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GERENCIAMENTO DE RESERVATÓRIOS
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
CAMPO DE RONCADOR ............................................................................................................................3
2. RESERVATÓRIO ......................................................................................................................... 5
3. ANÁLISE DE DECLÍNIO ........................................................................................................... 6
3.1. DECLÍNIO HIPERBÓLICO ................................................................................................... 6
3.2. DECLÍNIO HARMÔNICO ...................................................................................................... 8
3.3. DECLÍNIO EXPONENCIAL ................................................................................................ 10
4. BALANÇO DE MATERIAIS ..................................................................................................... 12
5. FLUXO FRACIONÁRIO ........................................................................................................... 18
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 20
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 21
1. INTRODUÇÃO
CAMPO DE RONCADOR
Figura 1: Localização da área de estudo no contexto da Bacia de Campos, com destaque ao campo
petrolífero abordado.
A petrolífera norueguesa Statoil pagou US$ 2,9 bilhões por 25% da participação da Petrobras
no Campo de Roncador, localizado na área norte da Bacia de Campos em 2017.
“O campo de Roncador tem aproximadamente 10 bilhões de barris petróleo em volume in place
e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão barris equivalentes.
Segundo a Petrobras, “a ambição é aumentar o fator de recuperação, por meio dessa parceria com a
Statoil, em pelo menos 5%, o que pode trazer um volume adicional de aproximadamente 500 milhões
barris equivalentes”. (Jornal O Diário RJ, 2017)
2. RESERVATÓRIO
Os dados de produção para o campo de Roncador no período de julho de 1998 até dezembro
de 2021 estão apresentados na Figura 4.
Figura 4: Dados de produção do Campo de Roncador
3000000 300000
2500000 250000
Volume de óleo/água (m^3)
1500000 150000
1000000 100000
500000 50000
0 0
24/7/98 19/4/01 14/1/04 10/10/06 6/7/09 1/4/12 27/12/14 22/9/17 18/6/20 15/3/23
Período
Para a análise do declínio hiperbólico foi considerado 𝑛 = 0,5 e depois ajustado utilizando
atingir metas do excel. Para representá-los podemos comparar a formulação com uma equação de reta
em que o termo com as vazões representa a variável 𝑦, 𝑡 a variável 𝑥, 𝑛𝑎! o coeficiente angular da
equação, e coeficiente linear 1.
𝑞! " (1)
* , = 1 + 𝑛𝑎! 𝑡
𝑞
Com os dados de 𝑡 × (𝑞! /𝑞)" , conseguimos obter o coeficiente angular e linear da equação que
ajusta dos dados de vazão, e atingindo meta para o valor do coeficiente linear para 1, modificando o
valor de 𝑛, obtemos o valor de 𝑛 = 0,65, que configura melhor ajuste para declínio hiperbólico.
A partir do valor de 𝑛 escolhido, conseguimos plotar as vazões para quaisquer tempos
utilizando a equação (2), e podemos obter a produção acumulada do campo utilizando a equação (3).
𝑞! (2)
𝑞= #$
(1 + 𝑛𝑎! 𝑡) "
𝑞! 1 𝑞 #&" (3)
𝑁% = 365 * , 81 − * , 9
𝑎! 𝑛 − 1 𝑞!
Figura 5: Declínio Hiperbólico.
70000
60000
50000
Produção (m^3/dia)
40000
30000
20000
10000
0
10/10/2006 06/07/2009 01/04/2012 27/12/2014 22/09/2017 18/06/2020 15/03/2023
Tempo [meses]
A curva obtida foi a representada em azul e os dados originais de produção estão representados
em vermelho. Como a curva de produção tem uma subida em que se pode ter utilizado método de
recuperação secundária, ou apenas representar variação no preço do barril de petróleo, definimos uma
vazão de Workover de 6000 m3/dia para comparar com a produção acumulada original.
Figura 6: Produções acumuladas para o declínio hiperbólico.
2,00E+08
1,80E+08
1,60E+08
Produção acumulada [m^3]
1,40E+08
1,20E+08
1,00E+08
8,00E+07
6,00E+07
4,00E+07
2,00E+07
0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo [meses]
Np Acumulado com Workover Acumulado Real
O erro em relação à produção acumulada real para o Np hiperbólico foi de 17%, enquanto para
o Np de Workover foi de 4%. Pode-se perceber que a curva com Workover representou bem a produção
acumulada real do Campo de Roncador, mas como no balanço de materiais adiante utilizamos um
período de 60 meses, e as produções nesse período estão todas bem parecidas, utilizamos a produção
acumulada do modelo hiperbólico para o cálculo do VOIP do campo de Roncador.
A fim de avaliar o erro dos outros métodos de análise de declínio, foram calculados os
declínios harmônico e exponencial. Para o declínio harmônico (𝑛 = 1):
1 1 𝑎! (4)
= + 𝑡
𝑞 𝑞! 𝑞!
𝑞! (5)
𝑞=
(1 + 𝑎! 𝑡)
𝑞! 𝑞! (6)
𝑁% = 365 𝑙𝑛 * ,
𝑎! 𝑞
Figura 7: Declínio Harmônico.
70000
60000
50000
Vazão (m^3/dia)
40000
30000
20000
10000
0
10/10/2006 06/07/2009 01/04/2012 27/12/2014 22/09/2017 18/06/2020 15/03/2023
Período
Declínio Harmônico Histórico Workover Dados de produção
2,00E+08
Produção acumulada [m^3]
1,50E+08
1,00E+08
5,00E+07
0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo [meses]
Np Np real Np workover
O erro em relação à produção acumulada real para o Np harmônico foi de 63%, enquanto para
o Np de Workover foi de 6%. Demonstrando o declínio harmônico não é o melhor ajuste para os dados
de produção do campo de Roncador.
3.3. DECLÍNIO EXPONENCIAL
60000
50000
Vazão (m^3/dia)
40000
30000
20000
10000
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Período (meses)
Histórico Declínio Exponencial Dados de produção
2,00E+08
1,50E+08
1,00E+08
5,00E+07
0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (meses)
Np Acumulado Real
É possível perceber pela figura 9 que o declínio exponencial não se ajusta aos dados de
produção, apresentando vazões muito maiores do que as esperadas. Como a produção acumulada real
leva em consideração a segunda elevação da produção, as produções acumuladas do declínio
exponencial tiveram um erro de apenas 7% em relação ao real, porém os resultados foram descartados
e foi utilizado o melhor ajuste, do declínio hiperbólico.
4. BALANÇO DE MATERIAIS
O balanço de materiais é uma ferramenta que permite avaliação da dinâmica dos fluidos no
reservatório. Permite identificar os principais mecanismos de produção e possibilita boas estimativas
do Volume de Óleo In Place (VOIP) e do Original Oil In Place (OOIP).
𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑜 = 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 + 𝑖𝑛𝑗𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠
Tendo a variação de pressão no reservatório e as propriedades PVT e das rochas, a equação do
balanço de materiais pode ser resolvida para prever a produção.
A equação generalizada do balanço de materiais é dada por
𝑁% F𝐵' + H𝑅% − 𝑅( J𝐵) K + 𝑊% 𝐵* − 𝑊+ − 𝑊!", 𝐵*!", − 𝐺!", 𝐵)!", (7)
𝑁=
𝐵) 𝑐* 𝑆*! + 𝑐-
𝐵' − 𝐵'! + (𝑅(! − 𝑅( )𝐵) + 𝑚𝐵'! *𝐵 − 1, + (1 + 𝑚)𝐵'! * 1 − 𝑆 , 𝛥𝑝
)! *!
Para fim de simplificação, representando a parte das produções e injeções da equação temos
que:
𝐹 = 𝑁% F𝐵' + H𝑅% − 𝑅( J𝐵) K + 𝑊% 𝐵* − 𝑊+ − 𝑊!", 𝐵*!", − 𝐺!", 𝐵)!", (8)
Representando a zona de óleo, temos:
𝐸' = 𝐵' − 𝐵'! + (𝑅(! − 𝑅( )𝐵) (9)
Representando a capa de gás, temos:
𝐵) (10)
𝐸) = 𝑚𝐵'! S − 1T
𝐵)!
E representando as compressibilidades da formação, temos:
𝑐* 𝑆*! + 𝑐- (11)
𝐸-* = (1 + 𝑚)𝐵'! * , 𝛥𝑝
1 − 𝑆*!
Com isso, temos que:
𝐹 − 𝑊+ (12)
𝑁=
𝐸' + 𝐸-* + 𝐸)
Considerando reservatório com gás em solução, influxo de água do aquífero e injeção de água
para manutenção de pressão, podemos desconsiderar a parte da capa de gás da equação.
𝐹 − 𝑊+ (13)
𝑁=
𝐸' + 𝐸-*
Os dados de produção acumulada foram obtidos pela análise do declínio hiperbólico, mas a
variação de pressão no reservatório não foi encontrada na literatura. Para isso precisamos estimar os
dados de pressão no reservatório para obter as propriedades PVT do fluido produzido.
Para estimar a variação de pressão no reservatório, definimos alguns dados iniciais para o
reservatório buscando referências na literatura e em reservatórios análogos, demonstrados na Figura
11.
Figura 11: Dados iniciais para o reservatório do Campo de Roncador.
Dados de entrada iniciais
𝑘 500 [md]
𝜙 0,25 [%]
𝜇' 3 [cp]
ℎ 30 [m]
𝑐. 0,00013 [kgf/cm2]-1
𝑟* 0,1 [m]
𝑃! 316 [kgf/cm2]
𝑅𝐺𝑂 121 [m3/m3]
𝐵'! 1,85 [m3/m3]
𝑃𝑜ç𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 48
𝑐- 4,83E-05 [kgf/cm2]-1
𝑐* 4,27E-05 [kgf/cm2]-1
𝑆*! 0,25
A pressão inicial no reservatório foi definida como 316 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚/ . A variação de pressão no
reservatório foi calculada de acordo com a Equação da Difusividade Hidráulica para um poço:
𝑞* 𝜇 1 4𝑘𝑡 (14)
𝑝* (𝑡) = 𝑝! − ` 𝑙𝑛 * ,c
2𝜋𝑘ℎ 2 𝛾𝜙𝜇𝑐. 𝑟*/
De acordo com os dados da ANP, o reservatório possui um aquífero e injeção de água mantendo
a pressão, para representar esse comportamento, encontramos o valor de Δ𝑃 para cada tempo e
subtraímos da pressão inicial em todos os pontos. A Figura 12 mostra o comportamento da pressão
com o tempo (em meses) para o reservatório do Campo de Roncador.
Figura 12: Pressão estimada no reservatório em função do tempo.
300
295
p [kgf/cm^2]
290
285
280
y = -0,0036x2 + 0,3862x + 275,7
275
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo [meses]
A linha vermelha representa a tendência de pressão no reservatório. As propriedades PVT para
as pressões fornecidas foram obtidas através de um programa em python para o cálculo de 𝐹, 𝐸' e 𝐸-* .
O próximo passo é o cálculo do influxo de água no reservatório. Se o modelo estiver correto, a
equação do balanço de materiais deve ser aproximada por uma reta, como demonstrado na Figura 13.
Figura 13: Influxo de água na equação do balanço de materiais
2,50E+09
2,00E+09
1,50E+09
F
1,00E+09
5,00E+08
0,00E+00
0,00E+00 5,00E-02 1,00E-01 1,50E-01 2,00E-01
Eo + Efw
Para o cálculo influxo de água existem diferentes métodos de aproximação e cálculo, utilizamos
a Lei de Influxo Permanente, conhecida como Equação de Schilthuis (1936) encontrada no capítulo
“Influxo de Água” do livro do Rosa e apresentada na Equação 15.
.
(15)
𝑊+ = 𝐽 h (𝑝! − 𝑝)𝑑𝑡
0
Esperando o comportamento de uma reta com coeficiente linear 𝑁, plotamos as duas últimas
colunas e obtemos o seguinte comportamento:
Figura 17: Balanço de materiais
2,20E+10
1,80E+10
1,60E+10
1,40E+10
F/(Eo+Efw)
1,20E+10
1,00E+10
8,00E+09
6,00E+09
4,00E+09
2,00E+09
0,00E+00
0,00E+00 5,00E+10 1,00E+11 1,50E+11 2,00E+11 2,50E+11 3,00E+11
We/(Eo+Efw)
É possível perceber pela Figura 17 que o comportamento do balanço de materiais pode ser
ajustado por uma reta com os seguintes coeficientes angular e linear:
Balanço de Materiais
Coef. Angular Coef. Linear
0,0651974 1,47E+09
O coeficiente linear representa o Volume In Place no reservatório em m3. Convertendo para
bbl e comparando com o VOIP apresentado pela ANP em 2016, obtemos um erro na casa de 10-3
comprovando a eficácia do método para estimativa de reservas.
Volume in place
N_EBM (bbl) 9,25E+09
ANP (bbl) 9,22E+09
Erro 3,10E-03
5. FLUXO FRACIONÁRIO
Dados de entrada:
Kro_max 0,7
eo 2
Sor 0,2
Krw_max 0,4
ew 2
Swi 0,25
mi_w 0,5
mi_o 3
0,7000
0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Saturação de água, Sw
Figura 19: Fluxo Fracionário.
1
0,9
Fluxo Fracionário de Água - fw
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
fw
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Saturação de Água - Sw
Figura 20: Saturação de água.
0,9
0,8
Saturação de Água - Sw 0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
xD
0,6
Produção Acumulada de Óleo -
0,5
0,4
NpD
0,3
0,2
0,1
0
0 1 2 3 4 5
PV injetado
6. CONCLUSÃO
https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/gestao-de-contratos-de-
e-p/fase-de-producao/pd/roncador.pdf
https://www.gem.wiki/Campo_de_Petróleo_e_Gás_Roncador_(Brasil)#cite_note-ref_K-8
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/203213
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/203213/000909627.pdf?sequence=1&isAllowed
=y
https://www.linkedin.com/pulse/considerações-sobre-o-fator-de-recuperação-alguns-campos-
farias/?originalSubdomain=pt
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/98635/000922774.pdf?sequence=1