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Teorias da antropologia

De acordo com Barreto (2012), a antropologia tem como objecto de estudo o homem como ser
biológico, cultural e social. Dividida em áreas, a Antropologia tanto se dedica aos aspectos genéticos e
biológicos do homem, quanto ao desenvolvimento das sociedades humanas, tornando-se ela a ciência
que estuda as culturas do homem.

As teorias antropológicas – clássicas e contemporâneas (modernas) construíram seus legados científicos


a partir da segunda metade do século XIX. Elas sucederam-se na linha do tempo, ampliaram e
consolidaram paradigmas fundamentais – modelos e formas de abordagens, estudos e observações para
a interpretação dos modos de vida – biológico, social e cultural do homem.

Todas as teorias convergiram, coincidiram em diversos aspectos metodológicos e conceituais, ao mesmo


tempo que divergiram e se afastaram em diversos pontos e juntaram-se em aspectos pontuais. Sendo
assim, as teorias não se formaram atoa, elas alinharam-se em uma linha do tempo a partir do século XVI,
que a seguir serão descritas.

Evolucionismo social

O conceito de evolução precede a ciência antropológica.

Como refere Barnard (2000, 27-28) a tradição medieval europeia advogava um fixismo dos seres vivos
numa escala imutável determinado pela criação original. O universo era classificado como um princípio
ordenado “ a grande cadeia do Ser”, tendo Deus no topo, seguido dos anjos e finalmente o homem, a
este seguiam-se os macacos e os outros animais até aos vermes.Por seu turno, a teoria da evolução
pressupunha a mudança e mutabilidade, no tempo e no espaço, da vida biológica. Na análise da
transposição das ideias de evolução da biologia para o campo social é necessário relembrar que foi
Herbet Spencer (1820-1903) e não Charles Darwin quem utiliza pela primeira vez a expressão
“sobrevivência do mais apto”.

Este é relativamente aceite desde o Iluminismo e os filósofos do séc. XVIII já o incorporam nas suas
conjeturas sobre a origem e desenvolvimento da humanidade. Neste campo de debate em que emerge
a antropologia digladiam-se duas perspetivas: o poligenismo e o monogenismo. O poligenismo defendia
que a humanidade tinha várias origens e que as“raças” eram, na essência, diferentes espécies. Por seu
turno, omonogenismo defendia que a humanidade tinha uma única origem. É este pressuposto que vai
encorpar as ideias dos antropólogos evolucionistas.
Estas ideias vão ganhar forma tanto no campo académico, quanto social. Por exemplo, a defesa do
monogenismo foi suportada pela “Aborigines Protection Society”, fundada em Londres em 1837, e a
Ethnological Society of London, fundada em 1843.

O evolucionismo na perspetiva antropológica compreende quatrograndes linhas de pensamento: o


evolucionismo unilinear, o evolucionismo multilinear, o evolucionismo universal e o neodarwinismo. O
evolucionismo unilinear carateriza o evolucionismo antropológico do século XIX, sendo os restantes
desenvolvimentos posteriores, surgindo durante o século XX.
Os autores que suportam o evolucionismo unilinear consideram quea cultura se desenvolve de uma
forma uniforme e progressiva. Nesta aceção, todas as sociedades passariam por um conjunto de
estádios de desenvolvimento cultural até atingirem a civilização, o mais elevado grau de cultura (sendo a
sociedade Ocidental considerada a mais proeminente). Os principais temas trabalhados pelos autores
evolucionistas foram a família e o contrato social e as questões de religião, no qual o totemismo
assumiu particular relevância.
Do ponto de vista metodológico os estudos evolucionistas baseavam-se numa abordagem dedutiva e no
método comparativo. A abordagem dedutiva resultava na aplicação de teorias gerais a casos
particulares. As sociedades primitivas existentes eram consideradas “fósseis vivos” de estádios
anteriores e defendia-se que o seu estudo permitiria facultar pistas para compreender a sociedade
Ocidental dos finais do século XIX. Esta ideia baseava-se no pressuposto da unidade psíquica da
humanidade: as sociedades simples e complexas eram comparáveis já que a mente humana se tinha
desenvolvido da mesma forma. Embora esta noção fosse relativamente vaga não se pode deixar de
creditar estes autores pelo facto de, como refere Mercier (1986, 41), terem dado ênfase à ideia de
unidade da “família humana”.
Segundo XAVIER (2009), diz que a teoria evolucionista da antropologia predominou no início da jornada
da Antropologia como ciência. A principal característica desta teoria assenta-se na sistematização do
conhecimento das sociedades “primitivas”, de primeira origem, dos primeiros tempos.Entende-se que
esta teoria se preocupa em conhecer as sociedades desde os seus primórdios da sua existência.

Nesta teoria explica-se que eram tidas como estágios inferiores do desenvolvimento alcançado pelas
sociedades “civilizadas”, avançadas nos planos técnico, social e científico: todas as formas de
organização das condições materiais e culturais dos homens passariam, necessariamente, dos estágios
primitivos civilizados.

Os expoentes desta teoria formularam o conceito de unidade psíquica do homem, em estágios


diferentes, entre os “primitivos” e os “civilizados”: os grupos étnicos das diversas áreas geográficas do
planeta faziam parte da grande família humana, mas se encontravam em fases distintas de evolução e
desenvolvimento.Esta teoria conceituou três estágios da evolução da humanidade, segundo Morgan:
selvageria, barbárie e civilização.

XAVIER (2009), aponta ainda que a partir dessa teoria surgiu o etnocentrismo que é um conceito que
considera as normas e valores sociais e culturais da própria sociedade ou cultura como base de
avaliação e julgamento de todas as demais culturas e sociedades.

Difusionismo

No que tange a antropologia difusionista, esta segundo XAVIER (2009), reage ao etnocentrismo da teoria
evolucionista social. Esta teoria procura compreender a natureza das culturas de cada povo, da origem e
sua extensão, de um grupo humano para outro. A corrente explica o desenvolvimento cultural pelo
processo de difusão de aspectos culturais, formas culturais, de uma cultura para outra.

Para esta teoria, a cultura é algo que se pode expandir de uma região para outra, de uma sociedade para
outra, assim como de um povo para outro povo. Um exemplo prático dessa difusão é a globalização que
é um fenómeno já conhecido por muitas pessoas. A pergunta seria de que maneira a globalização
expande as culturas? Numa tentativa de responder a nossa pergunta é por exemplo as novelas
brasileiras, mexicanas, etc., que são transmitidas nas televisões moçambicanas, transmitem a sua
cultura para as pessoas moçambicanas que vêm as novelas. As pessoas que vêm as novelas podem
imitar a cultura da novela e colocar tudo em prática.

Para concordar com o que dissemos acima, XAVIER (2009), diz que nessa teoria, os povos tomam de
empréstimo aspectos culturais fundamentais de outros e os adaptam às suas particularidades, o que
provoca a evolução da cultura e explica a diversidade das manifestações culturais. Portanto, a teoria
difusionista da antropologia, explica que os grupos humanos distintos absorvem “aspectos culturais” de
um outro grupo, como uma tendência humana.

Os antropólogos difusionistas substituem o termo raça pelo cultural e se dividem em três escolas
teóricas: a inglesa, a alemão-austríaca e a norte-americana.Fazem parte da escola americana os
seguintes expoentes: Fritz Grabner, Friedrich Ratzel, Léo Frobénius, Wilhelm Schimidt;

Na escola inglesa temos: Elliot Smith, J. Perry e W. R. R. Rivers. Esta escola ficou conhecida pelo nome de
hiperdifusionista pelo facto de alguns dos seus expoentes levantarem a hipótese de que todas as
invenções do homem tê origem na civilização egípcia.Já na escola norte-americana o expoente em
destaque é o antropólogo Franz Boas (1848-1942).

O principal teórico ou expoente do difusionismo foi o geográfico e etnólogo alemão Friedrich Ratzel
(1844-1904) conhecido como o “pai do conceito espaço vital”.

Antropologia culturalista Norte-americana

De acordo com XAVIER (2009), diz que essa teoria antropológica pesquisa de modo especial a
identificação dos padrões culturais. Ela procura as normalizações do desenvolvimento das culturas.

Franz Boas (1858-1942) citado por XAVIER (2009), foi o principal expoente dessa escola. Ele desenvolveu
um intenso trabalho de campo. Se detinha no detalhe dos detalhes para fazer uma transcrição
meticulosa da realidade.

Essa escola defende que as culturas de maneira geral, são diversas, mas têm características comuns,
padrões culturais. Esses padrões são resultados do agrupamento de complexos culturais. O padrão é
assim para esta teoria uma norma regularizadora que estabelece os valores de aceitação e rejeição,
dentro de uma determinada cultura. Ruth Benedict (1989, p.60) citado por XAVIER (2009), é uma das
principais expoentes dessa escola refere que:

Esta elaboração da cultura num padrão coerente não se pode ignorar como se fosse um pormenor sem
importância. O conjunto, como a ciência está a afirmar insistentemente em muitos campos, não é
apenas a soma de todas as suas partes, mas o resultado de um único arranjo e única inter-relação das
partes, de que resultou uma nova identidade (…).
O culturalismo exerceu influência no campo das Ciências Sociais do Brasil. Gilberto Freire foi um dos
discípulos de Franz Boas e parte considerável da sua abordagem da cultura brasileira teve como
inspiração as teorias desenvolvidas pelo pesquisador alemão, radicado nos Estados Unidos.

Funcionalismo

Nos finais do século XIX a antropologia na Inglaterra desenvolve-se com a expedição ao Estreito de
Torres36, liderada por Alfred Haddon (1855-1940) e constituída por uma equipa pluridisciplinar que
incluiu William Rivers (1864 – 1940) e Charles Seligman (1973 – 1940) entre outros. O seu objetivo
principal consistiu em estudar as caraterísticas materiais, sociais, psicológicas e fisiológicas dos povos
mais do que em determinar o curso da sua evolução social, preocupação característica dos
evolucionistas. Esta viragem metodológica enfatiza a importância do trabalho de campo, a que se junta,
por parte dos seus discípulos o enquadramento teórico decorrente da influência de Herbert Spencer e
da sua analogia orgânica. Os funcionalistas tentavam descrever as instituições que existiam na
sociedade, explicar a sua função social e demonstrar a sua contribuição para a estabilidade da
sociedade.
O funcionalismo em antropologia é associado a duas escolas de pensamento, tutelada cada uma por um
autor de renome na antropologia: o funcionalismo psicológico de Bronislaw Malinowski (1884 – 1942) e
o funcionalismo estrutural de Alfred R. Radcliffe-Brown (1881 – 1955). Para os funcionalistas
psicológicos as instituições culturais funcionam de forma a responder às necessidades físicas e
psicológicas básicas das pessoas em sociedade. Para os funcionalistas estruturais o propósito era
compreender como as instituições mantinham o equilíbrio e coesão da sociedade (influência de
Durkheim). A Escola de Manchester, associada com Max Glukman (1911 – 1975), descende da sua
influência.
O funcionalismo psicológico enfatizava o facto de as instituições culturais terem por função resolver as
necessidades físicas e psicológicas das pessoas em sociedade. Por seu turno, o estruturo funcionalismo,
influenciado por Durkheim, procura compreender como as instituições mantêm o equilíbrio e a coesão
da sociedade. Enquanto a primeira escola atribui uma ênfase ao individuo, a segunda está mais
interessada no estudodas estruturas que são subjacentes a qualquer sociedade e em descobrir as leis
sociais resultantes do estudo comparativo de várias sociedades.
No plano teórico outra característica do funcionalismo era o seu limitado interesse pela história, ao
contrário da antropologia Boasiana que se fazia nos EUA na altura. Para os antropólogos ingleses a
reconstrução da história em sociedades sem tradição escrita era especulativa e o que interessava era
analisar a sociedade como ela se apresentava no momento do estudo (caraterizando-se os seus
trabalhos por uma “intemporalidade” dos dados).
A tensão entre as duas escolas de pensamento era similar à tensão existente entre as duas figuras que
as criaram. No entanto, lentamente, a versão estruturo funcionalista ganhou ascensão no plano teórico,
fenómeno percetível pelo facto de muitos alunos de Malinowski terem aderido à escola de Radcliffe-
Brown, insatisfeitos com a resposta teórica da abordagem. A preocupação com a coesão e equilíbrio vai
ser a principal modelo desta escola e também uma das suas principais críticas. A manutenção da ordem
social e a regular vida da sociedade estava de acordo com as preocupações das autoridades coloniais em
que muitos destes antropólogos estiveram envolvidos, com a exceção de Max Glukman.
De acordo com XAVIER (2009), a teoria funcionalista dá enfase ao estudo das instituições, formas de
organizações sociais e culturais e das suas funções para a manutenção do conjunto cultural, da
totalidade da cultura de um determinado povo.

Estruturalismo

O estruturalismo, enquanto campo de teorização antropológico, é associado sobretudo a Claude Lévi-


Strauss (1908 - 2009). No entanto, esta imagem, na perspetiva temporal não é correta. O estruturo-
funcionalismo de Radcliffe-Brown, herdeiro da escola sociológica francesa e Durkheim em particular, é
concomitante, embora a sua abordagem seja diferente.
Todavia, também há outra abordagem estruturalista que antecede a obra do autor francês: o
estruturalismo holandês41 também conhecido como a Escola de Leiden. A particularidade desta
abordagem reside no facto de estes estudos comparativos se realizarem num denominado campo de
estudo etnológico, com um conjunto de caraterísticas referidas como núcleo estrutural. O campo de
estudo central desta escola são as Índias Ocidentais Holandesas, atualmente a Indonésia (incluindo a
Ilha de Timor), e o núcleo cultural incluía o sistema de casamento.

A principal obra desta escola, é Types of social structure in Eastern Indonesia, de Van Wouden,
publicada em 1935, mas somente traduzida para inglês em 1968. Este facto explica a ignorância de Lévi-
Strauss deste estudo que desenvolve ideias que o autor apresenta em 1949 na sua obra maior As
estruturas do Parentesco. Não deixa de ser interessante este facto pois quer os autores da Escola de
Leiden, quer Lévi-Strauss, tem como referência Émile Durkheim e Marcel Mauss.
Barnard (2004, 120) define o estruturalismo como “as perspetivas teóricas que dão primazia ao padrão
sobre a substância”. Para Lévi-Strauss, o importante não era estudar a forma com as pessoas
categorizavam o seu mundo, mas os padrões de pensamento subjacentes que produziam essas
categorias. Embora seja influenciado por Freud, ele não acredita que a estrutura psicológica determine a
cultura. Para o autor os processos lógicos subjacentes que estruturam todo o pensamento humano
operam em diferentes contextos culturais, assim, os fenómenos não são idênticos, mas são o produto
de padrões universais de pensamento inconsciente.

O principal campo de inspiração para Lévi-Strauss foi a linguística, nomeadamente Saussure e a escola
de Praga da linguística estrutural, com Jakobson e Troubetzkoy. A linguística operou uma transformação
que ele valorizou: deixou de se preocupar unicamente com as origens da língua e passou a preocupar-se
com a forma como funcionava assente no contraste entre sons ou fonemas. A linguística advogava que
todas as línguas eram compostas por fonemas, que por si só não têm significado. É somente quando são
combinados em unidades maiores, morfemas, palavras, frases, etc., de acordo como certos padrões
(regras de sintaxe e gramática) é que eles se tornam significativos: o discurso. A maioria dos falantes de
uma língua, apesar de a falarem, não sabem identificar as regras que subjazem à elaboração do discurso.
Assim, a um nível subconsciente todos devemos saber quais estas regras são, sendo o objetivo da
linguística descobrir estes princípios inconscientes.
Com base nas ideias da linguística, LéviStrauss procurou desenvolver um meio de estudar os princípios
inconscientes que estruturam, segundo ele, a cultura humana. Esta, como a linguagem, é composta por
uma coleção arbitrária de símbolos (os fonemas da linguística) que não lhe interessam individualmente
mas sim o padrão de elementos, a forma como os elementos culturais se relacionam (comunicam) para
formar o sistema -um dos principais contributos da escola de Praga foi o contraste entre as oposições
binárias dos fonemas, ideia que Lévi-Strauss vai aplicar no estudo da cultura, propondo que o padrão de
pensamento humano também usa contrastes binários como branco e preto, dia e noite e quente e frio
(um desenvolvimento da ideia de Durkheim sobre o sagrado-profano, ou de

Segundo a autora (idem), esta teoria o seu expoente é o Francês Claude Lévi-Strauss. Ele pesquisou os
princípios da organização da mente humana. Seu objectivo foi estudar as regras estruturantes das
culturas presentes na mente humana.O antropólogo percorreu os caminhos das teorias do parentesco,
da logica do mito, das chamadas classificações primitivas e da relação natureza versus cultura.

Para esse expoente, o estruturalismo concebe a existência de um certo número de materiais culturais
sempre idênticos, como as “cartas de baralho” e o “caleidoscópio”, estas são duas suas metáforas
preferidas que podem ser classificadas como invariantes.

Conclusão

Ao fim deste trabalho percebeu-se que as teorias da antropologia nos mostram as diferentes visões
sobre a compreensão das culturas. Apesar de terem visões diferentes, elas surgiram na mesma época e
a compreensão do homem começou a ser vista sob perspectivas diferentes em relação as suas
produções materiais e culturais. Um ponto essencial que nos tocou foi a teoria difusionista da
antropologia que preconiza a expansão ou mesmo difusão da cultura, onde demos o exemplo da
globalização que é um potencial fenómeno que difunde a cultura de um povo para outro povo. A difusão
acontece, portanto, quando um povo toma de empréstimo aspectos culturais fundamentais de outros e
os adaptam às suas particularidades, é exactamente isso que provoca a evolução da cultura e explica a
diversidade das manifestações culturais.

Portanto, todas as teorias aqui desenvolvidas, constituíram um paradigma no qua tange a compreensão
da natureza do ser humano. E todas as teorias surgem devido a complexidade da natureza humana o
que permite que o antropólogo possa pesquisar, e compreender bem o passado e o presente e imaginar
o que pode vir no futuro.
Referências

BARRETO, R. A. D. N. Fundamentos antropológicos e sociológicos. Aracaju: UNIT, 2012.

Barnard, Alan. 2004. History and Theory in Anthropology, Cambridge, Cambridge University Press

XAVIER, J. T. P. Teorias Antropológicas. Curitiba: IESDE. Brasil S.A., 2009.

Lévi-Strauss, Claude. 1982. As Estruturas Elementares do Parentesco. Petrópolis, Vozes


Lévi-Strauss, Claude. 1993. Antropologia Estrutural dois. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro
Lévi-Strauss, Claude. 1996. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro

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