Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA FOZ DO ITAJAÍ – CESFI


CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ESTUDOS INTEGRADOS DE RESERVATÓRIO

GERENCIAMENTO DE RESERVATÓRIOS

BRUNA ADIACI MONTEIRO


CARLOS EDUARDO CORRÊA MEDEIROS

BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 12/07/2022


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
CAMPO DE RONCADOR ............................................................................................................................3
2. RESERVATÓRIO ......................................................................................................................... 5
3. ANÁLISE DE DECLÍNIO ........................................................................................................... 6
3.1. DECLÍNIO HIPERBÓLICO ................................................................................................... 6
3.2. DECLÍNIO HARMÔNICO ...................................................................................................... 8
3.3. DECLÍNIO EXPONENCIAL ................................................................................................ 10
4. BALANÇO DE MATERIAIS ..................................................................................................... 12
5. FLUXO FRACIONÁRIO ........................................................................................................... 18
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 20
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 21


1. INTRODUÇÃO

CAMPO DE RONCADOR

O foco do estudo, o campo exploratório de Roncador, é localizado na porção norte da Bacia de


Campos, 130 km da costa brasileira, em grandes profundidades – que variam de 1500 a 1900 m – e
possui uma área de 397,6 km2.

Figura 1: Localização da área de estudo no contexto da Bacia de Campos, com destaque ao campo
petrolífero abordado.

Roncador (Dados de 2016)


Nº do contrato: 48000.003901/97-68
Operador do contrato: Petróleo Brasileiro S.A.
Estado: Rio de Janeiro
Bacia: Campos
Localização: Mar
Lâmina d'água média (m): 1730
Fluido principal: Óleo
Área (km^2): 397,55
Declaração de Comercialidade: 06/08/1998
Início de Produção: 25/01/1999
Figura 2: Módulos do Campo de Roncador e batimetria.

A petrolífera norueguesa Statoil pagou US$ 2,9 bilhões por 25% da participação da Petrobras
no Campo de Roncador, localizado na área norte da Bacia de Campos em 2017.
“O campo de Roncador tem aproximadamente 10 bilhões de barris petróleo em volume in place
e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão barris equivalentes.
Segundo a Petrobras, “a ambição é aumentar o fator de recuperação, por meio dessa parceria com a
Statoil, em pelo menos 5%, o que pode trazer um volume adicional de aproximadamente 500 milhões
barris equivalentes”. (Jornal O Diário RJ, 2017)
2. RESERVATÓRIO

O reservatório do Campo de Roncador é formado por arenitos turbidíticos e híbridos de idade


Senoniano, de ambiente deposicional marinho profundo com porosidade média entre 19 e 29%,
permeabilidade média entre 263 e 2560 mD e óleo com densidade entre 17º e 31º API. Possui
também carbonatos de idade Albiano, de ambiente marinho raso com porosidade média de 9,9%,
permeabilidade de 1,41 mD e óleo com densidade entre 17º e 22º API.
Os principais mecanismos primários de produção são o gás em solução + aquífero. Há injeção de
água como mecanismo de manutenção de pressão nos arenitos.
Figura 3: Reservatório com efeito predominante de influxo de água.
3. ANÁLISE DE DECLÍNIO

Os dados de produção para o campo de Roncador no período de julho de 1998 até dezembro
de 2021 estão apresentados na Figura 4.
Figura 4: Dados de produção do Campo de Roncador
3000000 300000

2500000 250000
Volume de óleo/água (m^3)

Volume de gás (Mm^3)


2000000 200000

1500000 150000

1000000 100000

500000 50000

0 0
24/7/98 19/4/01 14/1/04 10/10/06 6/7/09 1/4/12 27/12/14 22/9/17 18/6/20 15/3/23
Período

Produção de Óleo (m³) Produção de Água (m³)


Injeção de Água para Recuperação Secundária (m³) Produção de Gás Associado (Mm³)

Para a análise de declínio, utilizamos como histórico os dados de produção do período de


01/05/2009 até 01/08/2012 (39 meses), que está destacado em laranja no gráfico e representa o
primeiro declínio de produção, para que possamos comparar a previsão do método com os dados reais.
O segundo declínio foi representado pelo aumento repentino da vazão de Workover para comparação
com a produção acumulada original.

3.1. DECLÍNIO HIPERBÓLICO

Para a análise do declínio hiperbólico foi considerado 𝑛 = 0,5 e depois ajustado utilizando
atingir metas do excel. Para representá-los podemos comparar a formulação com uma equação de reta
em que o termo com as vazões representa a variável 𝑦, 𝑡 a variável 𝑥, 𝑛𝑎! o coeficiente angular da
equação, e coeficiente linear 1.
𝑞! " (1)
* , = 1 + 𝑛𝑎! 𝑡
𝑞
Com os dados de 𝑡 × (𝑞! /𝑞)" , conseguimos obter o coeficiente angular e linear da equação que
ajusta dos dados de vazão, e atingindo meta para o valor do coeficiente linear para 1, modificando o
valor de 𝑛, obtemos o valor de 𝑛 = 0,65, que configura melhor ajuste para declínio hiperbólico.
A partir do valor de 𝑛 escolhido, conseguimos plotar as vazões para quaisquer tempos
utilizando a equação (2), e podemos obter a produção acumulada do campo utilizando a equação (3).
𝑞! (2)
𝑞= #$
(1 + 𝑛𝑎! 𝑡) "
𝑞! 1 𝑞 #&" (3)
𝑁% = 365 * , 81 − * , 9
𝑎! 𝑛 − 1 𝑞!
Figura 5: Declínio Hiperbólico.
70000

60000

50000
Produção (m^3/dia)

40000

30000

20000

10000

0
10/10/2006 06/07/2009 01/04/2012 27/12/2014 22/09/2017 18/06/2020 15/03/2023
Tempo [meses]

Declínio Hiperbólico Histórico Workover Dados de produção

A curva obtida foi a representada em azul e os dados originais de produção estão representados
em vermelho. Como a curva de produção tem uma subida em que se pode ter utilizado método de
recuperação secundária, ou apenas representar variação no preço do barril de petróleo, definimos uma
vazão de Workover de 6000 m3/dia para comparar com a produção acumulada original.
Figura 6: Produções acumuladas para o declínio hiperbólico.
2,00E+08
1,80E+08
1,60E+08
Produção acumulada [m^3]

1,40E+08
1,20E+08
1,00E+08
8,00E+07
6,00E+07
4,00E+07
2,00E+07
0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo [meses]
Np Acumulado com Workover Acumulado Real

O erro em relação à produção acumulada real para o Np hiperbólico foi de 17%, enquanto para
o Np de Workover foi de 4%. Pode-se perceber que a curva com Workover representou bem a produção
acumulada real do Campo de Roncador, mas como no balanço de materiais adiante utilizamos um
período de 60 meses, e as produções nesse período estão todas bem parecidas, utilizamos a produção
acumulada do modelo hiperbólico para o cálculo do VOIP do campo de Roncador.

3.2. DECLÍNIO HARMÔNICO

A fim de avaliar o erro dos outros métodos de análise de declínio, foram calculados os
declínios harmônico e exponencial. Para o declínio harmônico (𝑛 = 1):
1 1 𝑎! (4)
= + 𝑡
𝑞 𝑞! 𝑞!
𝑞! (5)
𝑞=
(1 + 𝑎! 𝑡)
𝑞! 𝑞! (6)
𝑁% = 365 𝑙𝑛 * ,
𝑎! 𝑞
Figura 7: Declínio Harmônico.
70000

60000

50000
Vazão (m^3/dia)

40000

30000

20000

10000

0
10/10/2006 06/07/2009 01/04/2012 27/12/2014 22/09/2017 18/06/2020 15/03/2023
Período
Declínio Harmônico Histórico Workover Dados de produção

Figura 8: Produções acumuladas para o declínio harmônico.


2,50E+08

2,00E+08
Produção acumulada [m^3]

1,50E+08

1,00E+08

5,00E+07

0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo [meses]
Np Np real Np workover

O erro em relação à produção acumulada real para o Np harmônico foi de 63%, enquanto para
o Np de Workover foi de 6%. Demonstrando o declínio harmônico não é o melhor ajuste para os dados
de produção do campo de Roncador.
3.3. DECLÍNIO EXPONENCIAL

Para o declínio exponencial (𝑛 = 0):


Figura 9: Declínio Exponencial.
70000

60000

50000
Vazão (m^3/dia)

40000

30000

20000

10000

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Período (meses)
Histórico Declínio Exponencial Dados de produção

Figura 10: Produções acumuladas para o declínio exponencial.


2,50E+08
Produção acumulada (m^3)

2,00E+08

1,50E+08

1,00E+08

5,00E+07

0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (meses)

Np Acumulado Real
É possível perceber pela figura 9 que o declínio exponencial não se ajusta aos dados de
produção, apresentando vazões muito maiores do que as esperadas. Como a produção acumulada real
leva em consideração a segunda elevação da produção, as produções acumuladas do declínio
exponencial tiveram um erro de apenas 7% em relação ao real, porém os resultados foram descartados
e foi utilizado o melhor ajuste, do declínio hiperbólico.
4. BALANÇO DE MATERIAIS

O balanço de materiais é uma ferramenta que permite avaliação da dinâmica dos fluidos no
reservatório. Permite identificar os principais mecanismos de produção e possibilita boas estimativas
do Volume de Óleo In Place (VOIP) e do Original Oil In Place (OOIP).
𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑜 = 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 + 𝑖𝑛𝑗𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠
Tendo a variação de pressão no reservatório e as propriedades PVT e das rochas, a equação do
balanço de materiais pode ser resolvida para prever a produção.
A equação generalizada do balanço de materiais é dada por
𝑁% F𝐵' + H𝑅% − 𝑅( J𝐵) K + 𝑊% 𝐵* − 𝑊+ − 𝑊!", 𝐵*!", − 𝐺!", 𝐵)!", (7)
𝑁=
𝐵) 𝑐* 𝑆*! + 𝑐-
𝐵' − 𝐵'! + (𝑅(! − 𝑅( )𝐵) + 𝑚𝐵'! *𝐵 − 1, + (1 + 𝑚)𝐵'! * 1 − 𝑆 , 𝛥𝑝
)! *!

Para fim de simplificação, representando a parte das produções e injeções da equação temos
que:
𝐹 = 𝑁% F𝐵' + H𝑅% − 𝑅( J𝐵) K + 𝑊% 𝐵* − 𝑊+ − 𝑊!", 𝐵*!", − 𝐺!", 𝐵)!", (8)
Representando a zona de óleo, temos:
𝐸' = 𝐵' − 𝐵'! + (𝑅(! − 𝑅( )𝐵) (9)
Representando a capa de gás, temos:
𝐵) (10)
𝐸) = 𝑚𝐵'! S − 1T
𝐵)!
E representando as compressibilidades da formação, temos:
𝑐* 𝑆*! + 𝑐- (11)
𝐸-* = (1 + 𝑚)𝐵'! * , 𝛥𝑝
1 − 𝑆*!
Com isso, temos que:
𝐹 − 𝑊+ (12)
𝑁=
𝐸' + 𝐸-* + 𝐸)
Considerando reservatório com gás em solução, influxo de água do aquífero e injeção de água
para manutenção de pressão, podemos desconsiderar a parte da capa de gás da equação.
𝐹 − 𝑊+ (13)
𝑁=
𝐸' + 𝐸-*
Os dados de produção acumulada foram obtidos pela análise do declínio hiperbólico, mas a
variação de pressão no reservatório não foi encontrada na literatura. Para isso precisamos estimar os
dados de pressão no reservatório para obter as propriedades PVT do fluido produzido.
Para estimar a variação de pressão no reservatório, definimos alguns dados iniciais para o
reservatório buscando referências na literatura e em reservatórios análogos, demonstrados na Figura
11.
Figura 11: Dados iniciais para o reservatório do Campo de Roncador.
Dados de entrada iniciais
𝑘 500 [md]
𝜙 0,25 [%]
𝜇' 3 [cp]
ℎ 30 [m]
𝑐. 0,00013 [kgf/cm2]-1
𝑟* 0,1 [m]
𝑃! 316 [kgf/cm2]
𝑅𝐺𝑂 121 [m3/m3]
𝐵'! 1,85 [m3/m3]
𝑃𝑜ç𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 48
𝑐- 4,83E-05 [kgf/cm2]-1
𝑐* 4,27E-05 [kgf/cm2]-1
𝑆*! 0,25
A pressão inicial no reservatório foi definida como 316 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚/ . A variação de pressão no
reservatório foi calculada de acordo com a Equação da Difusividade Hidráulica para um poço:
𝑞* 𝜇 1 4𝑘𝑡 (14)
𝑝* (𝑡) = 𝑝! − ` 𝑙𝑛 * ,c
2𝜋𝑘ℎ 2 𝛾𝜙𝜇𝑐. 𝑟*/
De acordo com os dados da ANP, o reservatório possui um aquífero e injeção de água mantendo
a pressão, para representar esse comportamento, encontramos o valor de Δ𝑃 para cada tempo e
subtraímos da pressão inicial em todos os pontos. A Figura 12 mostra o comportamento da pressão
com o tempo (em meses) para o reservatório do Campo de Roncador.
Figura 12: Pressão estimada no reservatório em função do tempo.
300

295
p [kgf/cm^2]

290

285

280
y = -0,0036x2 + 0,3862x + 275,7
275
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo [meses]
A linha vermelha representa a tendência de pressão no reservatório. As propriedades PVT para
as pressões fornecidas foram obtidas através de um programa em python para o cálculo de 𝐹, 𝐸' e 𝐸-* .
O próximo passo é o cálculo do influxo de água no reservatório. Se o modelo estiver correto, a
equação do balanço de materiais deve ser aproximada por uma reta, como demonstrado na Figura 13.
Figura 13: Influxo de água na equação do balanço de materiais

Para verificar o comportamento, primeiro desconsideramos o influxo de água e plotamos


𝐹 = 𝑁[𝐸' + 𝐸-* ]
E obtemos o seguinte resultado:
Figura 13: Balanço de materiais desconsiderando o influxo de água
3,00E+09

2,50E+09

2,00E+09

1,50E+09
F

1,00E+09

5,00E+08

0,00E+00
0,00E+00 5,00E-02 1,00E-01 1,50E-01 2,00E-01
Eo + Efw

Para o cálculo influxo de água existem diferentes métodos de aproximação e cálculo, utilizamos
a Lei de Influxo Permanente, conhecida como Equação de Schilthuis (1936) encontrada no capítulo
“Influxo de Água” do livro do Rosa e apresentada na Equação 15.
.
(15)
𝑊+ = 𝐽 h (𝑝! − 𝑝)𝑑𝑡
0

Em que 𝐽 é a Constante de Influxo de Água, dada por:


H𝐵' + (𝑅(! − 𝑅( )𝐵) J𝑄' !1# + 𝐵) H𝑅% − 𝑅(! J𝑄' ! + 𝑊% − 𝑊% !", (16)
𝐽=
𝑝! − 𝑝!&#
E pode ser calculada através das propriedades PVT, vazões de óleo e produções acumuladas de
água e de água de injeção.
A integral da Equação 15 pode ser resolvida utilizando a equação que descreve comportamento
das pressões encontradas anteriormente:
𝑝 = −0,0036𝑡 / + 0,3862𝑡 + 275,7 (17)
Resolvendo a integral temos que:
. (18)
𝑊+ = 𝐽 h 𝑝! − (−0,0036𝑡 / + 0,3862𝑡 + 275,7 𝑑𝑡
0
. (19)
0,0036 2 0,3862 /
𝑊+ = 𝐽 `𝑝! − 𝑡 − 𝑡 − 275,7𝑡c
3 2 3
No excel definimos as produções acumuladas de cada mês e a pressão em cada período:
Figura 14: Produções acumuladas.
Produções acumuladas
Tempo (meses) p [kgf/cm^2] Np (hiperbólico) Gp Wp Wp_inj Rp
0 316,00 0 0 0 0 0
1 285,79 1,80E+06 6,04E+09 6,82E+04 1,82E+06 3,35E+03
2 283,78 3,58E+06 1,19E+10 1,35E+05 3,70E+06 3,31E+03
3 283,81 5,34E+06 1,78E+10 2,06E+05 5,70E+06 3,34E+03
4 284,05 7,07E+06 2,36E+10 2,99E+05 7,92E+06 3,34E+03
5 283,20 8,79E+06 2,93E+10 3,93E+05 1,01E+07 3,33E+03
6 283,95 1,05E+07 3,50E+10 4,87E+05 1,21E+07 3,34E+03
7 283,76 1,22E+07 4,06E+10 6,13E+05 1,42E+07 3,33E+03
8 283,21 1,38E+07 4,61E+10 7,50E+05 1,66E+07 3,34E+03
9 287,06 1,55E+07 5,17E+10 8,89E+05 1,87E+07 3,34E+03
10 283,12 1,71E+07 5,66E+10 1,04E+06 2,05E+07 3,31E+03

Os dados PVT necessários para os cálculos:


Figura 15: Dados PVT.
DADOS PVT
Rs [m^3/m^3] Bo [m^3/m^3] Bg [m^3/m^3] Bt [m^3/m^3]
121,1 1,38 8,96E-03 1,377811388
106,9 1,34 9,61E-03 1,473195539
106,0 1,34 9,65E-03 1,47989602
106,1 1,34 9,65E-03 1,479313568
106,2 1,34 9,64E-03 1,478129477
105,9 1,33 9,66E-03 1,481071123
106,2 1,34 9,64E-03 1,478117765
106,2 1,34 9,65E-03 1,478662665
105,9 1,33 9,66E-03 1,480540694
107,8 1,34 9,56E-03 1,466460759
105,9 1,33 9,66E-03 1,480679509

E os parâmetros da equação do balanço de materiais:


Figura 16: Coeficientes do balanço de materiais
BALANÇO DE MATERIAIS
Efw Eo F J We Eo + Efw We/(Eo+Efw) F/(Eo+Efw)
-3,28E-03 0,00E+00 0,00E+00 -4,87E+02 -4,10E+06 -3,28E-03 1,25E+09 0,00E+00
-3,49E-03 1,77E-01 5,66E+07 -4,57E+03 -3,84E+07 1,74E-01 -2,21E+08 3,25E+08
-3,49E-03 1,89E-01 1,11E+08 5,11E+04 4,29E+08 1,86E-01 2,31E+09 6,00E+08
-3,46E-03 1,88E-01 1,67E+08 1,13E+05 9,51E+08 1,85E-01 5,14E+09 9,04E+08
-3,56E-03 1,86E-01 2,21E+08 1,76E+05 1,48E+09 1,83E-01 8,11E+09 1,21E+09
-3,48E-03 1,91E-01 2,75E+08 2,45E+05 2,06E+09 1,88E-01 1,10E+10 1,46E+09
-3,50E-03 1,86E-01 3,28E+08 3,05E+05 2,56E+09 1,83E-01 1,40E+10 1,79E+09
-3,55E-03 1,87E-01 3,80E+08 3,61E+05 3,03E+09 1,84E-01 1,65E+10 2,07E+09
-3,14E-03 1,91E-01 4,32E+08 4,85E+05 4,08E+09 1,87E-01 2,18E+10 2,31E+09
-3,56E-03 1,65E-01 4,80E+08 4,93E+05 4,14E+09 1,62E-01 2,56E+10 2,96E+09
Podemos reescrever a equação simplificada do balanço de materiais como
𝐹 𝑊+
𝐸' + 𝐸-*
=𝑁−
𝐸' + 𝐸-*
(18)

Esperando o comportamento de uma reta com coeficiente linear 𝑁, plotamos as duas últimas
colunas e obtemos o seguinte comportamento:
Figura 17: Balanço de materiais
2,20E+10

2,00E+10 y = 0,0652x + 1E+09

1,80E+10

1,60E+10

1,40E+10
F/(Eo+Efw)

1,20E+10

1,00E+10

8,00E+09

6,00E+09

4,00E+09

2,00E+09

0,00E+00
0,00E+00 5,00E+10 1,00E+11 1,50E+11 2,00E+11 2,50E+11 3,00E+11
We/(Eo+Efw)

É possível perceber pela Figura 17 que o comportamento do balanço de materiais pode ser
ajustado por uma reta com os seguintes coeficientes angular e linear:

Balanço de Materiais
Coef. Angular Coef. Linear
0,0651974 1,47E+09
O coeficiente linear representa o Volume In Place no reservatório em m3. Convertendo para
bbl e comparando com o VOIP apresentado pela ANP em 2016, obtemos um erro na casa de 10-3
comprovando a eficácia do método para estimativa de reservas.

Volume in place
N_EBM (bbl) 9,25E+09
ANP (bbl) 9,22E+09
Erro 3,10E-03
5. FLUXO FRACIONÁRIO

Dados de entrada:
Kro_max 0,7
eo 2
Sor 0,2
Krw_max 0,4
ew 2
Swi 0,25
mi_w 0,5
mi_o 3

Figura 18: Permeabilidades relativas.


1,0000
0,9000
krw kro
0,8000
Permeabilidade Relativa

0,7000
0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Saturação de água, Sw
Figura 19: Fluxo Fracionário.
1
0,9
Fluxo Fracionário de Água - fw

0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
fw
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Saturação de Água - Sw
Figura 20: Saturação de água.
0,9
0,8
Saturação de Água - Sw 0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
xD

Figura 21: Produção acumulada de óleo

0,6
Produção Acumulada de Óleo -

0,5

0,4
NpD

0,3

0,2

0,1

0
0 1 2 3 4 5
PV injetado
6. CONCLUSÃO

Neste trabalho utilizamos métodos analíticos para prever o comportamento do reservatório do


Campo de Roncador. Apesar de não termos muitos dados disponíveis sobre o campo, pesquisando o
comportamento de campos análogos e buscando na literatura informações que pudessem fazer sentido
com o campo estudado, conseguimos ver que os métodos apesar de simplificados, representam muito
bem o comportamento real verificado.
A análise de declínio mostra que equações simples conseguem fazer boas previsões de
produção para o futuro do campo. Sem considerar as alterações de comportamento reais do campo, as
curvas são perfeitamente ajustadas ao observado na produção do campo de Roncador.
A equação do balanço de materiais depende de muitas variáveis, que na grande maioria não
havia disponível na literatura. Mesmo com valores de pressão no reservatório e propriedades dos
fluidos não exatos, conseguimos uma estimativa muito próxima da real, com um erro na casa de 10-3,
muito baixo para dados “inventados”.
O fluxo fracionário nos fornece informações sobre a taxa de avanço da frente de água chegando
no poço, saturações dos fluidos e da produção acumulada de óleo. Os cálculos foram todos feitos
utilizando o material disponibilizado, e apesar de entendermos o que é proposto, não conseguimos
fazer muita ligação com os dados que possuíamos do campo de Roncador, pois as variáveis
adimensionais não nos diziam muito sobre o comportamento real, e os dados de entrada foram
escolhidos sem precisão para representar o campo.
Apesar de a explicação sobre o fluxo fracionário não ter sido muito aprofundada, a análise de
declínio e o balanço de materiais foram bem explorados e os resultados satisfatórios.
7. REFERÊNCIAS

https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/gestao-de-contratos-de-
e-p/fase-de-producao/pd/roncador.pdf

https://www.gem.wiki/Campo_de_Petróleo_e_Gás_Roncador_(Brasil)#cite_note-ref_K-8

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/203213

https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/203213/000909627.pdf?sequence=1&isAllowed
=y

https://www.linkedin.com/pulse/considerações-sobre-o-fator-de-recuperação-alguns-campos-
farias/?originalSubdomain=pt

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/98635/000922774.pdf?sequence=1

Você também pode gostar