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Aula 03 (Prof. Herbert Almeida)

Direito Administrativo p/ ABIN (Todos os Cargos) Com videoaulas - Pós-Edital

Professores: Herbert Almeida, Sérgio Mendes

09697215790 - Leonardo Siqueira Vasconcelos


Direito Administrativo p/ ABIN
Todos os Cargos (Conhecimentos B‡sicos)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert
Almeida Ð Aula
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AULA 3: Organiza•‹o administrativa (parte 2)

SUMÁRIO

EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA ............................................................................ 2


CONCEITO .............................................................................................................................................................. 2
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO ............................................................................................................................................... 4
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................................................................... 6
REGIME JURÍDICO .................................................................................................................................................. 10
BENS ................................................................................................................................................................... 14
FALÊNCIA ............................................................................................................................................................. 15
PRESCRIÇÃO ......................................................................................................................................................... 16
LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES ................................................................................................................................... 16
CONTROLE E SUPERVISÃO MINISTERIAL ....................................................................................................................... 19
DIFERENÇAS ENTRE EP E SEM ................................................................................................................................. 20
FUNDAÇÕES PÚBLICAS ................................................................................................................................. 27
CONCEITO ............................................................................................................................................................ 27
NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................................................... 29
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO ............................................................................................................................................. 30
ATIVIDADE ........................................................................................................................................................... 31
REGIME JURÍDICO .................................................................................................................................................. 34
PATRIMÔNIO ........................................................................................................................................................ 35
LICITAÇÕES E CONTRATOS ........................................................................................................................................ 35
REGIME DE PESSOAL ............................................................................................................................................... 36
FORO COMPETENTE ............................................................................................................................................... 36
CONTROLE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ......................................................................................................................... 37
QUESTÕES EXTRAS ....................................................................................................................................... 38
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................................................................................. 45
GABARITO .................................................................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................ 50


Ol‡ pessoal, tudo bem?
Na aula de hoje, vamos estudar a segunda parte das organiza•›es
administrativas, que comporta as empresas pœblicas, as sociedades de
economia mista e as funda•›es pœblicas.
Vamos ˆ aula, aproveitem!

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EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Conceito

As empresas estatais dividem-se em empresas pœblicas e


sociedades de economia mista. As duas s‹o entidades administrativas,
integram a administra•‹o indireta, possuem personalidade jur’dica de
direito privado, t•m sua cria•‹o autorizada em lei e podem ser criadas para
explorar atividade econ™mica ou prestar servi•os pœblicos.
Vejamos a defini•‹o de cada uma dessas entidades nos ensinamentos
de JosŽ dos Santos Carvalho Filho1:


Empresa pública (EP):
“são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do
Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua
finalidade, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou,
em certas situações, execute a prestação de serviços públicos”.

São exemplos de empresas públicas federais a Empresa Brasileira de Correios e


Telégrafos – EBCT; a Caixa Econômica Federal – CEF; o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; o Serviço Federal de Processamento
de Dados – Serpro; e muitas outras.

Sociedade de economia mista (SEM):


“são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do
Estado, criadas por autorização legal, sob a forma de sociedades anônimas, cujo
controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a
exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a
prestação de serviços públicos”.

Como exemplos, podemos mencionar o Banco do Brasil S.A.; o Banco da Amazônia;


a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás.


1
Carvalho Filho, 2014, p. 500.

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AlŽm desse conceito doutrin‡rio, Ž fundamental o conceito estabelecido
por intermŽdio da Lei 13.303/2016, que trata do regime jur’dico das
empresas pœblicas e das sociedades de economia mista, segundo o qual a
empresa pœblica Ž: Òa entidade dotada de personalidade jur’dica de direito
privado, com cria•‹o autorizada por lei e com patrim™nio pr—prio, cujo
capital social Ž integralmente detido pela Uni‹o, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Munic’piosÓ (art. 3¼, caput). Em breve, teceremos
alguns coment‡rios em rela•‹o ˆ composi•‹o do capital social da empresa
pœblica, j‡ que existem algumas observa•›es relevantes.
Por sua vez, sociedades de economia mista Ž definida como a
entidade dotada de personalidade jur’dica de direito privado, com cria•‹o
autorizada por lei, sob a forma de sociedade an™nima, cujas a•›es com
direito a voto perten•am em sua maioria ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Munic’pios ou a entidade da administra•‹o indireta (Lei
13.303/2016, art. 4¼).
Das defini•›es acima, Ž poss’vel confirmar como h‡ muito mais
semelhan•as do que diferen•as entre essas entidades administrativas.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro cita como traços


comuns às empresas públicas e sociedades de
economia mista:

a) a criação e extinção autorizadas por lei;


b) personalidade jurídica de direito privado;
c) sujeição ao controle estatal;
d) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público;
e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora;
f) desempenho de atividade de natureza econômica.

Vamos ver algumas quest›es!

1. (Cespe – AJ/TRT-ES/2013) A PETROBRAS é um exemplo de empresa pública.


Comentário: a Petrobrás, ou Petróleo Brasileiro S.A., é um exemplo de
sociedade de economia mista, eis o erro do item. Mostramos acima alguns

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exemplos de SEM e EP, é importante fazer uma boa leitura, pois um item como
este pode se repetir na prova.
Gabarito: errado.

2. (Cespe – Administração/MIN/2013) São características comuns a empresas


públicas e sociedades de economia mista, entre outras, personalidade jurídica de
direito privado, derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito
público e desempenho de atividade de natureza econômica.
Comentário: a questão tomou por base os ensinamentos da professora Maria
Di Pietro. De acordo com a autora, são características comuns das empresas
públicas e sociedades de economia mista: a) criação e extinção autorizadas
por lei; b) personalidade jurídica de direito privado; c) sujeição ao controle
estatal; d) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de
direito público; e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; f)
desempenho de atividade de natureza econômica.
A derrogação parcial do regime de direito privado significa que algumas
dessas regras são substituídas por normas de direito público, ou seja, as EP
e SEM não se submetem exclusivamente ao regime jurídico de direito privado,
uma vez que devem seguir algumas regras de direito público, como a
realização de licitação e de concurso público e a submissão aos princípios
administrativos.
Quanto ao último item – desempenho de atividade de natureza econômica –
devemos saber que essa é a regra geral e, portanto, é uma característica
comum dessas entidades. Com efeito, em que pese também existam
empresas estatais prestadoras de serviços públicos, isso não deixa de ser,
em sentido amplo, uma atividade econômica.
Gabarito: correto.

Criação e extinção

Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a institui•‹o de empresa


pœblica e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei
espec’fica. Ap—s a edi•‹o da lei autorizativa, ser‡ elaborado o ato
constitutivo, cujo registro no —rg‹o competente significar‡ o in’cio da
personalidade jur’dica da entidade. Assim, as empresas pœblicas e
sociedades de economia mista nascem, efetivamente, ap—s o registro de
seu ato constitutivo no —rg‹o competente.

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Com efeito, conforme estabelece a Constitui•‹o, a lei dever‡ ser
espec’fica. N‹o significa que a lei dever‡ tratar t‹o somente da cria•‹o da
EP e da SEM, mas sim que o assunto (matŽria) da lei dever‡ ser relacionado
com as compet•ncias da nova entidade. Assim, n‹o poder‡ uma lei abordar
um assunto e, de forma genŽrica, autorizar a cria•‹o de uma empresa
pœblica. Dever‡ a norma, isso sim, tratar da matŽria relacionada com a
empresa, disciplinando a sua finalidade, estabelecendo diretrizes,
compet•ncias, estrutura, etc.
Ap—s a edi•‹o da lei, ser‡ elaborado o ato constitutivo, que, em geral,
Ž feito por meio de decreto. Segundo Alexandrino e Paulo, utiliza-se o
decreto para dar publicidade ao estatuto, no entanto, a cria•‹o efetiva da
entidade s— ocorrer‡ no momento do registro do —rg‹o competente, e n‹o
na data de publica•‹o do decreto.
A extin•‹o das EP e das SEM segue a mesma regra. Para tanto, dever‡
ser editada lei espec’fica autorizando a extin•‹o da entidade. Assim, o Poder
Executivo n‹o poder‡ dar fim ˆs EP e SEM por ato de sua compet•ncia
exclusiva, reclamando a autoriza•‹o do Poder Legislativo.
Vamos resolver algumas quest›es.

3. (Cespe – Bibliotecário/MS/2013) A criação de uma sociedade de economia


mista pode ser autorizada, genericamente, por meio de dispositivo de lei cujo
conteúdo específico seja a autorização para a criação de uma empresa pública.
Comentário: a criação de SEM e de EP deve ser autorizada por lei específica.
Dessa forma, a autorização não poderá ser feita de forma genérica, conforme
consta na questão. Por isso, o item está errado.
Gabarito: errado.

4. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da


administração indireta, as empresas públicas são criadas por autorização legal para
que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos.
Comentário: o trecho “criadas por autorização legal” costuma causar um
pouco de confusão. No entanto, o item está informando que a criação da
empresa pública necessidade de autorização legal, o que é verdade. Além
disso, o item se assemelha ao conceito proposto por José dos Santos
Carvalho Filho, vejamos:

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Empresas pœblicas s‹o pessoas jur’dicas de direito privado, integrantes
da Administra•‹o Indireta do Estado, criadas por autoriza•‹o legal,
sob qualquer forma jur’dica adequada a sua finalidade, para que o
Governo exer•a atividades gerais de car‡ter econ™mico ou, em
certas situa•›es, execute a presta•‹o de servi•os pœblicos. (grifos
nossos)
Dessa forma, podemos concluir com tranquilidade que a questão está correta.
Gabarito: correto.

5. (Cespe - Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) O Poder Executivo não


poderá, por ato de sua exclusiva competência, extinguir uma empresa pública.
Comentário: para extinguir uma empresa pública, o Poder Executivo
dependerá autorização legislativa específica. Logo, jamais poderá fazê-lo por
ato de sua exclusiva competência.
Gabarito: correto.

Atividades desenvolvidas

De forma simples, as empresas pœblicas e sociedades de economia


mista podem desenvolver dois tipos de atividade:
a) explorar atividade econ™mica;

b) prestar servi•o pœblico.

A regra geral Ž que as empresas pœblicas e as sociedades de economia


mista sejam criadas para atuar na explora•‹o de atividades econ™micas
em sentido estrito. Contudo, a atua•‹o do Estado na explora•‹o direta da
atividade econ™mica s— Ž admitida quando necess‡ria aos imperativos da
seguran•a nacional ou a relevante interesse coletivo (CF. art. 173,
caput).
Nesse contexto, o ¤ 1¼, do art. 173, da CF disp™s que a ÒleiÓ
estabelecer‡ o estatuto jur’dico da empresa pœblica, da sociedade de
economia mista e de suas subsidi‡rias que explorem atividade
econ™mica de produ•‹o ou comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o
de servi•os, dispondo sobre:
a) sua fun•‹o social e formas de fiscaliza•‹o pelo Estado e pela sociedade;

b) a sujei•‹o ao regime jur’dico pr—prio das empresas privadas, inclusive


quanto aos direitos e obriga•›es civis, comerciais, trabalhistas e
tribut‡rios;

c) licita•‹o e contrata•‹o de obras, servi•os, compras e aliena•›es, observados


os princ’pios da administra•‹o pœblica;

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d) a constitui•‹o e o funcionamento dos conselhos de administra•‹o e fiscal, com a
participa•‹o de acionistas minorit‡rios;

e) os mandatos, a avalia•‹o de desempenho e a responsabilidade dos


administradores.

O mencionado estatuto jur’dico das EP e SEM est‡ disciplinado na Lei


13.303/2016.
Contudo, algumas regras j‡ est‹o claras na Constitui•‹o e, portanto,
merecem maior destaque. Nesse ponto, as empresas estatais (e suas
subsidi‡rias) que atuarem na explora•‹o de atividade econ™mica devem se
sujeitar ao regime pr—prio das empresas privadas, inclusive no que se refere
ˆs obriga•›es civis, comerciais, trabalhistas e tribut‡rios. O objetivo dessa
regra Ž evitar que as entidades estatais usufruam de benef’cios n‹o
extens’veis ˆs empresas privados, o que poderia gerar um desequil’brio no
mercado. Refor•ando essa regra, o ¤ 2¼, art. 173, CF, estabelece que as
Óempresas pœblicas e as sociedades de economia mista n‹o poder‹o
gozar de privilŽgios fiscais n‹o extensivos ˆs do setor privadoÓ.
Assim, se o Banco do Brasil S.A., por exemplo, receber uma isen•‹o fiscal,
a mesma regra dever‡ ser aplicada aos bancos privados.
Quanto ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista que
prestarem servi•os pœblicos, n‹o h‡ uma regra t‹o clara na Constitui•‹o
Federal. PorŽm, a doutrina costuma informar que as disposi•›es sobre as
empresas estatais prestadoras de servi•os pœblicos consta no art. 175 da
CF, que estabelece que incumbe Òao Poder Pœblico, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concess‹o ou permiss‹o, sempre atravŽs de
licita•‹o, a presta•‹o de servi•os pœblicosÓ.
Dessa forma, costuma-se dizer que os regramentos previstos no art.
173 da Constitui•‹o Federal n‹o alcan•am as EP e SEM que prestam
servi•os pœblicos, mas somente aquelas que exploram atividade econ™mica.
Tal constata•‹o causa uma diferen•a fundamental no regime jur’dico dessas
entidades, conforme iremos observar no t—pico seguinte.
A despeito disso, a Lei 13.303/2016 disp™s expressamente que o seu
regime abrange toda e qualquer empresa pœblica e sociedade de
economia mista da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Munic’pios que explore atividade econ™mica de produ•‹o ou
comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o de servi•os, ainda que a atividade
econ™mica esteja sujeita ao regime de monop—lio da Uni‹o ou seja de
presta•‹o de servi•os pœblicos.

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Portanto, ainda que o regramento constitucional das empresas estatais
prestadoras de servi•os pœblicos esteja no art. 175, enquanto das
exploradoras de atividade econ™mica consta no art. 173, a Lei 13.303/2016
aplica-se aos dois grupos de empresas.
ƒ de se mencionar que n‹o todo tipo de servi•o pœblico que pode ser
exercido pelas empresas estatais. Elas n‹o podem exercer atividades t’picas
de Estado, ou seja, aquelas que s— podem ser prestadas por entidades que
possuem personalidade jur’dica de direito pœblico, como, por exemplo, o
exerc’cio do poder de pol’cia.
Por fim, deve-se notar que mesmo quando exploram atividade
econ™mica, as SEM e as EP s‹o entidades administrativas integrantes da
Administra•‹o Indireta e que, portanto, comp›em a Administra•‹o Pœblica
em sentido subjetivo. Por esse motivo, elas n‹o possuem um regime
totalmente de direito privado, eis que se submetem a determinadas regras
de direito pœblico, como os princ’pios constitucionais previstos no art. 37 da
Constitui•‹o Federal.
Vejamos como isso pode aparecer na prova.

6. (Cespe – Técnico Judiciário/CNJ/2013) Considere que determinada


sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial.
Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da
administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada
como tal, ela deve prestar serviço público.
Comentário: as empresas públicas e sociedades de economia mista integram
a Administração Indireta, em qualquer hipótese, seja as que prestam serviço
público ou as que exploram atividade econômica. Logo, a assertiva está
errada.
Gabarito: errado.

7. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-10/2013) Empresas públicas são pessoas


jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta do Estado, criadas
mediante prévia autorização legal, que exploram atividade econômica ou, em certas
situações, prestam serviço público.
Comentário: mais um item conceitual. As empresas públicas (e as sociedades
de economia mista) são:

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a) pessoas jurídicas de direito privado;
b) dependem de autorização legislativa para sua criação (e extinção);
c) atuam prioritariamente na exploração de atividade econômica e,
eventualmente, na prestação de serviços públicos.
Gabarito: correto.

8. (Cespe – DPF/2013) A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de


direito privado que pode tanto executar atividade econômica própria da iniciativa
privada quanto prestar serviço público.
Comentário: outra muito fácil. Uma SEM pode executar atividade econômica
própria da iniciativa privada ou prestar serviço público. Portanto, perfeito o
item.
Gabarito: correto.

9. (Cespe – AFT/2013) A sociedade de economia mista, entidade integrante da


administração pública indireta, pode executar atividades econômicas próprias da
iniciativa privada.
Comentário: esse item é muito parecido com o anterior. As sociedades de
economia mista podem executar atividades econômicas próprias da iniciativa
privada, como, por exemplo, os serviços bancários, como faz o Banco do
Brasil S.A. Assim, a questão está certa.
Gabarito: correto.

10. (Cespe – TNS/PRF/2012) Não é considerada integrante da administração


pública a entidade qualificada com natureza de pessoa jurídica de direito privado
que, embora se constitua como sociedade de economia mista, exerça atividade
tipicamente econômica.
Comentário: novamente, mesmo quando explora atividade econômica, as
SEM integram a administração pública. Daí o erro do item.
Gabarito: errado.

11. (Cespe – TNS/PRF/2012) As empresas públicas que explorem atividade


econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do
setor privado.
Comentário: segundo o § 2º, art. 173, da CF, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado. Deve-se frisar que essa determinação se
insere no rol das EP e SEM que exploram atividade econômica.

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Gabarito: correto.

Regime jurídico

Em qualquer situa•‹o, as empresas pœblicas e as sociedades de


economia mista possuem natureza jur’dica de direito privado. Isso
porque essas entidades s‹o efetivamente criadas com o registro de seu ato
constitutivo.

As empresas pœblicas e as sociedades de


economia mista sempre possuir‹o
personalidade jur’dica de direito privado.

Por outro lado, o regime jur’dico dessas entidades ser‡ sempre


h’brido, em algumas situa•›es com predom’nio de regras de direito privado
e em outras com predom’nio do direito pœblico. O que vai dizer qual o tipo
de regra dominante Ž a natureza da atividade desenvolvida, isto Ž, se
prestam servi•os pœblicos ou exploram atividade econ™mica.
No entanto, devemos tomar cuidado, pois as quest›es de concurso n‹o
costumam ser t‹o tŽcnicas. Muitas vezes, as afirmativas tratam o regime
jur’dico como de direito privado, para diferenci‡-los do regime de direito
pœblico das outras entidades. Portanto, o mais adequado Ž falar em regime
jur’dico h’brido, mas tambŽm pode ser considerado correto se a quest‹o
falar simplesmente em regime de direito privado para as empresas pœblicas
e sociedades de economia mista.
As empresas pœblicas e as sociedades de economia mista que
exploram atividade econ™mica atuam com predom’nio das regras de
direito privado, porquanto o art. 173, ¤ 1¼, II, da CF, estabelece que o
estatuto dessas entidades se sujeita ao regime jur’dico pr—prio das
empresas privadas. Dessa forma, essas entidades s— se submetem ˆs
regras de direito pœblico quando a Constitui•‹o assim o determine, expressa
ou implicitamente. Assim, para uma lei administrativa dispor sobre regras
de direito pœblico para uma empresa pœblica exploradora de atividade
econ™mica, tais regras devem derivar do texto constitucional.
O entendimento Ž simples, se a pr—pria Constitui•‹o determinou que
as empresas pœblicas e sociedades de economia mista devem seguir as
regras pr—prias das empresas privadas, somente a pr—pria Constitui•‹o
poder‡ estabelecer exce•›es, seja de forma expressa ou de forma impl’cita.

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Nesse contexto, o art. 37, caput, da Constitui•‹o estabelece os
princ’pios gerais da Administra•‹o Pœblica (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e efici•ncia), todos aplic‡veis ˆs EP e ˆs SEM,
mesmo quando exploram atividades econ™micas. Essas entidades tambŽm
se sujeitam ao concurso pœblico para contrata•‹o de pessoal (CF, art. 37,
II). Ademais, para o desempenho de suas atividades, as empresas estatais
obrigam-se a realizar licita•‹o pœblica (CF, art. 37, XXI; e art. 173, ¤ 1¼,
III; Lei 13.303/2016, art. 28).
A organiza•‹o dessas entidades tambŽm depende de regras de direito
pœblico, uma vez que dependem de lei para autorizar sua cria•‹o ou
extin•‹o, ou mesmo para cria•‹o de subsidi‡rias, neste œltimo caso, mesmo
que ocorra de forma genŽrica (CF, art. 37, XIX e XX). Por fim, essas
==db98e==

entidades submetem-se ao controle e fiscaliza•‹o do Tribunal de Contas


(CF, art. 71) e do Congresso Nacional (art. 49, X).
Por outro lado, as empresas pœblicas e as sociedades de economia
mista, quando atuarem na presta•‹o de servi•os pœblicos, submetem-
se predominantemente, ˆs regras de direito pœblico. Isso fica muito mais
evidente quando as entidades realizam suas atividades-fim, ou seja,
quando est‹o prestando o servi•o pœblico para o qual foram criadas.
Menciona-se, por exemplo, o princ’pio da continuidade do servi•o
pœblico e outros.
Com isso, podemos resumir da seguinte forma. Todas as empresas
pœblicas e sociedades de economia mista possuem personalidade jur’dica
de direito privado e regime jur’dico h’brido. PorŽm, quando explorarem
atividade econ™mica, sujeitam-se predominantemente ao regime de direito
privado. Por outro lado, quando prestam servi•os pœblicos, subordinam-se
predominantemente a regras de direito pœblico.
Por fim, a atividade preferencial das empresas estatais Ž a explora•‹o
de atividade econ™mica. Dessa forma, se a quest‹o n‹o definir qual a ‡rea
de atua•‹o, devemos partir do pressuposto que Ž a explora•‹o de atividade
econ™mica. Logo, o regime predominante ser‡ de direito privado.

Se a quest‹o n‹o definir a ‡rea de


atua•‹o da EP ou da SEM, o regime
predominante ser‡ de direito privado.

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Benefícios fiscais

O ¤ 2¼, art. 173, CF, disp›e que as empresas pœblicas e as sociedades


de economia mista n‹o poder‹o gozar de privilŽgios fiscais n‹o
extensivos ˆs do setor privado. Todavia, a mencionada regra encontra-
se no art. 173, que se aplica somente ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades
de economia mista que exploram atividade econ™mica.
Com efeito, o dispositivo n‹o veda toda concess‹o de privilŽgios fiscais,
mas t‹o somente aqueles aplicados exclusivamente ˆs empresas pœblicas e
sociedades de economia mista. Assim, se o ente conceder um privilŽgio
fiscal a todas as empresas de determinado setor, independentemente se
s‹o estatais ou n‹o, n‹o haver‡ veda•‹o.
Ademais, quando a empresa atuar em regime de monop—lio, n‹o
existir‡ nenhuma veda•‹o da concess‹o do privilŽgio, ainda que a empresa
explore atividade econ™mica. O entendimento Ž muito simples, uma vez
que h‡ monop—lio, n‹o existir‹o empresas do ramo no setor privado.

Imunidade tributária

Nesse ponto, vale trazer um importante entendimento do Supremo


Tribunal Federal sobre a imunidade tribut‡ria rec’proca. O art. 150, VI,
ÒaÓ, da CF, estabelece que Ž vedado ˆ Uni‹o, aos estados, ao Distrito
Federal e aos munic’pios instituir impostos sobre o patrim™nio, renda ou
servi•os, uns dos outros.
O ¤2¼ do mesmo artigo 150 disp›e que essa regra se estende ˆs
autarquias e ˆs funda•›es institu’das e mantidas pelo Poder Pœblico, no que
se refere ao patrim™nio, ˆ renda e aos servi•os, vinculados a suas
finalidades essenciais ou ˆs delas decorrentes. Nota-se que, em nenhum
lugar, h‡ men•‹o ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal vem apresentando entendimento de
que a imunidade tribut‡ria rec’proca aplica-se ˆs empresas pœblicas e
sociedades de economia mista que prestam servi•os pœblicos. O primeiro
julgamento do STF nesse sentido ocorreu com a Empresa Brasileira de
Correios e TelŽgrafos Ð EBCT, no julgamento do RE 407.099/RS, quando a
Corte entendeu que a empresa Ž Òprestadora de servi•o pœblico de

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presta•‹o obrigat—ria e exclusiva do EstadoÓ motivo pela qual est‡
abrangida pela regra da imunidade tribut‡ria2.
Na mesma linha, o STF entendeu que a imunidade tribut‡ria rec’proca
se aplica ˆ Infraero, empresa pœblica federal, uma vez que presta servi•o
pœblico Òem regime de monop—lioÓ. Contudo, o entendimento do
Supremo Tribunal Federal, ao decidir o caso da Infraero, aparenta-se ser
bem mais amplo que o caso da EBCT, vejamos3:
A submiss‹o ao regime jur’dico das empresas do setor privado, inclusive
quanto aos direitos e obriga•›es tribut‡rias, somente se justifica, como
consect‡rio natural do postulado da livre concorr•ncia (CF, art. 170, IV), se
e quando as empresas governamentais explorarem atividade econ™mica em
sentido estrito, n‹o se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no
art. 173, ¤ 1¼, da Constitui•‹o, ˆs empresas pœblicas (caso da
INFRAERO), ˆs sociedades de economia mista e ˆs suas
subsidi‡rias que se qualifiquem como delegat‡rias de servi•os
pœblicos. (grifos nossos)

Em recente posicionamento, o STF firmou entendimento ainda mais


amplo, aplicando a imunidade tribut‡ria rec’proca ˆ sociedade de economia
mista prestadora de a•›es e servi•os de saœde, ou seja, que nem mesmo
atuava como delegat‡ria de servi•o pœblico4. Vale dizer, o servi•o de saœde,
quando prestado pelo Estado, enquadra-se no conceito de servi•o pœblico,
no entanto n‹o ocorre mediante delega•‹o, dada sua livre explora•‹o pelas
entidades privadas (CF, art. 199).
Diante do exposto, s— podemos concluir que a imunidade tribut‡ria
rec’proca, conforme posicionamento recente do Supremo Tribunal Federal,
possui uma amplitude genŽrica, alcan•ando as empresas pœblicas,
sociedades de economia mista e suas subsidi‡rias prestadoras de
servi•os pœblicos. Por outro lado, as empresas pœblicas e as sociedades
de economia mista que exploram atividade econ™mica n‹o possuem
imunidade tribut‡ria.
Vamos exercitar um pouco!


2
RE 407.099/RS. No mesmo sentido: RE 354.897/RS, RE 398.630/SP, ACO 765/RJ, e outros; quando a Corte
destacou que a EBCT “é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo
por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca”.
3
RE 363.412/BA.
4
RE 580.264 RS.

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3

12. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) As empresas públicas são


pessoas jurídicas de direito público.
Comentário: muito simples! As empresas públicas, assim como as
sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de direito privado. Por
outro lado, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, enquanto
as fundações públicas podem ser de direito público ou direito privado,
conforme a sua forma de criação – se criadas por lei, são de direito público;
se autorizadas por lei, são de direito privado.
Gabarito: errado.

13. (Cespe – Técnico Judiciário/TJ-RR/2012) Embora possuam capital


exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas jurídicas a que se
aplicam, preponderantemente, normas de direito privado.
Comentário: como a questão não definiu a área de atuação da EP, devemos
partir do pressuposto que ela explora atividade econômica, afinal essa é a
atividade primordial das empresas estatais. Assim, as normas de direito
privado serão aplicadas preponderantemente.
Gabarito: correto.

14. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) A empresa pública criada


com a finalidade de explorar atividade econômica deve ser, necessariamente,
formada sob o regime de pessoa jurídica de direito privado.
Comentário: em qualquer hipótese, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista serão formadas sob o regime de pessoa jurídica de direito
privado. Assim, o item está correto. Contudo, devemos lembrar que o regime
jurídico será sempre híbrido, predominando ou um ou o outro regime (direito
público e direito privado). No caso das empresas que exploram atividade
econômica, as regras predominantes serão de direito privado.
Gabarito: correto.

Bens

Os bens das sociedades de economia mista e das empresas pœblicas


s‹o considerados bens privados e, portanto, n‹o possuem os atributos
dos bens pœblicos, como a impenhorabilidade e imprescritibilidade.

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No entanto, tendo em vista o princ’pio da continuidade dos
servi•os pœblicos, a regra para as empresas pœblicas e sociedades de
economia mista que prestam servi•o pœblico Ž um pouco diferente. Nesse
caso, os bens afetados diretamente ˆ presta•‹o do servi•o pœblico gozam
dos mesmos atributos dos bens pœblicos. Nesse sentido, voltando ao caso
da Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos Ð EBCT, o Supremo Tribunal
Federal possui diversos julgados sobre essa entidade, atribuindo-lhe os
mesmos privilŽgios da fazenda pœblica, como a impenhorabilidade
de seus bens (e, por conseguinte, a sujei•‹o ao regime de precat—rios)5.
Assim, podemos resumir o caso da seguinte forma. Os bens das
empresas pœblicas e sociedades de economia mista s‹o bens privados.
PorŽm, no caso das prestadoras de servi•o pœblico, os bens diretamente
relacionados ˆ presta•‹o do servi•o gozam dos mesmos atributos dos bens
pœblicos.

Falência

A Lei 11.101/2005, que regula a recupera•‹o judicial, a extrajudicial e


a fal•ncia do empres‡rio e da sociedade empres‡ria, deixou claro, em seu
art. 2¼, I, que suas normas n‹o se aplicam ˆs empresas pœblicas e ˆs
sociedades de economia mista. Dessa forma, independentemente da
atividade que desempenham, as empresas pœblicas e as sociedades de
economia mista n‹o se sujeitam ao regime falimentar.

15. (Cespe – Procurador DF/2013) As sociedades de economia mista e as


empresas públicas exploradoras de atividade econômica não se sujeitam à falência
nem são imunes aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados
às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
Comentário: não importa qual a natureza da atividade (prestação de serviços
públicos ou exploração de atividade econômica), pois todas as EP e SEM não
se sujeitam ao regime falimentar. Quanto à imunidade tributária, o
entendimento do STF é que ela só se aplica às empresas estatais prestadoras
de serviço público. Assim, o item está correto, pois as sociedades de
economia mista e as empresas públicas exploradoras de atividade econômica


5
RE 220.906 DF.

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não podem falir e não estão imunes aos impostos sobre patrimônio, renda e
serviços vinculados às suas finalidades essenciais.
Gabarito: correto.

Prescrição

Vimos que as d’vidas e os direitos em favor de terceiros contra as


autarquias prescrevem em cinco anos (Decreto 20.910/1932, art. 1¼6, c/c
Decreto-Lei 4.597/1942, art. 2¼). Para as empresas pœblicas e as
sociedades de economia mista, contudo, n‹o h‡ essa regra.
Assim, elas devem se submeter ao regramento previsto no C—digo
Civil. O art. 205 do CC disp›e que a prescri•‹o ocorrer‡ em dez anos,
quando a lei n‹o lhe haja fixado prazo menor. Em seguida, o art. 206
estabelece diversos prazos de prescri•‹o, para v‡rias situa•›es. Cremos
que n‹o h‡ necessidade de decorar esses prazos, sobretudo quando se fala
em direito administrativo. Assim, o que nos interessa Ž saber que as
empresas pœblicas e as sociedades de economia mista n‹o gozam do
prazo quinquenal de prescri•‹o.

16. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) As ações judiciais promovidas contra sociedade de


economia mista sujeitam-se ao prazo prescricional de cinco anos.
Comentário: ficou fácil. As EP e as SEM não se submetem ao prazo
quinquenal. Assim, as regras de prescrição estão previstas nos arts. 205 e 206
do Código Civil. Dessa forma, concluímos pela incorreção da questão.
Gabarito: errado.

Licitações e contratações

A Constitui•‹o Federal estabeleceu que o estatuto da empresa pœblica


e da sociedade de economia mista deveria estabelecer regras espec’ficas


6
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados
da data do ato ou fato do qual se originarem.

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para licita•‹o e contrata•‹o de obras, servi•os, compras e aliena•›es,
observados os princ’pios da administra•‹o pœblica.
Dessa forma, a Lei 13.303/2016 veio a disciplinar a aplica•‹o das
licita•›es e contrata•›es no ‰mbito das empresas pœblicas e sociedades de
economia mista. Deve-se observar que, antes da edi•‹o da Lei
13.303/2016, as empresas estatais seguiam, em regra, as normas da Lei
8.666/1993, excetuando-se apenas algumas empresas, como a Petrobr‡s,
que possu’a um estatuto pr—prio.
No entanto, a Lei 13.303/2016 acabou com todos os regulamentos
espec’ficos, fazendo com que todas as empresas estatais passassem a
seguir as suas disposi•›es relativas ˆs licita•›es e contrata•›es.
Anota-se ainda que, expressamente, a Lei 8.666/1993 estabelece que
as suas regras alcan•am as empresas pœblicas e as sociedades de economia
mista. No entanto, podemos dizer que houve uma revoga•‹o t‡cita dessa
exig•ncia, uma vez que o Estatuto da Empresa Pœblica e da Sociedade de
Economia Mista disciplinou quase integralmente a matŽria.
N‹o obstante, n‹o podemos dizer que a todas as disposi•›es da Lei
8.666/1993 foram afastadas, j‡ que a pr—pria Lei 13.303/2016 disp™s que
continuam a ser aplicadas ˆs licita•›es e contrata•›es das empresas
estatais as regras sobre direito penal e algumas regras sobre critŽrio de
desempate, contidas respectivamente nos arts. 89 a 99 e 3¼, ¤ 2¼, da Lei
de Licita•›es e Contrata•›es.
Nem todos as contrata•›es dependem de prŽvia realiza•‹o de licita•‹o
pœblica. Nessa linha, a Lei 13.303/2016 estabeleceu casos de licita•‹o
dispensada, dispens‡vel e de inexigibilidade.
A licita•‹o dispensada envolve os casos em que n‹o s— a licita•‹o Ž
inaplic‡vel, assim como todas as demais exig•ncias formais constantes na
Lei 13.303/2016. Nessa linha, as empresas estatais est‹o dispensadas de
seguir as disposi•›es sobre licita•›es e contrata•›es da Lei 13.303/2016
nas seguintes situa•›es:
a) comercializa•‹o, presta•‹o ou execu•‹o, de forma direta, pelas empresas
estatais, de produtos, servi•os ou obras especificamente relacionados
com seus respectivos objetos sociais;

b) nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas


caracter’sticas particulares, vinculada a oportunidades de neg—cio
definidas e espec’ficas, justificada a inviabilidade de procedimento
competitivo.

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O primeiro caso envolve as atividades final’sticas da empresa. Por
exemplo, n‹o seria vi‡vel a Petrobr‡s S/A ter que realizar uma licita•‹o
para vender (alienar) petr—leo; tambŽm n‹o seria vi‡vel o Banco do Brasil
ou a Caixa terem que fazer licita•‹o para poder oferecer crŽdito a seus
correntistas. Em ambos os casos, as empresas estariam desempenhando
as atividades relacionadas com os seus objetos sociais, motivo pelo qual
n‹o devem fazer licita•‹o.
O segundo caso Ž um pouco mais complexo. As oportunidades de
neg—cio, de acordo com a Lei 13.303/2016, envolvem a forma•‹o e a
extin•‹o de parcerias e outras formas associativas, societ‡rias ou
contratuais; assim como a aquisi•‹o e a aliena•‹o de participa•‹o em
sociedades e outras formas associativas, societ‡rias ou contratuais e as
opera•›es realizadas no ‰mbito do mercado de capitais, respeitada a
regula•‹o pelo respectivo —rg‹o competente. Um exemplo de oportunidade
de parceria seria a compra de a•›es para obter o controle acion‡rio de uma
outra sociedade.
Os casos de licita•‹o dispens‡vel e de inexigibilidade s‹o bem
semelhantes aos que constam na Lei 8.666/1993. No primeiro caso
(licita•‹o dispens‡vel), o legislador d‡ op•‹o ao agente pœblico de optar por
realizar ou n‹o a licita•‹o, como ocorre nos casos de contrata•‹o de baixo
valor ou de falta de interesse dos fornecedores. Por outro lado, os casos de
inexigibilidade de licita•‹o s‹o aqueles em que h‡ inviabilidade de licita•‹o,
como nas situa•›es de um œnico fornecedor ou que apenas uma empresa
tenha capacidade de prestar o servi•o. Vale mencionar que, nos casos de
licita•‹o dispens‡vel e de inexigibilidade, a empresa estatal n‹o fica
desobrigada de todas as disposi•›es da Lei 13.303/2016, uma vez que
precisa cumprir algumas formalidades m’nimas, como justificativa de
pre•os e raz‹o da escolha do fornecedor.
A figura abaixo resume as regras sobre licita•›es no ‰mbito das
empresas estatais:

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3

d
Controle e supervisão ministerial

As empresas estatais submetem-se ˆ tutela do ente instituir, por


intermŽdio do ministŽrio do setor correspondente, da mesma forma como
ocorre com as autarquias e funda•›es. Por exemplo: a Petrobr‡s est‡
vinculada ao MinistŽrio de Minas e Energia.
Vale deixar claro mais uma vez que n‹o existe hierarquia entre as
empresas estatais e o ente instituidor, mas t‹o somente vincula•‹o para
fins de tutela ou supervis‹o ministerial.
A maior controvŽrsia, entretanto, existia em rela•‹o ˆ submiss‹o das
empresas pœblicas e das sociedades de economia mista ao controle dos
tribunais de contas, sobretudo em rela•‹o ao dever de prestar contas.
Antigamente, o STF entendia que tais entidades, por possu’rem natureza
de direito privado, n‹o possu’am o dever de prestar contas, nem podiam
ser fiscalizadas pelos tribunais de contas.
No entanto, o pr—prio STF superou este entendimento, fixando a tese
de que as empresas pœblicas e as sociedades de economia mista est‹o
sujeitas ˆ fiscaliza•‹o do Tribunal de Contas, motivo pelo qual t•m o
dever de prestar contas anuais ou atŽ mesmo instaurar tomada de contas
especial no caso de irregularidade na aplica•‹o de recursos pœblicos,
quando for o caso (STF MS 25.092, julgamento em 10/11/2005).
AlŽm disso, essas disposi•›es ficaram ainda mais claras com a edi•‹o
da Lei 13.303/2016, que expressamente estabelece que os —rg‹os de
controle externo e interno fiscalizar‹o as empresas pœblicas e as
sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas
domiciliadas no exterior, em rela•‹o ˆ legitimidade, ˆ economicidade e ˆ

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efic‡cia da aplica•‹o de seus recursos, sob o ponto de vista cont‡bil,
financeiro, operacional e patrimonial (art. 85, caput).
AlŽm disso, o art. 87, caput, da Lei das Estatais prev• que o controle
das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos ser‡ feito
pelos —rg‹os do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas
competente, sendo que as empresas pœblicas e as sociedades de economia
mista s‹o respons‡veis pela demonstra•‹o da legalidade e da regularidade
da despesa e da execu•‹o, nos termos da Constitui•‹o.
Por fim, a Lei 13.303/2016 deixa claro que a supervis‹o das empresas
estatais e as a•›es de fiscaliza•‹o realizadas pelos —rg‹os ou entes de
controle n‹o podem reduzir a autonomia dessas entidades ou significar
b
inger•ncia no exerc’cio de suas compet•ncias (arts. 89 e 90).

Diferenças entre EP e SEM

As diferen•as entre as empresas pœblicas e as sociedades de economia


mista resumem-se em tr•s:
a) forma jur’dica;

b) composi•‹o do capital; e

c) foro processual (somente para as entidades federais).

Vamos analisar cada uma dessas diferen•as.

Forma jurídica

As sociedades de economia mista devem, obrigatoriamente, ter a


forma de sociedade an™nima (S/A), conforme determina o art. 5¼ da Lei
13.303/2016. Em virtude dessa forma•‹o societ‡ria, as SEM s‹o reguladas,
basicamente, pela Lei das Sociedades por A•›es, que possui um cap’tulo
espec’fico para tratar dessas entidades (Lei 6.404/1976, arts. 235-240).
Por outro lado, as empresas pœblicas podem ser formadas sob
qualquer forma admitida em direito. Assim, elas podem ser unipessoais
(quando a entidade instituidora possui a integralidade de seu capital),
pluripessoais (quando possui capital dominante do ente instituidor
associados aos recursos de outras pessoas administrativas). Cumpre frisar,
as empresas pœblicas admitem atŽ mesmo a forma de sociedade an™nima;
nesse caso, porŽm, o capital seria integrado por entidades pœblicas (outros
entes federados ou entidades administrativas).

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Com efeito, o Decreto Lei 200/1967 disp›e que as empresas pœblicas
podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Por
conseguinte, a doutrina entende que, uma vez que cabe ˆ Uni‹o legislar
sobre direito civil e comercial (CF, art. 22, I), poderia ser institu’da uma
empresa pœblica federal sob forma inŽdita, sui generis, n‹o prevista
para o direito privado. Assim, a Uni‹o criaria uma nova forma de empresa.
Segundo JosŽ dos Santos Carvalho Filho7, apesar de o Decreto Lei
200/1967 dispor que as EP podem ser formadas sob qualquer forma
admitida em direito, existem algumas formas societ‡rias incompat’veis com
a empresa pœblica, a exemplo das sociedades em nome coletivo (CC, art.
1.039) sociedade corporativa (CC, art. 1.093) e a empresa individual de
responsabilidade limitada (CC, art.
9 980-A). Essas formas societ‡rias s‹o
tipicamente formadas por pessoas f’sicas, inviabilizando a forma•‹o de
capital por meio do Poder Pœblico. Ainda com essa ressalva, devemos
manter o entendimento de que as EP podem ser formadas sob qualquer
forma admitida em direito.
Dessa forma, podemos entender que as empresas pœblicas podem ser
criadas sob qualquer forma admitida em direito e, exclusivamente para a
Uni‹o, podem ser criadas sob uma forma jur’dica inŽdita. Por outro lado, as
sociedades de economia mista ser‹o sempre constitu’das na forma de
sociedade an™nima.

Empresa pública Sociedade de Economia Mista

Qualquer forma admitida em direito Somente S/A.

Ex.: unipessoal, pluripessoal, S/A.

Vamos exercitar um pouco!

17. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) As empresas públicas


apenas podem ser criadas sob a forma jurídica de sociedade anônima.


7
Carvalho Filho, 2014, p. 513.

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Comentário: as empresas públicas podem ser criadas sob qualquer forma
admitida em direito. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

18. (Cespe – ATA PGPE/MS/2013) As sociedades de economia mista são pessoas


jurídicas de direito privado e podem ser constituídas sob qualquer forma jurídica.
Comentário: as sociedades de economia mista só podem ser constituídas em
sociedade anônima. São as EP que admitem qualquer forma jurídica (desde
que compatível).
Gabarito: errado.

19. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) As sociedades de economia mista podem revestir-


se de qualquer das formas em direito
8 admitidas, a critério do poder público, que
procede à sua criação.
Comentário: novamente, são as empresas públicas que admitem qualquer
forma admitida em direito. Assim, o item está errado.
Gabarito: errado.

20. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) As empresas públicas devem ser constituídas


obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima.
Comentário: parece replay, mas não é! As empresas públicas podem ser
constituídas sob qualquer forma admitida em direito; enquanto as sociedades
de economia mista só podem ser criadas como sociedade anônima.
Gabarito: errado.

21. (Cespe – Analista Administrativo/ANAC/2012) Sociedade de economia mista


é a pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, criada
mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital
exclusivamente público.
Comentário: a questão apresentou o conceito de empresa pública e não de
sociedade de economia mista. Para fixar, vamos escrevê-lo novamente:
§ Sociedade de economia mista Empresa pública é a pessoa jurídica de direito privado,
integrante da administração indireta, criada mediante autorização de lei específica, sob
qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público.

Gabarito: errado.

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Composição do capital

As sociedades de economia mista admitem a participa•‹o de


capital pœblico e de capital privado, enquanto as empresas pœblicas
s— admitem capital pœblico.
No caso das sociedades de economia mista, podem ser conjugados
recursos de pessoas de direito pœblico ou de outras pessoas administrativas
com recursos de particulares. No entanto, o controle acion‡rio da entidade
deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante
sempre pertencer‡ ao ente que instituiu a entidade. Nesses termos, a Lei
13.303/2016 disp›e que, nas sociedades de economia mista, as a•›es com
direito a voto devem pertencer em sua maioria ˆ Uni‹o, aos Estados, ao
e
Distrito Federal, aos Munic’pios ou a entidade da administra•‹o indireta.
Por outro lado, as empresas pœblicas s‹o formadas com capital
totalmente pœblico. N‹o Ž necess‡rio que o capital perten•a a uma œnica
pessoa pol’tica ou administrativa, o que se exige Ž que o ente pol’tico que
as instituiu possua a maioria do capital votante. Dessa forma, uma empresa
pœblica federal pode ser formada com capital da Uni‹o, de algum estado-
membro, de autarquias e atŽ mesmo de sociedades de economia mista.
Vale dizer que as sociedades de economia mista possuem a maioria de
seu capital pœblico e, portanto, est‹o sob controle de uma entidade do Poder
Pœblico. Logo, n‹o h‡ veda•‹o ˆ participa•‹o de capital dessas entidades
na composi•‹o de uma empresa pœblica.
Nesse contexto, a Lei 13.303/2016 disp›e que, desde que a maioria do
capital votante permane•a em propriedade da Uni‹o, dos estados, do
Distrito Federal ou dos munic’pios, ser‡ admitida, no capital da empresa
pœblica, a participa•‹o de outras pessoas jur’dicas de direito pœblico interno
ou de entidades da administra•‹o indireta dos entes federados (art. 3¼,
par‡grafo œnico).
Vamos dar uma olhada em como isso Ž exigido em concursos.

22. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Parte do capital instituidor de uma sociedade de


economia mista é privada, apesar de determinadas relações institucionais, como
organização e contratação de pessoal, serem regidas pelo direito público.

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Comentário: as sociedades de economia mista são formadas pela conjugação
de capital público e privado, porém a maioria do capital social deve pertencer
ao ente público que as instituiu. Ainda que possuam capital privado, essas
entidades se submetem a algumas regras de direito público, como a
contratação de pessoal (concurso público) e a sua organização (depende de
lei para autorizar a criação e extinção ou para autorizar a criação de
subsidiárias). Assim, a questão está perfeita!
Gabarito: correto.

23. (Cespe – Agente Administrativo/MDIC/2014) Adotando-se o critério de


composição do capital, podem-se dividir as entidades que compõem a
administração indireta em dois grupos: um grupo, formado pelas autarquias e
fundações públicas, cujo capital é exclusivamente público; e outro grupo, constituído
pelas sociedades de economia mista e empresas públicas, cujo capital é formado
pela conjugação de capital público e privado.
Comentário: o item está errado, pois as empresas públicas possuem capital
totalmente público, logo não há conjugação de capital público e privado.
Assim, o item está errado.
Gabarito: errado.

24. (Cespe – ATA/MIN/2013) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito


privado que integram a administração indireta, constituídas por capital público e
privado.
Comentário: na mesma linha da questão anterior, as empresas públicas não
possuem capital privado. Assim, a questão está errada.
Gabarito: errado.

25. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) O capital da empresa pública é


exclusivamente público, mas ostenta personalidade de direito privado, e suas
atividades são regidas pelos preceitos comerciais.
Comentário: aqui podemos delinear várias características das empresas
públicas: (a) capital exclusivamente público; (b) personalidade de direito
privado; (c) atividades regidas pelos preceitos comerciais (CF, art. 173, §1º, II).
Deve-se frisar que quando a questão não mencionar nada sobre a prestação
de serviços públicos, devemos considerar que as empresas públicas e
sociedades de economia mista se submetem às regras da exploração de
atividade econômica. Assim, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.

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26. (Cespe – Analista/INPI/2013) As empresas públicas são pessoas jurídicas de
direito privado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de
autorização legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma
admitida em direito.
Comentário: aqui a questão apresentou mais algumas características
adicionais, como a autorização legislativa para a criação; e a estruturação
jurídica sob qualquer forma admitida em direito. Além disso, nunca é demais
lembrar que o capital das EP é totalmente público. Correto, portanto, o item.
Gabarito: correto.

27. (Cespe - Analista em Geociências/CPRM/2013) A empresa pública, entidade


da administração indireta, é pessoa jurídica de direito privado, formada mediante a
conjugação de capital público e privado.
Comentário: não há capital privado nas EP. Assim, o item está errado.
Gabarito: errado.

28. (Cespe – Analista/MPU/2013) A empresa pública federal caracteriza-se, entre


outros aspectos, pelo fato de ser constituída de capital exclusivo da União, não se
admitindo, portanto, a participação de outras pessoas jurídicas na constituição de
seu capital.
Comentário: as empresas públicas admitem a participação de outras pessoas
jurídicas, desde que sejam integrantes da Administração Pública. Dessa
forma, não há nenhum impedimento que um estado da Federação, uma
autarquia ou uma empresa pública, por exemplo, possuem parte do capital de
uma empresa pública federal. Porém, a maioria do capital deverá pertencer à
União, pois estamos falando de uma EP federal. Com isso, o item está errado.
Gabarito: errado.

Foro processual para as entidades federais

A œltima particularidade diz respeito ˆ justi•a competente. Segundo o


texto constitucional, as causas em que empresa pœblica federal for
interessada na condi•‹o de autora, rŽ, assistente ou oponente ser‹o
processadas e julgadas na Justi•a Federal (CF, art. 109, I). Quando se
tratar de empresa pœblica dos estados ou munic’pios, a compet•ncia
ser‡ da Justi•a Estadual.
Por outro lado, as a•›es das sociedades de economia mista (de
qualquer ente da Federa•‹o), em regra, ser‹o julgadas na Justi•a

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Estadual (comum), conforme disp›e a Sœmula 556 do STF: Òƒ competente
a Justi•a comum para julgar as causas em que Ž parte sociedade de
economia mistaÓ (grifos nossos).
Contudo, quando a Uni‹o intervŽm na condi•‹o de assistente ou
oponente, as causas envolvendo as sociedades de economia mista ser‹o
deslocadas para a Justi•a Federal, conforme entendimento apresentado
na Sœmula 517-STF8.
Por fim, as causas que envolvam as rela•›es de trabalho entre os
empregados pœblicos e as empresas pœblicas e sociedades de economia
mista, ser‹o de compet•ncia da Justi•a do Trabalho.
Em resumo:
® causas envolvendo EP federal: Justi•a Federal;

® causas envolvendo EP de estado ou munic’pio: Justi•a Estadual;

® causas envolvendo SEM: Justi•a Estadual;

® causas envolvendo SEM, mas que a Uni‹o intervenha como assistente ou


oponente: Justi•a Federal.

O quadro a seguir resume as diferen•as das empresas pœblicas e das


sociedades de economia mista.

Dimensões Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Forma Jurídica Qualquer forma admitida em direito Somente sociedade anônima (S/A).
(civil, comercial, S/A, etc.) ou até
mesmo formas inéditas (somente
para a União).
Composição do Totalmente público. Admite capital público e privado, mas a
capital maioria do capital com direito a voto
deve ser do ente instituidor ou de
entidade administrativa.
Foro processual Com algumas exceções, as causas em Tramitam na justiça estadual.
(somente para as que as empresas públicas federais
entidades forem interessadas tramitam na
federais) Justiça Federal.

E, para fechar, vamos resolver uma quest‹ozinha!


8
Súmula 517 do STF: “As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém
como assistente ou opoente” (grifos nossos).

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29. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pertence à justiça federal a competência para julgar


as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem
serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.
Comentário: o item possui dois erros. O primeiro é que a questão não
especificou que empresa pública (federal, estadual, municipal), pois somente
as causas envolvendo EP federais são processadas e julgadas na Justiça
Federal.
O outro erro consiste no “dado o fato”, que dá o sentido de que a competência
da Justiça Federal ocorre por causa da prestação do serviço público, o que
não é verdade. As causas envolvendo empresas públicas são julgadas na
Justiça Federal simplesmente porque a Constituição determinou assim, logo
alcançaria também as EP que exploram atividade econômica.
Gabarito: errado.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Conceito

As funda•›es surgiram no meio privado, em que s‹o definidas como a


personifica•‹o de um patrim™nio ao qual Ž atribu’da uma finalidade
social n‹o lucrativa. Assim, as funda•›es s‹o conhecidas como um
patrim™nio personalizado destinado a realizar atividades de interesse
social, como educa•‹o, saœde, pesquisa cient’fica, cultura, etc.
Assim, no meio privado, a funda•‹o resulta de iniciativa de um
particular, seja pessoa f’sica ou jur’dica, que destaca parte de seu
patrim™nio e a ele destina uma finalidade de car‡ter social. A partir do
momento em que a funda•‹o Ž criada, ganhando a personalidade jur’dica
pr—pria, o particular n‹o mais ter‡ poder sobre ela. Vale dizer, a funda•‹o
ter‡ vida pr—pria para gerir os seus bens, desde que mantida a finalidade e
legalidade da atividade.
Nesse contexto, JosŽ dos Santos Carvalho Filho disp›e que existem
tr•s caracter’sticas b‡sicas das funda•›es:
a) a figura do instituidor;

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b) o fim social da entidade; e

c) a aus•ncia de fins lucrativos.

A funda•›es pœblicas diferenciam-se das funda•›es privadas


basicamente pela figura do instituidor que, naquele caso, se trata de uma
pessoa pol’tica, que destinar‡ parte do patrim™nio pœblico. Vale dizer, as
funda•›es pœblicas s‹o institu’das pelo Estado, que separa uma dota•‹o
patrimonial e a ela destina recursos or•ament‡rios para o desempenho de
atividade de interesse social.
Nesse contexto, o DL 200/1967 apresenta a seguinte defini•‹o para
funda•‹o pœblica (art. 5¼, IV):
IV - Funda•‹o Pœblica - a entidade dotada de personalidade jur’dica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autoriza•‹o
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que n‹o exijam execu•‹o
por —rg‹os ou entidades de direito pœblico, com autonomia administrativa,
patrim™nio pr—prio gerido pelos respectivos —rg‹os de dire•‹o, e
funcionamento custeado por recursos da Uni‹o e de outras fontes.

Essa defini•‹o Ž antiga e n‹o mais se coaduna com a atual disciplina


constitucional. A come•ar que o nosso ordenamento permite que as
funda•›es pœblicas possuam personalidade jur’dica de direito pœblico ou
direito privado e elas podem ser criadas diretamente por lei ou, ent‹o,
receber apenas a autoriza•‹o em lei para a cria•‹o.
Nessa esteira, a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta a
seguinte defini•‹o para as funda•›es pœblicas:
[...] pode-se definir a funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico como o
patrim™nio, total ou parcialmente pœblico, dotado de personalidade jur’dica
de direito pœblico ou privado e destinado, por lei, ao desempenho de
atividades do Estado de ordem social, com capacidade de
autoadministra•‹o e mediante controle da Administra•‹o Pœblica, nos
limites da lei.

Dessa forma, podemos resumir as


seguintes caracter’sticas das funda•›es
pœblicas9:

(a) dota•‹o patrimonial;


(b) personalidade jur’dica pr—pria, pœblica ou privada;
(c) desempenho de atividade atribu’da pelo Estado no ‰mbito social;
(d) capacidade de autoadministra•‹o;


9
Di Pietro, 2014, p. 507.

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(e) sujei•‹o ao controle administrativo ou tutela por parte da
Administra•‹o Direta, nos limites estabelecidos em lei.

As funda•›es pœblicas compreendem


um patrim™nio personalizado, afetado a
um fim pœblico.

Natureza jurídica

A Constitui•‹o Federal n‹o definiu a natureza jur’dica das funda•›es


pœblicas. No entanto, na reda•‹o atual, elas s‹o abordadas juntamente com
as empresas pœblicas e sociedades de economia mista, que recebem apenas
autoriza•‹o legislativa para cria•‹o e, por conseguinte, possuem
personalidade jur’dica de direito privado. Nessa mesma linha, o DL
200/1967 menciona que as funda•›es pœblicas possuem personalidade
jur’dica de direito privado.
Entretanto, a jurisprud•ncia e a doutrina admitem a cria•‹o de
funda•›es pœblicas de direito pœblico ou de direito privado.
Segundo a doutrina que sustenta as duas possibilidades de natureza
jur’dica, o Estado pode criar uma funda•‹o e lhe atribuir a natureza jur’dica
de direito pœblico, caso em que ter‡ a natureza de uma autarquia; ou
pode atribuir a natureza jur’dica de direito privado, situa•‹o em que ela
ser‡ administrada segundo os mesmos moldes das funda•›es privadas, com
as derroga•›es pr—prias de direito pœblico (como a exig•ncia de licita•‹o e
de concurso pœblico).
A jurisprud•ncia do STJ10 e do STF tambŽm admitem as funda•›es
pœblicas de direito pœblico ou de direito privado. Nessa linha, vale dar
uma olhada no seguinte trecho do RE 101.126/RJ do STF11:
Nem toda funda•‹o institu’da pelo poder pœblico e funda•‹o de direito
privado. - ˆs funda•›es, institu’das pelo poder pœblico, que assumem a
gest‹o de servi•o estatal e se submetem a regime administrativo previsto,
nos estados-membros, por leis estaduais s‹o funda•›es de direito pœblico,
e, portanto, pessoas jur’dicas de direito pœblico. - tais funda•›es s‹o
espŽcie do g•nero autarquia [...].

Nessa linha, as funda•›es pœblicas de direito pœblico submetem-se ao


mesmo regime jur’dico das autarquias. ƒ exatamente por isso que alguns

10
Nesse sentido: REsp 207.767/SP; REsp 480.632/RS.
11
RE 101.126/RJ; ver também: RE 127.489/DF.

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doutrinadores chamam as funda•›es pœblicas de direito pœblico de
funda•›es aut‡rquicas ou autarquias fundacionais.

De acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo,


a diferença entre as fundações públicas de direito
público e as autarquias é meramente conceitual.
A autarquia é definida como um serviço público personificado, em regra, típico de
Estado. A fundação pública de direito público, por sua vez, é um patrimônio público
personalizado destinado a uma finalidade específica, usualmente de interesse
social. Reforça-se, porém, que o regime jurídico de ambas é, em tudo, idêntico.

J‡ as funda•›es pœblicas de direito privado seguir‹o um regime


jur’dico h’brido, ou seja, ser‹o aplicadas as normas de direito privado,
derrogadas em partes pelo regime jur’dico de direito pœblico. Alguns
exemplos de regras de direito pœblico aplic‡veis tambŽm ˆs funda•›es
pœblicas de direito privado s‹o a exig•ncia de concurso pœblico; o dever de
licitar; o enquadramento de seus contratos como Òcontratos
administrativos, nos termos da Lei 8.666/1993; etc. Outras regras ser‹o
discutidas ao longo da aula.

Criação e extinção

A cria•‹o das funda•›es pœblicas j‡ foi discutida preliminarmente.


As funda•›es pœblicas de direito pœblico s‹o efetivamente criadas por
lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jur’dica no momento da
vig•ncia da lei instituidora.
Por outro lado, as funda•›es pœblicas de direito privado recebem
autoriza•‹o legislativa para cria•‹o, mas dependem do registro do ato
constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jur’dicas para que adquiram a
personalidade jur’dica.

30. (Cespe – Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) Fundação pública é a


pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado,
mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.

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Comentário: a questão limitou o conceito para “pessoa jurídica de direito
público, sendo que as fundações públicas podem possuir natureza jurídica de
direito público ou de direito privado. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

31. (Cespe – Analista em Geociências/CPRM/2013) Para a criação de uma


fundação de direito público, é indispensável a inscrição de seus atos constitutivos
no registro civil das pessoas jurídicas.
Comentário: as fundações públicas podem possuir natureza jurídica de direito
público ou de direito privado. No primeiro caso, elas são criadas por lei;
enquanto, no segundo, elas recebem autorização legislativa, mas só adquirem
personalidade jurídica com o registro do ato constitutivo.
Assim, nem sempre terá que ocorrer o registro, pois, no caso das fundações
públicas de direito público, a aquisição da personalidade jurídica ocorre com
a vigência da lei, dispensando o registro.
Gabarito: errado.

Atividade

Os fins a que se destinam as funda•›es pœblicas devem sempre possuir


um car‡ter social. Com efeito, essas entidades n‹o possuem fins lucrativos
e, por conseguinte, seus recursos extras ser‹o sempre aplicados no
aprimoramento das finalidades da entidade. Assim, as funda•›es pœblicas
n‹o podem ser criadas para explora•‹o de atividade econ™mica em sentido
estrito; sendo que, para esse fim, o Estado dever‡ criar empresas pœblicas
ou sociedades de economia mista.
Nesse contexto, JosŽ dos Santos Carvalho Filho ensina que comumente
se destinam as seguintes atividades ˆs funda•›es pœblicas: assist•ncia
social; assist•ncia mŽdica e hospitalar; educa•‹o e ensino; pesquisa; e
atividades culturais.
Um ponto relevante e divergente decorre da interpreta•‹o da confusa
reda•‹o do inc. XIX, art. 37, da CF, que estabelece o seguinte: Òsomente
por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e autorizada a institui•‹o de
empresa pœblica, de sociedade de economia mista e de funda•‹o, cabendo
ˆ lei complementar, neste œltimo caso, definir as ‡reas de sua
atua•‹oÓ.
Dessa forma, dever‡ ser editada uma Òlei complementarÓ para
estabelecer a ‡rea de atua•‹o das funda•›es pœblicas. Todavia, como a

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mencionada lei complementar ainda n‹o foi editada, surgem algumas
diverg•ncias. Parte da doutrina entende que essa lei complementar dever‡
definir somente a ‡rea de atua•‹o das funda•›es pœblicas de direito
privado; enquanto a ‡rea de atua•‹o das funda•›es pœblicas de direito
pœblico ser‡ disciplinada na respectiva lei instituidora.
Os argumentos s‹o consistentes, uma vez que as funda•›es pœblicas
de direito pœblico poderiam ser criadas para atividades diferentes daquelas
mencionadas acima, podendo desempenhar atividades t’picas de
Estado, inclusive relacionadas com o poder de pol’cia.
Assim, as funda•›es pœblicas de direito pœblico desenvolveriam as
atividades previstas em sua lei instituidora, podendo desempenhar atŽ
mesmo atividades t’picas de Estado. Por outro lado, as funda•›es pœblicas
de direito privado somente iriam desempenhar atividades n‹o exclusivas de
Estado, como saœde, assist•ncia social, cultura, pesquisa, desporto, etc.
Apesar de existirem posicionamentos diferentes, parece que o
entendimento apresentado acima Ž o que ser‡ adotado pelo legislador.
Nesse contexto, tramita na C‰mara dos Deputados o Projeto de Lei
Complementar 92/200712, que tem por objetivo dispor sobre as ‡reas de
atua•‹o das funda•›es pœblicas. O art. 1¼ do mencionado projeto permite
a institui•‹o ou autoriza•‹o de institui•‹o de funda•‹o pœblica com
personalidade jur’dica de direito pœblico ou de direito privado, para, nesse
œltimo caso, desempenhar atividade estatal que n‹o seja exclusiva de
Estado, nas seguintes ‡reas: I - saœde; II - assist•ncia social; III - cultura;
IV - desporto; V - ci•ncia e tecnologia; VI - meio ambiente; VII - previd•ncia
complementar do servidor pœblico, de que trata o art. 40, ¤¤ 14 e 15, da
Constitui•‹o; VIII - comunica•‹o social; e IX - promo•‹o do turismo
nacional.
Parece clara, portanto, a inten•‹o do legislador de dispor somente
sobre as atividades das funda•›es pœblicas de direito privado. Ressalvamos,
novamente, que se trata somente de um projeto de lei complementar, n‹o
sendo ainda uma norma vigente.


12
PLC 92/2007.

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32. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As fundações públicas


destinam-se à realização de atividades não lucrativas e atípicas do poder público,
porém de interesse coletivo.
Comentário: essa questão foi dada como correta, uma vez que é quase cópia
do livro de Hely Lopes Meirelles. De acordo com o autor,
As funda•›es prestam-se, principalmente, ˆ realiza•‹o de atividades n‹o
lucrativas e at’picas do Poder Pœblico, mas de interesse coletivo, como a
educa•‹o, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal.
Todavia, o item merecia alguns reparos. Em primeiro lugar, o próprio Meirelles
coloca o “principalmente”, ou seja, não são somente essas atividades. Nessa
esteira, as fundações públicas de direito público podem realizar atividades
típicas de Estado, uma vez que possuem natureza de direito público,
equiparando-se às autarquias.
De qualquer forma, não podemos brigar com a banca, mas apenas praticar
com as suas questões! J
Gabarito: correto.

33. (Cespe – Procurador Geral/AGU/2013) As fundações públicas podem exercer


atividades típicas da administração, inclusive aquelas relacionadas ao exercício do
poder de polícia.
Comentário: essa questão confirma o erro da anterior. As fundações públicas
podem exercer atividades típicas de Administração, quando possuírem
personalidade jurídica de direito público. O “podem” foi empregado no
sentido de que existe “possibilidade”, o que é verdadeiro.
Gabarito: correto.

34. (Cespe – TJ/STF/2013) A fundação pública de direito privado tem sua


instituição autorizada por lei específica, cabendo a lei complementar definir as áreas
de sua atuação.
Comentário: a questão limitou sua análise às fundações públicas de direito
privado. Nesse caso, a regra está bem definida na Constituição Federal (art.
37, XIX):
XIX Ð somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e
autorizada a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade de
economia mista e de funda•‹o, cabendo ˆ lei complementar, neste
œltimo caso, definir as ‡reas de sua atua•‹o;

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Dessa forma, a criação de fundações públicas de direito privado é autorizada
por lei específica, enquanto as áreas de sua atuação serão disciplinadas em
lei complementar.
Gabarito: correto.

35. (Cespe – Administrador/FUB/2009) As fundações públicas não possuem


finalidade de exploração econômica com fins lucrativos.
Comentário: as fundações públicas são patrimônios personificados, sem
finalidade lucrativa, criadas para um fim público. Dessa forma, não possuem
finalidade de exploração econômica.
Gabarito: correto.

Regime jurídico

Imunidade tributária

Por for•a do art. 150, ¤2¼, da CF, as duas modalidades de funda•‹o


pœblicas (direito pœblico ou direito privado) fazem jus ˆ imunidade tribut‡ria
prevista no art. 150, VI, ÒaÓ, da CF, pois a veda•‹o de instituir impostos
sobre patrim™nio, renda ou servi•os, uns dos outros, Ž extensiva ˆs
Òfunda•›es institu’das e mantidas pelo Poder PœblicoÓ.

A imunidade tribut‡ria se aplicada ˆs


funda•›es pœblicas de direito pœblico e
de direito privado.

Prerrogativas processuais

As prerrogativas processuais, a exemplo do prazo em dobro para


todas as suas manifesta•›es processuais e a sujei•‹o ao duplo grau de
jurisdi•‹o obrigat—rio, aplicam-se somente ˆs funda•›es pœblicas de
direito pœblico, n‹o alcan•ando as funda•›es de direito privado (Novo
CPC, arts. 183, caput, e 496, I).

Regime de precatórios

O regime de precat—rios para o pagamento de d’vidas, em virtude


de senten•a judici‡ria, previsto no art. 100 da CF, n‹o se aplica ˆs

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funda•›es pœblicas de direito privado, mas se aplicam ˆs funda•›es pœblicas
de direito pœblico.
*****

Prerrogativa Fundação Pública


Direito Público Direito Privado
Imunidade tributária Sim Sim
Prerrogativas processuais (prazos em dobro para Sim Não
as manifestações e duplo grau de jurisdição)
Regime de precatórios Sim Não

Patrimônio

Os bens do patrim™nio das funda•›es pœblicas de direito pœblico s‹o


caracterizados como bens pœblicos, protegidos por todas as prerrogativas
que o ordenamento jur’dico contempla, como impenhorabilidade,
imprescritibilidade e as restri•›es para aliena•‹o.
Por outro lado, os bens das funda•›es pœblicas de direito privado, em
regra, n‹o se enquadram como bens pœblicos (s‹o bens privados).
Entretanto, quando seus bens forem empregados diretamente na presta•‹o
de servi•os pœblicos, poder‹o receber algumas prerrogativas, como a
impenhorabilidade, em decorr•ncia do princ’pio da continuidade dos
servi•os pœblicos.

Licitações e contratos

A Lei 8.666/1993 (Lei de normas gerais de Licita•›es e Contratos)


aplica-se integralmente ˆs funda•›es pœblicas por determina•‹o do art. 1¼,
par‡grafo œnico, dessa norma. Com efeito, nem a Lei 8.666/1993 nem a
Constitui•‹o Federal fizeram diferen•a no que se refere ˆ obriga•‹o de licitar
para as funda•›es pœblicas de direito pœblico ou de direito privado. Por
conseguinte, independentemente da natureza jur’dica da funda•‹o pœblica,
ela dever‡ licitar e contratar na forma prevista na Lei 8.666/1993.

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Regime de pessoal

Ës funda•›es pœblicas de direito pœblico aplica-se o mesmo regime


jur’dico das autarquias, ou seja, o regime jur’dico œnico13. Por
conseguinte, enquanto o regime jur’dico œnico for estatut‡rio, os agentes
pœblicos dessas entidades ser‹o considerados servidores pœblicos,
ocupantes, portanto, de cargos pœblicos.
A dœvida surge quanto ˆs funda•›es pœblicas de direito privado. Os
professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo14 destacam que a
Constitui•‹o Federal n‹o fez nenhuma distin•‹o quanto ao regime de
pessoal para as funda•›es pœblicas de direito pœblico ou de direito privado.
Dessa forma, os autores entendem que, mesmo quando de direito privado,
o pessoal dessas entidades seguir‡ o regime jur’dico œnico.
No entanto, JosŽ dos Santos Carvalho Filho15 entende que o regime
estatut‡rio Ž incompat’vel com a natureza de uma entidade de direito
privado e, por conseguinte, entende que o pessoal das funda•›es pœblicas
de direito privado se submete ao regime trabalhista comum, tra•ado na
CLT.
De fato, o assunto Ž complicado e nada pac’fica, motivo pelo qual as
bancas de concurso devem se afastar desse assunto para evitar anula•›es.
Todavia, independentemente do regime jur’dico, o fato Ž que se
aplicam aos agentes pœblicos das funda•›es as regras constitucionais como
a veda•‹o ˆ acumula•‹o de cargos e empregos pœblicos (CF, art. 37, XVII);
e a necessidade de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico (CF, art. 37, II).

Foro competente

Para as funda•›es pœblicas de direito pœblico da Uni‹o, o foro


competente ser‡ a Justi•a Federal, seguindo as mesmas regras das
autarquias (CF, 109, I)16. Para as funda•›es pœblicas de direito pœblico
estaduais e municipais o foro competente ser‡ o da Justi•a Estadual.


13
Lembrando que a ADI 2.135/DF declarou inconstitucional, liminarmente, a redação do art. 39, caput, da CF,
dada pela EC 19/1998, com efeitos ex nunc. Dessa forma, a partir da decisão do STF, voltou a vigorar o regime
jurídico único para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
14
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 61.
15
Carvalho Filho, 2014, p. 534.
16
RE 127.489/DF.

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Quanto ˆs funda•›es pœblicas de direito privado, Ž bastante
diverg•ncia sobre o assunto. No ‰mbito doutrin‡rio, entende-se que o foro
competente Ž o da Justi•a Estadual. Podemos mencionar como um dos
adeptos deste posicionamento o Prof. JosŽ dos Santos Carvalho Filho17.
Todavia, o posicionamento jurisprudencial Ž diferente. No CC
77/DF18, o STJ entendeu que as Òfunda•›es pœblicas federais, como
entidades de direito privado, s‹o equiparadas as empresas pœblicas, para
os efeitos do artigo 109, I, da Constitui•‹o da RepœblicaÓ. Em julgamento
posterior, o STJ confirmou este posicionamento no CC 16.397/RJ19,
concluindo que em funda•›es pœblicas de direito privado equiparam-se ˆs
empresas pœblicas no que se refere ao ju’zo competente. Conforme consta
no art. 109, I, da Constitui•‹o Federal, compete ˆ Justi•a Federal processar
e julgar as causas envolvendo empresa pœblica federal.
Dessa forma, ainda que n‹o seja um posicionamento consolidado,
podemos afirmar que a doutrina entende que o foro competente para
processor a julgar as causas envolvendo as funda•›es pœblicas de direito
privado federais Ž o da Justi•a Estadual; enquanto a jurisprud•ncia
entende que o foro Ž da Justi•a Federal.

Controle do Ministério Público

O C—digo Civil determina que o MinistŽrio Pœblico do Estado Òvelar‡


pelas funda•›esÓ (art. 66).
Trata-se de uma forma de controle destinado a verificar se a funda•‹o
est‡ efetivamente perseguindo os fins para os quais foi institu’da. Nessa
esteira, Carvalho Filho disp›e que Ž um controle final’stico realizado pelo
—rg‹o ministerial20.
O autor ainda acrescenta que essa fiscaliza•‹o Ž dispens‡vel para as
funda•›es pœblicas, independentemente da natureza da entidade, haja vista
que o controle final’stico j‡ Ž exercido pela respectiva Administra•‹o Direta.
TambŽm segue este entendimento a Prof. Maria Di Pietro, que entende que
o MinistŽrio Pœblico tambŽm n‹o deve velar pelas funda•›es pœblicas. Dessa
forma, este parece ser o posicionamento majorit‡rio, inclusive j‡ adotado
em provas de concurso.


17
Carvalho Filho, 2014, p. 536.
18
CC 77/DF.
19
CC 16.397/RJ.
20
Carvalho Filho, 2014, p. 535.

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Ressaltamos, porŽm, que Hely Lopes Meirelles entende que o MinistŽrio
Pœblico deve velar pelas funda•›es pœblicas de direito privado.
De forma ainda mais restrita, o STF, na ADI 2.794/DF, afirmou que Ž
atribui•‹o do MinistŽrio Pœblico Federal a Óveladura pelas funda•›es federais
de direito pœblico, funcionem, ou n‹o, no Distrito Federal ou nos eventuais
Territ—riosÓ. Todavia, este n‹o era o tema central da discuss‹o da ADI,
motivo pelo qual alguns doutrinadores entendem que essa n‹o era
exatamente a inten•‹o do STF.
Com efeito, devemos mencionar que mesmo que o MinistŽrio Pœblico
n‹o seja respons‡vel por velar pelas funda•›es pœblicas, isso n‹o quer dizer
que ele n‹o exer•a nenhum controle sobre essas entidades. Vale mencionar
o MinistŽrio Pœblico continuar‡ exercendo suas fun•›es ordin‡rios sobre as
funda•›es pœblicas, porŽm o controle n‹o ocorrer‡ nos mesmos moldes
como acontece com as funda•›es privadas.

36. (Cespe – Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) O Ministério Público


deverá realizar o controle sobre as atividades das fundações públicas, assim como
o faz em relação às fundações privadas.
Comentário: nessa questão, podemos ver que foi adotado o posicionamento
de Carvalho Filho e Maria Di Pietro, que entendem que o Ministério Público
não deve velar pelas fundações públicas. Por conseguinte, o controle das
atividades das fundações públicas não ocorre da mesma forma como nas
fundações privadas. Por esse motivo, o item está errado.
Gabarito: errado.

QUESTÕES EXTRAS

37. (Cespe – Técnico Judiciário/TRT 8ª Região/2016 – adaptada) As sociedades


de economia mista que exploram atividade econômica não estão sujeitas à
fiscalização do Tribunal de Contas da União.
Comentário: as bancas gostam de cobrar este assunto, tendo em vista que,
antigamente, entendia-se que as empresas públicas e as sociedades de
economia mista não se submetiam ao controle dos tribunais de contas. Esse
entendimento foi superado por intermédio do MS 25.092, julgado em 10/11/2005,
cuja ementa tem a seguinte redação:

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Ao TCU compete julgar as contas dos administradores e demais
respons‡veis por dinheiros, bens e valores pœblicos da administra•‹o direta
e indireta, inclu’das as funda•›es e sociedades institu’das e mantidas pelo
Poder Pœblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte preju’zo ao er‡rio (CF, art.
71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1¼, I). As empresas pœblicas e as sociedades
de economia mista, integrantes da administra•‹o indireta, est‹o sujeitas
ˆ fiscaliza•‹o do Tribunal de Contas, n‹o obstante os seus
servidores estarem sujeitos ao regime celetista.Ó (MS 25.092, rel.
min. Carlos Velloso, julgamento em 10-11-2005, Plen‡rio, DJ de 17-3-
2006.) No mesmo sentido: RE 356.209-AgR, rel. min. Ellen Gracie,
julgamento em 1¼-3-2011, Segunda Turma, DJE de 25-3-2011
Logo, independentemente da natureza da atividade desempenhada, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao
controle do tribunal de contas.
Cumpre anotar que atualmente o tema também está disciplinado na Lei
13.303/2016, que dispõe expressamente que as empresas estatais submetem-se
ao controle do sistema de controle interno e do tribunal de contas competente
(arts. 85 e 87).
Gabarito: errado.

38. (Cespe – Juiz de Direito/TJDFT/2016) No que se refere a características e


regime jurídico das entidades da administração indireta, assinale a opção correta.
a) As agências reguladoras são fundações de regime especial, cuja atividade precípua
é a regulamentação de serviços e de atividades concedidas, que possuem regime
jurídico de direito público, autonomia administrativa e diretores nomeados para o
exercício de mandato fixo.
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia
administrativa, beneficiadas pela imunidade recíproca de impostos sobre renda,
patrimônio e serviços, cujos bens são passíveis de aquisição por usucapião e cujas
contratações são submetidas ao dever constitucional de realização de prévia licitação.
c) As sociedades de economia mista, cuja criação e cuja extinção são autorizadas por
meio de lei específica, possuem personalidade jurídica de direito privado, são
constituídas sob a forma de sociedade anônima e aplica-se ao pessoal contratado o
regime de direito privado, com empregados submetidos ao regime instituído pela
legislação trabalhista.
d) As empresas públicas, que possuem personalidade jurídica de direito público, são
organizadas sob qualquer das formas admitidas em direito, estão sujeitas à exigência
constitucional de contratação mediante licitação e têm quadro de pessoal instituído
pela legislação trabalhista, cuja contratação condiciona-se a prévia aprovação em
concurso público.

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e) As agências executivas são compostas por autarquias, fundações, empresas
públicas ou sociedades de economia mista que celebram contrato de gestão com
órgãos da administração direta a que estão vinculadas, com vistas ao aprimoramento
de sua eficiência no exercício das atividades-fim e à diminuição de despesas.
Comentário: essa questão é excelente para resumir alguns conceitos! Vamos
analisar cada alternativa:
a) essa opção é ótima para entender o conceito de agência reguladora. Ela está
“quase 100%”, salvo o trecho que menciona que as agências são “fundações
em regime especial”. Bastaria substituir “fundações” por “autarquias” e o item
estaria correto: “As agências reguladoras são fundações autarquias de regime
especial, cuja atividade precípua é a regulamentação de serviços e de atividades
concedidas, que possuem regime jurídico de direito público, autonomia
administrativa e diretores nomeados para o exercício de mandato fixo” –
ERRADA;
b) essa alternativa também tem um erro sútil. Os bens das autarquias são bens
públicos e, por isso, são impenhoráveis (não podem ser objeto de penhora);
imprescritíveis (não podem ser adquiridos por meio de usucapião); e possuem
restrições quanto à alienação. O restante da alternativa está correto – ERRADA;
c) perfeito! As SEM precisam de autorização por meio de lei específica para sua
criação; têm personalidade jurídica de direito privado; somente admitem a forma
de sociedade anônima (S/A); e o seu pessoal submete-se à legislação
trabalhista, ou seja, ao regime de direito privado – CORRETA;
d) o único erro está em dizer que as EP possuem personalidade de direito
público (é direito privado), pois o restante da afirmativa está correto – ERRADA;
e) as agências executivas envolvem apenas as autarquias e fundações públicas
que firmarem um contrato de gestão com os órgãos a que estão vinculadas. As
empresas públicas e as sociedades de economia mista não podem ser
qualificadas como agências executivas – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

39. (Cespe – Técnico em Assuntos Educacionais/DPU/2016) Cria-se empresa


pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publicação de lei
ordinária específica.
Comentário: nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição de empresa
pública e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica.
Após a edição da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo, cujo registro
no órgão competente significará o início da personalidade jurídica da entidade.
Assim, as empresas públicas e as sociedades de economia mista nascem,
efetivamente, após o registro de seu ato constitutivo no órgão competente.

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Dessa forma, a lei não cria empresa pública, mas apenas autoriza a sua criação.
Gabarito: errado.

40. (Cespe – Técnico em Assuntos Educacionais/DPU/2016) Em regra, as


sociedades de economia mista devem realizar concurso público para contratar
empregados.
Comentário: o regime jurídico das SEM e EP será sempre híbrido, em algumas
situações com predomínio de regras de direito privado e em outras com
predomínio do direito público. O que vai dizer qual o tipo de regra dominante é
a natureza da atividade desenvolvida, isto é, se prestam serviços públicos ou
exploram atividade econômica. Todavia, em qualquer caso, elas obrigam-se a
realizar concurso público para o provimento de seus empregos públicos, nos
termos do art. 37, II, da Constituição Federal, ressalvando-se apenas aqueles de
livre nomeação e exoneração, bem como eventuais contratações temporárias.
Portanto, está correta a questão.
Gabarito: correto.

41. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) As fundações públicas admitem


dois regimes jurídicos de pessoal: o estatutário, em que o servidor público ocupa o
cargo regido por um estatuto; e o celetista, em que o empregado público é regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Comentário: essa questão, inicialmente, foi dada como errada, mas foi anulada,
uma vez que gerou dupla interpretação.
As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado,
conforme o seu tipo de criação. Se elas forem criadas por lei, serão de direito
público, motivo pelo qual devem se submeter ao regime estatutário, uma vez
que seguem o mesmo regime autárquico.
Por outro lado, se elas forem de direito privado, haverá uma grande divergência
na doutrina sobre o regime de seu pessoal. Nessa linha, José dos Santos
Carvalho Filho considera incompatível o regime estatutário com a natureza de
uma entidade de direito privado e, por conseguinte, entende que o pessoal das
fundações públicas de direito privado se submete ao regime trabalhista comum,
traçado na CLT.
Corroborando com os entendimentos de Carvalho Filho, podemos notar que as
fundações públicas de direito privado criadas recentemente estão submetendo
os seus agentes públicos ao regime celetista. Exemplo disso consta no art. 7º
da Lei 12.618/2012, que autorizou a criação de entidades fechadas de
previdência social para administrarem o fundo de previdência complementar
dos servidores da União. Tal dispositivo determina de forma clara que “regime

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jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar
referidas no art. 4º desta Lei será o previsto na legislação trabalhista”.
Dessa forma, temos a seguinte situação: o regime de pessoal das fundações
públicas de direito público é o estatutário, ao passo que o regime de pessoal
das fundações públicas de direito privado é o celetista. Se fosse esse o
raciocínio, a questão estaria correta.
Contudo, podemos entender que a questão está dizendo que simultaneamente
teríamos os dois regimes em uma mesma fundação, o que estaria incorreto. Ou
é celetista ou é estatutário, conforme o caso.
Por esse motivo, o nosso gabarito foi anulado.
Gabarito: anulado.

42. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE GO/2015) Com exceção das sociedades de


economia mista, que — devido à participação da iniciativa privada em seu capital —
seguem regras próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de
licitar.
Comentário: todas as entidades da Administração Pública possuem o dever de
licitar, sejam elas de direito público ou de direito privado. Antes da edição da
Lei 13.303/2016, as empresas estatais seguiam a Lei 8.666/1993, com apenas
algumas exceções, como no caso da Petrobrás, que seguia o seu regulamento
próprio. Atualmente, todas as estatais submetem-se ao regime de licitações da
Lei 13.303/2016, ao passo que a administração direta e as demais entidades
administrativas submetem-se à Lei 8.666/1993.
Gabarito: errado.

43. (Cespe – Auditor/FUB/2015) Tanto na empresa pública, quanto na sociedade de


economia mista, há derrogação apenas parcial do regime de direito público pelo
regime de direito privado.
Comentário: duas afirmativas podem aparecer numa prova de concurso, ambas
corretas:
§ nas empresas públicas e sociedades de economia mista há derrogação
parcial das normas de direito público por normas de direito privado; e
§ nas empresas públicas e sociedades de economia mista há derrogação
parcial das normas de direito privado por normas de direito público.
Isso porque o regime jurídico das empresas estatais é misto. Dessa forma,
derrogação quer dizer que há um afastamento. Assim, não se aplicam
totalmente regras de direito público, nem mesmo totalmente regras de direito
privado. As EP e SEM seguem algumas normas de direito privado, como a
contratação de pessoal pelo regime celetista, ao mesmo tempo que se

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submetem a normas de direito público, como os princípios administrativos
constitucionais e o dever de licitar e de fazer concurso público.
Assim, em qualquer dos casos, as afirmativas estariam corretas.
Gabarito: correto.

44. (Cespe – Analista Judiciário/STJ/2015) O simples fato de o poder público passar


a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a transforma em sociedade
de economia mista, independentemente de autorização legal.
Comentário: por questões comerciais, as empresas públicas ou sociedades de
economia mista podem adquirir ações ou até mesmo o controle acionário de
empresas privadas. No entanto, isso não torna a empresa privada
automaticamente uma SEM, já que a criação de sociedade de economia mista
depende sempre de autorização legislativa específica.
Vale dizer que a regra é que até mesmo a aquisição do controle acionário
dependa de autorização legislativa, nos termos do art. 37, XX, da Constituição
Federal: “depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada”.21
No entanto, em alguns casos, a necessidade de autorização em lei pode ser
excepcionada. Nessa linha, a Lei 13.303/2016 estabeleceu que a autorização
para participação em empresa privada não se aplica a operações de tesouraria,
adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de
Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias (art. 2º, § 3º).
Em qualquer caso, portanto, a empresa privada não se tornaria
automaticamente uma SEM, mesmo antes da vigência da Lei 13.303/2016.
Gabarito: errado.

A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) é uma entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), órgão integrante da estrutura administrativa da União.
Considerando essas informações, julgue o próximo item.
45. (Cespe – Administrador/MPOG/2015) A criação de pessoa jurídica de direito
privado integrante da administração pública dá-se por meio da inscrição de seus atos
constitutivos no registro público competente, desde que haja autorização legal.


21
Lembrando que o STF entende que a autorização para criação de subsidiárias ou para a participação em
empresa privada depende de autorização “em lei”, podendo ser até mesmo uma autorização genérica na lei que
autorizar a instituição da empresa estatal (ADI 1.649/DF).

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Comentário: questão perfeita para ilustrar a efetiva criação das pessoas
jurídicas de direito privado. Inicialmente, é necessária uma lei específica
autorizando a instituição, mas a criação somente será efetivada com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro público competente.
Gabarito: correto.

46. (Cespe – Técnico de Nível Superior/MPOG-ENAP/2015) As fundações


governamentais de direito público, embora não tenham de ser criadas por leis
específicas, devem ser instituídas, após autorização legal, por meio do registro de
seus respectivos atos constitutivos no registro civil de pessoas jurídicas.
Comentário: se a fundação é de direito público, ela é criada por lei. Assim, não
há necessidade de registro do ato constitutivo.
Gabarito: errado.

47. (Cespe – AJ/Oficial de Justiça Avaliador Federal/TJDFT/2015) A criação, pela


União, de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa.
Autorizada, a sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria
de suas ações com direito a voto pertencerão à União ou a entidade da administração
indireta.
Comentário: mais uma conceitual (e assim é a maioria das questões). As SEM
são constituídas sempre como sociedade anônima. Elas admitem participação
de capital privado e, quando criadas pela União, a maioria do capital votante
deverá pertencer a própria União ou à entidade da administração indireta.
Gabarito: correto.

Conclu’mos por hoje.


Em nossa pr—xima aula, vamos conversar sobre as entidades
paraestatais.
Espero por voc•s!
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – AJ/TRT-ES/2013) A PETROBRAS é um exemplo de empresa pública.


2. (Cespe – Administração/MIN/2013) São características comuns a empresas
públicas e sociedades de economia mista, entre outras, personalidade jurídica de
direito privado, derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito
público e desempenho de atividade de natureza econômica.
3. (Cespe – Bibliotecário/MS/2013) A criação de uma sociedade de economia mista
pode ser autorizada, genericamente, por meio de dispositivo de lei cujo conteúdo
específico seja a autorização para a criação de uma empresa pública.
4. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração indireta, as empresas públicas são criadas por autorização legal para
que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos.
5. (Cespe - Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) O Poder Executivo não
poderá, por ato de sua exclusiva competência, extinguir uma empresa pública.
6. (Cespe – Técnico Judiciário/CNJ/2013) Considere que determinada sociedade
de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. Nessa
situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da
administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como
tal, ela deve prestar serviço público.
7. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-10/2013) Empresas públicas são pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta do Estado, criadas
mediante prévia autorização legal, que exploram atividade econômica ou, em certas
situações, prestam serviço público.
8. (Cespe – DPF/2013) A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito
privado que pode tanto executar atividade econômica própria da iniciativa privada
quanto prestar serviço público.
9. (Cespe – AFT/2013) A sociedade de economia mista, entidade integrante da
administração pública indireta, pode executar atividades econômicas próprias da
iniciativa privada.
10. (Cespe – TNS/PRF/2012) Não é considerada integrante da administração pública
a entidade qualificada com natureza de pessoa jurídica de direito privado que, embora
se constitua como sociedade de economia mista, exerça atividade tipicamente
econômica.
11. (Cespe – TNS/PRF/2012) As empresas públicas que explorem atividade
econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do
setor privado.

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12. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) As empresas públicas são pessoas
jurídicas de direito público.
13. (Cespe – Técnico Judiciário/TJ-RR/2012) Embora possuam capital
exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas jurídicas a que se
aplicam, preponderantemente, normas de direito privado.
14. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) A empresa pública criada
com a finalidade de explorar atividade econômica deve ser, necessariamente, formada
sob o regime de pessoa jurídica de direito privado.
15. (Cespe – Procurador DF/2013) As sociedades de economia mista e as empresas
públicas exploradoras de atividade econômica não se sujeitam à falência nem são
imunes aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às suas
finalidades essenciais ou delas decorrentes.
16. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) As ações judiciais promovidas contra sociedade de
economia mista sujeitam-se ao prazo prescricional de cinco anos.
17. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) As empresas públicas apenas
podem ser criadas sob a forma jurídica de sociedade anônima.
18. (Cespe – ATA PGPE/MS/2013) As sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado e podem ser constituídas sob qualquer forma jurídica.
19. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) As sociedades de economia mista podem revestir-se
de qualquer das formas em direito admitidas, a critério do poder público, que procede
à sua criação.
20. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) As empresas públicas devem ser constituídas
obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima.
21. (Cespe – Analista Administrativo/ANAC/2012) Sociedade de economia mista é
a pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, criada
mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital
exclusivamente público.
22. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Parte do capital instituidor de uma sociedade de
economia mista é privada, apesar de determinadas relações institucionais, como
organização e contratação de pessoal, serem regidas pelo direito público.
23. (Cespe – Agente Administrativo/MDIC/2014) Adotando-se o critério de
composição do capital, podem-se dividir as entidades que compõem a administração
indireta em dois grupos: um grupo, formado pelas autarquias e fundações públicas,
cujo capital é exclusivamente público; e outro grupo, constituído pelas sociedades de
economia mista e empresas públicas, cujo capital é formado pela conjugação de
capital público e privado.

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24. (Cespe – ATA/MIN/2013) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito
privado que integram a administração indireta, constituídas por capital público e
privado.
25. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) O capital da empresa pública é
exclusivamente público, mas ostenta personalidade de direito privado, e suas
atividades são regidas pelos preceitos comerciais.
26. (Cespe – Analista/INPI/2013) As empresas públicas são pessoas jurídicas de
direito privado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização
legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em
direito.
27. (Cespe - Analista em Geociências/CPRM/2013) A empresa pública, entidade da
administração indireta, é pessoa jurídica de direito privado, formada mediante a
conjugação de capital público e privado.
28. (Cespe – Analista/MPU/2013) A empresa pública federal caracteriza-se, entre
outros aspectos, pelo fato de ser constituída de capital exclusivo da União, não se
admitindo, portanto, a participação de outras pessoas jurídicas na constituição de seu
capital.
29. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pertence à justiça federal a competência para julgar
as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço
público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.
30. (Cespe – Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) Fundação pública é a
pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante
controle administrativo exercido nos limites da lei.
31. (Cespe – Analista em Geociências/CPRM/2013) Para a criação de uma
fundação de direito público, é indispensável a inscrição de seus atos constitutivos no
registro civil das pessoas jurídicas.
32. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As fundações públicas destinam-
se à realização de atividades não lucrativas e atípicas do poder público, porém de
interesse coletivo.
33. (Cespe – Procurador Geral/AGU/2013) As fundações públicas podem exercer
atividades típicas da administração, inclusive aquelas relacionadas ao exercício do
poder de polícia.
34. (Cespe – TJ/STF/2013) A fundação pública de direito privado tem sua instituição
autorizada por lei específica, cabendo a lei complementar definir as áreas de sua
atuação.

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35. (Cespe – Administrador/FUB/2009) As fundações públicas não possuem
finalidade de exploração econômica com fins lucrativos.
36. (Cespe – Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) O Ministério Público
deverá realizar o controle sobre as atividades das fundações públicas, assim como o
faz em relação às fundações privadas.
37. (Cespe – Técnico Judiciário/TRT 8ª Região/2016 – adaptada) As sociedades
de economia mista que exploram atividade econômica não estão sujeitas à
fiscalização do Tribunal de Contas da União.
38. (Cespe – Juiz de Direito/TJDFT/2016) No que se refere a características e
regime jurídico das entidades da administração indireta, assinale a opção correta.
a) As agências reguladoras são fundações de regime especial, cuja atividade precípua
é a regulamentação de serviços e de atividades concedidas, que possuem regime
jurídico de direito público, autonomia administrativa e diretores nomeados para o
exercício de mandato fixo.
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia
administrativa, beneficiadas pela imunidade recíproca de impostos sobre renda,
patrimônio e serviços, cujos bens são passíveis de aquisição por usucapião e cujas
contratações são submetidas ao dever constitucional de realização de prévia licitação.
c) As sociedades de economia mista, cuja criação e cuja extinção são autorizadas por
meio de lei específica, possuem personalidade jurídica de direito privado, são
constituídas sob a forma de sociedade anônima e aplica-se ao pessoal contratado o
regime de direito privado, com empregados submetidos ao regime instituído pela
legislação trabalhista.
d) As empresas públicas, que possuem personalidade jurídica de direito público, são
organizadas sob qualquer das formas admitidas em direito, estão sujeitas à exigência
constitucional de contratação mediante licitação e têm quadro de pessoal instituído
pela legislação trabalhista, cuja contratação condiciona-se a prévia aprovação em
concurso público.
e) As agências executivas são compostas por autarquias, fundações, empresas
públicas ou sociedades de economia mista que celebram contrato de gestão com
órgãos da administração direta a que estão vinculadas, com vistas ao aprimoramento
de sua eficiência no exercício das atividades-fim e à diminuição de despesas.
39. (Cespe – Técnico em Assuntos Educacionais/DPU/2016) Cria-se empresa
pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publicação de lei
ordinária específica.
40. (Cespe – Técnico em Assuntos Educacionais/DPU/2016) Em regra, as
sociedades de economia mista devem realizar concurso público para contratar
empregados.

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41. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) As fundações públicas admitem
dois regimes jurídicos de pessoal: o estatutário, em que o servidor público ocupa o
cargo regido por um estatuto; e o celetista, em que o empregado público é regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
42. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE GO/2015) Com exceção das sociedades de
economia mista, que — devido à participação da iniciativa privada em seu capital —
seguem regras próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de
licitar.
43. (Cespe – Auditor/FUB/2015) Tanto na empresa pública, quanto na sociedade de
economia mista, há derrogação apenas parcial do regime de direito público pelo
regime de direito privado.
44. (Cespe – Analista Judiciário/STJ/2015) O simples fato de o poder público passar
a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a transforma em sociedade
de economia mista, independentemente de autorização legal.
A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) é uma entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), órgão integrante da estrutura administrativa da União.
Considerando essas informações, julgue o próximo item.
45. (Cespe – Administrador/MPOG/2015) A criação de pessoa jurídica de direito
privado integrante da administração pública dá-se por meio da inscrição de seus atos
constitutivos no registro público competente, desde que haja autorização legal.
46. (Cespe – Técnico de Nível Superior/MPOG-ENAP/2015) As fundações
governamentais de direito público, embora não tenham de ser criadas por leis
específicas, devem ser instituídas, após autorização legal, por meio do registro de
seus respectivos atos constitutivos no registro civil de pessoas jurídicas.
47. (Cespe – AJ/Oficial de Justiça Avaliador Federal/TJDFT/2015) A criação, pela
União, de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa.
Autorizada, a sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria
de suas ações com direito a voto pertencerão à União ou a entidade da administração
indireta.

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GABARITO

1. E 11. C 21. E 31. E 41. X


2. C 12. E 22. C 32. C 42. E
3. E 13. C 23. E 33. C 43. C
4. C 14. C 24. E 34. C 44. E
5. C 15. C 25. C 35. C 45. C
6. E 16. E 26. C 36. E 46. E
7. C 17. E 27. E 37. E 47. C
8. C 18. E 28. E 38. C
9. C 19. E 29. E 39. E
10. E 20. E 30. E 40. C

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. “Personalidade judiciária de órgãos públicos”. Salvador:
Revista Eletrônica de Direito do Estado, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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