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Ativos vegetais no controle de Celulite e Estrias

Celulite

- Termo “celulite”: processo inflamatório da hipoderme.

- Celulite que identificamos  não se enquadra neste tipo de afecção -


termos adequados:
lipodistrofia ginóide paniculose fibroedema gelóide subcutâneo

- Lipodistrofia ginóide  alteração panículo adiposo subcutâneo (locore-


gional), determinante do formato corporal característico da mulher, com
perda do equilíbrio histofisiológico local.
hipodermodistrofia regional

- Incidência  maior na mulher, agregada ou não a obesidade tipo


ginóide, localizada nos:
- quadris, nádegas, membros inferiores e
- em menor escala no abdome e face lateroposterior dos braços.

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Localizações preferenciais da celulite

Teste do “beliscão”

- Método simples de localizar a celulite.

Comprimir dedo indicador e polegar


a parte superior da coxa.

Verifica-se se aparecem ‘covinhas’

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Fatoresque
Fatores Associados
contribuem para o seu aparecimento

a) obesidade - ganho de peso


b) gravidez
c) uso de anticoncepcionais
d) menopausa
e) alterações circulatórias (como varizes)
f) hábitos alimentares
g) sedentarismo
h) estresse
i) uso de corticóides sistêmicos por longos períodos

Por que a celulite é pouco comum nos homens?

Diferença entre hormônios

Classificação Clínica

De acordo com a gravidade, pode ser classificada em quatro graus:

- Grau I: não é visível a olho nu, apenas por meio de exame médico
*
- Grau II: irregularidades são observadas com a contração muscular
ou à compressão do tecido;

- Grau IIl: irregularidades são vistas mesmo em repouso - aspecto


casca de laranja;

- Grau IV: são vistos macronódulos e sinais de grande aderência (furos).

* Tratamento com produtos cosméticos.

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Desenvolvimento da patologia

Pele

Camada subcutânea
de gordura

Camada de reserva
de gordura

Músculo
Esquema simplificado do tecido epidérmico

Modificações estruturais associadas

- numerosos
Tecido conjuntivo Tecido celulítico
adipócitos e com
adiposo normal (estágio avançado)
volume acima do
normal

- espessamento e
proliferação das
fibras de colágeno
entre os adipócitos

- enrijecimento do
tecido emaranhado
de fibras que
comprimem vasos

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Modificações estruturais associadas

Desenvolvimento da patologia

- Desequilíbrio hormonal  Estrógeno x Progesterona

ciclo menstrual feminino

- Insulina  entrada de açúcar nos adipócitos


- Prolactina  retenção de água
- Aldosterona  formação de edema
- Adrenalina  vasoconstrição e retorno de líquidos da corrente
sanguínea

- Fases x classificação clínica

1ª Fase (Grau I):


a) formação de dema
b) hipertrofia dos adipócitos,
c) dificuldade de drenagem.
d) sem sinal de dor

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Fases x classificação clínica

2ª Fase (Grau II):


a) congestão com compressão de capilares
b) distensão das paredes com piora do
edema,
c) acúmulo de toxinas,
d) proliferação de fibras colágenas.
e) consistência gelatinosa;
f) sem dor, mas é possível ver as
irregularidades pela apalpação.

3ª Fase (Grau III):


a) densificação de tecido conjuntivo,
b) dissociação do tecido,
c) origina-se um tecido fibroso
d) formação de nódulos  “casca de laranja”
e) fase irreversível

Fases x classificação clínica

4ª Fase (Grau IV):

a) maior espessamento do tecido


com retenção de toxinas.
b) inturgescência das células é
acentuada,
c) tecido de sustentação se toma
mais endurecido
d) circulação está comprometida
e) pode haver compressão de fibras
nervosas
f) dor, tecido muito duro, firme e
denso.

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Consistência do tecido

Classificação de acordo com a consistência do tecido subcutâneo:

1. Celulite dura: está presente nas jovens cujo tipo físico se assemelha
a um violão. É aderente aos planos mais profundos do tecido.

2. Celulite flácida: é a mais freqüente entre as mulheres de 30 a 40 anos


e está associada à flacidez.

3. Celulite edematosa: ocorre geralmente na puberdade com sinais de


varizes e inchaços. É menos freqüente que as anteriores.

Abordagens terapêuticas

1. Subcisão: técnica cirúrgica com anestesia local.


- Indicada para o grau IV da celulite.
- agulhas especiais rompem as fibras responsáveis pelas retrações,
provocando a formação de um novo tecido.
- Após procedimento  equimoses e uso de Arnica montana L.

2. Endermologia: massagem através de máquina específica que exerce


pressão e sucção na pele.
Indicada para todos os graus de celulite.

3. Eletrolipoforese: passagem de corrente elétrica pelo tecido comprome-


tido através de uma agulha nele introduzida.

- favorece as trocas de nutrientes no local.

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Abordagens terapêuticas

4. Intradermologia: aplicação de medicamentos na derme, através de


agulhas curtas e delicadas.

5. Ultra-som: emissão de ondas eletromagnéticas que melhoram a troca


de nutrientes no tecido.

6. Drenagem linfática: massagem com manobras específicas que estimu-


la drenagem de líquidos pela circulação linfática.

7. Laserlipólise: técnica de lipoaspiração que utiliza cânula fina, onde


raio Iaser age no do tecido adiposo  luz do laser
transforma a gordura sólida em gordura líquida.

8. Uso de cremes e géis: aplicação por meio de massagens superficiais.

Características desejadas em um ‘anticelulítico’

1. Capacidade de queimar gordura ou estimular sua saída de adipócitos;

2. Estimular o fluxo sanguíneo;

3. Diminuir a fragilidade e permeabilidade;

4. Melhorar sistema linfático, inclusive a remoção do líquido acumulado;

5. Suavizar a superfície da pele;

6. Diminuir a viscosidade da matriz extracelular.

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Cafeína e ação anticelulítica

Cafeína  inibe um grupo de enzimas chamadas fosfodiesterases, já


identificadas na pele humana e envolvidas na destruição do Adenosina
Monofosfato Cíclico (AMPc).

Redução de
Acúmulo de
Inibição da velocidade de
Cafeína    AMPc
fosfodiesterase destruição do
AMPc

AMPc ativa enzima


Consequente específica que
AÇÃO aumento da hidrolisa triglicéri-
  des em ácidos
LIPOLÍTICA concentração
enzimática graxos e glicerol

Ativos para tratamento – aplicação cosmética

- Extrato de Café Verde (High Chem)  produto rico em bases de xantina


(cafeína e teobromina), com ação lipolítica e ativadora da
microcirculação.

- Phytocafeil C Plus (Polytechno)


(concentrações de 3,0 a 8,0%)

Coffea arabica L.

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Ativos para tratamento – aplicação cosmética

Mate Extract (Brasquim)

- Extrato padronizado de folhas de


Mate com 1g/L de cafeína + 6 mg/L
de teofilina em concentrações de
5,0 a 10,0%

Lipólise de adipócitos

llex paraguaiensis St. Hil.

“blend”
Ativos para tratamento – aplicação cosmética

Caobromine (Solabia)  produto rico em cafeína, teobromina e


flavonóides, com ação lipolítica.
- Estimula liberação de beta-endorfinas e age na microcirculação
periférica.

teobromina
Theobroma cacao L.

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Ativos para tratamento - origem vegetal

Cidren M-5 (WNF)  ‘blend’ de óleos de: alecrim, casca de laranja, menta,
cipreste italiano e zimbro: ação lipolítica e uso em drenagem linfática.

Rosmarinus officinalis L.

Cupressus sempervirens

Citrus spp Mentha arvensis Juniperus communis

“blend”
Ativos para tratamento - origem vegetal

Rosmaris R-4 (WNF)  blend de óleos essenciais de: alecrim, laranja-


amarga, cipreste e zimbro, com ação lipolítica e uso em várias
formulações cosméticas.

Citrus spp

Rosmarinus officinalis L.

Cupressus sempervirens
Juniperus communis

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Ativos para tratamento – aplicação cosmética

- Bioex antilipêmico (Vital)  ‘blend’ composto de extratos de:

Arnica montana L. Centella asiatica L. Fucus spp. llex paraguaiensis St. Hil

Aesculus hippocastanum L. Hedera helix L. Equisetum giganteum L.

- Rico em: saponinas, flavonóides, taninos, polissacarídios, vitaminas (A,


B e E) e óleos essenciais.

Flora nacional

Marapuama - Ptychopetalum uncinatum Anselmino


Catuaba - Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld

1. Extratos aplicados e após primeiro mês:


-  T° de região acometida;
-  1 cm nas medidas de região
acometida.

2. Associação já é utilizada por


dermatologistas (e disponível em
farmácias de manipulação).

Marapuama Catuaba

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Formulação Anticelulite
Leonardi, 2004.

Formulação Anticelulite
Leonardi, 2004.

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Estrias

- Faixas de enrugamento e atrofia da pele, finas, planas ou ligeiramente


profundas, paralelas, cuja largura varia (alguns mm a um cm)

- enfraquecimento do estroma do tecido conjuntivo com ruptura das


fibras elásticas
atrofia da epiderme e destruição das fibras
de sustentação (colágeno, elastina).

- Estroma  “rede ou malha sobre a qual se acomoda algo”) refere-se ao


tecido conectivo, não funcional de sustentação de uma célula, tecido
ou órgão.

- localização: mamas, abdômen, coxas, nádegas e quadris.

Aspecto das estrias

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Aspecto das estrias

Aspecto das estrias

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Principais fatores desencadeantes

1. Metabólica  hormonais

2. Mecânica  estiramento das fibras de colágeno e elastina que


sustentam a camada intermediária da pele.

3. Endócrina  hipersecreção da córtico-supra-renal

4. Corticóides  aumentam a retenção de líquidos, ocasionando


formação de edemas pelo corpo  diminuição da elasticidade da pele
 estiramento das fibras elásticas.

Tipos de Estrias

- Estrias de cor rosada: o tecido tem ainda enorme capacidade


regenerativa. Acredita-se que com bons tratamentos podemos regredir o
caso a 100%.

- Estrias arroxeadas: com o tempo, as estrias tomam-se longas e


arroxeadas. As chances de sucesso no tratamento diminuem, mas ainda
existem.

- Estrias brancas nacaradas: são as mais difíceis de tratar (2 mm a 4mm).

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Tratamentos de Estrias – não cosméticos (médico)

- Tratamento  baseia-se na prevenção como o uso de cremes e ativos


que provoquem a estimulação, formação e reorganização
do tecido conjuntivo.

1. Cremes umectantes  ricos em elastina, colágeno e óleos vegetais,


além de ativos específicos;

2. Microdermoabrasão  peeling que utiliza microcristais de sílica e


óxido de alumínio para descamar levemente  estimula o tecido a
formar novas fibras colágeno  estrias ficam mais finas e menos
aparentes.

3. Estimulação elétrica  aplicação de microcorrentes em vários pontos


da estria.

Tratamentos de Estrias – não cosméticos

4. Cromopeel  peeling químico superficial feito da associação de


ácidos, como o lático, e a resorcina – há descamação e escurecimento da
região acometida por ‘estria branca’.

5. Laser  luz atravessa a pele sem induzindo reorganização da trama


tecidual.

6. ‘Easy peel’  peeling de  [ácido tricloroacético] – provoca


descamação e reestruturação do tecido.

7. ‘Strialees ou grooveless’  injeção de substância com polímero de


glicose associado à vitamina C.

8. ‘Subscision’  agulha introduzida na região da estria de modo a


romper o tecido - agressão estimula a síntese de novas fibras de
colágeno e elastina, nivelando a depressão da pele.

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Tratamentos de Estrias – cosméticos

1. Cremes ‘hidratantes’: ideal para estrias em estágios iniciais.

2. Vitamina A  equilibra o metabolismo das células da derme.


(indispensável para uma pele saudável).

3. Vitamina C  favorece microcirculação sangüínea, responsável por


conduzir os nutrientes até as células da derme (sítio de síntese de
colágeno).

4. Vitamina E  papel relevante na formação do colágeno e na


manutenção da juventude celular - aumenta oxigenação do sangue.

5. Óleos  inibem ou retardam rompimento dos estromas do tecido.

6. Ativos vegetais  ação reestruturante.

Ativos para tratamento de estrias

Avena Eyes (Via Farma): ‘blend’ contendo extratos de:

Avena sativa L. Prunus armeniaca L. Rosa canina L. Extrato


de pólen

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Ativos para tratamento de estrias

Slimbuster L. (Chemyunion): ‘blend’ concentrado de óleos de sementes


de:

Coffea arabica L. Brassica campestris L. (canola)

Ativos para tratamento de estrias

Vegelip (Bio Products): ‘blend’ composto de óleos de:

Helianthus annuus L. Rosa rubiginosa L. Olea europaea L.

- Emoliente, rico em ácidos graxos poliinsaturados, com alta penetração


cutânea.

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Formulação Antiestrias
Leonardi, 2004.

Formulação Antiestrias
Leonardi, 2004.

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Prevenir é o melhor remédio!!!

Referências

Hernandez M. & Mercier-Fresnel M. 1999.Manual de Cosmetologia. 3ª


Ed. Revinter, Rio de Janeiro.

Leonardi, G. R. Cosmetologia Aplicada. Cols Alberto K, Kurebayashi e


Luiz Gustavo M, Matheus. – São Paulo: Medfarma Livraria e Editora,
2004.

Souza, V. M. & Antunes-Jr. D. Ativos Dermatológicos. Vol. 2, 3, 4: Guia de


ativos dermatológicos utilizados na farmácia de manipulação para
médicos e armacêuticos. Sâo Paulo: Pharbaooks Ed. 2006.

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