidade da educação a distância no país.
3. Discutimos as principais mudanças que o novo marco regulatório para EaD trouxe a
partir de 2017. Entre as alterações discutidas, qual chamou mais a sua atenção? Por
qual motivo? Que contribuição a alteração que você selecionou para dissertar traz para
a sociedade do conhecimento na qual você atua como agente ativo e participante?
Referências
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.
htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
BRASIL. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior – Sinaes e dá outras providências. Brasília, DF, abr. 2004. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
_____. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, dez.
2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm>.
Acesso em: 8 fev. 2018.
Resolução
1. Definimos um ciclo de vida para a EaD, com base em seus marcos regulatórios.
Discutimos que o Decreto n. 9.057, considerado o novo marco regulatório da EaD,
caracteriza a fase de maturidade dessa modalidade. Esperamos que você tenha cla-
reza da relevância desse decreto para a EaD, pois um dos grandes movimentos que
impulsionou essa nova regulamentação foi a meta 12 do PNE 2014-2014, a qual visa
ampliar, em pelo menos 40%, as matrículas novas no ensino superior, e a EaD des-
taca-se como estratégia para tal finalidade. Você deve ainda discorrer, nesse sentido,
de modo que fique claro que a maturidade se apresenta pelo reconhecimento da
modalidade em plano nacional de educação como sendo uma condição de acessi-
bilidade à oferta de educação superior de qualidade. Consideramos que ampliar a
oferta de educação exige concepções claras e definidas com solidez que permita tal
expansão em rede. Logo, a ideia que essa questão quer levantar é a discussão sobre a
relevância da EaD e do avanço de sua regulamentação e de suas políticas. Uma mo-
dalidade com condições de desenvolver competências acadêmicas de nível superior.
2. Esperamos que você discorra sobre qualquer um dos artigos apresentados no item
5.2 deste capítulo. O importante é que se perceba que o foco foi a expansão da
oferta do ensino na modalidade a distância, foco na graduação, mas com possibili-
dades de abertura que levaram à nova expansão, como a descrita no Parecer CNE/
CES 492/17, que regulamenta a oferta de mestrado e doutorado a distância. Outro
item bastante novo discutido e apresentado é a liberdade da instituição creden-
ciada para oferta da modalidade a distância poder abrir, mudar e fechar um polo,
tendo apenas a responsabilidade de atualizar o MEC sobre essa mudança. E ainda
um fato que se buscou trazer ao olhar do aluno é que agora uma instituição pode
ser credenciada só para ofertar curso a distância, sem a obrigatoriedade de uma
grade de oferta no presencial.
Neste capítulo, vamos discutir os principais atos autorizativos dos cursos superio-
res, com foco nas diretrizes para ofertas na modalidade a distância. Esses atos se cons-
tituem por meio do credenciamento da instituição, da autorização do curso e do recre-
denciamento da instituição. São normatizados pelo Ministério da Educação (MEC) e
pelas secretarias competentes. O objetivo principal dessa discussão está centrado na
supervisão e avaliação de oferta de um sistema de formação de qualidade, em que o
ensinar e o aprender se fazem integrados, a partir de exigências legais previstas e dis-
ciplinadas pelo estatuto, regimento e prática da instituição de ensino superior (IES).
6.1 Credenciamento
Para ofertar um curso de educação superior, a IES deve ser credenciada pelo MEC. Ou
seja, para iniciar suas atividades, a instituição de ensino deve solicitar seu credenciamento
ao órgão responsável. Destacamos que “o primeiro credenciamento da instituição tem prazo
máximo de três anos, para faculdades e centros universitários, e de cinco anos, para as uni-
versidades. O recredenciamento deve ser solicitado pela IES ao final de cada ciclo avaliativo
do Sinaes, junto à secretaria competente” (BRASIL, 2017, p. 1).
O objetivo do credenciamento é garantir as exigências de um sistema de educação de
qualidade. Nesse sentido, é do poder público a prerrogativa de exigir um sistema de edu-
cação aderente ao Plano Nacional de Educação (PNE) vigente, cuja exigência se pauta na
aceleração do ensino e na qualificação, comprometido com a democratização e a inclusão
dos excluídos, como direito e princípio constitucional previsto no PNE, 2014-2024, aprovado
pela Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014.
Nesse aspecto, podemos fazer um resgate histórico, observando, primeiramente, o que
diz a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu art. 46:
§ 3o A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento
de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados,
periodicamente, após processo regular de avaliação.
§ 1o. Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identifica-
das pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá re-
sultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção
na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em
descredenciamento. (BRASIL, 1996)
Essa definição harmonizou padrões de qualidade à EaD, pronunciados à época pelo
MEC, assegurando a essa modalidade atuar em vários níveis de formação (BRASIL, 1996;
BRASIL, 2007; ALVES et al. 2015; SILVA, 2017).
Com vistas à ampliação da modalidade com qualidade, em 2005, por meio do Decreto
n. 5.622, ficou definido em parágrafo único que somente “as instituições de pesquisa cientí-
fica e tecnológica, públicas ou privadas, de comprovada excelência e de relevante produção
em pesquisa, poderão solicitar credenciamento institucional, para a oferta de cursos ou pro-
gramas a distância” (BRASIL, 2005) e que a promoção dos atos de credenciamento competia
ao MEC.
Em 9 de maio de 2006, o Decreto n. 5.773, conhecido como decreto-ponte, repassa as com-
petências das secretarias do MEC deliberadas para assuntos de credenciamento da EaD para
a Secretaria de Educação a Distância (Seed), extinta em 2010, e traz, em seu art. 5o, parágrafo
2o, a competência da Seed:
I – instruir e exarar parecer nos processos de credenciamento e recredenciamento
de instituições de educação superior, promovendo as diligências necessárias [...]
pelo CNE; VI – homologação do parecer do CNE pelo Ministro de Estado da Educação”
(BRASIL, 2006).
Tais processos são dispostos e submetidos à regulamentação de acordo com os limites
de autonomia da IES, que podem ser classificados com base em três definições distintas:
1. Faculdade – Instituição que não tem independência para criação de novos cursos
ou ampliação de vagas. A exigência legal para seu quadro docente é que esses pro-
fissionais tenham, no mínimo, especialização.
2. Universidade – Instituição com autonomia para criar cursos e campi e alterar nú-
mero de vagas. É caracterizada pela indissociabilidade das atividades de ensino,
pesquisa e extensão em diferentes áreas do conhecimento. O quadro docente de
uma universidade prevê que no mínimo um terço dos professores tenha título de
mestrado ou doutorado e que sua contratação ocorra em regime integral. Além
disso, a Resolução n. 3, de 14 de outubro de 2010, define para as universidades a
necessidade de oferta regular de programas de pós-graduação stricto sensu, dos
quais ao menos quatro devem ser de mestrado e dois de doutorado, reconhecidos
pelo MEC.
3. Centro universitário – Apresenta cursos em diferentes áreas do conhecimento e
oferece atividades de ensino, pesquisa e extensão, como as universidades. São ins-
tituições que podem ampliar seu número de vagas e criar novos cursos, mas não
podem ampliar o campus sem autorização do MEC.
A classificação como faculdade, universidade ou centro universitário varia de acordo
com o credenciamento específico da instituição já credenciada e em funcionamento regular,
que atenda a um padrão satisfatório de qualidade.
Universidade
Centro universitário
Faculdade
Uma IES pode iniciar como faculdade e, depois, tornar-se uma universidade. Essa ex-
pansão se caracteriza como uma situação legal que ocorre por meio da avaliação do Sistema
Com base no que vimos até aqui, inferimos que as instituições e seus respectivos cur-
sos devem seguir as regulamentações definidas em instâncias que seguem as diretrizes do
MEC e que a ausência dos devidos atos, como autorização e reconhecimento, pode trazer
consequências de cunho civil e penal (BRASIL, 2018). Entendemos que a avaliação prevista
e aplicável aos atos regulatórios específicos para a oferta de educação superior, expedida
pelo MEC, exige da IES um regime de parceria para fins de funcionamento e garantia dos
critérios de qualidade e para assegurar os direitos dos estudantes matriculados, indepen-
dentemente da modalidade.
Definimos esse movimento como o repensar da educação do século XXI. Um marco
que aponta, mais uma vez, o avanço das políticas da educação na sociedade contemporânea
e as potencialidades da EaD como formação continuada. Essa época é marcada pelo ciclo
de construção, desconstrução e reconstrução de novos conhecimentos e, consequentemen-
te, participação ativa e crítica do indivíduo na sociedade que integra. Um movimento que
transcende o ensinar como transmissão de informação e consolida-se pela integração de
práticas de mediação do ensinar e aprender (SILVA, 2017).
Estudar os atos autorizativos, presentes nas políticas públicas do sistema educacional,
é conhecer as necessidades e os requisitos de oferta de formação superior a distância que
seja responsável, pois, como destacam Alonso e Rocha (2013), a EaD, em sua essência, é
educação. Fica claro, assim, que o credenciamento é um ato regulativo fundamental para
a oferta de um curso superior a distância, pois reconhece o funcionamento da organização
como instituição de ensino superior. Dessa maneira, com os respectivos sistemas de ensino
credenciados, a instituição de ensino superior pode pedir autorização de cursos em diferen-
tes modalidades, como veremos a seguir.
6.2 Autorização
Como toda instituição deve ser credenciada, temos claro que a autorização de cursos su-
periores na modalidade a distância deve respeitar prerrogativas e normativas de autonomia
vigentes, o que independe, segundo o Decreto n. 9.057, de 26 de maio de 2017, de autorização
específica para oferta de curso na respectiva modalidade. Por fim, consideramos que tais mu-
danças vêm sendo impulsionadas nos últimos anos com a ação estratégica governamental de
reconhecer a educação como fonte essencial do desenvolvimento igualitário. Para tanto, fomen-
to e incentivo à ampliação da oferta de ensino superior gratuito e de qualidade vêm integrando
exponencialmente a EaD, como medida de extensão pública e privada para tal caminho.
6.3 Recredenciamento
Vimos neste capítulo que o primeiro passo de uma instituição de ensino que quer ofertar um
curso superior é buscar o credenciamento. Esse ato é expedido pelo MEC e é renovado a cada ci-
clo avaliativo, caracterizando o processo de recredenciamento. O funcionamento de uma IES sem
o devido ato autorizativo configura irregularidade administrativa, segundo o art. 11 do Decreto
n. 5.773, de 9 de maio de 2006, vedando a admissão de novos estudantes e prevendo a aplicação
de medidas punitivas e reparatórias cabíveis, como esclarece o parágrafo 1o do respectivo artigo.
Entendemos essa ação como sendo um processo de avaliação e acompanhamento da
instituição e seus respectivos cursos, com vistas a promover a qualidade na oferta de ensino
e o desenvolvimento da aprendizagem: “§ 3o A avaliação realizada pelo Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Superior – Sinaes constituirá referencial básico para os processos
de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qua-
lidade” (BRASIL, 2006).
A renovação do reconhecimento deve ser solicitada pela IES, ao final de cada ciclo
avaliativo do Sinaes, à secretaria competente. O Sinaes, com base em indicadores distin-
tos, organizados em três componentes (organização institucional para EaD, corpo social e
instalações físicas e tecnológicas) analisa as instituições de educação superior, os cursos de
graduação e o desempenho acadêmico de seus estudantes, assegurando a qualidade dos
serviços educacionais na rede pública e privada de ensino superior.
As sanções aplicáveis em caso de descumprimento das normativas estipuladas serão
apreciadas segundo o art. 52 do Decreto n. 5.773, que regulamenta o art. 46 da Lei n. 9.394,
que aponta a aplicação de quatro possíveis penalidades: desativação de cursos e habilita-
ções, intervenção, suspensão temporária de prerrogativas da autonomia ou, até mesmo, des-
credenciamento (BRASIL, 2006).
Essa discussão destaca a relevância de um agente regulador que desenvolva suas ações
com base em uma política de incentivo e fomento à inovação dos processos de ensino e
aprendizagem. Garantir uma educação de qualidade e igualitária tem impulsionado a ne-
cessidade de novas estratégias políticas, normativas e, também, administrativas. E uma das
maneiras de contemplar essa necessidade foi explicitada nos últimos tempos, no que diz
respeito à urgência e emergência de criação de um Sistema Nacional de Educação (SNE)
Universidade
Centro Universitário
Faculdade
Autorização
A faculdade solicita antes Recredenciamento
Credenciamento da oferta de um curso.
Necessidade contínua.
Universidades e centros
Para todas as IES antes de Dá-se a cada cinco ou dez
universitários solicitam
iniciar qualquer atividade. anos, conforme limites de
quando já têm cumprido
autonomia da IES.
50% do projeto curricular
do curso.
Observe, na figura, que os atos autorizativos, em suas três modalidades, são aplicados
às IES independentemente de sua configuração. O que os distingue é que a autorização e o
recredenciamento são aplicados com base em critérios de tempo e exigência: nas faculdades
são diferentes das universidades e centros universitários, resultante dos limites de autono-
mia de cada instância.
Concluímos este capítulo destacando que o Brasil, como república federativa, formada
pela união indissociável dos estados, municípios e Distrito Federal, tem sob responsabili-
dade destes a articulação para oferta de uma educação superior gratuita e de qualidade.
Para tanto, a adequação dos sistemas de ensino vem sendo articulada pelas diferentes se-
cretarias vinculadas ao MEC, com a missão de estabelecer a melhoria e o acesso à educação
para toda a sociedade. E para tais fins, reconhecemos a relevância de atos de “autorizar,
reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições
de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino” (BRASIL, 1996).
Conclusão
Temos visto que o governo federal tem alterado em profundidade os marcos regulató-
rios do ensino superior a distância no Brasil, um percurso construído por decretos, portarias,
notas, atos normativos, entre outros instrumentos de regulamentação. Toda essa mudança
vem sendo impulsionada por diferentes situações e, conforme discutimos neste capítulo,
como sendo uma alternativa de acompanhamento à oferta de uma educação pública e de
qualidade. Nesse sentido, discutimos aqui as três metodologias que se destacam como atos
autorizativos que instituem, diante da complexidade do sistema de ensino superior a distân-
cia: credenciamento, autorização e recredenciamento.
Esses atos normativos são definidos para avaliar e supervisionar a oferta de cursos de
ensino superior a distância, bem como a organização e as práticas das instituições de ensino
participantes ativamente da oferta na modalidade a distância – foco de nossa discussão.
As ações de implementação da EaD para oferta do ensino superior incluem credenciamento
de instituições e autorização e reconhecimento de cursos. E o acompanhamento se dá por
meio do ato de recredenciamento. Esses atos normativos são uma discussão que inclui a ins-
tância acadêmica, de gestão e infraestrutura e tecnológica, com vistas a preservar o direito à
formação de qualidade. Por isso, toda exigência legal estabelecida pelos órgãos competentes
tem validade periódica, devendo ser renovada com base no ciclo de avaliação do Sinaes.
[...]
Atividades
1. Um curso superior pode ser oferecido, na modalidade presencial ou a distância, por
instituição credenciada segundo qualidades específicas definidas pelo Ministério da
Educação. O credenciamento tem vigência estabelecida, sendo três anos para centros
universitários e cinco anos para as universidades. Vimos, neste capítulo, que as insti-
tuições de ensino superior devem protocolar o pedido de recredenciamento antes do
término do ato vigente. Sobre esse assunto, qual a importância do credenciamento
das instituições e por que ele tem prazos definidos?
Referências
ALONSO, K. M.; ROCHA, S. A. da (Org.). Políticas públicas, tecnologias e docência: educação a dis-
tância e a formação do professor. Cuiabá: Central de Texto/EdUFMT, 2013.
ALVES, C. M. T. et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
2015.
BRASIL. Comissão de Educação. Projeto de Lei Complementar n. 413, de 2014. Disponível em: <http://
www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1420057&filename=Tramitacao-
PLP+413/2014>. Acesso em: 4 fev. 2018.
______. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, de 5 out. 1988.
______. Decreto n. 5.773, de 9 de maio de 2006. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 9 maio 2006. Disponível em: <http://www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/dec5773.htm>. Acesso
em: 26 mar. 2018.
______. Emenda Constitucional n. 85, de 26 fevereiro de 2015. Brasília, 27 fev. 2015. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/emecon/2015/emendaconstitucional-85-26-fevereiro-2015-
780176-publicacaooriginal-146182-pl.html>. Acesso em: 4 fev. 2018.
Resolução
1. Os atos autorizativos têm como desafio promover a qualidade e a expansão de uma
educação pública e de qualidade para todos. Nesse sentido, a ação de credencia-
mento objetiva o cumprimento dos requisitos impostos pela legislação de ensino
superior, de modo a evitar eventuais danos ao estudante que ingressa em uma insti-
tuição. Essa medida é uma ação relevante para a promoção de um sistema educacio-
nal de qualidade, que contribui com o processo de aprendizagem, não se limitando
a uma simples burocracia do sistema de oferta de ensino, pois o credenciamento é
uma condição fundamental para conclusão regular de um curso, ou seja, sem cre-
denciamento o aluno não tem seu diploma. Sendo assim, o credenciamento é uma
ação que visa à oferta regular e de qualidade do sistema educacional.
do aluno. Ter a avaliação como uma ação que acrescenta algo positivo ao outro é essencial,
devendo esta ser vista como “orientadora e cooperativa, ajudando o aluno a progredir na
aprendizagem e o professor a aperfeiçoar a sua prática” (SANTOS, 2016, p. 41). Mas e na
EaD, como a avaliação funciona?
De forma ampla, a avaliação da aprendizagem na EaD, segundo os Referenciais de quali-
dade para educação superior a distância (2007, p. 16, grifo do original),
deve ajudar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências
cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos pro-
postos. Para tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para
verificar constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ati-
vos na construção do conhecimento. Desse modo, devem ser articulados me-
canismos que promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no
intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda
durante o processo de ensino [...].
Lembre-se de que na EaD o aluno, na maior parte do tempo, desenvolve suas ativi-
dades distante física e temporalmente do professor, tendo as tecnologias da informação e
comunicação como principais meios de comunicação no processo de aprendizagem. Assim,
justificamos a complexidade mencionada nos Referenciais de qualidade para educação superior
a distância (BRASIL, 2007), uma vez que o aluno precisa utilizar recursos didáticos e tecno-
lógicos, os quais, no ensino presencial, não são obrigatórios. Não podemos negar que as
tecnologias digitais exigem de alunos e professores uma nova forma de ensinar e aprender,
o que, consequentemente, exige também uma nova forma de avaliar.
Consideramos que a avaliação da aprendizagem deve ser um processo contínuo, pois
contribui para que ocorra uma verificação constante sobre o progresso dos alunos, de modo
que, com base nos resultados obtidos, possam ser identificados os pontos negativos e po-
sitivos. Assim, estratégias pedagógicas vinculadas ao ensino e à aprendizagem podem ser
melhoradas continuamente para estimular os alunos a serem ativos em seu processo de
construção do conhecimento (BRASIL, 2007).
A avaliação permanente requer a atuação de uma equipe que acompanhe esses alunos,
a fim de que as dificuldades de aprendizagem sejam solucionadas o mais breve possível,
para que não desmotivem o estudo e a continuidade no curso. E quando falamos de EaD, ge-
ralmente esse papel de acompanhamento é desempenhado por tutores, que, segundo Alves
et al. (2015), são profissionais que apresentam competências suficientes para que seja possí-
vel colocar em prática o que foi planejado de forma concreta como percurso de aprendiza-
gem. Os tutores na EaD são profissionais que “criam vínculos efetivos com os estudantes”
(ALVES et al., 2015, p. 90).
Perceba que, na educação, a cultura da avaliação deve ser desenvolvida buscando, aci-
ma de tudo, contribuir com a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. Até aqui,
destacamos a importância da avaliação e vimos como ela contribui para a aprendizagem do
aluno, trazendo resultados positivos. Mas, para se promover ainda mais benefícios ao estu-
dante, não devemos nos esquecer da avaliação institucional. Esta também reflete no apren-
dizado do aluno, uma vez que os pontos negativos são apontados e podem ser melhorados,
• Ações
• Constituição de CPA
• Relatório
• Levantamento de
• Sensibilização
dados e informações • Divulgação
• Elaboração do Projeto
• Análise das • Balanço crítico
de Avaliação
informações
Observe que a constituição da CPA é a primeira ação a ser feita no processo de avalia-
ção interna, o que nos permite inferir que as outras atividades estão diretamente ligadas à
realização das demais etapas.
Conforme mencionamos anteriormente, cada instituição deve constituir uma CPA, de
acordo com o disposto no art. 11 da Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. É importante destacar
que as CPA devem contar com a participação de representantes de todos os segmentos da
comunidade acadêmica, ou seja, professores, servidores técnico-administrativos, alunos e co-
munidade (BRASIL, 2004b). A definição dos membros, duração do mandato, dinâmica de fun-
cionamento e organização das CPA é de responsabilidade do órgão colegiado da instituição.
Para que você conheça uma das ações da CPA de uma instituição, apresentamos na
sequência as ações previstas no plano de avaliação elaborado pela CPA da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo a instituição,
A Comissão Própria de Avaliação zelará pelo cumprimento das ações previstas
no Plano de Avaliação, bem como assegurará que:
• Seja realizada a avaliação periódica, objetivando a melhoria permanente no
processo avaliativo e criando uma cultura avaliativa;
• A avaliação ocorra em todos os níveis institucionais, tanto na sede quanto
nos campi;
• Sejam transparentes o processo avaliativo e a divulgação de seus resultados,
possibilitando a todos os interessados o acesso aos relatórios produzidos
pela CPA;
• Sejam criados mecanismos de retroalimentação e revisão constante do pro-
cesso avaliativo, tanto na esfera acadêmica, quanto administrativa, para que
a autoavaliação não tenha um fim em si mesma, sendo utilizada como me-
canismo de análise de desempenho e de construção de ações efetivas de
aprimoramento/correção/revisão de práticas instituídas;
• Seja elaborado um planejamento anual sobre as ações de avaliação a serem
desenvolvidas. (BRASIL, 2018b)
Os membros da CPA têm a responsabilidade de se reunir mensalmente e elaborar
anualmente um relatório a ser enviado ao Sinaes, órgão vinculado ao MEC. Ambas as ações
são desenvolvidas para manter uma avaliação constante, integrando elementos de análise
no que tange a: missão e plano de desenvolvimento institucional; avaliação de ensino de
graduação e pós-graduação; área de pesquisa e extensão; diretrizes das ofertas da modali-
dade a distância; efetividade da comunicação interna e externa; composição do seu corpo
docente, discente e técnico-administrativo; elementos de gestão e infraestrutura.
Depois de conhecer um pouco mais sobre a avaliação e, especificamente, sobre a atuação
e a importância da CPA, perceba que os documentos de que falamos não abordam de forma
direta e clara a modalidade a distância. Nesse sentido, é importante destacar que a avaliação
da EaD, no caso dos cursos superiores, é realizada com base em instrumentos e formulários
específicos desenvolvidos por outros órgãos externos à instituição, como a Capes, o Sinaes e
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculados
ao MEC, como iremos ver no Capítulo 8. Esse processo é denominado avaliação externa e tem
por objetivo manter padrões mínimos de qualidade para a educação superior. Ou seja, o
objetivo é orientar uma visão integral de natureza formativa e de regulamentação.
Nesse sentido, os Referenciais de qualidade para educação superior a distância são de grande
importância, pois trazem diretrizes relevantes. Mesmo sem força de lei, o documento se
apresenta como as diretrizes necessárias à qualidade de um curso superior a distância e con-
ta com questões intrínsecas à avaliação, tanto relacionadas ao desempenho dos estudantes
quanto ao desenvolvimento do curso como um todo (BRASIL, 2007). A seguir, continuamos
nosso estudo sobre a importância da avaliação, abordando o Enade.
O Enade é uma das avaliações que fazem parte do Sinaes, o qual, conforme vimos an-
teriormente, é o órgão responsável pelos processos avaliativos das instituições de ensino do
Brasil e dos estudantes. De acordo com a Lei n. 10.861,
§ 1° O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos
programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de gra-
duação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolu-
ção do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao
âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a
outras áreas do conhecimento. (BRASIL, 2004a)
Com base nessa publicação, podemos afirmar que o Enade é uma avaliação nacional
com datas específicas, com periodicidade trienal para cada área do conhecimento, aplicada
ao aluno concluinte do curso de graduação. O objetivo principal desse exame é acompanhar
se as competências do formando contemplam com qualidade a proposta de sua formação.
Assim, é possível identificar o processo de aprendizagem de modo a acompanhar, como
mencionamos no início deste capítulo, o ensino proposto e a aprendizagem desenvolvida, a
fim de contribuir continuamente com o processo de formação, valorizando o que está bom e
refletindo sobre o que precisa ser melhorado.
Com base nos resultados obtidos no Enade, somados às respostas do perfil socioeco-
nômico proposto no Questionário do Estudante, cujo foco é obter uma apreciação quanto
ao seu processo formativo, são elaborados indicadores de qualidade da educação superior.
Esses indicadores mensuram a qualidade dos cursos e das instituições, contribuindo para
a elaboração de políticas públicas relacionadas ao ensino superior, além de permitirem um
processo de avaliação interna com base em um instrumento de avaliação externa.
Para realizar a avaliação, o Inep conta com a participação de mais de 9 mil avaliadores
de curso e mais de 4 mil avaliadores institucionais (BRASIL, 2018a). Destacamos que os ava-
liadores e os instrumentos utilizados são os mesmos tanto para os cursos presenciais quanto
para os cursos a distância, diferenciando-se apenas em alguns aspectos específicos da EaD,
principalmente no que tange à infraestrutura física e tecnológica, representada pelo polo de
apoio presencial. No Capítulo 8, conheceremos com mais profundidade os instrumentos de
avaliação utilizados pelo Inep.
Outro fator relacionado à importância do Enade está na emissão de diploma aos estu-
dantes, pois é com base nos resultados das avaliações do Enade, realizado pelo Inep, que o
MEC reconhece ou renova o reconhecimento dos cursos. Assim, o Enade é considerado um
componente curricular obrigatório, previsto na Lei n. 10.861 (BRASIL, 2004a):
§ 5o O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação,
sendo inscrita no histórico escolar do estudante somente a sua situação regular
com relação a essa obrigação, atestada pela sua efetiva participação ou, quando
for o caso, dispensa oficial pelo Ministério da Educação, na forma estabelecida
em regulamento.
Documento Descrição
É a apresentação da nota obtida no Enade. O cálculo da nota
Boletim de
é feito com base na média ponderada entre o componente de
desempenho do
formação geral, que corresponde a 25%, e o conhecimento es-
estudante
pecífico, que corresponde a 75%.
É a apresentação dos resultados obtidos na análise do desem-
Relatório do curso
penho e perfil dos alunos de determinado curso.
É a apresentação da correlação entre os indicadores decorren-
tes da avaliação, tanto quantitativos quanto qualitativos. Nesse
Relatório da área
relatório, consideram-se as características desejadas na forma-
ção do perfil profissional.
É a apresentação de informações que contribuem com a iden-
Relatório da tificação de uma visão ampla dos resultados obtidos no Enade
instituição e é constituído por um conjunto de informações dos cursos da
instituição que foram avaliados.
É a apresentação dos instrumentos dos resultados utilizados no
Resumo técnico Censo da Educação Superior. São publicadas as informações de
acordo com as etapas realizadas e as modalidades de ensino.
Conclusão
A cultura da avaliação é uma ação que está implementada em nossa sociedade, nas
mais diversas dimensões, como lazer, pessoal, profissional e educacional. Vimos que o ato
de avaliar é um processo que visa contribuir com melhores resultados, indicando pontos
Atividades
1. A avaliação educacional é uma ação que busca identificar questões que podem ser
aprimoradas tanto no processo da aprendizagem quanto na concepção institucional.
Tendo como foco a aprendizagem, descreva de que forma a avaliação realizada em
um curso superior a distância pode ser aplicada aos alunos, de modo que possa con-
tribuir com a desconstrução, construção ou reconstrução dos conhecimentos, proces-
so que leva ao desenvolvimento de competências.
2. A criação das CPA foi consolidada na Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, e tem
como principal atribuição a condução dos processos de avaliação interna da institui-
ção. Diante da importância da CPA para a instituição, descreva as principais ações
que devem ser desenvolvidas para que ela contribua com a garantia da qualidade
do ensino ofertado.
3. O Enade é uma avaliação que visa mensurar o desempenho dos alunos ao final do
curso de graduação. Sua aplicação independe da modalidade de oferta do curso.
Além das informações relacionadas à aprendizagem, o Enade também coleta dados
das instituições e da sociedade acadêmica. Com base nas informações obtidas por
meio do Enade, descreva os diferentes relatórios e resultados que são publicados e
como eles contribuem com as instituições.
Referências
ALVES, C. M. T. et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
2015.
AVALIAÇÃO. In: Infopédia – Dicionários Porto Editora. Porto: Porto Editora, 2018. Disponível em:
<https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/avaliação>. Acesso em: 5 fev. 2018.
AVALIAR. In: Infopédia – Dicionários Porto Editora. Porto: Porto Editora, 2018. Disponível em:
<https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/avaliar>. Acesso em: 5 fev. 2018.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Enade. Disponível
em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/enade>. Acesso em: 5 fev. 2018a.
______. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Brasília, 15 abr. 2004a. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 5 fev. 2018.
______. Ministério da Educação (MEC). Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior.
Orientações gerais para o roteiro da autoavaliação das instituições. Brasília: Inep, 2004b. Disponível
em: <http://download.inep.gov.br/download/superior/sinaes/orientacoes_sinaes.pdf>. Acesso em:
5 fev. 2018.
Resolução
1. Essa questão busca estimular a reflexão sobre a relevância do processo de avaliação
da aprendizagem. Esperamos que você perceba que, mesmo em um resultado men-
surado por pontos críticos, o objetivo da avaliação deve ser desenvolver práticas
para uma construção sólida de saberes. Ou seja, queremos, com essa questão, que
você compreenda que o processo é uma ação que tem o objetivo de promover cons-
trução, a evolução daquilo que vem sendo realizado, ou seja, a aprendizagem.
3. O objetivo dessa questão é que você compreenda a relevância das informações cole-
tadas pelo Enade. Esperamos que você descreva as principais características desses
relatórios e como eles contribuem com a indicação de melhorias para a instituição
e, consequentemente, para a qualidade de ensino. Para isso, deve ser considerado o
Quadro 1, que descreve alguns documentos, como boletim de desempenho do estu-
dante, relatório do curso, relatório da área, relatório da instituição e resumo técnico.
Neste capítulo, vamos falar sobre a avaliação, porém agora pelo olhar da instituição,
cujo objetivo é contribuir com resultados de excelência, em um processo contínuo de
melhoria para uma educação de qualidade. Para tanto, esse acompanhamento é reali-
zado pelo MEC, que conta com institutos e secretarias responsáveis por diferentes ações
avaliativas. Assim, este capítulo está voltado à apresentação dessas organizações que
contribuem para a realização das avaliações institucionais no Brasil. Apresentaremos
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que
atua de forma direta nas avaliações, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (Sinaes), principal órgão de avaliação da educação superior no país e, por
fim, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), respon-
sável pelo processo de avaliação dos cursos de pós-graduação.
8.1 Inep
Iniciamos o estudo desse tema retomando nossa reflexão sobre a importância da avaliação
para a qualidade do ensino. O capítulo anterior estava relacionado à cultura da avaliação,
destacando como as ações realizadas nos diferentes tipos de avaliação podem contribuir para a
qualidade da educação. Vimos que a avaliação tem como principal objetivo estimular melhorias
e propor ações que potencializem a realização de uma educação de qualidade. Ao identificar
a importância da avaliação, conhecemos a atuação das instituições nesse processo avaliativo,
que ocorre com a criação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição e a
realização do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia a qualidade
dos cursos. Além dessas, há a avaliação institucional, que conheceremos mais neste capítulo.
Quando falamos sobre orientações para o desenvolvimento e aplicação de uma edu-
cação a distância (EaD) de qualidade, um documento muito utilizado são os Referenciais de
qualidade para educação superior a distância, publicado pelo Ministério da Educação (MEC)
em 2007, que traz diretrizes relevantes de diversas ações que envolvem a EaD. Assim, em
relação a uma proposta de avaliação, destacam-se duas dimensões: a avaliação do processo
de aprendizagem e a avaliação institucional. Neste capítulo, nosso foco é a avaliação institu-
cional, a qual é abordada nos Referenciais de qualidade para educação superior a distância:
As instituições devem planejar e implementar sistemas de avaliação institucio-
nal [...] que produzam efetivas melhorias de qualidade nas condições de oferta
dos cursos e no processo pedagógico. Esta avaliação deve configurar-se em um
processo permanente e consequente, de forma a subsidiar o aperfeiçoamento dos
sistemas de gestão e pedagógico, produzindo efetivamente correções na direção
da melhoria de qualidade do processo pedagógico coerentemente com o Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Para ter sucesso, essa
avaliação precisa envolver os diversos atores: alunos, professores, tutores, e qua-
dro técnico-administrativo. (BRASIL, 2007, p. 17)
Com base nessa definição, o documento reforça que a avaliação institucional deve sempre
ter o objetivo de agregar valor às ações realizadas pela instituição, a fim de que a busca pela
excelência seja constante. Para isso, alguns aspectos são destacados como essenciais na avaliação
quando falamos da oferta de cursos a distância, conforme apresentado no quadro a seguir.
Dimensões Aspectos
Aprendizagem dos alunos.
Práticas educacionais.
Material didático.
Organização
Estrutura curricular.
didático-pedagógica
Sistema de orientação docente à tutoria.
Modelo educacional.
Parcerias e convênios com outras instituições.
Inep
Avaliação interna
Conceito Enade (CE)
(autoavaliação)
Indicador de Diferença
Avaliação externa
entre os Desempenhos
(in loco)
Observado e Esperado (IDD)
Exame Nacional de
Conceito Preliminar
Desempenho de
de Curso (CPC)
Estudantes (Enade)
Avaliação Nacional
Índice Geral de
Seriada dos Estudantes
Cursos (IGC)
de Medicina (Anasem)
8.2 Sinaes
O Sinaes foi instituído no Brasil pela Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, tendo como obje-
tivo principal “assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior,
dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes” (BRASIL, 2004).
E, para atingir esse objetivo, a referida lei apresenta em seu parágrafo 1o a finalidade do Sinaes:
§ 1° O Sinaes tem por finalidades a melhoria da qualidade da educação superior,
a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia
institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do
aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições
de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promo-
ção dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirma-
ção da autonomia e da identidade institucional. (BRASIL, 2004)
Observando o objetivo e as finalidades definidas em lei, é possível identificar que essas ações
são desempenhadas com base em diferentes instrumentos, conforme mostrados na Figura 1. Para
compreender melhor e reforçar o que cada instrumento representa, observe o quadro a seguir.
Instrumentos Descrição
É a avaliação realizada pela instituição, na qual, com a cria-
Avaliação interna ção da CPA, são definidos aspectos e ações que orientem o
(autoavaliação) processo de avaliação e a identificação dos meios e recursos
necessários para a melhoria da instituição.
É a avaliação feita sob o olhar de membros externos à insti-
Avaliação tuição, que tenham reconhecidas suas capacidades em áreas
externa (in loco) específicas e conhecimento sobre o cenário acadêmico. Esses
avaliadores são selecionados e capacitados pelo MEC.
Avalia o desempenho dos alunos em fase de conclusão dos cur-
Exame Nacional sos de graduação. A participação do estudante é obrigatória e
de Desempenho de o exame é trienal. Essa avaliação analisa o rendimento acadê-
Estudantes (Enade) mico dos alunos em relação aos conteúdos programáticos e às
habilidades e competências adquiridas em sua formação.
Instrumentos Descrição
Avaliação instituída em 2016, ocorre de forma seriada aos alu-
Avaliação Nacional nos do curso de graduação em Medicina do 2o, 4o e 6o anos.
Seriada dos Estudantes São utilizados instrumentos e métodos que considerem co-
de Medicina (Anasem) nhecimentos, habilidades e atitudes previstos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais do curso de graduação em Medicina.
Fonte: BRASIL, 2018b. Adaptada.
A integração desses diferentes instrumentos permite a definição de conceitos que são, en-
tão, ordenados em uma escala de cinco níveis em cada uma das dimensões avaliadas (BRASIL,
2018b). Após a conclusão das avaliações, o MEC disponibiliza o resultado de modo que con-
tribua com a melhoria da instituição e do curso avaliado. Esses resultados envolvem instru-
mentos de informação, como os dados do censo e do cadastro socioeconômico, o Conceito
Preliminar de Curso (CPC), o Índice Geral de Cursos (IGC) e também os conceitos para atos de
renovação de reconhecimento e de recredenciamento das instituições. Nesse sentido, confor-
me apresentado na Lei n. 10.861, os resultados obtidos nas avaliações promovidas pelo Sinaes
constituirão referencial básico dos processos de regulação e supervisão da edu-
cação superior, neles compreendidos o credenciamento e a renovação de creden-
ciamento de instituições de educação superior, a autorização, o reconhecimento
e a renovação de reconhecimento de cursos de graduação. (BRASIL, 2004)
Destacamos que esses resultados possibilitam, então, mapear a qualidade dos cursos e
instituições de ensino superior no país. Para isso, foram definidas também em lei as dimen-
sões institucionais que devem ser obrigatoriamente consideradas nas avaliações:
I – a missão e o plano de desenvolvimento institucional;
II – a política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respec-
tivas formas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à
produção acadêmica, as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades;
III – a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que
se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento
econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produ-
ção artística e do patrimônio cultural;
IV – a comunicação com a sociedade;
V – as políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico-
-administrativo, seu aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas con-
dições de trabalho;
VI – organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e repre-
sentatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a
mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos
processos decisórios;
VII – infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca,
recursos de informação e comunicação;
VIII – planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficá-
cia da autoavaliação institucional;
8.3 Capes
A Capes é o órgão do Ministério da Educação responsável pelo reconhecimento e ava-
liação de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) das instituições de
ensino superior nacionais. Assim, para realizar essa tarefa, a Capes tem como missão desem-
penhar ações que contribuam com a expansão e consolidação da pós-graduação nos níveis
de mestrado e doutorado em todos estados (BRASIL, 2018c).
Diferentes ações são realizadas pela Capes, as quais são agrupadas em diversas linhas
de ação, que por sua vez se estruturam em outros programas. Observe, no quadro a seguir,
como essas ações se distribuem.
O objetivo desta seção é a avaliação da pós-graduação stricto sensu. Assim, para iniciar,
apresentamos a missão da Capes com relação à avaliação:
O sistema de avaliação, continuamente aperfeiçoado, serve de instrumento para
a comunidade universitária na busca de um padrão de excelência acadêmica
para os mestrados e doutorados nacionais. Os resultados da avaliação servem
de base para a formulação de políticas para a área de pós-graduação, bem como
para o dimensionamento das ações de fomento (bolsas de estudo, auxílios,
apoios). (BRASIL, 2018e)
A avaliação realizada atualmente pela Capes foi estabelecida no ano de 1998 e recebe
a orientação da diretoria de avaliação, que conta com a participação de consultores ad hoc
visando, assim, “assegurar e manter a qualidade dos cursos de mestrado e doutorado no
país” (BRASIL, 2017a). O desenvolvimento das atividades realizadas pelos avaliadores deve
priorizar o atendimento dos objetivos da avaliação, que consistem em:
• certificar a qualidade da pós-graduação brasileira, servindo de referência para dis-
tribuição de bolsas e recursos de fomento à pesquisa;
• identificar as diferenças regionais e de áreas estratégicas do conhecimento, a fim
de orientar ações que promovam a criação e expansão de programas de pós-gra-
duação em todo o território nacional.
Dessa forma, perceba que o objetivo está sempre na busca pela oferta de uma educação
de qualidade e que, quanto maior o nível de instrução, maior o nível de exigência e critérios
avaliados. A Capes realiza a avaliação dos cursos de acordo com 49 áreas de avaliação e, para
isso, segue uma sistemática própria e um conjunto de quesitos básicos previamente estabe-
lecidos pelo Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTS-ES), ao qual compete
“propor critérios e procedimentos para o acompanhamento e a avaliação da pós-graduação
e dos programas executados pela Capes no âmbito da educação superior” (BRASIL, 2018c).
Nesse contexto, os documentos da área se tornam referência para as ações que estão re-
lacionadas à avaliação dos cursos de pós-graduação, envolvendo tanto propostas de novos
cursos quanto a avaliação trienal dos cursos já em andamento. No que diz respeito a estes,
como mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado, somente aqueles que obtêm
nota igual ou superior a 3 são recomendados pela Capes. A pontuação máxima que um pro-
grama de pós-graduação pode receber é 7.
Para consultar as informações de cada curso de pós-graduação recomendado pela
Capes, o interessado pode acessar a Plataforma Sucupira, que concentra todas as informa-
ções sobre avaliação dos programas de pós-graduação. As consultas podem ser realizadas
de acordo com a área de avaliação, por nota ou por região, por meio de:
• dados básicos, como endereço, telefone, e-mail e dependência administrativa;
• dados da avaliação relacionados ao funcionamento do programa, coletados anual-
mente e os resultados alcançados na avaliação trienal;
• área de avaliação e área básica do programa;
• especificação dos cursos do programa que são reconhecidos e recomendados;
Conclusão
Note-se que o mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas dis-
tintas, pode receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas
expressa o valor atribuído, em cada área, à pertinência do conteúdo veiculado.
Por isso, não se pretende com esta classificação que é específica para o processo
de avaliação de cada área, definir qualidade de periódicos de forma absoluta.
Atividades
1. O Inep, hoje, é uma instituição de autarquia federal vinculada ao MEC e desempe-
nha ações relacionadas à avaliação institucional da educação no Brasil, envolvendo
diferentes níveis e modalidades de ensino. Porém, em seu percurso histórico, sofreu
diversas transformações. Com base no que foi estudado neste capítulo, descreva os
principais objetivos do Inep no ano de sua criação e os compare com sua finalidade
atual, conforme a Portaria n. 2.255, de 25 de agosto de 2003.
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. História. Disponível
em: <http://portal.inep.gov.br/historia>. Acesso em: 6 fev. 2018a.
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Acesso em: 6 fev. 2018b.
______. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Brasília, 15 abr. 2004. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Ministério da Educação (MEC). Portaria n. 2.255, de 25 de agosto de 2003. Diário Oficial da
União, Brasília, 26 ago. 2003. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=184900>.
Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Avaliação é tema de encontro de pró-reitores e membros do CTC-ES na Capes. 27 jul. 2017a.
Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8293-avaliacao-e-tema-de-
encontro-de-pro-reitores-e-membros-do-ctc-es-na-capes>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Ações e programas. 8 nov. 2017b. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/acessoainforma-
cao/acoes-e-programas>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Classificação da produção intectual. 1 ago. 2016. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/
avaliacao/instrumentos-de-apoio/classificacao-da-producao-intelectual>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Conselho Técnico-científico da Educação Superior. 1 fev. 2018c. Disponível em: <http://
www.capes.gov.br/conselho-tecnico-cientifico-da-educacao-superior>. Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Cursos avaliados e reconhecidos. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/#>.
Acesso em: 6 fev. 2018d.
______. História e missão. 1 fev. 2018e. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/historia-e-missao>.
Acesso em: 6 fev. 2018.
______. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para educação superior a
distância: versão preliminar. Brasília: MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2018.
GALLO, M. A avaliação da aprendizagem em EaD. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
Resolução
1. Com essa questão, esperamos que você reflita sobre os avanços que a avaliação ins-
titucional sofreu no país, especialmente diante das mudanças sociais e tecnológicas,
que influenciaram o modo de ensinar e aprender, bem como o modo de as intituições
atuarem diante de seus alunos e sociedade. Além disso, é importante que você deta-
lhe as ações e os instrumentos que regem as avaliações institucionais.
3. Na avaliação realizada pela Capes, o foco está nos cursos stricto sensu, como mes-
trado profissional, mestrado acadêmico e doutorado. Para realizar a avaliação dos
programas e cursos de pós-graduação, são estabelecidos critérios pelo CTC-ES. Esse
conselho, além de definir os critérios, também estabelece os procedimentos a serem
adotados na avaliação. Assim, um ponto da avaliação realizada pela Capes que se
diferencia da avaliação dos cursos de graduação é por área, além da avaliação e do
acompanhamento da produção intelectual dos docentes e discentes.
Nesse sentido, apresentamos neste capítulo os 3Ps que estão relacionados à pro-
posta de uma educação de qualidade e a uma formação que contribua com a apren-
dizagem e o desenvolvimento das pessoas: Projeto de Desenvolvimento Institucional
(PDI), Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e Projeto Pedagógico de Curso (PPC).
9.1 PDI
O processo de avaliação das IES no Brasil é regido por uma série de orientações que vi-
sam à identificação de fatores que estejam relacionados com a qualidade do ensino oferecido
e que podem ser aprimorados, de modo a contribuir com a formação daqueles que estão em
busca de aprendizagem e conhecimento. As avaliações também podem ser realizadas para se
obter regulação e supervisão a fim de credenciar e recredenciar a IES para a oferta de novos
cursos. Com base no resultado obtido na avaliação, é necessário que sejam elaborados do-
cumentos que sirvam de suporte para a realização das estratégias de planejamento a serem
adotadas pela IES. Nesse contexto é que se encontra o Plano Pedagógico Institucional (PPI).
O PPI é um documento elaborado pela IES e nele são apresentadas as políticas de en-
sino, pesquisa e extensão. Mas, antes de conhecer mais sobre o PPI, destacamos que ele
é um documento que contempla os elementos que devem ser apresentados no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI). O que seria, então, o PDI?
Trata-se de um documento em que são apresentadas informações da IES, como sua mis-
são e estratégias para atingir as metas e os objetivos propostos (BRASIL, 2018a). É importante
que o PDI esteja “intimamente articulado com a prática e os resultados da avaliação institu-
cional, realizada tanto como procedimento autoavaliativo como externo” (BRASIL, 2018a).
A esse respeito, destacamos que é com base no PDI que a IES organiza e define as ações que se-
rão realizadas a fim de atender às solicitações e sugestões indicadas nas avaliações realizadas,
tanto para credenciamento e recredenciamento quanto para busca de melhores resultados.
Como legislação específica que abrange o PDI, há duas publicações, conforme apresen-
tamos no quadro a seguir.
Quadro 1 – Legislação específica relacionada ao PDI.
Publicação Descrição
Decreto n. 5.773, de 9 Dispõe sobre as funções de regulação, supervisão e avaliação
de maio de 2006 das IES e de cursos superiores no âmbito nacional.
Dispõe sobre a necessidade de protocolar o PDI, dentre outros
documentos relacionados ao credenciamento, recredenciamen-
Portaria n. 4.361, de 29
to e autorização para oferta de cursos por meio do Sistema de
de dezembro de 2004
Acompanhamento de Processos das Instituições de Ensino
Superior (Sapiens/MEC).
Organização didático-pedagógica
9.2 PPI
Vice-reitor(a)
Pró-reitoria Pró-reitoria de
Pró-reitoria de Pró-reitoria de Pró-reitoria de Pró-reitoria de
de assuntos planejamento e
administração extensão graduação pesquisa
estudantis orçamento
Centro de Centro de
Centro de Centro de Centro de Centro
ciências comunicação e
ciências agrárias ciências jurídicas ciências da saúde tecnológico
biológicas expressão
9.3 PPC
O Projeto Pedagógico de Curso (PPC) é um documento elaborado pela IES que tem o
objetivo de apresentar com detalhes as diferentes dimensões e elementos que compõem o
curso ofertado. Esse é um documento que explicita o planejamento estrutural e funcional de
um curso e, assim como o PDI e o PPI, deve ser uma elaboração conjunta, com a participa-
ção e o envolvimento de toda a comunidade acadêmica. A base para a elaboração do PPC é
composta pelos dois documentos que já descrevemos neste capítulo, o PDI e o PPI.
Toda IES possui o PPC de cada curso ofertado ou que pretende solicitar autorização e
credenciamento ao MEC. Para você compreender mais sobre o PPC, vamos utilizar como
exemplo o PPC de algumas IES do país, de modo que possamos identificar na prática como
esse documento é elaborado.
Em relação ao objetivo do PPC, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
destaca que “O Projeto Pedagógico de Curso (PPC) tem dupla dimensão: a de orientação e
de condução do presente e do futuro de uma formação profissional comprometida e res-
ponsável” (UTFPR, 2011, p. 2). No que diz respeito à orientação, podemos apontar esse
documento como um norte para a realização das ações desenvolvidas no curso, pois conta
com diferentes elementos que vamos conhecer a seguir. Já sobre a condução do presente e
do futuro, destacamos que o PPC é utilizado como parte da realização de autorização e re-
conhecimento de curso pelo MEC, conforme mencionamos anteriormente.
Também, como já dissemos, para a elaboração do PPC, considera-se a articulação dos
pressupostos apresentados no PDI e no PPI. Nesse sentido, a Universidade Federal de Ouro
Preto (Ufop) destaca os princípios que regem a elaboração e o desenvolvimento do PPC:
• indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão;
• interdisciplinaridade e articulação entre as diversas atividades desenvolvidas;
• flexibilização curricular;
• contextualização e criticidade dos conhecimentos;
• ética como orientação das ações educativas;
• prática de avaliação qualitativa, sistemática e processual do PPC.
É importante destacar que, para a elaboração do PPC, devem ser considerados as deter-
minações legais, normas e procedimentos definidos pelo MEC. Assim, o Parecer CNE/CES
n. 67, de 11 de março de 2003, aponta que todos os cursos de graduação devem seguir as
recomendações das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), que são:
1. conferir maior autonomia às instituições de ensino superior na definição dos
currículos de seus cursos, a partir da explicitação das competências e das ha-
bilidades que se deseja desenvolver, através da organização de um modelo
pedagógico capaz de adaptar-se à dinâmica das demandas da sociedade,
em que a graduação passa a constituir-se numa etapa de formação inicial no
processo contínuo da educação permanente;
2. propor uma carga horária mínima em horas que permita a flexibilização do
tempo de duração do curso de acordo com a disponibilidade e esforço do aluno;
3. otimizar a estruturação modular dos cursos, com vistas a permitir um me-
lhor aproveitamento dos conteúdos ministrados, bem como a ampliação da
diversidade da organização dos cursos, integrando a oferta de cursos se-
quenciais, previstos no inciso I do art. 44 da LDB;
4. contemplar orientações para as atividades de estágio e demais atividades que
integrem o saber acadêmico à prática profissional, incentivando o reconheci-
mento de habilidades e competências adquiridas fora do ambiente escolar; e
5. contribuir para a inovação e a qualidade do projeto pedagógico do ensino
de graduação, norteando os instrumentos de avaliação. (BRASIL, 2003, p. 4)
O PPC da Universidade Estadual de Maringá (UEM), além da descrição dos elemen-
tos e diretrizes dos cursos de graduação, apresenta também as dimensões que devem ser
consideradas nos cursos ofertados na modalidade a distância, mostrando, assim, que esta é
institucionalizada. Observe, no quadro a seguir, alguns elementos exigidos pela IES.
Elemento Descrição
Polo de apoio Indicação da quantidade de polos e sua localização, com detalhamen-
presencial to da região, abrangência e possibilidade de expansão.
Descrição do material didático a ser utilizado, estratégias de apoio ao
Proposta
ensino-aprendizagem, mídias utilizadas, suporte técnico aos alunos e
metodológica
atividades presenciais.
Avaliação da Sistema de aplicação de provas presenciais e adaptação para os crité-
aprendizagem rios de avaliação.
Equipe Requisitos para seleção de tutores e professores de acordo com as es-
multidisciplinar pecificidades dos cursos.
Conclusão
Uma IES desempenha um importante papel na sociedade, visto que forma e qualifica os
profissionais que passarão a desenvolver ações e atividades para o desenvolvimento social e
econômico do país. Para que a educação oferecida seja de qualidade e a formação contribua
com a aprendizagem e o desenvolvimento de competências, é importante que a IES realize
ações de acompanhamento e melhoria nos mais diversos âmbitos e, nesse contexto, destaca-
mos os 3Ps que compõem a IES e o cenário educacional. Neste capítulo, tivemos a oportu-
nidade de conhecer o PDI, o PPI e o PPC. Cada um desses projetos apresenta especificidade
e relevância, não apenas para a instituição e o aluno, mas principalmente para a sociedade.
Considerando esses projetos em um nível hierárquico, o PDI apresenta diversas infor-
mações e propostas que envolvem a IES e, diante de sua amplitude e complexidade, é uti-
lizado como ponto de partida para o desenvolvimento do PPI e do PPC. Aquele tem como
foco as ações relacionadas ao ensino-aprendizagem e este, por sua vez, as relacionadas aos
cursos que a IES oferta ou pretende ofertar, visto que é um dos documentos utilizados pelo
MEC para análise de proposta de autorização de curso.
Assim, com base no que foi apresentado neste capítulo, esperamos que tenha sido pos-
sível conhecer mais e refletir sobre as ações de planejamento realizadas pela IES, em que a
busca pela oferta de uma educação de qualidade deve ter sempre prioridade.
I. PERFIL INSTITUCIONAL
• Missão;
• Objetivos e Metas;
• Inserção regional;
• Políticas de Ensino;
• Políticas de Extensão;
Oferta de Cursos
• Plano de Carreira;
VII. INFRAESTRUTURA
• Biblioteca [...].
• Laboratórios [...].
◦◦ Planos de investimentos;
X. ANEXOS
• Projeto pedagógico do (s) curso (s) solicitado (s) para primeiro ano de
vigência do PDI.
Nota: Os projetos dos cursos aqui elencados, para os quais está sendo
solicitada autorização de funcionamento, embora integrando o PDI,
deverão constituir arquivos específicos anexados em local apropriado,
nas Pastas Eletrônicas da Instituição, no sistema SAPIEnS/MEC.
2. A elaboração do PPI é outra ação desenvolvida pela IES que visa contribuir com a
qualidade da educação. Para a criação desse documento, deve-se considerar uma
construção coletiva, com o envolvimento e o compromisso de uma equipe que faça
parte da comunidade acadêmica. Considerando os elementos que devem constar no
documento, descreva quais diretrizes devem ser consideradas pela equipe na elabo-
ração do PPI.
Referências
BRASIL. Portaria n. 4.361, de 29 de dezembro de 2004. Brasília, 30 dez. 2004. Disponível em: <http://
www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/port4361.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
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Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/2-sala_projeto_vivencial/pdf/dimensoes
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FREIRE, R. A. Diversidade, currículo escolar e projetos pedagógicos II. São Paulo: Cengage Learning,
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GADOTTI, M. Projeto político-pedagógico da escola cidadã. In.: Salto para o futuro: construin-
do a escola cidadã. Brasília: MEC; Seed, 1998. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/me002687.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
UEM – Universidade Estadual de Maringá. Guia para elaboração de projeto pedagógico de curso de
graduação (PPC). 30 out. 2013. Disponível em: <http://sites.uem.br/pen/deg/apoio-aos-colegiados-aco/
documentos/formularios/GuiaparaElaboraodeProjetoPedaggicodeCursodeGraduaoPPC.pdf>. Acesso
em: 7 fev. 2018.
UFG – Universidade Federal de Goiás. Pró-reitoria de Graduação. Orientações para elaboração de
projeto pedagógico de curso. Disponível em <https://portais.ufg.br/up/90/o/Orientacoes_para_
elaboracao_de_PPC_-_versao_02-09-11.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-reitoria de Graduação. Diretrizes para elaboração
de projeto pedagógico de curso de graduação / PPC. jun. 2014. Disponível em <http://www.prograd.
ufop.br/arqdown/PPC_-_Diretrizes__para_elabora%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2018.
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Plano de desenvolvimento institucional 2015 a 2019.
Florianópolis: UFSC, 2015. Disponível em: <http://pdi.ufsc.br/files/2015/05/PDI-2015-2019-1.pdf>.
Acesso em: 7 fev. 2018.
UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientações para a elaboração dos projetos
pedagógicos de cursos na UTFPR. out. 2011. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/3469852/mod_resource/content/1/Orienta%C3%A7%C3%B5es%20PPC%20_UTFPR.pdf>. Acesso
em: 7 fev. 2018.
Resolução
1. Essa questão serve para que você identifique os elementos do PDI e reflita sobre como
cada um deles pode contribuir com a IES e com a educação oferecida. Os elementos
a serem identificados estão apresentados na Figura 1. Com base nessa reflexão, você
poderá compreender como a IES está envolvida na busca de melhores resultados.
2. A equipe deve considerar os seguintes objetivos a fim de entregar um PPI que con-
tribua com a qualidade do ensino da IES:
Embora a regulamentação da EaD tenha sua origem em 1996, quando foi citada no
art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) a necessidade de incentivo e desenvolvimento de
programas de educação a distância nos diferentes níveis da educação, foi em 1998, com o
Decreto n. 2.494 (BRASIL, 1998), de 10 de fevereiro, que tivemos uma discussão ampliada
sobre a modalidade, apontando para critérios diversos. Mas, mesmo diante da ampliação da
discussão em vigor no vigente decreto, havia uma lacuna no que tangia à EaD para cursos
de pós-graduação (ALVES et al., 2015).
Sendo o desenvolvimento continuado uma necessidade crescente no desenvolvimento
da nova sociedade, a sociedade do conhecimento, tal questão ganhou atenção e foi tratada
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2001, na publicação da Resolução CNE/CES
n. 1, de 3 de abril, que definiu alguns critérios para tal oferta (BRASIL, 2001):
• credenciamento pela União de cursos de pós-graduação stricto sensu a distância
para instituições já ofertantes de cursos reconhecidos pela Capes;
• credenciamento pela União de cursos de pós-graduação lato sensu a distância;
• provas e defesas sempre presenciais.
Essas definições regulamentares se destacaram como um fragmento da EaD, o que le-
vou a uma maior cautela do Ministério da Educação (MEC) no processo de credenciar ins-
tituições para tal oferta e, por isso, até final do ano de 2001, tínhamos no Brasil apenas seis
instituições credenciadas (ALVES et al., 2015). Diante dessa realidade e da necessidade de
expansão do ensino superior no país, no mesmo ano, por meio da Portaria n. 2.253, de 18
de outubro, foi autorizada a oferta de 20% da carga horária de cursos presenciais reconheci-
dos em disciplinas na modalidade a distância. Essa portaria ficou em vigor até 2004, sendo
sucedida pela Portaria n. 4.059, de 10 de dezembro, que ampliou a visão sobre o tema, per-
mitindo que os 20% a distância pudessem ser ofertados por toda IES, independentemente
do processo de autorização, pois essas disciplinas seriam, então, avaliadas no momento de
reconhecimento ou recredenciamento do curso.
Tal cautela, à época, foi vista com preocupação no que diz respeito à qualidade das ofer-
tas de ensino. Contudo, a expansão da modalidade de EaD cresceu exponencialmente e, no
ano de 2005, ganhou força de política pública como estratégia para formação de professores
do ensino fundamental e médio. Tivemos, então, o Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de
2005 (BRASIL, 2005), que regulamentou o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996
(BRASIL, 1996), com uma definição mais clara da EaD: “como modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professo-
res desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos” (BRASIL, 2005).
Seguindo essa proposta, incentivos públicos na área ganharam força e, no ano se-
guinte, é instituído, pelo Decreto n. 5.800 (BRASIL, 2006), de 8 de junho de 2006, o Sistema
Universidade Aberta do Brasil (UAB), incentivado pelo governo e desenvolvido com base
em um sistema integrado de universidades públicas. A prioridade de tal ação foi a formação
Institucionalização
Decreto n. 9.057/2017
LDB/1996
Decreto n. 2.494/1998
Decreto n. 5.622/2005
Decreto n. 5.800/2006
10.2 Regulamentação
10.3 Políticas
Conclusão
Podemos perceber, ao longo de nossas discussões sobre esse assunto, as potencialida-
des de um sistema institucionalizado de educação a distância para a formação da sociedade,
que por sua vez tem relação direta com o desenvolvimento ascendente do país. Todavia,
A partir dessa análise dos elementos da cultura institucional, será possível iden-
tificar com mais precisão os desafios que implicam a efetivação do processo de
institucionalização do fenômeno, como é o caso da EaD no Ensino Superior. [...]
Atividades
1. O pleno desenvolvimento da EaD traz algumas questões emergentes ao século XXI, den-
tre as quais podemos destacar a necessidade de institucionalizar ações e práticas dessa
modalidade. Considerando que institucionalizar está relacionado a instituir, ou seja, es-
tabelecer-se como direito, podemos inferir que tal ato vincula-se à necessidade do todo, e
não das partes. Sendo assim, podemos afirmar que a educação a distância não é o fim, e
sim o meio. Discorra sobre estas duas colocações: “Necessidade do todo”; “Não é o fim, e
sim o meio” em relação à EaD.
3. Vimos neste capítulo que as regulamentações e políticas são ações necessárias para
fundamentar direitos e qualidades ao grande grupo social. E nesse cenário de po-
líticas de EaD, elas versam sobre o acesso à educação para aquele que, por motivo
diverso, encontra-se distante de grandes centros, estando limitado geograficamente
ou por outros motivos para estar no mesmo tempo que o professor em sala de aula.
Contudo, apesar de ser um direito garantido, ações de fomento e incentivo precisam
transcender questões políticas e adentrar na estrutura da instituição. Nesse sentido,
discutimos sobre a institucionalização da EaD. Com base nessa descrição, aponte
dois potenciais benefícios que podem ser integrados à institucionalização diante dos
requisitos de construção da sociedade do conhecimento.
Referências
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aprendizagem a distância no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2017. Disponível em: <http://abed.org.br/
censoead2016/Censo_EAD_2016_portugues.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2017.
ALONSO, K. M.; ROCHA, S. A. da (Org.). Políticas públicas, tecnologias e docência: educação a dis-
tância e a formação do professor. Cuiabá: Central de Texto/EdUFMT, 2013.
ALVES, C. M. T., et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco,
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BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Brasília, 20 dez. 2005. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
______. Decreto n. 5.800, de 8 de junho de 2006. Brasília, 8 jun. 2006. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5800.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
______. Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017. Brasília, 26 maio 2017. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9057.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
______. Ministério da Educação (MEC). Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Brasília, 10 fev.
1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf>. Acesso
em: 8 fev. 2018.
______. Resolução n. 1, de 3 de abril de 2001. Brasília, 2 abr. 2001. Disponível em: <http://portal.mec.
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na modalidade a distância: a visão dos gestores de uma universidade federal. Ensaio: Avaliação e
Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 24, n. 91, p. 308-336, abr./jun. 2016.
Resolução
1. Esperamos que você perceba que a EaD é uma prática educacional que tem recebido,
ainda que de forma carente, incentivo público e revisão nas suas regulamentações e
políticas. Contudo, a expansão dessa prática não ocorre de modo segmentado. Deve
integrar governo, sociedade e universidade. Logo, você deve perceber que nem a
política nem a institucionalização resolvem os desafios da educação no Brasil. Ou
seja, não são os fins em si, são os meios que vão levar à necessidade de todos, e não
das partes isoladamente.
2. Regulamentar diz respeito ao conjunto de medidas legais que regem a IES. Já a polí-
tica, nesse contexto, faz referência à administração do Estado para os devidos fins e o
bem da nação. E institucionalizar é assumir todo o contexto de regulamento e política
para dentro da estrutura institucional. Queremos aqui que você perceba que os concei-
tos convergem para a promoção da EaD como proposta educacional de formação e de
desenvolvimento do indivíduo, e que esta integra agentes externos e internos.
3. Aqui, você deve perceber que regulamentações e políticas são fundamentais, mas
não resolvem sozinhas os desafios de uma sociedade. E, nesse sentido, o nível de
intervenção institucional que inclui os docentes, discentes e funcionários administra-
tivos deve estar envolvido nos benefícios que são para a comunidade de pesquisa, a
sociedade civil e o próprio corpo docente e administrativo da instituição. Uma vez
institucionalizada a EaD, há o desenvolvimento de competências no âmbito insti-
tucional e individual, criando um ambiente favorável ao crescimento sustentável
do país. Além dessa observação, você pode tratar ainda sobre a institucionalização
como ação estratégica, válida como solução para expansão do processo de ensino
e aprendizagem com base em diferentes competências, recursos e oportunidades,
incluindo condições de qualidade à vida do indivíduo.
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