Você está na página 1de 7

Seminário - Análise de Uso e Mobilidade em uma

Rede sem Fio Urbana de Larga Escala


1º Introdução

Redes sem fio de larga escala estão sendo implantadas em grandes áreas urbanas.
Este seminário apresenta uma análise do uso de uma rede sem fio urbana de larga escala e
com acesso público e gratuíto, implantada na cidade de Montreal, Canadá.

Duas características principais da rede sem fio são a Mobilidade e a Flexibilidade,


que junto com dispositivos de mão dão acesso a conexão á internet, facilitando o acesso a
internet de qualquer lugar. A diferença dos dispositivos de acesso, os ambientes híbridos, os
problemas de desempenho e questões econômicas relacionadas a tarifação e contabilização
de uso, dificultam o acesso a aplicações e serviços na web de qualquer lugar.

A maioria dos estudos realizados descrevem as características de acesso e de uso das


redes sem fio públicas e privadas em ambientes considerados pequenos, como moradias e
centros de pesquisa, estudos sobre as características de redes maiores são considerados
recentes. Todas essas pesquisas apresentam estudos sobre a rede em um curto espaço de
tempo, o que não permite a análise da evolução do uso da rede.

Este seminário apresenta uma caracterização e análise do tráfego e do uso da rede


sem fio denominada le Sans FilIle Sans Fil, 2008, implantada na cidade de Montreal, Canadá.
O objetivo deste trabalho é investigar o tráfego e o uso de uma rede sem fio em uma grande
área urbana. O conhecimento obtido através desse trabalho nos ajuda no planejamento e
dimensionamento de outras redes sem fio e em pesquisas na área de redes sem fio.

2º Trabalhos relacionados

A tabela acima compara algumas redes sem fio. A rede RoofNet, instalada pelo MIT de
Cambridge, MA, foi objeto de um experimento que tinha como objetivo analisar os padrões
de perdas de pacotes, investigar a importância das perdas e das interações entre perdas no
desempenho geral da rede, e nas implicações que isso resultaria nos projetos de protocolos de
roteamento.

O artigo Campos and Papadopoull, de 2005, faz uma análise da mobilidade e dos
padrões de acesso na rede sem fio UNC de um campus. O artigo aponta uma relação entre
maior mobilidade e menor duração de visita a um site.

Artigos mais recentes analizam redes maiores, como o artigo Camp et al., 2006, que
analisa o ambiente de propagação, as perdas e o throughput na rede urbana TFA@Rice, em
Houston, TX. Essa análise indicou que conhecer o ambiente de propagação e a relação entre

1
o sinal e o throughput é importantíssimo para implantar uma rede.

Os modelos de mobilidade geram efeitos no resultado de simulação e afetam,


significativamente, os resultados de estudos sobre o desempenho da rede. Os resultados de
vários estudos indicam relações temporais e espaciais nas trajetórias humanas, que seguem
padrões simples e facilmente reproduzíveis.

3º Descrição da Rede e Informação Coletada

Île Sans Fil é uma organização que oferece em Montreal, Canadá, acesso gratuito à
internet para a comunidade via Wi-fi. A organização tem como objetivo oferecer recursos
tecnológicos para as pessoas, promover o trabalho comunitário e fortalecer a comunidade
local. Em 2007, a organização disponibilizou para a comunidade acadêmica os registros de
acesso à rede feitos no período de três anos (2003-2007). Dados foram coletados por exatos
1.096 dias, iniciados em 27/08/2004 e finalizados em 17/08/2007. Neste período, todos os
acessos foram registrados. Quase 70.000 usuários diferentes utilizaram a rede no período,
realizando mais de 5.800 sessões por meio de 260 pontos de acesso.

Os dados foram coletados por um software projetado e melhorado para ajudar a


operação de rede, chamado de WifiDog. Mesmo o acesso sendo gratuito, os usuários
deveriam se registrar para acessar a rede. Os dados coletados pelo WifiDog foram registrados
por sessão do usuário, definida como o tempo de início e fim da conexão. Cada sessão
recebeu um número de identificação: identificação de usuário, do ponto de acesso, da placa
de rede, dia e hora de início e fim da sessão e números de bytes recebidos e enviados. Os
dados relacionados ao usuário, endereço de rede, identificação da conexão e do ponto de
acesso foram anonimizados.

4º Resultados

Nessa seção falamos dos resultados da caracterização e análise dos registros de


acesso à rede Île Sans Fil entre o período de três anos. Analisamos o crescimento de uso da

2
rede nesse período e a caracterização das sessões realizadas pelo usuário.

4.1 Crescimento da Rede no Período

A figura 2 dita a quantidade de dados do crescimento do uso da rede durante o


período de 1096, tanto que no gráfico à esquerda indica registros de novos usuários, como o
aumento de novos usuários e de sessões pode ser modelado por uma função quadrática. No
gráfico à direita mostra a data da primeira ocorrência de cada ponto de acesso, apresenta
também de como a infraestrutura da rede cresceu no período, tanto que foi linear já que no
final do primeiro ano havia em cerca de 70 pontos de acesso, e no segundo ano 140, e no
terceiro 260.

4.2 Uso da Rede no Período

E na figura 3, vamos analisar a duração das sessões e a quantidade de bytes


transferidas em todas as sessões ocorridas no período. Do lado esquerdo é a curva PDF e a
direita é a curva CDF, elas representam a duração das sessões, 50% das sessões duram menos
a 35 minutos e 90% das sessões duram menos a duas horas e 42 minutos, e há sessões com
mais de vinte e quatro horas.

A figura 4 mostra os resultados do tráfego gerado pelas sessões, no gráfico à


esquerda a figura apresenta a frequência de curbas por conta da quantidade de bytes recebida
e enviada em cada sessão. No gráfico à direita mostra a duração da sessão e quantidade de
bytes recebidas, as maiores quantidades de bytes são em sessões mais longas, e vemos que
até em curtas sessões podem transmitir quantidades significatidas de dados, dando um padrão
parecido.

3
A figura 5 mostra o aumento de crescimento do uso da rede durante os três anos de
acesso. O gráfico à esquerda apresenta o número de sessões que foram registradas a cada dia.
Há três quedas significativas de sessões, próximas aos dias 120, 485 e 850, que assimilam ao
dia de Natal de cada ano. O gráfico no centro mostra a quantidade de dados de byte recebidos
por sessão, tendo a média para todas as sessões de um dia. Os gráficos mostram um
crescimento expressivo do uso da rede no período quanto ao número de sessões e bytes
transmitidos por sessão, mas não de duração de sessão. As sessões por dia aumentaram de
100 no primeiro ano para 1000 sessões no terceiro ano. O número de bytes obtido em média
por sessão passou de unidades de megabytes para centenas de megabytes. A duração média
da sessão no período era uma hora e dez minutos.

4
A figura 6 mostra a quantidade de usuários ativos a cada hora do dia, durante o
período de vinte e oito dias escolhido de forma aleatória. Notamos um padrão de acesso
relacionado à hora do dia, com a quantidade de atividade maior no período diurno, também
há um padrão semanal com menor acesso nos fins de semana. O uso da rede durante o dia é
apresentado na figura 7. Vimos que a maior parte dos acessos é feita nos horários diurnos,
nas 15 horas.

4.3 Perfil do Uso da Rede por Usuário e Mobilidade

Esta seção focaliza o perfil os usuários quanto ao uso da rede e sua mobilidade, esse
perfil de uso refere-se à frequência de acesso à rede no período analisado. Analisamos a
mobilidade relacionando a sessão do usuário ao ponto de acesso registrado para cada sessão
feita.
A figura 8 mostra dois gráficos. O gráfico à esquerda mostra a curva CDF da
quantidade de sessões realizadas por usuário. A rede Île Sans Fil é uma rede de acesso
público e gratuito, para a população. Além do caso, analisamos que o intervalo de tempo
nesse caso é muito maior e entendemos que o número de one-time users aumenta de acordo
com o tempo de coleta de dados, para os sistemas em implantação, como é o casso dessas
duas redes. Contudo no mesmo gráfico notamos que uma pequena fração de usuários utiliza
intensamente a rede. O eixo x está em escala logarítmica. No gráfico à direita da figura 8
5
apresenta a curva CDF do número de pontos de acesso utilizado pelos usuários em suas
sessões. O gráfico mostra que há usuários muitos frequentes que utilizaram poucos pontos de
acesso, dois a cinco, e há usuários frequente que utilizaram muitos pontos de acesso. A
relação da quantidade de sessões realizadas pelos usuários móveis e a quantidade de pontos
de acesso utilizados para essas sessões são apresentadas na figura 9.
O gráfico mostra que há usuários muitos frequentes que utilizaram poucos pontos de
acesso, dois a cinco, e há usuários frequente que utilizaram muitos pontos de acesso. A
mobilidade de alguns usuários é mostrada na figura 10. Analisamos a mobilidade em termos
da realização de sessões consecutivas no mesmo ponto de acesso ou em um ponto de acesso
distinto. Dentre os usuários móveis, escolhemos os 5% que apresentaram maior mobilidades
e observamos a frequência de mudança de ponto de acesso para sessões consecutivas.

5º Conclusões

O artigo apresenta uma descrição do acesso à rede sem fio Île Sans Fil, considerada a
melhor rede sem fio canadense em muitas formas. Todos os dados utilizados foram
analisados. A rede tem foco público e isso parece espelhar no seu uso, sendo, assim, difícil
comparar os resultados com outras análises de redes sem fio instaladas em universidades,
organizações e redes comerciais. No entanto, é aceitável esperar que redes sem fio com este
foco sejam implantadas abundantemente em várias cidades do mundo. O artigo contribui com
informações importantes para o projeto e o dimensionamento de redes similares, elas podem
ser utilizadas em simulações e análises de desempenho. A análise da mobilidade a partir da

6
localização física de cada ponto de acesso e das distâncias entre eles é uma possibilidade de
trabalho futuro com o objetivo de propor um modelo de mobilidade a partir dos dados reais
coletados.

Referências

http://sbrc2010.inf.ufrgs.br/anais/data/pdf/wgrs.pdf - texto 31 até o 41.

NOMES: Kayla, Jake (Julia Sacoman), Paola e Thais.

DATA: 21/07/2022 TURMA: 1º Informática B

MATÉRIA: RDC (Redes de Computadores)

Você também pode gostar