Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fronteiras da Posse
Portugal e Espanha na
Europa e na América
Imprensa de Ciências Sociais
Título original: Frontiers of Possession: Spain and Portugal in Europe and the
Americas
Copyright: Copyright © 2015 by Tamar Herzog
Published by arrangement with Harvard University Press.
Para a edição portuguesa,
© Instituto de Ciências Sociais, 2018
Capa: João Segurado
Tradução: Marta Amaral
Composição e paginação: Ana Cristina Carvalho
Revisão: Levi Condinho
Impressão e acabamento: Gráfica Manuel Barbosa & Filhos, Lda.
Depósito legal: 433070/17
1.ª edição: Janeiro de 2018
Índice
Abreviaturas
Agradecimentos
Introdução
Verdoejo (1683-1863)
De acordo com os registos que chegaram até nós, em 1683 reacendeu-se uma
querela entre comunidades ao longo do rio Minho, rio que, como se sabe,
separa o Sul da Galiza do Norte de Portugal. Nessa data, as autoridades
eclesiásticas não conseguiram acordar acerca do destino dos dízimos que os
pescadores que lançavam as redes a partir de Verdoejo, um pequeno banco de
areia no meio do rio, deveriam pagar.[560] Os frades do mosteiro jesuíta de
Sanfins, em Portugal, diziam que a ilha estava em «terras de Portugal» e que
existia um «muito velho costume» a este respeito, e por isso os tributos eram-
lhes devidos. O abade de Caldelas (em Espanha) retorquia que o território
nunca fora português, e que na altura era claramente galego, porque o rio, que
antes correra entre a Espanha e a ilha, separava agora esta de Portugal.[561]
Após vários episódios violentos, com delegados de ambos os países a discutir
entre si e a tentar forçar os pescadores a pagar, o mosteiro pediu a assistência
do monarca português, que deu instruções às autoridades de Viana do Minho
para investigar o caso. O abade, a quem o rei ordenou que se apresentasse
perante o corregedor, apareceu acompanhado de um advogado português.
Recusou-se a discutir «matéria de propriedade», que não cabia nas suas
competências, mas afirmou que em relação à tributação das actividades
piscatórias a resposta era evidente. A ilha era contígua à sua paróquia e,
portanto, fazia parte do seu território. Consequentemente, quem quer que
fossem os pescadores, se aí lançavam redes deveriam pagar-lhe. Embora os
arquivos não contenham nenhuma indicação de como terá terminado o
processo, em 1684 o abade vangloriou-se de o ter ganho, graças à decisão
favorável do corregedor de Viana.[562] Não sabemos se estas afirmações eram
correctas, mas a verdade é que pouco tempo depois o mosteiro voltou a
requerer a intervenção real. O embaixador português em Madrid queixou-se
ao Conselho de Estado espanhol de que o abade de Caldelas procurava alterar
as disposições existentes, sem direito ou razão.[563] O abade usava a violência
para garantir o seu sucesso e ameaçava, segundo o diplomata português, que
«esta pesca, que pertencia a Portugal», se tornaria castelhana. Como as
pequenas disputas entre vizinhos podiam provocar a guerra entre coroas, era
essencial, concluía, respeitar a «posse imemorial» gozada pelo mosteiro e
pela coroa de Portugal. O abade deveria pôr termo a toda a perturbação.
Os funcionários espanhóis começaram por concordar com esta análise, mas
mudaram de opinião quando receberam um longo relatório do governador da
Galiza, que dizia que o problema era mais complicado do que parecia.[564]
Dezasseis testemunhas de mayor excepción tinham-no informado de que
antes da guerra (1640) tanto portugueses como galegos pescavam ao longo da
costa da ilha, cada um pagando o dízimo à paróquia do país de origem
respectivo. Durante a guerra (1640-1668) as tropas espanholas estacionadas
na ilha proibiram os portugueses de a usar, mas após o restabelecimento da
paz (1668), o costume anterior prevalecera. Assim, a situação só mudara uns
anos antes, quando o mosteiro tentara arrecadar o dízimo também dos
espanhóis. Daqui decorreram confrontos violentos, incluindo várias mortes.
Enquanto o governador de Valença do Minho, a povoação portuguesa mais
próxima, insistia com o seu congénere de Tui (do outro lado do rio) que como
o território era português os dízimos eram devidos ao mosteiro, o espanhol
respondia que o assunto seria resolvido de forma amigável se se adoptasse a
sentença do juiz de Viana, que favorecera o abade. O governador da Galiza
também declarava que, independentemente do pagamento de dízimos, a ilha
era espanhola porque o rio mudara de curso, fazendo-a quase contígua da
Galiza e distante de Portugal. Mesmo que em tempos o mosteiro tivesse tido
direitos, a natureza, e não os espanhóis, retirara-lhos, e reatribuíra-os a
Espanha. De acordo com a lei, seria esta a leitura certa; de acordo com o bom
senso, também. Qualquer outra solução permitiria aos portugueses ter um
bastião no lado espanhol do rio, o que seria inaceitável. A questão seria
encerrada, sugeria, se se visitasse a área e observasse a corrente do rio.
Verdoejo era extremamente pequena (cerca de um oitavo de légua de
comprimento e um tiro de mosquete de largura) e de poca estimación , e
por isso, em 1684 e 1685, a maior parte dos membros do Conselho de Estado
espanhol recomendou deixar cair o assunto. A solução jurídica poderia ser
evidente – de acordo com a lei, as alterações nos rios afectavam tanto os
direitos de propriedade como a jurisdição –, mas não havia razão para insistir
com os portugueses se estes também não insistissem. Apenas um conselheiro
duvidou da viabilidade da solução porque acreditava que os portugueses não
a iriam aceitar. Propôs um acordo formal que reconhecesse os direitos
espanhóis. O rei rejeitou-o e ordenou ao abade que evitasse futuros
confrontos com os portugueses.[565] Mas ao mesmo tempo que o instava a
manter relações pacíficas, encarregava-o explicitamente de defender os seus
direitos, ou seja, de cobrar o dízimo.
Em Fevereiro de 1691 o embaixador português em Madrid voltou a levantar a
questão de Verdoejo.[566] Desta feita, menos interessado em dízimos do que na
jurisdição, acusou as autoridade de Tui de entrarem ilegalmente na ilha que,
de acordo com ele, era portuguesa. Os juízes de Tui tinham prendido a pessoa
que cobrava os dízimos para o mosteiro de Sanfins e, nos dias seguintes,
percorreram o território com a vara da justiça erguida. O rei português não
cobiçava territórios que não eram seus, mas não estava disposto a ceder o
que, por direito, lhe pertencia. O embaixador pedia que o monarca espanhol
assegurasse a cessação imediata destas penetrações territoriais e que as
autoridades de Tui fossem punidas. Verdoejo, explicava, fora em tempos
parte de Portugal continental. As alterações na corrente do Minho tinham-na
transformado em ilha, mas mesmo assim era portuguesa de acordo com os
tombos de 1538 e 1548. Até 1640, apenas a usavam pescadores portugueses;
entre 1640 e 1668 (durante as Guerras da Restauração), usavam-na espanhóis
e portugueses; depois do fim das hostilidades (1668), persistira o segundo
costume. Os dízimos eram sempre pagos ao mosteiro, os direitos
alfandegários eram sempre cobrados por funcionários portugueses, e os juízes
de Sanfins visitavam a ilha com as varas erguidas. O abade de Caldelas fora
encorajado a desafiar este status quo pelo seu amo , Rodrigo Antonio,
residente em Tui e feitor da condessa de Regalados, que vivia em Madrid e
cujos avós tinham sido donos da ilha. O embaixador não atribuía qualquer
importância à eventual localização de Verdoejo mais próximo da Galiza do
que de Portugal: os rios mudam muitas vezes de curso, mas ninguém alguma
vez sugerira que estas alterações naturais afectavam a pertença destes
territórios e a respectiva jurisdição.
Em 1691, portanto, um debate em torno dos dízimos evoluiu para um conflito
acerca da jurisdição. A alteração do tema central da disputa seria subscrita
também pelos espanhóis, que nesse mesmo ano se queixaram de que os juízes
portugueses imaginavam ter jurisdição sobre a ilha (o que não era verdade). E
essa suposição manifestara-se já na tentativa de prender o cobrador de
impostos de Rodrigo Antonio Falcón, marquês de Bendaña, o dono legítimo
do território em litígio, que vivia em Espanha.[567] O Conselho de Estado
espanhol pediu informação acerca do que estaria exactamente em causa e
mostrou-se alarmado com a ameaça de uso da violência proferida por
Portugal. O rei português ordenou às suas forças militares que em
circunstância alguma permitissem a presença de autoridades espanholas na
ilha, e os espanhóis aconselharam o governador da Galiza a preparar-se para
a guerra.[568] A partir de Tui, o bispo escreveu que o verdadeiro nome da ilha
era Caldelas, não Verdoejo.[569] Como o rio Minho, que dividia os dois reinos,
passava agora entre a ilha e Portugal, Verdoejo (ou Caldelas) era claramente
espanhola. Qualquer pessoa que visitasse o território, como ele mesmo o
fizera pouco antes, confirmaria este facto óbvio, mas existiam confirmações
escritas. Os arquivos locais continham pelo menos duas cartas de 1321 que o
atestavam. Verdoejo estava também incluída numa descrição de 1528 do
bispado de Tui, data em que fora arrendada pela diocese a um munícipe da
cidade. Desde tempos imemoriais que os juízes de Tui, não de Portugal,
exerciam aí jurisdição. Em 1640, a ilha pertencia a Pedro Gómez de Abreu,
que a passou ao familiar Antonio Falcón de Sotomayor, e à data da morte
deste tornou-se propriedade de seu filho, Rodrigo Antonio Falcón, marquês
de Bendaña. De acordo com testemunhas locais, o recente envolvimento
português fora provocado pela fúria contra o cobrador do marquês, que se
recusara a vender-lhes um salmão.
Nenhum dos actores que prestaram declarações em 1691 se recordava de
quando começara o conflito, mas todos admitiam que, no ano que se seguiu à
assinatura do tratado de 1668 (que marcava o fim das Guerras da
Restauração), pescadores espanhóis e portugueses já discutiam quem podia
pescar o quê e onde. As rivalidades foram resolvidas amigavelmente, e o
marquês de Bendaña gozava, pois, da posse em paz e sossego. Todavia,
algures na década de 1680 (durante o mandato de Juan Francisco Pacheco
Téllez-Girón, quarto duque de Uceda, como governador da Galiza) os
portugueses começaram a desafiar este status quo . Mas se em Tui os juízes
e o bispo assumiam a gravidade do conflito e exigiam a atenção régia
imediata, o governador da Galiza desdramatizava. Os incidentes reportados
pelas autoridades de Tui não eram importantes, as autoridades portuguesas
tinham prometido assegurar que os distúrbios não voltariam a acontecer, e,
acima de tudo, acreditava que a sua mediação pessoal seria suficiente para
apaziguar os ânimos.[570] Em 1693, contudo, o Conselho de Estado espanhol
decidiu de outra forma. Recomendou ao rei que enfrentasse a controvérsia
com uma negociação directa com a coroa portuguesa.[571] O Conselho
confessava abertamente que a ilha não era importante e que as questiúnculas
com ela relacionadas seriam provavelmente motivadas pela ganância dos
envolvidos. Mas, mesmo assim, exprimia preocupação com a possibilidade
de a querela levar, como quase aconteceu, os dois países à beira da guerra. E
como os portugueses pediam não apenas o impedimento do abade para cobrar
dízimos e das autoridades de Tui para exercer jurisdição, mas também do
marquês de Bendaña para cobrar impostos senhoriais na ilha, o Conselho de
Estado determinou que as únicas pessoas afectadas por um acordo seriam as
que tinham interesses na ilha – o abade, o proprietário, e os juízes de Tui. Por
essa razão, nem o Conselho nem o rei deveriam estar preocupados com o
modo de conclusão do caso. A única coisa que interessava era assegurar que
terminasse.
Frustrado com a procrastinação, em 1694 o mosteiro de Sanfins voltou a
tomar o assunto em mãos e moveu um processo contra o abade de Caldelas
na audiencia da Galiza, onde o acusou de atacar a sua imemorial posse de
dízimos.[572] O convento não foi demovido da sua posição, e o abade também
não. Retorquiu que a ilha era usada desde tempos imemoriais pelos cidadãos
de Tui e que pertencia a um espanhol (Don Rodrigo Antonio Falcón, marquês
de Bendaña). Os depoimentos de testemunhas locais confirmaram ambas as
pretensões (muito) contraditórias, e alguns galegos apoiaram o mosteiro,
enquanto alguns portugueses ajudaram o abade. O mosteiro apresentou
documentos que indicavam que no século xvi a ilha fazia parte das suas
propriedades, fosse porque as suas autoridades o tinham declarado em
testamento ou porque o tinham atestado em procedimentos que originaram a
elaboração de um tombo (ou apeo ). A acompanhar as diligências ia uma
cópia, datada de 1691, da tomada formal de posse. No entanto, como diriam
no século xix os negociadores espanhóis, os documentos apresentados pelos
portugueses provavam pretensões e não títulos ou direitos. Atestavam que
desde a década de 1520 o mosteiro defendia que a ilha era sua e que as
jurisdições vizinhas em Portugal e o rei português concordavam. O que os
espanhóis pensavam do assunto ficava na obscuridade.
O mosteiro apelava a uma longa sucessão de precedentes e acusava os seus
rivais de «grande violência e desrespeito»; por seu turno, o abade dizia que
não obstante direitos antigos a ilha era espanhola por estar geograficamente
dependente de Espanha. Desconhecia quando o rio mudara de curso, mas
tanto ele como as suas testemunhas afirmavam que desde 1580, ou até antes,
a ilha fora assim considerada, referindo-se-lhe como Caldelas e não
Verdoejo. A litigação prosseguiu e o secretário de estado português
apresentou ao embaixador espanhol em Lisboa alegações e vários
documentos que demonstravam os direitos de Portugal.[573] A argumentação
girava em torno das questões da soberania real, não dos dízimos ou da
jurisdição, e repetia o que os portugueses já antes tinham reivindicado,
insistindo no facto de as mudanças naturais não afectarem as fronteiras dos
Estados. O secretário de estado atribuía a «confusão» sobre o estatuto da ilha
à união e desunião de Espanha e Portugal e defendia que a permissão que os
portugueses davam aos espanhóis de aí pescar era um gesto de amizade, sem
intenção de concessão de título. Declarava ainda que os espanhóis
confundiam deliberadamente o debate com a identificação de Caldelas, uma
ilha realmente deles, com Verdoejo, que não o era. Os funcionários espanhóis
consideraram o assunto sub judice e responderam que não podiam actuar até
a audiencia da Galiza comunicar a sua decisão. Todavia, quando este
tribunal espanhol finalmente proferiu uma sentença, em 1695, concedeu ao
mosteiro um desagravo cautelar sob a forma da posse provisória de todos os
dízimos, e a cidade de Tui e os conselheiros reais reagiram furiosamente. O
tribunal, alegavam, não tinha qualquer jurisdição para estabelecer se a ilha
era portuguesa ou espanhola, e com esta decisão efectivamente transferia o
título para o mosteiro e para Portugal.[574] Por causa das implicações
territoriais, a audiencia da Galiza nunca deveria ter estudado o caso, mas, em
vez disso, deveria ter perguntado ao rei como pretendia proceder.
Paradoxalmente, como se tudo não tivesse acontecido em favor do mosteiro,
mas contra ele, o secretário de estado português concordou com as
autoridades de Tui, protestando contra a intervenção de um tribunal espanhol
em assuntos que extravasavam sua jurisdição.[575] O rei português ameaçou
tratar todos os espanhóis que entrassem na ilha como inimigos empenhados
em retirar a posse aos portugueses e concluiu que não havia espaço para
negociação. A seu ver, o caso era claríssimo. A única coisa que admitia era o
reconhecimento espanhol de que a ilha era sua.
A audiencia da Galiza defendeu a decisão tomada fazendo notar que o
desagravo cautelar não afectava juridicamente nem a posse nem os direitos de
propriedade, para já não falar da jurisdição dos Estados.[576] O direito das
partes, explicavam os juízes, estava longe de ser óbvio porque era difícil
encontrar uma forma de identificação da ilha e estabelecer se seria idêntica
àquela que os documentos e as testemunhas descreviam, e se o rio teria
realmente mudado de curso. Os magistrados acreditavam que como esta
incerteza produzia distúrbios, seria melhor que ambos os reis enviassem
comissários para resolver amigavelmente as questões da «maneira habitual».
De regresso à mesa das negociações, no final de 1696 o embaixador
português em Madrid e o Conselho de Estado espanhol tentaram chegar a
uma solução. No entanto, embora todos expressassem um desejo inequívoco
de paz, cada um insistiu na manutenção das suas propostas originais,
claramente contraditórias. Diferiam acerca da prova legítima e das suas
consequências e do método e dos critérios a empregar. Os portugueses
pretendiam reconstruir a situação legal e preservar antigos direitos. Os
espanhóis respondiam que seria suficiente enviar engenheiros para verificar
onde passava o rio.[577] A questão, afirmavam, não era o que teria acontecido
num passado remoto, mas o que a justicia y razón ditavam no presente. Na
sua opinião, e no caso em apreço, o direito intervinha não para confirmar o
que existira (os direitos antigos) mas para enquadrar como deveria mudar
(reconhecendo as mutações no curso do rio). As deliberações foram
acompanhadas da notícia de que a situação na fronteira continuava a
deteriorar-se e que os habitantes locais insistiam numa resposta às suas
exigências.[578]
Passaram quase vinte anos até a ilha de Verdoejo ser novamente discutida.
Desta vez foi-o como subproduto das negociações sobre a implementação do
Tratado de Utreque. O documento, assinado em 1715, estipulava que as duas
monarquias deveriam reganhar as «fortalezas, castelos, cidades, lugares,
territórios e campos que tinham antes da guerra» ( i. e. , a Guerra da Sucessão
Espanhola, 1701-1713, em que Portugal entrou em 1703). Apesar de muito
poucas localidades serem especificamente mencionadas no tratado como
exemplos desta restituição, entre elas estava a «ilha de Verdejo [ sic ]» que a
Espanha, depois de ter ocupado com forças militares durante a guerra,
prometia devolver a Portugal.[579] Não é muito claro por que razão esta
pequena ilha constou no tratado, ao lado, por exemplo, da Colónia do
Sacramento. Mais, segundo interlocutores locais, depois de o documento ser
assinado, os portugueses que viviam nas proximidades, argumentando que
Verdoejo era deles, começaram a usá-la e a proibir os espanhóis de o fazer.
[580]
Instado pelas autoridades locais galegas sobre a forma de responder a
estes desafios, o Conselho de Estado espanhol a princípio respondeu que as
instruções do tratado eram claras e deviam ser seguidas. No entanto, depois
de informado pelo governador da Galiza sobre o que acontecera nas décadas
de 1680 e 1690, o Conselho afirmou que a inclusão da ilha entre os territórios
portugueses a ser devolvidos pela Espanha poderia ter sido um erro. A ilha
não era verdadeiramente portuguesa antes de a guerra ter começado. E, não o
sendo, apesar das obrigações espanholas inscritas no documento, não deveria
ser cedida. O tratado estipulava «restituição», não a tomada de novas terras.
O que aconteceu a seguir continua por apurar. É possível que a expulsão dos
jesuítas de Portugal em 1759 e a subsequente transferência do mosteiro de
Sanfins para mãos privadas, bem como os posteriores abandono e destruição,
tenham permitido ao abade espanhol a renovação das suas pretensões.
Sabemos que o destino de Verdoejo voltou a ser discutido em 1859, quando
as autoridades de ambos os países nomearam uma comissão conjunta para
resolver todas as questões fronteiriças pendentes.[581] O comissário português
clarificou que os direitos deveriam ser determinados de acordo com a posse
privada e que o Tratado de Utreque era prova do título português (como
acontecia nas Américas, onde os tratados eram interpretados como provas).
Explicou que, à data, em vez de uma, Verdoejo consistia em várias ilhas.
Ficava assim por esclarecer se os direitos que correspondiam a Portugal
deveriam ser transpostos para uma, várias, ou todas elas. A confusão era
ainda maior por muitas destas mudanças não serem realmente naturais, mas
provocadas pelo homem, e pelo que as comunidades ribeirinhas tinham
construído nas margens. Em 1864, numa decisão salomónica, o tratado que
fixava as fronteiras entre Espanha e Portugal declarou que do «grupo de ilhas
chamado Verdoejo» três ilhas tornar-se-iam espanholas e duas portuguesas.
[582]
Verdoejo: as partes
O conflito em torno de Verdoejo começou por envolver o mosteiro de
Sanfins, em Portugal, e o abade de Caldelas, em Espanha. Mais tarde
juntaram-se-lhes o Conselho de Estado e o bispo de Tui, e o governador de
Valença do Minho. Embora em várias ocasiões estas diversas autoridades
coordenassem actividades e se apoiassem mutuamente, noutras actuavam de
modo independente e perseguiam objectivos distintos. A jurisdição
eclesiástica do convento e do abade não dependiam de divisões seculares, e
durante este período muitas vezes divergiam profundamente, o que permitia
às autoridades religiosas de um lado da fronteira ter jurisdição do outro lado.
Da mesma maneira, não havia qualquer razão para as autoridades locais se
preocuparem com dízimos. No entanto, pouco depois de começar o
confronto, estas duas questões, bem como a da subjugação política a Espanha
ou a Portugal (mais uma vez, não necessariamente relacionadas)
emaranharam- -se, com as autoridades locais aparentemente a apoiar as
pretensões eclesiásticas e vice-versa, e os reis, em especial o rei de Portugal,
a intervir no debate para defender a sua soberania. O motivo pelo qual os
soberanos e as instituições ligavam a cobrança do dízimo ao exercício da
jurisdição municipal, e a razão que os levava a considerá-los relacionados
com a sujeição política a um reino, nunca eram explicados. Mas, não obstante
o que a lei ditava (nomeadamente que estes assuntos eram distintos), em
relação a Verdoejo, pelo menos, os diferentes intervenientes, embora
almejando diferentes resultados, encontraram aliados uns nos outros.
Os pescadores também tomaram posição. Nos arquivos eram retratados como
sendo forçados a pagar impostos; na realidade, eram eles que decidiam se
deviam concordar, reconhecendo assim legitimidade à autoridade a quem
pagavam. A decisão de seguir uma estratégia ou outra poderá não ter sido
sempre completamente livre, mas os seus resultados eram performativos. O
pagamento podia reconhecer, ou mesmo constituir, título à terra, e a sua
ausência podia ser entendida como um acto de perda de posse. Os pescadores
também tomavam partido ao concordar vender peixe ou defender cobradores
contra o ataque de rivais. Os governadores da Galiza apresentaram-se
consistentemente como observadores externos que tinham de reportar às
autoridades régias o que acontecera, e tentavam apaziguar a população local
impondo a sua autoridade pessoal. No entanto, nos relatórios para Madrid
também tomavam partido, ofereciam soluções e executavam actividades
administrativas, militares e judiciais que modificavam a situa- ção no terreno.
À medida que o conflito se foi desenrolando, em vez de meros observadores
neutrais, foram-se tornando actores. O mesmo se passou com os monarcas;
sugeriram que a sua soberania estava em causa e mostraram-se dispostos –
especialmente o português – a arriscar o embate militar para afirmar que a
ilha minúscula era espanhola ou portuguesa, como se a decisão resolvesse de
uma vez por todas (e não podia resolver) o direito de cobrar o dízimo e de
percorrer a ilha com a vara de justiça erguida.
A ausência de um interveniente pairava, pesada, em todo o processo: quem
eram, e onde estavam, os donos da ilha? Os documentos espanhóis e
portugueses mencionavam constantemente a sua existência e afirmavam que
a propriedade privada podia ser afectada por estas discussões, visto que as
decisões de pertença por vezes podiam indicar se os proprietários podiam
cobrar impostos, arrendar partes da ilha, e assim por diante. No entanto, a
documentação revela que os próprios direitos de propriedade eram
contestados. Em 1696, o embaixador português em Madrid referia que em
1520 o mosteiro de Sanfins vendera a ilha de Verdoejo a Leonel de Abreu,
senhor da Casa de Regalados.[583] A transacção fora confirmada na década de
1540, na transferência do mosteiro para a ordem jesuíta. Os registos coevos
também indicam que depois da morte do dono original a propriedade passou
para vários dos seus sucessores, mantendo-se na família até Pedro Gomes de
Abreu, português a viver em Salvaterra (Galiza), se ter oposto à insurreição
portuguesa de 1640, mudando-se para Madrid e declarando lealdade ao rei
Filipe de Espanha.[584] Gomes de Abreu seria assim classificado em Portugal
como rebelde, e a administração da Casa de Regalados, bem como os seus
bens, direitos e propriedades reverteram para a coroa, que nomeou como
novo senhor o governador do Minho, concedendo-lhe, entre outras coisas, a
posse de Verdoejo. Os portugueses declararam que estas circunstâncias
provavam que os Abreu tinham perdido todos os direitos à ilha. Os
espanhóis, porém, afirmaram que não era bem assim. Diziam que Pedro
continuava a ser o dono da ilha e que transmitira os seus direitos ao familiar
Antonio Falcón de Sotomayor, habitante e senhor de Parderrubias, que depois
os transferiu para o filho, Rodrigo Antonio Falcón de Ulloa, desde 1692
marquês de Bendaña.[585] Perante estas narrativas contraditórias, é provável
que nas décadas de 1680 e 1690 (quando se iniciou a discussão acerca de
Verdoejo), um dos pontos da discórdia entre espanhóis e portugueses fosse
precisamente a identidade do proprietário legítimo da ilha. Os Regalados
(apoiados por Tui e Espanha) continuaram a reivindicar direitos, e os
portugueses a sugerir que não tinham nenhuns. As discussões explicariam o
que aconteceu na ilha na década de 1680, não muito tempo depois de a paz
entre os dois países ser restabelecida (1668). De acordo com autores da
época, os Regalados teriam usado o abade de Caldelas para afirmar as suas
pretensões porque, se a ilha fosse espanhola, a versão de que fazia ainda parte
do património da Casa poderia ganhar, e conseguiriam assim recuperar a sua
propriedade. Porém, se os portugueses obtivessem o reconhecimento de que a
ilha pertencia aos seus reinos, a sua recuperação seria impossível, já que os
portugueses lhes negavam quaisquer direitos. Outras fontes indicavam que a
interpretação dos Regalados seria justificada, quando diziam, por exemplo,
que entre os que promoviam localmente a causa espanhola estava um certo
Rodrigo Antonio, um «poderoso munícipe de Tui» e feitor de uma senhora
identificada na documentação como «a condessa de Regalados», que nessa
altura vivia em Madrid e que, de acordo com os portugueses, desejava
«recuperar a propriedade da ilha que pertencera aos seus avós». Se o
«Rodrigo Antonio» mencionado nas fontes portuguesas era o mesmo
«Rodrigo Antonio Falcón de Sotomayor» da documentação espanhola, então
talvez não fosse o proprietário da ilha (como alguns espanhóis sugeriam)
mas, em vez disso, a administrasse para a Casa de Regalados espanhola, que
lutava pelo reconhecimento da ilha como parte do seu património. Rodrigo
Antonio poderia, em alternativa, ter sucedido aos Regalados como dono, e ser
agora defendido por uma condessa que temia um confronto com ele sobre
propriedades familiares, a que ele chamava suas.
A questão de quem era dono de Verdoejo e de como a união e a desunião das
coroas teria afectado direitos privados adicionava, assim, uma outra camada
de complexidade a um conflito que já envolvia dízimos, jurisdição e sujeição.
A propriedade era importante e os homens da época que sugeriam esta
interpretação sentiam-se desconcertados com o silêncio de Rodrigo Antonio
Falcón de Ulloa e da condessa de Regalados. Insinuavam que teriam
preferido agir indirectamente, recorrendo a agentes. Fosse qual fosse o caso,
em 1716 o seu silêncio era criticado por funcionários espanhóis que não
conseguiam compreender a falta de defesa da causa. Afinal, já na década de
1690, se não mais cedo, era evidente que os portugueses os tinham privado da
terra, bem como dos seus frutos, madeira, e peixe, todos arrendados a um
português, que a partir daí usara a ilha como sua.[586]
Durante os anos em que durou o conflito, o tamanho diminuto do território e
a sua total insignificância não pareceram merecer grande preocupação. É
difícil explicar a proeminência desta pequena ilha. O envolvimento dos
jesuítas, o recrutamento do governador da Galiza para a causa das autoridades
de Tui, a eficácia das redes de relações dos seus proprietários, ou a sua
importância fundamental para a economia local, apesar da desatenção que
esse facto merecia a Lisboa e a Madrid, poderão ajudar a explicar o mistério.
Evidente é que o grupo de pressão português conseguiu interessar a coroa
bem cedo, e os habitantes galegos demoraram bastante tempo a chamar a
atenção das suas autoridades reais. Inicialmente os soberanos esperaram que
a inexistência de acção fosse a melhor estratégia. Mesmo depois de se
comprometerem com o assunto, os funcionários régios espanhóis agiram, não
como partes interessadas, mas como observadores externos, ou juízes. A sua
actuação, sugeriam, era necessária para impedir a guerra, mas o rei não tinha
qualquer interesse – não era parte – na contestação. A forma como o conflito
terminasse era-lhes indiferente. O importante era que terminasse.
Verdoejo: as reivindicações
Durante os séculos em que decorreram estes debates, os intervenientes não
conseguiram concordar com o que acontecera no passado, mas coincidiram
na sugestão de que a união das coroas de Espanha e de Portugal, bem como a
ruptura de 1640, tinham sido transformativas, por terem afectado a atribuição
do território. No início do século xviii , a Guerra da Sucessão Espanhola, com
o posicionamento de forças militares espanholas na ilha, teria provocado uma
alteração semelhante. Em ambos os casos, em vez de autorizar a aquisição de
novos territórios (que não autorizavam), estas mudanças aumentaram a
confusão reinante, permitindo a espanhóis e a portugueses adquirir direitos
por vezes complementares e outras vezes opostos. A documentação de
arquivo também indica que a pesca era mais bem tolerada do que o exercício
da jurisdição por não exigir a ocupação ou a exclusão de outros utentes.
Existiam pedidos constantes de regresso à situação anterior à união ou à
guerra, mas não existia qualquer sintonia acerca de qual teria sido essa
situação. Os apelos à imemoriabilidade eram repetitivos, mas os registos
arquivísticos somente podiam provar reivindicações, nunca títulos ou
direitos. As testemunhas opinavam, mas as declarações esclareciam que os
residentes em ambos os lados do rio usavam a ilha em conjunto, sem que
nenhum tivesse direitos privativos e nenhum proibisse o outro de a gozar. Foi
no momento em que um dos lados começou a pedir a exclusividade que o
outro respondeu com a violência. E embora nunca cheguemos a saber quem
iniciou as provocações, a documentação da época mostra que após a eclosão
era muito difícil, senão impossível, deter os embates. As reivindicações
produziam respostas que conduziam a mais reclamações. A dinâmica garantia
a continuação das hostilidades, simbólicas – percorrer o território com varas
da justiça erguidas – ou nem tanto. A paz alternava com o conflito, não por as
partes ocasionalmente concordarem, mas pela necessidade pontual de acção.
E a acção era performativa e juridicamente significativa; não importaria quem
realmente cobrava o dízimo, mas a quem seria permitido fazê-lo de forma
pacífica.
Enquanto os portugueses baseavam as suas alegações em direitos adquiridos,
os espanhóis insistiam especialmente em que a decisão dependia da
observação da natureza. Mesmo que Verdoejo tivesse sido, em tempos,
portuguesa, as alterações no curso do rio poderiam tê-la tornado espanhola. O
que estava em jogo não era a simples adesão às fronteiras naturais, mas sim
as consequências legais decorrentes das alterações nelas ocorridas ao longo
do tempo. Os juristas do Ius Commune discutiam estas questões já no século
xiii . No século xiv, Bartolus de Saxoferrato examinou-as de forma muito
eloquente, defendendo que embora os rios fossem divisores úteis, as
mudanças naturais no seu curso poderiam afectar os títulos legais, com a
adição ou a subtracção de terra a proprietários ribeirinhos.[590] Ele e outros
especialistas do Ius Commune , principalmente preocupados com direitos de
propriedade, sugeriam que, se as alterações fossem suficientemente lentas e
produzissem novos costumes e novas formas de compreender a paisagem
modificada, teriam um possível efeito na jurisdição. Esta doutrina,
largamente aceite entre os especialistas, vinha parcialmente reproduzida na
legislação castelhana que determinava, por exemplo, que a terra que
gradualmente se acumulava de um lado do rio se tornava propriedade e
sujeita à jurisdição dos que tinham aí direitos.[591] Da mesma forma, novas
ilhas que se materializassem no rio deveriam ter um proprietário conjunto, a
não ser que se encontrassem mais perto de uma margem do que da outra,
situação em que pertenceriam ao vizinho mais próximo. No final do século
xviii , estas asserções foram incluídas em O Direito das Gentes de Emer de
Vattel e faziam parte do corpo crescente de um direito internacional a
despontar. Por essa altura Vattel não mostrava qualquer dúvida de que as
mutações afectassem (sempre) a jurisdição. Concluía também que, mais do
que fixas ou claras, as fronteiras naturais eram maioritariamente
«indeterminadas» (territoria arcifinia) .[592]
Os intervenientes na polémica sobre Verdoejo poderão ter adoptado uma
posição ou outra, de acordo com o que lhes era conveniente, mas a falta de
consenso revelava, para além de interpretações diversas da ordem legal
existente, outras preocupações contemporâneas do debate. No princípio do
século xviii , a preferência por direitos e títulos antigos que fossem
permanentes era tida como legítima, mas as mudanças naturais, consideradas
inevitáveis, eram também bem aceites. No entanto, cada vez mais os
primeiros foram perdendo terreno para as segundas. À medida que
chegávamos ao fim da Idade Moderna, um número crescente de autores
defendia que em vez de respeitar os direitos existentes, os contemporâneos
deviam examiná-los e, se necessário, modificá- -los. Foi o que aconteceu nas
Américas em relação aos direitos nativos, e na Península Ibérica, onde
«justiça e razão» no presente se tornaram mais poderosas do que as
ocorrências no passado. Assim, a vontade de implementar a interpretação dos
juristas do Ius Commune , segundo a qual as mudanças naturais no curso do
rio podiam pôr em causa direitos antigos, era particularmente forte, num
século concentrado na mudança e não na continuidade. Todavia, enquanto
Verdoejo se tornava uma espécie de incidente internacional e necessitava de
atenção régia permanente, a discussão de casos semelhantes, como Canosa,
não mereceu grande destaque. É difícil explicar porquê. Ambas as ilhas eram
pequenas e insignificantes e ambas eram usadas em comum pelos habitantes
do rio Minho. Em ambos os casos, qualquer decisão acerca do seu uso era
considerada, por extensão, uma determinação sobre a jurisdição e a
soberania. No entanto, se em Canosa o conflito se centrava na pastagem por
oposição à agricultura, provavelmente com uma linha de fractura entre os
criadores de animais e os cultivadores, e não entre espanhóis e portugueses,
em Verdoejo a controvérsia era muito mais complexa e envolvia muitos
outros actores e interesses. Em consequência, era provável que se arrastasse
durante muito tempo e apresentasse um grande obstáculo à paz. Contudo, é
igualmente possível que a maior divergência entre os conflitos não fosse a
trama mas as personagens: em Canosa, eram agricultores anónimos; em
Verdoejo, eram um mosteiro jesuíta, um abade espanhol e uma família nobre.
Verdoejo e Canosa não seriam os únicos exemplos em que a natureza
impunha, ou oferecia, uma desculpa para reimaginar divisões existentes. Em
meados do século xviii surgiram problemas semelhantes na fronteira
espanhola-portuguesa na foz do rio Guadiana, cujo leito, constituído por
« arena movediza », permitia que a sua configuração sofresse constante
alteração.[593] Durante um período de tempo relativamente curto, as ilhas
apareciam e desapareciam, abriam-se e fechavam-se novos caminhos de
acesso e alguns canais tornavam-se tão estreitos ou baixos que impediam a
passagem de determinadas embarcações. A maneira como estas mutações
moldavam e tornavam a moldar os direitos das partes era acaloradamente
debatida. Estavam em causa direitos de pesca e de navegação, de cobrança de
impostos e de jurisdição (quem deveria cobrar impostos sobre essas
actividades, quem impediria a entrada de piratas e quem controlaria o
comércio). Em 1764, num esforço para estabelecer a sua jurisdição, o
funcionário alfandegário português de Castro Marim chegou a uma das ilhas
reivindicadas pelos espanhóis a bordo de um navio com pavilhão português, e
ordenou aos pescadores e seus clientes que obedecessem às suas ordens. Os
habitantes locais disseram que as acções portuguesas se baseavam no facto de
a ilha ter antes pertencido a Portugal, mas explicaram que, entretanto, tinham
ocorrido mudanças naturais no curso do rio, colocando-a mais perto de
Espanha e, por isso, tornando-a espanhola («com la mutación de la misma
canal , se han mudado também naturalmente los limites») . Os funcionários
régios espanhóis fizeram dos pescadores representantes dos interesses de
Madrid e instruíram-nos que insistissem nos direitos espanhóis e
desobedecessem ao funcionário português. Afirmavam que essa seria
resposta suficiente aos desafios do funcionário, sem necessidade de envolver
Lisboa. Em 1764, e novamente em 1840, os espanhóis defenderiam assim
que as alterações naturais produziam novas divisões; os portugueses
negariam as pretensões, e insistiriam que a «violência do rio» nunca poderia
destruir os seus «direitos de domínio».[594]
Os Montes da Madalena/Lindoso (1773-1864)
O estudo dos confrontos que envolviam as comunidades vizinhas de Lindoso,
Compostela, Trasportela e Manín, no Norte de Portugal e no Sul da Galiza,
ilustram ainda outra faceta das polémicas territoriais, nomeadamente a crença
de que na ausência de provas claras ou determinação jurídica, a razão serviria
de antídoto. Segundo os arquivos, o conflito iniciou-se em 1773, quando os
habitantes do Lindoso se queixaram ao seu rei de que um grande grupo de
galegos armados entrara nas suas vinhas nos Montes da Madalena,
perseguindo e ferindo indivíduos que laboravam nelas.[595] As tentativas para
chegar a um entendimento através da mediação dos governadores locais
português e galego, «por forma a ser desnecessário ocupar os tribunais com
algo que podia ser atendido tão facilmente», falharam. O comandante militar
português informou o monarca do que ocorrera e expressou frustração e
receio de que os habitantes do Lindoso recorressem à violência. Essa reacção,
declarava, seria justificada, porque estariam a defender as suas propriedades e
terra cobiçada pelos adversários, mas não deixaria de ser lamentável. Em
resposta, as autoridades régias portuguesas, que temiam que a agressão
conduzisse à intensificação da violência, insistiram que apenas seria
autorizada a autodefesa, e instruíram os habitantes a alcançar um acordo que
garantisse a harmonia entre vizinhos.[596] Madrid também foi informada, e os
funcionários régios espanhóis ordenaram uma investigação que apurasse a
causa dos recontros. Obtiveram a resposta esperada: a culpa era dos
portugueses.[597] De acordo com o governador da Galiza, o território não
estava demarcado. Não obstante, era em geral reconhecido que a fronteira
entre os dois países se localizava no rio Cabril, onde as autoridades
espanholas cobravam impostos e prendiam contrabandistas e onde os
portugueses colocavam os seus soldados durante as guerras. Recentemente,
contudo, os portugueses do Lindoso tinham começado a cultivar um território
chamado La Magdalena (Madalena) a leste do rio, do lado espanhol. Agiam
como se fossem os donos da terra (que não eram) e usavam em privado o que
era comum (o uso agrícola, como temos referido, era entendido como uma
tentativa de privatizar terras comuns), e tentavam anexá-la à sua comunidade
e ao seu reino (aos quais não pertencia). Daqui nasceram escaramuças que
incluíram confisco, destruição de propriedade, multas e até uma morte. Os
portugueses proibiram oficialmente as autoridades municipais galegas de
aceder à zona ribeirinha, e os espanhóis responderam negando aos
portugueses o direito a trabalhar as terras que consideravam sua propriedade.
Ambas as partes sentiam-se seguras dos seus direitos, e ambas apelaram a um
anterior status quo . No entanto, as provas compiladas em 1774
demonstraram que já em 1538 as comunidades vizinhas disputavam
territórios. Nesse ano do século xvi , por causa das disputas, os portugueses
demarcaram unilateralmente a terra, sem conhecimento ou consentimento
espanhol.[598] Poderia realmente ter sido esse o ponto de partida: testemunhos
datados de cerca de dez anos antes (1527) sugeriam que o Lindoso estava
quase completamente despovoado (não tinha mais de 41 habitantes) e o seu
castelo abandonado e em ruínas.[599] No entanto, apesar de os arquivos
revelarem a antiguidade do conflito e a sua eventual coincidência com o
repovoamento do Lindoso, os habitantes locais negavam-nos. Datavam as
primeiras hostilidades de meados do século xviii e afirmavam que os seus
rivais é que tinham resolvido inovar, terminando, portanto, um longo período
em que todos se regiam por acordos tácitos e informais.[600] Com ataques
físicos que provocaram mortes, confiscos, destruição de colheitas e multas, os
portugueses (de acordo com os espanhóis) ou os espanhóis (de acordo com os
portugueses) conseguiram expandir o seu território. Em 1777, 1778 e 1779
deflagraram novos confrontos e novas tentativas de negociação. Os fracassos
levaram nesse último ano o embaixador de Portugal em Madrid a emitir uma
queixa formal, que reproduzia versões locais de que o território era, e sempre
fora, português, por ser possuído e laborado pelos habitantes do Lindoso, que
o usavam para pastagem e nele cultivavam uvas. Desesperados por paz de
espírito, os habitantes estavam dispostos a financiar o custo da demarcação,
mas precisavam do consentimento dos espanhóis e estavam com dificuldades
em o obter.[601] Ou seja, solicitavam uma declaração régia espanhola que
afirmasse onde passava a fronteira de acordo com vestígios antigos o que,
necessariamente, favoreceria Portugal.
O governador da Galiza nomeou então um auditor de guerra (uma espécie
de juiz militar) e um engenheiro para inspeccionar o território, interrogar as
testemunhas, examinar os documentos e desenhar mapas.[602] Sugeriu ainda ao
seu monarca que considerasse um inquérito com três áreas distintas: (1) O
território seria realmente necessário para o Estado? A sua extensão e a sua
utilidade justificariam os conflitos? (2) O território seria importante para
assuntos militares, ou seja, por razões estratégicas? (3) As demarcações,
práticas e documentação existentes poderiam esclarecer os direitos dos
intervenientes?
Para responder à primeira questão, o governador observou o mapa que
ilustrava como o terreno era tão montanhoso que mal servia para qualquer
fim útil. Do ponto de vista do Estado, concluía, era de muito pouco interesse,
na verdade quase nenhum. Quanto à segunda questão, os assuntos militares, o
rio Cabril podia servir como uma boa linha de defesa contra invasões. Seria
por isso sensato adoptá-lo como fronteira entre os dois países. Em relação à
última questão, os direitos das partes, dizia não existir nos arquivos locais
qualquer prova dos pontos de passagem da fronteira. Todavia, havia muitas
indicações de que o território contestado pertencia a Espanha: as divisões ao
longo do rio eram naturais e habituais, e as defesas portuguesas, localizadas
na outra margem, também sugeriam que já antes os portugueses
consideravam o rio a verdadeira linha de separação.
Apesar destas observações, os habitantes não conseguiam concordar acerca
dos seus direitos nem decidir o que acontecera entre eles. Em Dezembro de
1779 tentou-se apurar o que ocorrera em Outubro, mas os resultados da
averiguação divergiram. Os portugueses afirmavam que os galegos tinham
atacado e prendido um trabalhador e destruído muitas colmeias e vinhas, de
que os portugueses eram donos[603]. Os espanhóis replicaram que apenas havia
a salientar a detenção de um português como vingança pelo sequestro de seis
a oito cabeças de gado pertencentes a habitantes de Compostela. As
discussões, repetidas de cada vez que eclodiam hostilidades, permitiam aos
representantes dos dois países acusar- -se mutuamente de desinformação, ou
até de dolo. Cada um insistia na culpa do outro e defendia a urgência de uma
nova demarcação que reflectisse os seus direitos e autenticasse as suas
pretensões.[604] Se era demasiado difícil atingir legítimos y perpétuos límites ,
pelo menos poderia ser desenhada uma línea provisional para, em jeito de
compromisso, dividir o território.
Novos episódios sucederam-se em 1798, quando o governador da Galiza
relatou que após um período de paz, em Janeiro desse ano, o alcalde
ordinario de Trasportela, em Espanha, acompanhado de vários homens,
chegara à ponte sobre o rio Cabril, que assinalava « la división que se
observa desde tiempo inmemorial » entre a sua comunidade e o Lindoso.[605]
Perante o seu desejo de substituir as cruzes e as pedras demarcadoras da
fronteira, de acordo com a costumbre antiquísima que o encarregava de
fazê-lo anualmente, os juízes e a população do Lindoso interferiram na
cerimónia, lançando fogo ao lado espanhol do rio e maltratando os membros
do grupo. Os habitantes de Trasportela afirmavam que os problemas ao longo
da fronteira tinham começado apenas em 1775, quando os portugueses do
Lindoso começaram a exceder os seus limites, constantemente abusando, e
chegando a matar um dos seus habitantes. De acordo com estas queixas, os
galegos apenas aspiravam a continuar a usar as suas proprias tierras , que os
portugueses agora queriam ocupar para plantío . Enquanto Madrid se
correspondia com as autoridades na Galiza, os portugueses alvitraram duas
medidas paralelas: a convocatória de uma reunião conjunta para discutir a
fronteira e a publicação de éditos que proibissem fronterizos de invadir os
domínios dos vizinhos.[606] Foi nomeado um juiz português para investigar as
queixas dos espanhóis, que concluiu que os residentes do Lindoso (e não os
galegos) eram os verdadeiros proprietários da terra a leste do rio e que tinham
sido forçados a abandoná-la por causa da violência galega.[607] Os insultos
espanhóis eram «graves, frequentes e intoleráveis», a ponto de impedirem os
habitantes do Lindoso de trabalhar a terra mais fértil que possuíam; era
necessária uma nova demarcação. Esta teria de confirmar o que os
portugueses exigiam, por «não ser justo que este reino perda um terreno que
sempre foi seu próprio».
Os confrontos continuaram em 1789, 1790, 1791 e 1803, principalmente com
portugueses ou espanhóis (dependendo de quem relatava) a invadir os
terrenos da outra parte. Enquanto os portugueses diziam que a terra era sua e
acusavam vários vizinhos de Trasportela de cortar árvores e arbustos que lhes
pertenciam, os espanhóis argumentavam que o território disputado fazia parte
de regalengos (reguengos) espanhóis, reservados para uso de vassalos
espanhóis, e apenas de vassalos espanhóis.[608] Declaravam ainda que os
portugueses, pela força, pretendiam tornar-se donos do que, por lei, não lhes
podia pertencer («a fuerza de brazo haceres dueños de lo que no pude
pertencerles») . Os habitantes de Compostela, perante a opção de perder as
montanhas vitais para a sua sobrevivência ou arriscar a vida na batalha para
as proteger, requereram a intervenção do seu soberano. Assim, enquanto os
portugueses apontavam os espanhóis como a parte responsável, os espanhóis
respondiam que as queixas portuguesas procuravam esconder o facto de
serem eles os verdadeiros vilãos. Em 1803, o nível de violência era tal que
grupos armados patrulhavam constantemente o território, deliberadamente
recolhendo lenha, fazendo fogo, destruindo propriedades e prendendo os que
aí encontrassem a trabalhar, de forma a manifestar publicamente os seus
direitos de posse e de usufruto.
Embora os actores de ambos os lados da fronteira defendessem que a
violência era um meio de alcançar ganhos adicionais e era exercida
especialmente como método de expansão ilegítima, na maioria dos relatos
ficava claro que a violência procurava expressar preocupação com o que os
opositores andavam a fazer ou a comunicar queixas. Nesta disputa, percorrer
e cultivar o território não eram actividades naturais e acidentais,
desenvolvidas apenas quando e como eram necessárias. Terão tido resultados
tangíveis, provendo ao sustento, mas, para os homens da época, eram na
essência reveladoras de intenções territoriais. O mesmo se aplicava à
violência, motivada pela frustração, pelo medo ou pela animosidade, mas que
também era uma forma de protesto e de desautorização do que os adversários
tentavam realizar. Todos os intervenientes tinham consciência dos seus actos,
e todos presumiam o mesmo dos rivais.[609] Nos Montes da Madalena, pelo
menos, muitas vezes as actividades realizadas pelos adversários foram
acusadas de não serem verdadeiramente imprescindíveis e de serem, em vez
disso, performativas. Pretenderiam marcar publicamente uma posição. Não
haveria outra explicação para o facto, por exemplo, de os rivais insistirem no
plantio de pequenas vinhas onde nunca conseguiriam vingar, ou em percorrer
o território quando não tinham necessidade. A acusação de que os oponentes
«inovavam» também era performativa. Ainda que todos continua- mente
afirmassem o respeito por um status quo consensual, os registos
contemporâneos indicavam que da década de 1770 à de 1800 nada do que
acontecia no território era genuinamente novo. Antes de começarem os
confrontos, o acordo entre rivais era uma ideia, talvez uma aspiração ou um
horizonte; não reflectia de forma precisa ou correcta as experiências locais. A
insistência na acusação de inovação era, assim, uma ferramenta jurídica
importante porque os direitos imemoriais exigiam o exercício prolongado e o
consenso. Argumentar o contrário, ou seja, sustentar que as partes tinham
sempre discordado, arruinaria todos os direitos e títulos que os litigantes
procuravam determinar. No entanto, à medida que as provas se acumulavam
em relação a Madalena, ia-se percebendo que a maior parte das quezílias
tinha origem na passagem da pastagem, que podia ser realizada
simultaneamente por membros de diferentes comunidades, para o cultivo, que
necessitava de um território determinado e usado de modo privativo. Essa
transição poderá ter ocorrido por incitamento de certos indivíduos: os
espanhóis podem ter sido levados a agir pelo padre português da sua paróquia
e os portugueses pelo governador do castelo do Lindoso, ali próximo.[610]
As autoridades régias espanholas e portuguesas, cuja intervenção era pedida
pelos habitantes locais para garantir o seu modo de vida e a paz, hesitaram
sobre o que deveriam fazer.[611] No final de 1791 os funcionários espanhóis
foram informadas de [612]que os conflitos eram motivados por « un odio tan
antíguo », que muitas vezes cresciam para um « estado de verdadeira
guerra » ou para « contendas sangrentas y discórdias », e concluíram que o
assunto exigia uma consideração séria.[613] Sem provas conclusivas sobre os
direitos de cada uma das partes, o ministro de estado espanhol analisou as
várias informações que lhe chegaram. Desprezou a reivindicação portuguesa
de que a posse de terra e a constru- ção de uma capela, pelos portugueses, era
reveladora. Afinal, dizia, de acordo com a lei, a posse de bens imóveis
(bienes raíces) num país estrangeiro não afectava a jurisdição ou a
vassalagem, e a capela indicaria que se o território estava espiritualmente sob
a jurisdição de Portugal, temporalmente não podia estar senão sob a de
Espanha. O comportamento dos juízes portugueses, prosseguia o ministro,
demonstrava que não consideravam o território português, ao recusarem-se a
investigar crimes aí cometidos. As pretensões portuguesas podiam ser, assim,
facilmente refutadas; os títulos espanhóis, pelo contrário, eram sólidos. A
divisão feita por rios era habitual, e o Cabril estabelecia limites naturales .
Os ministros espanhóis cobravam impostos e prendiam contrabandistas a
leste do rio, os donos de gado portugueses pagavam aí impostos e, em estado
de guerra, os portugueses armavam as suas defesas do lado ocidental.
Convencidos de que o conflito teria origem na memória incorrecta dos limites
existentes entre os dois reinos antes de se separarem (1640), os funcionários
espanhóis concluíam que a Madalena era apenas um exemplo em muitos.[614]
Várias aldeias galegas sofreram o mesmo destino, pois muitos pontos ao
longo da fronteira não possuíam demarcação ou registo de alguma vez ela ter
existido. A memória local era igualmente pouco fiável. Os vizinhos destas
aldeias declaravam não se recordar de onde terminava a sua jurisdição ou não
saber como teria mudado ao longo do tempo. Tudo o que as personas
ancianas vecinas podiam asseverar era que a demarcação entre os dois
reinos era incierta . Os documentos também eram lacunares. A maioria
datava dos séculos xiv e xv e reproduzia acordos locais entre nobres para
delimitação de domínios senhoriais, não acordos entre entidades municipais
ou estados.[615]
À medida que se acumulavam as queixas em relação à ausência de
demarcação precisa entre a Galiza e Portugal, os funcionários espanhóis
começaram a pedir ao monarca que « se determinen y fijen los limites de los
terrenos contenciosos ».[616] O soberano aderiu ao conselho e acordou com o
homólogo português o envio de comissários para resolver as questões. No
entanto, em 1806, assim que se iniciaram as conversações, emergiram
diferentes interpretações da missão dos delegados.[617] O espanhol desejava
demarcar todas as « parajes y terrenos » ao longo da fronteira que geravam
dúvidas. O português ripostou que esses poderes se limitavam a uma área que
identificava como «Monte de Lindoso», e a que os espanhóis chamavam «La
Magdalena». O espanhol aventou que, na ausência de documentos autênticos
que clarificassem a situação legal, deveriam adoptar uma demarcação que
seguisse a fronteira natural ditada pelo rio Cabril. O português respondeu
com a apresentação de uma demarcação (tombo) de 1538, e insistiu que os
geógrafos preferiam estabelecer divisões ao longo dos cumes montanhosos, e
não dos rios. O espanhol contestou as conclusões, argumentando que os rios
eram mais fixos que os cumes das montanhas, praticamente inacessíveis e
muitas vezes contestados. Também afirmou que « razones científicas y
convincentes » e geográficas indicavam que La Magdalena era espanhola por
estar mais próxima de comunidades galegas, de onde era de mais fácil acesso
do que do Lindoso, cujas incipientes estradas e longínqua localização a
tornavam muito distante. Estes critérios, dizia, eram sólidos. Eram certamente
mais fiáveis que o uso comum ou as alegações contraditórias dos habitantes
locais, que não conseguiam pôr-se de acordo sobre quem, e desde quando,
podia utilizar o território. O « carácter sencillo de estos fronterizos
gallegos » não os tornava muito conscientes das implicações da autorização
de trabalho nas suas terras dada aos seus vizinhos. Assim, mesmo que
tivessem consentido nesse uso, nada ficaria provado. Afinal, era do
conhecimento geral que os habitantes destas aldeias galegas dependiam de
Portugal para as suas necessidades mais básicas, incluindo alimentares. E,
finalmente, o delegado espanhol dizia que a demarcação portuguesa de 1538
era inútil porque fora conduzida apenas pelos portugueses, sem a presença de
todos os interessados. A estas alegações o comissário português contrapôs
que o rio Cabril era demasiado pequeno para constituir uma fronteira sólida,
que os cumes das montanhas eram preferíveis, que a distância entre o
território em litígio e os seus donos por direito era irrelevante, que não havia
necessidade de uma estrada do Lindoso para a Madalena porque o uso que os
portugueses faziam dessa zona não necessitava de nenhuma, e que a
demarcação de 1538 não requeria legalmente a presença de espanhóis porque,
em vez de vir inovar, servira para reconhecer o que já existia.
Perante a falta de acordo e a persistência dos confrontos, em 1821 foram
nomeados novos comissários. Também eles fracassaram.[618] Em 1856 voltou
a reunir-se uma delegação hispano-portuguesa. Os seus membros
principiaram por repetir o que os interlocutores de 1804-1807 tinham dito.
Contudo, embora divergissem completamente acerca de quem tinha razão,
coincidiram na identificação dos habitantes locais como gente simples que
desde tempos imemoriais vivia em rivalidade, no ódio e na discórdia, que
prejudicavam os seus interesses particulares e constituíam uma afronta à
«civilização europeia», afligiam espanhóis e portugueses «honrados» e
desacreditavam a «autoridade superior» de ambos os governos.[619] Este
«insignificante e desabitado monte», declaravam, não era um terreno valioso,
como os habitantes locais defendiam, e não merecia a atenção que lhe tinha
sido concedida. Os comissários de meados do século xix , procurando
reconhecer e reformar a fronteira, e sentindo-se livres para agir como
pretendiam, assumiam que sabiam e compreendiam o que era preciso.
Observaram o território, passaram em revista as melhores fronteiras naturais
e discutiram as divisões que melhor serviriam os interesses de ambos os
Estados. A solução que procuraram adoptar era natural e conveniente, em vez
de legal ou justa.[620] Todavia, concordando em abstracto sobre o método a
empregar, discordaram constantemente acerca dos resultados concretos.
Como a razão não fornecia uma resposta consensual, acabaram por atingir
um compromisso. Em 1864, decidiram dividir o terreno em partes iguais
entre Espanha e Portugal.[621]
Madalena/Lindoso: as partes
Os intervenientes no conflito dos Montes da Madalena (ou Lindoso) eram
difíceis de identificar e de seguir. A documentação régia mencionava amiúde
algumas aldeias e lugarejos, identificados como Lindoso (em Portugal),
Compostela, Trasportela e Manín (na Galiza) mas, entre eles, apenas Lindoso
aparecia constantemente como actor, confrontando alternadamente os
residentes dos outros lugares, identificados como tal ou simplesmente
classificados como gallegos . As quezílias com Compostela tendiam a
centrar-se em actividades que os vizinhos do Lindoso eram acusados de
desenvolver no território. Os incidentes com Trasportela eram sobretudo
motivados pela defesa da jurisdição local, e tinham lugar quando os juízes da
povoação galega visitavam o território e nele colocavam cruzes como «um
costume antiquísima» («costumbre antiquísima») estipulava, ou quando aí
realizavam outros actos jurisdicionais.[622] Manín apareceu apenas uma vez,
em 1803, com uma menção semelhante à de Compostela. Não sabemos se
estas diferenças eram reais e se apontavam para discórdias distintas. Mas,
apesar da extrema pequenez e da pobreza das três aldeias galegas, como no
início do século xix o comissário espanhol afirmou, e de a gente simples que
aí residia ser dependente de Portugal, os seus rivais insistiam em que os
espanhóis sabiam muito bem o que faziam ou, pelo menos, sabiam as
consequências das suas acções quando percorriam o território ou destruíam as
vinhas. Os registos notam igualmente que muitos diferendos, especialmente
com Compostela, e talvez com Manín, poderão ter envolvido a pastagem e a
recolecção, em oposição ao cultivo, e não se baseavam na identidade galega,
espanhola ou portuguesa, dos actores. É igualmente possível que durante este
período Manín e os outros povoados próximos, embora classificados como
galegos, fossem na realidade aldeias mistas, com residentes espanhóis e
portugueses e com a jurisdição partilhada de facto entre os dois países.[623]
Havia também repetidas alegações de que o comandante militar do castelo do
Lindoso incentivava os portugueses a actuar, armando-os e treinando-os, e
registava algumas das suas queixas, canalizando-as depois para as
autoridades superiores. Em 1803 o comandante foi acusado de participar no
debate, ao colocar guardas no território em litígio, numa manifestação pública
de que era português.[624] Desconhecemos se o fez para defender os interesses
dos habitantes do Lindoso ou o território português; o protagonismo era
óbvio, embora intrigante para os seus contemporâneos.
A maior parte da informação acerca dos conflitos em Madalena tinha origem
na correspondência com o monarca, e por isso os funcionários régios eram
representados como agentes importantes na compilação de informação e na
negociação na corte. O seu envolvimento coloriria os acontecimentos,
colocando «galegos» contra «portugueses». Contudo, a tendência poderá ter
sido encorajada pelos habitantes locais, que afirmavam que o território
contestado não era municipal, mas do rei (realengo) , e por isso aberto a
todos os vassalos, mas não a estrangeiros. Por outras palavras, para se
habilitarem ao seu uso, ao contrário do que aconteceu noutros sítios, os
habitantes não tinham de ser vecinos (membros das comunidades locais)
mas naturales (membros do reino, ou seja, espanhóis).[625]
Consequentemente, ao contrário do que sucedia em La Contienda, Campo de
Gamos, e Rossiana, onde a pertença à comunidade municipal importava, tal
como a acção municipal, em Madalena o essencial era a classificação dos
indivíduos como espanhóis ou portugueses.
As preocupações com a propriedade real poderão não só ter apresentado o
conflito como sendo entre reinos, e não entre municípios, como incentivado a
intervenção régia. Talvez a insistência em distinguir espanhóis de
portugueses fosse, paradoxalmente, causada pelo elevado grau de mistura, e
pela genuína dificuldade em decidir quem era quem, quem vivia onde, e que
interesses defendia, com a grande probabilidade de Manín ser uma povoação
mista. Não obstante, a resposta régia terá sido determinada e moldada pela
espantosa acumulação de queixas relativas a desacatos ao longo da fronteira
galaico-portuguesa. Nas décadas de 1780, 1790 e 1800 registaram-se com
frequência incidentes entre os portugueses de Monforte e Lama e os
espanhóis de El Ríos.[626] Do ponto de vista dos funcionários régios, as
quezílias, muitas vezes degenerando em confrontos violentos, eram
discussões menores acerca do lugar onde as autoridades deviam fazer a troca
de criminosos, por exemplo, com uma parte a defender que a localização
correcta era um quarto de légua, umas 138 varas ou mesmo um tiro de
piedra ou de fusil de distância do sítio que os adversários sugeriam.[627] Por
mais pequenas que fossem, as refregas eram alarmantes e temidas, já que
podiam descambar para hostilidades maiores. Nas décadas de 1740, 1750 e
1780 ocorreram conflitos semelhantes entre Puebla de Sanabria e diferentes
po- voados pertencentes à jurisdição de Chaves.[628] Também aqui a área em
litígio era extremamente pequena e a culpa atribuível à passagem da
pastorícia para a agricultura.[629] O conflito entre vizinhos era talvez também
explicado por o território ser castelhano, e por a sua propriedade privada
pertencer, desde tempos imemoriais, a vários portugueses, que o herdaram de
antepassados. O avolumar de queixas sobre discórdias na fronteira entre a
Galiza e Portugal era acompanhado de boatos constantes relativos a
confrontos adicionais e a desacordos. Todos juntos conspiravam para
apresentar os conflitos de fronteira como episódios, não ocasionais e locais,
mas frequentes e globais.[630] Essa apreciação terá encorajado o monarca
espanhol a tomar uma posição que resolvesse todos os diferendos. O debate
em relação aos Montes da Madalena foi assim, ao mesmo tempo, elevado e
vulgarizado. Madalena seria transformada num «caso típico» a precisar de
resposta padronizada.
Madalena/Lindoso: o objecto cobiçado
Os arquivos indicam que a área contestada tinha o comprimento de metade de
légua e, como afirmava o governador da Galiza, absolutamente nenhum valor
para o Estado e talvez um valor limitado para os habitantes locais. Estes
defendiam consistentemente a colocação de colmeias, mas referiam a extrema
pobreza para permitir bons vinhos, considerando a terra melhor para
pastagem. Identificada pelo nome, os Montes da Madalena, porém, eram
chamados Monte de Lindoso em Portugal, pelo menos segundo o comissário
português do início do século xix . Menos consensual era o que abarcava e
quais os seus contornos. Tratava-se de uma região montanhosa, de difícil
acesso, difícil de controlar e raramente usada. As discussões coincidiam
principalmente na questão da caracterização de Madalena como espanhola ou
como portuguesa, e quais os vassalos que, por isso, a podiam usar livremente.
Sotto voce , todavia, envolviam igualmente as intensões de alguns usarem
para propósitos agrícolas o que outros julgavam terra comum. A agricultura
era considerada transformativa por exigir outro tipo de posse, que implicava a
privatização de terras comuns. A discórdia nos Montes da Madalena também
contemplava um debate que opunha a jurisdição secular à jurisdição
eclesiástica (ou seja, se a capela implicava, ou não, jurisdição local ou régia)
e questões militares (que fronteira seria mais fácil defender). Enquanto alguns
interlocutores (principalmente portugueses) tinham vontade de juntar todas as
questões e assumir que a resposta a uma implicava uma solução para as
outras, outros (principalmente espanhóis) rejeitavam as ligações e explicavam
que as jurisdições municipal, régia e eclesiástica eram diferentes, e que a
propriedade privada não era equivalente a terrenos comuns. Era por isso
emblemático que o conflito em Madalena fosse principalmente estruturado
como um diálogo acerca da jurisdição, da sujeição, e dos direitos de usufruto,
entre interlocutores que, talvez propositadamente, minimizavam o facto,
muito importante e evidente, de a principal acusação entre habitantes locais
ser a privatização ilegal de terras comuns ou reguengos.
Madalena/Lindoso: as reivindicações
Todos os intervenientes na discussão aludiam aos critérios habituais que
envolviam o uso imemorial, bem como aos desafios e respectivas respostas.
Mas, perante a radical oposição das versões, tornava-se difícil esclarecer o
que desencadeava e punha termo a desacordos específicos. Vários dados
sugerem que a utilização agrícola gerava mais conflitualidade do que a
pastagem e a recolecção, e por isso a crescente pressão sobre a terra terá
desempenhado um papel nestas dinâmicas, a par da agência de certos
indivíduos, como eclesiásticos e militares, que convenciam os seus vizinhos a
desafiar o status quo . De forma a apoiar as suas pretensões, os habitantes
locais e as autoridades reais procuravam documentação que estabelecesse a
localização das divisões no passado para, em geral, concluírem que estas já
não existiam, ou que reflectisse divisões assentes em direitos e jurisdições
senhoriais. A memória oral também não era perfeita, e os habitantes
atestavam especificamente que nada sabiam, que nada tinham ouvido ou visto
de antigas delimitações formais. As provas em relação à posse não eram
particularmente úteis, já que, por norma, afirmavam que era comum e não
privativa, e que por isso não poderia ser usada para reivindicar direitos. Se o
uso conjunto fora introduzido pela tolerância (como defendiam os espanhóis)
ou pela incapacidade portuguesa em lhe resistir (como os portugueses
alegavam), não importava, porque em termos jurídicos era consensual ou era
contestado, e a maioria das provas apontava para ambas as hipóteses,
consoante as partes intervenientes, a época e os interesses em jogo.
Se este caso revela alguma coisa, é o reflexo exacto de uma realidade
misturada em territórios considerados remotos e de utilização relativamente
esporádica. A «confusão» e o «esquecimento» podiam também ser
intencionais, pois permitiam mudanças no status quo ou o apoio a mais
reivindicações. Possibilitavam igualmente que algumas testemunhas
adoptassem uma posição ambígua, porque frequentemente dependiam dos
adversários para o seu modo de vida. Os funcionários régios espanhóis
enfrentavam o que consideravam um caos total, desprovidos de instruções de
procedimento. Transformaram um caso particular num exemplo de
fenómenos frequentes e insistiram em resolvê-los todos. No entanto, para
atingir (e sustentar) tal grau de abstracção precisavam de evitar a
especificidade do local e do tempo e elaborar princípios gerais. Entre outras
coisas, deviam abandonar a discussão acerca de direitos baseados em provas
jurídicas e privilegiar o senso comum. Contudo, ainda que os comissários
régios de ambos os lados esperassem que a razão produzisse conclusões
semelhantes nos dois campos, tal não aconteceu. Partilhavam a convicção de
que sabiam e compreendiam mais do que os habitantes locais. Concordaram
em ignorar o que lhes diziam e, em vez disso, preferiram observar o território.
Não obstante, espanhóis e portugueses chegaram a um impasse, travando
debates infindáveis já não sobre os critérios a aplicar, mas sobre as suas
implicações concretas. Usavam a razão para suprir ou mesmo substituir o que
os documentos e as testemunhas não lhes podiam dar, e apelavam à
capacidade de mudança em vez da salvaguarda da situação existente.
Discutiram sobre as melhores fronteiras naturais e as linhas que melhor
serviriam os interesses militares dos Estados. Nas suas mentes, mais do que
legal ou justa, a demarcação tinha de ser natural e conveniente. Porém,
quando também a razão fracassou, não oferecendo uma solução consensual,
os comissários acabaram por adoptar um compromisso e dividiram o
território ao meio. Ao fim e ao cabo, independentemente da sua relação com
o passado ou com o presente, com a tradição ou com o senso comum,
concluíram que a missão de uma fronteira era dar certezas e assegurar a paz.
Mista e promíscua (1518-1864)
A história documentada das três aldeias de Santiago, Rubiás e Meaus, na
fronteira entre a Galiza e Trás-os-Montes, começa em 1518, quando o
procurador do conde de Monterrey interpôs um processo criminal contra os
governadores dos castelos da Piconha e de Montalegre, pertencentes ao
duque de Bragança.[631] O procurador acusava os dois homens de terem
cometido uma série de ofensas contra a jurisdição do seu senhor e contra
Espanha. No julgamento que se seguiu, um juiz espanhol e um juiz
português, agindo em conjunto, ouviram provas acerca das «diferenças entre
Portugal e a Galiza» que provocavam desordens na fronteira. De acordo com
o procurador do conde de Monterrey, os dois governadores invadiam
constantemente a Galiza acompanhados de homens armados com « bandera
tendida según estilo de guerra pregonada » e a gritar «Portugal, Portugal».
Assediavam o merino , o administrador do conde, queimando-lhe a casa,
roubando-lhe as propriedades e, em várias ocasiões, ameaçando matá-lo.
Incendiaram os seus arquivos, que guardavam documentos cruciais para a
defesa da jurisdição dos condes e para a gestão das suas contas. Como o
administrador tinha o apoio dos vassalos do conde na Galiza, estas acções
provocaram confrontos públicos. À medida que se avolumava a lista de
queixas contra os dois governadores portugueses, incluindo acusações de
repetidas violações da jurisdição do conde, o rapto de habitantes locais com
posterior pedido de resgate, roubos, etc., outros espanhóis juntaram-se ao
barulho, contando como tinham sido aprisionados, insultados e maltratados
por estes funcionários e seus colaboradores. Todos pediam aos juízes que
castigassem os delinquentes e exigiam compensação pelas perdas sofridas.
Enquanto os queixosos insistiam na reprimenda exemplar, o procurador do
duque de Bragança refutava todas as acusações. Explicou que os
governadores reagiam apenas aos excessos já cometidos pelo conde e pelos
seus funcionários, já que tinham prendido, sem causa, vários portugueses em
território português. Os governadores ressentir-se-iam especialmente da
alegação de que a aldeia de Santiago não se encontrava sob a sua jurisdição.
Afinal, pertencia ao duque e era «quase totalmente em Portugal».
Tanto a acusação como a defesa esclareciam que os incidentes se deviam a
um conflito entre o conde e o duque em relação à extensão dos respectivos
domínios. «Para castigar o passado e remediar o porvir», os juízes decidiram
tomar medidas extremas. Em vez de tentar deslindar quem tinha razão, quem
iniciara o desentendimento e quem lhe ripostara, proferiram uma « sentencia
de concordia y paz ». O veredicto ordenou ao conde e ao duque que
dispensassem os homens envolvidos nos confrontos de todas as suas
responsabilidades, e lhes retirassem, para o resto da vida, os cargos, exilando-
os da jurisdição. Como as provas sugeriam que ambas as partes tinham culpa
e que os agressores e as vítimas mudavam constantemente de papéis, e
porque eram todos vizinhos e parentes « que no puedan vivir los unos sin los
otros ni los otros sin los unos », os juízes também perdoaram a todos os
outros indivíduos envolvidos. A seguir determinaram que Santiago, Rubiás e
Meaus pertenceriam a ambos os senhores, e instruíram as autoridades locais a
colaborar umas com as outras. Proibiram o conde e o duque de recrutar
habitantes locais para a sua causa e decretaram que os territórios dedicados à
pastagem e à recolecção seriam comuns e pertenceriam igualmente às três
aldeias e à jurisdição do conde e do duque, «como tinha acontecido antes».
Por último, mas não menos importante, embora declarassem que os que se
encontravam sob jurisdição do duque eram «portugueses» e os que estavam
sob jurisdição do conde eram «espanhóis», como os habitantes locais eram da
jurisdição de «ambos senhorios e reinos», autorizavam-nos a importar bens
do outro reino sem pagar impostos, e isentavam-nos de serviço militar para
não terem de lutar contra os vizinhos.
Esta decisão judicial criou um compromisso híbrido. Sujeitava as três aldeias
a dois senhores e a dois países, mas dividia os residentes em espanhóis e
portugueses, vassalos do conde e súbdi- tos do duque. A decisão de 1518,
talvez justificada pela incapacidade do juiz para determinar os direitos das
partes ou encontrar outra solução aceitável, criou uma situação extraordinária
que mesmo os contemporâneos, no século xvi , consideraram surpreendente.
Nas décadas de 1520 e 1530, por exemplo, afirmavam que era
completamente impossível distinguir quem era galego e quem era português,
pois os membros de ambas as comunidades viviam e «misturavam-se» juntos,
e «um era tomado pelo outro».[632] Afirmavam igualmente que, ao mesmo
tempo que reorganizava relações locais, o acordo de 1518 não lograra
clarificar as implicações territoriais, nada determinando em relação a onde
deveria passar a fronteira entre essas comunidades e outros enclaves de
Espanha e de Portugal. Os observadores do século xvi também confirmaram
que dentro de cada aldeia a jurisdição dependia da identidade do cabeça de
casal, não da geografia. Assim, em vez de divididas numa parte espanhola e
numa portuguesa, cada uma das três aldeias era um espaço pontilhado de
casas ora galegas ora portuguesas, organizadas de forma acidental, sem um
padrão claro. Como ilhas de jurisdição num mar de terra pouco nítida, as
casas portuguesas estavam sob obediência da lei e das autoridades
portuguesas e as residências galegas sob obediência da lei e das autoridades
espanholas. A maneira como os indivíduos eram atribuídos a casas e as casas
a países não estava documentada, mas frequentemente deduzia-se que após a
atribuição a identificação era consensual e permanente. Também não era
claro o estatuto das ruas que uniam as casas umas às outras e os campos que
rodeavam as povoações.
A estranha situação resultante da decisão de 1518 não foi facilmente tolerada.
Em 1540, 1563, 1564 e 1579 os habitantes locais queixaram-se de que as
autoridades espanholas ignoravam as divisões feitas pelo « uso y costumbre »
e tentavam ilegalmente implementar a jurisdição ordinária espanhola nas suas
aldeias, por exemplo prendendo um português.[633] Ameaçavam que a menos
que os acordos fossem respeitados, os portugueses também os violariam,
como o juiz de Montalegre já começara a fazer. A obediência à decisão de
1518, insistiam, permitia-lhes viver « quietos y sosegados », garantindo
igualmente boas relações entre os seus reinos. A partir daí, durante os séculos
xvi , xvii e xviii , repetiram-se muitas vezes alegações semelhantes, sempre feitas
pelos residentes das aldeias. A maior parte fazia eco do desejo de proteger um
regime jurídico particular, como em La Contienda, e, com o tempo, a decisão
de 1518 tornou-se uma espécie de documento fundacional. Foi muito
copiado, lido e citado como demonstração, tanto da causa e da justificação
desta particularidade, quanto do que ela implicava. No século xvii , o trecho
mais cobiçado e reivindicado do documento era a declaração que tornava os
vizinhos «tanto espanhóis como portugueses» e as suas comunidades
«mistas». Os habitantes locais gostavam também da conservação de
privilégios adicionais dependentes desta fundição, principalmente a isenção
de pagamento de impostos e de serviço militar.
A condição de Santiago, Rubiás e Meaus, essencialmente considerada um
assunto menor que envolvia privilégios jurídicos extraordinários, foi levada à
atenção dos reis em 1717. Após a Guerra da Sucessão Espanhola, em que o
castelo de Piconha foi ocupado por tropas espanholas, o ministro dos
Negócios Estrangeiros português pediu ao embaixador espanhol em Lisboa
que garantisse a sua devolução a Portugal, juntamente com Santiago, Rubiás
e Meaus.[634] O embaixador português em Madrid explicou que, temendo
hostilidades, os habitantes das três aldeias « se hicieron a la parte de
Galicia » durante a guerra, mas agora, com a paz, deviam voltar a juntar-se a
Portugal. Isto era, escreveu ele, o que os habitantes de Montalegre, a cuja
jurisdição pertenciam, e a Casa de Bragança, que sobre eles tinha senhorio,
exigiam. Tinham tentado garantir o regresso apelando ao governador da
Galiza, mas este recusara-se a conceder a petição. Viam-se por isso forçados
a pedir a intervenção régia. Em apoio da reivindicação o embaixador em
Madrid apresentava «documentos autenticados» que, na sua opinião,
provavam que o castelo e as aldeias sempre tinham sido portugueses. No
entanto, entre eles figurava a decisão de 1518, que dizia outra coisa. Como os
tratados de paz de 1668 (que punha termo à Guerra da Restauração) e de
1715 (depois da Guerra da Sucessão Espanhola) não mencionavam o castelo
de Piconha ou as aldeias de Santiago, Rubiás e Meaus, o Conselho de Estado
espanhol ordenou ao capitão geral e à audiencia da Galiza que
investigassem o assunto.
Embora não saibamos o que se sucedeu, queixas datadas de 1723 sugerem
que «os limites» entre Rubiás e Montalegre eram «confusos», causando
perturbações locais. Tentativas de os esclarecer terão fracassado, e em 1793
persistiam as dúvidas sobre essa localização.[635] Em 1730, o escrivão das
honras de Montalegre incluiu jurisdição sobre as três aldeias que, de acordo
com registos coevos, «estão dentro no reino da Galiza misticamente».[636] Em
1756, a Casa de Bragança tomou posse do local misto – couto misto – e, em
1788, fez o mesmo em relação ao castelo de Piconha – agora completamente
em ruínas – que os seus representantes declaravam ser na Galiza, não em
Portugal.[637] Quando inquiridos, por exemplo em 1753, como se dera esta
confusão, os habitantes locais confessavam a sua ignorância.[638] A única
coisa que podiam relatar era a situação no presente. Descreveram como as
três comunidades tinham, por si só, eleito um juiz local para supervisionar as
disputas civis e como a jurisdição criminal fora repartida entre os juízes da
Galiza e de Portugal, que agiam em conjunto ou perguntavam ao arguido se
pretendia ser castigado num ou no outro reino. Estes testemunhos referiam
ainda que a construção de casas novas pelos residentes das três aldeias os
obrigava a declarar formalmente se queriam o domicílio sujeito a Espanha ou
a Portugal. Estas narrativas foram confirmadas em 1786, quando o censo dos
habitantes locais falhou. Os funcionários consideraram completamente
impossível distinguir entre os 150 habitantes quem era português e quem era
galego. O distrito, explicaram, era comum a ambas as coroas, e os juízes
criminais de ambos os países tinham de actuar em conjunto contra
delinquentes, a não ser que estes fossem apanhados numa casa classificada
como totalmente portuguesa ou completamente espanhola. Em 1786 havia
ainda um juiz localmente eleito que supervisionava a litigação civil, mas, de
acordo com algumas queixas, os residentes podiam investir-se da condição de
espanhóis ou de portugueses a seu bel-prazer. Apenas precisavam de fazer
um brinde, normalmente durante a sua cerimónia de casamento, à saúde de
um ou de outro monarca.[639] E embora a subjugação política dependesse das
casas (havia casas portuguesas e casas galegas, e é possível que estivessem
marcadas com um P se fossem portuguesas e um G se fossem galegas), a
maior parte das construções incluía dois lados distintos, um catalogado como
galego e o outro como português. Isto permitia aos vizinhos encontrar refúgio
na parte que melhor se adaptava aos seus interesses, conforme as
circunstâncias de cada caso. Em 1786, os residentes de Santiago, Rubiás e
Meaus gozavam ainda de outros privilégios. Podiam importar e exportar os
seus animais e bens de um reino para o outro sem pagar taxas, e estavam
isentos de serviço militar. Enquanto de acordo com a decisão de 1518 a
sujeição a dois senhores e a dois reinos poderia ser apresentada como
duplicadora de obrigações, em 1786 e 1791 sugeria-se que libertava os
habitantes locais de todos os deveres, porque de facto (mesmo que não de
jure ) viviam independentes de ambas as coroas – « no pertenecen ni a uno ni
a otro reino » –, eram neutros em relação a ambos, e o território era refúgio
para criminosos e contrabandistas, e até rebeldes.[640]
Esta liberdade pessoal pesava directamente sobre as questões territoriais. Não
só a partição entre os três municípios e territórios envolventes era pouco
clara, como mesmo antes de a decisão de 1518 ser adoptada persistiam
questões acerca da extensão de terra que cada senhor governava.[641] As
dúvidas intensificaram-se a partir daí. No século xviii , a maior parte dos
interlocutores afirmava que como os residentes viviam «em confusão», em
comunida- des que eram «meio galegas meio portuguesas», o terreno também
era misto. Em consequência, concluía um juiz português em 1796, não havia
qualquer interesse em preparar um mapa da fronteira nesta área «devido à
confusão [em relação] aos povoadores deste reino e da Galiza».[642] A
incapacidade para fixar divisões no terreno ficou também evidente em 1819,
quando as autoridades de Espanha e de Portugal discordaram em relação ao
exercício da jurisdição, tributação, e serviço militar no território.[643] A
constante oscilação dos habitantes locais na sua sujeição pessoal a um país ou
a outro tornava os debates territoriais ainda mais complicados.
Em 1819, desconcertados com a estranha situação, os delegados dos
monarcas espanhol e português encontraram-se para remediar o que
entendiam como uma grave desordem. De forma a introduzir alguma medida
de legalidade, em vez de autorizar os habitantes locais a escolher livremente
o Estado a que pertenciam, planearam elaborar listas que determinassem
quem era quem, de uma vez por todas.[644] Proibiram espanhóis e portugueses
de residir na mesma casa e insistiram que, no futuro, os espanhóis seriam
julgados em assuntos civis e criminais de acordo com as leis espanholas por
juízes espanhóis, o mesmo princípio aplicando-se aos portugueses. Do
mesmo modo, crimes cometidos em casas galegas estariam sob jurisdição
espanhola e os cometidos fora seriam examinados pelo primeiro magistrado
que sobre eles se debruçasse. Todos os indivíduos que não fossem habitantes
permanentes de Santiago, Rubiás e Meaus não teriam direito a aí residir. E
embora quem fosse continuasse a gozar de isenção de pagamento de
impostos, de taxas aduaneiras e de serviço militar, passaria a desembolsar um
pequeno tributo a ambos os soberanos, em reconhecimento pelo senhorio
comum. Sem fazer uma referência directa a questões territoriais, a decisão
sugeria a continuação teórica da situação anterior. Identificava o território dos
Estados de acordo com a sujeição das casas, tornando-o descontínuo, com
ilhas de jurisdição num mar de terra mista, ou assumia como mista toda a
jurisdição, ao mesmo tempo espanhola e portuguesa.
Apesar dos esforços de esclarecimento, a documentação de meados do século
xix indica a persistência da confusão. Os residentes locais continuavam a ser
autorizados a escolher a sua adesão política conforme lhes apetecesse, mas
agora faziam-no de modo formal, declarando as intenções perante a
autoridade local, na presença de um notário, com cópias do acto deixadas nos
arquivos. Teoricamente passava a ser possível preparar listas indicativas de
quem era quem; na realidade é pouco claro se essas listas alguma vez foram
elaboradas, e sabe-se que muitas casas incluíam indivíduos de diferentes
sujeições.[645] Além disso, enquanto alguns residentes se identificavam como
portugueses e outros como espanhóis, os coevos observavam que muito
provavelmente não se consideravam nem uma coisa nem outra, e que não
obstante as declarações oficiais, os privilégios especiais impediam-nos de ser
verdadeiramente espanhóis ou realmente portugueses. Não tinham qualquer
vontade de conceder que algumas partes das suas comunidades (casas) eram
território português enquanto outras eram território espanhol. Em vez disso,
afirmavam que toda a jurisdição era «mista».
Se os locais aceitavam esta realidade como normal e lucrativa, em meados do
século xix os funcionários régios em Madrid e Lisboa discordavam.[646]
Rejeitavam a ideia de que alguns indivíduos e aldeias fossem
«independentes» ou mistos, e culpavam a condição pela transformação do
território num porto seguro para indivíduos fora-da-lei. Não compreendiam a
maneira como a estranha situação se instalara, mas tinham a certeza da
necessidade de lhe pôr fim. Em 1864 comissários dos dois países começaram
a trabalhar para implementar esta decisão. Concordaram tornar espanholas as
três aldeias, em troca de enclaves que a partir daí seriam considerados
oficialmente portugueses.[647] No que viria a ser o seu último acto de graça, as
autoridades de ambos os estados permitiram aos habitantes decidir se
queriam pertencer a uma ou outra nação. A maioria dos habitantes de
Santiago e Rubiá declarou-se portuguesa; os de Meaus declararam-se
espanhóis.
Morse, Richard M., org. The Bandeirantes: The Historical Role of the
Brazilian Pathfinders. Nova Iorque: Alfred A. Knopf, 1965.
Morse, Richard M. From Community to Metropolis: A Biography of São
Paulo, Brazil. Nova Iorque: Octagon Books, 1974.
Motta, Márcia Maria Menendes. Nas Fronteiras do Poder: Conflitos de Terras
e Direito Agrário no Brasil de Meados do Século XIX. Rio de Janeiro:
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1998.
Motta, Marcia Maria Menendes. «The sesmarias in Brazil: Colonial land
policies in the late eighteenth century». E-Journal of Portuguese History ,
3(2) (2005).
Motta, Márcia Maria Menendes. Direito à Terra no Brasil: A Gestação do
Conflito 1795-1824. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2009.
Muldoon, James. «John Marshall and the rights of Indians». In Latin
America and the Atlantic World: El Mundo Atlántico y América Latina
(1500-1850): Essays in honor of Horst Pietschmann , orgs. Renate Pieper e
Peer Schmidt, 67-82. Colónia: Böhlau Verlag, 2005.
Muldoon, James. Canon Law, the Expansion of Europe and World Order.
Aldershot: Ashgate, 1998.
Múñez, Xosé-Manoel. «The Iberian Peninsula: Real and imagined overlaps».
In Disputed Territories and Shared Pasts: Overlapping National Histories in
Modern Europe , orgs. Tibor Frank e Frank Hadler, 329-348. Basingstoke:
Palgrave, 2010.
Muñoz, María Rosa de. «La Guerra de Sucesión en el Río de la Plata y las
consecuencias del Tratado de Utrecht». Revista Lotería , 338-9 (1984): 114-
129.
Murphy, Alexander B. «Historical justifications for territorial claims».
Annals of the Association of American Geographers , 80(4) (1990): 531-548.
Nacuzzi, Lidia R. «Los cacicazgos del siglo xviii en ámbitos de frontera de
Pampa-Patagonia y el Chaco». In De los Cacicazgos a la ciudadanía:
Sistemas políticos en la frontera , Río de la Plata , Siglos XVIII-XX , org.
Mónica Quijada, 23-77. Berlim: Gebr. Mann Verlag, 2001.
Navas Sánchez-Élez, María Victoria. «El río Guadiana lazo de unión entre
España y Portugal: el caso de su margen izquierda». Actas de las I Jornadas
Transfronterizas sobre la Contienda hispano-portuguesa , 85-98. Vol. 1.
Aroche: Escuela Taller Contienda, 1996.
Neeson, J. M. Commoners: Common Right, Enclosure and Social Change,
England, 1700-1829. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
Néspolo, Eugenia A. «Los tratados escritos con las sociedades indígenas en
los bordes del río Salado durante el siglo xviii : Un análisis desde el derecho de
gentes». Memoria Americana. Cuadernos de etnohistoria , 12 (2004): 237-
276.
Neto, Carlos de Araújo Moreira. «Índios e fronteiras». Revista de estudos e
pesquisas (Brasília), 2(2) (2005): 79-87.
Neumann, Eduardo. «Fronteira e identidade: confrontos luso-guarani na
Banda Oriental 1680-1757». Revista Complutense de Historia de América ,
26 (2000): 73-92.
Neves, Luiz Felipe Baêta, org., Transcendência, Poder e Cotidiano: As Cartas
de Missionário do Padre Antônio Vieira. Rio de Janeiro, Atlântica Editora,
2004.
Niehaus, Thomas Kenneth. «Population problems and land use in the writing
of the Spanish arbitristas : Social and economic thinkers, 1600-1650». Tese
de doutoramento, Austin, University of Texas, 1976.
Nobles, Gregory H. American Frontiers: Cultural Encounters and Continental
Conquest. Nova Iorque: Hill and Wang, 1997.
Nordman, Daniel. «Problématique historique: des frontières d’Europe aux
frontières du Maghreb ( xix siècles)». In Profils du Maghreb: Frontières ,
e
figures et territoires (xviii -xx siècle , org. Daniel Nordman, 25-39. Rabat:
e e
Olivença em meados do século xv», Revista de História, 13 (1995): 59-68, 59, e defende ser vital que
estudemos as «flutuações mais ou menos profundas» pelas quais a fronteira passou depois de
Alcanizes. José Luís Martín Martín sugere igualmente que se estude o assunto em «Conflictos luso- -
castellanos por la raya», Revista da Faculdade de Letras: História, série ii, 15(1) (1998): 259-274.
Martín Martín também insiste na multiplicidade de indivíduos e interesses com um papel em tais
dinâmicas.
[8] María Rosa de Muñoz, «La Guerra de Sucesión en el Río de la Plata y las consecuencias del
Tratado de Utrecht», Revista Lotería, 338-339 (1984): 114-129; Luís Ferrand de Almeida, Alexandre
de Gusmão, O Brasil e o Tratado de Madrid (1735-1750) (Coimbra: Universidade de Coimbra, 1990);
e El Tratado de Tordesillas y su época. Congreso internacional de historia, 3 vols. (Madrid: Sociedad
«V Centenario del Tratado de Tordesillas», 1995). Ver também María Eugenia Petit-Breuilh
Sepúlveda, «Comportamientos hispanoportugueses en los territorios limítrofes de América durante los
conflictos bélicos», in Propaganda y mentalidad bélica en España y América durante el siglo xviii, org.
David González Cruz (Madrid: Ministerio de Defensa, 2007), 95-119.
[9] Uma excepção é Rafael Chambouleyron, «Plantações, sesmarias e vilas: Uma reflexão sobre a
ocupação da Amazônia seiscentista», Nuevo Mundo Mundos Nuevos,
https://nuevomundo.revues.org/2260. Rafael Straforini, «A formação territorial brasileira nos dois
primeiros séculos de colonização», Geo, UERJ, 18(1) (2008): 63-90, examina as várias formas como os
geógrafos brasileiros explicaram a formação territorial do seu país.
[10] Lía Quarleri, Rebelión y guerra en las fronteras del Plata: Guaraníes, jesuitas e imperios
coloniales (Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 2009), 70-71; Alberto José Gullón Abao,
La frontera del Chacó en la gobernación del Tucumán (1750-1810) (Cádis: Universidad de Cádiz,
1993), 70 e 76; e Guy Martinière, «Les stratégies frontalières du Brésil colonial et l’Amérique
espagnole: Notes introductives», Cahiers des Amériques Latines, 18 (1978): 45-68.
[11]
Antonio Stopani, La production des frontières: État et communautés en Toscane (xvie-xviiie
siècles) (Roma: École Française de Rome, 2008). Embora principalmente centrado nas fronteiras
«internas», o trabalho de Stopani é uma ferramenta essencial para reconstruir a forma como se deu a
apropriação territorial a nível local.
[12] Tamar Herzog, «The meaning of territory: colonial standards and modern questions in Ecuador»,
in Globality and Multiple Modernities: Comparative North American and Latin American Perspectives,
orgs. Luis Roniger e Carlos H. Waisman (Brighton: Sussex Academic Press, 2002), 162-182. Ver
também A Search for Sovereignty: Law and Geography in European Empires, 1400-1900, Lauren
Benton (Nova Iorque: Cambridge University Press, 2010).
[13]
Benton, A Search for Sovereignty…, 284 e 298-299.
[14]
Jean Gottman, The Significance of Territory (Charlottesville: University Press of Virginia,
1973), 123; e Michael R. Redclift, Frontiers: Histories of Civil Society and Nature (Cambridge, MA:
MIT Press, 2006), 23.
[15] «Copia do auto das demarcações de Villarinho e Teixeira que por inquirições de Portugal e
Castela se determinarão», 24-4-1500, in «Documentos sobre a demarcação de limites entre a Hespanha
e Portugal 1803», AHM/ DIV/4/1/10/10.
[16] «Il panorama europeo, se viene contemplato nello specchio della cultura giuridica indiana, si
presenta con i suoi elementi centrali e fondamentali, mentre sfumano o scompaiono del tutto le
asprezze di contrasti veri o presunto che appartengono solo ad aspetti marginali della storia europea, e
più ancora alla storiografia europea dell’Ottocento e del Novecento. Ecco dunque perché, a mio parere,
fra altre ragioni altrettanto valide, lo storico del diritto europeo deve impegnarsi a indagare le opere dei
giuristi indiani: per contemplare in esse, come in uno specchio, e per comprendere meglio, le linee
fisionomiche essenziali del diritto europeo». Manlio Bellomo, «Perché lo storico del diritto europeo
deve occuparsi dei giuristi indiani?», Rivista internazionale di diritto comune, 11 (2000): 21-32, 32.
[17] Gustavo de Matos Sequeira e Rocha Júnior, Olivença (Lisboa: Portugália Editora, 1924);
Ricardo Rosa y Alberty, A Questão de Olivença: Por quê Olivença não Pertence à Espanha (Lisboa:
Grupo Amigos de Olivença, 1960); e Carlos Eduardo da Cruz Luna, Nos Caminhos de Olivença
(Estremoz: Edição de Autor, 2000). Aquilo que o território de Olivença abrangia na época moderna,
antes da sua tomada por Espanha, foi discutido, por exemplo, em «Dudas sobre términos y mojones que
separan Olivenza de varias aldeas de Castilla», 20-11- -1466; «Llamamiento del concejo a todos los
vecinos para defender la villa ante temor de incursión de los de Alconchel», 18-2-1514; e «Autoridades
de Alconchel y Olivenza dirimen amistosamente los pleitos entre sus vecinos y anulan acciones
judiciales por ello», 13-3-1514, demarcação datada de 5-4-1532; todos em AHMO, Leg. 1, Carpetas 40,
50, 51 e 61.
[18] O Tratado de Tordesilhas gerou uma bibliografia infindável. Ver, por exemplo, El Tratado de
Tordesillas y su proyección. Segundas jornadas americanistas. Primer coloquio luso-español de
historia ultramarina, 2 vols. (Valhadolid: Universidad de Valladolid, 1973); e Antonio Rumeu de
Armas, El Tratado de Tordesillas: Rivalidad hispano-lusa por el dominio de océanos y continentes
(Madrid: Mapfre, 1992).
[19]
António Dias Farinha, «A fixação da linha de Tordesilhas a oriente e a
expansão portuguesa», e Mariano Cuesta Domingo, «La fijación de la línea
de Tordesillas en el extremo oriente», ambos em El Tratado de Tordesillas y
su época, vol. 3, 1477-1482 e 1483-1517; e Consuelo Varela, «Los
problemas de frontera en el Maluco», in A União Ibérica e o Mundo
Atlântico: Segundas Jornadas de História Ibero-Americana (Lisboa: Edições
Colibri, 1997), 341-351.
[20]
Mais tarde, o debate em relação à Ásia envolvia não apenas as Molucas
mas também Macau e as Filipinas: Juan Bautista Gesio, «Discurso sobre la
isla y ciudad de Macao», AMN, Nav. xviii, fls. 408r-410r, doc. 80; e Juan de
Zúñiga, «Carta del comendador mayor de Castilla... con fecha de 27-12-1578
sobre la erección del obispado de Macao», AMN, Nav. xviii, fls. 63r-v, doc.
15.
[21]
Cópias do Tratado de Saragoça com a data de 22-4-1529 existem no
AHN, Estado 4626 e 2842. A sua importância duradoura está bem patente,
por exemplo, em «Voto dos comissários do sereníssimo príncipe de
Portugal», datado de 1681, AHN, Estado, livro 677, fls. 180r-v; e Francisco
Inocêncio de Souza Coutinho para marquês de Grimaldi, Madrid, 16-1-1776,
AHN, Estado leg. 2842, apartado 1. AGS, Estado 367, 368, e 371, contêm
ampla documentação acerca da discussão de 1524.
[22] Consulta de 15-11-1530, AGI, IG, livro 137, cédulas datadas de 17-2-1531, 18-3-1531, e 31-8-
1531, AGI, IG, 422, livro 15, e carta sem data do embaixador Hurtado de Mendoza para o monarca
português e a resposta do rei (sem data), AGI, Patronato 28 e 41, respectivamente. Ver também «Copia
de ciertos capítulos de la carta que don Luis Sarmiento escribió a Su Majestad el 11-7-1535», e cédula
real de 13-6-1554, ambas reproduzidas em Campaña del Brasil: Antecedentes coloniales (Buenos
Aires: Archivo General de la Nación, 1931), vol. 1, 5-6 e 6-8. AGS, Estado 369 e 377, que contêm
ampla documentação respeitante aos planos portugueses para descobrir, e talvez conquistar e ocupar, o
Rio da Prata em 1531 e 1554. Estas questões são descritas em Analola Borges, «El tratado de
Tordesillas y la conquista del Río de la Plata», in El Tratado de Tordesillas y su proyección, vol. 1,
345-356.
[23] «Como desde esta época fueron ya vasallos de un mismo soberano los españoles y portugueses
habitantes de la América meridional, no se cuidó ni hubo necesidad de celar la observancia del tratado
de Tordesillas e indistintamente hacían unos y otros los descubrimientos, conquistas y poblaciones en
aquella parte.» Vicente Aguilar y Jurado e Francisco Requena, «Historia de las demarcaciones en la
América entre los dominios de España y Portugal», Madrid, 1797, AHN, Estado 3410-2, punto 311.
[24] Marquês de Valdelirios para o marquês de Grimaldi, Madrid, 11-3-1776, AHN, Estado 4371, 8-
9. Ver também marquês de Valdelirios para Pedro Cevallos, Buenos Aires, 12-5-1761, AGN/M,
Archivos Particulares, Caja 333, Colección Mario Falcao Espalter, Carpeta 4.
[25] «No tempo da união das duas coroas em que poderá cessar a controvérsia de elas foi tão forçoso
o direito da divisão dos domínios que cada uma se conteve nos seus limites sem que se permitisse
fraude ou usurpação de uma ou de outra parte o que se observam tão abertamente que contendendo
neste mesmo tempo castelhanos e portugueses sobre as ilhas dela linhas não obstante que todos
obedeciam a um mesmo governo, foi tão poderosa a razão de conservar distinto o direito de cada reino,
que por que não cedesse um a outro, se deixaram contender ambos sobre ação dos seus estados.»
«Papel que fés o marquês de Fronteira», in «Pareceres do Exmo. marquês de Fronteira conselheiro de
estado sobre... a fundação da Nova Colónia», provavelmente datado de 1680, BPE, Cod. cxvi (2-12), n.º
1, fls. 4r-8r, nos fls. 6v-7r. Ver também «Discurso em que se mostra as varias opiniões que se acham
nos aa. sobre a linha da demarcação entre as conquistas de Portugal e Castela», anónimo, Elvas, 24-11-
1681, BPE, Cod. cxvi (2-12), n.º 2, fls. 3v e 19v-20r; e marquês de Lavradio para Martinho de Mello e
Castro, Lisboa, 12-2-1781, AHU_ACL_CU_059, cx. 3, d. 220.
[26] A disputa em torno da Colónia de Sacramento deu origem a uma imensa bibliografia. Considerei
as seguintes obras muito úteis: Antonio Bermejo de la Rica, La Colonia del Sacramento: su origen,
desenvolvimiento, y vicisitudes de su historia (Toledo: Editorial Católica, 1920); Luís Ferrand de
Almeida, A Diplomacia Portuguesa e os Limites Meridionais do Brasil (1493-1700) (Coimbra:
Universidade de Coimbra, 1957), vol. 1, 111-285; e Jaime Cortesão, Tratado de Madri: Antecedentes;
Colónia do Sacramento, 1669-1749 (Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1954). Ecos destes debates
podem ser encontrados em «Notícia e justificação do título e boa fé com que se obrou na Nova Colónia
do Sacramento», anónimo, sem data (c. 1681), BA, Cod. Ms. 51- VI-48, fls. 117r- -146r; e «Parecer de
grandes letrados sobre a fundação da Nova Colónia de Buenos Aires», Lisboa, 7-9-1680, BA, Cod. Ms.
50- V-39, fls. 587r-89v.
[27] O tratado de 1681, bem como a opinião das equipas espanhola e portuguesa, aparece
Joachin Ibarra, 1782), 159-183. Ver também Julio Valdeón Baruque, «Las particiones medievales en
los tratados de los reinos hispánicos. Un posible precedente de Tordesillas», in El Tratado de
Tordesillas y su proyección, vol. 1, 21-32; e Anthony Pagden, «The struggle for legitimacy and the
image of empire in the Atlantic to c-1700», in The Origins of Empire: British Overseas Enterprise to
the Close of the Seventeenth Century, org. Nicholas Canny (Oxford:
Oxford University Press, 1998), 34-54, e 49.
[41]
Jorge Juan e Antonio Ulloa, Disertación histórica y geográfica sobre el meridiano de
demarcación (Madrid: Instituto Histórico de la Marina, 1972 [1749]), 9, 22, 27, 54, 96-97, e 167.
[42]
Recopilación de Indias (promulgada em 1680), livro 3, título 1, lei 1
(citando cédulas do século xvi); e Juan de Solórzano y Pereira, Política
Indiana (Madrid: Compañía Ibero-Americana de Publicaciones, 1972
[1648]), livro 1, capítulo 11, pontos 3-6, nas 1008-1109. Ver também
Alfonso García Gallo, «El título jurídico de los reyes de España sobre las
Indias en los pleitos colombinos», in «Memoria del IV Congreso
Internacional de Historia del Derecho Indiano», número especial, Revista de
la Facultad de Derecho de México, 26 (101-102) (1976): 130-156, 142-145 e
147-152.
[43]
Maziel, De la justicia..., 93 e 135-136; e Solórzano y Pereira, Política
Indiana, livro 1, capítulo 1, pontos 9-5 e 20-23, nas 109-110 e 112.
[44]
«Voto dos comissários do sereníssimo príncipe de Portugal», AHN, Estado, livro 677, fls. 174r-v;
Sebastião de Veiga Cabral, «Representação estudiosa e útil para as majestades grandeza de vassalos de
Portugal», Abrantes, 20-9-1711, BRAH/M, Ms. 9-5556; e «Noticia e justificação do titulo e boa fé com
que se obrou na Nova Colónia do Sacramento», anónimo e sem data (c. 1681), BA, cod. Ms. 51-VI-48,
fls. 117r-146r, no fl. 39. Ver também André Ferrand de Almeida, A Formação do Espaço Brasileiro e o
Projecto do Novo Atlas da América Portuguesa (1713-1748) (Lisboa: Comissão Nacional para as
Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001).
[45]
A importância das bulas para as teorias imperiais portuguesas, em
especial no final do século xv e no início do xvi, foi descrita em Giuseppe
Marcocci, A Consciência de um Império: Portugal e o Seu Mundo (Séculos
XV-XVII) (Coimbra: Universidade de Coimbra, 2012).
[46]
«Aprobación del padre Juan de Andosilla al discurso que formó el capitán Joseph Gómez Jurado
cerca de la línea de la demarcación», Madrid, 10-11-1680, 9 BPR, Ms. II/2821, fls. 58v-60r, no fl. 60r.
[47] Informe de Alonso de Vaca, Sevilha, 9-8-1680, AGI, Charcas 260, fls. 74r-75r, fls. 74r-v. Ver
também W. G. L. Randles, «Portuguese and Spanish attempts to measure longitude in the sixteenth
century», The Mariner’s Mirror, 81(4) (1995): 402-408.
[48] «Papeles tocantes a las conferencias que hubo entre los ministros de su majestad y los del rey de
Portugal, 1681», AHN, Estado, livro 677, fls. 127r-137v.
[49] «Resposta sobre os papéis dos geógrafos em ordem a defenderem o direito da Nova Colónia do
Sacramento», Lisboa, 11-11-1680, em «Pareceres do Exmo. marquês de Fronteira conselheiro de
estado», provavelmente datado de 1680, BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 1, 15v-16v; «Discurso em que se
mostra as varias opiniões que se acham sobre a linha da demarcação entre as conquistas de Portugal e
Castela», anónimo, Elvas, 24-11-1681, BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 2; e «Sentença dos comissários
portugueses sobre a Nova Colónia do Sacramento», Elvas, 21-1-1682, BPE, cod. ciii (2-16), fls. 64r-
65v.
[50] «Parecer de Tomás Durán, Sebastian Caboto y Juan Vespucci», Badajoz 15-4-1524, AGI,
Patronato, 48r, 14.
[51] «Discurso em que se mostra as varias opiniões que se acham sobre a linha da demarcação entre
as conquistas de Portugal e Castela», anónimo, Elvas, 24-11- -1681, BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 2.
[52] «Dictamen de la junta formada a consecuencia del real orden de 3-6-1776... para examinar
varios puntos relativos a... ajustar y determinar los límites de los dominios de España y Portugal en la
América...» (1777), BPR, Ms. II/2855, fls. 53r-77v; Consulta de 16-12-1776, AHN, Estado, 4443/1, n.º
2; e Vicente Aguilar y Jurado e Francisco Requena, «Historia de las demarcaciones en la América entre
los dominios de España y Portugal», Madrid, 1797, AHN, Estado, 3410-2, prólogo.
[53] «Informe del virrey Nicolás de Arredondo a su sucesor don Pedro Melo de Portugal y Villena
sobre el estado de la cuestión de límites entre las cortes de España y Portugal», 1795, AGN/M, Museo
Histórico, Caja 206, Carpeta 30, 2.
[54] «Instrução que ao General João d’Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres deixou o seu
antecessor e Irmão Luiz d’Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres» (pós-1788), APMG, livro C-03,
doc. 03, fls. 53v-57v, no fl. 54v.
[55]
João de Abreu de Castelo Branco para o rei, Belém, 18-9-1739, AHU_ ACL_CU_013, cx. 22, d.
2082; e Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres para Martinho de Melo e Castro, Vila Bela, 10-
8-1780, AHU_ACL_CU_010, cx. 21, d. 1285. Ver também Iris Kantor, «Cartografia e diplomacia:
Usos geopolíticos da informação toponímica (1750-1850)», Anais do Museu Paulista , série v, 17(2)
(2009): 39-61, 39-41 e 49-50; e Nuria Valverde e Antonio Lafuente, «Space production and Spanish
imperial geopolitics», in Science in the Spanish and Portuguese Empires , 1500-1800 , orgs. Daniela
Bleichmar, Paula de Vox, Kristin Huffine e Kevin Sheehan (Stanford: Stanford University Press, 2009),
189-215, nas 189 e 210.
[56]«Toda esta grande obra depende de las operaciones astronómicas y sería indecoroso que en el
siglo de las ciencias dudasen todavía dos naciones cultas del modo infalible de señalar los parajes por
donde debe pasar el meridiano de demarcación convenido en el tratado de Tordesillas.» «Memoria del
Marqués de Grimaldi sobre límites con el Brasil 1776», AGN/M, catálogo de livros del Fondo
Documental ex Archivo y Museo Histórico Nacional, livro 72, fl. 1R, e pontos 16, 26, 79-81; ponto 80.
Cópias adicionais deste manuscrito podem ser encontradas em AGN/BA, BN 180, Exp. 785, fls. 1r-
31v, AGN/BA, BN 354, Exp. 6169; e BN 384, Exp. 6598; e em BRAH/M, 9-1663, Colección Mata
Linares, vol. 8, fls. 59r-129r. A medida em que os intervenientes consideravam a questão científica, e
não política, é também descrita em André de Almeida, A Formação…, 66-68.
[57]
«Estableciéndose una línea divisoria de los terrenos que en este nuevo
orbe debían poseer ambos monarcas, se fabricaban una valla y muro que
hacían incontrastable la misma garantía de nuestro soberano y por la cual no
solo quedaban manifi estos los límites de una u otra dominación asunto que
hasta entonces se había conceptuado inverifi cable sino que dirimidas todas
las discordias que por más de 250 años habían agitado ambas cortes se
cortaba al mismo tiempo la raíz de que habían brotado las funestas ramas de
tantas disensiones y ponía sus vasallos a cubierto de que experimentasen en
adelante los fatales efectos de la discordia.» «Breve y exacto diseño de la
justicia del tratado de límites celebrado entre las majestades Católica y
Fidelísima en 13-1-1750», anónimo, 20-6-1760, AMN, 0115, Ms. 0124/004,
fl. 152v. Maziel, De la justicia..., 123-124, tinha esperanças de que o Tratado
de Madrid pusesse termo ao conflito: «Con esta soberana mira formaron
acordes una línea divisoria que, dirigida por los más firmes y seguros
linderos, manifestaba sin equívoco los territorios de una y otra jurisdicción.»
Outros sugeriam que os tratados bons não provocavam qualquer desacordo
acerca da sua implementação: «Realização e execução do tratado de outubro
de 1777 entre Portugal e Espanha», sem data e não assinado, AHM/
DIV/2/1/1/27. Ver também marquês de Lavradio para Martinho de Mello e
Castro, Lisboa, 12-2-1781, AHU_ACL_CU_059, cx. 3, d. 220; e marquês de
Valdelirios para Pedro Cevallos, Buenos Aires, 12-5-1761, AGN/M,
Archivos Particulares, Caja 333, Colección de Documentos de Mario Falcao
Espalter, Carpeta 4.
[58]
«Parecer a rainha de Castela sobre a Guerra dos limites da América»,
anónimo e sem data, BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 17, fl. 2v.
[59]
As fronteiras naturais «sirvan perpetuamente de términos naturales fijos y
permanentes pues los mojones, linderos y marcas y otras señales que se erijan
serían siempre poco subsistentes y muy fáciles de destruir, derribar y mudar
de los sitios donde se coloquen». «Dictamen de la junta formada... para...
determinar los límites de los dominios de España y Portugal en la América»,
BPR, Ms. II/2855, fls. 53r-77v, no fl. 75r. Ver também Luís António de
Sousa para Martinho de Melo e Castro, Rio de Janeiro, 15-8-1775, AHU_
ACL_CU_023-01, cx. 30, d. 2713; João Pereira Caldas para Martinho de
Melo e Castro, Pará, 19-2- -1776, AHU_ACL_CU_013, cx. 75, d. 6279; e
Demetrio Ramos Pérez, «‘Línea’ y ‘frontera’: De Tordesillas a la
borbonización delimitadora», Boletín de la Real Academia de la Historia ,
191(2) (1994): 197-214, nas páginas 208-210.
[60] O tratado de 1750 foi o único a referir-se directamente a esta questão nos seguintes termos: «El
presente tratado será el único fundamento y regla que en adelante se deberá seguir para la división y
límites de los dominios en toda la América y en Asia; y en su virtud quedará abolido cualquier derecho
y acción que puedan alegar las dos Coronas, con motivo de la bula del Papa Alejandro VI, de feliz
memoria, y de los tratados de Tordesillas, de Lisboa y Utrecht, de la escritura de venta otorgada en
Zaragoza, y de otros cualesquiera tratados, convenciones y promesas; que todo ello, en cuanto trata de
la línea de demarcación, será de ningún valor y efecto, como si no hubiera sido determinado en todo lo
demás en su fuerza y vigor. Y en lo futuro no se tratará más de la citada línea, ni se podrá usar de este
medio para la decisión de cualquiera dificultad que ocurra sobre los límites, sino únicamente de la
frontera que se prescribe en los presentes artículos, como regla invariable y mucho menos sujeta a
controvérsias.» Afirmava ainda (art. 3) a primazia da ocupação efectiva sobre Tordesilhas: «Tratado
firmado en Madrid, 13-1-1750», (Buenos Aires: Imprenta del Estado, 1836), art. 1, nas 3-4.
[61] «Su majestad católica no solamente volverá a su majestad portuguesa el territorio y Colonia del
Sacramento... sino también cederá en su nombre y en el de todos sus descendientes, sucesores y
herederos toda acción y derecho que su majestad católica pretendía tener sobre el dicho territorio y
colonia... a finque el dicho territorio y colonia queden comprendidos en los dominios de la corona de
Portugal... como haciendo parte de sus estados, con todos los derechos de soberanía, de absoluto poder
y de entero dominio, sin que su majestad católica, sus descendientes, sucesores y herederos puedan
jamás turbar a su majestad portuguesa... en la dicha posesión.» «Tratado de Paz y amistad ajustada
entre España y el Portugal en Utrecht a 6-2-1715», reproduzido in Cantillo, Tratados…, 164-169, art. 6,
na 166.
[62] «Tratado preliminar sobre los límites de los estados pertenecientes a la corona de España y
Portugal... San Lorenzo, 11-10-1777» (Buenos Aires:
Imprenta del Estado, 1836), art. 21, na 13.
[63] Consulta do Conselho Ultramarino, 13-8-1717, reproduzida em Documentos Históricos:
Consultas do Conselho Ultramarino, Rio de Janeiro-Bahia, 1716-1721 (Rio de Janeiro: Biblioteca
Nacional, 1952), vol. 97, 58-64, na 62; o protector dos interesses régios no Consejo de Indias em 21-7-
1742, AGI, Quito 15, e Francisco Inocêncio de Souza Coutinho para o marquês de Grimaldi, Madrid,
16-1-1776, AHN, Estado legajo 2842, apartado 1. Estas questões são igualmente abordadas em
«Memoria sobre la línea divisoria de los dominios de SM y del rey de Portugal en la América
meridional», 30-5-1805, anónimo, BRAH/M, 9-1723, Colección Mata Linares, vol. lxviii, fls. 697-714,
nos fls. 703r-v.
[64] Fernán Núñez para o conde de Floridablanca, 19-11-1779, AHN, Estado 4443, n.º 2; e Feliz
Azara, «Memoria sobre el último tratado de límites con Portugal, celebrado en 1777», Madrid, 15-5-
1805, AHN, Estado 3410-2.
[65] Manuel Ferreira para Diogo de Mendonça Corte Real, Pará, 22-11-1753, AHU_ACL_CU_013,
cx. 34, d. 3206 e 3292; Juan Francisco de Aguirre, «Narración histórica de la línea divisoria y juicio
imparcial...», Assunção do Paraguai, 17-5-1792, AHN, Estado 3385-1, especialmente em 5-23; e
«Instrução que ao General João d’Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres deixou o seu antecessor e
Irmão Luiz d’Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres (pós-1788)», APMG, livro C-03, doc. 03, fls.
53v-57v. Ver também Manuel Lucena Giraldo, «Ciencia para la frontera: Las expediciones de límites
españolas, 1751-1804», Cuadernos hispanoamericanos. Los complementarios, 2 (1988): 157-173; e
Lucena Giraldo, Laboratorio Tropical. La expedición de límites al Orinoco, 1750-1767 (Caracas:
Monte Ávila, 1993).
[66] Consulta do Conselho Ultramarino, 13-8-1717, reproduzida em Documentos Históricos, vol. 97,
58-64, na 64; e «Memoria sobre la línea divisoria de los dominios de SM y del rey de Portugal en la
América meridional», 30-5- -1805, BRAH/M, 9-723, Colección Mata Linares, vol. lxviii, fls. 697-714,
no fl. 703. Ver também Demetrio Ramos Pérez, «Los criterios contrarios al tratado de Tordesillas en el
siglo xviii, determinantes de la necesidad de su anulación», in El tratado de Tordesillas y su proyección,
vol. 2, 163-193.
[67] Conde de Bobadella para Pedro Cevallos, Rio de Janeiro, 29-2-1762, AGN/ BA, IX.4.3.5;
marquês de Valdelirios para o marquês de Grimaldi, Madrid, 11-3- -1776, AHN, Estado 4371, p. 33;
Luís de Vasconcelos e Sousa para Martinho de Melo e Castro, Rio de Janeiro, 21-7-1785,
AHU_ACL_CU_059, cx. 4, d. 239; Juan Carlos Bazán, «Examen jurídico y discurso historial sobre...
los confines de los reinos de Castilla y Portugal... en el Río de la Plata», sem data, BNE, Ms. 3042, fls.
42r-101v, no fl. 91r; o rei para Andrés de Robles, Madrid, 25-7- -1779, AMRE/MRE/R/G.1.2.1,G-46,
doc. 19, fls. 161-62v; e Carlos Morphy para Luis Antonio de Souza, Assunção do Paraguai, 18-9-1770,
e a sua resposta, São Paulo, 17-7-1771, ambos em AGN/BA, IX.4.3.6. Ver também Eva Botella
Ordinas, «¿Era inevitable 1808? Una revisión de la tradición de la de cadencia española», Revista de
Occidente, 326-327 (2008): 47-68; e Iris Kantor, «Soberania e territorialidade colonial: Academia Real
de História portuguesa e a América portuguesa (1720)», in Temas Setecentistas. Governos e
Populações no Império Português, org. Andréa Doré e Antonio Cesar de Almeida Santos (Curitiba:
UFPR/SCHLA, 2009), 233-249, nas 236-237.
[68] Por vezes, a questão da propriedade destes animais podia tornar-se muito contestada. Foi o caso,
por exemplo, no Rio da Prata, onde os portugueses, os espanhóis, os missionários e os povos indígenas
frequentemente disputaram o direito a capturar e utilizar gado que alegadamente descendia dos seus
animais ou que tinha escapado aos seus donos legítimos: Helen Osório, «Guerra y comercio en la
frontera hispano-portuguesa meridional – capitanía del Rio Grande, 1790-1822», in Conflictos,
negociaciones y comercio durante las guerras de independencia latinoamericanas, org. Raúl O.
Fradkin (Piscataway, NJ: Gorgias Press, 2010), 167-195, nas 169 e 178-179. A importância deste gado
«selvagem» para a economia local foi estudada em Helen Osório, O Império Português no Sul da
América: Estancieiros, Lavradores e Comerciantes (Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, 2007), 130-141. Ver também José María Ots Capdequí, El régimen de la tierra en la América
española durante el período colonial (Ciudad Trujillo: Universidad de Santo Domingo, 1946), 25.
[69] O que os contemporâneos raramente mencionavam era o papel dos actos formais de posse.
Embora saibamos que tais actos, muito discutidos e debatidos na literatura sobre o Novo Mundo,
fossem por vezes desempenhados, estavam, na sua maioria, ausentes no interior espanhol-português.
Acerca da tomada de posse formal, ver Francisco Morales Padrón, «Descubrimiento y toma de
posesión», Anuario de estudios americanos, 12 (1955): 321-380; Arthur S. Keller, Oliver J. Lissitzyn, e
Frederick J. Mann, Creation of Rights of Sovereignty through Symbolic Acts, 1400-1800 (Nova Iorque:
Ams Press, 1967); e Patricia Seed, Ceremonies of Possession in Europe’s Conquest of the New World,
1492-1640 (Cambridge:
Cambridge University Press, 1995).
[70] Carta a Dionisio Martínez de la Vega, Madrid, 12-12-1736, AGI, Quito 374.
[71]
Consulta do Consejo de Indias, Madrid, 13-6-1715, AGI, Quito 103, doc. 4, fls. 15r-26v; e
Solórzano y Pereira, Política Indiana, livro 1, cap. 9, pontos 115 e 116, n.º 91.
[72] Samuel von Pufendorf, Of the Law of Nature and Nations, trad. J. Spavan (Londres: L.
Lichfield, 1710 [1672]), livro 4, cap. 4, pontos 1, 2, e 4; e Karl Olivecrona, «Appropriation in the state
of nature: Locke on the origins of property», Journal of the History of Ideas, 35(2) (1974): 211-230,
nas 216-217.
[73] Hugo Grotius, On the Law of War and Peace, trad. A. C. Campbell (Londres: Boothroyd, 1814
[1625]), livro 2, cap. 4, n.os 3 e 5. Segundo Carol M. Rose, «propriedade» não é uma «coisa», mas uma
relação definida pelo que uma pessoa pode fazer e os outros não. Não só implica comunicação, como
Grócio e Pufendorf já tinham sugerido, mas um entendimento partilhado sobre o significado de certas
coisas. Exige imaginar uma situação que não pode ser vista ou afirmada de outro modo, e que é
cultivada através da narração de histórias, de alegorias e de metáforas, que justificam as acções dos
donos de propriedade e persuadem os outros a aceitá-las. Assim, no cerne da propriedade está a
necessidade de persuasão constante, do próprio e dos outros. A persuasão e a imaginação são cultural e
socialmente ligadas e, por isso, a propriedade também o é: Carol M. Rose, Property and Persuasion:
Essays on the History, Theory and Rhetoric of Ownership (Boulder, CO: Westview Press, 1994), 5-6 e
269-270.
[74] Francisco Bruno de Zavala para Jose Custodio de Sá y Jaria, Estancia de San Borja, 10-11-1768,
AGN/BA, IX.4.3.6; «Memoria sobre la línea divisoria de los dominios de SM y del rey de Portugal en
la América meridional», 30-5- -1805, anónimo, BRAH/M, 9-1723, Colección Mata Linares, vol. lxviii,
fls. 697-714; e Juan Carlos Bazán, «Examen jurídico y discurso historial sobre... los confines de los
reinos de Castilla y Portugal... en el Río de la Plata», sem data, BNE, Ms. 3042, fls. 42r-101v, no fl.
93r.
[75] «Reflexiones hechas a los artículos de la carta escrita por el gobernador de Chiquitos al Excmo.
señor virrey», sem data e sem assinatura, AGN/BA, BN 297, Exp. 4704.
[76] Hernán Rodríguez Castelo, org., Diario del padre Fritz (Quito: Studio 21, 1997), 86; «Noticias
recibidas en Cádiz por el navío de registro nombrado
Nuestra Señora de Begoña... el 12-8-1755», Biblioteca Universitaria de Valencia, Tomo de Varios, Var.
348 (10 bis), fl. 1v; Carlos Morphy para Francisco Bucareli y Ursua, Assunção do Paraguai 19-1-1768,
e declaração de Gonzalo Gómez, Assunção do Paraguai, 10-4-1768, AGN/BA, IX.4.3.5, fls. 5r e 21r-
22r; Lourenço Pereira da Costa para Fernando da Costa de Ataíde Teive, Barcelos, 19-7-1765, APEP,
cod. 156, doc. 37; declaração de Antonio Franza, Iguatemi, 30-12-1767, em «Real orden para que los
gobernadores del Tucumán y Paraguay estén a las de este gobierno», AGN/BA, IX.4.3.5, fl. 13r;
interrogatório elaborado por Juan Francisco Gómez de Villajufre y de Arce em 26-5-1775, ANQ, FE
30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v; e Manuel Antonio Flores para Josef de Gálvez, Santa Fé, 28-2-
1779, AHN, Estado 4554, n.º 1. Ver também Ângela Domingues, When the Amerindians Were Vassals:
Power Equations in Northern Brazil (1750-1800) (Nova Deli: TransBooks, 2007), 197.
[77] «Apenas bastaría un tomo tan grande como el sobre dicho para escribir las ridiculeces de los
títulos y pretextos cuando llegaban a ser descubiertos... unos de estos decían que la causa de su arribo a
las tierras y partes del rey de Castilla era el haber a sus mujeres en no sé qué malos latines para ellos
indeclinables que el uno le había quitado la vida a él y el otro a ella; y que por eso habían puesto tierra
por medio y se pasaban a tierras y ciudades de castellanos. Otros con la misma falta de verdad decían
que habiendo salido de su casa al monte, sin advertirlo se había internado en el tanto que queriendo
después volver a salir no había sabido y que desatinado de andar de aquí para allá al cabo había ido a
parar en los dominios de España cuando menos lo pensaba ni mucho menos lo deseaba o pretendía...
otro explicaba que en el Brasil era monedero falso que tuvo que huir, o por envidia y mal querencia del
gobernador... innumerables mentiras»: «Papel del señor regente de Buenos Aires sobre la línea
divisoria de los reinos de España y Portugal», BRAH, 9-1663, fls. 42-57, n.º 1, fls. 47r-v. Algo
semelhante em Martinho de Mello e Castro para Luis de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres,
Lisboa, 13-8-1771, APMG, CMG-SG, livro C-18, Estante-01, ponto 7.
[78]
Rodríguez Castelo, Diario del padre Fritz..., 95; Francisco Barreto para Antonio Cattami, Rio
Pardo 6-11-1764, e Lourenço Pereira da Costa para Fernando da Costa de Ataíde Teive, Barcelos, 19-7-
1765, APEP, cod. 156, doc. 37.
[79] Carlos Morphy para Francisco Bucareli y Ursua, Assunção do Paraguai 19-1-1768, e declaração
de Gonzalo Gómez, Assunção do Paraguai, 10-4-1768, AGN/BA, IX.4.3.5, fls. 5r e 21r-22r.
[80]
Estas reivindicações apareceram logo na década de 1720: «Requerimento dos oficiais do senado da
câmara de São Paulo, ant. 26-10-1725», AHU_ ACL-CU_023-01, cx. 7, d. 750. Na de 1760, a imagem
dos paulistas como conquistadores estava já firmemente estabelecida: cópia de «Instruções dadas pelo
secretário de Estado dos Negócios do reino conde de Oeiras ao governador e capitão-geral da capitania
de São Paulo no ofício de 26 de Janeiro de 1761», AHU_ACL_CU_023-01, cx. 23, d. 2221. Os
comandantes locais espanhóis estavam conscientes destas interpretações: Carta do governador de São
Paulo para o governador do Paraguai (1769), AHU_ACL_ CU_023-01, cx. 26, d. 2458.
[81] John Hemming, Red Gold: The Conquest of the Brazilian Indians (Southhampton: Camelot
Press, 1978), 238-282; Richard M. Morse, org., The Bandeirantes: The Historical Role of the Brazilian
Pathfinders (Nova Iorque: Alfred A. Knopf, 1965): John Manuel Monteiro, Negros da Terra: Índios e
Bandeirantes nas Origens de São Paulo (São Paulo: Companhia das Letras, 1994); e Alfredo Ellis
(Júnior), O Bandeirismo Paulista e o Recúo do Meridiano: Pesquizas nos Documentos Quinhentistas e
Setecentistas Publicados pelos Governos Estadual e Municipal (São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1934).
[82] Cédula real de 12-9-1628, «Relación de los agravios que hicieron algunos vecinos y moradores
de la villa de San Pablo... saqueando las aldeas de los padres de la compañía de Jesús, Bahia, 10-10-
1629», e Consulta do Consejo de Indias, 23-3-1638, todos reproduzidos em Campaña del Brasil, vol. 1,
8-30. O argumento de que os paulistas estavam interessados em escravos, e não em território, era quase
contemporâneo: «Memoria sobre la línea divisoria de los dominios de SM y del rey de Portugal en la
América meridional, Mayo 30, 1805», BRAH/M, 9-1723, Colección Mata Linares vol. lxviii, fls. 697-
714. Ver também Synésio Sampaio Gomes, Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas (Brasília: Fundação
Alexandre de Gusmão, 1991), 58-59.
[83] Os interlocutores espanhóis discutiram esta transformação; ver, por exemplo, Vicente Aguilar y
Jurado e Francisco Requena, «Historia de las demarcaciones de límites en la América entre los
dominios de España y Portugal», 1777, AMN, Ms. 283, pontos 341-342 (também disponível em AHN,
Estado 3410-2). Ver também Richard M. Morse, org., From Community to Metropolis: A Biography of
São Paulo, Brazil (Nova Iorque: Octagon Books, 1974), 15-17.
[84] Carlos Morphy para Luis Antonio de Souza, Assunção do Paraguai, 18-9-1770, AGN/ BA,
IX.4.3.6; Jose Monteiro de Noronha para Manoel Bernardo de Mello e Castro, Barcelos, 14-1-1762,
APEP, cod. 122, doc. 1, fl. 1r; e «Instrução que ao General Luiz Albuquerque de Mello Pereira e
Cáceres deixou seu Antecessor Luiz Pinto de Souza Coutinho», Vila Bela, 24-12-1772, APMG, livro
C-03, doc. 03, fls. 34v-53, no fl. 48v.
[85]
Dois relatórios de Philippe Sturm, Boca del rio Tucutú, 18-9-1775 e 19-
11-1775, APEP, cod. 294, doc. 6, 20-22, e APEP, cod. 294, doc. 7, nas 25-
27; «Instrucción a que deben arreglarse los gobernadores de Mainas, Quijos y Macas para franquear
los informes que se necesitan», Joseph Dibuja, 22-2-1770, ANQ, FE 30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-
275v; Joachin Alos para Nicolás Arrendondo, Assunção do Paraguai, 13-6-1790, e o «Expediente sobre
los medios de verificar el reconocimiento en el río Paraguay... 1790», ambos em AGN/BA, IX.4.4-1.
Ver também Manoel Fernandes Thomaz, Observações Sobre o Discurso que Escreveu Manoel
D’Almeida e Sousa em Favor dos Direitos Dominicais da Coroa , Donatários e Particulares
(Coimbra: Real Imprensa da Universidade, 1814), 95-114.
[86]
Carta de Sebastián Félix de Mendiola, Assunção do Paraguai, 13-6-1682,
AGI, Charcas 262, e o governador do Pará para o secretário da Marinha e do
Ultramar, Pará, 14-1-1777, AHU_ACL_CU_013, cx. 76, d. 6370.
[87]
Heather Flynn Roller, «River Guides, Geographical Informants, and
Colonial Field Agents in the Portuguese Amazon», Colonial Latin American
Review , 21(1) (2012): 101-126.
[88]
Manuel Bernardo de Melo de Castro para Francisco Xavier de Mendonça
Furtado, Pará, 5-5-1761, AHU_ACL_CU_013, cx. 49, d. 4445; Luís Pinto de
Sousa Coutinho para Martinho de Melo e Castro, Vila Bela, 29-11-1771,
AHU_ACL_CU_101, cx. 16, d. 957; Pedro de Cevallos para Juan de Pestana
e Juan Manuel Campero, Buenos Aires, 15-6-1765 e 12-6-1765, AGN/BA,
IX.4.3.5; o governador do Paraguai para Nicolás Arrendondo, Assunção do
Paraguai, 8-2-1792, AHN, Estado 4555, n.º 16; e o governador interino do
Maranhão e Pará para Diogo de Mendonça Corte Real, Pará, 16-8-1755,
AHU_ACL_CU_013, cx. 39, d. 3618.
[89] Francisco José da Rocha para marquês de Pombal, Colónia, 9-4-1776, AHU_ACL_CU_012, cx.
7, d. 618.
[90] Francisco de Tejada, Sevilha, 16-8-1626, AGI, Charcas 260, fls. 47r-v, no fl. 47v.
[91]
Luís António de Sousa para Martinho de Melo e Castro, São Paulo, 28-8-1773,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 29, d. 2636; José Custódio de Sá para Agustín Fernando de Pinedo,
Iguatemi, 16-7-1775, incluído na carta de José Custódio de Sá e Faria para Martinho Lopes de
Saldanha, Iguatemi, 20-7-1775, AHU_ACL_CU_023-01, cx. 30, d. 2707.
[92] Francisco Antonio de Argumosa Cevallos para o rei, San Lorenzo de la Barra, 9-1-1739, em
«Copia de la respuesta dada por el padre Agustín de
Castañares... a Francisco Antonio de Argumosa», 12-12-1738, ANC/S, jesuitas 197, pieza 9, fl. 60r, fl.
62r; e Luís Antônio de Sousa para Martinho de Melo e Castro, São Paulo, 28-8-1773,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 29, d. 2636.
[93] Carta de Carlos Morphy para Jose Custódio de Sá e Faria, Guacacainimi, 14-12-1765, AGN/BA,
IX.4.3.5 (também publicada em Campaña del Brasil, vol. 3).
[94] Luís António de Sousa para Carlos Morphy, AHU_ACL_CU_023-01, cx. 26, d. 2458; e João
Henrique Bohn para Juan José de Vertiz, Rio Grande, 23-11-1775, AHU_ACL_CU_059, cx. 3, d. 192.
[95] Dionisio Alcedo y Herrera, Quito, 28-5-1731, AGI, Quito 374.
[96] «Auto de inquirição de testemunhas para justificação da posse e domínio do rio Branco pela
coroa de Portugal, 1775», AHU_ACL_CU_013, cx. 74, d. 6261.
[97] José Custódio de Sá e Faria para Martinho de Melo e Castro, São Paulo, 20-9-1774,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 30, d. 2677.
[98] O governador do Mato Grosso para o governor de Santa Cruz, Vila Bela, 22-10-1761, AGN/BA,
IX.4.3.5; Lazaro de Ribera de Cayetano Pinto de Miranda Montenegro para o governador do Paraguai,
Vila Bela, 30-6-1797, e a resposta do seu congénere espanhol, Assunção do Paraguai, 7-9-1797,
AGN/BA, IX.4.4.1.
[99] Já em 1672 o duque de Cadaval defendia que, por lei, cada parte podia tomar posse do que
talvez duvidasse ser seu, mas que também duvidasse ser do outro: «Voto, parecer e consulta do duque
de Cadaval sobre a nova povoação que se devia fazer no Brasil», Lisboa, 5-5-1672, cit. in Virgínia Rau
e Maria Fernanda Gomes da Silva, Os Manuscritos do Arquivo da Casa de Cadaval Respeitantes ao
Brasil (Coimbra: Universidade de Coimbra, 1955), vol. 1, n.º 304, nas 233-234. Para grande pena
minha, não pude consultar o documento original porque este arquivo, localizado em Muge, Portugal,
está actualmente sob o controlo de um colega que se recusa a partilhá-lo com outros. Ver também carta
do vice-rei do Brasil para o secretário da Marinha e do Ultramar, Rio de Janeiro, 21-7-1785,
AHU_ACL_CU_059, cx. 4, d. 239.
[100] Tamar Herzog, «Conquista o integración: Los debates en torno a la inserción territorial
(Madrid-México, siglo xviii)», in Les sociétés de frontière. De la Méditerranée à l’Atlantique (xvie-xviiie
siècle), orgs. Michel Bertrand e Natividad Planas (Madrid: Casa de Velázquez, 2011), 149-164.
[101] Joseph Marcelino de Figueiredo para Joseph de Molina, Rio Grande de San Pedro, 26-7-1770,
AGN/BA, IX.4.3.6; e Joseph de Molina para Juan Joseph de Vertiz, San Pedro, 24-2-1774, AGN/BA,
IX.4.3.7.
[102] O governador de São Paulo para o secretário de Estado, São Paulo, 13-2-1769,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 26, d. 2458. Ver também «Noticias recibidas en Cádiz por el navío de
registro nombrado Nuestra Señora de Begoña que retornó del Callao de Lima... el 12-8-1755», que
reproduz uma informação anónima assinada Lima, 5-3-1753, Biblioteca Universitaria de Valencia,
tomo de varios, Var. 348 (10 bis), fl. 2r.
[103] Instruções dadas ao governador João Pedro da Câmara pelo seu antecessor conde de Azambuja,
Vila Bela, 8-1-1765, APMG, livro C-03, doc. 03, fls. 28-34v, fls. 30-31, pontos 13 e 15-16.
[104] Antônio de Sousa para Martinho de Melo e Castro, São Paulo, 21-4-1771,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 27, d. 2551.
[105] «Relatório do ex. governador da Nova Colónia António Pedro de Vasconcelos sobre as
questões dos limites no Rio da Prata», Lisboa, pós-1750, AHU_ACL_CU_012, cx. 5, d. 454. Ver
também Joseph de Molina, Río Grande de San Pedro, 30-10-1773, AGN/BA, IX.15.7.15, fls. 277v-
282v.
[106] Herzog, «The meaning of territory...»; e Juan Carlos Garavaglia, «Frontières des Amériques
ibériques», Annales HSS, 58(5) (2003): 1041-1048. Ver também Benton, A Search for Sovereignty... As
missões eram também «ilhas» no meio de um «mar» de terra não dominada: Quarleri, Rebelión y
guerra..., 114.
[107] Paulo César Possamai, A Vida Quotidiana na Colónia do Sacramento: Um Bastião Português
em Terras do Futuro Uruguai (Lisboa: Livros do Brasil, 2006), 67-93; e Paulo César Possamai, «De
núcleo de povoamento à praça de guerra: a Colônia do Sacramento de 1735 a 1777», Topoi, 11(21)
(2010): 23-36.
[108] Memorando com resumo da carta do governador de Buenos Aires, estudado no Consejo de
Indias em 1722, AGI, Charcas 264.
[109] «Apuntamiento de secretaría», Madrid, 4-7-1716, AGI, Charcas 263; Bruno de Zavala, Buenos
Aires, 30-3-1731, AGI, Charcas 265; «Parecer do marquês de Fronteira sobre a paz com Castela»,
Lisboa, 31.7-1713, citado em Rau e Gomes da Silva, Os Manuscritos..., vol. 2, n.º 177, 120; «Carta
dando parecer sobre a expedição do governador do Rio de Janeiro a Montevideu e acerca dos direitos
de Portugal sobre aquela região», 2-6-1724, AHU_ACL_CU_059, cx. 1, d. 2; e «Cuatro informes
hechos al Excmo. señor don Pedro Cevallos virrey de las provincias del Río de la Plata», anónimo e
sem data, BPR, Ms. II/2844, fls. 1r-64r, fls. 46v-47r.
[110] «Vivir con una constante vigilancia a eludir cualquiera intención que formen para dañar los
dominios del rey sin confiar por la paz que subsiste entre las cortes de Madrid y Lisboa respecto a la
experiencia que se tiene de que sin embargo de ella y en transgresión de los tratados han intentado
apoderarse de estos dominios no tan solo sin haber hecho declaración alguna, sino antes asegurando por
escrito y de palabra observar la constante paz». Joseph de Molina, Río Grande de San Pedro, 30-10-
1776, AGN/BA, IX.15.7.15, fl. 277v.
[111]
A correspondência entre Jose Custódio de Sá e Faria (português) e Carlos Morphy (espanhol)
datada de Dezembro de 1765 e Janeiro de 1766 é um exemplo disso: AGN/BA, IX.4.3.5. Outros são as
trocas entre os comandantes de La Plata e de Mato Grosso em 1768, AGI, Lima, 1054; e os
comandantes na fronteira da Colónia de Sacramento, por exemplo, em AGN/BA, IX.4.3.7, n.º 37.
[112] Convenção celebrada na povoação de Río Grande de San Pedro em 6-8-1763 entre Joseph de
Molina e Antonio Pinto Carneiro, AGN/BA, IX.4.3.5. O acordo entre comandantes militares podia
também referir-se a questões específicas como a restituição de escravos: «Convenio de 22-1-1770 entre
el gobernador de Colonia de Sacramento y San Carlos sobre la restitución de esclavos», AGN/ BA,
IX.4.3.6. Ver também Renaud Morieux, «Diplomacy from Below and Belonging: Fishermen and
Cross-Channel Relations in the Eighteenth Century», Past and Present, 202 (2009): 125-183; e
Morieux, Une mer pour deux royaumes: La Manche, frontière franco-anglaise xviie-xviiie siècles
(Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2008).
[113]
Registos arquivísticos incluem um caderno reproduzindo a
correspondência entre os comandantes militares nos anos que se seguiram a
um desses acordos: «Livro de órdenes que se dieron en el cuartel de Río
Grande a diferentes soldados», AGN/BA, IX.4.3.5. Ver também «Livro de
correspondencia con los comandantes portugueses desde 9-1-1771 hasta 2-3-
1774», AGN/BA, IX.4.3.6.
[114]
Joseph Marcelino de Figueiredo para Joseph de Molina, Río Grande de
San Pedro, 26-7-1770, AGN/BA, IX.4.3.6. Também noutros casos, os
comandantes espanhóis e portugueses referiam-se a estes acordos mútuos
como verdadeiros pactos que não podiam ser ignorados: Joseph de Molina,
Río Grande de San Pedro, 18-2-1772, AGN/BA, IX.15.7.15.
[115]
Carlos Morphy para José Custódio de Sá e Faria, Guacacainimi 14-12-
1765, 23-12-1765, e 5-1-1766; e José Custódio de Sá e Faria para Carlos
Morphy, 18-2- -1765 e 30-12-1765; todos em AGN/BA, IX.4.3.5.
[116]José Custódio de Sá e Faria para Martim Lopes Lobo de Saldanha, Iguatemi, 20-7-1775,
AHU_ACL_CU_023-01, cx. 30, d. 2706. As diferentes interpretações eram evidentes na maneira como
cada um dos lados chamava ao que acontecera. O espanhol sugeria que em causa estavam «puntos que
deberá tratar el capitán don Manuel García Barazavalcon el brigadier Joseph Custódio de Sa y Faria».
O português chamava-lhe «convénio feito entre Agustín Fernando de Pinedo capitam geral da província
do Paraguai e José Custódio de Sá e Faria».
[117]
Sobre estas categorias, ver Tamar Herzog, Defining Nations: Immigrants
and Citizens in Early Modern Spain and Spanish America (New Haven, CT:
Yale University Press, 2003). Embora nos séculos xvi e xvii a vassalagem
fosse clara- mente distinta da naturalidade (nativenness), de facto, pelo menos
nas Américas, as duas tendiam a ser confundidas e misturadas. Ver texto para
mais detalhes.
[118]
Vicente Aguilar y Jurado e Francisco Requena, «Historia de las
demarcaciones de límites en la América entre los dominios de España y
Portugal», 1777, AMN, Ms. 283, pontos 310-311.
[119]
J. H. Elliott, «The Spanish monarchy and the kingdom of Portugal, 1580-
1640», in Conquest and Coalescence: The Shaping of the State in Early
Modern Europe, org. Mark Greengrass (Londres: Edward Arnold, 1991), 48-
67, nas 48-52 e 63-65; António Manuel Hespanha, «As cortes e o reino. Da
união à restauração», Cuadernos de historia moderna 11 (1991): 21-56;
Rafael Valladares Ramírez, Portugal y la monarquía hispánica, 1580-1668
(Madrid: Arco Livros, 2002), 15; e Pedro Cardim, «La jornada de Portugal y
las cortes de 1619», in La monarquía de Felipe III: Los reinos, orgs. José
Martínez Millán e María Antonietta Visceglia (Madrid: Fundación Mapfre,
2008), vol. 4, 900-946, nas 903, 911, e 917-918.
[120] «Cierto no es fácil de saber cuál fue el pretexto (el fin bien lo conoció el mundo) de las armas
que el rey don Felipe el prudente introdujo en este reino, porque sus historiadores o confusos o
simulados no nos lo dan a entender. Y digo así; ¿si lo heredaba para qué lo conquistó? ¿Si lo conquistó
por qué afirma que lo heredaba? ¿Por qué quiere llamar conquista lo que no se defendió por armas? ¿Y
por qué llamará derecho lo que no obedeció a las leyes? De esta misma ambigüedad nace sin falta la
duda del autor, esa que le mueve a escribir que este reino fue conquistado solo en nombre y no el
efecto». Francisco Manuel de Melo, Ecco polytico responde en Portugal a la voz de Castilla y satisface
a un papel anonymo ofrecido al rey don Felipe Quarto sobre los intereces de la corona lusitana
(Lisboa: Paulo Craesbeck, 1645), BNC/STM, A-36-7 (22), fls. 6r-v.
[121] «Las conquistas pertenecientes a estos reinos no ceden sino a portugueses y que cuando se tome
algo con ayuda de otras... naciones se entregue luego a portugueses.» «Papeles históricos portugueses y
españoles», BL, ADD. Ms. 20846, fls. 65v-66r.
[122]
Arthur Cezar Ferreira Reis, Limites e Demarcações na Amazônia
Brasileira: A Fronteira com as Colônias Espanholas (Belém: Secretaria de
Estado da Cultura, 1993 [1948]), vol. 2, 14-15; Sebastião Pagano, «O Brasil e
suas relações com a coroa de Espanha», Revista do Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo, 59 (1961): 215-232; Stuart B. Schwartz, «Luso-
Spanish relations in Habsburg Brazil, 1580-1640», The Americas, 25(1)
(1968): 33-48; Luiz Felipe de Seixas Corrêa, «O governo dos reis espanhóis
em Portugal (1580-1640): Um período singular na formação do Brasil»,
Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 155(385) (1994): 732-
748, nas 741-742; e Nicholas Bomba, «The Hibernian Amazon: A struggle
for sovereignty in the Portuguese court, 1643-1648», Journal of Early
Modern History, 11(6) (2007): 447-474.
[123]
D. Filipe II para conde de Estêvão de Faro, 5-3-1619, e para o governador
do Pará Francisco Coelho de Carvalho, 26.9-1623, AHU_ACL_CU_ 009, cx.
1, d. 28, e AHU_ACL_CU-009, cx. 1, d. 60; e carta deste governador para
Antonio Moniz Barreiros, 27-11-1623, AHU_ACL_CU_ 009, cx. 1, d. 65.
[124]
«Memorial presentado en el real consejo de las Indias acerca del des-
cubrimiento del río de las Amazonas que se hizo en el año de 1636 por el
padre Cristóbal de Acuña de la compañía de Jesús», AGI, Quito, 158,
reproduzido em Francisco de Figueroa e Cristóbal Acuña, Informes de
jesuitas en el Amazonas, 1600-1684 (Iquitos: Monumento Amazónica, 1986),
102-107; Alonso Pérez de Salazar para o rei, Quito, 18-11-1638, conde de
Chinchón para o rei, Lima, 20-1-1639, e «Información del licenciado don
Alonso Pérez de Salazar, presidente de Quito», Quito, 19-5-1639, todos em
BA, cod. Ms. 51.V.41, fls. 1r-4r, 13r-14v, e 21r-24v, respectivamente. O
envolvimento das autoridades portuguesas na expedição vem descrito em
Jácome Raimundo de Noronha para Pedro Teixeira (pós-1636),
AHU_ACL_CU_009, cx. 1, d. 110; e Consulta de 29-8- -1637,
AHU_ACL_CU_009, cx. 1, d. 114, fl. 3r. Ver também M. Jiménez de la
Espada, «Viaje del capitán Pedro Teixeira aguas arriba del río de las
Amazonas (1638-1639)», Boletín de la Sociedad Geográfica de Madrid, 9
(1880): 209-231; Bernardo Pereira de Berredo, Annaes Históricos do Estado
do Maranhão (Iquitos: Monumenta Amazónica, 1989), 288-293 e 296-323;
Tamar Herzog, «La política espacial y las tácticas de conquista: Las
‘Ordenanzas de descubrimiento, nueva población y pacificación de las
Indias’ y su legado (siglos xvi-xvii)», in Felipe II y el oficio de rey: La
fragua de un imperio, orgs. José Román Gutiérrez, Enrique Martínez Ruiz e
Jaime González Rodríguez (Madrid: Sociedad Estatal para la
Conmemoración de los Centenarios de Felipe II y de Carlos V, 2001), 293-
303; e Herzog, «La Política espacial y su aplicación: Las ‘Ordenanzas de
descubrimiento, nueva población y pacificación de las Indias’ y las tácticas
de conquista (siglos xvi-xvii)», in Actas del XI Congreso Internacional de
Ahila 17-22 de Setembro de 1996 (Liverpool: Ahila-University of Liverpool,
1998), vol. 1, 30-47.
[125] «Auto da posse do Rio do Ouro, no Estado de Maranhão, pelo capitão-mor Pedro Teixeira no
ano de 1639», Pará, 26-8-1639, GTT, II, 11-17, vol. 1, n.º 606, nas 935-938. A tradução espanhola
pode ser encontrada em AGI, Quito 158. Foi reproduzida em Figueroa e Acuña, Informes de jesuitas...,
137-141. Existe uma tradução em inglês em George Edmundson, «Introduction», in Journal of the
Travels and Labours of Father Samuel Fritz in the River of the Amazon between 1686 and 1724
(Londres: Hakluyt Society, 1922), series ii, vol. 51, 30-43, nas 34-35. Na imaginação popular, Teixeira
continua a ser um dos conquistadores mais importantes do Amazonas; ver, por exemplo, Anete Costa
Ferreira, A Expedição de Pedro Teixeira: A sua Importância para Portugal e o Futuro da Amazônia
(Lisboa: Ésquilo, 2000), 19-20; e Reis, Limites e Demarcações..., vol. 2, 12.
[126] «Ofício respondendo a pretensão dos padres castelhanos em ampliar os seus domínios na
fronteira do Grão Pará», Belém, 28-11-1737, AHU_ACL_ CU_013, cx. 20, d. 1920.
[127] Juan e Ulloa, Disertación histórica..., 128-131 e 145-147; carta de Juan Bautista Julián para o
governador do Pará, Laguna, 8-9-1732; informação fornecida por Pablo Maroni ao presidente da
audiencia de Quito em 13.6-1733; por Nieto Polo, procurador dos jesuítas em Madrid, em 30-8-1741; e
por Joseph María Maugeri, Jesuíta, Madrid, 30-8-1741, todos em AGI, Quito 158.
[128] A percepção era contemporânea: «Dissertation qui détermine tant géographiquement que par
les traites faits entre la couronne de Portugal et celle d’Espagne quels sont les limites de leurs
domination en Amérique, c’est à dire du côté de la rivière de la Plata», sem data (c. 1740?) e sem
assinatura (Luis de Cunha?), ADC/L, Serie Azul, Ms. 19, fls. 162r-179r, nos 164v-165r.
[129]
Cristóbal de Acuña, «Memorial que dió el padre Cristóbal de Acuña...» in
«Expediente del Gran Pará 1615/1740-1754», AGI, Quito 158, fls. 43r-47r,
também reproduzidos em Figueroa e Acuña, Informes de jesuitas..., 43-44; e
Berredo, Annaes Históricos..., 299-302. Em 1648 o vice-rei do Peru referia-
se a esta rota como um «nuevo perniciosísimo camino»: «Relación del estado
en que dejó el reyno del Perú el Excmo. Sr. Marqués de Mancera (Lima, 8-
10-1648)», reproduzido em Memorias de los virreyes del Perú, org. José
Toribio Polo (Lima: Imprenta del estado, 1899), 1-66, nas 61-63.
[130] Consulta de 31-1-1617, AGI, Charcas 260, fls. 830r-v, no fl. 830r. Comparar também com
«Testimonio de autos sobre la arribada de franceses en Cartagena de Indias, procedentes del río
Marañón 1615-1616», in «Expediente del Gran Pará 1615/1740-1754», AGI, Quito 158, nas 1-34.
[131] Alonso Pérez de Salazar para o rei, Quito, 18-11-1638, BA, Cód. 51-V-41, fls. 1r-4r, fls. 2r-v,
também reproduzidos em Lucinda Saragoça, Da «Feliz Lusitânia» aos Confins da Amazónia (1615-
1662) (Lisboa: Edições Cosmos, 2000), 302-306; e «Relación del estado en que dejó el reyno del Perú
el Excmo. Sr. Marqués de Mancera (Lima, 8-10-1648)», reproduzido in Memorias de los virreyes del
Perú..., 1-66, na 63.
[132] «Relación del estado en que el conde de Chinchón deja del gobierno del Perú al señor virrey
conde de Mancera (Lima 26-1-1640)», in Relaciones de los virreyes y audiencias que han gobernado el
Perú (Madrid: Imprenta y Estereotipía de M. Rivadeneyra, 1871), vol. 2, 65-128, nas 113-114. Ligando
a preocupação com a presença portuguesa à preocupação com a predominância de indivíduos que eram
«poco seguros en las cosas de la fe católica y judaizantes» existia também a cédula datada de 17-10-
1602, reproduzida em Manuel Josef de Ayala, Diccionario de gobierno y legislación de Indias, org.
Marta Milagros del Vas Mingo (Madrid: Ediciones de Cultura Hispánica, 1988), n.º 4, na 114; e
«Relación de Luis de Velasco, virrey del Perú dada a su sucesor el conde de Monterrey sobre el estado
del mismo», Lima, 28-11-1604, em Relaciones de los virreyes y audiências…, vol. 2, 3-28, na 19. As
actividades de Teixeira contra os holandeses foram descritas em
Mathias C. Kiemen, The Indian Policy of Portugal in the Amazon Region, 1614-1693 (Nova Iorque:
Octagon Books, 1973), 24; e Berredo, Annaes Históricos…, 292.
[133] Consulta del Consejo de Indias, Madrid, 28-1-1640, BA, cod. 51-V-41, fls. 25r-26v, também
reproduzidos em Saragoça, Da «Feliz Lusitânia»…, 320-322.
[134] «Memorial que dio el padre Cristóbal de Acuña», AGI, Quito 158, fls. 43r-47r; e «Os padres
Cristóvão d’Acuña e André d’Artieda requerem aos oficiais da Armada... que não alonguem mais a sua
permanência no rio Negro», 1639, reproduzido em Saragoça, Da «Feliz Lusitânia»…, 349-351.
[135]A expedição (também) desencadeou um conflito entre as ordens religiosas para apurar qual
deveria ganhar jurisdição sobre o território, com os jesuítas a pedir exclusividade em virtude da
descoberta e da ocupação: «Capítulo tercero: Misión de los Omaguas, Jurimaguas, Aysuares... y otras
naciones desde Napo hasta el Rio Negro», documento sem data e sem assinatura, BPE, cod. cxv (2-15),
n.º 10.
[136]
«Regimento do governador do Maranhão Jácome Raimundo de Noronha
para o capitão-mor do Pará Pedro Teixeira (pós-1636)», Pedro Teixeira para
o rei, Maranhão, 29-5-1637, e consulta do Conselho Ultramarino, antes de
29-8- -1637, AHU_ACL_CU_009, cx. 1, d. 110, 112, e 114; e «O general
Pedro Teixeira faz uma descrição detalhada sobre o que encontrou, no
decurso de sua expedição», Quito, 2-1-1639, BA, Ms. 51-IX-28, fls. 5r-8,
também reproduzido em Saragoça, Da «Feliz Lusitânia»…, 309-312. Ver
também Maurício de Heriarte, «Descrição do estado do Maranhão, Pará,
Corupá e rio das Amazonas 1662-1667», reproduzido em Francisco Adolfo
de Varnhagen, História Geral do Brasil, antes da Sua Separação e
Independência de Portugal (São Paulo: Melhoramentos, 1975 [1854-1857]),
vol. 3, 171-190; Sérgio Buarque de Holanda, Visão do Paraíso. Os Motivos
Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil (São Paulo: Companhia
das Letras, 2010 [1959]), 160; e Heidi V. Scott, Contested Territory:
Mapping Peru in the Sixteenth and Seventeenth Century (Notre Dame:
University of Notre Dame Press, 2009), 122-124.
[137]
Relatório de Phelipe de Mattos Cotrim, membro da expedição, Lisboa,
24-10-1645, cit. in Rau e Gomes da Silva, Os Manuscritos..., vol. 1, n.º 80,
40-41; e Consulta do Conselho Ultramarino, Lisboa, 27-8-1645, AHU_
ACL_CU_013, cx. 1, d. 58.
[138]
Petição de Pedro de la Rua, Lisboa, 23-9-1645, anexada à Consulta do
Conselho Ultramarino, Lisboa, 24-6-1646, AHU_ACL_CU_013, cx. 1, d. 61.
[139]
«Relación del estado en que dejó el reyno del Perú el Excmo. Sr.
Marqués de Mancera (Lima, 8-10-1648)», in Memorias de los virreyes del
Perú..., 1-66, na 63.
[140] João Felipe Bettendorff, Crônica da Missão dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do
Maranhão (Belém: Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, 1990 [c. 1698]), 50-51 e 59-60.
[141] Manuel-Maria Wermers, «O estabelecimento das missões carmelitanas no Rio Negro e nos
Solimões (1695-1711)», V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros (Actas) (Coimbra:
Comissão Organizadora do Colóquio 1965), vol. 2, 527-572, 540.
[142] José Monteiro de Noronha, Roteiro da Viagem da Cidade do Pará até as Últimas Colônias do
Sertão da Província (1768), org. Antonio Porro (São Paulo:
USP, 2006), pontos 104-110, nas 50-51.
[143] Tamar Herzog, «Una Monarquía, dos territorios: La frontera entre españoles y portugueses,
España y Portugal durante (y después) de la Unión», in España y Portugal en el mundo, org. Carlos
Martínez Shaw e José Antonio Martínez Torres (1580-1668) (Madrid: Polifemo, 2014), 139-155.
[144] Herzog, Defining Nations..., 64-118.
[145] Inicialmente, não era claro se os naturais da coroa de Aragão estavam incluídos entre os
naturais da Espanha: Demetrio Ramos Pérez, «La aparente exclusión de los aragoneses de las Indias:
Una medida de alta política de don Fernando el Católico», Estudios (1976): 7-40; Juan María Morales
Álvarez, Los extranjeros con carta de naturaleza de las Indias durante la segunda mitad del siglo xviii
(Caracas: Academia Nacional de la Historia, 1980), 22-24; e Joseph de Veitia Linaje, Norte de la
contratación de las Indias occidentales (Buenos Aires: Comisión Argentina de Fomento
Interamericano, 1945 [1672]), 328-329. Os portugueses, que igualmente tentaram uma inclusão
semelhante, foram, não obstante, rejeitados: Recopilación de Indias, lei 28, título 27, livro 9, definia os
naturais de Espanha como incluindo «naturais dos nossos reinos de Castela, Leão, Aragão, Valência,
Catalunha, Navarra, Maiorca e Menorca», mas não de Portugal. Ver também Tamar Herzog, «Can you
tell a Spaniard when you see one? ‘Us’ and ‘them’ in the early modern Iberian atlantic», in Polycentric
Monarchies: How Did Early Modern Spain and Portugal Achieve and Maintain a Global Hegemony?,
orgs. Pedro Cardim, Tamar Herzog, José Javier Ruiz Ibáñez e Gaetano Sabatini (Brighton: Sussex
Academic Press, 2012), 147-161.
[146]
«Siendo Portugal parte de España, y los Portugueses tan naturales y tan verdaderos españoles y tan
naturales y leales vasallos de su majestad, no los deben en el Perú y más partes de las Indias
occidentales los jueces ejecutores interpretar ni incluir en la cédula real de los extranjeros» e «¿no son,
señor, los portugueses tan españoles como los navarros, provincianos de Guipúzcoa, vizcaínos,
aragoneses, valencianos y catalanes? Que aunque estos dichos son españoles, como nosotros los
portugueses, también como nosotros no son castellanos. ¿Son por ventura los dichos más españoles y
más leales vasallos de vuestra majestad que los portugueses?» Lourenço de Mendonça, «Suplicación a
su Majestad Católica... en defensa de los portugueses», Madrid, 1630, fls. 1, 8v-11r, 12v, 16v-18v, e
57v. Este texto foi estudado in Pedro Cardim, «‘Todos los que no son de Castilla son yguales.’ El
estatuto de Portugal en la monarquía española en el tiempo de Olivares», Pedrables , 28 (2008): 521-
552; e in Pedro Cardim, «De la nación a la lealtad al rey. Lourenço de Mendonça y el estatuto de los
portugueses en la Monarquía Española de la década de 1630», in Extranjeros y enemigos en Ibero-
américa. La visión del otro. Del imperio español a la Guerra de Independencia , org. David González
Cruz (Madrid: Sílex, 2010), 57-88. Gostaria de agradecer a Pedro Cardim por facilitar o acesso a uma
cópia deste documento. Ver também Maria da Graça A. Mateus Ventura, Portugueses no Peru ao
Tempo da União Ibérica. Mobilidade , Cumplicidades e Vivências (Lisboa: Imprensa Nacional-Casa
da Moeda, 2005), vol. 1, 72-73, 76-77, e 242-269
[147] «Españoles portugueses», «españoles castellanos», e «españoles aragoneses»: Lourenço de
Mendonça, «Suplicación a su Majestad Católica del Rey Nuestro Señor, que Dios guarde, ante sus
reales consejos de Portugal y de las Indias en defensa de los portugueses», Madrid, 1630, fls. 16v-17r e
21v. No fl. 57v, Lourenço de Mendonça sugeria que «la unión de los reinos y monarquía de vuestra
majestad, que principalmente depende de estas tres coronas de Castilla, Portugal y Aragón unidas y
hermandades, que son la cuerda de tres hijos, que dice el espíritu santo que teniéndolos juntos y bien
unidos, es dificultosa de romper». Chama a estas três coroas juntas a «España».
[148]
Diego Marques em 17-5-1629 e Juan de Sosa Brito em 14-10-1676, de
acordo com AGI, IG, leg. 1536. Ver também Yvone Dias Avelino, «A
naturalização de mercadores-banqueiros portugueses para o exercício do
comércio na América dos Áustrias», Revista de História (São Paulo), 42(86)
(1971): 389-415; Ventura, Portugueses no Peru…, vol. 1, 72-73, 76-77, e
242-269; Jean-Frédéric Schaub, Portugal na Monarquia Hispânica (1580-
1640) (Lisboa: Livros Horizonte, 2001), 46-48; e Tamar Herzog, «Nosotros y
ellos: Españoles, americanos y extranjeros en Buenos Aires a finales de la
época colonial», in Ciudades en conflicto, orgs. José I. Fortea e Juan E.
Gelabert (Valhadolid: Junta de Castilla y León, 2008), 241-257.1, 72-73, 76-
77, e 242-269; Jean-Frédéric Schaub, Portugal na Monarquia Hispânica
(1580-1640) (Lisboa: Livros Horizonte, 2001), 46-48; e Tamar Herzog,
«Nosotros y ellos: Españoles, americanos y extranjeros en Buenos Aires a
finales de la época colonial», in Ciudades en conflicto, orgs. José I. Fortea e
Juan E. Gelabert (Valhadolid: Junta de Castilla y León, 2008), 241-257.
[149]
Parecer do bispo governador do Consejo de Estado, Madrid, 3-3-1683,
BPR, Ms. II/2760, fls. 250r-251v.
[150]
«Instrucción que han de observar los virreyes, presidentes,
gobernadores... con los naturales del reino de Portugal formada por el
licenciado don Manuel de Gamboa y Alsedo fiscal del Consejo de Indias con
el motivo de la presente guerra... publicada en 30-4-1704», AGI, Charcas
263.
[151]
«Tan unos en el trato, en la lengua y comercio que si no es la malicia
nadie puede hallar vanidad de nación, bando ni parcialidade», Carta do bispo
de Coria para «governadores portugueses», Coria, 13-4-1580, ADC/L, Serie
Azul, Ms. 474, 11-32, 13-14.
[152]
«Cristianos contra cristianos, católicos contra católicos, españoles contra
españoles», Carta de Pedro de Rivadeneira para Gaspar de Quiroga, Toledo,
16-2-1580, reproduzida em Vicente de la Fuente, ed., Obras escogidas del
padre Pedro de Rivadeneira (Madrid: M. Rivadeneyra, 1868), 589.
[153]
Pedro Barbosa de Luna, Memorial de la preferencia que hace el reino de Portugal y su consejo al
de Aragón y de las dos Sicilias (Lisboa: Geraldo de Vinha, 1627), fl. 14v; e Manuel Faria e Sousa,
Epítome de las historias portuguesas (Madrid: Francisco Martínez, 1628).
[154] Esta fonte é citada por Pedro Cardim, Portugal Unido y separado. Felipe II, la unión de
territorios y el debate sobre la condición política del reino de Portugal (Valhadolid: Instituto
Simancas, 2014), 204.
[155] «Pues no se ha visto en ningún tiempo desde el principio del mundo [a España] tan poblada, tan
rica, tan adornada de suntuosos edificios, ricos templos e ilustrada de hombres doctos, en todo género
de letras, artes y oficios mecánicos que son los que ennoblecen una provincia y reino y así con razón se
pueden llamar los reyes philippos, los más dichosos y bien afortunados de cuantos ha habido en
España», Martín Carrillo, Annales y memorias cronológicas. Contienen las cosas más notables así
eclesiásticas como seculares sucedidas en el mundo señaladamente en España desde su principio y
población hasta el año 1620 (Huesca: Viuda de Juan Pérez Valdivieso, 1622), fl. 415r. Ver também fl.
414v.
[156] De acordo com este plano, Portugal também estaria submetido a Espanha nas relações externas,
principalmente na guerra e na paz, e foram feitas provisões específicas para sujeitar o Brasil a Espanha,
não a Portugal. Os naturais de Espanha podiam fazer comércio na Ásia como se fossem portugueses, os
benefícios eclesiásticos em Portugal seriam apresentados alternadamente pelo rei português e espanhol,
a Inquisição em Madrid podia estudar apelos contra as decisões dos tribunais inquisitoriais de Portugal,
e o último apelo de todas as sentenças que envolviam naturais dos dois reinos seria adjudicado ao rei
espanhol, a partir daí instituído como imperador da Hispânia: «Proposiciones de ajustes entre Castilla y
Portugal en favor del duque de Braganza», documento sem data e sem assinatura, BRAH, Ms. 9-1070,
fls. 209r-210v. O rei espanhol como imperador é mencionado no fl. 210v.
[157] Consulta do Consejo de Estado, 23-12-1665, BNE, Ms. 12020, fls. 8r-16v.
[158] «Um dos mais notáveis reinos de Espanha»: Antonio Carvalho da Costa, Corografia
Portuguesa e Desripçam Topografica do Famoso Reyno de Portugal (Lisboa: Valentim da Costa
Deslandes. 1706), vol-1, 1; e Pedro Cermeño para o conde de Aranda, 13-7-1768, AHN, Estado leg.
4389, n.º 6.
[159] «Razões contra a união que se pretende fazer do reino de Portugal ao de Castela e suas
responsas em junho de 1638», BPE, cod. cix (1-13), n.º 3; Ana Isabel López-Salazar cod. Ms, «La
cuestión de la naturaleza de los ministros del santo oficio portugués. De las disposiciones legislativas a
la práctica cotidiana», Hispania. Revista española de historia, 71(239) (2011): 691-714, cita na página
695 uma opinião a favor desta unificação e nas páginas 696-698 a opinião contrária, que defende a
separação.
[160] Cardim, Portugal Unido y separado…
[161] «Parecer do bispo capelão-mor sobre a mercês a fazer... ao marquês de Montalvão», Lisboa, 1-
11-1649, cit. in Rau e Gomes da Silva, Os Manuscritos…, vol. 1, n.º 144, 86. Ver também Charles R.
Boxer, Salvador de Sá and the Struggle for Brazil and Angola, 1602-1686 (Londres: University of
London, 1952), 144-152; Rafael Valladares Ramírez, «El Brasil y las Indias españolas durante la
sublevación de Portugal (1640-1668)», Cuadernos de historia moderna, 14 (1993): 151-172, nas 155-
161 e 171; Rodrigo Bentes Monteiro, O rei no Espelho.
A Monarquia Portuguesa e a Colonização da América, 1640-1720 (São Paulo: Editora Hucitec, 2002),
33-72; Edval de Souza Barros, Negócios de Tanta Importância: O Conselho Ultramarino e a Disputa
pela Condução da Guerra no Atlântico e no Índico (1643-1661) (Lisboa: Universidade Nova de
Lisboa, 2008), 96-103; Stuart B. Schwartz, «The Voyage of the Vassals: Royal Power, Noble
Obligations, and Merchant Capital before the Portuguese Restoration of Independence», American
Historical Review, 96(3) (1991): 735-762; e Antonio Terasa Lozano, «De la raya de Portugal a la
frontera de guerra: Los Mascarenhas y las prácticas nobiliarias de supervivencia política durante la
guerra de la Restauração», in Las redes del imperio: Élites sociales en la articulación de la Monarquía
Hispánica, 1492-1714, org. Bartolomé Yun Casalilla (Madrid: Marcial Pons, 2009), 227-253.
[162] «Manifiesto en que se justifica no haber faltado a su obligación don Fernando Tellez de Faro
aunque estuvo en Portugal desde que se levantó aquel reino hacia el año de 1659», BNE, Ms. 8686, fls.
23r-31v.
[163]
David Birmingham, A Concise History of Portugal (Cambridge: Cambridge University Press,
1993), 47-48; Valladares, Portugal y la monarquía hispânica…, 42; e Leonor Freire Costa e Mafalda
Soares da Cunha, D. João IV (Lisboa:
Círculo de Leitores, 2006), 105.
[164] Consulta do Consejo de Indias, 8-5-1680, in «Expediente sobre el desalojo de los portugueses...
y demarcación de las dos coronas por lo tocante a la Colonia del Sacramento años de 1687 a 1680»,
AGI, Charcas 260.
[165]
«Aquel tiempo era muy bueno para no perder los parientes de Portugal y para asegurar
nuestros estados y excusarnos de las vejaciones y tributos que pagaríamos.» Este episódio gerou muita
correspondência e interesse. Ver, por exemplo, «Copia del papel que dio el duque de Medina Sidonia
en 21-9-1641 y lo que Su Majestad le respondió», AHN, Estado 3028, Exp. 18.
[166]
«Deseando evitar el derramiento de sangre cristiana, muertes, robos,
destrucciones de lugares y haciendas y los más daños y pérdidas que la guerra
trae consigo y liberar y aliviar las dichas ciudades, villas y lugares y sus
moradores de ellos de los grandes arruinaciones, tiranías, tributos, pechos e
imposiciones... con que son apremiados y destruidos tratan los más como
esclavos que como vassalos.» D. João IV para os habitantes de Castela,
Lisboa, 9-7-1641, BNE, Ms 721, fls. 67r-68r. João prometia que «queriendo
ellos gozar de la paz que hasta ahora hubo debajo de mi dominio y amparo
los recibiré por naturales portugueses... y no se darán oficios, beneficios y
jurisdicciones, encomiendas o rentas alguna en las dichas ciudades, villas y
lugares de Castilla y León sino a los naturales de ellos sin que se pueda dar
por título alguno a portugueses sino los castellanos y con estos admitidos a
todos las honras, dignidades, oficios, beneficios, encomiendas de estos reinos
de Portugal promiscuamente con los portugueses naturales de ellos y cesarán
las aduanas y derechos de los puestos secos y mojados de reino a reino de los
lugares que tomaren mi voz y estuviesen a mi obediencia».
[167]
Rafael Valladares Ramírez, «De ignorancia y lealtad. Portugueses en
Madrid, 1640-1670», Torre de los Lujanes , 37 (1998): 133-150; e Fernando
Bouza Álvarez, «Entre dos reinos, una patria rebelde. Fidalgos portugueses
en la monarquía hispánica después de 1640», Estudis 20 (1994): 83-103, nas
85-86 e 88-90.
[168]
Costa e Cunha, D. João IV... , 110 e 113-114; Mafalda de Noronha
Wagner, A Casa de Vila Real e a Conspiração de 1641 contra D. João IV
(Lisboa: Edições Colibri, 2003); e Maria Paula Marçal Lourenço, A Casa e o
Estado do Infantado , 1654-1706 (Lisboa: Universidade de Lisboa, 1995),
30-32.
[169]
«Discurso que hizo el conde-duque de Olivares a portugueses que se
hallaron en la corte al tiempo de la sublevación de Portugal 12-12-1640»,
BRAH/M, Ms. 9-1070, fls. 213r-214r.
[170]
Valladares, Portugal y la monarquía hispânica…, 53-54.
[171] Id. ibid., 42.
[172] Aureliano Leite, «Amador Bueno, sua vida e, em especial, o seu papel dentro da capitania de S.
Vicente do estado do Brasil, nos acontecimentos da restauração da monarquia portuguesa»; e Afonso
de E. Taunay, «A reintegração de S. Paulo no império colonial português, em 1641 e o episódio de
Amador Bueno da Ribeira»; ambos in Congresso do Mundo Português (Lisboa: Comissão Executiva
dos Centenários, 1940), vol. 7, parte 2, 549-567, e vol. 9, parte 1, 265-288; e José Carlos Vilardaga,
«São Paulo na órbita do império dos Filipes: Conexões castelhanas de uma vila da América portuguesa
durante a União Ibérica (1580- -1640)» (tese de doutoramento, Universidade de São Paulo, 2010), 352-
363.
[173]
Guida Marques, «L’invention du Brésil entre deux monarchies. Gouvernement et pratiques
politiques de l’Amérique portugaise dans l’union ibérique (1580-1640)» (tese de doutoramento, École
des Hautes Études en Sciences Sociales, 2009), 470-471.
[174] «Aquí todo es estar suspensos, entre el recelo y la esperanza», o marquês de Mancera para o
rei, Lima, 22-7-1641, cit. in Fernando Serrano Mangas, La encrucijada portuguesa: Esplendor y
quiebra de la unión ibérica en las Indias de Castilla (1600-1668) (Badajoz: Diputación Provincial de
Badajoz, 1994), 95.
[175]
Consulta de 27-12-1640, AGI, IG 761. Algo semelhantes eram duas
cédulas reais com data de 7-1-1641, AMQ, Colección de Cédulas Reales,
1601-1660, 316-318. O sentimento popular, contudo, poderá ter decidido de
outro modo: Stuart Schwartz, «Panic in the indies: the portuguese threat to
the spanish empire, 1640-1650», Colonial Latin American Review, 2(1-2)
(1993): 165-187.
[176] «Relación del estado en que dejó el reyno del Perú el Excmo. Sr. Marqués de Mancera (Lima,
8-10-1648)», in Memorias de los virreyes del Perú..., 1-66, nas 18 e 60; e «Relación del estado en que
deja el gobierno destos reynos del Pirú el conde de Salvatierra, Marqués de Sobroso, al Excmo. señor
virrey, conde de Alva de Aliste y Villaflor», in Memorias de los virreyes del Perú..., 1-75, na 45;
«Autos contra don Domingo Veiga y Vaca, Portugués.... Año de 1652-año de 1658», carta do vice-rei
conde de Alva Aliste para o rei, datada de Lima 26.81658, ambos em AGI, Lima 60, n.º 40, e cédula
real à audiencia de Quito, 5-10-1648, AGI, Quito 209, lib. 3. A desunião com Portugal também
explicava e justificava a perseguição de muitos portugueses, que eram acusados de criptojudaísmo pela
Inquisição: Harry E. Cross, «Commerce and orthodoxy: A Spanish response to Portuguese commercial
penetration in the viceroyalty of Peru, 1580-1640», The Americas, 35(2) (1978): 151-167; Stanley M.
Hordes, «The Inquisition as economic and political agent: The campaign of the Mexican Holy Office
against the Crypto-Jews in the mid-seventeenth century», The Americas, 39(1) (1982): 23-38; e Alonso
W. Quiroz, «The expropriation of Portuguese New Christians in Spanish America, 1635-1649», Ibero-
Amerikanisches Archiv, nova série, 11(4) (1985): 407-465.
[177] «Los portugueses que hoy se hallan en la isla los más naturalizados por vuestra majestad son
tan afectos a su real servicio, y aún los de menos raíces que aquí se hallan de paraje, que no ha parecido
convenir proceder con ellos con desconfianza, siendo bien no hacerle a vuestra majestad de vasallos
enemigos.» O governador ao rei, San Juan de Puerto Rico, 22-6-1641, AGI, Santo Domingo, 156, cit.
in Serrano Mangas, La encrucijada portuguesa..., 138. Ver também 139.
[178] «Relación del estado en que dejó el reyno del Perú el Excmo. Sr. Marqués de Mancera (Lima,
8-10-1648)», in Memorias de los virreyes del Perú..., 1-66, nas 18 e 60. Ver também Serrano Mangas,
La encrucijada portuguesa..., 95.
[179] «No se aborrece la nación, sino la culpa y que solo se trata de prevenir y preservar el riesgo que
puede haber estando junta tanta gente»; citado em Serrano Mangas, La encrucijada portuguesa..., 142.
Ver também 144.
[180] «Son dichos portugueses afectos a su nación y no a vuestra majestad ni a los castellanos.» Eram
«enemigos dentro de casa»: Pedro Fernández de Castro y Velasco para o Consejo de Indias, Buenos
Aires, 18-2-1683, AGI, Charcas 261, fls. 283r-4v, nos fls. 283r-v.
[181] Reunião da Câmara Municipal de 24-11-1631, in Acuerdos del extinguido cabildo de Buenos
Aires (Buenos Aires: Archivo General de la Nación, 1909), vol. 7, livros 4-5, 283-287. Ver também R.
de Lafuente Machain, Los portugueses en Buenos Aires (siglo xvii) (Madrid: Tipología de Archivos,
1931), 106-107; Jorge Daniel Gelman, «Cabildo y élite local: El caso de Buenos Aires en el siglo xvii»,
Revista latinoamericana de historia económica y social, 6(2) (1985): 3-20, 4; e Herzog, «Nosotros y
ellos…». Redes sociais e familiares que ligavam os indivíduos na América portuguesa e espanhola
foram igualmente descritas em Vilardaga, «São Paulo…», 347-349.
[182] «Manifiesto en que se justifica no haber faltado a su obligación don Fernando Tellez de Faro
aunque estuvo en Portugal desde que se levantó aquel reino hacia el año de 1659», 6-6-1659, BNE, Ms.
8686, fls. 23r-31v. Ver também Costa e Cunha, D. João IV..., 105.
[183] Terrasa Lozano, «De la raya de Portugal…».
[184] Esta citação aparece na sua (não datada) «Relación de servicios», actualmente no ACEDAL.
Gostaria de agradecer ao duque de Abrantes por me ter enviado uma cópia. A esperança de que a
rebelião tivesse uma vida curta era evidente na petição do conde para pagar a media anata sobre o título
de nobreza de que o seu primogénito fora investido, «quando ele recuperar estas propriedades»
existentes em Portugal: «Grandeza y títulos, Linares, condado de», 13-4-1643, e «Carta de privilegio
del rey Felipe IV», Madrid, 28-9-1666, ambos no ACEDAL.
[185] Príncipe D. Pedro para Dinis de Melo de Castro, Lisboa, 2-3-1668, BA, 51.VI.12, fl. 173; e
Jorge Penim de Freitas, O Combatente durante a Guerra da Restauração: Vivência e Comportamentos
dos Militares ao Serviço da Coroa Portuguesa, 1640-1668 (Lisboa: Prefácio, 2007), 104-106.
[186] Serrano Mangas, La encrucijada portuguesa..., 38-39 e 154; Teresa Fonseca, «The municipal
administration in Elvas during the Portuguese Restoration War (1640-1668)», E-Journal of Portuguese
History, 6(2) (2008): 1-15, 13; e carta da Inquisição de Évora para D. Filipe IV, 24.5-1663, BNE, Ms.
2390, fl. 291.
[187] Fernando Cortés Cortés, Militares y Guerra en una tierra de frontera: Extremadura a
mediados del siglo xviii (Mérida: Editora Regional de Extremadura, 1991), 28; e Fernando Cortés
Cortés, «Estremadura Espanhola, 1640-1688: Conselhos e cargos concelhios face aos alojamentos
militares», Penélope 9/10 (1993): 99-111, 99, 104-105, e 110-111.
[188]
A bibliografia acerca deste assunto é muito abundante. Ver, por exemplo, Luís Oliveira
Andrade, História e Memória: A Restauração de 1640: Do Liberalismo às Comemorações Centenárias
de 1940 (Coimbra: Minerva, 2001); e Fernando Dores Costa, «Interpreting the Portuguese War of
Restoration (1641- -1668) in a European context», E-Journal of Portuguese History, 3(1) (2005).
[189] Sebastião de Veiga Cabral, «Representação estudiosa e útil para as majestades grandeza de
vassalos de Portugal», Abrantes, 20-9-1711, BRAH/M, Ms. 9-5556, por exemplo, capítulo 1, parte 1.
[190] Algumas das dificuldades de admissão da derrota espanhola e da independência portuguesa
estão descritas em BPR, Ms. II/2825, e BRAH/M, Ms. 9.1070. Em 1665 o Consejo de Estado espanhol
ainda sugeria que não havia nada de natural na separação de Espanha e Portugal: Consulta do Consejo
de Estado, 23-12-1665, BNE, Ms. 12020, fls. 8r-16v.
[191] «Memoria del Marqués de Grimaldi sobre límites con el Brasil 1776», AGN/M, catálogo de
livros del ex Archivo y Museo Histórico Nacional, Livro 72, ponto 5. Cópias adicionais deste
manuscrito podem ser encontradas em AGN/BA, BN 180, Exp. 785, fls. 1r-31v, in AGN/BA, BN 354,
Exp. 6169 e BN 384, Exp. 6598, e em BRAH/M, 9-1663: Colección Mata Linares, t. 8, fls. 59r-129r.
[192] «Por muchos años estuvieron sustraídos del dominio de Portugal, viviendo como republicanos
en su país libre». Marquês de Valdelirios para o marquês de Grimaldi, Madrid, 11-3-1776, AHN,
Estado 4371, 59-64, na 59. O argumento de que os paulistas viviam «sustraídos de toda autoridad, sin
ley ni religión» até se sujeitarem à soberania do Brasil, no início do século xviii, surge na «Memoria
sobre la línea divisoria de los dominios de SM y del rey de Portugal, 30-5-1805», BRAH/M, 9-1723,
Colección Mata Linares, vol. lxviii, fls. 697-714, fls. 706r-v. Ver também «Informe do bispo de Buenos
Aires dirigido ao papa sobre as tropelías practicadas pelos portugueses de São Paolo», Buenos Aires,
30-9-1637, reproduzido em Jaime Cortesão, org., Jesuítas e Bandeirantes no Tape (1615-1641):
Manuscritos da Coleção Angelis (Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1969), 281-282; Vincente
Aguilar y Jurado e Francisco Requena, «Historia de las demarcaciones en la América entre los
dominios de España y Portugal», Madrid 1797, AHN, Estado 3410-2, pontos 340-341; e Rafael Ruiz,
«The Spanish-Dutch war and the policy of the Spanish crown toward the town of São Paulo»,
Itinerario, 26(1) (2002): 107-125, nas 118-119.
[193] «Brindar a saúde de Philippe V e a darem publicas vivas por el rei de Espanha», Manoel
Rodrigues Torres para Luís Mascarenhas, Cuiabá 20-8-1740, AHU_MT_ cx. 2, d. 136, citado em
Francismar Alex Lopes de Carvalho, «Lealdades negociadas: Povos indígenas e a expansão dos
impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (segunda metade do século xviii)» (tese de
doutoramento, Universidade de São Paulo, 2012), 517 e 529-530.
[194] «A vila de São Paulo há muitos anos que é república de per si, sem observância de lei nenhuma,
assim divina, como humana... assim que me parece inútil persuadi-los a que façam serviço a vossa
majestade, porque são incapazes, e vassalos que vossa majestade tem rebeldes, assim em São Paulo,
donde são moradores, como no sertão, donde vivem o mais do tempo e nenhuma ordem do governo
geral guardam, nem as leis de vossa majestade»: Governor Antônio Luís Gonçalves da Câmara
Coutinho em 1692 de acordo com Laura de Mello e Souza, «Vícios, virtudes e sentimento regional: São
Paulo, da lenda negra à lenda áurea», Revista de História, 142-143 (2000): 261-276, 263. Ver também
Luiz dos Santos Vilhena, Recompilação de Notícias da Capitania de S. Paolo (Bahia:
Imprensa Official do Estado, 1935 [1802]), 31-32 e 36-38.
[195] Jaime Cortesão, Rapôso Tavares e a Formação Territorial do Brasil (Rio de Janeiro:
Ministério da Educação e Cultura, 1958); Affonso d’Escragnolle Taunay, História Geral das Bandeiras
Paulistas (São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo, 1924-1950); e Sérgio Buarque de Holanda,
Caminhos e Fronteiras (Rio de Janeiro: José Olympio & Prolivro, 1975). Ver também Janice Theodoro
e Rafael Ruiz,
«São Paulo, de vila a cidade: A fundação, o poder público e a vida política», in História da Cidade de
São Paulo. A Cidade Colonial, orgs. Antonio Arnoni Prado et al. (São Paulo: Editora Paz e Terra,
2004), vol. 1, 69-113, nas 86, 99-101, e 108-112; e Vilardaga, «São Paulo»..., 281-363.
[196]
«Relación de los agravios que hicieron algunos vecinos y moradores de la villa de San Pablo»,
Bahia, 10-10-1629, reproduzidos in Campaña del Brasil , vol. 1, 9-24; e «Auto das penas de
excomunhão e rigoroso procedimento, intimados pelo padre Diogo de Alfaro comissário do santo
oficio, contra os portugueses de São Paulo», datado de 19-2-1638 e 1-3-1638, e carta do Padre Diogo
de Boroa, 4-3-1637, todos reproduzidos em Cortesão, Jesuítas e Bandeirantes… , 143-148 e 169-170.
[197] ANTT, «Manuscritos do Brasil», livro 1116, n.os 55 e 56, fls. 604 e 610. Ver também «Parecer
de António Rodrigues da Costa sobre a conquista do Maranhão», pós-1707, AHU_ACL_CU_009, cx.
11, d. 1098; e Juan e Ulloa,
Disertación histórica..., 147-148.
[198] «Los países no conquistados son unas selvas y montañas de difícil tránsito, y los llanos muy
húmedos, cenagosos y ardientes, por lo que no pueden mantenerse largo tiempo en ellos los españoles.
Las naciones que allí habitan son bárbaros, no cuidan de cubrir su desnudez, y sus casas son tan pobres
que nada pierden aunque se las quiten, porque con cuatro palos y unas hojas de árboles en pocas horas
fabrican otras en el lugar que les parece. Reducirlos por armas se ha tenido siempre por imposible,
respecto de que con mudarse de un lugar a otro e internarse en lo más espeso de la montaña, como lo
han hecho en las ocasiones que se les ha buscado, quedan frustradas las diligencias, perdidos los gastos
y expuestas muchas vidas por las enfermedades que se contraen. Y es la única esperanza que admitan
misioneros, y que éstos, con halagos y otras industrias, los atraigan, que ha sido el modo con que se han
logrado las reducciones que van referidas, y será mayor la conquista de un misionero que la que puede
hacer un numeroso ejército, pero ésta es obra de Dios y no de los hombres.» Conde de Superunda.
Relación de Gobierno, Perú (1745-1761), org. Alfredo Moreno (Madrid: CSIC, 1983 [1761]), 214.
Algo semelhante era a opinião do vice-rei Vertiz: «Memoria de Vertiz», Buenos Aires, 12-3-1784,
reproduzida em Memorias de los virreyes del Río de la Plata (Buenos Aires: Editorial Bajel, 1945),
144.
[199] Bettendorff, Crônica da Missão..., 140-143.
[200] Id. ibid., 141.
[201]
«Petición de respuesta a la que presentó el padre Diego de Urena
procurador... en el pleito que tenemos con los padres dominicos...», 19-5-
1684, ARSI, «Manuscripta antiquae societatis pars i. assistentiae et
provinciae, provincial nr. et Quito», n.º 18, fls. 14r-v; Rodríguez Castelo,
Diario del padre Fritz..., 101-102; «Votos do padre António Vieira», 12-7-
1694, BA, 51-V-45, fl. 3r; Manuel Mariano de Echeverría, Quito, 11-7-1771,
ANQ, Gobierno 24, Exp. 9 de 14-7- -1771, fl. 3r; e carta de Bernardo Pereira
de Berredo, Colégio de Santo Antão, 14-6-1749, reproduzida em Bernardo
Pereira de Berredo, Annaes Historicos do Estado do Maranhão, ci-ciii, na
ciii. Já em 1917 Herbert Bolton reconhecia a importância dos missionários
como (1) exploradores e agentes diplomáticos, (2) defensores da fronteira, (3)
agentes que defendiam uma maior expansão da fronteira, e (4) agentes
responsáveis pela integração dos índios na commonwealth espanhola: Herbert
E. Bolton, «The mission as a frontier institution in the Spanish-American
colonies», American Historical Review, 23(1) (1917): 42-61.
[202]
«Estos indios de esta nación deben ser tratados no como otros indios sino
como españoles porque su vida, obras, fidelidad y amor que tienen a vuestra
majestad y obediencia a sus gobernadores acudiendo a todo cuanto se les
encarga del real servicio con grande puntualidad.» Pedro Baigorri para o rei,
Buenos Aires, 15-3-1656, reproduzido em Jaime Cortesão, org., Jesuitas e
Bandeirantes no Itatim (1596-1760) (Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional,
1952), 273-275, nas 274-275. Algo semelhante era a carta do vice-rei de
Lima para o bispo de Misque, Lima, 25-10-1765, AGN/BA, IX.4.3.5; e
declaração de Alonso Vaca, em «Razón de lo que parece... sobre la población
que los portugueses intentan hacer 50 leguas adentro del río Marañón», 1677,
BRAH/M, Jesuitas vol. clxxxvii , n.º 23 antiguo, 29 moderno.
[203]
«Voto do padre António Vieira sobre as dúvidas dos moradores de São
Paulo acerca da administração dos índios», Bahia, 12-7-1694, in António
Vieira, Escritos Históricos e Políticos , org. Alcir Pécora (São Paulo:
Martins Fontes, 1995), 429-444, nas 429-430, e Vieira, Carta n.º lxxxvi para D.
Afonso VI, 11-2-1660, reproduzida em Luiz Felipe Baêta Neves, org.,
Transcendência , Poder e Quotidiano: As Cartas de Missionário do Padre
Antônio Vieira (Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2004), 346-363, na 346.
[204] «Habiendo dichos indios de sus libres hechose voluntarios vasallos de España (aun cuando sin
duda hubieran sido de dentro la línea de Portugal y pertenecientes a la conquista de los portugueses)
España en aceptar su libre y voluntario vasallaje no pasó la línea ni se entremetió en los derechos de
Portugal; porque no conquistó a dichos indios, sino que ellos que no estaban obligados a someterse
voluntariamente ni a España ni a Portugal ni a seguir los cálculos de la línea de Alejandro VI usando de
su libertad se sujetaron al dominio de España... Porque el derecho de conquistar dentro de los límites,
aunque dudosos, no lo tenían sino a favor de la fe y mientras dentro de aquellos términos controvertidos
había infieles que convertir y conquistar; luego habiendo ya llegado los portugueses a los términos de
los indios guaranís, chiquitos y moxos después que estos son cristianos y después de que ellos libre y
espontáneamente se sujetaron a España, ya aquí debe parar y acabarse el derecho de conquista que
habían los portugueses en otro tiempo»: «Ruegan los padres misioneros... al padre confesor del rey
considere algunos cargos de la conciencia de su majestad que resultan de la ejecución del real tratado
[de 1750]», anónimo, sem data, ANC/S, Jesuitas, vol. 197, fls. 109r-110v, nos fls. 109v-110r.
[205] Estes índios «no han conocido otros conquistadores, que los padres de la compañía de Jesús de
la corona de Castilla, y aunque todas las naciones que pueblan aquel vasto espacio se entregaron al
yugo del vasallaje de los reyes de Castilla antes que al de algún otro príncipe, y que así no hay razón, ni
fundamento por dónde pueda introducirse el derecho de conquista, ni de posesión en ellos a favor de los
portugueses.» Juan e Ulloa, Disertación histórica, 147-148.
Ver também 135-136 e 165-166.
[206] Devo esta formulação a Anthony Pagden.
[207] «Ni tienen aquí qué predicar los políticos, que pues aquellas tierras están en poder de católicos
y tienen misioneros, cualesquiera que sean poco importa estén sujetas al dominio de Portugal o al
dominio de Castilla, ya que no tiene que esperar la real hacienda provecho alguno, antes bien mucho
gasto de su recuperación; porque según lo dicho cada cual puede claramente echar de ver que
permaneciendo aquella región en poder de los portugueses, aunque católicos, a más de que irán cada
día más y más extendiendo sus crueldades pretensiones y dominio hasta introducirse en lo más interior
del Perú, de la perdición de tantas almas que acontece estando en poder de los portugueses del Pará, no
puede no seguirse un cargo gravísimo a los reyes católicos de Castilla a quienes lo sumos pontífi ces
hicieron donación de estos reinos de América con condición de que promoviesen con todos los medios
posibles la conversión de los infieles.» Andrés de Zárate, «Relación de la misión apostólica que tiene a
su cargo la provincia de Quito de la compañía de Jesús en el gran río de Marañón», 3-10-1735, AGI,
Quito 158, fls. 246r-257v, nos fls. 256r-v.
[208] «¿Por qué ley divina o positiva o por qué título pertenecen a los misioneros castellanos los
indios, que habitan estos desiertos? ¿Tienen acaso algún decreto de la santísima trinidad, o alguna bula
pontificia, para que ellos solos puedan
[209] «Relazione dello stato delle missioni dei gesuiti nel Paraguay, Chile e Tucuman», 16-5-1661,
ASPF/R, SOCG, vol. 257, fls. 184r-185v, «Notizie circa lo stabilimento de pp gesuiti nel Paraguay»,
anónimo, sem data, ASPF/R, SC, vol. 1, fls. 98r-111r; «Relação de algumas coisas tocantes ao
Maranhão e Grão- -Pará escrita pelo padre Luis Figueiroa», sem data, BRAH/M, Jesuitas vol. cix, n.º
73. Ver também Magnus Mörner, The Political and Economic Activities of the Jesuits in the La Plata
Region: The Habsburg Era (Estocolmo: Biblioteca e Instituto de Estudos Ibero-Americanos, 1953), 72;
Francisco Mateos, «Avances portugueses y misiones españolas en América del Sur», Missionalia
hispánica, 5(14) (1958): 459-504, nas 486-487; Basílio de Magalhães, Expansão Geográfica do Brasil
Colonial (São Paulo: Companhia Editoria Nacional, 1978), 155-164; Guy Martinière,«Frontières
coloniales en Amérique du sud: Entre «Tierra Firme» et ‘Maranhão’ (1500-1800)», Cahiers des
Amériques Latines, 17 (1978): 147-181, nas 171 e 174; F. M. Renard Casevitz, Th. Saignes, e A. C.
Taylor, Al este de los Andes: Relaciones entre las sociedades amazónicas y andinas entre los siglos xv y
xvii (Quito: Abya-Yala, 1988), vol. 2, 136-140; e Jans-Jürgen Prien, «O papel dos jesuítas portugueses
no Brasil entre 1549 e 1640», in A União Ibérica e o Mundo Atlântico. Segundas Jornadas de História
Ibero-Americana (Lisboa: Edições Colibri, 1997), 217-240.
[210]
Petição de frei Domingo de Brieva, não datada, e decisão real de
aprovação do pedido datada de 30-10-1642, AGI, Quito, 7; «Memorial
presentado en el real consejo de las Indias acerca del descubrimiento del río
de las Amazonas», AGI, Quito 158; e Consulta do Conselho da Fazenda,
Lisboa 13-3-1618, AHU_ ACL_CU_009, cx. 1, d. 19. Ver também Mariano
Cuesta Domingo, «Descubrimientos geográficos durante el siglo xviii : Acción
franciscana en la ampliación de las fronteras», Archivo Ibero-Americano ,
52(205-208) (1992): 293-342; e Maria Adelina Amorim, Os Franciscanos
no Maranhão e Grão Pará. Missão e Cultura na Primeira Metade de
Seiscentos (Lisboa: CLEPUL e CEHR, 2005), 135 e 146.
[211] A correspondência datada de 1760-1761 entre os governadores de Santa Cruz de la Sierra
(espanhol) e Mato Grosso (português), incluída em AGN/ BA, IX.4.3.5, faz alusão a estas questões.
Ver também o governador do Paraguai para Nicolás Arrendondo, Assunção do Paraguai 8-2-1792,
AHN, Estado 4555, n.º 16; e Juan Carlos Bazán, «Examen jurídico y discurso historial sobre... los
confines de los reinos de Castilla y Portugal... en el Río de la Plata», s. d., em BNE, Ms. 3042, fls. 42r-
101v, fls. 55r e 91r.
[212] O marquês de Valdelirios para o marquês de Grimaldi, Madrid, 11-3-1776, AHN, Estado 4371,
39-40.
[213] «Aumento da cristandade nos índios, como também para a conservação... de meus domínios
por aquela parte do sertão»: «Instruções régias públicas e secretas para Francisco Xavier de Mendonça,
capitão-geral do estado do Pará e Maranhão (1751)», reproduzidas em J. Lúcio de Azevedo, Os
Jesuítas no Grão Pará, Suas Missões e a Colonização (Lisboa: Livraria Editora, 1901), 348-356, nota
F, art. 21 na 352. Ver também «Parecer do procurador da coroa para o príncipe regente Dom Pedro
sobre as missões religiosas... nas capitanias do Maranhão e Pará», Lisboa, antes de 9-5-1671,
AHU_ACL_CU_ 013, cx. 2, d. 143; e Andrés de Barros, Vida do Apostólico Padre Antonio Vieyra da
Companhia de Jesus (Lisboa: Nova Oficina Sylviana, 1746), livro 1, 93-95.
[214] Carta não assinada enviada para o marquês de Valdelirios, San Nicolás, 1-12-1757, AHN,
Estado 3706; Relatório sem data de Diego Altamirano, reproduzido em Campaña del Brasil, vol. 1,
361-366; João de Maia da Gama para o rei, Belém, 15-8-1723, AHU_ACL_CU_013, cx. 7, d. 650;
Matias da Costa e Sousa para António Duarte de Barros, Belém, 11-8-1736, AHU_ACL_CU_013, cx.
19, d. 1736; e André da Piedade para Francisco Xavier de Mendonça Furtado, Maranhão, 4-1-1760,
AHU_ACL_CU_009, cx. 39, d. 3842. Ver também «Informe del padre Francisco Ruiz, Jesuita», e o
debate que se lhe seguiu em 1708, «Relación del estado de las misiones del Marañón o Mainas a cargo
de la compañía de Jesús por Andrés de Zárate», Quito, 30-10-1735, e Ángel María Manca para Miguel
de Villanueva, Puerto de Santa María, 13-12-1740, todos em AGI, Quito 158.
[215]
«Razón de lo que parece por los informes... sobre la población que los portugueses intentan
hacer 50 leguas adentro del río Marañón, 1677», BRAH/M, Jesuitas vol. clxxxvii, n.os 23 antiguo, 29
moderno. Os jesuítas também participavam no debate científico da década de 1680 em torno da
correcta localização do meridiano de Tordesilhas: Francisco Potrey para Francisco de Amolaz, Madrid,
27-12-1690, AGI, Charcas 261, fls. 607r-608r.
[216] Juan de Andosilla para o Consejo de Indias, Madrid, 18-11-1680, AGI, Charcas 260, também
reproduzido em Campaña del Brasil..., vol. 1, 301-302.
[217]
«Extracto de lo que resulta del expediente que se vió en el consejo acerca de la visita que hizo
el doctor don Diego de Riofrío y Peralta... de las misiones que están en los ríos Napo y Marañón», AGI,
Quito 158, fls. 147r-154r, especialmente 152v-153v. Ver também Inácio Guerreiro, Os Tratados de
Delimitação do Brasil e a Cartografia da Época (Lisboa: Chaves Ferreira Publicações, 1999), 19-25.
[218]
Informe do padre Samuel Fritz, 23-3-1721, AGI, Quito 158, fls. 14v-17v.
As actividades de Fritz estão descritas no seu diário (Rodríguez Castelo,
Diario del padre Fritz). Ver também M. Jiménez de la Espada, org., Noticias
auténticas del famoso río Marañón (1738), um número especial do Boletín de
la Sociedad Geográfica de Madrid, 26-32 (1889-1892), reeditado como
Paolo Maroni, Noticias auténticas del famoso río Marañón, org. Jean Pierre
Chaumeil (Iquitos: Instituto de Investigación de la Amazonía Peruana, 1988);
e «Apuntes acerca de la línea de demarcación entre las conquistas de España
y Portugal en el Río Marañón», in «Capítulo tercero: Misión de los
[219]
André Ferrand de Almeida, «Samuel Fritz and the mapping of the Amazon», Imago Mundi, 55
(2003): 113-119; André Ferrand de Almeida, «Samuel Fritz revisited: the maps of the Amazon and
their circulation in Europe», in La cartografia europea tra primo Rinascimento e fine dell’Illuminismo,
orgs. Diogo Ramada Curto, Angelo Cattaneo e André Ferrand de Almeida (Florença: Olschki, 2003),
133-153; e Camilla Loureiro Dias, «Jesuit maps and political discourse: the Amazon river of Father
Samuel Fritz», The Americas, 69(1) (2012): 95-116.
[220] Informação dada por Paolo Maroni ao presidente de Quito em 13-6-1733; Tomás Nieto Polo,
procurador da ordem em Madrid em 30-8-1741; bem como as suas cartas para Joseph de la Quintana,
3-7-1743; todas em AGI, Quito 158.
[221] Nicolás de Millinedo, «Relación instructiva del origen y conclusión del tratado de límites y de
todos los accidentes que impidieron su ejecución hasta que se pensó en anularle», AHN, Estado 3386; e
«Representación hecha al virrey del Perú sobre los inconvenientes que resultan a la corona del tratado
del año de 50», Córdoba del Tucumán, 1751, ANC/S, Jesuitas, vol. 197, pieza 14, fls. 123r- -133v.
Muitos destes documentos foram reproduzidos em Documentos relativos a la ejecución del tratado de
límites de 1750 (Montevideu: Instituto Geográfico Militar, 1938) e nos Anais da Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro, 52 (1958).
[222] Jose Monteiro de Noronha para Manoel Bernardo de Mello e Castro, Barcelos, 14-1-1762,
APEP, cod. 122, doc. 1, fl. 2r.
[223] Aloysio Conrado Pfeil, «Compêndio das mais substanciais razões e argumentos que
evidentemente provam que a capitania chamada do Norte situada na boca do rio das Amazonas
legitimamente pertence a coroa de Portugal», Pará, 1-4-1700, BA, 51-VI-11, fls. 151r-166r; e Aloysio
Conrado Pfeil, «Anotação contra incoerentes pontos no tratado da justificação formada pelos
plenipotenciá- rios na corte real de Lisboa e impressa em 1681», sem data, BA, 51-VI-11-II, fls. 168r-
173r. Outra cópia está incluída em BA, 51-V-22. O mapa da autoria de Pfeil foi mencionado em Jódoco
Peres para o geral da ordem em Roma, Coimbra, 27-8-1685, ARSI, «Manuscripta antiquae societatis
pars i. assistentiae et provinciae», Bras. 26, fl. 112r. Os portugueses poderão tê-lo usado em
negociações em Utrecht: Nelson Sanjad, «As Fronteiras do ultramar: Engenheiros, matemáticos,
naturalistas e artistas na Amazônia, 1750-1820», in Artistas e Artífices e a Sua Mobilidade no Mundo
de Expressão Portuguesa. Actas do VII Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte (Porto:
Universidade do Porto, 2007), 431-437, na 431. Ver também Serafim Leite, «As primeiras cartas dos
jesuítas do Brasil para o conhecimento da América (1549-1562)», in Novas Páginas de História do
Brasil (Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1962), 184-191; e Max Justo Guedes, «A cartografia
da delimitação das fronteiras do Brasil no século xviii», in Cartografia e Diplomacia no Brasil do
Século XVIII (Lisboa: Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1997), 10-
38, na 14.
[224] Aloysio Conrado Pfeil para o jesuíta geral em Roma, Colégio Santo Alexandre, Pará, 27-2-
1691, ARSI, «Manuscripta antiquae societatis pars i. assistentiae et provinciae», Bras. 9, fls. 361-368v,
ponto 8, nos fls. 365v-366r. Ver também João Felipe Bettendorff, «Informação a Sua Majestade sobre o
sucedido no Maranhão em fevereiro de 1684», BPE, cod. cxv (2-11), fls. 77r-80v; e Bettendorff,
«Informação dos missionários da companhia de Jesus do estado do Maranhão hoje assistentes nesta
corte», 1685, BPE, cod. cxv (2-11), fls. 84r-86v; e Wermers, «O estabelecimento»..., 528-530 e 553.
[225] «Capítulo tercero: misión de los Omaguas, Jurimaguas, Aysuares... y otras naciones desde
Napo hasta el Río Negro», sem assinatura, sem data, BPE, cod. cxv (2-15), n.º 10, 20r-37r.
[226] Id. ibid., 23r.
[227] «Ninguna esperanza hay de que tomen con empeño su alivio alegando que las cajas reales no
están para gastos y que es muy difícil el remitir gente a países tan distantes y clima tan puesto al de la
sierra»: id. ibid., 57r.
[228] Tamar Herzog, «La empresa administrativa y el capital social: los Sánchez de Orellana (Quito,
siglo xviii)», in Sociedad, administración y poder en el siglo xviii: Hacia una nueva historia
institucional, org. Juan Luis Castellano (Granada: Universidad de Granada, 1996), 381-396, nas 382-
384 e 289-290 e Tamar Herzog, «¿Letrado o teólogo? Sobre el oficio de la justicia a principios del siglo
xviii», in Fallstudien zur spanischen und portugiesischen Justiz (16-20. Jahrhundert), org. Johannes
Michael Scholz (Francoforte: Vittorio Klostermann, 1994), 697-714. Acerca de Sánchez de Orellana
em geral ver Tamar Herzog, Upholding Justice: State, Law and the Penal System in Quito (Ann Arbor:
University of Michigan Press, 2004), 72-88, 111, 136-138, 144, 149, e 178.
[229]
Requerimiento do padre Fritz para Joseph Antunes da Fonseca, 20-4-1697, e a resposta que
recebeu em 22-4-1697, ambos anexados à Consulta do Conselho Ultramarino, Lisboa, 12-11-1697,
AHU_ACL_CU_013, cx. 4, d. 340.
[230] «Relação da jornada do Solimões e Río Negro por frei Vitoriano Pimentel», datada de 7-9-1705
e reproduzida em João Renôr F. de Carvalho, «Presença e permanência da ordem do Carmo no
Solimões e no Rio Negro no século xviii», in Das Reduções Latino-Americanas às Lutas Indígenas
Actuais: IX Simpósio Latino-Americano do CEHILA, Manaus, 29-7 a 1-8-1981 (São Paulo: Ed.
Paulinas, 1982), 175-190, nas 181-190. Ver também Wermers, «O estabelecimento...».
[231] «Sobre los términos de estas missiones»: Rodríguez Castelo, Diario del padre Fritz..., 132.
[232] Juan Bautista Santa María Mayor para Samuel Fritz, Yurimaguas, 26-12-1707, e carta de
Sebastián Luis Abad, ambas incluídas na informação fornecida pelo padre Francisco Ruiz e debatida
em Quito em 1708, AGI, Quito 158, fls. 6r-7v.
[233] Alexandre de Souza Freire para Juan Bautista Julian, Pará 12-12-1729, AGI, Quito 158.
[234]
Dionisio de Alcedo para Alexandre de Souza Freire, Quito, 3-4-1731 e 23-5-1731; carta do
procurador das missões em Mainas e Marañón ao presidente de Quito, Quito 28-5-1731, e vista fiscal e
consulta, 20-10-1732, todas em AGI, Quito 158. Ver também Dionisio Alcedo y Herrera para
Alexandre de Souza Freire, Quito 28-5-1731 AGI, Quito 374.
[235] Juan Bautista Julián para o governador do Pará, La Laguna, 5-10-1730, anexada à carta de João
de Abreu de Castelo Branco para o rei, Belém, 18-9- -1739, AHU_ACL_CU_013, cx. 22, d. 2082.
[236] «Certidão dos capítulos do regimento referente aos limites de ocupação dos territórios pelos
missionários portugueses e espanhóis», Belém, 18-10-1731, AHU_ACL_CU_013, cx-13, d. 1207.
[237] «Para dejar de esta manera ajustados los límites y poner fin a los disturbios que de algún tiempo
a esta parte pasaron entre los vasallos de ambas majestades.» Melchior Mendes, La Laguna, 6-9-1732,
AGI, Quito 158, fls. 13r-v.
[238] «Porque para la dicha averiguación no se hallaba persona autorizada para intervenir de parte de
la corona de Castilla en la división y demarcación legítima de estas tierras.» Esta resposta jesuíta a
Mendes foi também reproduzida na carta de Juan Bautista Julián para o governador do Pará, La
Laguna, 8-9-1732, AGI, Quito 158, fls. 14r-15v. Ver também Requerimiento feito por Juan Bautista
Julián a Melchior Mendes, AGI, Quito, 158, fls. 16r-v.
[239] Dionisio Alcedo y Herrera para Souza Freire, Quito, 3-4-1731 e 23-5-1731, anexada à carta de
João de Abreu de Castelo Branco para o rei, Belém, 18-9-1739, AHU_ACL_CU_013, cx. 22, d. 2082.
Ver também Dioniso Alcedo y Herrera para Paolo Maroni, Quito, 28-5-1733, seguido da informação
fornecida por Paolo Maroni em 13-6-1733, AGI, Quito 158, fls. 29r-30r e 31r-32v; e a resposta do vice-
rei, Lima, 14-4-1733, AGI, Quito 158, fls. 26r-28v.
[240] Requerimiento de Andrés de Zárate para Joseph Ferreira de Mello, San Ignacio de los Pebas,
24-1-1737, AGI, Quito 158, fls. 144r-v; e informação dada pelo padre Andrés de Zárate, Madrid, 28-8-
1739, AGI, Quito 158. Ver também Ferrand de Almeida, A Formação..., 38.
[241] «Ofício respondendo a pretensão dos padres castelhanos em ampliar os seus domínios na
fronteira do Grão Pará», Belém, 28-11-1737, AHU_ACL_ CU_013, cx. 20, d. 1920.
[242] Ordens reais datadas de 5-3-1732 e 8-5-1732 para o governador de São Paulo, conde de
Sarzedas, ANTT, Papéis do Brasil, cod. 6, fls. 27r e 7r; «Ofício respondendo a pretensão dos padres
castelhanos em ampliar sus domínios na fronteira do Grão Pará», 28-11-1737, AHU_ACL_CU_013 cx.
20 d. 1920; «Parecer do conselho ultramarino ao rei sobre as novas missões que os padres castelhanos
da companhia de Jesus e os religiosos do Carmo têm realizado no estado do Maranhão», Lisboa, 6-3-
1739, AHU_ACL_CU_009, cx. 25, d. 2554; Marco António de Azevedo Coutinho para Francisco
Pedro de Mendonça Gorjão, Lisboa, 15-9-1748, reproduzida em A. Reis, Limites e Demarcações..., vol.
2, 113-116, nas 114-115; e António Rolim de Moura Tavares para Diogo de Mendonça Corte Real,
Vila Bela, 20-3-1757, AHU_ACL_CU_010, cx. 09, d. 543.
[243] «Os padres da companhia das províncias de Itália sem titulo nem permissão alguma ocupavam
muitas terras sobre o rio da Prata da repartição deste reino, com tal poder e violência que se opunham a
castelhanos e portugueses.» «Papel que fés o marquês de Fronteira», in «Pareceres do Exmo. marquês
de Fronteira conselheiro de estado sobre as diferenças que houve entre as cortes de Lisboa e Madrid
sobre a fundação de Nova Colónia», provavelmente datado de 1680, BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 1, fls. 4r-
8r, no fl. 7r.
[244]
«Noticia e justificação do titulo e boa fé com que se obrou na Nova Colónia do Sacramento»
(circa 1681), BA, cod. Ms. 51-VI-48, fols-117r-146r, em fol. 141, e Eduardo Neumann, «Fronteira e
identidade: confrontos luso-guarani na Banda Oriental 1680-1757», Revista Complutense de Historia
de América, 26 (2000): 73-92, 76 e 83.
[245] Thomé Joaquim da Costa Corte Real para António Rolim de Moura, Lisboa, 22-8-1758,
APMG, CMG-SG, Livro C-18, Estante-01, carta 2, fls. 19r-29v, fls. 19r-v.
[246]
«Informe e justificação jurídica do uso de armas de fogo pelo índios,
apresentados pelos jesuítas do Paraguai», 1639, reproduzido em Cortesão,
Jesuítas e Bandeirantes... , 302-314; «Relación y carta del Pedro de Orduña
del avance de indios al fuerte portugués y victoria que ganaron en 7-8-1680»;
«Copia de la certificación auténtica que don Baltasar García Ros sargento
mayor del presidio de Buenos Aires dió sobre las operaciones y servicios de
los cuatro mil indios de guerra», Buenos Aires, 15-6-1705; e «Relación de lo
que hicieron los indios que tienen a su cargo los religiosos de la Compañía de
Jesús... en servicio de su majestad... años 1704-1705», anónimo, sem data;
todos em ANC/S, Jesuitas, vol. 197, pieza 1, fls. 2r-5v; pieza 3, fols 15r-16v;
e pieza 7, fls. 43r-53v. Ver também Magnus Mörner, The Political and
Economic Activities... , 118-120 e 147-148; e Constancio Eguía Ruiz, «El
espíritu militar de los jesuitas en el antiguo Paraguay español», Revista de
Indias , 5(16) (1944): 266-319.
[247]
Informação dada pelo padre Andrés de Zárate, Madrid, 28-8-1739, AGI, Quito 158; e cédula
de 7-8-1679, reproduzida em cédula real de 12-9-1628; e «Relación de los agravios que hicieron
algunos vecinos y moradores de la villa de San Pablo», Bahia, 10-10-1629; todas reproduzidas em
Campaña del Brasil, vol. 1, 75-76.
[248] «Consiguieron los portugueses el quedar hechos dueños de aquellos países sin contradicción,
porque los padres de la compañía española no defendían el país, sino principalmente las almas de
aquellas naciones que tenían a su cargo y como en la retirada de los que los habitaban tenían logrado
completamente su intento, cesaba el motivo que les subministraba justa causa de oponerse a los
designios de los portugueses y así desde entonces empezaron éstos a establecerse como absolutos
dueños en aquellas tierras.» Juan e Ulloa, Disertación histórica..., 161-162.
[249] «Petición de respuesta a la que presentó el padre Diego de Ureña procurador... en el pleito que
tenemos con los padres domínicos», 19-5-1684, ARSI, «Manuscripta antiquae societatis pars i.
assistentiae et provinciae», Provincial nr. et Quito n. 18, fls. 14r-v; «Expediente promovido por don
Pedro Estevan Dávila gobernador de las provincias del Río de la Plata con los padres jesuítas», AGI,
Charcas 28, R. 4, N. 49; «Información de la enemiga y aversión que don Alonso de Mercado y Villa
Corta tiene a la compañía de Jesús», Santiago del Estero, 1661, ANC/S, Jesuitas, vol. 194, n.º 6, fl. 95r;
«Memorial impreso presentado al supremo Consejo de Indias por el provincial de la compañía Jaime
Aguilar en defensa de sus missiones», 1730, e «Memorial impreso presentado al supremo Consejo de
Indias por el procurador Gaspar Rodero en defensa de las misiones del Paraguay», 1743, ambos em
ANC/S, Jesuitas, vol. 193, nos. 5 e 6; e o concelho de Belém para o rei, Belém, 12-4-1657,
AHU_ACL_ CU_013, cx. 2, d. 106. Ver também Prien, «O papel dos jesuítas...», 238-240; e Dauril
Alden, The Making of an Enterprise: The Society of Jesus in Portugal, Its Empire and Beyond, 1540-
1750 (Stanford: Stanford University Press, 1996), 21-23.
[250]
54 «Pedro Vermudo de la Compañía de Jesús procurador general en esta corte de las
provincias de las Indias», manuscrito sem data (c. 1673), ANC/S, Jesuitas, vol. 194, pieza 7, fls. 104r-
106v.
[251]
55 Pedro de Cevallos para Ricardo Wall, San Borja, 15-2-1759 e 30-11-1759 (que pensava
que os jesuítas eram responsáveis) e marquês de Valdelirios para Pedro de Cevallos, San Nicolás, 9-1-
1760 (que discordava), todos reproduzidos em Campaña del Brasil, vol. 2, 267-270, 275-277, e 286-
293. Ver também José María Mariluz Urquijo, «Clima intelectual rioplatense de mediados del
setecientos: Los límites del poder real», in Maziel, De la justicia..., 15-55, 30-34; José María Mariluz
Urquijo, «La historiografía rioplatense sobre el Tratado de Madrid (1750-1850)», in El Tratado de
Tordesillas y su época, vol. 3, 1637-1651; Félix Becker, «La guerra guaranítica desde una nueva
perspectiva: Historia, ficción e historiografia», Boletín Americanista, 32 (1982): 7-37; Juan Molina
Cortón, «El tratado de límites de 1750 y la intervención jesuíta», Cuadernos de investigación histórica,
16 (1995): 199-223; e Quarleri, Rebelión y guerra..., 16-19.
[252]
56 «Ruegan los padres misioneros de los indios Guaranís al padre confesor del rey considere
algunos cargos de la conciencia de su majestad que resultan de la ejecución del real tratado [de 1750]»,
sem assinatura, sem data, ANC/S, Jesuitas, vol. 197, fls. 109r-110v; e Joseph Cardiel, «Declaración de
la verdad contra un libelo inflamatorio impreso en portugués contra los padres jesuitas misioneros del
Paraguay y Marañón», Pueblo de Borja, 14-9-1758, BRAH/M, 9-1663: Colección Mata Linares, t. 8,
fls. 1-35.
[253]
57 «Breve y exacto diseño de la justicia del tratado de límites celebrado entre las majestades
Católica y Fidelísima en 13-1-1750», anónimo, 20-6-1760, AMN, 0115, Ms. 0124/004, fls. 152v-153r e
164v.
[254] Félix Feliciano da Fonseca, «Relação do que aconteceu aos demarcadores portugueses e
castelhanos», Lisboa, pós-1753, 5-6, cit. in Domingues, When the Amerindians Were Vassals, 193;
«Nicolás Ñenguirú’s letter to the governor of Buenos Aires (1753)», reproduzido e traduzido em
Kenneth Mills e William B. Taylor, orgs., Colonial Spanish America: A Documentary History
(Wilmington, DE: Scholarly Resources, 1998), 263-267; e as cartas reproduzidas em Barbara Ganson,
The Guaraní under Spanish Rule in the Río de la Plata (Stanford: Stanford University Press, 2003),
191-199.
[255] «Informe de Baltasar Maziel al gobernador Bucareli», in Maziel, De la justicia..., 201-204;
Joseph Cardiel, «Declaración de la verdad contra un libelo inflamatorio impreso en portugués contra
los padres jesuitas misioneros del Paraguay y Marañón, Pueblo de Borja, 14-9-1758», BRAH/M, 9-
1663: Colección Mata Linares, t. 8, fls. 1-35; «Copia de una carta respuesta que dio don Juan del
Campo y Cambroneras castellano... a don Alexandre de Bique capitán europeo... en ocasión que le
comunicó un librito portugués con el título «Relación abreviada de la república que los religiosos
jesuitas de las provincias de Portugal y España establecieron en los dominios ultramarinos de las dos
monarquías...», 20-8- -1758», BA, Ms. 20.208; «El gobernador [Francisco Bucareli] da cuenta de
algunas noticias relativas a la conducta y carácter de don Miguel de la Rocha», Buenos Aires, 1769,
ANC/S, Jesuitas, vol. 161, pieza 5, fls. 61r-66v; e Francisco de Paula Bucareli y Ursua para o Consejo
de Indias, 14-4-1768, AGN/BA, IX.32-1, Exp. 4.
[256] Francisco Bucareli y Ursua para o conde de Aranda, Buenos Aires, 6-9-1767, ANC/S, Jesuitas,
vol. 160, pieza 1, fls. 1r-2v.
[257]
A literatura da época acerca destas questões é enorme. Ver, por exemplo, «Relazione abbreviata
della repubblica che i Gesuiti della provincia di Portogallo e di Spagna hanno stabilita ne domini che le
due sopradette corone possiedono nel America», anónimo, sem data, ASV, Fondo Gesuiti, vol. 2;
Relation abrégée concernant la république que les religieux, nommes jésuites, des provinces de
Portugal et d’Espagne, ont établie dans les pays et domaines d’ outre-mer de ces deux monarchies et de
la guerre qu’ils ont excitée et soutenue contre les armées espagnoles et portugaises (Amesterdão: Aux
Depans de la Compagnie, 1758); Jean-Baptiste Bourguignon d’Anville, Le gouvernement du Paraguay
sous les Jésuites: Ouvrage ou l’on expose les moyens que les Jésuites ont employés pour maintenir leur
royauté dans le Paraguay (Madrid, 1771); e I gesuiti accusati e convirti di spilorceria (Veneza: Gino
Bottagrissi, 1760). A defender a inocência dos jesuítas havia a «Verdad desnuda oprimida contra la
calumnia artificiosamente divulgada», anónimo, sem data, BPE, cod. cxvi (2-12) n.º 19-1; e «Protesto
anônimo de um padre da companhia. . . a acusação de infidelidade ao rei», Assunção do Paraguai, 10-
5-1653, reproduzida em Cortesão, Jesuítas e Bandeirantes no Itatim..., 113-119.
[258] Maria Regina Celestino de Almeida, «Os vassalos d’el rei nos confins da Amazônia: A
colonização da Amazônia Ocidental, 1750/1798», Anais da Biblioteca Nacional, 112 (1992): 63-85, 68.
[259] «Copia de algunos capítulos de la carta instructiva que el teniente general don Francisco
Bucareli y Ursua dejó a su partida a estos reinos al mariscal de campo don Juan José de Vertiz», 15-8-
1770, ANC/S, Jesuitas, vol. 160, pie- za 18, fls. 82r-200r, fl. 84v.
[260] «Traducción al castellano de la carta original que escribió Antonio de Silveira Peyxoto», 14-9-
1770; declaração de Antonio Silveira, Pueblo de Candelaria, 25-10-1770; e Francisco Bruno de Zabala
para Joseph de Vertiz, Pueblo de Candelaria, 25-10-1770, todos em AGN/BA, IX.4.3.6.
[261] Joseph de Andonaegui para Luis García de Vivar, Buenos Aires, 10-1-1750, AGN/BA,
IX.3.8.2; e Francisco Xavier de Mendonça Furtado para João Pedro da Câmara, Lisboa, 2-5-1767,
APMG, CMG-SG, Livro C-18, Estante-01, carta 15, fls. 45r-v.
[262] Manuel Fernández para Nicolás Arrendondo, 5-9-1791 e 7-9-1791, AGN/ BA, IX.1.4.3.
[263] Francisco Feijo y Noguera para Juan Joseph de Vertiz, Pergaminho, 8-5-1772, e a declaração
de Felipe Baquero, Buenos Aires, 13-5-1772, AGN/ BA, IX.1.5.6.
[264] «Oponerse y contener a los portugueses que como vecinos quieren introducirse o puede lo estén
ya.» «Capítulo cuarto del interrogatorio por que fue examinado el regular expulso Carlos Abrisi»,
ANQ, FE 30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v, fol 87r-v.
[265] AGN/BA, IX.23.2.4 e IX.23.2.5, contêm informação acerca destas suspeitas.
[266] Acerca das percepções dos carmelitas sobre este conflito, ver Manuel Maria Wermers, A
Ordem Carmelita e o Carmo em Portugal (Lisboa: União Gráfica, 1963), 213-246, nas 230 e 245;
Andre Prat, Notas Históricas sobre as Missões Carmelitanas no Extremo Norte do Brasil: Séculos XVII
e XVIII (Recife: Convento do Carmo, 1941), 30-42; Eduardo Hoornaert, «As missões carmelitanas na
Amazônia (1695-1755)», in Das Reduções Latino-Americanas às Lutas Indígenas Actuais: IX Simpósio
Latino-Americano do CEHILA, Manaus 29-7 a 1-8-1981 (São Paulo: Ed. Paulinas, 1982), 161-174;
Emanuele Boaga, Como Pedras Vivas:... Para Ler a História e a Vida do Carmelo (Roma: Litografia
Principe, 1989), 204; e Wilmar Santin, «Missões carmelitas nos rios Negro e Solimões», Carmelus, 55
(2008): 59-87, 59-60.
[267] Consulta do Consejo de Indias, Madrid, 13-6-1715, AGI, Quito 103, doc. 4, fls. 15r-26v; e
«Relación del estado de las misiones del Marañón o Mainas a cargo de la compañía de Jesús por
Andrés de Zárate», Quito, 30-10-1735, AGI, Quito 158. As ordenanças dos carmelitas do Maranhão e
Pará, datadas de 1728, confirmam parcialmente esta imagem: AGOC, VM/CV 1714-1740, II
Maranhão, Commune I, doc. 3. Proibições semelhantes repetidas em 1737: AGOC, VM/
CV 1714-1740, II Maranhão, Commune I, documento não numerado, datado de 21-10-1737. Tal como
os relatórios de frei António de Araújo, 10-9-1735 e de frei Tomas Jordão, 12-9-1743, AGOC, VM/CV
1741-1752, II Maranhão, Commune I, documentos não numerados.
[268]
Requerimento de Antonio de Ade, carmelita, reproduzido por Joseph Pinheiro Marques em
21-12-1707 e incluído na informação fornecida pelo padre Francisco Ruiz, AGI, Quito 158, fls. 5r-4v; e
«Relação da jornada do Solimões e Rio Negro por frei Vitoriano Pimentel», 7-9-1705, reproduzida em
Renôr de Carvalho, «Presença e permanência...», nas 181-190.
[269] Thomé Joaquim da Costa Corte Real para António Rolim de Moura, Lisboa, 7-7-1757 e 22-8-
1758, APMG, CMG-SG, livro C-18, Estante-01, carta 1, fls. 9-17v, fl. 17r, ponto 20, e carta 2, fls. 19r-
29v, fl. 21r; e Aloysio Conrado Pfeil para o jesuíta geral em Roma, Colégio São Alexandre, Pará, 27-2-
1691, ARSI, «Manuscripta antiquae societatis pars i. assistentiae et provinciae», Bras. 9, fls. 361-368v,
ponto 8, fls. 365v-366r, fl. 366r. Ver também Marques Mörner, The Political and Economic
Activities..., 61 e 89; e Leandro Tormo Sanz, «Las diferencias misionales a uno y otro lado de la línea»,
in El Tratado de Tordesillas y su proyección, vol. 2, 81-92, na 84.
[270] «Si la indita religión carmelitica es la fecunda madre que en sus hijos da, y ha dado, en todos
siglos al mundo tantos otros soles que con las luces de su santidad, sabiduría, doctrina y celo han
ilustrado el fi rmemente de la iglesia.»
[271] «Lista dos padres jesuítas missionários que servirão na província jesuítica de Quito», 1755,
AHU_ACL_CU_071, cx. 1, d. 13; Francisco Xavier de Mendonça Furtado para Sebastião José, Pará,
28-11-1757, AHU_ACL_CU_013, cx. 43, d. 3927; e Petições de Giuseppe da Natividade e André de
Piedade, datadas de 1744 e 1745, AGOC, VM/CV 1741-1752, II Maranhão, Commune I, documentos
não-numerados. Ver também Alden, The Making of an Enterprise..., 267-271; Mörner, The Political
and Economic Activities..., 168-169; Juan Molina Cortón, «El tratado de limites»..., 208; Ganson, The
Guaraní..., 31; Almeida, A Diplomacia Portuguesa..., vol. 1, 56-57; P. Lázaro de Aspurz, La
aportación extranjera a las misiones españolas del patronato regio (Madrid: Consejo de la Hispanidad,
1946); Pierre Delattre e Edmond Lamalle, «Jésuites wallons, flamands, français missionnaires au
Paraguay, 1608-1767», Archivum Historicum Societatis Iesu, 15 (1946): 98-176; e Miquel Batllori,
«Algunos aspectos internacionales de la compañía de Jesús en el Nuevo Mundo» e «Los jesuitas en el
Brasil: La aportación italiana», ambos no seu Del descubrimiento a la independencia: Estudios sobre
Iberoamérica y Filipinas (Caracas: Universidad Católica Andrés Bello, 1979), 77-84 e 85-100.
[272] Consulta do Conselho Ultramarino, Lisboa, 12-11-1697, AHU_ACL_ CU_013, cx. 4, d. 340;
Rodríguez Castelo, Diario del padre Fritz..., 86 e 110; «Relação da jornada do Solimões e Rio Negro
por frei Vitoriano Pimentel», datada de 7-9-1705, reproduzida em Renôr de Carvalho, «Presença e
permanência», 185; e Juan Bautista Julián para o governador do Pará, La Laguna, 5-10-1730, AHU_
ACL_CU_013, cx. 22, d. 2082. O autor também sugere que o carmelita «también ejerce de médico con
los dolientes, de ameno padre con los menesterosos, de juez con los delincuentes y de aventajado
maestro con los ignorantes.» Certificado de Carlos Bretano, San Joaquín de Omaguas, 1-6-1746,
copiado por António Jose Ribeiro, notário apostólico em Lisboa, AGOC, VM/CV 1741-1752, II
Maranhão, Commune I.
[273] Ángel Sanz Tapia, El final del Tratado de Tordesillas: La Expedición del virrey Cevallos al
Río de la Plata (Valhadolid: V Centenario del Tratado de Tordesillas, 1994); Guedes, «A cartografia da
delimitação...», 26-27; e Renata Malcher de Araújo, As Cidades da Amazónia no Século XVIII: Belém,
Macapá e Mazagão (Porto: FAUP, 1998), 19-38 e 67. A «substituição» da experiência jesuíta pela
experiência científica é estudada em Nicholas Richard, «Une géographie post- -jésuite au xviiie siècle»,
in Voyages dans l’Amérique Méridionale, 1781-1801, org.
Félix de Azara (Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2009), vii-lxiv.
[274] Domingues, When the Amerindians Were Vassals...; e M. R. Celestino de Almeida, «Os
vassalos d’el rei...», 65 e 68. Embora nada de semelhante ao Directório português tenha sido
implementado nos territórios espanhóis é, não obstante, evidente que ocorreram processos de
secularização, centralização e assimilação semelhantes por volta da mesma altura ou talvez algumas
décadas mais tarde: Guillermo Wilde, Religión y poder en las misiones de guaraníes (Buenos Aires:
Editorial SB, 2009), 265-267. A passagem de um discurso eclesiástico para um secular sobre o «outro»
é estudada em Guillermo Wilde, «Orden y ambigüedad en la formación territorial del Río de la Plata a
fines del siglo xviii», Horizontes Antropológicos, 9(19) (2003): 105-135, nas 109-112.
[275] ANQ, FE 106, 6342-1, fls. 178r-217r; e Lázaro de Ribera para Santiago Liniers, San Nicolás
de los Arroyos, 25-4-1808, AGI, Estado leg. 80, n.º 107/4.
[276] Diego de Alvear y Ponce, «Diario de la segunda partida de demarcación de límites entre los
dominios de España y Portugal», 1783, BNL, C414; Vicente Aguilar y Jurado e Francisco Requena,
«Historia de las demarcaciones de límites en la América entre los dominios de España», 1777, AMN,
Ms. 283; «Diario da viagem que... Francisco Xavier de Mendonça Furtado... a fês o Rio Negro»,
reproduzido em Reis, Limites e Demarcações..., vol. 2, 276-290; e «Relación de viaje que de la capital
de Santa Fe de Bogotá... hizo a las montañas de los Andaquines y misiones de los ríos Caqueta y
Putumayo... don Sebastián Joseph López Ruiz», Santa Fe, 30-9-1783, AMRE/MRE/R/G-1.2.2, G-47,
n.º 18, fls. 62r-83r. Ver também Manuel Lucena Giraldo, org., Ilustrados y bárbaros: Diario de la
exploración de límites al Amazonas (1782) (Madrid: Alianza Editorial, 1991).
[277] Jorge Juan e Antonio Ulloa eram oficiais da Marinha encarregues pelo rei de Espanha de
acompanhar a missão científica francesa que visitou o vice- -reinado do Peru entre 1736 e 1744. Em
1749 escreveram a Disertación histórica y geográfica sobre el meridiano de demarcación (Madrid:
Instituto Histórico de la Marina, 1972). Ver também Luis J. Ramos Gómez, El viaje a América (1735-
1745) de los tenientes de navío Jorge Juan y Antonio Ulloa y sus consecuencias literarias (Madrid:
CSIC, 1985); Luis J. Ramos Gómez, Época, génesis y texto de las Noticias Secretas de América de
Jorge Juan y Antonio de Ulloa (Madrid: CSIC, 1985); Antonio Lafuente e Antonio Mazuecos, Los
caballeros del punto fijo: Ciencia, política y aventura en la expedición geodésica hispanofrancesa al
virreinato del Perú en el siglo xviii (Madrid: CSIC, 1987); e Herzog, Upholding Justice..., 221-226.
[278] Correspondência entre Antonio de Ulloa e o marquês de la Regalía, AGS, Marina 712, fl. 151;
e «Notas sobre la disertación geográfica e histórica sobre el meridiano de demarcación entre las
coronas de España y Portugal impresa por orden de su majestad por Jorge Juan y Antonio de Ulloa,
Madrid, año de 1748 o 1749» e uma nota para Julián de Arriaga, San Lorenzo, 15-10-1775, ambos em
AHN, Estado leg. 4546, n.º 1. Ver também Luis J. Ramos Gómez, «Jorge Juan y Antonio de Ulloa y el
meridiano de Tordesillas: La disertación histórica y geográfica (1747-1776)», in El Tratado de
Tordesillas y su época, vol. 3, 1561-1592.
[279] Roller, «River Guides...», 111-112. O relatório original, intitulado «Memória», encontra-se no
Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro, lata 288, Mç. 5, pasta 5. Ver também Graça Almeida
Borges, «Entre a diplomacia e a cartografia: o «tratado» de Francisco de Seixas e a soberania
portuguesa na América», in Em Terras Lusas: Conflitos e Fronteiras no Império Português, orgs.
Márcia Motta, José Vicente Serrão e Marina Machado (Rio de Janeiro: Universidade Federal
Fluminense, 2013), 55-80.
[280] Juan e Ulloa, Disertación histórica..., 10. Ver também Neil Safier, Measuring the New World:
Enlightenment Science and South America (Chicago: University of Chicago Press, 2008); e Wilson
Martins, «Um agente secreto da coroa portuguesa na Amazônia: Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-
1815)», Bulletin des Études Portugaises et Brésiliennes, 46-47 (1987): 171-183.
[281] Francisco Requena para José García de León y Pizarro, 17-12-1783, AHN,
Estado 4677-1, n.º 7
[282] Joseph García de León Pizarro para Antonio Caballero y Góngora, 18-4-1784, Juan Joseph de
Villalengua para José de Gálvez, Quito, 18-6-1784, e Francisco Requena para José García de León
Pizarro, Egas, 17-12-1783, todos em AHN, Estado 4677-1, n.º 5.
[283] Wilde, Religión y poder..., 267 e 287-290; e Elisa Frühauf Garcia, «De inimigos a aliados:
Como parte dos missionários repensou o seu passado de conflitos com os portugueses no contexto das
tentativas de demarcação do tratado de Madri», Anais de História de Além-Mar, 8 (2007): 123-137.
[284] O interrogatório elaborado por Juan Francisco Gómez de Villajufre y de Arce, 26-5-1775, e as
declarações que se lhe seguiram, ANQ, FE 30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v; Francisco Requena para
Manuel da Gama Lobo de Almeida, 10-10-1791, AHN, Estado 4611; Joseph Dibuja para Diogo Luís de
Barros e Vasconcelos, Quito, 24-2-1776, AHU_ACL_CU_013, cx. 76, d. 6348; e Manuel da Gama
Lobo de Almada para Martinho de Melo e Castro, Fortaleza da Barra do Rio Negro, 22-7-1791,
AHU_ACL_CU_020, cx. 16, d. 608.
[285] Joaquín Alos para Nicolás Arrendondo, Assunção do Paraguai, 19-9-1791, AHN, Estado 4387,
n.º 5. Ver também «Autos formados a consecuencia de una real cédula para que se informe a su
majestad sobre la conducente a la provincia de Mainas», ANQ, FE 30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v,
fls. 87r-v; declarações recolhidas na povoação de San Joachim de Omagua em 26-5-1775, ANQ, FE 30,
vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v, fls. 95v-107v; e Juan Francisco Gómez de Arce para Joseph Dibuja,
Omagua, 12-10-1775, ANQ, FE 30, vol. 83, n.º 3226, fls. 80r-275v, fls. 108r-113r. Para a resposta
portuguesa, ver, por exemplo, Feliz José Souza para Francisco José Teixeira, Forte El príncipe de la
Vera, 23-11-1784, AHN, Estado 4436, n.º 10.
[286] Francisco Rodrigues para o governador do Pará, Barcelos, 24-4-1765, APEP, cod. 151, doc.
131. Ver também Joaquim Tinoco Valente, Barcelos, 5-12- -1764, APEP, cod. 155, doc. 9. A relação
entre controlar (ou aniquilar) índios e a aquisição territorial foi estudada em Rafael Chambouleyron e
Vanice Siqueira de Melo, «Índios, engenhos e currais na fronteira oriental do estado do Maranhão e
Pará (século xvii)», in Em Terras Lusas: Conflitos e Fronteiras no Império Português, orgs. Márcia
Motta, José Vicente Serrão e Marina Machado (Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense,
2013), 231-259.
[287] Informação fornecida por Joachin Fernández de Bustos, ANQ, FE 111, vol. 264, doc. 6492, fls.
167r-240r. Ver também Wilde, Religión y poder..., 296; e Elisa Frühauf Garcia, As Diversas Formas de
Ser Índio: Políticas Indígenas e Políticas Indigenistas no Extremo Sul da América Portuguesa (Rio de
Janeiro:
Arquivo Nacional, 2009).
[288]
«Informação de Francisco Caldeira Castelo Branco Lara para que se averigúe acerca das questões
que apresenta», Pará, 10-11-1618, AHU_ACL_ CU_009, cx. 1, d. 21; petição de Melchor Ruiz del
Mármol, 1681, ANQ, Gobierno 7, Exp. 5 de 5-5-1681; petição de Manuel de Laviano, Quito, 14-5-
1711, ANQ, FE 9, vol. 22, n.º 701, fl. 71r; Bernardo Pereira de Berredo para o rei, Belém, 10-8- -1721,
AHU_ACL_CU_009, cx. 13, d. 1316; petição de Pablo Noa, ANQ, Indígenas 42 Exp. 25 de 2-11-1729;
petição de Felipe Romero, discutida na audiencia de Quito em 17-5-1754, ANQ, Gobierno 17, Exp. 4
de 9-5-1754; Diego de Sala para Francisco Bucareli y Ursua, Buenos Aires, 5-7-1768 e 3-9-1768,
AGN/BA, IX.11.5.6; Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres para Martinho de Melo e Castro,
Vila Bela, 25-5-1773, AHU_ACL_CU_101, cx. 17. d. 1026; e o concelho municipal de Rio Grande de
São Pedro para o rei, Viamão, 23-9-1771, AHU_ACL_CU_019, cx. 2, d. 171. Ver também Hal
Langfur, «Moved by Terror: Frontier Violence as Cultural Exchange in Late-Colonial Brazil»,
Ethnohistory 52(2) (2005): 255-289; e Martha Bechis, «Ángulos y aristas de la guerra por las vacas en
los comienzos del siglo xviii: ‘Divertimentos’ asesinatos y rivalidades jurisdiccionales», in Piezas de
etnohistoria del sur sudamericano (Madrid: CSIC, 2008), 53-80.
[289] Richard Slatta, «Spanish colonial military strategy and ideology», in Contested Grounds:
Comparative Frontiers on the Northern and Southern Edges of the Spanish Empire, orgs. Donna J. Guy
e Thomas E. Sheridan (Tucson: University of Arizona Press, 1998), 83-96; Guillermo Boccara,
«Génesis y estructura de los complejos fronterizos euro-indígenas. Repensando los márgenes
americanos a partir (y más allá) de la obra de Nathan Wachtel», Memoria Americana, 13 (2005): 21-52;
Hal Langfur, The Forbidden Lands: Colonial Identity, Frontier Violence, and the Persistence of
Brazil’s Eastern Indians, 1750-1830 (Stanford: Stanford University Press, 2006), 24-30; Sara Ortelli,
Trama de una Guerra conveniente: Nueva Vizcaya y la sombra de los apaches (1748-1790) (Cidade do
México: Colegio de México, 2007); Martha Bechis, «La participación de la capitanía general de Chile y
del virreinato del Río de la Plata en la génesis de la «‘nación Pehuenche’», in Piezas de etnohistoria,
141-164; e Christophe Giudicelli, «Identidades rebeldes: Soberanía colonial y poder de clasificación:
sobre la categoría calchaquí (Tucumán, Santa Fe, siglos xvi-xvii)», in América colonial:
Denominaciones, clasificaciones e identidades en América colonial, orgs. Alejandra Araya e Jaime
Valenzuela (Santiago: PUCC/Universidad de Chile, 2010), 137-172.
[290] Decreto de Pedro Melo de Portugal, Buenos Aires, 20-10-1797, BRAH/M, 9-1666, fls. 35r-
36v.
[291] Manuel Fernández para o vice-rei Arredondo, 7-9-1791, AGN/BA, IX.1.4.3. Ver também
Almir Diniz de Carvalho Júnior, «Índios cristãos: A conversão dos gentios na Amazônia portuguesa
(1653-1769)» (tese de doutoramento, Universidade Estadual de Campinas, 2005), 41 e 54.
[292] «Por este meio acresceram a coroa e estados seus porque os que conseguiram ver a felicidade
desta empresa, não só com os olhos em o céu, senão também em terra tem por certo que com ela se
acabou de conquistar o Estado do Maranhão, porque com os Ingaybas por inimigos seria o Pará de
qualquer nação estrangeira que se confederasse com eles, e com os Ingaybas por vassalos e por amigos
fica o Pará seguro e impenetrável a todo o poder estranho.» Bettendorff, Crônica da Missão..., 143. Ver
também Almeida, «Os vassalos d’el rei...», 70; Barbara Ann Sommer, «Negotiated settlements: Native
amazonian and Portuguese policy in Para, Brazil, 1758-1798» (tese de doutoramento, University of
New Mexico, 2000); Mary Karasch, «Rethinking the conquest of Goias, 1775- -1819», Americas, 61(3)
(2005): 462-492; e Nádia Farage, As Muralhas dos Sertões: Os Povos Indígenas no Rio Branco e a
Colonização (São Paulo: Paz e Terra, 1991).
[293] Diogo de Mendonça Corte Real para Francisco Xavier de Mendonça Furtado, Lisboa, 1-6-
1756, AHU_ACL_CU_020, cx. 1, d. 44; informação enviada por Felipe Sturm, Boca do rio Tacutu, 19-
11-1775, AHU_ACL_CU_013, cx. 75, d. 6279, também reproduzida em APEP, cod. 294, doc. 7, 25-
27; e João Pereira Caldas para Martinho de Melo e Castro, Barcelos, 21-6-1785, AHU_ACL_ CU_020,
cx. 9, d. 380.
[294] «Passaporte del capitam geral de Mato Grosso João de Albuquerque de Mello Pereira e
Cáceres», 29-7-1791, AHN, Estado 4548.
[295] João Martins Barrosto para Luís Antônio de Sousa, Iguatemi, 30-1-1771, AHU_ACL_CU_023-
29r-32v; Manuel Guzmán para Feliz José de Souza, Exaltación, 21-9-1784, AHN, Estado 4436;
«Certificado de Don Manuel Mariano de Echeverría», ANQ, Gobierno 24, Exp. 9 de 14-7-1771, fls. 3r-
5r; «Requerimento do índio principal da aldeia de Mortigura da nação Aruaquizes Apolinário
Rodrigues para o rei», antes de 9-3-1757, AHU_ACL_ CU_013, cx. 42, d. 3841; negociações entre o
«cacique infiel Cumbay» e Jorge Michel, AGN/BA, IX.24.04.06, fl. 4r; e João Martins Barrosto para
Luís Antônio de Sousa, Iguatemi, 30-1-1771, AHU_ACL_CU_023-01, cx. 27, d. 2553
[315]
Bettendorff, Crônica da Missão..., 56; e ANQ, Criminales 156, Exp. 6 de 9-10-1793. Ver
também Taruselli, «De conchabados a bandidos...»; e Carvalho, «Lealdades negociadas...», 227-228 e
233.
[316] Petição do jesuíta Pedro Joseph Melanesio, 8-10-1751, ANQ, FE 15, vol. 42, n.º 1583, fls.
135r-6v; e Cristovão da Costa freire para o rei, Belém, 15-3-1712, AHU_ACL_CU_013, cx. 6, d. 482.
Ver também Cecilia Sheridan, «Social control and native territoriality in Northeastern New Spain», in
Choice, Persuasion, and Coercion: Social Control on Spain’s North American Frontier, orgs. Jesús F.
De la Teja e Ross Frank (Albuquerque: University of New Mexico Press, 2005), 121-148, nas 125-129;
e Langfur, The Forbidden Lands..., 217-225.
[317] Manuel Fernández para Nicolás Arredondo, 5-9-1791, AGN/BA, IX.1.4.3.
[318] Marquês de Avilés para Joseph Francisco de Amigorena, Santiago de Chile, 14-3-1797, e
marquês de Sobremonte para Nicolás Arrendondo, 15-5-1792, ambos em AGN/BA, IX.11.4; Pedro
Antonio Cervino, Buenos Aires, 25-6-1804, AGN/ BA, BN 189, Exp. 1882; «Autos de don Antonio de
la Peña sobre informe a España», Quito, 11-7-1771, ANQ, Gobierno 24, Exp. 9 de 14-7-1771; e conde
de São Miguel para o secretário de estado Diogo de Mendonça Corte Real, Vila Boa, 12-12-1755,
AHU_ACL_CU_008, cx. 13, d. 775.
[319] João Maia da Gama para o rei, São Luís de Maranhão, 9-7-1726, AHU_ ACL_CU_009, cx. 15,
d. 1525.
[320] «Tratado entre el gobernador Urizar y los Lules», reproduzido em José Miranda Borelli,
«Tratados de paz realizados con los indígenas en la Argentina (1597-1875)», Suplemento
Antropológico, 19(2) (1984): 233-284, nas 245-246.
[321] Manuel Fernández para Nicolás Arredondo, 10-11-1791, AGN/BA, IX.1.4.3; e Juan Francisco
de Ecala para marquês de Avilés, Frontera del Monte, 7-10-1799, AGN/BA, IX.1.4.6.
[322] Bettendorff, Crônica da Missão..., 140-141.
[323]
«No haríamos mucho caso de dios ni del rey cuando la palabra que les habíamos dado en
nombre de ambos la habíamos quebrantado sin dar ellos motivo alguno.» Joseph Vaguer para Juan José
Vertiz, Fuerte de San Joseph, 29-6-1770, AGN/BA, IX.1.5.2. Ver também conde dos Arcos para o rei,
Vila Boa, 10-2-1751, AHU_ACL_CU_008, cx. 6, d. 466.
[324] «No hay cosa que más altere al indio conquistador, que quebrarle las condiciones y palabras y
no cumplírselas, con las cuales se han sujetado al dominio y vasallaje.» Vargas Machuca, Milicia y
descripción..., vol. 2, livro 4, 57.
[325] O interrogatório e as declarações de Fernando de Santillán e Jorge Ichel em AGN/BA,
IX.23.2.5, Cuaderno 1, fls. 23v-24v e 27r-v.
[326] Petição de Pedro Antonio Cervino, Buenos Aires, 25-6-1804, AGN/ BA, BN 189, Exp. 1882.
[327] «Presentación a Lázaro de Ribera... por los oficiales, vecinos y comandantes de las tropas
auxiliares», sem data, AGI, Estado 81, n.º 15 (1a).
[328] Abílio da Costa Brochado, «O problema da guerra justa em Portugal», Rumo. Revista de
Cultura Portuguesa, 1 (1946): 41-59; Beatriz Perrone-Moisés, «A guerra justa em Portugal no século
xvi», Revista da SBPH, 5 (1989/1990): 5-10; Alida C. Metcalf, «The Entradas of Bahia of the Sixteenth
Century», The Americas, 61(3) (2005): 373-400; Márcia Eliane Alves de Souza e Mello, «Desvendando
outras Franciscas: Mulheres cativas e as ações de liberdade na Amazônia colonial portuguesa»,
Portuguese Studies Review, 13(1) (2005): 1-16; Márcia Eliane Alves de Souza e Mello, Fé e Império:
As Juntas das Missões nas Conquistas Portuguesas (Manaus: Universidade Federal do Amazonas,
2007); António Manuel Hespanha, «Luís de Molina e a escravização dos negros», Análise Social, 25
(2001): 937-960; e Marcocci, A Consciência de um Império..., 281-333.
[329] Conde de Sabugosa para o rei, Bahia, 23-6-1726 e 18-5-1734, AHU_ ACL_CU_005, cx. 27, d.
2468, e cx. 47, d. 4220; Rodrigo César de Meneses para o rei, Cuiabá, 28-3-1728,
AHU_ACL_CU_010, cx. 1, d. 24; Luís Barbosa de Lima para o rei, Pará, 2-10-1732,
AHU_ACL_CU_013, cx. 14, d. 1329; e João de Abreu de Castelo Branco para António Guedes
Pereira, Belém, 9-9-1738, AHU_ACL_CU_013, cx. 21, d. 1982.
[330]
«Sendo nossos confederados e amigos recebendo todo... em nossas terras, casas e fazendas
com toda afabilidade socorrendo de todo o necessário que por eles nos era pedido e debaixo desta
aliança terem feito grandes extorsões, mortes e roubos.» Inácio Coelho da Silva para o príncipe regente,
Pará, 20-4-1679, AHU_ACL_CU_013, cx. 2, d. 178.
[331] João de Maia da Gama para o rei, Belém, 23-10-1726, AHU_ACL_ CU_013, cx. 10, d. 863.
[332]
«Parecer do frei Clemente de São Joseph, comissário provincial de Santo Antônio e membro
da junta das missões», in Autos da Devassa Contra os Índios Mura do Rio Madeira e Nações do Rio
Tocatins (1738-1739), introd. Adélia Engrácia de Oliveira, transcrição Raimundo Martins de Lima
(Manaus: Universidade do Amazonas, 1986), 97-111; e Bettendorff, Crônica da Missão..., 217-218.
[333] Pedro Puntoni, A Guerra dos Bárbaros: Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste
do Brasil, 1760-1720 (São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000), 77-81.
[334]
«Ley... de 9-4-1655 sobre os índios do Maranhão», Anais da Biblioteca Nacional 66(1): 25-
28; e «Instruções régias públicas e secretas para Francisco Xavier de Mendonça», in J. L. de Azevedo,
Os Jesuítas no Grão Pará..., 348-356, nota F.
[335] Rascunho de «Instruções do secretário de estado Martinho de Melo e Castro para o governador
e capitão-geral de São Paulo Luís Antônio de Sousa», Lisboa, 22-4-1774, AHU_ACL_CU_023-01, cx.
29, d. 2661.
[336]
A mudança de «conquista» para «pacificação» foi inscrita nas
«Ordenanzas de Nueva Población» de 1573, reproduzidas em Morales
Padrón, Teoría y leyes..., 489-518, que no artigo 20 proibiam o uso da guerra
e no artigo 29 instruíam que as descobertas não deviam ser chamadas
«conquistas» porque deviam desenrolar- -se com «paz e caridade.» A maioria
destas regras foi reproduzida na Recopilación de Indias, a principal
compilação da legislação colonial, livro 4, título 1, leis 6 e 10. De jure
proibidas, de facto algumas guerras tiveram lugar: petição do jesuíta Pedro
Joseph Melanesio, 8-10-1751, ANQ, FE 15, vol. 42, n.º 1583, fls. 135r-6v;
petição de Miguel Hernández Bello, Quito, 13-7-1979, ANQ, FE 150, vol.
343, n.º 8216, fls. 44r-47v; carta de Juan José de Sarden para o vice-rei,
Fuerte de Monte, 4-11-1780, AGN/BA, IX.1.4.6; e carta para Luis García de
Vivar, Buenos Aires, 16-9-1754, AGN/BA, IX.3.8.2. Ver também Silvio
Zavala, Los esclavos indios en Nueva España (Cidade do México: El Colegio
Nacional, 1967); David Block, Mission Culture on the Upper Amazon:
Native Tradition, Jesuit Enterprise, and Secular Policy in Moxos, 1660-1880
(Lincoln e Londres: University of Nebraska Press, 1994), 33; Cecilia
Sheridan, Anónimos y Desterrados: La contienda por el «sitio que llaman de
Quauyla», xvi-xviii siglos (Cidade do México: CIESAS, 2000), 17 e 77-78; e
Paul Wojtalewicz, «The junta de missões/ junta de misiones: A comparative
study of peripheries and imperial administration in eighteenth-century Iberian
empires», Colonial Latin American Review 8(2) (1999): 225-240.
[337]
A sua petição ao governador, sem data, e carta de Lázaro de Rivera para José de Espínola, Santa
Rosa, 28-1-1797, AHN, Estado 3410, n.º 13.
[338]
«Atendiendo que el bárbaro no solo se ha hecho dueño de los dominios sino también se ha
excedido a destruir los vasallos y sus haciendas... con la más sangrienta persecución»: petição de Rafael
Torrico, Laguna, 17-1-1805, in AGN/ BA, IX.23.2.5, Cuaderno 1, fls. 42r-45r, fls. 43r-v; Diego
Velasco para Ramón Pizarro, La Laguna, 19-1-1805; Ramón Pizarro para Marqués de Sobremonte, La
Plata, 25-1-1805; Vicente Rodriguez Romano, La Plata, 7-7-1808, AGN/BA, IX.23.2.5, Cuaderno 1,
fls. 45v-123v, e Cuaderno, 8 (não numerado).
[339] Sobre a forma como a paz e a guerra podiam coincidir, e como as duas se relacionavam com a
conversão, ver também Marcocci, A Consciência de um Império..., 252-265
[340] Ramón García Pizarro para marquês de Sobremonte, La Plata, 25-8-1806, AGN/BA, IX.24.4-6,
Exp. 39; Pedro Antonio Cervino, Buenos Aires, 25-6- -1804, AGN/BA, BN 189, Exp. 1882;
«Expedición para contener las irrupciones de los indios infieles de las fronteras de la cordillera de los
Sauces», AGN/BA, IX.24.4.8, Exp. 50; Joaquin Alos para Nicolás Arrendondo, Assunção do Paraguai,
19-9-1791 e 19-1-1793, AHN, Estado 4387, n.º 4, e Estado 4548; e Martín Boneo para Joaquín de
Aosmino, Assunção do Paraguai, 14-10-1790, BRAH/M, 9-1663, fls. 36-41.
[341] «Tratados que deberá observar con este superior gobierno el cacique Callfilqui», AGN/BA, BN
189, Exp. 1877, parcialmente reproduzido em Levaggi, Paz en la frontera, 135; e Levaggi, Diplomacia
hispano-indígena..., 240-241.
[342]
«Tratado entre el gobernador Urizar y los Malbalaes», reproduzido em Borelli, «Tratados de
paz...», 243-244; Francisco Coelho de Carvalho para o rei, 28-2-1624, AHU_ACL_CU_009, cx. 1, d.
79; e «Carta Patente de principal», dada por Francisco Xavier de Mendonça Furtado em 6-10-1752,
petições de Ignacio Coelho, Francisco de Souza de Menezes, e Luís de Miranda para o rei, as três
datadas de 15-3-1755, e Sebastião José de Carvalho e Mello para o Conselho Ultramarino, 15-3-1755,
todas citadas em Mauro Cezar Coelho, «De guerreiro a principal: Integração das chefias indígenas à
estrutura de poder colonial, sob o diretório dos índios (1758-1798)», in Actas do Congresso
Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: Poderes e Sociedades, Lisboa, 2 a 5 Novembro de
2005, 6, disponível em http://cvc.instituto-
camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/mauro_cezar_coelho.pdf. Ver também Farage, As Muralhas dos
Sertões..., 160-163 e 170.
[343]Neil L. Whitehead, «Tribes make states and states make tribes: Warfare and the creation of
colonial tribes and states in northeastern South America», in War in the Tribal Zone: Expanding States
and Indigenous Warfare, orgs. R. Brian Ferguson e Neil L. Whitehead (Santa Fé, NM: School of
American Research Press, 1992), 127-150; Guillaume Boccara, «Antropología política en los márgenes
del Nuevo Mundo: Categorías coloniales, tipologías antropológicas y producción de la diferencia», in
Fronteras movedizas: Clasificaciones coloniales y dinámicas socioculturales en las fronteras
americanas, org. Christophe Giudicelli (Cidade do México: CEMCA, 2010), 103-135, nas 119-120;
Christophe Giudicelli, «¿»‘Naciones de enemigos?’: La identificación de los indios rebeldes en la
Nueva Vizcaya (siglo xvii)», in El gran norte mexicano: Indios, misioneros y pobladores entre el mito y
la historia, org. Salvador Bernabéu Albert (Sevilha: CSIC, 2009), 27-57; Alexandra V. Roth, «The
xebero ‘indios amigos’: Their part in the ancient province of Mainas», in Resistencia y adaptación
nativas en las tierras bajas latinoamericanas, org. María Susana Cipolletti (Quito: Abya-Yala, 1997),
107-122; Garcia, As Diversas Formas..., 138-139 e 227-265; e Puntoni, A Guerra dos Bárbaros..., 60-
61, 68-69, e 77.
[344] Francisco de Vitoria, Relecciones sobre los indios y el derecho de guerra (Madrid: Espasa-
Calpe, 1975 [1538]). Ver também Anthony Pagden, «Dispossessing the barbarian: The language of
Spanish thomism and the debate over the property rights of the American Indians», in David Armitage,
org., Theories of Empire, 1450-1800 (Aldershot: Ashgate-Variorum, 1998), 159-178; Anthony Pagden,
Lords of All the World: Ideologies of Empire in Spain, Britain, and France, c-1500-c-1800 (New
Haven, CT: Yale University Press, 1995), 46-62, nas 47-49; Rolena Adorno, The Polemics of
Possession in Spanish American Narrative (New Haven, CT: Yale University Press, 2007); Joshua
Castellino e Steve Allen, Title to Territory in International Law: A Temporal Analysis (Aldershot:
Ashgate, 2003), 42-55; e Christopher Tomlins, Freedom Bound: Law, Labor, and Civic Identity in
Colonizing English America, 1580-1865 (Nova Iorque: Cambridge University Press, 2010), 115-120,
131-134, 143, e 148.
[345] Martin Kintzinger, «From the late middle ages to the peace of Westphalia», in The Oxford
Handbook of the History of International Law, orgs. Bardo Fassbender e Anne Peters (Oxford: Oxford
University Press, 2012), 608-627, 613, e 618; e Marti Koskenniemi, «Histories of international law:
Dealing with eurocentrism», Rechtsgeschichte, 19 (2011): 152-176. Ver também Robert A. Williams,
The American Indian in Western Legal Thought: The Discourses of Conquest (Oxford: Oxford
University Press, 1990), 6-7; e Lauren Benton e Benjamin Straumann, «Acquiring empire by law: From
Roman doctrine to early modern European practice», Law and History Review, 28(1) (2010): 1-38.
[346] Andrew Fitzmaurice, «Discovery, conquest, and occupation of territory», in The Oxford
Handbook of the History of International Law, 840-861, 841; e Andrew Fitzmaurice, Sovereignty,
Property, and Empire, 1500-2000 (Cambridge:
Cambridge University Press, 2014).
[347] Paolo Marchetti, De Iure Finium: Diritto e confine tratardo medioevo ed età moderna (Milan:
Giuffrè Editore, 2001), 73-4, 96-111, e 185-181; e Castellino e Allen, Title to Territory..., 29-89.
[348] Thomas More, Utopia, tradução de Gilbert Burnet (Dublin: R. reilly, 1737 [1516]), 60-61.
[349]
Alberico Gentili, De Iure Belli libri tre, tradução de John C. Rolf (Oxford: Clarendon Press,
1933; reimpressão moderna da edição de 1612 [1588]), livro 1, capítulo 17, 80-81.
[350] Hugo Grotius, The Freedom of the Seas or the Right Which Belongs to the Dutch to Take Part
in the East Indian Trade, tradução de Ralph van Deman Magoffin (Nova Iorque: Oxford University
Press, 1916 [1609]), capítulo 2, 11-12, capítulo 5, 24-30, 34, e 39, e capítulo 7, 47-60; e Grotius, On the
Law of War, livro 2, capítulo 2, 4, 11, e 17, e capítulo 4, 1-3 e 8-9.
[351]
Pufendorf, Of the Law of Nature, livro 4, capítulo 4, 1, 2, 4, 6, 9, e 13, e capítulo 6, 3 e 4 e
capítulo 12, 7-9 e 11. Ver também Olivecrona, «Appropriation...», 216-217.
[352]
Emilio Bussi, La formazione dei dogma di diritto private nel diritto commune (diritti reali e
diritti di obbligazione) (Pádua: Cedam, 1937), 22-30; e Paolo Grossi, Il dominio e le cose: Percezioni
medievali e moderne dei diritti reali (Milão: Guiffrè, 1992).
[353] «Y verdaderamente para las islas y tierras que hallaron por ocupar y poblar de otras gentes, o
ya porque nunca antes las hubiesen habitado o porque si las habitaron se pasaron a otras y las dejaron
incultas, no se puede negar que lo sea y de los más conocidos por el derecho natural y de todas las
gentes, que dieron este premio a industria y quisieron que lo libre cediese a los que primero lo hallasen
y ocupasen y así se fue practicando en todas las provincias del mundo, como a cada paso nos lo enseña
Aristóteles, Cicerón, nuestros jurisconsultos y sus glosadores» e «los lugares desiertos e incultos
quedan en la libertad natural y son del que primero los ocupa en premio de su industria»: Solórzano y
Pereira, Política Indiana..., livro 1, capítulo 9, pontos 13-14 e 18-19 nas 90-92.
[354] Nuix, Reflexiones imparciales..., 138-144.
[355] Botella Ordinas, «¿Era inevitable 1808?...»; Eva Botella Ordinas, «Debating empire,
investigating empires: British territorial claims against the Spaniards in America, 1670-1714», Journal
for Early Modern Cultural Studies, 10(10) (2010): 142-168; e Eliga H. Gould, «Entangled histories,
entangled worlds: The english- -speaking Atlantic as a Spanish periphery», American Historical
Review 112(3) (2007): 764-786, nas 770-772.
[356] Nuix, Reflexiones imparciales..., 145-149.
[357] John Locke, Two Treatises of Government (Londres: Black Swan, 1698), segundo tratado,
capítulo 5, pontos 27-51, especialmente pontos 31-32. Os tratados de Locke foram estudados por
muitos autores. Estes livros revelaram- -se muito úteis para o meu trabalho: C. B. MacPherson, The
Political Theory of Possessive Individualism: Hobbes to Locke (Oxford: Clarendon Press, 1962); e
James Tully, A Discourse on Property: John Locke and His Adversaries (Cambridge: Cambridge
University Press, 1980). Ver também Paolo Grossi, An Alternative to Private Property: Collective
Property in the Juridical Consciousness of the 19th Century, tradução de Lydia Cochrane (Chicago:
University of Chicago Press, 1981); J. M. Neeson, Commoners: Common Right, Enclosure, and Social
Change, England, 1700-1829 (Cambridge: Cambridge University Press, 1993), 15-109 e 313-319;
Laura Brace, «Husbanding the earth and hedging out the poor», in Land and Freedom: Law, Property
Rights, and the British Diaspora, orgs. A. R. Buck, John McLaren e Nancy E. Wright (Burlington, VT:
Aldershot 2001), 16-17; Laura Brace, The Idea of Property in Seventeenth-Century England: Tithes
and the Individual (Manchester: Manchester University Press, 1998), 164; James Warren Springer,
«American Indian and the law of real property in colonial New England», American Journal of Legal
History, 30(1) (1986): 25-58, 45-46; James Muldoon, Canon Law, the Expansion of Europe and World
Order (Aldershot: Ashgate, 1998), capítulos 4 e 6; e Tamar Herzog, «Did European law turn
American? Territory, property and rights in an Atlantic World», in New Horizons of Spanish Colonial
Law: Contributions to Transnational Early Modern Legal History, orgs. Thomas Duve e Heikki
Pihlajamäki (Francoforte: Vittorio Klostermann-Max Planck, 2015).
[358]
«El hombre, después de haber disputado con las fierras el dominio de la naturaleza sujetó las unas
a obedecer el imperio de su voz y obligó a las demás a vivir escondidas en la espesura de los montes, y
como rompiendo con su ayuda los bosques y malezas que cubrían la tierra, supo enseñorearla y hacerla
servir a sus necessidades» e «el oficio del labrador es luchar a todas horas con la naturaleza, que de
suyo nada produce sino maleza, y que solo da frutos sazonados a fuerza de trabajo y cultivo»: Gaspar
Melchor de Jovellanos, «Informe de la Sociedad Económica de Madrid al Consejo de Castilla en el
Expediente de la Ley Agraria», Madrid, 1795, reproduzido em Gaspar Melchor de Jovellanos, Escritos
Económicos, org. Vicent Llombart (Madrid: Real Academia de Ciencias Morales y Políticas, 2000),
185-359, 304, e 381.
[359]Barbara Arneil, John Locke and America: The Defense of English Colonialism (Oxford:
Clarendon, 1996), 16. Ver também Wilcomb E. Washburn, «The moral and legal justifications for
dispossessing the Indians», in Seventeenth-Century America: Essays in Colonial History, org. James
Morton Smith (Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1959), 15-32, nas 23-24; Wilbur R.
Jacobs, Dispossessing the American Indian: Indians and Whites on the Colonial Frontier (Nova Iorque:
Charles Scriber’s Sons, 1972), 111; John E. Kicza, «Dealing with foreigners: A comparative essay
regarding initial expectations and interactions between native societies and the English in North
America and the Spanish in Mexico», Colonial Latin American Historical Review, 3(4) (1994): 381-
397, nas 389 e 392; George Raudzens, «Why did Amerindian defense fail?: Parallels in the European
invasions of Hispaniola, Virginia and Beyond», War in History, 3(3) (1996): 331-352, nas 343-344;
Jean M. O’Brien, Dispossession by Degrees: Indian Land and Identity in Natick, Massachusetts, 1650-
1790 (Cambridge: Cambridge University Press, 1997), 6-7; Bernard W. Sheehan, Savagism and
Civility: Indians and Englishmen in Colonial Virginia (Cambridge: Cambridge University Press, 1980),
5; e Stuart Banner, «Why Terra Nullius?: Anthropology and property law in Early Australia», Law and
History Review, 23(1) (2005): 95-131.
[360] Tully, A Discourse on Property..., 65-68, 80, e 100; e Paschal Larkin, Property in the
Eighteenth Century with Special Reference to England and Locke (Nova Iorque: Howard Fertig, 1969),
53-66.
[361] José Calvet de Magalhães, História do Pensamento Económico em Portugal da Idade Média ao
Mercantilismo (Coimbra: Boletim de Ciências Económicas, 1967), 3-4 d 11; Manuel J. Rodríguez
Puerto, «Derecho natural, propriedad y utilidad en el humanismo jurídico», Ius Fugit, 5-6 (1996-1997):
491-503 e 510-525, nas 499-500 e 518.
[362] Ignacio de la Concha y Martínez, La «presura»: La ocupación de tierras en los primeros siglos
de la reconquista (Madrid: CSIC, 1946); e Virgínia Rau, Sesmarias Medievais Portuguesas (Lisboa:
Presença, 1982 [1946]), 34-35.
[363] Ao mencionarem a «arte», os homens da época provavelmente referiam-se à necessidade de
explorar o potencial máximo da terra ou, na linguagem da era moderna, de «melhorá-la»; «Acrescentar
et amuchiguar et fenchir la tierra fue el primero mandamiento que Dios mando al primero home et
mugger depues que los hubo fechos» (lei 1); «Acrescentando et criando el pueblo su linaje et labrando
la tierra et sirviendose della asi como diximos en las leyes antes desta, son dos cosas que por se
amuchigua la gente et se puebla la tierra segunt Dios mando. Mas aun hi ha otra cosa que deben facer
los homes para ser el mandamiento complido, et esto es que se apoderen et sepan ser señores della. Et
este apoderamiento viene en dos guisas: la una es arte et la otra fuerza. Ca por seso deben los homes
conocer la tierra y saber para qué será más provechosa et adobarla et endereszarla por mestria segunt
aqueso, et non la deben despreciar deciendo que non es buena;... et faciendo esto se apoderaran de la
tierra, et servirse han de las cosas que son en ella... segunt mandamiento de Dios» (lei 6): Siete
Partidas, Partida ii, título 20, leis 1 e 6.
[364]
Rau, Sesmarias Medievais..., 87; e Carmen Margarita Oliveira Alveal, «Converting land into
property in the Portuguese Atlantic world, 16th-18th century» (tese de doutoramento, Johns Hopkins
University, 2007), capítulo 1.
[365] A obrigação régia era «cuidar de que cada uno labre su tierra, y que la labre bien, porque
también conviene a la república, cuyo curador es vuestra majestad... y aunque no sea en España toda la
tierra de vuestra majestad... lo es por lo universal para dirección de los dominios particulares a pública
utilidad... que toda la tierra fue de la república originalmente y si se repartió a cada uno, fue de intento
y para comodidad de la labor y se les dió para que la labrasen como en enfiteusis, como dije que nos la
dió dios, cuyos mayorales son los reyes.» Pedro de Valencia, citado em Carmelo Viñas y Mey, El
problema de la tierra en la España de los siglos xvi-xvii (Madrid: CSIC, 1941), 164. Ver também
Thomas Kenneth Niehaus, «Population problems and land use in the writing of the Spanish arbitristas:
Social and economic thinkers, 1600-1650» (tese de doutoramento, University of Texas at Austin,
1976); Manuel Martín Rodríguez, Pensamiento económico español sobre la población: De Soto a
Matanegui (Madrid: Pirámide, 1984); Maravall, Estado moderno..., vol. 2, 325-339; e David E.
Vassberg, «The Tierras Baldías: Community property and public lands in 16th century Castile»,
Agricultural History, 48(3) (1974): 383-401, nas 384-385 e 393-394.
[366] Melchor de Jovellanos, Informe de la Sociedad Económica, 8 e 12-13. Ver também Viñas y
Mey, El problema de la tierra, 164 (citando Juan de Mariana, De rege et regis institutione [Toledo:
Apud Petrum Rodericum typo. Regium, 1599]) e 147.
[367] Magalhães, História do Pensamento Económico..., 11, 137-139; Armando de Castro, O
Pensamento Económico no Portugal Moderno (de Fins do Século xviii a Começos do Século XX)
(Lisboa: Ministério da Cultura e da Ciência, 1980), 38-40; e José Vicente Serrão, «O pensamento
agrário setecentista (pré- -fisiocrático): Diagnósticos e soluções propostas», in Contribuições para a
História do Pensamento Económico em Portugal, org. José Luís Cardoso (Lisboa: Dom Quixote,
1988), 23-50. Ver também Richard Drayton, Nature’s Government: Science, Imperial Britain, and the
«Improvement» of the World (New Haven, CT: Yale University Press, 2000), 50-51.
[368] ANTT, Cortes, Mç. 13, fls. 21-22
[369] Francisco de Peralta, «Relación de lo que han informado los corregidores... acerca del remedio
que se tendrá para la conservación de la labranza y crianza», manuscrito sem data (século xvii?) BNE,
Ms. 9372, fls. 31r-40v; e Pragmática en que se declara los que han de ser hermanos de la Mesta y en
la forma que pueden traspasar y vender las dehesas (Madrid: Juan de la Cuesta, 1609). Ver também
Márcia Maria Menendes Motta, Direito à Terra no Brasil: A Gestação do Conflito 1795-1824 (São
Paulo: Alameda Casa Editorial, 2009), 28-45.
[370] Tamar Herzog, «Terres et déserts, société et sauvagerie: De la communauté en Amérique et en
Castille à l’époque moderne», Annales HSS 62(3) (2007): 507-538, nas 525-528. Ver também Vicente
Palacio Atard, Las «nuevas poblaciones» andaluzas de Carlos III: Los españoles de la ilustración
(Córdova: Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Córdoba, 1989); Jordi Olivera Samitier, Nuevas
poblaciones en la España de la ilustración (Barcelona: Fundación Caja de Arquitectos, 1998); e Juan
Helguera Quijada, «Los despoblados y la política de colonización del reformismo ilustrado en la
cuenca del Duero», in Despoblación y colonización del Valle del Duero, siglos viii-xx, IV Congreso de
Estudios Medievales (Ávila: Fundación Sánchez Albornoz, 1995), 375-411.
[371]
«Pues ni han tenido ni tienen ni pueden tener por el orden regular en ellas más utilidad, que lo
que pudieran figurarse en unas posesiones situadas en los espacios imaginários.» Nicolás de Arriquibar,
Recreación política: Reflexiones sobre el amigo de los hombres en su tratado de población
considerando con respecto de nuestros intereses (Vitória: Tomás de Robles y Navarro, 1779), 236.
[372]
«Un reino podría formarse de solo estos desiertos espantosos y su reconquista sería más
gloriosa, útil y segura, que la de países distantes.» Arriquibar, Recreación política..., 235. Ver também
Joaquín Navarros, «Plan de repoblación para el lugar de Zarapuz en el reino de Navarra», 1778,
ARSEMAP 25/11.
[373] Tamar Herzog, «Colonial law and ‘native customs’. Indigenous land rights in colonial Spanish
America», The Americas, 63(3) (2013): 303-321.
[374] As composiciones latino-americanas foram estudadas por muitos autores. Ver, por exemplo,
Cristina Torales Pacheco, «A note on the composiciones de Tierra in the jurisdiction of Cholula, Puebla
(1591-1757)», in The Indian Community of Colonial Mexico: Fifteen Essays on Land Tenure,
Corporate Organizations, Ideology, and Village Politics, orgs. Arij Ouweneel e Simon Miller
(Amesterdão: CEDLA, 1990), 87-102; e Donato Amado Gonzáles, «Reparto de tierras indígenas y la
primera visita y composición general, 1591-1595», Histórica 22(2) (1998): 197-207. Ver também
Recopilación de Indias, livro 4, título 12, leis 15-21. O seu funcionamento em relação às comunidades
nativas foi exemplificado em petição de Salvador Ango Pilainlade Salazar, cacique, Otavalo, 3-12-
1692, ANQ, Tierras 18, Exp. 15-12-1692, fl. 1v; e petição de Juan Guaytara, cacique, Quito, 15-3-
1712, ANQ, Tierras 34, Exp. 15-3-1712, fls. 2r-v.
[375] Vânia Maria Losada Moreira, «Nós índios, índios nós senhores de nossas ações...: Direito de
domínio dos índios e cristandade em conflito (Vila de Nova Benavente, capitania do Espírito Santo,
1795-1798)», in Em Terras Lusas: Conflitos e Fronteiras no Império Português, orgs. Márcia Motta,
José Vicente Serrão e Marina Machado (Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 2013), 231-
259. Ver também Carlos Castilho Cabral, Terras Devolutas e Prescrição (Rio de Janeiro: Jornal do
Commercio, 1943), 38, e Manuela Carneiro da Cunha, Os Direitos do Índio: Ensaios e Documentos
(São Paulo: Editora Brasiliense, 1987), 32 e 58-63.
[376] «Voto do padre Antonio Vieira... sobre o governo espiritual e temporal dos índios do Brasil»,
Bahia, 12-7-1694, BA, 51-V-45, fl. 5r; «Voto do padre Antonio Vieyra sobre as dúvidas dos moradores
de São Paulo a cerca da administração dos índios», 12-7-1694, BA, 51-V-45, fls. 5r-10r; «Informação
do modo com que foram tomados e sentenciados por cativos os índios do ano de 1655 feita pelo padre
Antonio Vieira», BA, 49-IV-23, fls. 115r-136r, fl. 116v. Algumas destas opiniões foram reproduzidas
em Vieira, Escritos Históricos e Políticos..., 429-444.
[377] Márcia Maria Menendes Motta, Nas Fronteiras do Poder: Conflito e Direito à Terra no Brasil
de Meados do Século XIX (Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1998); Motta,
Direito à Terra no Brasil..., 15-16 e 81 e 129; Márcia Maria Menendes Motta, «The sesmarias in
Brazil: Colonial land policies in the late eighteenth century», E-Journal of Portuguese History, 3(2)
(2005); Ruy Cirne Lima, Pequena História Territorial do Brasil: Sesmarias e Terras Devolutas
(Brasília: ESAF, 1988); Nelson Nozoe, «Sesmarias e apossamento de terras no Brasil colônia», Revista
Economia, 7(3) (2006): 587-605; José Ribamar Bessa Freire e Márcia Fernanda Malheiros, Os
Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro: EDUERJ, 1997), 67-68 e 70; Alveal,
«Converting land», capítulo 5.
[378] Patricia Seed, American Pentimiento: The Invention of Indians and the Pursuit of Riches
(Minneapolis: University of Minnesota Press, 2001); e John H. Elliott, Empires of the Atlantic World:
Britain and Spain in America, 1492-1830 (New Haven, CT: Yale University Press, 2006).
[379] Langfur, The Forbidden Lands..., 42-47, 68, e 170; Amy Turner Bushnell, «None of These
Wondering Nations Has Ever Been Reduced to the Faith». Mission and Mobility on the Spanish-
American Frontier», in The Spiritual Conversion of the Americas, ed. James Muldoon (Gainesville:
University Press of Florida, 2004), 142-168, na 142; e Christophe Giudicelli, «La raya de los pulares:
Institution d’une frontière indienne coloniale au sein du Valle Calchaquí (1582- -1630)», in Les indiens
des frontières coloniales: Amérique australe, xvie siècle/ temps présent, orgs. Jimena Paz Obregón
Iturra, Luc Vapdevila e Nicolas Richard (Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2011), 27-57. Ver
também A. J. R. Russel-Wood, «Frontiers in colonial Brazil: Reality, myth and metaphor», in Latin
American Frontiers, Borders, and Hinterlands: Research Needs and Resources, org. Paula Covington
(Albuquerque: General Library-University of New Mexico, 1990), 26-61, nas 36-54; e Herzog, «Terres
et déserts».
[380]
Carlos de Araújo Moreira Neto, «Índios e fronteiras», Revista de Estudos e Pesquisas
(Brasilia), 2(2) (2005): 79-87; e Daniel Clayton, «The creation of imperial space in the Pacific
Northwest», Journal of Historical Geography, 26(3) (2000): 327-350, 334.
[381] «Ruegan los padres misioneros de los indios guaranís al padre confesor del rey considere
algunos cargos de la conciencia de su majestad que resultan de la ejecución del real tratado [de 1750]»,
anónimo, sem data, ANC/S, Jesuitas, vol. 197, fls. 109r-110v; e Baltasar Maziel, «Informe de Baltasar
Maziel al gobernador Bucareli», Buenos Aires, 19-10-1769, reproduzido em Maziel, De la justicia...,
201-204
[382]
«El derecho natural de los indios... a los bienes inmuebles adquiridos con su propio trabajo y
la propia industria, en la tierra donde ellos nacieron y poseyeron de tiempo inmemorial sus antepasados
y abuelos.» Manuel Arnal, «Injusticia de la causa paraguaya», tradução de Cayetano Bruno e
reproduzido em Maziel, De la justicia..., 187-200, na 189.
[383]
Félix Feliciano da Fonseca, «Relação do que aconteceu aos demarcadores portugueses e
castelhanos», Lisboa, pós-1753, 5-6, citado em Domingues, When the Amerindians Were Vassals...,
193; e «Estos papeles dan noticia con más extensión del estado en que se hallaba la expedición de los
pueblos el día 15-2.de este año», BPE, cod. cxvi (2-12), n.º 16.
[384] «Riduzione di tatto e di ragione», manuscrito anónimo, sem data, ASV, Fondo Gesuiti, vol. 4,
ponto 2.
[385] Luís António de Souza para Carlos Morphy, São Paulo, 17-7-1771, AGN/ BA, IX.4.3-6.
[386] «Se reintegraron a esta provincia por derecho de reversión todos aquellos campos, como que
son vasallos de nuestro monarca y señor natural y han prestado palabra de fidelidad y subordinación.»
Joaquín de Alós para Nicolás Arredondo, Assunção do Paraguai 8-2-1792, AHN, Estado 4555, n.os 9-
42, fl. 5.
[387] Juan Carlos Bazán, «Examen jurídico y discurso historial sobre... los confines de los reinos de
Castilla y Portugal... en el Río de la Plata», sem data, BNE, Ms. 3042, fls. 42r-101v, fl. 96r.
[388] «Primeramente, que por cuanto ocupan estos territorios que han poseído sus antepasados en los
cuales como criados en ellos gozan de buena salud... se les ha de dejar y mantener en dicha posesión,
que han tenido, sin despojarlos de ellas, por dárselas a otros nacionales». Levaggi, Paz en la frontera...,
82.
[389] «Que como manteniendo su majestad a todos los indios... en la posesión de las tierras que
comprenden, ha conservado siempre sobre éstas el dominio alto que como a soberano dueño de todo le
corresponde». Ibidem, 152.
[390] «Considerándose con derecho a los terrenos que hacen la confluencia de dichos ríos... cedieron
en la posesión de ellos para el establecimiento del mismo fuerte». Ibidem, 163.
[391] «Sobre las hostilidades de los indios chiriguanos de la cordillera de Sauces por parte de las
fronteras de Tomina en el distrito de la intendencia de Charcas 1805», AGN/BA, IX.23.2.5, Cuaderno
1, por exemplo, a investigação desenvolvida em Pueblo Real de San Pedro Larabuco em 3-1-1805,
incluindo o interrogatório e as declarações de Fernando de Santillán..., fls. 23v-24v, e Jorge Ichel, fls.
27r-v.
[392]
«Respecto a que la extensión de estas campañas es dilatada, y que franquea su utilidad, a todas las
naciones de indios que las pueblan sin perjuicio de nuestros usuales territorios, siempre que se
contengan en los que les son a ellos proporcionados». Levaggi, Paz en la frontera, 127.
[393]
«Para cuando hayan dado buenas pruebas de su fiel vasallaje al rey...
observando buen correspondencia con todos los españoles.» Jerónimo
Matorras em 29-7-1774, reproduzido em Nacuzzi, «Los cacicazgos», apendix
III, 71-74, na 71.
[394]
Consulta do Conselho Ultramarino, Lisboa, 12-2-1716, AHU_ACL_
CU_013, cx. 6, d. 515; «Instrução da rainha para D. António Rolim de
Moura», Lisboa, 19-1-1749, APMG, Livro C-03, Doc. 01, fls. 3-8, fl. 6,
ponto 19; Consulta do Conselho Ultramarino, Lisboa, 8-2-1731,
ahu_acl_cu_023-01, cx. 7, d. 756; e João de Abreu Castelo Branco para o rei,
Pará, 16-1-1746, AHU_ACL_CU_013, cx. 28, d. 2676. Percepções
espanholas semelhantes são descritas em Joaquín Alos para Nicolás
Arrendondo, Assunção do Paraguai, 26-10-1792, AHN, Estado 4548; e
Lázaro de Rivera para José de Espínola, Santa Rosa, 28-1-1797, AHN,
Estado 3410, n.º 13.
[395] «Por derecho natural y común el dominio de las cosas se adquiere al primo capiente el cual por
cédulas y leyes municipales de estos reinos está mandado guardar a sus pobladores y particularmente a
los indios para que se les conserve la posesión de aquellas tierras que hubiesen estado ocupando sus
mayores o los gentiles de quienes proceden, sin perturbar a los sucesores que hubiesen recibido la
católica enseñanza de nuestra verdadera fe y la sujeción a nuestro soberano, con los recomendables
privilegios que a no se hallare que hubiesen estado ocupando tierras algunas o las despoblasen los
bárbaros siguiendo su ciega idolatría y huyendo el reducirse al gremio cristiano y sujeción de los
católicos y gloriosos reyes de España y se poblasen otros convertidos aún que estos no hubiesen
ocupado tierras algunas»: Protector de Indios, ANQ, Tierras 47, Exp. de 1735, fl. 2v
[396] «Creo que V. E. no quiere en este lugar hacer dependiente el dominio de la corona portuguesa
en una ocupación privativa porque si tal fuese su mente y la tácita consecuencia que envuelven aquellas
palabras, además de ser opuestas a los principios del derecho público y de las gentes, que solo
requieren una ocupación general, que puerta no abriría que a todas las naciones para entrar por los
vastos dominios de la corona Española, muchos de los cuales solo están ocupados por sus antiguos y
silvestres habitadores?» Lazaro de Ribera de Cayetano Pinto de Miranda Montenegro, Vila Bela, 30-6-
1797, a resposta do seu congénere espanhol datada de Assunção do Paraguai, 7-9-1797, e a sua segunda
carta, Mato Grosso, 21-11-1797, todas em AGN/BA, IX.4.4-1. Pode ler-se uma segunda cópia em
AHN, Estado 3410, n.º 13. A citação é da carta datada de 21-11-1797.
[397]
«Ni puede ser otra cosa porque si el fin principal de esta conquista es
propagar el evangelio a más de no ser decente a nuestra corte la reducción a
límites, sería estrechar la puerta a la civilización queda a conocer al enemigo
las ventajas de nuestra religión.» Bonifacio Biscarra para o presidente da
audiencia, Lagunas, 19-1-1805, AGN/BA, IX.23.2.5, Cuaderno 1, fls. 45v-
48r, no fl. 47r.
[398]
«Los hombres necesitados de fijar alguna residencia en la tierra, para
poder cultivarla y alimentarse de ella, se vieron también precisados a marcar
y señalar la área que ocupaban para precaverse de que otros no se
introdujesen y apoderándose de ella los privasen de los frutos y productos
que les pertenecen. He aquí el origen de las fronteras... resulta de las reglas
antecedentes que para ocupar un país y reducirlo a propriedad nacional la
ocupación debe ser justa y racional. Si no lo fuese sería un desojo y los
ocupantes llevando consigo el carácter de tiranos y usurpadores no podrían
ampararse en el derecho de gentes, porque serían acreedores a ser tratados
como ladrones y bandidos por los habitantes de las naciones circunvecinas...
el derecho de ocupación pura está reglado por los principios de la inmutable
justicia natural, que a nadie le es dado traspasar. La naturaleza ha criado la
tierra para que los hombres la cultiven y se sustenten de ella. No habiendo
producido nada en vano ha dado derecho a todos para ocuparla y
distribuírsela con moderación y justicia, sin daño de otros; pues que el globo
tiene extensión y capacidad bastante para que ninguna sociedad quede sin
alguna parte... ninguna nación debe ocupar un espacio tan dilatado de tierras
que ella no sea capaz de poblar y cultivar. En tal caso es manifiesto que
perjudicaría a otros la ocupante, privándolos del lugar necesario para su
población y que para alimentar su ambición frustraría los fines de la
naturaleza y su autor, haciéndose refractaria del derecho natural y
autorizando con el hecho a sus vecinos para que se opusiesen a la usurpación
que se haría a todo el género humano... por las mismas razones los pueblos
que están en sus confines estrechados pueden poblar y ocupar algún terreno
que se halla inculto y desierto entre tribus salvajes que ni lo necesitan ni lo
cultivan ni lo ocupan y poseen permanentemente o con residencia fija... es en
virtud de este principio que se justifica la ocupación que hace el gobierno y
los habitantes de nuestro país de los terrenos despoblados que hay fuera de
las antiguas fronteras, y por los cuales se suelen encontrar tribus errantes de
salvajes que sin fijar residencia ni domicilio en un lugar determinado
pretenden el señorío de tales parajes, recorriéndolos con sus chozas, las
cuales mudan de una parte a otra... por vivir de este modo no cultivan la tierra
como es consiguiente, ni quieren tener arraigo alguno; viven solo del robo.»
Antonio Sáenz, Instituciones elementales sobre el Derecho Natural y de
Gentes (Buenos Aires: Facultad de Derecho y Ciencias Sociales, 1936
[1822]), 178-182.
[399] Frederick Jackson Turner, «The significance of the frontier in American History», in The
Frontier in American History (Nova Iorque: Dover Publications, 1996) [1920], 7-26.
[400] «Porque en lo substancial se llaman fronteras todas las tierras incógnitas ocupadas por los
bárbaros y nuestras pertenencias siguen siempre extendiéndose con la población de nuevas misiones y
de las estancias que se van estableciendo más adelante por el interés de los buenos pastos y fértiles
terrenos, como siempre se ha ejecutado desde la pacificación de este continente.» Carta do presidente
da audiencia de La Plata para o vice-rei, La Plata, 25-1-1805, AGN/BA, IX.23.2.5, fl. 123r. Miguel
Télez Menses para o marquês de Sobremonte, San Rafael, 8-12- -1806, AGN/BA, IX.11.4.5, inclui
uma visão semelhante da fronteira.
[401] «A la espada y el compás, más y más y más y más.» Este ditado aparece na contracapa da obra
de Bernardo de Vargas Machuca Milicia y descripción de las Indias (primeira edição) publicada em
Madrid por Pedro Madrigal em 1599.
[402]
Herzog, «The meaning of territory...»; e Jeremy Adelman e Stephen Aron, «From borderlands
to borders: Empires, Nation-States, and the peoples in between in North American History», American
Historical Review, 104(3) (1999): 814-841, na 815 e 838. Ver também Bartolomé Clavero, «Original
Latin American Constitutionalism», Rechtsgeschichte, 16 (2010): 25-28.
[403] Mattoso, Identificação...; e José Mattoso, org. História de Portugal (Lisboa: Círculo de
Leitores, 1994 e 1995), vols. 2-4. Ver também António Henrique Oliveira Marques, History of
Portugal (Nova Iorque: Columbia University Press, 1972), vols. 1 e 2.
[404] Cordero Torres, Fronteras hispânicas: Geografia, diplomacia y administración (Madrid:
Instituto de Estudios Políticos, 1960), 97-112; Rodríguez López, La consolidación y la monarquia
feudal castellana: Expansión y fronteras durante el reinado de Fernando III (Madrid: CSIC, 1994); e J.
Torres Fontes, «La evolución de las fronteras peninsulares durante el gran avance de la Reconquista
(c.1212–c.1350)», in Historia de España Menéndez Pidal (Madrid: Espasa, 1990), vol. 13 (1), xiii–lvi.
[405] Ladero Quesada, «La formación de la frontera de Portugal y el tratado de Alcañices (siglos xii-
xiii)», Boletín de la Real Academia de la Historia, 194 (3) (1997), 425-458, mais particularmente em
449-457; Rita Costa Gomes, «A construção das fronteiras», in A Memória da Nação, orgs. Francisco
Bethencourt e Diogo Ramada Curto (Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991), 357-382, na 371; e
Andrade, A Construção...
[406] Ladero Quesada, «Reconquista y definiciones de frontera», Revista da Faculdade de Letras.
História, 15 (10) (1998): 655-691, na 689; e Manuel Martínez Martínez, Olivenza y el tratado de
Alcañices (Olivença: Ayuntamiento de Olivenza, 1997), 9. Enquanto alguns afirmaram que a fronteira
se formou no século xiii e que por isso é a mais antiga da Europa, outros notaram que todos os conflitos
que ocorreram desde então não tiveram importância: Isabel Braga, Um Espaço, Duas Monarquias:
Inter-relações na Península Ibérica no Tempo de Carlos V (Lisboa: Universidade Nova de Lisboa,
2001), 103, citando Romero Magalhães. No entanto, a historiografia mais recente dividiu a evolução da
fronteira em três etapas: a reconquista, os tratados, e as contendas. Defende que a última foi a mais
longa e, apesar do senso comum, provocou mudanças substanciais: José Luís Martín Martín, «La tierra
de las ‘contiendas’: Notas sobre la evolución de la raya meridional en la edad media», Norba. Revista
de Historia, 16 (1996-2003), 277-293.
[407] Sahlins, Boundaries...; e José María Imízcoz Beunza, «De las fronteras de la comunidad a las
redes de la nación: construcción de identidades y de exclusiones en la vieja Europa», in Les sociétés de
fronteire: De la Méditerranée à l’Atlantique, orgs. Natividad Planas e Michel Bertrand (xvie-xviie siècles)
(Madrid: Casa de Velázquez, 2011), 107-124.
[408]
Marchetti, De Iure Finium..., 96-180. Ver também Manoel de Almeida
Sousa, Tractado Pratico e Critico de Todo o Direito Emphyteutico (Lisboa:
Impressão Regia, 1814), vol. 2, n.os 1222-1223, 1227, e 1230, nas 279-283; e
Thomaz, Observações Sobre o Discurso..., 39-44 e 95-102. No final do
século xviii, estes conceitos eram defendidos como naturais e, portanto, como
parte do direito internacional: Emmer de Vattel, The Law of Nations or the
Principles of Natural Law Applied to the Conduct and the Affairs of Nations
and Sovereigns, trad. Charles Fenewick (Washington DC: Carnegie Institute
of Washington, 1916 [1758]), livro 2, capítulo 11.
[409]
Carta de Badajoz, 15-4-1601, AHME, TP 1584/82, vol. 1, fl. 190r. Ver
também a sua carta datada de 30-7-1614, AHME, TP 1587/82, vol. 4, fl. 27r.
O rei, todavia, sugeriu que tal tolerância não era aconselhável: Ordem Régia,
Lisboa, 31-10-1603, AHME, TP 1586/82, vol. 4, fl. 147.
[410]
Consulta do Consejo de Estado, 4.4.1701, que reproduzia a opinião do
Consejo de Castilla em «El Consejo de Estado con oficio del enviado de
Portugal sobre los daños que los vecinos de La Guardia recibían de los
portugueses de Seixas», Madrid 10-3-1701, AHN, Estado leg. 1778, Exp. 15;
também reproduzido em «Con consulta del de Castilla sobre los daños que
los vecinos de La Guardia experimentaban de los portugueses de Seixas»,
Madrid, 4-4-1701, AHN Estado leg. 1788, Exp. 18.
[411]
O Consejo de Estado em 5-6-1696 in AGS, Estado 4042. Algo
semelhantes eram as opiniões do Consejo de Estado em 26-3-1697 in AGS,
Estado 4043, e do Consejo de Castilla em 7-5-1594, AGS, CRC leg. 480,
Exp. 2.
[412]
10 «El Consejo de Estado con la carta de V. M. se ha servido remitirle del gobernador de
Badajoz y comandante interino de Extremadura sobre los excesos cometidos por portugueses en aquella
frontera y prisión que había hecho de diez de ellos», Madrid, 26-12-1716, AHN, Estado leg. 1791, Exp.
51; e «El consejo de estado con carta del gobernador de Badajoz... sobre los excesos cometidos por
portugueses y prisión que había hecho de diez de ellos», 26-12-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 32.
O relatório enviado pelo concelho de Tui era semelhante, 24-11-1784, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2. A mesma atitude seria adoptada pelos habitantes locais em 1799, quando cerca
de cinquenta e quatro portugueses armados penetraram em território espanhol, roubando trigo e centeio:
O duque de Frias para Mariano Luis de Urquijo, Lisboa, 23-5-1799, e Luís de Pinto de Souza para o
duque, Lisboa, 22-5-1799, in «Portugal. Excesos cometidos por los portugueses en el lugar de Vindóla,
corregimiento de Ledesma, y en otros pueblos de la frontera. Año de 1799», AHN, Estado leg. 4444.
[413]
Thomaz, Observações..., 38 e 44.
[414] «Instrucciones para la formación de itinerarios y reconocimientos de la frontera de Portugal y
Extremadura», 1797, AGMM, 5-3-4-2; Domingo Antonio Taboada para Juan Ignacio de Ochoa, San
Marín, 40.4.1757, AHMLC, RA (en organización), número provisional 1091; Joseph Gabriel,
«Descripción geográfica... desde la plaza de Badajoz por la frontera de Portugal y provincias
confiantes de Castilla, 25-4-1801», AGMM, 5-5-7-11; «Ofício do conde de Oeiras dirigido ao conde de
Lippe enaltecendo as qualidades de conhecedor das fronteiras de Castela», Lisboa, 9-8-1762, AHM/
DIV/4/1/23/021; Pedro Folque, Caetano Paulo e José Dias, «Projecto da defesa do terreno anexo a
fronteira de Espanha que decorre entre o ribeiro de Maravão», (1797), AHM/ DIV/3/01/02/03;
«Descrição topográfica das comarcas fronteiras da província de Minho oferecida a Real Sociedade
Marítima de Lisboa por Custodio José Gomes de Villasoas», 3-12-1800, e «Instrução geral relativa ao
reconhecimento de toda a fronteira e costas marítimas do reino», 28-7-1802, ambos em AHM/
DIV/4/1/14/11; e «Instrucción dada a los ingenieros destinados al levantamiento del plano de la
frontera de Galicia confinante con Portugal por el ingeniero en jefe Francisco Villarroel, Tui, año de
1801», AGMM, 3-1-7-1.
[415]
Costa, Corografia Portugueza..., vol. 1, III; Pedro Moreau, «Proyecto y reconocimiento de las
fronteras Extremadura, Castilla la Vieja con el reino de Portugal», San Lorenzo el Real, 16-11-1735,
AGMM, 5-5-5-15, fol. 4r; e Joseph de Gabriel, «Relación detallada de la clase y número de los ríos,
arroyos y torrentes, sus puentes y direcciones de los caminos de los pueblos desde la plaza de Badajoz
y provincia confinantes», 20-3-1801, AGMM, 5-5-7-10.
[416] «Instrucción dada a los ingenieros destinados al levantamiento del plano de la frontera de
Galicia confinante con Portugal por el ingeniero en jefe Francisco Villarroel, Tui, año de 1801»,
AGMM, 3-1-7-1. Ver também Rui Miguel C. Branco, «Da carta topográfica do reino à carta
chorographica do reino: Políticas e modelos cartográficos em Portugal (1788-1852)», Penélope, 26
(2002): 31-59, na 31; e Rui Miguel C. Branco, O Mapa de Portugal: Estado, Território e Poder no
Portugal de Oitocentos (Lisboa: Livros Horizonte, 2003), 85-89.
[417] A bibliografia acerca destas questões é especialmente abundante. Ver, por exemplo, Niehaus,
Population Problems...; Martín Rodríguez, Pensamiento económico español...; e Herzog, «Terres et
déserts»...
[418] Real provisión... en que se contiene el fuero de población de la nueva villa de Encinas...
provincia de Extremadura con inserción de las once reglas generales de población establecidas para los
despoblados de la propia provincia a consulta del consejo, año 1779 (Madrid: Imprenta de Pedro Marín,
1779), disponível em AHN, Consejos 4084. Ver também Felipe Lorenzana de la Puente, «Extremadura,
siglos xvii–xviii: La frontera como condicionante político», Revista de Extremadura, 7 (1992): 49-70.
[419]
Os historiadores têm afirmado que os estado da Extremadura e do
Alentejo foi muito afectado pela proximidade da fronteira: Rui Vieira,
Centros Urbanos no Alentejo Fronteiriço: Campo Maior, Elvas e Olivença
(de Inícios do Século XVI a Meados do Século XVII) (Lisboa: Livros
Horizonte, 1999), 250-255; Félix Sancha Soria, La guerra de restauración
portuguesa en la Sierra de Aroche (1640-1645) (Huelva: Diputación de
Huelva, 2008); Fernando Cortés Cortés, Militares y Guerra en una tierra de
frontera: Extremadura a mediados del siglo xviii (Mérida: Editora Regional
de Extremadura, 1991), 17-24; João dos Santos Cosme, Elementos para a
História do Além-Guadiana Português (1640-1715) (Mourão: Câmara
Municipal de Mourão, 1996), 131-133; e Teresa Fonseca, «The Municipal
Administration in Elvas during the Portuguese Restoration War (1640-
-1668)», E-JPH, 6(2) (2008), 6. Os coevos concordavam: António Henriques
da Silveira, «Racional discurso sobre a agricultura, e população da província
de Alem-Tejo» in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de
Lisboa para o Adiantamento da Agricultura, das Artes e da Indústria em
Portugal e Suas Conquistas (Lisboa: Oficina da Academia Real das Ciências,
1789), vol. 1, 41-122; e Domingo Vandelli, «Memoria sobre a agricultura
deste reino e das suas conquistas», in Memorias Económicas da Academia
Real das Ciências de Lisboa para o Adiantamento da Agricultura, das Artes
e da Industria em Portugal e Suas Conquistas (Lisboa: Oficina da Academia
Real das Ciências, 1789), vol. 1, 164-175.
[420]
«Reconocimiento y visita de la frontera de Castilla y Portugal... por el coronel e ingeniero en jefe
Pedro Moreau y en segundo Juan Amador Courter en presencia y con asistencia del ilustrísimo Felipe
Dupuy comandante general de esta provincia, Ciudad Rodrigo, 12-7-1735», AGMM, 5-5-5-14, fls. 3r–
v.
[421]
«Un reino podría formarse de solo estos desiertos espantosos y su
reconquista sería más gloriosa, útil y segura, que la de países distantes».
Arriquibar, Recreación política..., 235.
[422]
Herzog, «Colonial Law...».
[423] Paolo Grossi, «La proprietà nel sistema privatistico della seconda scolastica», in La seconda
scolastica nella formazione del diritto privato moderno. Incontro di studio. Atti, org. Paolo Grossi
(Milão: Giuffrè Editore, 1973), 117-222; e António Manuel Hespanha, «O jurista e o legislador na
construção da propriedade burguesa», Análise Social, 61 (1980): 211-236. Ver também Teofilo F. Ruiz,
«Fronteras: De la comunidad a la nación en la Castilla bajo medieval», Anuario de estudios medievales,
27(1) (1997): 23-42.
[424] Sobre estes pontos, ver também Albert Silbert, Le Portugal méditerranéen à la fin de l‘Ancien
Régime (Paris: SEVPEN, 1966), vol. 1, 166-171; e Eusebio Medina García, «Orígenes históricos y
ambigüedad de la frontera hispano-lusa (La Raya)», Revista de estudios extremeños, 62(2) (2006): 713-
723, na 717.
[425] «La corte y el ejército de España estaban en la mayor ignorancia sobre Portugal que parecían
tan extranjeros como lo habría sido uno del Nuevo Mundo.» «Memoria militar sobre Portugal». AHN,
Estado leg. 4389.
[426] Estes rumores levaram o governador, em 1703, a queixar-se de lhe ter sido posta três vezes a
mesma pergunta e de afirmar, por duas vezes, que não existiam incidentes de qualquer espécie na
Galiza: «El consejo de estado con carta del príncipe de Barbanzón satisfaciendo al informe que se le
pidió», Madrid, 29-3- -1703, AHN, Estado leg. 1765, Exp. 44. O governador sugeria que «debe creer
que la larga distancia que hay hasta Lisboa habrá confundido las noticias que da Capicelatro [o
embaixador espanhol em Lisboa] pues él ha procurado siempre la unión entre unos y otros»: «El
consejo de Estado al señor conde de Frigiliana... con motivo de lo que el Príncipe de Barbanzón ha
informado cuanto a las refriegas que se ha supuesto hubo por aquella frontera entre castellanos y
portugueses», Madrid, 5-4-1703, AHN, Estado leg. 1790, Exp. 105. Ver também o Acuerdo do Consejo
de Estado, 8-2-1703, AHN, Estado leg. 1790, Exp. 8; e «El consejo de estado con carta del Marquéz de
Villadarias informando de las refriegas que se dijo haber habido por la parte de Ayamonte entre
castellanos y portugueses, Madrid, 3-2-1703», AHN, Estado leg. 1765, Exp. 20.
[427] A. J. R. Russel-Wood, «Frontiers in colonial Brazil: Reality, myth and metaphor», in Latin
American Frontiers, Borders, and Hinterlands: Research Needs and Resources, org. Paula Covington
(Albuquerque: General Library-University of New Mexico, 1990), 26-61.
[428] Luigi Nuzzo, «A dark side of western legal modernity: The colonial law and its subjects»,
Zeitschrift für Neuere Rechtsgeschichte, 33(3-4) (2011): 205-222, nas 206-207.
[429] «El consejo de estado con consulta del de Castilla sobre las diferencias que se han suscitado
entre vecinos del lugar de Río Manzanas del reino de Castilla y los de Guadramil del de Portugal»,
Madrid, 28-9-1701, AHN, Estado leg. 1788, Exp. 52; e «El consejo de estado con consulta suya y dos
del de Castilla, que la una acompaña otra del de Guerra sobre las diferencias que hay entre vecinos de
los lugares de Río Manzanas y Santa Cruz del reino de Castilla y los de Guadramil del de Portugal»,
Madrid, 3-11-1701, AHN, Estado leg. 1778, Exp. 53.
[430] Anthony Pagden, The Fall of Natural Man: The American Indian and the Origins of
Comparative Ethnology (Cambridge: Cambridge University Press, 1982), 200; e «Vitoria on the Justice
of the Conquest», reproduzido em Parry e Keith, New Iberian World..., vol. 1, 290-323, ponto 22.
[431] Luigi Nuzzo, Il linguaggio giuridico della conquista: Strategie di controllo nelle Indie
Spagnole (Nápoles: Jovene Editore, 2004), 21-215; e Pagden, The Fall of Natural Man..., 97-98.
[432] Adriano Prosperi, «‘Otras Indias’: Missionari della contrarriforma tra contadini e selvaggi», in
America e apocalisse e altri saggi (Pisa: Istituti editoriali e poligrafici internazionali, 1999), 65-87;
Jennifer D. Selwyn, A Paradise Inhabited by Devils: The Jesuit’s Civilizing Mission in Early Modern
Naples (Aldershot: Ashgate 2004), 17, 95-96, 127, e 131; Dominique Deslandres, «Mission et altérité:
Les missionnaires français et la définition de l’autre au xviie siècle», Proceedings of the French Colonial
Historical Society, 18 (1992): 1-13, nas 1, 6, e 9-11; e Dominique Deslandres, «Exemplo aeque ut
verbo: The frenchjesuit’s missionary world», in The Jesuits: Cultures, Sciences, and the Arts, 1540-
1777, orgs. John W. O’Mally, Gauvin Alexander Bailey, Steven J. Harris e T. Frank Kennedy
(Toronto: University of Toronto Press, 1999), 258-273, nas 258, 261, e 266. Ver também Herzog, «Can
You Tell».
[433] Archibald R. Lewis, «The Closing of the Medieval Frontier, 1250 to 1350», Speculum, 33
(1958), 477-483; Richard E. Sullivan, «The medieval monk as frontiersman», in The Frontier:
Comparative Studies, orgs. William W. Savage e Stephen I. Thompson (Norman: University of
Oklahoma Press, 1979), vol. 2, 25-49; e Robert Bartlett, The Making of Europe: Conquest,
Colonization, and Cultural Change, 950-1350 (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1993).
[434] «Carta a respeito dos direitos de pastagens entre as terras vizinhas de Portugal e Castela», 11-9-
1290, ANTT, Gavetas, xviii, 3-22, pp. 299-301. Juntamente com Serpa e Noudar, Moura foi concedida
pelo rei Afonso X à sua filha Beatriz, a rainha consorte portuguesa. Ainda é discutida se esta doação
implicava a tomada de direitos privados e senhoriais ou se instituía jurisdição régia. Contudo, a maioria
dos historiadores concorda que o Tratado de Alcanizes (1297) resolveu a questão, ao declarar
portuguesas as três povoações. Uma cópia da carta de doação, datada de 4-3-1283, pode ser encontrada
em ACDC, cx. 20, 70-657, suplemento n.º 595, fls. 71r-72r. Acerca dos privilégios de Noudar antes de
se tornar portuguesa, ver o certificado notarial datado de 25-4-1304 [1267], ACDC, cx. 20, 70-657,
suplemento n.º 595, fls. 44v-45r. Os primeiros momentos deste conflito foram estudados em Florentino
Pérez-Embid, La frontera entre los reinos de Sevilla y Portugal (Sevilha: Ayuntamiento de Sevilla,
1975).
[435] «Doação de Noudar à Ordem de Avis», ANTT, Chancelarias Régias (Dinis), livro 3, fl. 47;
«Composição feita entre os moradores de Moura e Arronches, 15-5-1304», ANTT, Gavetas, III, 5-13;
«Informação pela qual constava que os procuradores de el-rei d. Dinis tinham estado presentes na
contenda entre o concelho de Sevilha e Arronches de Castela com os de Moura e Noudar, 1-6-1311»,
ANTT, Gavetas, XVIII, 7-12; e «Inquirição feita a respeito dos termos dos conselhos de Sevilha e de
Arronches e dos concelhos de Moura e Noudar, 3-11-1346», ANTT, Gavetas, XX, 14-1.
[436] Luis Adão da Fonseca, «Fronteiras territoriais e memórias históricas: o caso da Comenda de
Noudar da Ordem de Avis», in Las órdenes militares en la península ibérica, orgs. Ricardo, Izquierdo
Benito e Francisco Ruiz Gómez (Cuenca: Universidad de Castilla-La Mancha, 2000), vol. 1, 655-681.
[437] «Carta de composição entre os moradores das vilas de Moura e Aroche para que hajam de
vizinhar uns com os outros», 1314, ANTT, Gavetas, III, 5-13.
[438]
«Carta pela qual el-rei Dinis dava poder a Aparício Domingues e a João
Lourenço para verificarem as contendas a respeito dos termos do concelho de
Aroche e o concelho de Noudar e Moura», Lisboa, 9-9-1315, ANTT, Gave-
tas, XVIII, 3-23.
[439]
«Processo que Gomes Martins e João Lourenço fizeram por causa da
contenda sobre os termos entre Moura e Aroche e Noudar e Monsaraz», 24-2-
-1332, ANTT, Gavetas, XVII, 9-8. Uma outra cópia deste documento
encontra-se em «Registro dos privilégios, leis e liberdades dos moradores da
vila de Noudar», ACDC, cx. 20, 70-657, suplemento n.º 595, fls. 49v-74v.
[440]
Os historiadores dataram esta demarcação mais antiga da década de 1270:
Francisco García Fitz, «Conflictos jurisdiccionales, articulación territorial y
construcciones militares a finales del siglo xiii en el alfoz de Sevilla: La
Sierra de Aroche», Archivo Hispalense, 230 (1992): 25-51, nas 40-42.
[441] «Inquirição feita a respeito dos termos dos conselhos de Sevilha e de Arroches e dos concelhos
de Moura e Noudar», 3-11-1346, ANTT, Gavetas, XX, 14-1, citação no fl. 3v; e «Instrumento pelo qual
constava que os procuradores de Moura e Noudar tinham ido a aldeia de São Veríssimo para aí
determinarem as dúvidas que havia entre os termos de Moura e de Sevilha e de Aroche», 1-3-1353,
ANTT, Gavetas, XVIII, 5-31.
[442] «Adiamento por 10 anos da demanda entre o concelho de Moura e a vila de Noudar sobre a
divisão dos termos destes lugares», 1427, ANTT, Ordem de Avis-Papéis diversos e Tombo das
comendas, Mç. 10, n.º 849.
[443] María Antonia Carmona Ruiz, «La explotación ganadera en la frontera luso-española: La
«contenda».de Moura, Nódar, Aroche y Encinasola», Revista da Faculdade de Letras. História, 15(10)
(1998): 242-257, 249-252.
[444]
No início da década de 1420, o conde de Linhares, comendador de Noudar, compilava
documentação relativa à fronteira e aos seus direitos: ACDC, cx. 20, 70-657, suplemento n.º 595, fl.
75r. Em 14-5-1491, realizou-se uma demarcação: ANTT, Chancelaria de Dom Sebastião e Dom
Henrique, privilégios, livro 13, fl. 265; e ANTT, Gavetas, XIV, 5-23.
[445] «Instrumento de vários documentos e de uns artigos pertencentes à inquirição que se tirou a
respeito da contenda entre Portugal e Castela sobre as demarcações e termos das vilas de Noudar e
Moura com Ancinasola e Aroche», 22-2-1493, ANTT, Gavetas, XVIII, 2-1; «Inquirição que se tirou a
respeito do termo de Noudar e de Ansina Sola», 20-2-1493, ANTT, Gavetas, XV, 23-8; e «Inquirição
que se tirou a respeito da aldeia de Barrancos que Castela dizia ser sua, mas que era pertença de
Portugal», 16-3-1493, ANTT, Gavetas, XIV, 5-2. Ver também ANTT, Gavetas, XIV, 5-7 e 5-21.
[446]
«Concordata do rei Manuel com o rei de Castela para que nomeassem cada um o seu
representante para resolver as dúvidas da contenda entre as terras de Moura e Noudar e Aroche e
Sevilha», 29-8-1504, ANTT, CC, parte II, Mç. 8, doc. 116. Ver também «Autos sobre términos entre la
villa de Aroche y la de Mora en el reino de Portugal», AGS, CCA, Diversos 42, doc. 29, fls. 140r-143v.
[447] «Auto de inquirição a respeito da vinda dos castelhanos aos termos de Moura para lavrar e
semear», 2-11-1510, ANTT, Gavetas, XIV, 5-13.
[448] Declaração de João Fernandes Bacias em «Auto de inquirição a respeito da vinda dos
castelhanos aos termos de Moura para lavrar e semear», 2-11-1510, ANTT, Gavetas, XIV, 5-13.
[449] «Carta que escrivou João da Fonseca, juiz de fora de Moura... em que da conta como na vila de
Moura tem havido varias contendas com os castelhanos», Moura, 12-6-1517, ANTT, CC, parte i, Mç.
22, n.º 9; «Inquirição que se tirou a respeito dos limites entre a vila de Moura e a de Arronches», 1528,
ANTT, Gavetas, XIV, 5-9; «Carta da câmara de Moura representando ao rei as violências que os
moradores de Ansina Sola, reino de Castela fazem naquela vila», Moura, 27-4-1538, ANTT, CC, Parte
I, Mç. 61, doc. 57; «Autos da demarcação da vila de Moura», 29-7-1537, ANTT, Gavetas, XIV, 7-2; e
«Autos principiados en 11-12-1537... para arreglar los términos de la villa de Mora, de Portugal con los
de Encinasola y Aroche, de España», AMS, Sección I: Archivo de Privilegios, Carpeta 94, Exp. 320.
[450] «Processo da contenda de Moura com Ansina Sola e Aroche acerca de suas confrontações e
outras coisas», 12-3-1544, ANTT, Gavetas, XVIII, 8-2; e «Sentença dada a respeito da demarcação das
vilas de Arronches, Moura y Encinasola», 1542, ANTT, Gavetas, XVIII, 9-8. Ver também «Copia de la
ejecutoria que se guarda en el Archivo de la villa de Aroche por la cual se declara la concordia hecha en
el año de 1542», AGMM, 5-3-4-4. O acordo de 1542 foi reproduzido em Máximo Ramos y Orcajo,
Dehesa de la Contienda: Origen, historia y estado actual: Derechos de Aroche, Encinasola y Moura:
Proyectos de división (Lisboa: Typographia Franco-Portuguesa, 1891 [1890]), 27-69. As negociações
de 1542 deixaram um rasto em cartas de Luís Afonso e Pedro de Mascarenhas para o rei português, 14-
8-1542, 25-9-1542, e 16-10-1542, ANTT, CC, Parte i, Mç. 72, docs. 88, 120, e 138. Algumas destas
questões foram também tratadas em CC, Parte I, Mç. 75, doc. 95, e parte ii, Mç, 240, doc. 29, e na
Gaveta, XVII, 8-1, e XVIII, 2-19. Ver também «Visto da sentença de liquidação sobre os danos que os
moradores das vilas de Moura, Aroche, Encinasola e Figueira fizeram uns aos outros», 1543, ANTT,
CC, Parte ii, Mç. 74, doc. 44; «Carta e declaração para as pessoas que o imperador Carlos V mandava
para determinar os limites das vilas de Moura, Aroche e Enzina Sola», 21-6-1543, ANTT, Gavetas,
XVIII, 2-19; «Carta de perdão de certas mortes que el-rei d. João III deu aos moradores das vilas de
Moura, Aroche e Ansina Sola», 1543, ANTT, Gavetas, XVII, 8-1; e «Amojonamiento con Portugal»,
1550, AMA, leg. 435.
[451] Logo em 1589 e repetidamente desde então, não foi invocada mais nenhuma prova documental
para justificar os direitos das três povoações: «Contienda. Informaciones y diligencias que hace por
comisión de SM... sobre la dehesa que se llaman la Contienda y se encuentra entre Encinasola, Aroche
y Mora», San Lorenzo, 9-5-1589, AMAE/M, Tr 282/003, n.º 0431; «Extracto de la información hecha
por el asistente de Sevilla... acerca de la pertenencia de la propiedad de la dehesa de La Contienda»,
Sevilha, 7-8-1589, in AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431; Antonio de Gaber, «Relación que
individualmente se expresa puerto por puerto los ríos, arroyos, barrancos y mojones que dividen... la
línea de demarcación que divide España y Portugal», 24-7-1750, AGMM, 5-3-4-4 e 3-5-2-3, ponto 2.
Este último documento foi transcrito em María Cristina Hevilla, «Reconocimiento practicado en la
frontera de Portugal por el ingeniero militar Antonio Gaber en 1750», Biblio 3W. Revista bibliográfica
de geografía y ciencias sociales, 6(335) (2001), disponível em http://www.ub.es/geocrit/b3w-
335.htm#N_1. Ver também a petição de Francisco Javier Tinoco y Castillo para Godoy, Príncipe de la
Paz, 6-9-1801, AMAE/M, Tr 283/004, n.º 0431, e o resumo anónimo das suas alegações, San
Idelfonso, 17-9-1801, AMAE/M, Tr 283/004, n.º 0431.
[452]
As actividades de Moura são descritas, por exemplo, na petição de
Cristóbal de Santiago, sem data, inserida com os registos de 1701, AMA, AC,
leg. 9, reunião municipal datada de 7-10-1797, e os vários «Autos de posse
que a câmara de notável villa da Moura tomou da contenda», datados de 30-
4-1798, 11-5-1799, 24-5-1801, 5-6-1802, 11-5-1803, 5-4-1804, e 31-5-1805,
AMM, B/A/01/014, fls. 26r, 56r, 79r-v, 125r-v, e 176r, e AMM, B/A/01/013,
fls. 65v-66v, nos fls. 66r, 89v, e 152r. Provas para o envolvimento de Aroche
podem ser encontradas, inter alia, em «El concejo de Encinasola con el
concejo de Aroche», 1625, AHPS, RA, 233/1 (nueva numeración: 29298),
fls. 667v-668r; «Autos de la contenda», correspondendo a 1711, 1723, 1727,
1728, 1729, 1732, e 1734, em AMA, leg. 453, e AMA, AC, leg. 12; «Autos
contra los lusitanos en la Contienda por cortes, año de 1727», AMA, leg.
1133; reunião municipal datada de 26-8-1747, AMA, AC, leg. 14; e
«Denuncia sobre rompimiento de tierras en la dehesa de la Contienda
contra... vecinos de Encinasola», 1765, AMA, leg. 1143. Devido à frequência
das suas intervenções, as actividades de Encinasola deixaram registos
abundantes. Ver, por exemplo, reuniões municipais datadas de 12-2-1697, 1-
2-1680, 4-10-1689, 14-9-1692, 12-2-1697, 1-2-1698, 10-12-1731, 20-12-
1732, 28-2-1733, 21-12-1734, 13-12-1735, 21-12-1736, 21-12-1737, 19-12-
1741, 22-12-1742, 22-12-1743, 29-12- -1744, 22-12-1745, 17-12-1747, 17-
12-1748, 22-12-1749, 4-12-1750, 2-3-1751, 20-4-1754 e 22-11-1755, AME,
AC, legs. 3, 6, 7, 8, 9, e 10; e «Causa escrita de daños causados en la dehesa
de la Contienda contra los vecinos de la villa de Aroche», 1757, AME, leg.
228.
[453] A prática do ramoneo, o corte dos ramos mais pequenos das árvores de forma a alimentar
animais em tempo de escassez de pastagem, foi mencionada em María Antonia Carmona Ruiz,
Usurpaciones de tierras y derechos comunales en Sevilla y su «tierra» durante el siglo xv (Madrid:
Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, 1995), 65.
[454] Reunião municipal de Encinasola, 29-3-1767, AME, AC, leg. 13; decreto do juiz municipal de
Aroche, datado de 4-10-1711, e os procedimentos que se lhe seguiram, em AMA, leg. 1132; opinião de
Francisco Vázquez Banda, pro- curador de Aroche, em «Denuncia contra Eugenio González Barbudo»,
Aroche, 12-3-1754, AMA, leg. 453, fls. 5r-6v; e declaração de Josef Noguera, Encinasola, 22-9-1787,
em «Causa de denuncia, 1787», AME, leg. 749. Esclarece-se, entre outras coisas, que existia um
mercado para certificados roubados e contrafeitos e que as três comunidades muitas vezes discutiam os
procedimentos adequados para reconhecer os indivíduos como vizinhos (vecindad). Acerca da vecindad
local e direitos de uso, ver Herzog, Defining Nations..., 17-42.
[455] O conde de Frigiliana para o Consejo de Estado, Madrid, 3-12-1696, e o Consejo de Estado,
Madrid, 8-1-1697, ambos em AGS, Estado leg. 4043; «El Consejo de Estado con un oficio del enviado
de Portugal», Madrid, 13-5-1700, AHN, Estado leg. 1766, Exp. 63; «El Consejo de Estado con consulta
del de Castilla sobre instancia del envido de Portugal en orden a la controversia suscitada entre la villa
de Encinasola de estos reinos y la de Moura del de Portugal», Madrid, 2-5-1700, AHN, Estado leg.
1766, Exp. 60; e «El Consejo de Estado con consulta del de Castilla sobre instancia del enviado de
Portugal», Madrid, 17-6-1700, AHN, Estado leg. 1781, Exp. 16.
[456] Reunião municipal datada de 23-9-1757, AMA, AC, leg. 15; carta de Jose Antonio de Olivéria
Damásio para Luís da Cunha Manuel, Beja, 16-2-1761, AHM/ DIV/1/06/23/01; e Josef Adrian Leal,
representando Emanuel Patricio Janeiro e outros, vizinhos de Moura, AME, leg. 228, fls. 14r-19v. Em
22-1-1760, por exemplo, a visita a La Contienda começou com uma afirmação de que as três povoações
tinham a mesma faculdade para punir, prender, e processar os que desrespeitassem a concordata:
reunião municipal nessa data, AME, AC, leg. 11.
[457]
Isto poderia ser um desenvolvimento recente, porque provas datadas de
1625 e 1641 sugeriam que Aroche e Moura inicialmente aderiram ao
mandato original que tornava La Contienda Espanha para os espanhóis, e
Portugal para os portugueses: «El concejo de Encinasola con el concejo de
Aroche», 1625, AHPS, RA, 233/1, fls. 667v-668r; e «Capítulos que deram os
procuradores da villa de Moura nas cortes... de 1641», petição n.º 9, ANTT,
Cortes, Mç. 12, fls. 141r-142r e 146v. Este último documento foi reproduzido
em João Cosme, Elementos para a História do Além-Guadiana Português
(1640-1715) (Mourão: Câmara Municipal de Mourão, 1996), 249-250.
[458]
«Encinasola, año de 1787. Causa de denuncia contra varios vecinos y
ganados del lugar de Barrancos reino de Portugal», AME, leg. 228.
[459]
«Auto del cabildo para que se pase a evacuar ciertas diligencias del real
servicio», Encinasola, 6-3-1785, em «Papeles y documentos relativos... al
famoso pleito... por Francisco Méndez de nación portugués, vecino de
Barrancos», AME, leg. 228, fls. 1r-4v; Município de Encinasola, 9-3-1785,
AME, leg. 228, fls. 5v-6v, e declarações de testemunhas que se seguiam nos
fls. 7r-9v; petições de Blas de Andrade para o município de Encinasola,
AME, leg. 228, fls. 25r-28r, 29r-30v, e 31r-36r; certificado de Ambrosio
González Lechuga, datado de 10-8-1785, AME, leg. 228, fls. 44r-49v;
«Autos sobre el cordón hecho en la raya de Portugal en virtud de real orden,
año de 1786», AME, leg. 739, decreto datado de 23-9-1787; e a declaração de
Joseph Marques Novalio em «Causa de denuncia, 1787», AME, leg. 749. Ver
também Miguel Ángel Melón Jiménez, Los tentáculos de la hidra:
Contrabando y militarización del orden público en España (1784-1800)
(Madrid: Sílex, 2009), 171, 213-215, e 231.
[460]
Petição de Encinasola, sem data, AME, leg. 228, fls. 55r-72r, nos fls. 57r
e v. Embora este viesse a tornar-se no retrato mais insistente de Barrancos
como santuário para criminosos, estas alegações já estavam presentes no
início do sé- culo xvii, quando advogados ao serviço de Aroche sugeriram
que Barrancos era um lugar onde os «hombres más facinerosos» tanto de
Espanha como de Portugal encontravam refúgio: «Por el concejo, justicia y
regimiento de la villa de Aroche en el pleito con la villa de Encinasola», sem
data (1631?), AMA, leg. 1131, articulo 4, fl. 224r. Em 1734, 1757, e 1760
Barrancos foi novamente identificada como uma fortaleza para
contrabandistas: Reuniões municipais de 19-9-1757 e 22-1-1760 e carta de
Aroche para Encinasola, datada de 26-9-1757, AME, AC, leg. 11. Entre
outras coisas, esta caracterização poderia ter origem no facto de no século xv
Noudar ser declarada «couto de homiziados», isto é, um local que acolhia
como povoadores criminosos condenados. Este privilégio, que remontava a
1424, foi continuamente confirmado no século xvi e novamente em 1673:
João Augusto Espadeiro Ramos, «Fronteira e relações de poder: Noudar e
Barrancos no Antigo Regímen» (dissertação de mestrado, Universidade de
Évora, 2012), 17-18. Ver também Margarida Garcez Ventura, «Os coutos de
homiziados nas fronteiras com o direito de asilo», Revista da Faculdade de
Letras. História, série ii, 15(1) (1998): 601-626.
[461] Dois «proceso verbal de denuncia», datados 1798 de 1797, ambos em AME, leg. 228.
[462] Tomada de posse datada de 8-6-1686, ACDC, cx. 19, 67-635, n.º 2628
[463] Reuniões municipais de Aroche datadas de 26-6-1760, 12-11-1762, e 27-1-1779, AMA, AC, leg.
15 e 16; e reuniões municipais de Encinasola datadas de 26-7-1760 e 14-12-1762, AME, AC, leg. 11 e
12. Ver também petição de ambos os concelhos datada de 10-12-1768, reproduzida em ordem régia
datada de Madrid, 29-11-1780, e a documentação anexa, todas em «Testimonio y demás diligencias
sobre la tasación de granos y su cobranza de la dehesa de la contenda», AMA, leg. 453; reunião
municipal, 5-5-1798, as cartas trocadas entre Moura, Aroche, e Encinasola, e a reunião que teve lugar
em La Tomina em 29-9-1798, AMM, B/A/01/013, fls. 91r-92v e 100v-2v.
[464]
«Memorial de Francisco Javier Tinoco y Castillo para Godoy, Príncipe de la Paz», datado de
Fregenal, 6-9-1801, AMAE/M, Tr 283/004, n.º 0431; relatório da audiencia, Sevilha, 30-6-1789, e
vista fiscal, sem data, ambos em AME, leg. 228, fls. 88r-93r e fls. 94r-95v. Ver também o resumo
anónimo das alegações de Tinoco, datadas de San Ildefonso, 17-9-1801, AMAE/M, Tr 283/004, n.º
0431.
[465] Francisco Rojas y Soto para o Intendente General da Extremadura, 10-3-1800, em «Diligencias
practicadas sobre la dehesa de La Contienda, año de 1802», AMAE/M, Tr 283/003, n.º 0431; carta de
Manuel Rada, Ayamonte, 3-10- -1802, AMAE/M, Tr 283/003, n.º 0431; e o memorando anónimo
datado de Aranjuez, 19-1-1803, e dirigido ao Príncipe de la Paz, AMAE/M, Tr 283/004, n.º 0431.
[466] Estas questões estão descritas em AMAE/M, Tr 283/004, n.º 0431; e AMAE/M, Tr 282/002, n.º
0431. Parte da discussão entre os dois commissários foi reproduzida em Ramos y Orcajo, Dehesa de la
Contienda, doc. n.º 1, nas 71-75.
[467] Opinião de Bartolomé de Rada y Santander, 7-11-1803, citada num resumo inserido em
AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431.
[468] Carta de Francisco Fersen datada de 26-6-1804 e citada num resumo (sem data); o rei para
Francisco Fersen, Madrid, 5-7-1804, citado num resumo (sem data); e decisão régia datada de 18-6-
1805 e dirigida a Joseph Gabriel, mencionada noutro resumo sem data; todos incluídos em AMAE/M,
Tr 282/002, n.º 0431.
[469] Petição sem data de Aroche e resposta régia datada de 6-7-1804, citada num resumo (sem data)
inserido em AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431. Algo semelhante era o apelo dos representantes de
Encinasola, 16-7-1802, em id. ibid. O comissário espanhol afirmou em 1804 que «Algunos granjeros y
dueños de ganado tanto de la villa de Aroche en España como de la de Mora en Portugal,
acostumbrados a disfrutar de la dehesa de La Contienda como si fuera propia, recelosos de las
providencias que puedan producir la actual empresa de demarcación de límites repugnan la partición de
dicho terreno, los de Aroche no se atreven a manifestar abiertamente su modo de pensar, los del partido
de Mora lo propalan sin rebozo y es positivo que unos y otros están de acuerdo; estos últimos por
medio de sus diputados han intrigado en Lisboa y obtenido subrepticiamente la orden indicada de 10-
10-1803 relativa a la división de La Contienda por la mitad y es igualmente cierto que su verdadera
pretensión es que el terreno subsista en el estado de contienda para cuyo efecto dirigen sus intrigas a
que el asunto se vuelva un pleito ordinario interminable»: carta de Francisco Fersen datada de 26-6-
1804 e citada num resumo (sem data) inserido em AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431.
[470] Inventário datado de 11-2-1808, ACDC, cx. 18, 66-633, n.º 944; cartas de Aroche para Moura
datadas de 6-9-1808, Encinasola para Aroche, 16-9-1808, 21-9-1808, e 23-10-1808, Aroche para
Encinasola, 27-10-1808, e Moura para Aroche, 9-9-1808 e 19-9-1808, todas em AMA, leg. 453; cartas
de Aroche para Encinasola 11-9-1808, 19-9-1808, e 20-9-1808, Encinasola para Aroche, 16-10- -1808,
e documentos relacionados, em «Autos formados en virtud de oficio del ayuntamiento de la villa de
Aroche sobre el aprovechamiento de la dehesa de la Contienda, 1808», AME, leg. 228.
[471] «Florencio López Regalado y consortes, vecinos de Encinasola... sobre el repartimiento de
tierras de la Contienda, 1813», AHPS, 565/5.
[472] «Autos formados en virtud de oficio del ayuntamiento de la villa de Aroche sobre el
aprovechamiento de la dehesa de la Contienda, 1808», AME, leg. 228. Ver também Pérez-Embid, La
frontera, 153-157; Ramos y Orcajo, Dehesa de la Contienda, 9-10 e 77-99; e Félix Sancha Soria, «Los
archivos municipales de Aroche y Encinasola como fuentes para el estudio de la Contienda», Actas de
las I Jornadas Transfronterizas sobre la Contienda hispano-portuguesa (Aroche: Escuela Taller
Contienda, 1996), vol. 1, 53-69, nas 61-62.
[473] «Merece particular mención la dehesa llamada de la Contienda; es un terreno fertilísimo...
propio de las villas de Moura en Portugal, Encinasola y Aroche y los habitantes de estas poblaciones no
solo aprovechan con sus ganados los pastos y bellota, sino que también siembran lo que mejor les
parece, causándose en esto el deterioro del arbolado... este terreno ni pertenece a España ni a Portugal.
Las municipalidades de las tres villas expresadas tienen en el mismo... la jurisdicción y cuando alguna
de ellas ha tratado de cortar aquellos abusos se han suscitado contestaciones de difícil y grave
resolución que solo fuera dado determinar de conformidad de ambos gobiernos»: Pascual Madoz,
Diccionario geográfico estadístico-histórico de España y sus posesiones de ultramar (Madrid:
Tipográfico Literario Universal, 1847), vol. 2, 591.
[474] Ramos y Orcajo, Dehesa de la Contienda..., 16.
[475] «Don Fidel Seviano y Calzada en nombre de los ayuntamientos de Aroche y Encinasola...
contra la demanda del ministerio de hacienda hecha 12-10-1903 por la que se declara enajenable la
dehesa de la Contienda», AME, leg. 23; e James Sidaway, «Signifying Boundaries: Detours around the
Portuguese-Spanish (Algarve/Alentejo-Andalucía) Borderlands», Geopolitics, 7(1) (2002): 139-164,
149.
[476] Convenio de límites entre España y Portugal de 29 de junio de 1926 (Lisboa: Imprensa
Nacional, 1928), preâmbulo e art. 7, 13, e 14. Este tratado foi traduzido para inglês e publicado como
«Spain and Portugal: Boundary Convention Signed at Lisbon, 29-6-1926», League of Nations-Treaty
Series, 105 (1863) (1928).
[477] «El concejo de Encinasola con el concejo de Aroche», 1603, AHPS, RA, 282/1; «El concejo de
Encinasola con el concejo de Aroche», 1625, AHPS, RA, 233/1; «Ejecutorias ganadas por esta villa a la
de Aroche en la real audiencia de Sevilla», AME, leg. 236; «Memorial ajustado... del pleito que el
consejo de Encinasola sigue contra el consejo de Aroche», «Pretensión de las partes sobre el
conocimiento de los delitos... que cometen los vecinos de Encinasola en el término de Aroche«, e «Por
el concejo, justicia y regimiento de la villa de Aroche en el pleito con la villa de Encinasola», os três
em AMA, leg. 1131; e um rascunho de um resumo destes processos, sem título, sem assinatura, e sem
data, AMA, leg. 448.
[478]
O procurador de Aroche, sem data, em «El concejo de Encinasola con el concejo de Aroche,
1625», AHPS, RA, 233/1, fls. 756r-757r. Ver também «Juan Garcia Ronquillo en nombre de Aroche y
del consejo de Moura», in «Ejecutorias ganadas por esta villa a la de Aroche en la real audiencia de
Sevilla», AME, leg. 236.
[479] Reunião municipal data de 23-9-1757, AMA, AC, leg. 15.
[480] Alvará datado de 15-3-1684 e documentos relacionados, ACDC, cx. 19, 67-635, n.º 2676; e
petição do duque datada de 9-1-1692, ACDC, cx. 19, 67-635, n.º 2696. O decreto que retirava a posse
ao conde de Linhares, datado de Lisboa 31-12-1642, pode ser encontrado em BNP, Ms. cx. 201, Doc.
115. Ver também ANTT, Chancelaria da Ordem de Avis, Liv. 17, fls. 410v, 411, e 460. É possível que
os herdeiros do duque de Linhares (filho do conde de Linhares) tenham contestado este resultado,
pedindo na década de 1690 a devolução da comenda à família: Ramos, «Fronteira e relações...», 48-49.
[481] Ordem datada de Lisboa, 10-11-1674, e os procedimentos que se seguiram em Noudar em 4-
12-1675 e dias seguintes, ACDC, cx. 19, 68-648, n.º 2598. Estes desenvolvimentos foram mencionados
em ANTT, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 17, fls. 5v e 114v.
[482] Provas indirectas destes procedimentos podem ser encontradas na primeira página de AME,
AC, leg. 3, livro 1688. Foram também mencionadas na carta de Manuel de Torres para Juan de
Elizondo, Sevilha, 13-10-1716, AHN, leg. 1768, Exp. 12; e «Resumen... de todo lo ocurrido hasta el
día de la fecha sobre las controversias entre vasallos de S M de la villa de Encinasola y de los del rey de
Portugal del Castillo de Nodar y lugar de Barrancos» (c. 24-10-1716), em «El Consejo de Estado con
un resumen... de lo ocurrido... sobre la demarcación de límites entre la villa de Encinasola de este reino
y el Castillo de Nodar y lugar de Barrancos del de Portugal», Madrid, 24-10-1716, AHN, Estado leg.
1768, Exp. 17. Ver também «El Consejo de Estado, con carta del Marqués de Capecelatro diciendo
ejecutará lo que se le ha ordenado cuanto a la dependencia de la villa de Encinasola», Madrid, 1-12-
1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 30. A questão sobre se «renovação» era o mesmo que «inovação»,
como Encinasola defendia, foi discutida também noutros casos. Por exemplo, «El concejo de San
Cibrián de Ardón con el concejo de Zillanueva sobre apeo y amojonamiento de los límites de los
términos de ambos concejos, 1762-1766», RCV, PC, Pérez Alonso (OLD) 326/4.
[483] Procedimentos datados de 19-3-1676, ACDC, cx. 19, 68-648, n.º 2598.
[484] Tomada de posse datada de 8-6-1686, ACDC, cx. 19, 67-635, n.º 2628.
[485] ACDC, cx. 19, 68-648, n.º 2598.
[486] Demarcação datada de 31-1-1688, ACDC, cx. 19, 68-644, nos. 2690 e 2630; demarcação
realizada em 19-1-1688 to 20-1-1688, em «Autos do tombo e medição e demarcação da defeza da
Ruciana», 15-7-1702, ACDC, cx. 20, 70-658, n.º 6214, fls. 21r-32r; e carta de Sevilha para o marquês
de Grimaldi, datada de 18-2-1716, em «El Consejo de Estado con una carta de la ciudad de Sevilla y
otras que cita de la villa de Encinasola sobre haber pasado portugueses a hacer nuevo deslinde de
términos en ella», Madrid, 15-2-1703, AHN, Estado leg-1790, Exp. 26.
[487] Provisão para o duque comendador das comendas de Noudar e Barrancos para a medição,
demarcação e tombo dos bens da comenda (1700)». ANTT, Chancelaria da Ordem de Avis, Liv. 22, fl.
65; e «Autos do tombo e mediação e demarcação da defeza da Ruciana», 15-7-1702, ACDC, cx. 20,
70-658, n.º 6214.
[488]
O município de Encinasola, 14-11-1693, 5-6-1694, 9-6-1697, 19-6-1702, e 23-12-1702, e a
sua carta para o juiz demarcando o território, datada de 23-12- -1702, em «Autos do tombo e mediação
e demarcação da defeza da Ruciana», 15-7-1702, ACDC, cx. 20, 70-658, n.º 6214, fls. 11r-15r, 32r-33r,
43r-45r, 70v-71r, 77r-v, e 78r-v.
[489] «No obstante que al duque de Cadaval se le informó siniestramente cuanto a que mediante
haber sobornado la villa a dicho juez quedó perjudicada su encomienda en gran parte de tierra que se
agregó [Encinasola] a su término»: Carta de Encinasola, em «El Consejo de Estado con una carta de la
ciudad de Sevilla y otras que cita de la villa de Encinasola sobre haber pasado portugueses a hacer
nuevo deslinde de términos en ella», Madrid, 15-2-1703, AHN, Estado leg. 1790, Exp. 26.
[490] «Provisão para o duque comendador das comendas de Noudar e Barrancos para a medição,
demarcação e tombo dos bens da comenda», 1700, ANTT, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 22, fl.
65.
[491]
«El Consejo de Estado con una carta de la ciudad de Sevilla y otras que cita de la villa de
Encinasola sobre haber pasado portugueses a hacer nuevo deslinde de términos en ella», Madrid, 15-2-
1703, AHN, Estado leg. 1790, Exp. 26.
[492] «El Consejo de Estado con carta de la ciudad de Sevilla... sobre lo ejecutado por portugueses
contra los límites de ambos reinos y jurisdicción de la villa de Encinasola», Madrid, 18-3-1716, AHN,
Estado leg. 1791, Exp. 89. Estas queixas conduziram a uma ordem de investigação do caso: «Don
Manuel de Torres regente de Sevilla... sobre la averiguación de los confines entre Castilla y Portugal
por parte de Encima Sola», Sevilha, 13-10-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 12; o município de
Encinasola, 20-7-1716, AME, AC, leg. 4; e carta de Manuel de Torres para Juan de Elizondo, Sevilha,
13-10-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 12.
[493] «Provisão ao duque de Cadaval para tombar as terras da sua comenda de Noudar e Barrancos
(1716)», ANTT, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 24, f. 77 e o município de Encinasola, 20-4-
1716, AME, AC leg.4.
[494] «Resumen... de todo lo ocurrido hasta el día de la fecha sobre las controversias entre vasallos
de S.M. de la villa de Encinasola y de los del rey de Portugal del Castillo de Nodar y lugar de
Barrancos» (circ. 24-10-1716), em «El consejo de estado... sobre la demarcación de límites entre la
villa de Encinasola de este reino y el Castillo de Nodar y lugar de Barrancos del de Portugal», Madrid,
24-10-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 17. Ver também «El consejo de estado, con carta del
Marqués de Capecelatro diciendo ejecutará lo que se le ha ordenado cuanto a la dependencia de la villa
de Encinasola», Madrid, 1-12-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 30.
[495] «Si la dificultad que pueda ocurrir en esto es la influencia del duque de Cadaval por el interés
en su encomienda podrá dar a entender que no tiene dificultad el que las tierras que tocaren a su
encomienda queden pendientes de ella, aunque estén en territorio de Castilla, pues no solo en esta
encomienda se verifica esta práctica»: O Consejo de Estado na sua Consulta, datada de 24-10-1716,
AHN, Estado leg. 1768, Exp. 17.
[496] «El consejo de estado con carta del Marqués de Capecelatro dando cuenta de lo que le expresa
aquel secretario de estado sobre la dependencia de Encinasola», Lisboa, 28-1-1717, AHN, Estado leg.
1773.
[497]
Petição do município de Moura, 2-3-1673, e documentos relacionados, ANTT, Casa do
Infantado, Mç 1059; e dois certifiados com data de 1 e 2 de Março, 1691, em ACDC, cx. 19, 68-648,
n.º 2595. Ver também ACDC, cx. 19, 68-648, nos. 2640, 2598, 2599, 2691, e 2714, e cx. 20, 69-653,
nos. 4032, 4139, 4144, e 3648.
[498] O município de Moura em 2-3-1673, carta régia datada de 12-4-1673, e opinião do juiz, 2-2-
1764, em «Moura 1665-1677», ANTT, Casa do Infantado, Mç. 1059. Ver também ACDC, cx. 19, 68-
648, n.º 2598.
[499] Petição da duquesa de Cadaval, datada de 26-2-1812, decisão do corregedor de Avis, datada de
17-9-1820, e procedimentos contra Jose Damiel, residente de Santo Aleixo (Moura) pelos oficiais da
comenda, datada de 28-9-1825, todos em ACDC, cx. 19, 68-648, n.os 2641, 2751, e 2599, e cx. 18, 66-
629, n.º 2048. Para os episódios datados de 1594, ver «Parecer do desembargo do paço sobre o
desacato havido na comenda de Noudar por causa dos marcos que o conde de Linhares ali colocou», 8-
6-1594, reproduzido em João dos Santos Ramalho Cosme, O Alentejo a Oriente d’Odiana (1600-
1640): Política, Sociedade, Economia e Cultura (Lisboa: Cosmos, 1994), 217-218; e «Instrumento de
justificação sobre a demarcação da vila de Noudar, 1593», ANTT, CC, parte iii, Mç. 22, doc. 52. Ver
também Ramos, «Fronteira e relações...», 29-34.
[500] Estes processos aconteceram do mesmo lado da fronteira, ou do outro lado. Os exemplos de
Sevilha, Aroche e Encinasola demonstravam como funcionavam no seio do mesmo reino. Um exemplo
algo semelhante de território não dividido entre comunidades que reorganizavam as suas relações está
em «El concejo y vecinos de la villa de Alcazarén con el de Mojados sobre deslinde y amojonamiento
de la raya divisoria, 1807», RCV, PC, Fernando Alonso (OLV) 608/3.
[501] «Auto de inquirição a respeito da vinda dos castelhanos aos termos de Moura para lavrar e
semear», 2-11-1510, ANTT, Gavetas, XIV, 5-13.
[502] «Juan Garcia Ronquillo en nombre de Aroche y del consejo de Moura», in «Ejecutorias
ganadas por esta villa a la de Aroche en la RA de Sevilla», AME, leg. 236; e o procurador de Aroche,
sem data, em «El concejo de Encinasola con el concejo de Aroche, 1625», AHPS, RA, 233/1, fls. 756r-
757r.
[503] Reuniões municipais datadas de 26-6-1760, 12-11-1762, e 27-1-1779, AMA, AC, leg. 15 e 16;
e reuniões municipais datadas de 26-7-1760 e 14-12-1762, AME, AC, leg. 11 e 12. Ver também petição
de ambos os municípios datada de 10-12-1768, reproduzida em ordem régia datada de Madrid, 29-11-
1780, e a documentação anexa em «Testimonio y demás diligencias sobre la tasación de granos y su
cobranza de la dehesa de la contenda», AMA, leg. 453.
[504]
Ramos, «Fronteira e relações», 42-44.
[505]
«Carta a respeito dos direitos de pastagens entre as terras vizinhas de
Portugal e Castela», 11-9-1290, ANTT, Gavetas, XVIII, 3-22.
[506]
Manuel González Jiménez, «Conflictos fronterizos en la sierra de Aroche:
El pleito de Barrancos (1493)», Actas das I Jornadas de História Medieval do
Algarve e Andaluzia (Loulé: Câmara Municipal de Loulé, 1987), 349-359;
Carmona Ruiz, «La explotación ganadera...», 248-249; Félix Sancha Soria,
La guerra de restauración portuguesa en la Sierra de Aroche (1640-1645)
(Huelva: Diputación de Huelva, 2008), 44; e Cosme, O Alentejo..., 33-34, 37,
e 55. Ver também José Luis Martín Martín, «La tierra de las «contendas»:
Notas sobre la evolución de la raya meridional en la edad media», Norba.
Revista de historia, 16 (1996-2003): 277-293, na 292.
[507]
João Luís de Lima e Silva de Sousa, «Contendas entre vilas e seus termos
na fronteira portuguesa nos séculos xiii-xvi», Boletim do Instituto Histórico
da Ilha Terceira, 37 (1979): 41-59, 43; García Fitz, «Conflictos
jurisdiccionales...», 38 e 47-50; Carmona Ruiz, Usurpaciones de tierras...,
45-46 e 52-53; Carmona Ruiz, «La explotación ganadera...», 242-245; e
Sancha Soria, La guerra de restauración..., 69.
[508]
María Antonia Carmona Ruiz, La ganadería en el reino de Sevilla durante la baja edad media
(Sevilha: Diputación de Sevilla, 1998), 375 e 456-457; Carmona Ruiz, Usurpaciones de tierras..., 53 e
75. Acerca da comunidad de pastos em geral, ver David E. Vassberg, Tierra y sociedad en Castilla:
Señores, «poderosos» y campesinos en la España del siglo xvi (Barcelona: Crítica, 1986), 83-89.
[509]Os registos datados da década de 1680 demonstram que, por essa altura, Noudar já não existia.
O representante do duque de Cadaval, que tomou dela posse em 1686, notava que «onde antiguamente»
se localizavam várias casas e um castelo apenas restavam algumas defesas e uma igreja. Barrancos,
pelo contrário, prosperava: A tomada de posse datava de 8-6-1686, ACDC, cx. 19, 67-635, n.º 2628.
Este processo de abandono poderá ter começado entre meados e finais do século xv, quando se tornou
claro que Noudar poderia ter funções militares mas Barrancos desempenhava a parte economicamente
mais activa. Em 1527-1532 Barrancos tinha 73 habitantes e Noudar seis; em 1580 os números eram
145 e 12; em 1708, 350 e 50; e em 1798, 265 e sete: Ramos, «Fronteira e relações», 20-21 e 36-40.
[510] Fonseca, «Fronteiras territoriais...»; Carmona Ruiz, «La explotación ganadera...», 253;
González Jiménez, «Conflictos...»; e Amândio Jorge Morais Barros, «Uma contenda a norte da
‘contenda’ alguns aspectos das relações fronteiriças entre Portugal e Castela na idade média», Revista
da Faculdade de Letras. História, série ii, 15(1) (1998): 323-364, 330-331. A imigração espanhola para
Barrancos poderá ter continuado pelo século xix: María Victoria Navas Sánchez-Élez, «El río Guadiana
lazo de unión entre España y Portugal: El caso de su margen izquierda», Actas de las I Jornadas
Transfronterizas sobre la Contienda hispano-portuguesa (Aroche: Escuela Taller Contienda, 1996),
vol. 1, 85-98, na 95.
[511] «Inquirição que se tirou a respeito da aldeia de Barrancos que Castela dizia ser sua, mas que era
pertença de Portugal», 16-3-1493, ANTT, Gavetas, XIV, 5-2.
[512]
Foram assinados dois tratados em Tordesilhas em 4 de Junho de 1494. O mais famoso ocupava-se
da divisão do Atlântico em esferas de expansão potencial, ao traçar uma linha imaginária de pólo a
pólo. Foi acompanhado de um segundo tratado que dividia as rotas marítimas e as terras de África,
relativamente bem conhecida, mas ainda não possuída na sua totalidade. Acerca dos dois tratados, ver
Luís Adão da Fonseca, «Portugal e o Mediterrâneo, entre Castela e Marrocos: A formação da fronteira
marítima nos séculos xiv-xv e a noção de espaço político descontínuo», População e Sociedade, 17
(2009): 53-60, nas 53 e 55. Ambos os tratados poderão ter tido um antecedente no Tratado de
Alcáçovas (1479) no qual, inter alia, Portugal reteve o controlo sobre certas partes de África, já ou
potencialmente sob o seu poder, e a Espanha recebeu as Canárias «ganadas y por ganar»: «Tratado de
paces entre las coronas de Castilla y de Portugal firmado en Toledo a 16-3-1480», Boletín de la Real
Academia de la historia, 38 (1901): 325-329, cláusula viii, na 327. Principalmente centrado nas rotas
para África, este tratado não definiu nem estabeleceu a navegação para ocidente, razão pela qual era
necessário o outro Tordesilhas. A coincidência entre o processo em Barrancos e os tratados poderia não
ser fortuita: o comissário enviado pelo monarca português para investigar Barrancos tinha o poder para
resolver não apenas este conflito, mas todos os que existiam entre Espanha e Portugal, incluindo a
jurisdição em África. Esse poder incluía o seguinte: «Praticar e assentar, concordar e formar tudo o que
a ele parece razão e justiça assim sobre a terra que jaz entre os cabos de Bojador e de Nam; como isso
mesmo sobre as pescarias que fazem e vão e enviam fazer os naturais e súbditos dos sobreditos rei e
rainha de Castela... que faz entre os ditos cabos de Nam e de Bojador que é terra e mar em que assim
pelas bulas dos Santos Padres como pela nova capitulação e reformação das pazes se não pode tratar
negociar nem pescar sem nossa autoridade e especial licença sob certas penas nas ditas bulas e
capitulação con- teúdas. E outrossim lhe damos mais o dito poder e autoridade que possa assentar,
compor, concordar e capitular tudo o que a ele dito doutor parece razão e justiça acerca das Enxovias
que são em terra d’Africa do que é da nossa conquista dos reinos de Fez e cousas que de tudo o que dito
é dependem e a forem anexas e conexas for dito facto consentido, outorgado e firmado, assentado e
capitalado seja firme, estável e duradoiro para sempre. E prometemos por nossa fé real de o havermos
por rato e gato e de o guardarmos inviolavelmente e de nunca em tempo algum irmos contra ele em
parte nem em todo em juízo nem fora dele directa nem indirecta por nos nem por outrem sob obrigação
de todos nossos bens asi da coroa dos nossos reinos como patrimoniais que para ela obrigamos e
especialmente hipotecamos.» Poder do rei português para o Doutor Vasco Fernandes, Lisboa, 3-2-1492,
em «Inquirição que se tirou a respeito do termo de Noudar e de Ansinasola», 20-2-1493, ANTT,
Gavetas, XV, 23-8.
[513]O juiz português que conduziu a investigação sugeriu que «são castelhanos e pouco amigos do
proveito destes reinos e fazem mais perda nestes reinos que proveito»: «Instrumento de vários
documentos e de uns artigos pertencentes à inquirição que se tirou a respeito da contenda entre Portugal
e Castela sobre as demarcações e termos das vilas de Nodar e Moura com Anzina Sola e Aroche», 22-
2-1493, ANTT, Gavetas, XVIII, 2-1, reproduzido em GTT, vol. 8, 52-105, na 68.
[514] «Relação do que sucedeu na vila de Moura e seu termo no ano de 1641», reproduzido em
Cosme, Elementos para a História..., 331-342, nas 332-333. O original encontra-se na BNP, Res. cod.
6687.
[515] Miguel de Noronha era um de vários importantes nobres portugueses que optaram por esta via e
cuja traição – retratada pela propaganda dos Bragança – era inegável e colossal. Fora governador de
Tânger (1624-1628) e vice-rei da Índia (1629-1635) e parente do marquês de Villarreal e do duque de
Caminhas, dois homens proeminentes culpados de traição e executados por D. João IV. Em troca da
sua lealdade para com Filipe, foi-lhe concedido um título para o primogénito (o primeiro duque de
Linhares) e vários cargos administrativos potencialmente lucrativos, e foi-lhe permitido chamar-se não
só conde de Linhares, conforme ao seu título anterior, mas também conde-marquês de Villareal. No
entanto, os contemporâneos suspeitaram que estes feitos ficavam aquém do que perdera. Ele mesmo
poderia ter concordado, sugerindo nos seus vários testamentos que a maior parte das suas propriedades
continuava em Portugal e que desde 1640 não as podia usar, tendo ficado em Castela «sem sequer um
maravedí». Confessava não saber o que acontecera a Noudar e Barrancos mas, na sua petição (sem
data) por um rendimento anual do rei explicava ter conhecimento de «quemando los portugueses y
despoblando mis lugares como se ha visto en Barrancos raya de la Extremadura». Passou 1637-1642
em Madrid, primeiro como membro e depois como presidente do Conselho de Portugal. Foi
considerado para o cargo de vice-rei do Brasil, e em 1642 reassumiu uma carreira militar, a comandar
galés em Itália e em Espanha, até morrer em Abril de 1656. Informação acerca do conde de Linhares
pode ser encontrada em Anthony Disney, «On Attempting to Write an Early Modern Biography: My
Encounter with the Life of Dom Miguel de Noronha, Fourth Count of Linhares (1588-1656)», Indica,
29(2) (1992): 89-106; Anthony Disney, The Portuguese in India and Other Studies, 1500-1700
(Burlington, VT: Ashgate, 2009), capítulos 7, 9, e 12; F. Bouza Álvarez, «Entre dos reinos», 84-87 e
100-101; e F. Bouza Álvarez, Papeles y opinión: Políticas de publicación en el siglo de oro (Madrid:
CSIC, 2008), 131-133. Miguel de Noronha deixou vários testamentos: AHPM protocolo 4786, fls.
210r-296v e 483r-509v, por exemplo, fls. 484v, 492r-v, e 504r. Ver também a petição de Fernando de
Noronha, seu primogénito, ao Conselho de Castela e a sua consulta datada de 22-10-1670, AHN,
consejo 7180/39; e «Relación de servicios de don Miguel de Noroña», ACEDAL. Gostaria de
agradecer ao duque de Abrantes o envio de uma cópia deste documento. Os contemporâneos sugeriam
que «Ao Linhares satisfizeram, deixando-o chamar conde de Gijon, pequeno lugar de Astúrias, nas
ribeiras do mar Cantábrico; da qualidade não tirou mais que a verdade de se manifestar por neto de
Dom Affonso, antigo conde de Gijon, filho de Dom Henrique o bastardo, honra que ninguém lhe
duvidava antes, nem invejou despois, em cujo troco perdeu em Portugal vinte mil cruzados de renda,
bons lugares, e nobres comendas»: Francisco Manuel de Melo, Tácito Portuguez, orgs. Afrânio
Peixoto, Rodolfo Garcia e Pedro Calmon (Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1940), 97.
[516] O concelho de Encinasola, 28-6-1641, 30-6-1641, e 12-7-1641, AME, AC, leg. 1, fls. 26r-28v.
Estas versões encontraram apoio em relatórios dos habitantes de Santo Aleixo, uma aldeia de Moura,
que disseram existir indicações de que durante a guerra os barranquenhos deram «mensagens secretas»
aos castelhanos: este relatório datava de 1644 e era citado em Bento Caldeira, Aldeia Heróica: Santo
Aleixo da Restauração (Lisboa: Colibrí, 1997), 27. Uma sugestão semelhante foi feita por Luís de
Meneses, História de Portugal Restaurado (Lisboa: João Galvão, 1679), vol. 1, 216.
[517]
Acerca do carácter local da Guerra da Restauração ver, por exemplo, Jorge Penim de Freitas,
O Combatente durante a Guerra da Restauração: Vivência e Comportamentos dos Militares ao
Serviço da Coroa Portuguesa (1640-1668), (Lisboa: Prefácio, 2007) 266-269; e João Cosme, «A
solidariedade e a conflitualidade na fronteira portuguesa do Alentejo (séculos xiii-xviii)», População e
Sociedade, 6 (2000): 83-100, na 90.
[518]
Estas esperanças poderão ter sido frustradas. Em 1642, Moura queixava-se de que devido à
guerra os seus habitantes não podiam usar este território: «Item e memorial das defezas e propriedades
que estão perdidas no termo desta vila que se não cultivam nem aproveitam por razão das guerras»,
ANTT, Cortes, Mç 12, fls. 169r-170v; também reproduzido em Cosme, Elementos para a
História..., 266-286.
[519] Freitas, O Combatente..., 266-269; e Cosme, «A Solidariedade...», 90.
[520] «Capítulos que deram os procuradores da vila de Moura nas cortes... de 1641», petição n.º 9,
ANTT, Cortes, Mç. 12, fls. 141r-142r e 146v. Este do- cumento foi reproduzido em Cosme, Elementos
para a História..., 249-250.
[521] Declaração de Pedro López Catano e Esteban Martín de Castro em «Encinasola, año de 1787.
Causa de denuncia contra varios vecinos y ganados del lugar de Barrancos reino de Portugal», AME,
leg. 228, fls. 19v-22v e 87r-90r. Ver também certificado de Encinasola, 8-10-1788 nos fls. 81r-83v; e
certificado notarial datado de 13-9-1787 e as várias notificações que a audiencia de Sevilha enviou em
Fevereiro de 1790, em «Causa de denuncia, 1792», AME, leg. 749. Em meados do século xix, os
naturais de Encinasola formavam o maior grupo populacional de Barrancos: Ramos, «Fronteira e
relações...», 133.
[522] ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Habilitações, Mç. 165, Doc. 4036, fls. 1, 2, 8, 100, e 108-
114.
[523] Carmona Ruiz, «La explotación ganadera...», 250-252.
[524] «Auto que se fez a respeito da demarcação entre Portugal e Galiza por mandado de el-rei d.
João III», Vinhais, 1-6-1538, ANTT, Gavetas, XIV, 5-15.
[525] «Los vecinos de Barcia de Mera Manual Mosquera y consortes contra Manuel Antonio de
Otero escribano sobre exceso, 1795», ARG, RA 9144/26.
[526] Vários certificados passados por Ambrosio González Lechuga, datados de Agosto de 1785,
AME, leg. 228, fls. 40v-43v; reunião municipal, 5-5-1798, as cartas trocadas entre Moura, Aroche, e
Encinasola, e a reunião que se realizou em La Tomina on 29-9-1798, AMM, B/A/01/013, fls. 91r-92v e
100v-102v; e «Autos formados en virtud de oficio del ayuntamiento de la villa de Aroche sobre el
aprovechamiento de la dehesa de la Contienda, 1808», AME, leg. 228. La Tomina, actualmente em
ruínas, foi fundada na década de 1680 e, em 1709, foi concedida à Congregação dos Clérigos Regulares
dos Doentes, cuja principal função era cuidar dos moribundos.
[527]
Estas confrontações foram descritas em múltiplos relatórios, todos em AME, leg. 228, por
exemplo, reunião municipal 9-3-1785, fls. 5v-6v, e a declaração de testemunhas que se seguiram nos
fls. 7r-9v; e «Papeles y documentos relativos... al famoso pleito... por Francisco Méndez de nación
portugués, vecino de Barrancos», AME, leg. 228.
[528] ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Habilitações, Mç. 165, doc. 4036, fls. 75 e 81-82. Ver
também Ramos, «Fronteira e relações...», 147-148.
[529] «El consejo de estado con consulta suya y dos del de Castilla... sobre las diferencias que hay
entre vecinos de los lugares de Rio Manzanas y Santa Cruz del reino de Castilla y los de Guadramil del
de Portugal», Madrid, 3-11-1701, AHN, Estado leg. 1778, Exp. 53; e «El consejo de estado con
consulta del de
Castilla sobre las diferencias que se han suscitado entre vecinos del lugar de Rio Manzanas del reino de
Castilla y los de Guadramil del de Portugal», Madrid, 28-9-1701, AHN, Estado leg. 1788, Exp. 52
[530]
O conde de Frigiliana ao Consejo de Estado, Madrid, 3-12-1696, e o Consejo de Estado,
Madrid, 8-1-1697, ambos em AGS, Estado leg. 4043; «El consejo de estado con consulta del de Castilla
sobre instancia del enviado de Portugal en orden a la controversia suscitada entre la villa de Encinasola
de estos reinos y la de Moura del de Portugal», Madrid, 2-5-1700, AHN, Estado leg. 1766, Exp. 60;
Consulta do Consejo de Castilla, Madrid, 17-6-1700 e 17-4-1697, ambos resumidos em «El Consejo de
Estado con consulta del de Castilla sobre instancia del enviado de Portugal», Madrid, 17-6-1700, AHN,
Estado leg. 1781, Exp. 16; «El Consejo de Estado con un oficio del enviado de Portugal», Madrid, 13-
5-1700, AHN, Estado leg. 1766, Exp. 63; «El Consejo de Estado... sobre la demarcación de límites
entre la villa de Encinasola de este reino y el Castillo de Nodar y lugar de Barrancos del de Portugal»,
Madrid, 24-10-1716, AHN, leg. 1768, Exp. 17; e «El Consejo de Estado con carta del Marqués de
Capecelatro dando cuenta de lo que le expresa aquel secretario de estado sobre la dependencia de
Encinasola», Lisboa, 28-1-1717, AHN, Estado leg. 1773.
[531] «El monasterio de Melón con Gonzalo Ojea vecino del lugar de Perdices sobre apropiar el coto
de Villamayor al reino de Portugal, 1573», ARG, RA 569/13; e «Los vecinos de Alcobazas (Portugal)
Bartolomé Domingues y consortes con los vecinos de Azoreira... sobre comunes en Allariz (Ourense)»,
1631, ARG, RA 2501/8. Semelhante era também «Juan das Agras con vecinos de Castro Liveiro sobre
pastos, 1594», ARG, RA 26601/27.
[532] Ambrosio Spinoza, procurador de Encinasola em 19-6-1697, em «Autos do tombo e mediação
e demarcação da defeza da Ruciana», 15-7-1702, ACDC, cx. 20, 70-658, n.º 6214, fls. 43v-45r. A Mesa
da Consciência e Ordens era um tribunal encarregado de supervisionar assuntos relacionados com a
Igreja, as ordens militares e as universidades. Entre outras coisas, administrava as três ordens militares
(Cristo, Avis e Santiago) incorporadas em 1551 na coroa portuguesa. De acordo com o procurador, se o
duque pretendia apelar de uma decisão tomada no estilo e na forma ordinária por um juiz, tinha de se
dirigir a um tribunal de apelo ordinário, e não à Mesa.
[533] «Los vecinos del lugar de Bousenses... sobre excesos en deslinde de los montes de los Vidos a
pedimento de los vecinos del lugar de Canvedo (Portugal), 1753», ARG, RA 9135/9.
[534]
«Instrumento de vários documentos e de uns artigos pertencentes à inquirição que se tirou a
respeito da contenda entre Portugal e Castela sobre as demarcações e termos das vilas de Nodar e
Moura com Anzina Sola e Aroche», 22-2-1493, ANTT, Gavetas, XVIII, 2-1; e «Inquirição que se tirou
a respeito do termo de Noudar e de Ansina Sola», 20-2-1493, ANTT, Gavetas, XV, 23-28.
[535] Decreto real, Lisboa, 9-10-1603, ANTT, Chancelaria de Filipe II, Doações, Liv. 10, fl. 299. O
conflito em 1603 e 1605 é mencionado brevemente numa carta que Manuel de Torres escreveu a Juan
de Elizondo, Sevilha 13-10-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 12; e «Resumen... de todo lo ocurrido
hasta el día de la fecha sobre las controversias entre vasallos de S. M. de la villa de Encinasola y de los
del rey de Portugal del Castillo de Nodar y lugar de Barranco» (c. 24-10- -1716), em «El consejo de
estado... sobre la demarcación de límites entre la villa de Encinasola de este reino y el Castillo de
Nodar y lugar de Barrancos del de Portugal», Madrid, 24-10-1716, AHN, Estado leg. 1768, Exp. 17.
[536]
Ramos, «Fronteira e relações...», 27.
[537]
Carmona Ruiz, Usurpaciones de tierras, 134, identificava o conflito como envolvendo «Campo de
Gamos», também denominado «La Contienda». Não obstante, documentos contemporâneos sugeriam
que os dois não eram idênticos ou que pelo menos foram sendo gradualmente distinguidos. Acerca do
crescimento inicial e posterior contracção da área contestada, ver García Fitz, «Conflictos
jurisdiccionales...», 44.
[538] Os arquivos de Aroche e Encinasola foram completamente destruídos pelo fogo na Guerra da
Restauração, e na década de 1690 Moura queixou-se de que os seus arquivos eram dificilmente
legíveis: concelho de Encinasola, 14-11-1693, 5-6-1694, 9-6-1697, 19-6-1702, e 23-12-1702, e a sua
carta ao juiz que demarcava o território datada de 23-12-1702, em «Autos do tombo e mediação e
demarcação da defeza da Ruciana», 15-7-1702, ACDC, cx. 20, 70-658, n.º 6214, fls. 11r-15r, 32r-33r,
43r-45r, 70v-71r, 77r-v, e 78r-v; «Alvará autorizando a vila de Moura a copiar os seus arquivos»,
Lisboa, 2-8-1697, reproduzido em Cosme, Elementos para a História..., 379-380; e cópia de uma carta
não datada de Moura para Aroche e as deliberações de Aroche em 7-7-1699, AMA, AC, leg. 9.
[539] Carmona Ruiz, «La explotación ganadera...», 242.
[540] Não é, portanto, de surpreender que os historiadores também o tenham feito, estudando o
conflito entre Aroche, Encinasola, Moura, Serpa, e Noudar até à década de 1540 como se nada de
importante tivesse acontecido desde aí: José Avelino da Silva e Matta, «Annaes de Moura ou
apontamentos históricos para a topographia mourense», 1855, AMM, 193-202; Sebastião Lopes
Calheiros Meneses, Noticia sobre a contenda de Moura: Alguns documentos: Conclusões: Nota de 19-
9-1805, tratado de 14-10-1542 que se tem denominado a concordata: Planta da contenda de Moura
(Lisboa: Imprensa Nacional, 1889), 3; Pérez-Embid, La frontera...; e Navas Sánchez-Élez, «El río
Guadiana...», 94.
[541] Estas questões foram tratadas exaustivamente em cartas, panfletos e ensaios da época. Os
seguintes foram-me muito úteis: Francisco de Peralta, «Relación de lo que han informado los
corregidores de Castilla la Vieja y Nueva, La Mancha, Extremadura y Andalucía acerca del remedio
que se tendrá para la conservación de la labranza y crianza», manuscrito sem data, BNE, Ms. 9372, fls.
31r-40v; Arriquibar, Recreación política...; «Discursos políticos del Marqués de Monte-Real ministro
del Consejo de Castilla» (sem data, cerca 1752-1769), BPR, Ms. II/3496, discurso 12, fls. 36v-38v, a
cidade de Cáceres em 31-5-1800, em «Proyecto de población de la nominada villa de Balbanera en la
provincia Extremadura», AHN, Consejos 4060, por exemplo, nos fls. 224v-225r; Antonio Henriques da
Silveira, «Racional discurso sobre a agricultura, e população da província de Alem-Tejo» e José
Ignacio da Costa, «Agronómica relativa ao concelho de Chaves», ambos em Memorias Económicas da
Academia Real das Sciencias de Lisboa para o Adiantamento da Agricultura, das Artes e da Industria
em Portugal e Suas Conquistas (Lisboa: Oficina da Academia Real das Ciências, 1789), vol. 1, 41-122
e 351-398. Ver também Castro, O Pensamento Económico..., 38-40; e Serrão, «O pensamento
agrário...».
[542] Paradoxalmente, quando a Mesta (honrado concejo de la mesta), o organismo oficial
encarregado de supervisionar os pastos, foi criado no século xiii, foi visto como um agente
modernizador porque privilegiava a comercialização da lã e o comércio de longa distância em
detrimento da produção local e de uma economia de subsistência. Contudo, nos séculos xvii e xviii, foi
reimaginado como uma instituição conservadora e, para os reformadores, tornou-se no símbolo das
«leis bárbaras» que «preferiam as ovelhas aos homens» e o inimigo do progresso. O principal problema
era que as regras defendidas pela Mesta proibiam as enclosures e impunham restrições aos proprietários
que não podiam gozar livremente das suas terras. A partir daí, tornou-se responsável pelo atraso
agrícola da Espanha e pelo declínio económico mais geral: Melchor de Jovellanos, Informe de la
Sociedad Económica..., 5-6, 23-24, e 148. Vários manuscritos apresentados à Sociedad de Amigos del
País, de Madrid, em 1777 e incluídos em ARSEMAP, leg. 15, Exp. 1, também discutiam estas
questões, tal como o famoso Pedro Rodríguez de Campomanes, Memorial ajustado del expediente de
concordia que trata el honorable Concejo de la Mesta con la diputación general del reino y provincia
de Extremadura, com introdução de Miguel Ángel Melón Jiménez (Cáceres: Caja de Extremadura,
2006 [1783]). Ver também Javier M. Donézar Diez de Ulzurrun, Riqueza y propiedad en la Castilla del
Antiguo Régimen (Madrid: Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, 1996), 160-171; e
Gonzalo Anes, «Agricultura y ganadería en el siglo de las luces», in Cultivos, cosechas y pastoreo en la
España Moderna (Madrid: Real Academia de la Historia, 1999), 93-104.
[543] «Nota apresentada pelo conde del Campo de Alange embaixador de sua majestade católica
dirigida ao governo de sua alteza real o príncipe regente, 19-9-1805», reproduzida em Meneses, Noticia
sobre a Contenda..., 31-36, na 34.
[544] Isabel Testón Núñez, Carlos Sánchez Rubio e Rocío Sánchez Rubio, Planos, guerra y frontera:
La raya luso-extremeña en el Archivo Militar de Estocolmo (Mérida: Gabinete de Iniciativas
Transfronterizas-Junta de Extremadura, 2004), 8.
[545] José Cornide, Descripción circunstanciada de la costa de Galicia y raya por donde confina con
el inmediato reino de Portugal, hecha en el año de 1764, ed. x. L. Axeitos (Corunha: Edición do
Castro, 1991 [1764]), 151.
[546] «Composição feita entre as vilas de Marvão e Valência de Alcântara», 12-12-1313, ANTT,
Gavetas, XV, 23-5. Ver também Possidónio Mateus Laranjo Coelho, Terras de Odiana: Medobriga,
Ammaia, Armenha, Marvão (Marvão: Câmara Municipal de Castelo de Vide e Marvão, 1984), 86-91.
[547] «Demarcação feita por inquirição entre a vila de Marvão e a vila de Valença de Castela», 8-2-
1455, ANTT, Gavetas, XIV, 5-1; «Carta testemunhável a respeito das dúvidas dos termos entre Marvão
y Valença», Marvão, 20-1-1488, ANTT, Gavetas, XVIII, 5-29; e «Autos de vistorias que fizeram
judicialmente os oficiais das câmaras das vilas de Marvão e Valença, sobre as demarcações e divisões
dos termos destas duas vilas», 22-9-1519, ANTT, CC, parte II, Mç. 84, doc. 163. O acordo tornou-se
permanente em 1585 e foi novamente ratificado em 1682: «Treslado dos compromissos das nobres
villas de Marvão y Valencia». Gostaria de agradecer a Juan Carlos Corchero Ramajo, consejal de
cultura do concelho de Valencia de Alcántara por me enviar uma cópia deste documento.
[548] Reuniões municipais, 6-8-1763 and 20-8-1763, AMVA, LC 1763, fls. 120r-v e 128r-129v; e
registos de uma reunião conjunta de ambos os municípios datada de 18-8-1763 e reproduzida em
CMM, 01-057, Vereações 1763-1764, fls. 25r-v.
[549] Reunião municipal, 23-2-1725, AMVA, LC 1725, fls. 28r-29r.
[550] Reunião municipal, 7-12-1805, AMVA, LC 1805, fls. 168r-v.
[551] Em 1758, por exemplo, o concelho de Valencia sugeriu que os guardas alfandegários espanhóis
(guardas del resguardo de la renta) não podiam apreender cavalos pertencentes a Marvão, que
pastavam no território de Valencia: carta de Ramón de Larumbes datada de Badajoz, 7-5-1758, copiada
para os registos da reunião municipal, 19-5-1758, AMVA, LC 1758, fls. 92r-96r. Intervieram também
em 1760 e 1766 para assegurar a libertação de cabras e dos seus pastores: reunião municipal, 2-12-
1760, AMVA, LC 1760, página não numerada; e reunião municipal, 11-12-1766, AMVA, LC 1766,
fls. 11r-112v.
[552] José Baptista Barreiros, «Delimitação da fronteira luso-espanhola», O Distrito de Braga.
Boletim Cultural de Etnografia e História 3(3) Fascic. i-ii (1964): 1-97, 21.
[553] Reunião municipal, 24-6-1868, CMM, 01-113, Vereações 1868, fls. 24r-25r.
[554] Antonio de Gaber, «Relación que individualmente se expresa puerto por puerto los ríos,
arroyos, barrancos y mojones que dividen... la línea de demarcación que divide España y Portugal», 24-
7-1750, AGMM, 5-3-4-4 e 3-5-2-3, ponto 2; e notas datadas de Badajoz 21-7-1750, provavelmente da
autoria de Antonio de Gaber e incluídas em «Copia de los papeles citados en esta relación», AGMM, 5-
3-4-4, nota 1. Estes documentos foram transcritos em Hevilla, «Reconocimiento practicado...».
[555] «Esta circunstancia, las tradiciones de los mayores del país y otras inferencias fundadas que
expresara a su tiempo inspiran fuertes presunciones de que esta dehesa fue primitivamente de España y
es una usurpación violenta de los fronterizos portugueses, cuya época se pierde en la obscuridad de los
tiempos según parece fue una resulta de las porfiadas y continuadas guerras durante los reinados de la
reina doña Isabel de Castilla y sus antecesores en que las expediciones contra los moros... distrajeron la
atención de la superioridad de este rincón de tierra de tan poca atención al parecer»: «Borrador y
expediente de La Contienda», manuscrito anónimo e sem data, provavelmente da autoria do comissário
espanhol Francisco Fersen, em AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431, parte iii. Ver também a sua carta
datada de 26-6-1804 e citada num sumário, sem data, inserido em AMAE/M, Tr 282/002, n.º 0431.
[556] Carta de Joseph Gabriel para Pedro Cevallos, Badajoz, 16-2-1805, e documentos que o
acompanham, AMAE/M, Tr 133/003, n.º 0207.
[557] O mesmo livro também reivindicava Serpa como um município espanhol porque, ao lado de
Moura, Cáceres, Badajoz e Trujillo, pertencera a Castela até 1294: cópia da página relevante desse
livro, autenticada por Manuel de Silva, tabelião, Badajoz, 9-2-1805, em AMAE/M, Tr 133/003, n.º
0207.
[558] Ramos y Orcajo, Dehesa de la Contienda..., 14.
[559] Alegações feitas em 4-7-1802 por Encinasola, em «Diligencias practicadas sobre la dehesa de
La Contienda, año de 1802», AMAE/M, Tr 283/003, n.º 0431.
[560] «Resumen de lo que ha pasado en la raya de Galicia entre gallegos y portugueses sobre la
pertenencia de una isla sita en el río Miño que llaman de Berdoejo o Caldelas», AHN, Estado leg. 872.
[561] «Copia da petição que deu em Lisboa el reitor da companhia de Jesus da cidade de Coimbra», e
«Lo que respondió el abad de Caldelas cuando el corregidor de la comarca de Viana le citó», ambos em
AHN, Estado leg. 1752, Exp. 20.
[562] Carta do duque de Uceda, Corunha, 24-12-1684, AHN, Estado leg. 872.
[563] Carta do embaixador português, Madrid, 4-8-1684, reproduzida em «El consejo de estado con
un papel del enviado de Portugal sobre el embarazo que se ofrece en las fronteras de Galicia», Madrid,
17-8-1684, AHN, Estado leg. 1752, Exp. 18.
[564]
«En consejo de estado, con carta del duque de Uceda y papeles que envía sobre una
controversia entre gallegos y portugueses tocante a la pesca del Miño», Madrid, 11-11-1684, AHN,
Estado leg. 1752, Exp. 19. O Consejo continuou a defender esta posição no ano seguinte: a sua consulta
datada de 27-1-1685, AHN, Estado leg. 1752, Exp. 20.
[565] «En consejo de estado, con carta del duque de Uceda y papeles que envía sobre una
controversia entre gallegos y portugueses tocante a la pesca del Miño», Madrid, 11-11-1684, AHN,
Estado leg. 1752, Exp. 19; e carta do duque de Uceda, Corunha, 24-12-1684, AHN, Estado leg. 872
[566] Joseph de Faria para o conde de Chinchón, Madrid, 10-2-1691, em «El consejo de estado con
una memoria del enviado de Portugal sobre que las justicias de Tui ejercen jurisdicción en una isleta
del reino de Galicia que pertenece a la corona de Portugal», Madrid 17-7-1691, AHN, Estado leg. 1771,
Exp. 2. Ver também consulta do Consejo de Estado datada de 21-7-1691, AHN, Estado leg. 1771, Exp.
1; e «Informação sobre a insola de Verdoejo sita no rio Minho a qual pertence à coroa de Portugal»,
sem data e sem assinatura, AHN, Estado leg. 872-2, e a documentação anexa, datada de 1694.
[567] Jacinto de Aruz Ossorio para o rei, Tui, 18-6-1691, e os processos judiciais anexos datados de
Tui, 14-5-1691, em «El consejo de estado con una consulta y carta del alcalde de la ciudad de Tui sobre
excesos que cometen portugueses en aquella jurisdicción», Madrid, 21-6-1691, AHN, Estado leg. 1771,
Exp. 1.
[568] «Al conde de Puñonrrostro y obispo de Tui», rascunho de cartas datadas de 17-6-1691 e 21-6-
1691, AHN, Estado leg. 872; Manuel de Semanat para o rei, Lisboa, 31-7-1691 e 21-8-1691, e as
respostas do ministro português dos Negócios Estrangeiros, datadas de 31-7-1691 e 18-8-1691, todas
em AHN, Estado leg. 872.
[569] Anselmo Gómez de la Torre para o Consejo de Estado, Tui, 4-10-1691, e os documentos
anexos, AHN, Estado leg. 872.
[570] Conde de Puñonrrostro, Corunha, 28-10-1691, AHN, Estado leg. 872.
[571]
«El consejo de estado con una memoria del enviado de Portugal», 15-7-1693, AHN, Estado
leg. 872; «El consejo de estado con un resumen de todo lo que ha pasado en la raya de Galicia entre
portugueses y gallegos», 10-9-1693, AHN, Estado leg. 872; e rascunho da Consulta de 10-9-1693,
AHN, Estado leg. 872.
[572] «El licenciado don Gabriel Tavares, relator de la real audiencia de este reino dará a
continuación de este decreto relación del pleito que litiga en dicha audiencia el colegio de padres de la
compañía de Coimbra en el reino de Portugal con el abad de Caldelas», Corunha, 22-8-1694, e «El
consejo de estado con carta del conde de Palma y relación que acompaña del pleito pendiente en la
audiencia de La Coruña», 7-9-1694, ambos em AHN, Estado leg. 872. Uma cópia dos documentos
apresentados pelo mosteiro também pode ser encontrada em MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 529r-534r.
[573] «El Consejo de estado con dos cartas de don Manuel Semanat y papeles que remitió», 29-7-
1694, e os documentos anexos, AHN, Estado leg. 872; e «Informação sobre a insola de Verdoejo sita
no rio Minho a qual pertence à coroa de Portugal», manuscrito anónimo sem data em AHN, Estado leg.
872.
[574] «Cabeza de proceso y testigos ante Diego Iñigom juez ordinario sobre que el juez ordinario del
coto de San Fins rompió la jurisdicción de SM», Tui, 13-7-1695, e «El consejo de estado con carta de la
ciudad de Tui, una consulta suya (de 7-9-1694) y otra de Castilla sobre la pertenencia de la isla de
Caldelas o Berdoejo», 9-2-1696, ambos em AHN, Estado leg. 872 que também contém numerosas
representações feitas pela cidade de Tui, o seu bispo, e o governador da Galiza. «Ni verisímilmente
parece puede haberle [pleito] sobre esta isla en la audiencia de La Coruña porque siendo la duda sobre
si esta isla toca al reino de Portugal o al de Galicia no parece que tribunal de ningún reino pueda ser
competente para esta determinación»: Consulta do Consejo de Castilla, sem data, AHN, Estado leg.
872.
[575] Carta de Manuel de Semanat, Lisboa, 14-2-1696, AHN, Estado leg. 872.
[576] Carta da audiencia da Galiza ao rei, 4-10-1695, AHN, Estado leg. 872; Consulta do Consejo de
Castilla datada de 20-2-1696 e parcialmente reproduzida em «El consejo de estado con consulta del de
Castilla y carta de don Manuel de Semanat», 17-3-1696, AHN, Estado leg. 872.
[577] Carta do embaixador datada de Madrid, 8-5-1696, incluída na informação enviada pelo conde
de Frigiliana ao rei, Madrid, 8-5-1696, e a sua carta de 22-10- -1696, ambas em AGS, Estado 4043; e
consultas do Consejo de Estado, 10-7-1696, 25-9-1696, e 13-11-1696, AGS, Estado 4042 e 4043. O
marquês de Villafranca e o marquês de Mancera, por exemplo, insistiam que os exames das situações
da ilha e do rio eram «circunstancias muy esenciales» no processo decisório: a opinião deles está na
Consulta de 13-11-1696, AGS, Estado 4043
[578] Em Março de 1696, por exemplo, o Consejo estudou a representação do reino da Galiza e a
cidade de Tui, pedindo que o conflito fosse finalmente resolvido: Petição de Miguel de Araujo,
deputado do reino da Galiza e consulta do Consejo de Estado, 25-9-1696, e representação da cidade de
Tui, 26-5-1696, AGS, Estado 4043.
[579] O Artigo 5 do Tratado de Utreque de 1715 determinava: «Las plazas, castillos, ciudades,
lugares, territorios y campos pertenecientes a las dos coronas, así en Europa como en cualquiera parte
del mundo se restituirán enteramente y sin reserva alguna; de suerte que los límites y confines de las
dos monarquías quedarán en el mismo estado que tenían antes de la presente guerra. Y particularmente
se volverán a la corona de España las plazas de Alburquerque y la Puebla con sus territorios... y a la
corona de Portugal el castillo de Noudar con su territorio, la isla de Verdejo y el territorio y Colonia de
Sacramento», Cantillo, Tratados..., 165-166.
[580]
Marquês de Risbourg para Miguel Fernández Durán, Corunha, 3-5-1716, uma nota
anónima inserida na documentação citada indicando a resposta dada ao governador em 13-5-1716, «El
consejo de estado con dos cartas del marquês de Risbourg», Madrid, 12-9-1716, o marquês de Risbourg
para o marquês de Grimaldi, Corunha, 2-8-1716 e «Auto de cabeza de processo», Tui, 18-6-1716, e as
declarações seguintes, AHN, Estado leg. 1769, Exp. 46. Cópias de muitos destes documentos também
podem ser encontradas em AHN, Estado leg. 1791, Exp. 107, e AHPP, AMT, LA 1716, Asign. 837, fls.
117r-122r.
[581]
José Baptista Barreiros, «Delimitação da fronteira luso-espanhola», O Distrito de Braga. Boletim
Cultural de Etnografia e História II, fasc. i-ii (1964): 83-170, 79, 82-84, 88-90, e 138 (daqui em diante
Barreiros, «Delimitação da fronteira» [1964a]).
[582] «Tratado de límites desde la desembocadura del Miño hasta la unión del río Caya con el
Guadiana entre España y Portugal... 1864», in Treaties Series. Treaties and International Agreements
Registered or Filed and Recorded with the Secretariat of the United Nations (Nova Iorque: Nações
Unidas, 1991), vol. 1288, II-906, nas 243-261, art. 1, p. 245 e anexo i em 262-265.
[583] «El conde de Frigiliana dice como los portugueses se han apoderado de la isla de Verdoejo»,
Madrid, 30-4-1696, um texto da autoria do embaixador português em Madrid, e «Resumen de lo que ha
pasado en la raya de Galicia entre gallegos y portugueses sobre la pertenencia de una isla sita en el río
Miño que llaman de Berdoejo o Caldelas», AHN, Estado leg. 872. Ver também «Traslado do
enfezamento em fateusim perpetuo feito a Leonel de Abreu de Regalados», testamento do abade do
mosteiro datado de 27-1-1540, e «Translado da posse da ínsua de Verdoejo dada a dona Maria mulher
de Leonel d’Abreu em seu filho», 5-12-1548, MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 529r-230r, 530v-531v, e
533r- -534r.
[584] Pedro Gómez (Gomes) de Abreu foi um dos primeiros nobres portugueses a seguir este
caminho. A sua chegada a Madrid foi festejada e recebeu o título de conde de Regalados. Embora tenha
morrido pouco depois (em 1642), continuou a simbolizar tanto a lealdade como a traição extremas,
dependendo do interlocutor: José Augusto Carneiro, Notícia Histórica e Genealógica dos Abreus de
Regalados, Apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa (Barcelos: Typographia Barcellense
de Augusto Soucasaux, 1905), 13-14, 28-30, e 87-91; Celia Rodríguez de Maribona y Álvarez de la
Viña, marquesa de Ciadoncha, «Los caballeros portugueses en las órdenes militares españolas»,
Arquivo Histórico de Portugal, 5(1) (1943): 237-330, 275-276, 289-291, e 294-295; conde de Ericeira,
História de Portugal Restaurado, org. António Álvaro Dória (Porto: Livraria Civilização Editora, 1945
[1710]), vol. 1, 149; e Luis Vilar y Pascual, Diccionario histórico, genealógico y heráldico de las
familias ilustres de la monarquía española (Madrid: Imprenta de D. F. Sánchez, 1859), vol. 1, 395-406.
A genealogia da família na década de 1640 está incluída em AHN, Caballeros-Calatrava, Exp. 1062,
expediente de Gaspar Gómez de Abreu.
[585] Anselmo de la Torre para o Consejo de Estado, 4-10-1691, e o processo em Tui em 8-9-1691,
AHN, Estado leg. 872; e «Auto de cabeza de processo», Tui, 18-6-1716, e as seguintes declarações,
reproduzidos em AHN, Estado leg. 1769, Exp. 46. Cópias desta documentação também se encontram
em AHN, Estado leg. 1791, Exp. 107, e AHPP, AMT, LA 1716, Asign. 837, fls. 117r-122r. María de
Abreu e Noronha, neta de Leonel de Abreu, casou-se com Fernando de Sotomayor, conde de Crecente
e Señor de Cala de Soutomayor na Galiza, a partir daí unindo os Abreu com os Sotomayor: Costa,
Corografia Portugueza..., vol. 1, 245-246.
[586]
«¿Cómo fue la intrusión de portugueses en la isla que llaman de Caldelas 23 o 24 años ha y
cómo se les consintió y disimuló la introducción en ella o si hubo reclamación de los interesados
Falcones?», Consulta do Consejo de Estado, 12-9-1716, AHN, Estado leg. 1769, Exp. 46. Outra cópia
desta consulta encontra- -se em AHN, Estado leg. 1791, Exp. 107.
[587] Francisco Castro Viejo para o marquês de Astorga, La Guardia, 29-4-1699, e a informação
elaborada em La Guardia, 24-4-1691, anexa a «El consejo de estado con consulta suya y otra del de
Castilla sobre las vejaciones que padecen los vecinos de la Guardia causados por los de Seixas,
jurisdicción de Portugal», Madrid, 15-1-1700, AHN, Estado leg. 1781, Exp. 2; «El consejo de estado
con una memoria del enviado de Portugal sobre que las justicias de Tui ejercen jurisdicción en una
isleta del reino de Galicia que pertenece a la corona de Portugal», Madrid 17-7-1691, AHN, Estado leg.
1771, Exp. 2; «El señor conde de Frigiliana para que pase oficio de queja con el enviado de Portugal
sobre las molestias causadas a los vecinos de la Guarda por los de Seixas, jurisdicción de Portugal»,
Madrid, 23-1-1700, AHN, Estado leg. 1766, Exp. 43; Diego de Manrique Corte Real, Madrid, 4-3-
1701, em «El consejo de estado con oficio del enviado de Portugal sobre los daños que los vecinos de
La Guardia recibían de los portugueses de Seixas», Madrid, 10-3-1701, AHN, Estado leg. 1778, Exp.
15; e «Consulta del de Castilla sobre los daños que los vecinos de La Guardia experimentaban de los
portugueses de Seixas», Madrid, 4-4-1701, AHN, Estado leg. 1788, Exp. 18.
[588]
«El consejo de estado con carta del duque de Uceda y papeles que envía sobre una controversia
entre gallegos y portugueses tocante a la pesca del Miño», Madrid, 11-11-1684, AHN, Estado 1752,
Exp. 19.
[589]
Até 1381, a área entre os rios Minho e Lima, actualmente em Portugal, encontrava-se sob a
jurisdição da diocese de Tui: Maria Filomena Andrade, «Entre Braga e Tui: Uma fronteira diocesana de
duzentos (o testemunho das inquirições)», Revista da Faculdade de Letras. História, série ii, 15(1)
(1998): 77-98; e José Luis Martín Martín, «Problemas de límites en las diócesis vecinas de Castilla y
Portugal en la Edad Media», in Das begrenzte Papsttum: Spielräume päpstlichen Handelns Legaten-
delegierte Richter-Grenzen, orgs. Klaus Herbers, Fernando López Alsina e Frank Engel (Berlim: De
Gruyter, 2013), 169-196.
[590] Bartolus de Saxoferrato, Tractatus Tyberiadis seu de fluminibus: Liber 1-3: De alluvione, de
insula, de alveo; Tractatus de insigniis et armis (Turim: Bottega d’Erasmo, 1964), também disponível
de forma abreviada em https://dspace.nwu.
ac.za/bitstream/handle/10394/8600/Du_Plessis_PJ_Appendix%28Book%29. pdf?
sequence=9&isAllowed=y. Ver também Nordman, Frontières de France..., 114-121; e Marchetti, De
Iure Finium..., 185-191. Acerca da recepção do Ius Commune em Portugal e Espanha, ver José María
Font Rius, «La recepción del derecho romano en la Península Ibérica durante la edad media», Recueil
des mémoires et travaux publiés par la Société d’Histoire du Droit et des Institutions des Anciens Pays
de Droit Écrit 6 (1967): 85-104 ; e Bartolomé Clavero, Institución histórica del derecho (Madrid:
Marcial Pons, 1992), 5-56.
[591] Siete Partidas, Partida III, título 28, leis 26, 27, e 28.
[592] Vattel, The Law of Nations..., livro 1, capítulo 22, n.º 102.
[593] «Copia de la representación hecha por Don Joseph Quintana sobre poner corriente y navegable
el estero o caño que desde la playa de Ayamonte corre hasta la de San Miguel y Barra del Terrón»,
Ayamonte, 8-9-1741, em «Copia de los papeles citados en esta relación perteneciente al estero
navegable o brazo del río Guadiana en la Playa de Ayamonte», AGMM, 5-3-4-4; Antonio de Gaber,
«Relación en que distintamente y por partes se explican los puertos que sirven de demarcación y línea
que divide los reynos de España y Portugal en la Provincia de Andalucía», AGMM, 5-3-4-4; carta de
Joseph Quintana Cevallos, Ayamonte, 24-11-1764, Palacio para Joseph Quintana, Madrid, 7-12-1764, e
um memorando da autoria do marquês de Grimaldi, Palacio, 10-12-1764, em «1764 asuntos de pesca»,
AGS, SMA, 0264. Relacionando o que acontecia no Minho com o que se passava em Ayamonte temos
«El consejo de estado con carta de don Domingo Capecelatro», Madrid, 19-12-1702, AHN, Estado leg.
1755, Exp. 44.
[594] «Actas de la comisión mixta compuesta de los comisarios de los gobiernos de España y
Portugal para esclarecer... la propiedad y dominio del islote formado recientemente en la
desembocadura del Guadiana», Vila Real de Santo António, 12-6-1840, AMN, Ms. 1800, Miscelánea
doc. 29, fls. 80r-89r. Em causa estava também a distinção entre mudanças causadas pelo homem e
mudanças naturais: ver, por exemplo, «Expediente sobre el río Miño, 1757», AGS, SGU 3376, e o
mapa 20/97 que o acompanhava. Os contemporâneos insistiam assim em que as mudanças que
afectavam direitos tinham de ser «naturais», e não causadas pelo homem: «mutaciones que
naturalmente y sin industria alguna producen las circunstancias del terreno y aguas»: «1764 asuntos de
pesca», AGS, SMA, 0264.
[595]
Carta de Sebastián Rubin para Félix Oneille, Valença do Minho, 24-2-
1773, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; carta de João de
Almeida e Melo para o marquês de Pombal, Porto, 29-7-1773, e a carta do juiz de fora de Barea
que a acompanhava, datada de 7-7-1773, ambas em AHM/DIV/1/06/38/01.
[596]
O marquês de Pombal para João de Almada de Tello, Lisboa, 4-8-1773,
AHM/DIV/1/11/02/12, doc. 2, pp. 14-15.
[597]
«Al marquês de Casatremanes, San Lorenzo 21-10-1773» e «Extracto
sobre la dependencia del Monte de la Magdalena», AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2.
[598] «Treslado da certificação da Torre do Tombo da demarcação de o concelho de Lindozo com el
reino de Galiza», in «Documentos sobre a demarcação de limites entre a Hespanha e Portugal, 1803»
AHM/DIV/4/1/10/10.
[599] Suzanne Daveau, «Caminhos e fronteira na serra da Peneda. Alguns exemplos nos séculos xv e
xvi e na actualidade», Revista da Faculdade de Letras. Geografia, série i, 19 (2003): 81-96, na 87.
[600] José Francisco Barbosa Pereira para Aires de Sá e Melo, 17-3-1778, AHM/ DIV/1/09/01/35.
[601] O embaixador para o conde de Floridablanca, Aranjuez, Maio, 1779, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2.
[602] Conde de Floridablanca para Pedro Martín Cermeño, Aranjuez, 19-5-1779, e as respostas deste
último, Corunha, 29-5-1779 e 21-7-1779, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2.
[603] O embaixador português para o conde de Floridablanca, Madrid, 4-12-1779; A resposta de
Floridablanca datada de Palacio, 9-12-1779; «Sumario respectivo a las contiendas que han habido entre
portugueses residentes en Lindoso y Gallegos y que resulta de ella conviene la demarcación», 27-6-
1780; e ordem enviada a Pedro Martín Cermeño, Aranjuez, 3-5-1780; todos em AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2; e queixa do embaixador português, 18-5-1803, resumida em «Extracto del
expediente», AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1.
[604] Pedro Martín Cermeño para o conde de Floridablanca, Corunha, 10-3-1789, e a informação
anexa perante o juiz ordinário de Trasportela, 18-1-1789, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º
0207/2; Antonio Feliz de Contreiras da Silva para a rainha, Porto, 10-11-1789, MNE LH, cx. 6 (n.º
1123), fls. 83r-85v; Pedro Martín Cermeño para o conde de Floridablanca, Corunha, 8-4-1790,
AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2, a informação judicial que a acompanhava, Trasportela,
10-3-1790; e David Calder para Luís Pinto de Sousa Coutinho, Viana, 24-6-1790,
AHM/DIV/1/11/02/12. Ver também rascunho de uma resposta para o embaixador português, 5-11-
1791, com a investigação judicial levada a cabo em Trasportela em 23-9-1791, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2; Juan Antonio Bringas para Pedro Martín Cermeño e «El caballero Carvallio e
Sampayo para o conde de Aranda», 22-3-1792, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2;
«Extracto del expediente», «Al señor conde del Campo de Alange», Aranjuez, 10-4-1804, «Según
minutas del 16,17 y 18 de Julio 1804», manuscrito anónimo, sem data, e conde del Campo de Alange
para Pedro Cevallos, Lisboa, 21-4-1804, AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1; e queixa do
embaixador português, 18-5-1803, resumida em «Extracto del expediente», AMAE/M, Tr 132/001
(1754/1807), n.º 0207/1.
[605] Pedro Martín Cermeño para Floridablanca, Corunha, 10-3-1789, e a informação anexa perante
o juiz ordinário de Trasportela, 18-1-1789, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2.
[606] Cartas de Luís Pinto de Souza para José Pedro de Câmara, Viana, 30-4-1789, e Luís Pinto de
Souza para João de Souza, Lisboa, 11-9-1789, AHM/ DIV/1/11/02/12, doc. 4, p. 15, e doc. 6, pp. 20-
22.
[607] António Feliz de Contreiras da Silva para a rainha, Porto, 10-11-1789, MNE, LH, cx. 6 (n.º
1123), fls. 83r-85v.
[608] Pedro Martín Cermeño para Floridablanca, Corunha, 8-4-1790, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2, e a informação judicial que a acompanhava,
Trasportela, 10-3-1790; e David Calder para Luís Pinto de Sousa Coutinho, Viana, 24-6-1790,
AHM/DIV/1/11/02/12; rascunho de uma resposta para o embaixador português, 5-11-1791, com a
investigação judicial levada a cabo em Trasportela em 23-9-1791, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792),
n.º 0207/2; e Juan Antonio Bringas para Pedro Martín Cermeño e «El caballero Carvallio e Sampayo
para o conde de Aranda», 22-3-1792, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; queixa do
embaixador português, 18-5-1803, resumida em «Extracto del expediente», AMAE/M, Tr 132/001
(1754/1807), n.º 0207/1.
[609] O embaixador português sugeriu, por exemplo, que em 1803 os espanhóis podiam ter apanhado
lenha e destruído colmeias apenas para certificar os seus direitos de posse e uso: queixa do embaixador
português, 18-5-1803, resumida em «Extracto del expediente», AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º
0207/1. Em 1807 os comissários portugueses mesmo assim insistiram que «O que tem sido a causa de
moverem os ambiciosos fronteiros galegos sanguinolentas desordens pretendendo com estas
obstinadamente usurpar pelo direito da força o que por justiça lhe não deve pertencer»: Joaquim José de
Almeida e Raymundo Valeriano para o rei, Viana do Minho, 14-9-1807, MNE, LH, cx. 2 (n.º 1119),
fls. 70r-75r, no fl. 70r.
[610] Os espanhóis, todavia, afirmaram que o padre lhes pedira que mostrassem caridade para com os
vizinhos portugueses, partilhando com eles a terra: Rascunho de uma resposta para o embaixador
português, 5-11-1791, com a investigação judicial realizada em Trasportela em 23-9-1791, AMAE/M,
Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; e Juan Antonio Bringas para Pedro Martín Cermeño e «El
caballero Carvallio e Sampayo» para o conde de Aranda, 22-3- -1792, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2; «Extracto del expediente» e «Al señor conde del Campo de Alange»,
Aranjuez, 10-4-1804, «Según minutas del 16,17 y 18 de Julio 1804», manuscrito anónimo, sem data, e
conde del Campo de Alange para Pedro Cevallos, Lisboa, 21-4-1804, AMAE/M, Tr 132/001
(1754/1807), n.º 0207/1.
[611] Luís Pinto de Souza para Joseph Pedro da Câmara, Viana, 30-4-1789, e «Memoria do
embaixador do Portugal sobre as desordens ultimamente cometidas pelos vassalos de s. m. católica nos
domínios del s. m. fidelíssima», Madrid,
[612] -6-1789, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2, resposta real para o embaixador, Madrid,
14-7-1789, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; e Pedro Martín Cermeño para o conde de
Floridablanca, Corunha, 21-7-1789, 12-8-1789, e 6-10-1789, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º
0207/2. Ver também a queixa do governador do castelo de Lindoso, datada de 7-2-1791, e Diogo de
Carvalho e Sampayo para o conde de Floridablanca, Aranjuez, 21-5- -1790, AMAE/M, Tr 132/002
(1720/1792), n.º 0207/2.
[613] Ventura Caro, Orense, 18-4-1791, conde de Floridablanca para o embaixador português, San
Lorenzo, 20-10-1791, Juan Antonio Bringas para Pedro Martín Cermeño, e «El caballero Carvallio e
Sampayo» para o conde de Aranda», 22-3-1792, todos em AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º
0207/2.
[614] «Extracto del expediente», «Al señor conde del Campo de Alange», Aranjuez, 10-4-1804,
«Según minutas del 16,17 y 18 de Julio 1804», manuscrito anónimo sem data, e o conde del Campo de
Alange para Pedro Cevallos, Lisboa, 21-4-1804, AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1. Ver
também processos em Villar, 15-7-1802, em anexo à carta de Julián de Araujo para Pedro Cevallos, El
Ríos, 21-8-1802, AMAE/M, Tr 133/004, n.º 0207.
[615] «Certificación dada por el escribano de cámara Manuel de Carranza», mencionada num
«extracto» incluído em AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1.
[616] «Al señor conde del Campo de Alange», Aranjuez, 10-4-1804, AMAE/M, Tr 132/001
(1754/1807), n.º 0207/1.
[617] Pedro Cevallos para o conde de Campo de Alange, 6-11-1806, e Tomás de Rifa para Pedro
Cevallos, Verim, 16-10-1806, «Copia traducida del português» da carta de Raymundo Valeriano da
Costa Correa para Tomás de Rifa, Cuartel de Lindozo, 27-6-1806, Tomás de Rifa para Pedro Cevallos,
Orense, 15-7-1807, «Extracto del expediente», «Conforme la resolución puesta en la anterior se pasa
oficio en 9-4 al embajador de Portugal», e rascunho de uma carta datada de Palacio, 20-7-1806,
AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1. Ver também Raymundo Valeriano da Costa para
Antonio de Araujo Azevedo, sem data (1806), MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 340r-341r; Tomás Rifa e
Manuel de Otermin, «Reflexiones... después de haber examinado en concurrencia de los señores
comisionados... por s. m. fidelísima don Raymundo Valeriano de Costa Correa y don Joaquim Josef de
Almeida los puntos por dónde éstos pretenden avanzar la línea divisória», Compostela, 27-6-1807,
MNE, LH, cx. 2 (n.º 1119), fls. 65r-69r; e Joaquim Jose de Almeida e Raymundo Valeriano para o rei,
Viana do Minho, 14-9-1807, MNE, LH, cx. 2 (n.º 1119), fls. 70r-75r, n.º fl. 70r. O tombo de 1538 foi
reproduzido em MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 327 e 333r-337r.
[618] «El juiz ordinário João Domingues Duoro al senhor doutor corregedor da comarca de Viana»,
Lindoso, 25-8-1821, MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 319r-320v; e memorando anónimo, sem data, em
português, MNE, LH, cx. 6 (n.º 1123), fls. 77r-80v.
[619]
«Desde muy antiguo han engendrado y mantienen cada día más vivos y tenaces los
sentimientos de odiosa rivalidad y de discordia que animan recíprocamente a los vecinos de Lindoso y
a los de esta parte del Cabril, con notable perjuicio de sus intereses bien entendido, afrenta de la
civilización europea, aflicción de españoles y portugueses honrados y manifiesto descrédito de la
suprema autoridad de ambos gobiernos»: «Copia de proyecto de memoria sometido a la superior
aprobación del secretario de estado y del despacho», reproduzido em Barreiros, «Delimitação da
fronteira» (1964a), 144. Ver também Barreiros, «Delimitação da fronteira luso-espanhola». O Distrito
de Braga. Boletim Cultural de Etnografia e História, III (3), Fascics. I-II (1964): 1-97, 43 e 45-68 (a
partir daqui Barreiros, «Delimitação da fronteira» [1964b]).
[620]
Instruções para Raimundo Valeriano da Costa Correa e Joaquim José de Almeida, os
comissários portugueses, Lisboa, 9-9-1806, Barreiros, «Delimitação da fronteira» (1964b), doc. 70, 42,
que defendia que a demarcação tinha de ser «a mais justa que for possível, e mais natural, e
conveniente».
[621]
«Tratado de límites desde la desembocadura del Miño…1864», in Treaties Series, vol. 1288, II-
906, nas 243-261, art. 4 nas 245-246.
[622] Pedro Martín Cermeño para o conde de Floridablanca, Corunha, 10-3-1789, e a informação
judicial em anexo perante o juiz ordinário de Trasportela, 18-1- -1789, ambos em AMAE/M, Tr
132/002 (1720/1792), n.º 0207/2.
[623] Isabel M. R. Mendes Drumond Braga, «A fronteira difusa entre Trás-os-Montes e a Galiza ou
as povoações místicas de Santiago, Rubiães e Meãos», Brigantia, Revista de Cultura, 17(3/4) (1997):
3-13, 11, nota 42; e Cornide, Descripción circunstanciada..., 150.
[624] «Extracto del expediente», «Al señor conde del Campo de Alange», Aranjuez, 10-4-1804,
«Según minutas del 16,17 y 18 de Julio 1804... Excmo. Señor», manuscrito anónimo, sem data, e o
conde del Campo de Alange para Pedro Cevallos, Lisboa, 21-4-1804, AMAE/M, Tr 132/001
(1754/1807), n.º 0207/1.
[625] Herzog, Defining Nations...
[626]
Carta de Joseph Bernardino Romero Figueroa para o conde de Floridablanca, El Ríos, 15-1-1789,
AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; cartas de Julián de Araujo para Pedro Cevallos, El
Ríos, 21-8-1802 e 11-11-1803, AMAE/M, Tr 133/004, n.º 0207, e Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1;
carta de Julián Araujo para Pedro Cevallos, El Ríos, 4-1-1804, AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º
0207/1; e carta de Galcevan Villalba para Pedro Cevallos, Corunha, 22-11-1802, AMAE/M, Tr
133/004, n.º 0207.
[627] Ventura Caro para o conde de Floridablanca, Corunha, 21-1-1792, e a investigação levada a
cabo em 12-10-1791, em anexo, AMAE/M, Tr 133/003, n.º 0207.
[628] Carta de Diego, bispo de Cartagena para o marquês de Ensenada, 1-4-1753, e petição sem
assinatura e sem data dos cidadãos de Tejera, AMAE/M, Tr 132/001 (1754/1807), n.º 0207/1; Antonio
Arada para o cardeal de Molina, Puebla, 21-11- -1743, cardeal de Molina para o marquês de Villarias,
Madrid, 8-12-1743, decisão real, comunicada pelo marquês de Lara para o marquês de Villarias,
Madrid, 29-4- -1745, a resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros português, sem data e sem
assinatura (original e tradução em espanhol), cartas do marquês de la Candia para o marquês de
Villarias datadas de Lisboa, 8-6-1745 e 17-8-1745, ordem real para o marquês de la Candia, San
Idelfonso, 16-9-1745, e uma nota datada de 8-9-1745, assinada pelo marquês de Lara, em «Año de
1742 hasta 1746-Portugal límites. Correspondencia con el marquês de la Candia sobre límites y pastos
del lugar de la Tejera, jurisdicción de la Puebla de Sanabria, reino de Castilla con los vecinos de
Soutelo del reino de Portugal», AMAE/M, Tr 133/004, n.º 0207; carta do marquês de Ouvizal, San
Idelfonso, 28-8-1784, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; carta de Joseph António do
Valle para Manuel Jorge Gómez de Sepúlveda, Bragança, 31-7-1784, representação sem data das partes
interessadas ao governador, e a informação judicial que se seguiu (Bragança, 30-7-1784), AMAE/M, Tr
132/002, n.º 0207.
[629]
Carta de Felipe Jorge Montexino para Francisco António Real, Tejera, 16-1-1757, em «Año de
1742 hasta 1746-Portugal límites. Correspondencia con el marqués de la Candia sobre límites y pastos
del lugar de la Tejera, jurisdicción de la Puebla de Sanabria, reino de Castilla con los vecinos de
Soutelo del reino de Portugal», AMAE/M, Tr 133/004, n.º 0207.
[630] O embaixador espanhol em Lisboa relatou estes rumores que circulavam na corte portuguesa:
Joseph Caamaño para o conde de Floridablanca, Lisboa, 3-4-1791, AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792),
n.º 0207/2.
[631] «Auto que el rei mandara fazer pelo ouvidor da Galiza e o corregedor da comarca de Beira
respeito dos limites entre Portugal e Galiza, 16-3-1540», ANTT, Gavetas, XIV, 5-12. Ver também Luis
Manuel García Maña, La frontera hispano-lusa en la provincia de Ourense (Ourense: Boletín
Avriense, 1988), 42; e Isabel Vaz de Freitas Cardoso, «Viver e conviver em terras raianas na Idade
Média», Revista da Faculdade de Letras. História, série ii, 15(10) (1998): 476-482.
[632]
«Vivem misturados galegos e portugueses, hunos metidos por outros e
não acerta divisam entre hunos nem outros, soamente uma casa de Portugal
jaz metida entre as de Galiza e as de Galiza entre as de Portugal»: citado em Braga, «A fronteira
difusa...», 8; e em Isabel M. R. Mendes Drumond Braga, Um Espaço , Duas Monarquias: Inter-
relações na Península Ibérica no Tempo de Carlos V (Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2001),
113-114. Ver também João Gonçalves da Costa, Montalegre e Terras de Barroso: Notas Históricas
sobre Montalegre e Freguesias do Concelho e Região de Barroso (Montalegre: Câmara Municipal de
Montalegre, 1987), 134-143.
[633]
AHN, Estado leg. 1785-26, inclui muitas referências a estes episódios.
[634] «El consejo de estado con carta del marquês de Capecelatro... en orden a que se le restituya el
Castillo de Piconcha y tres lugares que les pertenecen en los confines de Galicia», Madrid, 3-8-1717,
AHN, Estado leg. 1773. Ver também rascunho de uma decisão datada de 19-8-1717, «El consejo de
estado con oficio del embajador de Portugal instando en la restitución del Castillo de Piconcha con tres
lugares que nombra y supone pertenecen a aquel reino», Madrid, 19-8- -1717, e a cópia datada de 15-6-
1716 de uma concordata de 1538 [1518] relativa aos três lugares, todos em AHN, Estado leg. 1785,
Exp. 26.
[635] AHCB, FDE, N.N.G. 1312, Ms. 1504, fls. 166r-171v.
[636] «Auto de reconhecimento da serventia do ofício d’escrivão das honras do termo de Montalegre
em que entram os três lugares mistos Santiago, Rubiães, e Meãos de como pertencia a sereníssima Casa
e Estado de Bragança», 5-8-1730, MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 639r-641v.
[637] «Auto de posse do couto misto dos lugares de Santiago de Rubiães, Rubiães, e Meãos que en 4-
6-1756 tomou o desembargador Antonio Paes Teixeira Cabral ouvidor da comarca da cidade de
Bragança em nome da sereníssima senhora dona Maria Princesa do Brasil e duquesa de Bragança»,
MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 642r-643r; e tomada de posse do castelo de Piconha por Miguel Pereyra
de Barros, 6-10-1788, AHCB, FDE, N.N.G. 1312, Mss. 1504, fl. 3r.
[638] Catastro de Ensenada, San Juan de Randin, 1753, AGS, CE, RG, L217, 075, fls. 73r-86r, 74r.
[639] «Tem a liberdade de se constituírem espanhóis ou portugueses, bebendo um copo de vinho a
saúde do Monarca de quem querem ser vassalos, e depois com esta mesma cerimonia vão erigir dois
lares na casa que andem habitar para assim escaparem aos procedimentos, que de qualquer dos reinos
se quisera ter contra eles, fugindo ora para este ora pra aquele lar oposto as justiças que os buscam»:
Diogo Inácio de Pina Manique a Aires de Sá, Lisboa, 27-3-1786, reproduzido em J. R. dos Santos
Júnior, «Povoações mistas da raia trasmontano-galaica e inquérito que ás mesmas fez em 1786 o
corregedor e provedor da comarca do Porto Francisco de Almada e Mendonça», in Quarto Congresso
Celebrado na Cidade do Porto de 18 a 24 de Junho de 1942 (Porto: Imprensa Portuguesa, 1943), vol.
8, 404-425, na 406. Ver também conde de Floridablanca para o conde de Fernan Nuñes, San Lorenzo,
15-11-1785, reproduzido em ibidem, nas 409-410.
[640]
Joseph Caamaño para o conde de Floridablanca, Lisboa, 3-4-1791,
AMAE/M, Tr 132/002 (1720/1792), n.º 0207/2; Diogo Inácio de Pina
Manique para Aires de Sá, Lisboa, 27-3-1786, o certificado de Manoel Jose
Gomes Pereyra, Santiago de Rubiães, 24-12-1785, e conde de Floridablanca
para o conde de Fernan Nuñes, San Lorenzo, 15-11-1785, todos reproduzidos
em Dos Santos Júnior, «Povoações mistas», 405-410. O termo «rebeldes» foi
mencionado no relatório de Francisco de Almada e Mendonça, Porto, 7-1-
1786, na p. 412. Ver também Barreiros, «Delimitação da fronteira» (1964a),
124 e 139.
[641]
«Demarcação feita em 17-7-1538 da vila de Montalegre, dos castelos de Portello e de Piconha e
das aldeãs anexas que são Santiago de Rubiães, Rubiães, Meãos, e Tourein que partem com a Galiza»,
MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), fls. 626r-632v.
[642]
José Maria Amado Mendes, Trás-os-Montes nos Fins do Século XVIII Segundo um
Manuscrito de 1796 (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995), 403-404.
[643]
Certificado de Julián de Castro y Rodríguez, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 125r-129r,
principalmente n.ºfl. 128r.
[644]
Sobre desenvolvimentos semelhantes em relação a estrangeiros, ver Herzog, Defining Nations...,
82-91.
[645]
Declaração de testemunhas reproduzidas em Barreiros, «Delimitação da fronteira» (1964a),
123; e opinião de José María Ozorio Cabral, datada de 2-10-1859, a petição de 20-12-1857 dos
residentes das três aldeias, e despachos de 31-12-1825, 6-6-1826, e13-5-1826, todos em MNE, LH, cx.
1 (n.º 1118), documentos 10, 11, 5, 6, e 7.
[646] Memorando anónimo, sem data, em português, MNE, LH, cx. 6 (n.º 1123), fls. 77r-80v; e
memorando elaborado por Luiz Augusto Pinto de Soveral, Madrid, 12-3-1858, MNE, LH, cx. 3 (n.º
1120), fls. 104r-105r, nos fls. 104v-105r.
[647] «Tratato de límites desde la desembocadura del Miño... 1864», in Treaties Series, vol. 1288, II-
906, nas 243- 261, arts. 7, 8, 11, e 27 nas 246-247 e 251.
[648] No século xix, as três comunidades partilhavam um arquivo de que cada uma tinha uma chave, e
eram necessárias as três chaves para o abrir. «Abriéndose han reconocido un montón de papeles y
legajos de más o menos folios en idioma español y português» essencialmente respeitantes a
desacordos entre o conde de Monterrey e o duque de Bragança: certificado de Julián de Castro y
Rodríguez, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 125r-129r, principalmente no fl. 128r; relatório elaborado
por Luiz Augusto Pinto de Soveral, Madrid, 12-3-1858, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 104r-105r; e
representação pela junta e concelheiros da paróquia de São Martinho de Pedroso, distrito de Vila Real,
concelho de Montalegre, em 10-6-1857, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 115r-117r.
[649] Os historiadores actuais afirmam que o processo poderá ter acontecido ao contrário: as três
comunidades que já se encontravam sob a Casa de Bragança poderão ter apelado ao conde de
Monterrey de modo a libertarem-se desta sujeição: García Maña, La frontera hispano-lusa..., 34-39.
[650]
«A sombra de antigos direitos feudais sem obedecer a lei de espécie alguma; ora são
portugueses ora espanhóis, segundo as circunstâncias ou origem; outras vezes não são nem uma nem
outra cousa»: relatório elaborado por Luiz Augusto Pinto de Soveral, Madrid, 12-3-1858, MNE, LH,
cx. 3 (n.º 1120), fls. 104r-105r, nos fls. 104r-v.
[651]
Abelardo Levaggi, «La propiedad medieval ante la codificación moderna», Iacobus. Revista
de estudios jacobeos y medievales, 13-4 (2002): 447-466, 452; e Kathleen Davis, Periodization and
Sovereignty: How Ideas of Feudalism and Secularization Govern the Politics of Time (Filadélfia:
University of Pennsylvania Press, 2008), 23-47.
[652] MNE, LH, cx. 1 (n.º 1118), doc. n.º 10, assinado por vinte e dois residentes de Rubiás, dez de
Santiago, e vinte e cinco de Meaus.
[653] «Os moradores das três povoações de Santiago, Rubiães e Meãos que formam o antiquíssimo
couto denominado misto», Couto Mixto, 2-7-1862, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 88r-v.
[654]
Representação pela junta e concelheiros da paróquia de São Martinho de Pedroso, 10-6-1857,
MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 115r-117r. Ver também «António Joaquim Gonçalves Pereira,
administrador do concelho pede certificado sobre los autos de força nova da junta da paroquia de
freguesia de São Martinho de Padrozo, Couto Mixto», 8-4-1859, MNE, LH, cx. 3 (n.º 1120), fls. 118r-
122v.
[655] Braga, «A fronteira difusa...», 11, nota 42; e Cornide, Descripción circunstanciada, 150.
[656] Os «pueblos promíscuos» foram estudados em García Maña, La frontera hispano-lusa..., 110-
115.
[657]
Memorando anónimo, sem data, em português, MNE, LH, cx. 6 (n.º 1123), fls. 77r-80v; e um
memorando elaborado por Luiz Augusto Pinto de Soveral, Madrid, 12-3-1858, MNE, LH, cx. 3 (n.º
1120), fls. 104r-105r, nos fls. 104v-105r. Ver também Melón Jiménez, Los tentáculos de la hidra...,
119.
[658] Barreiros, «Delimitação da fronteira», (1946a), 122; Jorge Dias, Rio de Onor: Comunitarismo
Agro-Pastoril (Porto: Instituto de Alta Cultura, 1953), 43-78; e Joaquim Pais de Brito, Retrato de
Aldeia com Espelho (Lisboa: Dom Quixote, 1996), 27-39.
[659] José Luís Martín Martín, «Conflictos luso-castellanos», 265, citando ANTT, Leitura Nova,
Paces, fls. lxii-lxiiii.
[660] «Estes aldeões, são mui pouco civilizados, e vivem de um modo excepcional deixando de
satisfazer a alguns deveres para com a sua nação, como por exemplo, não concorrer para o serviço
militar... nas contribuições directas, não seguiam pelo rol que dá a autoridade, mas por arbítrios entre
eles, apontando a soma exigida»: citado em Brito, Retrato de Aldeia..., 34. O resto das citações está na
página 36.
[661] A resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros português, sem data e sem assinatura
(original e sua tradução em espanhol), em «Año de 1742 hasta 1746-Portugal límites. Correspondencia
con el marquês de la Candia sobre límites y pastos del lugar de la Tejera, jurisdicción de la Puebla de
Sanabria, reino de Castilla con los vecinos de Soutelo del reino de Portugal», AMAE/M, Tr 133/004,
n.º 0207.
[662]
Adriano Vasco Rodrigues, «Relações históricas entre Guarda e Salamanca», Revista Altitude,
ano iii, 2 série, n.os 7-8 (1982-1983): 5-13; Julieta Araújo, «Relações de fronteira na Idade Média: a
transumância», Revista da Faculdade de Letras. História, série ii, 15(10) (1998): 230-240; Rui Cunha
Martins, «O jogo de escalas hispano-português», in Identidad y representación de la frontera en la
España medieval (siglos xi-xiv), orgs. Carlos de Ayala Martínez, Pascal Buresi e Philippe Josserand
(Madrid: Casa de Velázquez-Universidad Autónoma de Madrid, 2001), 75-87; Rui Rosado Vieira,
Centros Urbanos no Alentejo Fronteiriço: Campo Maior, Elvas e Olivença (de inícios do século xvi a
meados do século xvii) (Lisboa: Livros Horizonte, 1999), 46; e Braga, Um Espaço, Duas Monarquias...
[663]
As suas declarações datam de 1803 em «Auto das demarcações de Villanho e Teixeira que por
inquirições de Portugal e Castela se determinarão», 24-4-1500, AHM/DIV/4/1/10/10, fl. 3.
[664]
«Y tener estos repúblicos en la raya los que se casan y avecindan solo con el cuerpo que el corazón
los tienen siempre en la pátria»: carta de Salvador Martínez de Castro, Tabagón 15-11-169,1 em «El
consejo de estado con una memoria del enviado de Portugal sobre que las justicias de Tui ejercen
jurisdicción en una isleta del reino de Galicia que pertenece a la corona de Portugal», Madrid 17-7-
1691, AHN, Estado leg. 1771, Exp. 2.
[665]
García Maña, La frontera hispano-lusa..., 12; Fonseca, «Fronteiras territoriais...»; Testón Núñez,
C. Sánchez Rubio e R. Sánchez Rubio, Planos, guerra y frontera..., 8; e Cosme, «A solidariedade...»,
97. José Luis Martín Martín, «Conflictos luso-castellanos...», 273, defende, pelo contrário, que a
fronteira tinha múltiplas facetas: por vezes era definida, outras era confusa, mas era sempre instável. Os
poderes políticos tentavam controlá-la, mas os grupos humanos que habitavam estas regiões e os seus
interesses na protecção de direitos de pastagem ou agrícolas eram normalmente a razão que explicava
os confrontos.
[666] Francisco Xavier Lardizabal para Luis da Cunha Manuel, 23-8-1760, AHM/ DIV/1/06/17/36.
[667] Braga, Um Espaço, Duas Monarquias..., 106-114 e 372-375.
[668] Antonio Gaber, «Relación en que distintamente y por partes se explican los puertos que sirven
de demarcación y línea que divide los reynos de España y Portugal en la Provincia de Andalucía», in
«Varios reconocimientos practicados en diversos tiempos en la frontera de Portugal, 1750», AGMM 5-
3-4-4; Manuel del Olmo, «Memoria sobre las diferentes calidades de tierra que hay en Extremadura
revista examinada y después acordada por la clase de agricultura», Badajoz, 16-4- -1776, ARSEMAP,
leg. 8, n.º 12; e «Plan de campaña contra Portugal (1767)», «Memoria militar sobre Portugal», e
«Informe del brigadier Cermeño Pedro, director de ingenieros al conde de Aranda», 13-7-1768, AHN,
Estado leg. 4389.
[669] «Ningún convenio celebrado por los gobiernos respectivos ha señalado antes de ahora la línea
de separación de los dos territorios; la cual se halla entretanto determinada tan solo por los
amojonamientos privados de los pueblos que sirven a la vez de deslinde de la propiedad particular de
cada uno y de indicación del alcance de la jurisdicción soberana de las dos naciones»: «Instruções
dadas aos comissários de sua majestade católica encarregados da demarcação da fronteira entre
Espanha e Portugal», Madrid, 18-11-1854, reproduzido em Luiz Teixeira de Sampayo, org.,
Compilação de Elementos para o Estudo da Questão de Olivença: Perda desta Praça e Diligências
para a Reaver (Lisboa: Associação dos Amigos do Arquivo Histórico-Diplomático do Ministério dos
Negócios Estrangeiros, 2001), 231-234, na 231.
[670] As actuais relações e possível integração de Tui com Valença foram analisadas em Filipe Lima,
«As dinâmicas territoriais no espaço de fronteira na fachada atlântica peninsular: a eurocidade
Valença/Tuy», Cuadernos: Curso de Doutoramento en Geografia, 4 (2012): 75-86.
[671] «Valença será espanhola até que as urgências voltem a abrir», «Bandeiras espanholas en
Valença contra fecho do SAP», e comentários dos leitores, jornal Público, 6 e 7 Abril 2010.
[672] «Banderas españolas para protestar por los recortes sanitarios en Portugal», «Manifestación
«española» en la localidad portuguesa de Valença», «Para esto, más nos valdría ser gallegos»,
«Estamos dispuestos a ir a Lisboa con las Banderas», «Cinco pueblos de Portugal piden usar un
hospital de Vigo», «Donde se funda la raya», e «Bandeiras espanholas», e comentários dos leitores,
jornal El País, 5, 7, 8, e 9 Abril 2010.
[673] Herzog, Defining Nations...
[674] Luc Boltanski e Laurent Thévenot, On Justification: Economies of Worth, trad. Catherine
Porter (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2006 [1987]). Ver também François Eymard-
Duvernay, Olivier Favereau, André Orléan, Robert Salais e Laurent Thévenot, «Pluralist integration in
the economic and social sciences: The economy of conventions», Post-Autistic Economic Review,
34(30) (2005): artigo 2.
[675] Herzog, Defining Nations..., 166-169; e Bartolomé Clavero, «Lex Regni Vicinioris: Indicio de
España en Portugal», Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra, 58(1) (1983): 239-298.
[676] Andrade, A Construção..., 98.
[677] «Tombo dos proprios e direitos do concelho desta villa de Serpa feito por mandado de sua
magestade pello licenceado Bartolomeu Castel Branco», 1625, AHMS, A/1E-0, fls-196r-197r.
[678] O texto é: «Um tombo é uma descrição de bens, e direitos; daqueles se declara a medida e
confrontação, destes a natureza e origem. Um tombo pois não é mais que uma lembrança do que se fez,
com o fim de ficar constando autenticamente para o futuro; e em consequência tudo quanto ali se acha
escrito, não merece maior crédito depois disso, do que tinha antes de lá se escrever. Se um auto por
tanto foi mal feito, uma medição errada, uma declaração contra a verdade; auto, mediação e declaração
ficam sempre e eternamente mal feitos, errados e mentirosos, como eram antes de se lançarem no
tombo.» Thomaz, Observações..., 143. Ver também 124-135; João Pedro Ribeiro, Observações
Históricas e Criticas para Servirem de Memorias ao Systema da Diplomática Portugueza (Lisboa:
Typografia da Academia das Ciências de Lisboa, 1798), 56; Sousa, Tractado Pratico..., vol. 2, n.os 1214
e 1217, 275-276; e Alberto Carlos de Menezes, Pratica dos Tombos, e Medições, Marcações dos Bens
da Coroa, Fazenda Real, Bens das Ordens Militares ou Comendas (Lisboa: Imp. Régia, 1819).
[679] Victor Prescott e Gillian D. Triggs, International Frontiers and Boundaries: Law, Politics, and
Geography (Leiden e Boston: Martinus Nijhoff, 2008), 7.
[680] Antonio Sáez-Arace, «Constructing Iberia: National traditions and the problems of a peninsular
history», European Review of History, 10(2) (2003):
[681] -202.
[682] Sidaway, «Signifying boundaries...», 144-145; e Xosé-Manoel Múñez, «The Iberian Peninsula:
Real and imagined overlaps», in Disputed Territories and Shared Pasts: Overlapping National
Histories in Modern Europe, orgs. Tibor Frank e Frank Hadler (Basingstoke: Palgrave, 2010), 329-348.
[683] Já em 1767 alguns espanhóis se queixavam da crença espanhola de que Portugal nunca pudera
resistir à sua hegemonia: «Memoria militar sobre Portugal» (1767), AHN, Estado leg. 4389.
[684] Víctor Martínez-Gil, El naixement de l’iberisme catalanista (Barcelona: Curial, 1997).
[685]
Vitorino Magalhães Godinho, «1580 e a Restauração», in Ensaios sobre a História de
Portugal, vol. ii (Lisboa: Livraria Sá Costa Editora, 1968), 255-291.
[686] Uma excepção notável é Marcocci, A Consciência de um Império.
[687] B. Clavero, «Lex Regni Vicinioris».
[688]
«Informação do Conselho Ultramarino sobre os serviços prestados por D. Francisco Rodrigues
Salvaterra, castelhano de nação, no período de 1649 a 1660», Lisboa, pós-1660, AHU_ACL_CU_015,
cx. 7, d. 622; e «Requerimento de um castelhano que servia desde 1619 nas armadas na guerra de
Pernambuco», Pernambuco, 18-9-1650, AHM/DIV/2/1/1/3.
[689] Manuel de Melo Godinho Manso para o rei, São Paulo, 29-8-1724, AHU_ACL_CU_023-01, cx.
4, d. 419; Manoel Rodrigues Torres para o rei, Cuiabá, -8-1740, AHU_ACL_CU_101, cx. 2, d. 136;
Manoel Rodrigues Torres para Luíz Mascarenhas, Cuiabá, 20-8-1740, AHU, MT, cx. 2, d. 136; Carlos
Morphi para Julián Arriaga, Assunção do Paraguai 22-9-1770, AGI, Buenos Aires, 539, citado em
Carvalho, «Lealdades negociadas...», 530; e Juan de Escandón, citado em Quarleri, Rebelión y
guerra..., 192, nota 33.
[690]
[691]
Osório, O Império Português..., 65; David Graham Sweet, «A rich realm of nature destroyed:
The Middle Amazon Valley, 1640-1750» (tese de doutoramento, University of Wisconsin, 1974), vol.
1, 301-313; e Arthur Cezar Ferreira Reis, «Estrangeiros na Amazónia no período colonial», Ocidente.
Revista Portuguesa, 64(299) (1963): 185-190.
[692] Fernando Costas Castillo, «Informe sobre el estado del comercio de España y Portugal... a los
directores generales de rentas del reino», Badajoz, 9-4-1769, Biblioteca Municipal de Olivença,
manuscrito, fls. 26r- 38r.
[693] «Se han visto infinitos ejemplares de dispensas de dicho tiempo por especial gracia de los reyes
de España en donde se entiende genéricamente por españoles los portugueses, como pátrios de una
misma península, religión y costumbres y que para este merecimiento y consentimiento son entre todos
reputados y tenidos por de una misma nación sin diferencia alguna, a respecto de la que ha para con las
demás naciones en las cuales esté asentada y practicada la gran diferencia de extranjeras absolutamente
diversas.» «Razón... que puede ofrecer sobre concesiones de naturaleza de estos reinos», sem data,
anónimo, AGS, GJ 873. Em 1797, Rafael Antúnez y Acevedo sugeriu que os portugueses eram
«verdaderamente españoles»: Rafael Antúnez y Acevedo, Memorias históricas sobre la legislación y
gobierno del comercio de los españoles con sus colonias en las Indias Occidentales (Madrid: De
Sancha, 1797), 270-272.
[694] Ana Cristina Nogueira da Silva e António Manuel Hespana, «A identidade portuguesa», in José
Mattoso, org., História de Portugal (Lisboa: Círculo de Leitores, 1993), vol. 4, 19-37. Ver também
Cardim, Portugal Unido y separado...
[695] Karen Ordahl Kupperman, Indians and English: Facing off in Early America (Ithaca: Cornell
University Press, 2000), defende a necessidade de os historiadores da América colonial estarem mais
atentos aos desenvolvimentos relacionados com as questões sociais e culturais na historiografia inglesa.
Acerca da tendência para considerar as mudanças entre os índios, mas ignorar as ocorridas entre
europeus, ver, por exemplo, Gregory H. Nobles, American Frontiers: Cultural Encounters and
Continental Conquest (Nova Iorque: Hill e Wang, 1997), 19-56.
[696] David Armitage, «Three concepts of atlantic history», in The British Atlantic World, 1500-
1800, orgs. David Armitage e Michael J. Braddick (Basingstock: Palgrave, 2002), 11-27.
[697] Gurminder K. Bhambra, «Historical sociology, international relations and connected histories»,
Cambridge Review of International Affairs, 23(1) (2010): 127-143; e Sanjay Subrahamanyam, Mugals
and Franks: Explorations in Connected History (Nova Deli: Oxford University Press, 2011).
[698] Pedro Cardim, Tamar Herzog, José Javier Ruiz Ibáñez e Gaetano Sabatini, orgs., Polycentric
Monarchies: How Did Early Modern Spain and Portugal Achieve and Maintain a Global Hegemony?
(Brighton: Sussex Academic Press, 2012).
[699] John H. Elliott, History in the Making (New Haven, CT: Yale University Press, 2012), 175-183.
[700]
O governador e capitão-geral da Galiza em 7-4-1681, reproduzido por Antonio Eiras Roel,
org., Actas de las juntas del reino de Galicia (Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, 1994), vol.
10, documento 108-D; e relatório sem data nem assinatura em AHN, Estado leg. 4389, n.º 5.
Preocupações semelhantes vinham expressas na carta de Pedro Cermeño para o conde de Aranda, 13-7-
1768, AHN, Estado leg. 4389, n.º 6.
[701]
O Artigo 5 do Tratado de 1715 determinava: «Las plazas, castillos, ciudades, lugares, territorios y
campos pertenecientes a las dos coronas, así en Europa como en cualquiera parte del mundo se
restituirán enteramente y sin reserva alguna; de suerte que los límites y confines de las dos monarquías
quedarán en el mismo estado que tenían antes de la presente guerra. Y particularmente se volverán a la
corona de España las plazas de Alburquerque y la Puebla con sus territorios en el estado en que se
hallan al presente, sin que su majestad portuguesa pueda pedir cosa alguna a la corona de España por
las nuevas fortifi caciones que ha hecho aumentar en dichas plazas; y a la corona de Portugal el castillo
de Noudar con su territorio, la isla de Verdejo y el territorio y Colonia de Sacramento.» Cantillo,
Tratados..., 165-166.
[702]
«Ofício dos plenipotenciários Portugueses em Viena, dirigido ao marquês de Aguiar», Viena, 24-
11-1814, «Nota de Pedro Cevallos, secretário de estado espanhol para o marquês de Aguiar», Madrid,
28-11-1814, e «Ofício de José Luís de Sousa ao marquês de Aguiar», Madrid, 14-12-1814, todos
reproduzidos em Sampayo, Compilação de Elementos..., 57-60, 63-67, e 93-97.
[703]
António Manuel Hespanha, «Antigo Regime nos trópicos?: Um debate sobre o modelo político do
Império colonial português», in Na Trama das Redes, orgs. João Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa
(Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010), 43-94.
[704] Jorge Cañizares-Esguerra, Puritans Conquistadors: Iberianizing the Atlantic, 1550-1700
(Stanford: Stanford University Press, 2006); e Gould, «Entangled histories...». Ver também Lauren
Benton, Law and Colonial Cultures: Legal Regimes in World History, 1400- 1900 (Cambridge:
Cambridge University Press, 2002).
[705]
Elliott, History in the Making..., 205-207.
[706] Nicholas P. Canny, «The origins of empire: An introduction», in The Origins of Empire..., 1-
33, 24-25; Linda Colley, Britons: Forging the Nation, 1707- 1837 (New Haven, CT: Yale University
Press, 2005 [1992]), 132-133; Mark L. Thompson, «‘The predicament of Ubi’. Locating authority and
national identity in the seventeenth-century english atlantic», in The Creation of the British Atlantic
World, orgs. Elizabeth Mancke e Carole Shammas (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005),
71-92, 87; J. M. Rodríguez-Salgado, «Christians, Civilised and Spanish: Multiple identities in
sixteenth-century Spain», Transactions of the Royal Historical Society, 8 (1998): 233-251, 239-240 e
244; Henry Kamen, Empire: How Spain Became a World Power, 1492-1763 (Nova Iorque: Harper
Collins, 2003), 331-333; e Irene Silverblatt, Modern Inquisitions: Peru and the Colonial Origins of the
Civilized World (Durham, NC: Duke University Press, 2004), 19-20. Ver também Edward W. Said,
Culture and Imperialism (Nova Iorque: Vintage Books, 1994), 35 e 42.
[707] Herbert E. Bolton, «The epic of greater America», American Historical Review, 38(3) (1933):
448-474. Embora seja muitas vezes interpretado como um apelo à escrita de uma história comparativa
das Américas, este artigo, que reproduz a comunicação que Bolton, então presidente da American
Historical Association, apresentou aos seus membros, defende o estudo de uma América não definida
pelas suas unidades nacionais. A crítica a esta perspectiva encontra-se em Lewis Hanke, org., Do the
Americas Have a Common History?: A Critique of the Bolton Theory (Nova Iorque: Alfred A. Knopf,
1964).
[708] Bernard Bailyn e Philip D. Morgan, Strangers within the Realm: Cultural Margins of the First
British Empire (Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1991).
[709] Colin Steele, English Interpreters of the Iberian New World from Purchas to Stevens (1603-
1726) (Oxford: Dolphin Book, 1975); e Fitzmaurice, Sovereignty...
[710] Patricia Seed, American Pentimento: The Invention of Indians and the Pursuit of Riches
(Minneapolis: University of Minnesota Press, 2001). James Lang, Conquest and Commerce: Spain and
England in the Americas (Nova Iorque: Academic Press, 1975), sublinha as diferenças entre um
império espanhol baseado na conquista e um inglês baseado no comércio. Robert A. Williams, The
American Indian in Western Legal Thought: The Discourses of Conquest (Oxford: Oxford University
Press, 1990), distingue um discurso espanhol católico acerca do império de um discurso protestante.
Mais recentemente, Christopher Tomlins defende que a Inglaterra desenvolveu um discurso particular
que, contrariamente a outros países europeus, cada vez deu mais atenção «à posse de território com a
exclusão dos seus habitantes» e assim «transformou a terra, em detrimento do povo, no principal
objecto da atenção do colonizador»: Tomlins, Freedom Bound..., 132-133. Na sua opinião, ocorreu uma
passagem das discussões paneuropeias (no século xvi) para um particularismo inglês (no século xvii).
[711]
John H. Elliott, Empires of the Atlantic World: Britain and Spain in America, 1492-1830
(New Haven, CT: Yale University Press, 2006).
[712]
38 Ken MacMillan, Sovereignty and Possession in the English New World: The Legal
Foundation of Empire, 1576-1640 (Cambridge: Cambridge University Press, 2006), 4-14. Ver também
Elliott, Empires of the Atlantic World..., 185.
[713] Locke, Two Treatises..., Segundo Tratado, capítulo 5, pontos 27-51, especialmente pontos 31-
32.
[714]
Solórzano y Pereira, Política Indiana..., livro 1, capítulo 9, pontos 12 e 13. A versão original é:
«y verdaderamente para las islas y tierras que hallaron por ocupar y poblar de otras gentes, o ya porque
nunca antes las hubiesen habitado o porque si las habitaron se pasaron a otras y las dejaron incultas, no
se puede negar que lo sea y de los más conocidos por el derecho natural y de todas las gentes, que
dieron este premio a industria y quisieron que lo libre cediese a los que primero lo hallasen y ocupasen
y así se fue practicando en todas las provincias del mundo, como a cada paso nos lo enseña Aristóteles,
Cicerón, nuestros jurisconsultos y sus glosadores» e «los lugares desiertos e incultos quedan en la
libertad natural y son del que primero los ocupa en premio de su industria». No século xvii, industria era
identificada como «a diligência e facilidade com que cada um faz algo com menos trabalho do que
outros». Numa perspectiva comparativa, designava os que mais sabiam e produziam: Sebastián de
Covarrubias Orozco, Tesoro de la lengua castellana o española, org. Felipe C. R. Maldonado (Madrid:
Editorial Castalia, 1995 [1611]), 666. No entanto, é possível que em meados do século xviii designasse
simplesmente «o domínio ou as capacidades em qualquer arte ou profissão»: Real Academia Española,
Diccionario de autoridades (Madrid: Editorial Gredos, 1990 [1732]), vol. 2, 257.
[715]
Jacobs, Dispossessing the American Indian..., 111; e Arneil, John Locke and America...,
16 e 21.
[716]
Acerca de conversas sobre impérios, ver, por exemplo, April Lee Hatfield, «Spanish colonization
literature, Powhatan geographies, and English perceptions of Tsenacommacah/Virginia», Journal of
Southern History, 69(2) (2003): 245-282; e Gould, «Entangled Histories...».
[717] Wesley Frank Craven, «Indian policy in Early Virginia», The William and Mary Quarterly, 3.ª
série, 1(1) (1944): 65-82, 74-77; e Gregory Evans Dowd, War under Heaven: Pontiac, the Indian
Nations, and the British Empire (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2002).
[718] Richard White, The Middle Ground: Indians, Empires, and Republics in the Great Lakes
Region, 1650-1815 (Cambridge: Cambridge University Press, 1991); e Kupperman, Indians and
English...
[719] Charles Gibson, «Conquest, capitulation, and Indian treaties», American Historical Review,
83(1) (1978): 1-15. Ver também Lawrence Kinnaird, Francisco Blanche e Navarro Blanche, «Spanish
treaties with Indian tribes», Western Historical Quarterly, 10(1) (1979): 39-48. Até à data, a afirmação
de que o contrário poderia ser verdadeiro está principalmente centrada nos casos do Chile e da
Argentina.
[720] Francis John Ebert, «The Anglo-French boundary dispute in colonial New York from 1713-
1763» (dissertação de mestrado, Stanford University, 1947), 2-6, 12-13, 16-17, 22-28, 49-50, 55-59,
67, 70-71 e 84; W. Stitt Robinson, The Southern Colonial Frontier, 1607-1763 (Albuquerque:
University of New Mexico Press, 1979), 25, 188-190, 193-197 e 202-225; Thompson, «‘The
predicament of 7 Ubi», 87-91; e Kathleen DuVal, The Native Ground: Indians and Colonists in the
Heart of the Continent (Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2006), 7-8.
[721]
Sobre a forma como os ataques aos índios das missões espanholas não só forneciam mão-de-
obra como serviam para enfraquecer as reivindicações espanholas e o seu domínio, ver, por exemplo,
Alan Gallay, The Indian Slave Trade: The Rise of the English Empire in the American South, 1670-
1717 (New Haven, CT: Yale University Press, 2002), 197.
[722] Já em 1953, Roy Harvey Pearce, Savagism and Civilization: A Study of the Indian and the
American Mind (Baltimore: John Hopkins University Press, 1967 [1953]), sublinhava a importância da
conversão para os colonos ingleses e as implicações territoriais que decorreriam dela.
[723] Sheehan, Savagism and Civility..., 1; Arneil, John Locke and America..., 14, 30-31, e 38-39; e
Stuart Banner, How the Indians Lost Their Land: Law and Power on the Frontier (Cambridge, MA:
Harvard University Press, 2005), 7.
[724] Arneil, John Locke and America..., 9; Vattel, The Law of Nations..., livro 1, capítulo 7, 37-38.
Ver também Botella Ordinas, «Debating empire...».
[725] Solórzano y Pereira, Política Indiana..., livro 1, capítulo 9, ponto 24, 93; e Nuix, Reflexiones
imparciales, 145-149.
[726] MacMillan, Sovereignty and Possession..., 10-14, 17-48, e 178-207; Fitzmaurice,
Sovereignty...; e Anthony Pagden, «Law, colonization, legitimation, and the European background», in
The Cambridge History of Law in America, orgs. Michael Grossberg e Christopher Tomlins
(Cambridge: Cambridge University Press, 2008), 1-31. Ver também James Muldoon, «John Marshall
and the rights of Indians», in Latin America and the Atlantic World: El Mundo Atlántico y América
Latina (1500-1850): Essays in Honor of Horst Pietschmann, orgs. Renate Pieper e Peer Schmidt
(Colónia: Böhlau Verlag, 2005), 67-82, 80-82.
[727] G. Zeller, «Histoire d’une idée fausse», Revue de synthèse, 11-12 (1936): 115-131; e Nordman,
Frontières de France, 10-11.
[728] Michiel Baud e Willem Van Schendel, «Toward a comparative history of borderlands»,
Journal of World History, 8(2) (1997): 211-242, 237-240; Michiel Baud, «Fronteras y la construcción
del estado en América Latina», in Cruzando Fronteras: Reflexiones sobre la relevancia de fronteras
históricas simbólicas y casi desaparecidas en América Latina, orgs. Gustavo Torres Cisneros, et al.
(Quito: Ediciones Abya-Yala, 2004), 41-86, 69; e Prescott e Triggs, International Frontiers..., 52.
[729] Daniel Nordman, «Problématique historique: Des frontières d’Europe aux frontières du
Maghreb (xixe siècles)», in Profils du Maghreb: Frontières, figures et territoires (xviiie-xxe siècle) (Rabat:
Université Mohammed V, 1996), 25-39, na 29.
[730] Para questões semelhantes, ver Graham Burnett, Masters of All They Surveyed: Exploration,
Geography, and a British El Dorado (Chicago: University of Chicago Press, 2000), principalmente
258-264.
[731] Benton e Straumann, «Acquiring empire»..., 35.
[732] Os juristas do Ius Commune também defendiam que estas doutrinas, que elaboraram,
pertenciam ao ius gentium: Marchetti, De Iure Finium..., 218-222.
[733] Clifford Geertz, «Local knowledge: Fact and law in comparative perspective», in Local
Knowledge: Further Essays in Interpretive Anthropology (Nova Iorque: Basic Books, 1983), 167-234.
[734] Rose, Property and Persuasion..., 5-6 e 169-270.
[735] Tamar Herzog, «Nombres y apellidos: ¿cómo se llamaban las personas en Castilla e
Hispanoamérica durante la época moderna?», Jahrbuch für Geschichte von Staat, Wirtschaft und
Gesellschaft Lateinamerikas, 44 (2007): 1-36; e Herzog, «Colonial law...».
[736] Jesús Vallejo, Ruda Equidad, Ley Consumada: Concepción de la Potestad Normativa (1250-
nacionales y extranjeros», Historia (Buenos Aires), 8(29) (1962): 20-53. Ver também Alberto Marin
Madrid, «Las fronteras entre Chile y Argentina», Revista chilena de historia y geografía, 156 (1988):
76-107, 79; Juan Jones Parra, «Proceso histórico para la fijación de nuestras fronteras», Cultura
universitaria, 54 (1956): 10-40, 13; José María Egas, El principio del uti possidetis americano y
nuestro litigio de fronteras con el Perú (Guayaquil: Imprenta Municipal, s. d.), 9. Para uma perspectiva
comparada, ver Tetz Rooke, «Tracing the boundaries: From colonial dream to national propaganda», in
State Frontiers: Borders and Boundaries in the Middle East, org. Inga Brandell (Londres: I. B. Tauris,
2006), 123-139; e Michel Foucher, L’invention des frontières (Paris: Fondation pour les Études de
Défense Nationale, 1986), 179-183.
[742]
Herzog, «The meaning of territory...».