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A HISTÓRIA DA GEOMETRIA: DA PLANA A ESPACIAL E SUAS TECNOLOGIAS

Danielle dos Santos Rodrigues1


Dênis Carrard Ledur2
Greyce dos Santos Rodrigues3
Priscila Augusta de Quadros Scoot Hood4
Agostinho Serrano de Andrade Neto5

Resumo: O presente artigo consiste em uma reflexão histórica e tecnológica a respeito de Educação Geométrica,
buscando o desenvolvimento na área da geometria plana e espacial, por meio do ensino e aprendizagem. O
objetivo da pesquisa foi de apresentar uma reflexão da história da Geometria a ser desenvolvida por professores
como forma de subsidiar a aprendizagem geométrica, além facilitar o processo de ensino e aprendizagem.
Considera-se pertinente abordar conceitos geométricos, e suas tecnologias através desta temática, pois além de
contribuir para o ensino da Geometria Plana e Espacial, tendo por base o desenvolvimento da Matemática,
também serve de incentivo para a aprendizagem dos alunos, possibilitando a reflexão no ensino da Geometria
Plana e Espacial e de suas tecnologias.

Palavras-chave: Geometria. História. Tecnologias. Matemática.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa, consiste em uma reflexão histórica e tecnológica acerca da Educação


Geométrica, a qual possibilita evidenciar o desenvolvimento da Geometria Plana e Espacial,
bem como de suas tecnologias. Além, de propiciar condições favoráveis de apropriação e
competências essenciais ao aprendizado da Matemática, sendo que, através das tecnologias
digitais e materiais manipuláveis desenvolva-se as habilidades lógicas por meio da Geometria.
Nesse sentido, a proposta de desenvolver, ao educando uma reflexão sobre a história
da Geometria, denota também a importância do desenvolvimento de ensino e aprendizagem
na prática docente que leve em conta a participação efetiva dos alunos, por meio da
Geometria, na produção do saber escolar. Daí a necessidade do conhecimento Geométrico e
de suas tecnologias, as quase servem de aporte para o conhecimento desta área, pois estamos
1 Mestranda de Ensino de Ciências e Matemática/ULBRA. danielle_santosrodrigues@hotmail.com

2 Mestrando de Ensino de Ciências e Matemática/ULBRA. dendecledur@hotmail.com

3 Mestranda de Ensino de Ciências e Matemática/ULBRA. greyce.s.r@hotmail.com

4 Mestranda de Ensino de Ciências e Matemática/ULBRA. prihood@hotmail.com

5 Doutor em Física quântica, professor do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da


Universidade Luterana do Brasil
imersos num mundo repleto de formas onde as ideias geométricas estão presentes seja nas
artes, na arquitetura, na natureza, ou em outras áreas do conhecimento.
A reflexão sobre o contexto histórico da Geometria, possibilita a aprendizagem de uma
forma mais agradável, e atrativa, pois revela ao indivíduo uma vivência e experiência sobre o
processo de surgimento da Geometria, além da reflexão na busca por respostas que sirva de
auxílio no processo de ensino e aprendizagem. O uso das inovações tecnológicas auxilia nas
diferentes possibilidades de aprendizagem, como recursos que possibilitem ao educando não
utilizar unicamente o uso do lápis e papel, mas sim através de recursos como à utilização de
softwares como recursos didáticos que sirva de ferramenta para a criação de figuras
geométricas, e assim facilitem o processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, sabe-se que a utilização de materiais concretos, também auxiliam
no processo de aprendizagem em Geometria, os quais aproximam o estudante de formas reais,
possibilitando a aprendizagem significativa dos conteúdos geométricos.
Assim, o estudo se desenvolveu em torno da história da Geometria e suas tecnologias,
através de uma reflexão histórica no processo educacional, por meio da área da Geometria
Plana Espacial, buscando a apropriação desta temática por intermédio de recursos que
auxiliem no desenvolvimento de conteúdos Geométricos, os quais possibilitam um estudo
centralizado na Geometria Plana Espacial e servem de aporte para outras áreas do
conhecimento.

1. AS PRÁTICAS GEOMÉTRICAS AO LONGO DA HISTÓRIA

A geometria está presente em nosso cotidiano desde os mais remotos registros da


humanidade. As representações do homem primitivo, que antes tratavam-se de figuras
naturais as quais ele tinha contato, foram aos poucos evoluindo para registros de formas
geométricas.
O surgimento da geometria que conhecemos hoje está associado aos gregos, visto que
seus métodos para resolver problemas de medições assemelham-se aos que utilizamos
hodiernamente. Devida essa ideia de comparação, muitas vezes deixa-se de lado as práticas de
egípcios e babilônicos na resolução de problemas relacionados à ela. Roque e Carvalho
(2012) nos alertam que temos que tomar cuidado com essa concepção, pois mesmo em
tempos mais recentes, o entendimento acerca de seu significado tem se modificado, fazendo
assim pouco sentido fazer uma comparação histórica sobre as práticas de cada período na
intensão de classificar ou não como geometria.
1.2 A GEOMETRIA NA BABILÔNIA E NO EGITO

Segundo Roque e Carvalho, a geometria praticada pelos babilônicos era


essencialmente métrica, preocupando-se com o cálculo de comprimentos, áreas e volumes e
utilizando para isso, propriedades das figuras planas e de sólidos geométricos. Os autores
fazem ainda uma aproximação dos cálculos desenvolvidos na época com o ensino da
geometria nas escolas da atualidade: exemplos rasos e artificiais, que não levam ao
entendimento, mas sim a uma repetição de exercícios sem significado.
Cabe destacar a forma como eles concebiam, de forma diferente da conhecida por nós,
o conceito de círculo. Enquanto para nós o círculo é obtido ao traçarmos uma circunferência
com um compasso, para eles era a área limitada pela circunferência. E a área do mesmo era
sempre calculada usando o comprimento da circunferência, mesmo quando eles conheciam o
diâmetro do mesmo.
Um exemplo que trazemos é o YBC 7302, que refere-se ao cálculo da área do círculo.
De acordo com o que foi tratado no parágrafo anterior, tomando A como a área do círculo de

circunferência S e raio r, temos que A=π r 2 , S=2 πr . Assim,

S
r=
2π ,

S2 1 2
A=π x 2 = S .
4π 4π

Utilizando π =3 , teremos

1 2
A= S .
12

1
De acordo com o sistema de numeração dos babilônicos, =5 , e fazendo as
12

devida conversão à sua simbologia, verificamos que o tablete ilustrado na figura abaixo
(FIGURA 1), representa o cálculo do círculo feito na época.
Figura 1 – YBC 7302
Fonte: Livro Tópicos de História da Matemática
A geometria para os egípcios também era voltada para a mensuração prática de figuras
planas e espaciais. O cálculo da área do retângulo era semelhante ao que conhecemos, mas há
uma divergência no que se refere ao cálculo da área do triângulo, para alguns autores eles
tomavam a medida da base do triângulo multiplicada pela medida de um dos seus lados como
a forma de calcular sua área, essa forma só está correta para triângulos retos.
Uma curiosidade que surge ao se falar sobre a geometria do Egito, é sobre seus
conhecimentos relacionados à geometria das pirâmides. Ao que parece, a resposta para essa
curiosidade é frustrante, uma vez que ao que parece, eles só sabiam sobre a inclinação dos
lados de uma pirâmide, o volume da pirâmide e do tronco de pirâmide.
Fossa (2012) explica que a matemática pré-grega tinha baixo nível de abstração,
voltada à resolução de problemas práticos. Cita ainda que um aspecto que une as duas
civilizações é a ligação da matemática com o misticismo. Ambas acreditavam que os
elementos geométricos, além de ligados à questões da astronomia – que tratava dos corpos
celestiais, supostos divinos, estavam ainda ligadas à propriedades místicas.
Para Fossa (2012) a ligação entre uma geometria voltada tanto para a realidade quanto
para o misticismo é um tanto paradoxal, mas explica que na época, a religião voltava-se para
que os seres divinos protegessem os interesses mundanos dos suplicantes, estando assim
aliadas religião e prática.

1.2 A MATEMÁTICA GREGA ATÉ EUCLIDES

Quando a geometria dos egípcios e babilônicos foi absorvida pelos gregos, sofreu uma
grande transformação. Um dos primeiros nomes a destacar-se na Matemática Grega foi Tales
de Mileto (640 a.C. – 546 a.C.). Atribui-se a ele a demonstração de vários teoremas,
mostrando uma preocupação não apenas em resolver problemas práticos, mas com sua
generalização, elevando a Matemática à um nível mais teórico.
Posteriormente, sobressaiu-se Pitágoras (572 a.C. – 501 a.C.), cujos estudos (bastante
associado à forças cósmicas) convergiam a deduzir que tudo no universo era advindo dos
números, sendo que tudo poderia ser explicado pelos números e suas razões. Fundou uma
sociedade que ganhou com o tempo forte expressão política. Mais tarde um dos membros,
Hippasus, trouxe a questão da incomensurabilidade, que veio a balançar as convicções do
grupo, uma vez que ainda não eram conhecidos os números irracionais, e isso veio a
atrapalhar que o grupo chegasse à ideia de infinitude.
Durante esse período, não há indícios de rigor na matemática desenvolvida pelos
gregos. Neste contexto surge a figura de Platão, que passa a criticar os geômetras, sendo esse
um campo favorável ao trabalho de Eudoxo (408 a.C. – 355 a.C.), que propõe-se a explicar a
Matemática por meio dos incomensuráveis, sendo o primeiro que se tem notícias à formular
axiomas explícitos.
O método, axiomático propriamente dito, foi inventado por Aristóteles (384 a.C. – 322
a.C.), segundo Fossa (2012), baseando-se na reflexão de que “é impossível demonstrar toda
proposição verdadeira porque toda demonstração apela a outras preposições (premissas) que
encerram a evidência para a proposição ser demonstrada”. Aristóteles chama essas
preposições de axiomas ou postulados, e diz ainda que eles devem ser tão evidentes a ponto
de que o mundo os aceite sem contestar.

1.3 A MATEMÁTICA GREGA APÓS EUCLIDES

Euclides segue a lógica aristotélica ao organizar sua axiomalização geométrica.


Dividindo em dois grupos as proposições não demonstráveis: os axiomas e os postulados.
Para ele, os axiomas tratam-se de verdades lógicas, comuns à toda a toda disciplina, já os
postulados referem-se às verdades sobre a disciplina em discussão, no caso a geometria.

2. GEOMETRIA, TECNOLOGIAS DIGITAIS E MATERIAIS MANIPULÁVEIS

A disciplina de matemática é reconhecida como elemento importante na formação


educacional dos indivíduos e essa importância é percebida tanto no contexto escolar como no
social e cultural. Entretanto, a análise dos resultados obtidos pelos estudantes nas avaliações
institucionais e nas externas, como a Prova Brasil e PISA, revela que a maioria dos estudantes
apresenta dificuldades na aprendizagem de seus conteúdos e apresentam baixa proficiência
nesse campo do conhecimento.
Os conhecimentos de Geometria apresentam grande relevância na abordagem do
conhecimento matemático, tanto em seu aspecto histórico como por suas aplicações práticas
em inúmeras situações do cotidiano. De acordo com os PCN, “os conceitos geométricos
constituem parte importante do currículo de Matemática [...] porque, por meio deles, o aluno
desenvolve um tipo especial de pensamento” (BRASIL, 1997, p. 55) que favorece a
compreensão, representação e descrição organizada do mundo em que o estudante vive.
Segundo Nogueira (2009, p. 3), “o ensino da geometria deve estar voltado para problemas
abertos (com mais de uma resposta e/ou com diferentes formas de resolução), com caráter
dinâmico, que propiciem um processo de busca e investigação para resolvê-los.
O desenvolvimento dessas habilidades pode ser potencializado pelo uso de recursos
digitais e materiais manipuláveis que despertam a curiosidade, estimulam a vontade aprender
e possibilitam, em certos casos, a manipulação e simulação de elementos que, em situações
reais, seriam difíceis de serem realizadas.
Vivemos em uma sociedade que tem na informatização e na utilização de recursos
tecnológicos uma de suas mais marcantes características. Esses recursos, presentes nas mais
variadas situações da vida moderna, encontram-se incorporados em diferentes graus também
no sistema educacional. Essa incorporação, entretanto, parece ocorrer em um ritmo mais lento
do que aquele observado nos demais setores da sociedade. Seus resultados, muitas vezes,
apresentam-se mais limitados do que os esperados. Teoricamente, a escola deveria representar
um espaço inovador na formação cognitiva dos cidadãos e, por consequência, onde o uso de
tecnologias deveria ocorrer de forma inevitável, mas, na prática, a utilização de recursos
tecnológicos é incipiente ou mesmo inexistente.
A Matemática, disciplina considerada como uma das mais difíceis do currículo escolar
e também como responsável por altos índices de reprovação e evasão, requer um
redimensionamento de sua didática e pedagogia. As novas tecnologias representam, assim,
uma possibilidade promissora nas mudanças que se almejam para a reversão desse quadro.
Para isso, é necessário, pois, abandonar a zona de conforto e aceitar os desafios já que as
incertezas e os imprevistos gerados num ambiente informatizado “podem ser vistos como
possibilidades para o desenvolvimento do aluno, do professor e das situações de ensino e
aprendizagem” (BORBA e PENTEADO, 2001, p. 64).
Os pressupostos presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL,
1997) enfatizam a utilização das tecnologias da informação para a aprendizagem matemática
ao considerar que o surgimento de um conhecimento por simulação, “típico da cultura
informática, faz com que o computador seja visto como recurso didático indispensável”
(BRASIL, 1997, p. 47). As tecnologias digitais voltadas para a educação favorecem a
construção do conhecimento pois
Os conteúdos abordados através de atividades que utilizam a tecnologia estimulam a
curiosidade do aluno e são melhor compreendidos e aceitos, resultando em aprendizagens
significativas, logo, o uso dessa ferramenta em sala de aula, proporciona um ensino não
tradicional, mais atrativo (BOZZA, 2015, p. 137).
Sem dúvida, o uso de tecnologias representa uma ferramenta pedagógica de grande
potencial inovador para a aprendizagem, especialmente no campo da Matemática. Softwares e
aplicativos da Internet, calculadoras, aparelhos de telefones celulares, entre outros recursos,
podem favorecer ações didáticas e experimentações matemáticas, potencializando o
desenvolvimento de habilidades nos alunos.
Entretanto, não basta apenas dispor-se de recursos tecnológicos para que os problemas
de aprendizagem sejam superados e alcance-se uma efetiva qualidade de ensino. As
ferramentas eletrônicas requerem habilidades específicas e exigem que se reflita sobre elas,
quais são e como desenvolvê-las de modo que os estudantes utilizem efetivamente as
ferramentas inovadoras que se encontram a sua disposição pois

A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula os


professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos
modos de aprender. Como ocorre em outras áreas da atividade humana, professores
e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais artefatos. Um bisturi a laser não
transforma um médico em bom cirurgião, embora um bom cirurgião possa fazer
muito mais se dispuser da melhor tecnologia médica, em contextos apropriados.
(CYSNEIROS1999, p. 18).

As inovações tecnológicas oferecem diferentes possibilidades de utilização no


processo de ensino e aprendizagem. Na concepção de Ponte (2000, p. 73)

As novas tecnologias surgem aqui como instrumentos para serem usados livre e
criativamente por professores e alunos, na realização das atividades mais diversas.
Esta perspectiva (...) pode ser enquadrada numa lógica de trabalho de projeto,
possibilitando um claro protagonismo do aluno na aprendizagem. Mas esta
perspectiva tem igualmente suas limitações (...) a utilização das TIC pode como
ferramenta tanto ser perspectivada no quadro de atividades de projeto e como
recurso de investigação e comunicação, como pode ser reduzida a uma simples
aprendizagem, por processos formais e repetitivos, de uns tantos softwares e
programas utilitários.

Tanto em uma sala de aula que disponha de diferentes recursos tecnológicos como
naquela que unicamente faça uso de lápis e papel, a qualidade da aprendizagem está
diretamente vinculada à eficiência desses recursos e à forma como eles são utilizados.
No final dos anos 80 os primeiros sistemas de geometria dinâmica começaram a ser
produzidos, incluindo ferramentas que permitem que o usuário manipule formas na tela do
computador direta e dinamicamente.
No ensino de Geometria há uma variedade de softwares disponíveis gratuitamente.
Pode-se citar, por exemplo, o Geogebra (Figura 1). Este é um aplicativo eficiente e que pode
ser utilizado tanto para construções e atividades de geometria plana como espacial e que
também oferece a possibilidade de exploração de objetos algébricos. Esse software foi
desenvolvido em 2001 por Markus Hohenwarter na Universidade de Salzburgo. O aplicativo
pode ser baixado diretamente no computador a partir da página https: www.geogebra.org ou
utilizado online, e oferece uma variedade de recursos para o estudo de conceitos geométricos.

Figura 1- Objeto geométrico criado no Geogebra.

Fonte: https://sites.google.com/site/oficinageogebra/geogebra/atividades-ludicas-1

O software iGeom (Figura 2) foi desenvolvido a partir de projetos de iniciação


científica no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP). O
aplicativo pode ser baixado a partir da página http://www.matematica.br/igeom. Segundo
Brandão e Isotani (2003, p. 418), o objetivo da plataforma iGeom é prover recursos para o
ensino da Geometria que “auxiliem o professor na produção de material didático e no
acompanhamento de seus alunos, e por outro, trazendo facilidades para um aprendiz adquirir
conhecimentos geométricos”, tanto na escola ou fora dela, de modo autodidático.
Figura 2 – Prisma obtido com o iGeom

Fonte: http://www.ime.usp.br/~ddalmon/files/danilo_mjose_VSimposioIME.pdf

Outro recurso para o ensino de Geometria é o software Elica, disponível em


http://www.elica.net/, desenvolvido por Pavel Boytchev e implementado em linguagem Logo.
O aplicativo possibilita a elaboração e objetos bi e tridimensionais programáveis pelo usuário.
O Google SketchUp (Figura 3) é um software de criação de imagens em 3D que dispõe
de uma variedade de recursos que permitem criar, visualizar e alterar imagens em três
dimensões. Este software associa cada ferramenta de criação a um tópico de ajuda. É possível
construir modelos a partir do nada ou fazer o download do que precisar. O aplicativo tem
integrados os seguintes recursos: geolocalização com Google Maps, melhorias 3D nas
texturas do terreno, o uso de fotografias para criar modelos em três dimensões, o building
Maker para criar edifícios e o cálculo do volume de objetos. Está disponível para ser baixado
em https://www. sketchup.com/pt-BR/download.
Figura 3 – Cilindro gerando no SketckUp
Fonte: http://panambi-egef.blogspot.com.br/2013/12/uso-do-sketchup-na-geometria-analitica.html

O Poly (Figura 4) é um software gratuito que permite o movimento de rotação dos


sólidos, mostra alterações de tamanho e apresenta suas planificações. Em sua biblioteca
consta um grande número de sólidos, arquimedianos e platônicos entre outros. Possui
comandos de fácil compreensão.

Figura 4 – Prisma gerado no Poly

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1747
Santos e Martinez (1999), fundamentados em estudos de King e Schattschneider
(1997), apontam aspectos positivos gerados pela utilização desses recursos digitais no
processo de ensino e aprendizagem de Geometria: precisão e visualização, pois os conceitos
podem ser compreendidos pela visualização e redução de construções imprecisas que podem
induzir à conclusões errôneas; exploração e descoberta, pois a manipulação de construções
possibilita a descoberta de novas relações e propriedades; simulação e micromundos,
considerando que as simulações podem ilustrar conceitos de outros campos do conhecimento,
como a Física por exemplo, bem como vivenciar experiências geométricas pela exploração
interativa ou pela criatividade do estudante.
Aprendizagens em Geometria também podem ser favorecidas mediante a utilização de
materiais concretos. Esses recursos aproximam o estudante das formas reais, permitem o
estabelecimento de comparações, a realização e medidas e simulações. Tais características
possibilitam a atribuição de significado aos conceitos e propriedades estudados, favorecendo a
aprendizagem significativa dos conteúdos geométricos. Desse modo, o material concreto,
além de facilitar a aprendizagem, torna as aulas mais significativas e prazerosas, estimula o
raciocínio dos alunos, desenvolve suas habilidades e a capacidade em compreender conteúdos
geométricos. Sua utilização “desenvolve a noção espacial, a capacidade de visualização e a
interpretação das propriedades de cada figura, usando a comparação entre as figuras e os
objetos de seu cotidiano para a introdução das figuras espaciais” (BOZZA, 2015, p. 136).
Cabe salientar que a escolha dos materiais a serem utilizados e as atividades que sejam
propostas devem ser realizadas, segundo Bozza (2015), através de uma análise da realidade e
contexto educacional, que o professor considere os fatores externos e internos, ou cognitivos,
dos estudantes e proponha atividades em que os estudantes exercitem sua autonomia e utilize
sua criatividade na resolução das situações-problema.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscou-se na investigação uma reflexão entre a história da Geometria e suas


Tecnologias, visando explorar as possibilidades de ensino, que o pensamento Geométrico
denota, para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem através da parte
histórica e tecnológica.
Dessa forma, o presente estudo não teve a intenção de ser fatigante, ou de esgotar as
possibilidades que pudessem aprofundamento o assunto, mas trazer ao pensamento do
educando reflexões sobre a história do Ensino de Geometria que sirva de auxilio no
desenvolvimento do pensamento lógico. Em relação, ao pensamento Geométrico percebe-se
uma preocupação crescente entre os profissionais da educação, os quais tem buscado novas
formas de conquistar os alunos para a aprendizagem.
Além disso, neste estudo foi possível destacar a importância do desenvolvimento
tecnológico, através da Geometria Plana Espacial, o qual facilita a aprendizagem do aluno
para que assim, compreendam que as formas Geométricas, apesar de nem sempre serem
percebidos, estão fortemente presentes no seu cotidiano.
Assim, a proposta foi desenvolver, no educando uma reflexão histórica por meio da
Educação Geométrica, através do desenvolvimento da Geometria Plana e Espacial, buscando
auxiliar os professores no processo de Ensino e Aprendizagem, por meio das tecnologias, as
quais tem grande relevância no desenvolvimento da aprendizagem na prática docente.
Diante o exposto, acredita-se que a contribuição, deste estudo, serviu de grande valia
no processo histórico e tecnológico dos docentes, quanto a Geometria, o qual certamente
servirá de auxílio na produção do saber escolar.

REFERÊNCIAS
BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2001.
BOZZA, M. Pensando o ensino de geometria espacial: estratégias didáticas que utilizam o
software Geogebra e materiais concretos. Scientia cum Industria. 2015, v.3, n.3, p. 134-138.

BRANDÃO, L. de O.; ISOTANI, S. Uma ferramenta para ensino de geometria dinâmica na


internet: iGeom. Anais do WIE. 2003. Disponível em <http://www.br-
ie.org/pub/index.php/wie/article/view/808/794>. Acesso em 08 jun 2016.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CYSNEIROS, P. G. Novas tecnologias na Sala de Aula: Melhoria do Ensino ou Inovação
Conservadora? Disponível em <http://www.colombiaaprende.edu.co/html/
mediateca/1607/article-106113.html> Acesso em 03 jun 2016.
KING, J.; SCHATTSCHNEIDER, D. Geometry turned on dynamic software in teaching,
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LEIVAS, J. C. P. Educação Geométrica: Reflexões sobre ensino e aprendizagem em
geometria. Educação Matemática em Revista–RS, Canoas, n.13, p.9-16, 2012.
NOGUEIRA, V. L. Uso da geometria no cotidiano. 2009. Disponível em <http://www.diaadia
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SANTOS, E. T.; MARTINEZ, M. L. Software para ensino de geometria e desenho técnico.
1999. Disponível em <https://www.researchgate.net/publication/237359480_SOFTWARE_
PARA_ENSINO_DE_GEOMETRIA_E_DESENHO_TECNICO>. Acesso em 06 jun 2016.

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