capitulo 3

Depois de dar várias voltas naquele bairro tentando encontrar uma saída, Alicia se deu por vencida e fez
uso do GPS que tanto detestava. - A 100m gire a sua esquerda. Falou a voz do aparelho.

- Esquerda? Você tem certeza? Estamos em uma rua reta sem iluminação e não vejo esquerda, só vejo
mato, mato e mais mato, sua inútil! - Reclamou irritada com o aparelho GPS.

Avistou um senhor que vinha caminhando lentamente pelo canteiro e parou para pedir informação. -
Senhor, boa noite.

- Boa, moça.- respondeu o senhor enquanto mostrava um sorriso banguelo, que fez Alicia apertar os
lábio e desviar o olhar para conter a vontade de ri, afinal não era uma imagem que ela estivesse
acostumada, não se recordava quando havia sido a última vez que tinha visto uma pessoa adulta sem os
dentes da frente, talvez na realidade nunca tivesse visto um banguela pessoalmente.

- Como faço para sair daqui e pegar a avenida principal?

- Siga em frente e lá mais para frente vire a esquerda e siga reto, aí a moça vai chegar na avenida.

Alicia olhou para o GPS e sorriu, voltou a olhar o senho e sorriu. - Em frente né? Okay, obrigada. Fechou
o vibro e arrastou o carro. - É, até que você não é tão inútil. Agora nos tira daqui. Disse enquanto
aumentava o volume do GPS.

Poucos segundo depois o telefone de Alicia tocou, ela revirou os olhos quando viu quem era.

- Diga!

- É assim que você me atende? Eu estou há horas te procurando. Onde você está Alicia? - Era Júlia, sua
mãe, aparentemente irritada.

- "Onde eu estou?". Também gostaria de saber. - Respondeu Alicia quase em sussurro, fazendo graça ao
olhar ao redor sabendo que estava literalmente perdida.

- Escuta aqui Alicia, seu irmão me contou o que aconteceu hoje cedo... Minha filha, que decepção!
Porque agir dessa maneira?

- "Agir dessa maneira" - Repetiu com desdém. - De que maneira? Da maneira correta você quer dizer?

- Não minha filha, da maneira mais errada e egoísta possível Alicia, sinceramente como pôde fazer isso...
Como pôde sair no meio de uma discussão tão mportante para o seu...

- Pai! - Completou Alicia bastante irritada. - Por isso mesmo que fui embora, porque era importante só
para ele, para os interesses dele e não para mim. Porque alguém aqui precisa pensar em mim, no que eu
quero ou deixo de querer!

- Não seja egoísta minha filha.

- Egoísta? Ah, tá agora eu sou a egoísta? Vocês agem e planejam a minha vida pelas minhas costas e eu
sou a egoísta?.

- Está sendo egoísta, sabe o quanto isso é....

- Olha só mãe,eu vou ter que desligar. Porque a egoísta aqui está dirigindo e não está interessada em
ouvir mais sobre esse assunto. - Disse Alicia finalizando a ligação, muito irritada, acelerou enquanto dava
golpes no volante com as duas mãos gritavndo na tentativa de aliviar todo ódio que corria pelas suas
veias naquele momento.

- Você passou do seu destino, há 200m gire a direita para fazer o retorno. - Voz do aparelho de GPS. -
Ahhhh, merda, merda, merda! MERDAAAAA! - Gritou Alicia ao ouvir o gps.

Depois de muitas voltas Alicia só desejava chegar em casa, comer alguma coisa e dormir. Estacionou o
carro passou pela portaria sem comprimentar o porteiro, entrou no elevador e acionou a cobertura;
Começou a olhar o celular enquanto o elevador subia. Haviam inúmeras notificações de chamadas
perdidas e mensagens não visualizadas. - Hipócrita... Dramática...Aff, me poupe! - Disse enquanto lia
algumas mensagens até notar que havia uma que sim valia apena ser lida.

*LídiaAnos70

kkkkk salvo! ^^

Alicia sorriu de forma involuntária diante daquela simples mensagem, em seguida abriu para olhar a foto
do perfil e deu zoom, explorou cada detalhe da imagem, parou por alguns segundos a observando e
lembrando do beijo, daquela sensação boa que percorria o corpo dela a cada suspiro que a loirinha
soltava provocado por ela. Agora essa sensação era só uma lembrança, que ela desejaria não ter parado
de construir. Suspirou pensativa, começou a difitar alg quando percebeu o elevador parar, desistiu e
bloqueou a tela do celular, saiu do elevador e caminhou até o apartamento.

- Ai, que susto! O que você está fazendo aqui? Disse Alicia ao perceber que Lourdes, sua irmã mais velha,
acenava para ela sentada no chão no meio do corredor.

- Você deveria dizer: "Olá, irmazinha, boa noite, como vai a gravidez? Tudo bem?"... - Disse Lourdes
enquanto via como a irmã revirava os olhos. - Não seja mal educada, Alicia.

- Ufff... Anda, vem, levanta daí... - Alicia estendeu a mão e a ajudou a se levantar. - Porque não me avisou
que vinha?

- Para você me convencer de que não vinhesse? Ou para você ter tempo de inventar uma desculpa e não
aparecer para me encontrar? - Disse enquanto esperava Alicia abrir a porta.

- Muito graciosa como sempre. Anda, entra antes que eu me arrependa de não ter dado meia volta.

Lourdes sorriu e ambas entraram no apartamento.

- Bom Lourdes, antes de começar o seu sermão eu preciso comer alguma coisa. Peço comida italiana
para três?

- Não, eu já comi! E trouxe japonesa, toma, é do seu restaurante favorito.

- Nossa, o sermão vai ser sério.

- Vai. - Assentiu sorrindo. - Mas antes vou ao toalet, porque líquido não me falta, sempre me sobra nessa
bexiga .

- Usa o toalet do corredor.

- Já sei, eu sou visita.

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- Desculpe mas eu não vou aceitar ser uma moeda de troca para ele. Para o benefício da inidcação ao
cargo tão sonhado para a carreira dele.

- Vejamos, nosso pai tá cego com a possibilidade dessa indicação e tudo que vejo que tem feito é pedir e
contar com o nosso apoio.

- Cego e louco é algo que ele definitivamente está!

- Ele precisa do nosso apoio Li...

- Vejamos... Apoio é uma coisa Lo. Outra coisa é querer mandar na minha vida. Você acredita que ele
teve a audácia de aceitar um convite em meu nome? Mas não foi qualquer convite não, foi um convite do
Tobias Jr.?

- Não! Ele não fez isso! Do Tobias? Não posso acreditar! Daquele traste minha irmã? É o mesmo Tobias
que eu estou pensando? É o filho mais novo do...

- Esse mesmo. Você acha que eu iria ficar aí, ouvindo isso sem reagir? Pior eram os argumentos de que
isso era bom para todos. Que aceitou porque estava pensando no meu futuro, que o Tobias é um
excelente partido. Você acha certo eles fazerem isso? Quereerem me usar dessa maneira?

- Claro que, não! Tem meu total apoio minha irmã! O nosso pai enlouqueceu de vez. A mamãe tá
sabendo disso?

- Está, me ligou desaforada porque o Pedro falou a versão dele para ela.

- Vamos acalmar os ânimos, entendo sua revolta e te prometo que vou te ajudar. Agora me leva para
casa eu vim de táxi por motivos de que essa barriga não me deixa dirigir e não quero voltar a ter que
andar dentro de um carro com um estranho e ainda assim tarde da noite, sou uma mulher grávida, tenha
oiedade.

- Tenha piedade você de mim, só home dirigi o suficiente para o resto do mês.
- E isso?

- Ao sair do escritório do papai dirigi sem rumo e acabei me perdendo, parei em uma praça que até que
me caiu bem.

- Hum, pela carinha foi bem mesmo. Viu passarinho verde?

- Deixa de ser idiota, vai passar esse mal para o bebê. Na verdade conheci uma garota, ela mudou meu
dia ao só desabafar comigo, deu para perceber como ela vivia para os outros sem fazer coisas que
desejava fazer.

- Hum, como toda pessoa normal, as pessoas não são como você Alicia que faz o que sente vontade.

- Eu sei, mas foi diferente perceber isso na angústia dela, quase pedindo por socorro para ser ela mesma.

- Tem gente com problemas a enfrentar maiores que os nossos irmazinha.

- Não sei se maiores que os meus. Porque pensando bem os meus se resumem a ter um pai obcecado
com um cargo no STF aceitando com a ajuda da minha mãe, um encontro a cegas com o traste Tobias Jr,
em meu nome

- É você tem razão - Concordou Lourdes sorrindo e contagiando a Alicia.

- Mas então, quando dei uma carona ela até a sua casa, na volta me perdi... aquela merda de GPS não
ajudou.

- GPS uff terríveis dependendo da zona então...

- Sim, e eu me perdi em uma área sem cobertura de sinal, pensei que fosse ter que dormir dentro do
carro no meio do nada. A mamê me ligou me fez acelerar, andei tanto que o gps funcionou e consegui
voltar. Por isso, dorme aí.

- Na sua cama, enquanto me faz cafuné?

- Não, no quarto de hóspedes.

- Chata.

*Alicia
- Também gostaria de saber.

quando esse parecia mais perdido do que ela.

- apesar da ajuda do GPS no carro,