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Compreendendo o Impacto de Eventos em uma Rede WiFi Municipal

Working Paper · March 2017

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2 authors:

Andrea Trindade Carlos Alberto Kamienski


Universidade Federal do ABC (UFABC) Universidade Federal do ABC (UFABC)
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Compreendendo o Impacto de Eventos em uma
Rede WiFi Municipal
Andrea Garcia Trindade, Carlos Kamienski
Universidade Federal do ABC (UFABC)
{andrea.trindade,cak}@ufabc.edu.br
Resumo. Desde 2014 a cidade de São Paulo dispõe de uma rede WiFi
Municipal que fornece conectividade livre à Internet aos cidadãos em locais
chamados de Praças Digitais. Embora estejam disponíveis dados
preliminares de desempenho dessas praças, existe uma carência de
informações sobre o impacto causado por eventos de naturezas diversas no
aumento do número de usuários e no desempenho. Esse artigo avalia o
desempenho das praças digitais sob o efeito de eventos para compreender a
adequação da infraestrutura para atender adequadamente aos usuários em
situações atípicas. Os resultados demonstram que a maioria das praças
analisadas suporta satisfatoriamente o recebimento destes eventos, desde
que a taxa de entrada de dados na praça esteja adequada. Além disso,
eventos comuns a todas as praças não geram impacto significativo na
utilização, ao contrário de eventos específicos em certas praças.
Abstract. Since 2014 the city of São Paulo has a Municipal WiFi network
that provides free Internet connectivity to citizens in places called Digital
Squares. While preliminary performance data are available for these
squares, there is a lack of information about the impact of diverse events on
increasing numbers of users and performance. This article evaluates the
performance of the digital squares under the effect of events to understand
the suitability of the infrastructure to adequately serve the users in atypical
situations. The results demonstrate that most of the squares satisfactorily
support the reception of these events, provided that the data entry rate in the
square is adequate. In addition, events common to all squares do not
generate significant impact on use, unlike specific events in certain squares.

1 Introdução
A utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) está cada dia mais
presente na vida das pessoas, gerando mudanças em nosso comportamento, no modo
como nos relacionamos, como no comunicamos, ou ainda na forma como passamos a
realizar certas ações. Independentemente de uma presença física ou posição geográfica,
a utilização cada vez maior da comunicação on-line contribui para motivar as pessoas a
compartilhar interesses, ideias, opiniões. Cada vez mais as pessoas constroem e mantem
suas relações sociais pelos meios de comunicação digital, o que afetará o modo como
suas vidas diárias são organizadas (Hampton et al. 2010). Portanto, é imprescindível que
a sociedade e o meio que o cerca adaptem-se a estas novas necessidades,
proporcionando condições em sua infraestrutura urbana.
A reestruturação da utilização de espaços públicos adequando as necessidades da
sociedade da informação, estão fazendo com que diversas cidades estejam adotando
políticas de abertura de sinal de rede através da tecnologia WiFi (sem fio) para seus
cidadãos. Diversas cidades ao redor do mundo e também brasileiras estão colocando em
funcionamento políticas que possibilitam aos cidadãos conectividades em espaços
públicos. Capitais estrangeiras como Londres, Nova Iorque, Los Angeles, Milão já
oferecem acesso a redes Wi-Fi em locais públicos. Em 2014, a cidade de São Paulo
iniciou a implantação do Projeto WiFi Livre SP com o objetivo de oferecer acesso à
internet de forma gratuita e irrestrita. A implantação aconteceu em 120 locais públicos
denominados praças digitais sendo concluída em abril de 2015.
Esse artigo analisa o comportamento destas praças em períodos onde receberam
eventos e avalia o desempenho da conectividade nestas situações para compreender se a
infraestrutura continua a atender adequadamente aos usuários. Foram analisados
diversos tipos de eventos divididos em dois grupos: eventos comuns a todas as praças,
como Carnaval, Réveillon e lançamento do aplicativo Pokémon Go, e eventos
específicos de certas praças, como Comemoração do Ano Novo Chinês, Aniversário da
cidade de São Paulo entre outros. Além disso, para caracterizar e compreender a
dinâmica local as praças foram realizados levantamentos dos horários com maior
quantidade de usuários conectados e classificadas em quatro categorias: esporte e lazer,
passagem, permanência e religiosa.
Os resultados demonstram que a maioria das praças analisadas suporta
satisfatoriamente o recebimento destes eventos, desde que a taxa de entrada de dados na
praça esteja adequada, pois durante os eventos a maioria das praças não ultrapassa os
limites máximos de usuários previstos no projeto de implantação. As baixas taxas de
conectividade apontadas nas praças não estavam relacionadas com o aumento de
usuários conectados, mas com a taxa de entrada de dados das praças. Além disso,
eventos comuns a todas as praças não geraram impacto significativo na utilização, ao
contrário de eventos específicos em certas praças, onde através do crescimento na
quantidade de usuários conectados geram cenários diferenciados. Com este estudo
pretende-se gerar informações para fomentar o aprimoramento na oferta do serviço
realizando os ajustes e correções necessárias para uma melhor experiência do usuário.
Na sequência desse artigo, a seção 2 apresenta trabalhos relacionados e a seção 3
apresenta a metodologia utilizada nesse artigo. Os principais resultados são
apresentados na seção 4, enquanto que na seção 5 são apresentadas algumas das
principais conclusões desse trabalho.

2 Trabalhos Relacionados
Inúmeras cidades no Brasil e no mundo disponibilizam acesso a redes WiFi públicas em
larga escala, como São Paulo. Em termos da quantidade de pontos de acessos, São
Paulo encontra-se em segundo lugar dentre as capitais brasileiras ficando atrás somente
da capital curitibana. No entanto, a maioria das cidades que disponibilizam acesso não
divulgam os resultados de desempenho de suas redes públicas, dificultando o acesso
para o desenvolvimento de estudos na área.
Na literatura sobre análise de desempenho de redes em locais públicos, podemos
destacar a contribuição de Balachandran (2002). Em seu estudo o autor analisa o
comportamento do usuário e o desempenho da rede em uma rede sem fio de área
pública, procurando caracterizar os usuários de redes públicas sem fio definindo um
modelo parametrizado para uso com estudos analíticos e de simulação envolvendo
tráfego de redes sem fio.
Em suas pesquisas, Ratusznei (2015) analisa o uso da rede WiFi em larga escala
no contexto das cidades inteligentes e posteriormente em 2016, com a análise da
utilização de streaming de vídeo utilizando uma rede municipal e seu impacto na
qualidade de experiência do usuário. Em ambas pesquisas o Projeto de WiFi Livre SP
foi objeto do estudo do autor. Na pesquisa de Costa (2008) foi possível determinar as
referências básicas e complementares para a avaliação de desempenho em redes com
Qualidade de Serviço. O respectivo trabalho apresenta métodos de avaliação sobre a
implementação de Qualidade de Serviço (QoS) em redes IP através de métricas de
desempenho. Ghosh (2011) propõe modelo preditivo utilizando técnicas de mineração
de dados através de análises de redes Wi-Fi em lugares abertos ao público.

3 Metodologia
Este estudo foi desenvolvido através de uma abordagem comparativa e a metodologia
pode ser considerada como híbrida, pois foram utilizados métodos observacionais
quantitativos e qualitativos: primeiramente através do levantamento de dados através de
uma pesquisa quantitativa sobre a utilização das praças e posteriormente qualitativa em
função da análise de desempenho de certos padrões de qualidade de transmissão de
dados como taxas de download, latência, Jitter e perda de pacotes.
Este estudo tem a finalidade de analisar o impacto de eventos ocorridos em locais
onde Praças Digitais foram instaladas. Através de uma avaliação preliminar verificar se
o comportamento de utilização habitual e desempenho da qualidade de serviço ao
acesso à internet do sistema WiFi disponibilizado de forma gratuita e irrestrita em
praças digitais da cidade de São Paulo é afetado durante estes períodos ou se supre as
necessidades dos usuários, mesmo em situações diferenciadas.
Pretende-se gerar informações para fomentar o aprimoramento na utilização e
implementação de políticas de conectividade e inclusão digital através do projeto Wi-Fi
Livre SP, onde através dos dados obtidos sobre como as praças comportam-se nestas
situações, possam realizar os ajustes e correções necessárias para uma maior efetividade
e eficácia. Estes dados serão norteadores para o projeto de modelagem e predição de
eventos em praças digitais.
3.1 Dados e Coletas
Os dados coletados foram extraídos de um servidor localizado na UFABC -
Universidade Federal do ABC, onde os dados brutos são armazenados em um banco de
dados em MySQL. Este banco de dados foi desenvolvido e utilizado por Ratusznei
(2015) em suas pesquisas sobre o Projeto WiFi Livre SP envolvendo a qualidade de
experiência do usuário na utilização de streaming de vídeo.
Estes dados são coletados regularmente a cada hora originados de duas fontes:
SIMET e Empresas. O SIMET (Sistema de Medição de Tráfego Internet) é um software
que executa testes de desempenho em redes com acesso à Internet através de um
equipamento instalado pela prefeitura de São Paulo em todas as praças em operação
para medir a qualidade do serviço oferecido aos usuários. As empresas ZIVA e WCS
foram contratadas para fornecer os serviços de conectividade a internet fornecem dados
no formato XML. Para todos os eventos analisados nestes artigo foram coletados os
dados durante período do evento analisado e também um mês antes ao acontecimento.
3.2 Praças e Eventos selecionados
Os eventos analisados foram diferenciados em: eventos comuns à todas as praças
digitais e eventos específicos a certas praças. Ao selecionar as praças digitais que
recebem eventos específicos foram consideradas preferencialmente àquelas com maior
tempo de implantação. Para melhor compreensão da dinâmica do funcionamento das
praças, estas foram classificadas em função de seu uso e horário de utilização.
Em relação a função de uso estas foram classificadas em quatro categorias: praças
de esporte e lazer, passagem, permanência e religiosa. Algumas praças caracterizam-se
de forma mista, pois observa-se várias funções onde está localizada, como funções de
passagem e permanência. Os parques que também possuem praças digitais foram
classificados em áreas com esporte e lazer e de permanência. A Figura 1 apresenta a
legenda das funções de uso.
Esporte e lazer
Passagem
Permanência
Religiosa
Figura 1: Legenda da função de uso
O acompanhamento do fluxo de usuários conectados ao longo do dia durante o
período compreendido entre 01/07/2015 e 31/07/2016 em todas as praças permitiu a
classificação destas entre diurnas e/ou noturnas, além do levantamento dos períodos
com predominância de usuários conectados em cada praça. Os períodos com maior
incidência de usuários conectados ao longo do dia foram agrupados por regiões e
apresentados na Figura 2.

Centro – 04h às 18h


Zona Leste – 05h às 18h
Zona Norte – 05h às 19h
Zona Oeste – 05h às 18h
Zona Sul – 05h às 19 h

Figura 2: Períodos de maior incidência de usuários conectados


Dentre os eventos analisados que foram comum à todas as praças digitais, foram
selecionados: lançamento do aplicativo para dispositivos móveis com funcionamento
on-line “Pokémon Go” no Brasil em 03/08/16; Semana de Carnaval do ano de 2015
(13/02 a 18/02) e do ano de 2016 (05/02 a 10/02) além do Réveillon dos anos de 2015 e
2016. Foram selecionadas 11 praças que receberam eventos específicos: o evento
Virada Cultural dos anos de 2015 (20/06 e 21/06) e 2016 (20/05 à 22/05); Aniversário
da Cidade de São Paulo em 2016, Comemoração da Independência do Brasil em 2015.
Foram analisados também eventos relacionados a cultura e temáticos. Nas Praças
da Liberdade, D. José Gaspar, ambas localizadas na região central foram analisados
eventos ocorridos no ano de 2016: o 11º. Festival do Ano Novo Chinês, ocorrido em 13
e 14 fevereiro; 1º. Jim Beam History Fest, em 15 de julho e a apresentação do “Pagode
da 27”, evento com apresentação de roda de samba, ocorrido em 28 de agosto, no
Calçadão Cultural do Grajaú localizado na Zona Sul. Na Tabela 1 são apresentadas as
praças que participaram desta parte do estudo.
Tabela 1: Praças analisadas com eventos específicos
Eventos
Função

Máximo usuários
Diurna/Noturna

São Paulo 2016


Virada Cultural

Virada Cultural

Independência
Aniversário

Culturais e
Temáticas
Praças Digitais

2015

2016

2015
Praça D. José Gaspar D 150 X X X

Centro Cultural São Paulo D 250 X X X


Praça da República D 250 X X
Largo do Paiçandu D 50 X X

Praça do Patriarca D 100 X X


Praça João Beiçola D 75 X
Praça Raul Seixas D 100 X
Largo do Rosário D 50 X

Parque da Independência D 250 X


Praça da Liberdade D 250 X

Calçadão Cultural do Grajaú D 150 X

3.3 Métricas
As métricas utilizadas para analisar o fluxo de usuários conectados nas praças digitais
durante os eventos analisados, conhecer quais praças tiveram aumento de usuários
conectados durante os eventos e definir quais os impactos destes causaram em relação a
utilização padrão das praças e no desempenho da rede Wi-Fi oferecida são:
• Usuários conectados (Empresas / Servidor UFABC): É o número de usuários
conectados na praça;
• Aumento real de usuários(calculada): diferença dentre a quantidade de usuários
conectados no dia do evento e o limite máximo do desvio padrão da média de
utilização (usuários conectados) do mês anterior naquele local;
• Desempenho: Obtenção dos dados através das métricas de desempenho que
estão disponibilizadas no banco de dados da UFABC:
o Taxa de entrada na praça (SIMET / Servidor UFABC): Quanto de
informação está entrando na praça, através da taxa de download do
protocolo TCP e distribuídas para todos os usuários, especificado por Mbit/s
(Megabits por segundo).
o Taxa de entrada por usuário (calculada): Quanto cada usuário está usando
em média da capacidade instalada da rede. Esta métrica é calculada
dividindo Taxa de entrada na praça pelo número de usuários conectados;
o Latência (SIMET / Servidor UFABC): Tempo transcorrido em
milissegundos para uma informação percorrer o caminho de ida da origem
para o destino. Conforme edital de contratação de prestação de serviço, para
ser considerada satisfatória deve apresentar tempo médio de retorno nunca
superior a 5ms;
o Jitter (SIMET / Servidor UFABC): A variação entre os tempos de chegada
dos pacotes (informação);
o Perda de pacotes (SIMET / Servidor UFABC): É um índice, expresso em
porcentagem, que indica a quantidade de pacotes de dados que não
chegaram a seu destino, ocasionando seu novo envio.
Foi considerada também para a análise de desempenho o item 1.2, do edital Nº
08.006/13, conforme consta que a velocidade estimada de acesso para cada usuário, de
acordo com tabela de localidades das praças e de número de usuários simultâneos
informado no mesmo deverá ser de 512 Kbps efetivos para download e upload
(síncrona).

4 Resultados
Os resultados estão apresentados em dois momentos: o primeiro analisa o fluxo de
usuários conectados nas praças digitais durante eventos buscando encontrar mudanças
comportamentais nas praças e o segundo sobre o impacto dos aumentos de usuários
encontrados sobre a análise de desempenho das redes sem fio. Devido à limitação de
espaço são mostrados resultados das praças mais diferenciadas para cada métrica.
A análise das informações encontradas nos eventos comuns a todas as praças
digitais demonstra que ocorreram aumentos nas médias de usuários conectados durante
os períodos de evento em relação ao mês anterior, como apresentado na Figura 3 sobre a
quantidade de praças que registraram este aumento.
Quantidade  de  Praças  

100
77  
80 65  
60 44  
40 26  
17  
20
0
Pokemon Carnaval Carnaval Reveillon Reveillon
Go 2015 2016 2015 2016

Figura 3: Praças Digitais com aumentos de usuários


No entanto ao acrescentarmos o desvio-padrão calculado à partir da média de
usuários conectados no mês anterior de cada evento os resultados indicam que apesar de
existem aumentos estes estão dentro da faixa de desvio-padrão. Este resultado foi
encontrado para todos os eventos comuns analisados e em todas as regiões da cidade. A
Figura 4 exemplifica esta situação com a análise do evento do “Lançamento do
aplicativo Pokemon GO”, nas praças localizadas na Zona Norte, conforme Figura 4(a) e
o evento “Carnaval 2015”, nas praças da Zona Sul, apresentado na Figura 4(b).
A análise em eventos específicos nas praças produziu resultados semelhantes ao
analisarmos a quantidade de usuários conectados nas praças digitais participantes da
Virada Cultural de 2015. Observa-se que este evento não produziu alterações
significativas nas praças participantes, comportando-se praticamente da mesma forma
como observado no mês anterior. Alguns aumentos observados estiveram ainda dentro
do desvio padrão obtido através da média dos 30 dias anteriores.

135   155  
140  
120  
125  
105  
110  
Número  de  usuários  
Número  de  usuários  

90  
95  
75  
80  
60   65  
45   50  

30   35  

15   20  
5  
0  
Praça  Nsa.  Sra.  dos  Prazeres  

Parque  Domingos  Luís  


Largo  da  Matriz  

Praça  na  Rua  das  Imbiraiaras  

Praça  Vigário  João  G.  de  Lima  


Praça  Ver.  Antonio  Sampaio  
Praça  Dr.  João  Batista  Vasques  

Praça  João  Boldo  


Praça  Marco  Antonio  Primon  Maestre  
Praça  Mariquinha  Sciascia  

Praça  Oscar  da  Silva  


Praça  da  Cultura  

-­‐10  
Praça  João  Tadeu  Priolli    

Praia  do  Sol  

Praça  Tuney  Arantes  

Praça  João  Adão  e  Praça  Jacó  R.  Filho  

Praça  Alexandre  F.  Rebouças  


Praça  Luisa  P  dos  Santos    

Praça  Dirceu  de  Castro  Fontoura  


Calçadão  Cultural  do  Grajaú  

Praça  do  Feirão  São  Luis  


Parque  do  Nabuco  

Praça  João  Beiçola  


Parque  Santo  Dias  

Campo  do  Palmeirinha  


Polo  Cultural  do  Jardim  Ângela  
Largo  Santa  Angela  

Mês  anterior  
Périodo  do  Lançamento  
Máximo  de  usuários  previstos   Mês  anterior   Período  do  Evento   Máximo  de  usuários  previstos  

a) Evento “Lançamento aplicativo Pokémon b) Evento “Carnaval 2015” – Zona Sul


Go” – Zona Norte
Figura 4: Análise de Eventos comuns a todas as praças
Este mesmo evento, ao ser analisado nas mesmas praças durante o ano de 2016
verifica-se aumento de 25 % sobre o maior valor registrado de usuários conectados em
relação ao ano de 2015. O aumento real de usuários no ano de 2016 pode ser observado
à partir das 12h e permanecendo até o final do dia, conforme apresentado nas Figura 5
5.b.
180   180  
160   160  
Número  de  usuários    

Número    de  usuários  


140   140  
120   120  
100   100  
80   80  
60   60  
40   40  
20   20  
0   0  

Período  entre  20  e  21/06/2015   Período  entre  20  e  21  e  22/05/2016  


Mês  anterior  (19/05/15  à  19/06/15)   Mês  anterior    (19/04/16  à  19/05/16)  

a) Praça da República - Virada Cultural 2015 b) Praça da República - Virada Cultural 2016
110   110  
100  
Média  dos  usuários  

90   90  

Média  de  usuários  


80  
70   70  
60  
50  
50  
40   30  
30  
20   10  
10  
0   -­‐10  

Período    entre  20  e  21/06/2015   Período  entre  20  e  21  e  22/05/2016  


Mês  anterior  (19/05/15  à  19/06/15)   Mês  anterior  (19/04/16  à  19/05/16)  

c) Praça do Patriarca - Virada Cultural 2015 d) Praça do Patriarca - Virada Cultural 2016
Figura 5: Virada Cultural 2015 e 2016
O comportamento da Praça do Patriarca também demostra aumento em sua
conectividade ao compararmos os picos de usuários conectados durante os anos de 2015
e 2016, onde têm-se aumento de 14,35%.
Todos os outros eventos específicos em praças também evidenciaram aumento na
métrica aumento real de usuários conforme demonstrado nas Figura 6 e Figura 7. Os
eventos recebidos nas praças digitais localizadas no Centro Cultural São Paulo e Praça
D. José Gaspar, superaram os limites máximos previstos de usuários, sendo 250 e 150
respectivamente.
100   350  
90   320  
Usuários  conectados  
Usuários  conectados  

80   290  
260  
70   230  
60   200  
50   170  
40   140  
110  
30   80  
20   50  
10   20  
0   -­‐10  

Data  do  Evento  -­‐  23/01/2016   Data  do  Evento  -­‐  23/01/2016  
Média  do  mês  anterior  (22/12/15  à  22/01/16)   Média  do  mês  anterior  (22/12/15  à  22/01/16)  

a) Praça Raul Seixas b) Centro Cultural São Paulo


Figura 6: Comemoração aniversário da cidade de São Paulo 2016
150   165  
135   150  
Usuários  conectados  

Usuários  conectados  
120   135  
105   120  
90   105  
75   90  
75  
60   60  
45   45  
30   30  
15   15  
0   0  

Data  do  Evento    -­‐  07/09/2015   Média  do  Período  -­‐  13  e  14  de  fev  2016  
Média  do  mês  anterior  (07/08/15  à  06/09/15)   Média  do  mês  anterior  (11/01/16  à  12/02/16)  

a) Comemoração Independência do Brasil 2015 b) 11o. Festival Ano Novo Chinês 2016 – Praça
– Parque da Independência da Liberdade

350   150  

300   135  
Número  de  usuários  
Número  de  usuários  

120  
250   105  
200   90  
75  
150  
60  
100   45  
30  
50  
15  
0   0  

Data  do  Evento    -­‐  17/07/2016   Data  do  Evento  -­‐  28/08/2016  
Média  do  mês  anterior(16/06/16  à  16/07/16)   Média  do  mês  anterior  (28/07/16  à  27/08/16)  

c) 1º. Jim Beam History Fest – P. D. José Gaspar d) Pagode da 27 – Calçadão Cultural do Grajaú
Figura 7: Eventos ocorridos em praças diversas
Dentre as praças digitais listadas as seguintes praças foram analisadas com as
métricas de desempenho em relação a qualidade da conectividade ofertada: Praça da
República, Praça da Liberdade, Centro Cultural São Paulo, Praça D. José Gaspar
localizadas no Centro; Praça Raul Seixas na Zona Leste e Calçadão Cultural do Grajaú
na Zona Sul.
Ao ser analisada sobre a métrica de taxa de entrada na praça conforme
apresentado na Figura 8, que no evento realizado na Praça da República (Figura 8a),
ocorreu declínio de performance durante o dia, mesmo com aumento do número de
usuários conectados inferior ao limite máximo previsto na implantação; na Praça da
Liberdade (Figura 8b) o comportamento da rede sem fio apresentou grande
instabilidade, intercalando grandes picos de aumento e queda, e redução na taxa de
entrada da praça ao longo do dia. Nos dados analisados sobre o Centro Cultural São
Paulo, a taxa de entrada da praça em nenhum momento disponibilizou 128 Mbps, sendo
o máximo registrado às 3h29 de 51,11 Mbps.
40000   600  
Taxa  de  entrda  (Kbps)  

24000   1400  

Taxa  de  entrada  (Kbps)  

entrada  usuários    kbp/s  


500   1200  

entrada  usuários    kbp/s  


20000  
30000  
400   1000  
16000  
800  
20000   300   12000  
600  
200   8000  
10000   400  
100   4000   200  
0   0   0   0  

Taxa  Entrada  Praça   Taxa  de  entrada  por  usuário   Taxa  Entrada  Praça   Taxa  de  entrada  por  usuário  

a) Praça da República b) Praça da Liberdade


Figura 8: Taxa de entrada na praça vs. Taxa de entrada por usuário
Este mesmo problema foi verificado durante a análise na Praça D. José Gaspar
onde foi registrada a pior conexão em dia de evento, ocasionada pela taxa de entrada na
praça, que esteve muito baixa durante todo o dia, em média 4,20 Mbps, resultado com o
qual infere-se pouca ou nenhuma conectividade
Os resultados da análise nas praças digitais instaladas na praça Raul Seixas e no
Calçadão Cultural do Grajaú demonstra que comportaram-se de forma semelhante
durante o recebimento dos eventos, pois obtiveram resultados positivos com taxa de
conectividade, mas resultantes do baixo registro de usuários conectados e
consequentemente melhorando a performance. O Calçadão Cultural do Grajaú obteve- o
melhor resultado na taxa de entrada por usuário, com 921 Kbps na média diária.
Para a análise da latência, considerando o edital de contratação de prestação de
serviço, onde para ser considerada satisfatória deve apresentar tempo médio de retorno
nunca superior a 5ms, observa-se que quase todas as praças apresentaram problemas em
algum momento, sendo a praça digital da Praça da República a única a funcionar com
latência inferior a 5ms.
Conforme apresentado nos gráficos da Figura 9, a latência não ocorre em função
do aumento dos usuários conectados, de acordo com o apresentado na Figura 9a às 9h
na Praça da Liberdade e na Praça D. Jose Gaspar às 8h (Figura 9b), concluindo que este
problema não está diretamente ligado ao volume de usuários conectados. Devido à
limitação de espaço são mostrados resultados de apenas duas praças.
200   20   350   25  
Usuários  conectados  

Usuários  conectdos  

300  
150   15   20  
Latência  (ms)  

250  
Latência  (ms)  

200   15  
100   10  
150   10  
50   5   100  
5  
50  
0   0   0   0  
1:00  
3:00  
5:00  
7:00  
9:00  
11:00  
13:00  
15:00  
17:00  
19:00  
21:00  
23:00  

Usuários  -­‐  13  e  14  de  fev  2016   Latência  (ms)   Usuários  em    17/07/2016   Latência  (ms)  

a) Praça da Liberdade b) Praça D. José Gaspar


Figura 9: Latência vs. Número de usuários conectados
O levantamento de dados resultante da análise do Jitter, conforme pode ser
observado na Tabela 2 registra a quantidade de registros de cada praça nos dias de
evento, a incidência de Jitter > 1ms e a média d jitter que enquadrou-se nesta situação.
Considera-se um cenário onde o buffer de jitter não tem limite, de modo a não
influenciar da análise.
Tabela 2: Quantidade de medições e Incidência de Jitter > 1ms
Praça Digital Dias de Registros Incidências Jitter Desvio
evento Jitter > 1ms padrão
Praça da República 3 45 26 4,51 2,62
Praça da Liberdade 2 32 30 6,30 3,58
Centro Cultural São Paulo 1 24 7 8,30 10,03
Praça D. José Gaspar 1 24 21 5,96 6,90
Praça Raul Seixas 1 8 4 2,48 0,52
Calçadão Cultural do Grajaú 1 19 8 22,48 22,93
Um jitter elevado produz uma recepção não regular de pacotes de dados,
inviabilizando uma transmissão normal que espera uma sucessão de pacotes a um ritmo
constante. Embora na maioria das vezes o cenário ideal não possa ser obtido, o jitter
deve pelo menos ter uma gama de variação limitada
Verifica-se que nas Praças da Liberdade e D. José Gaspar a quantidade de
incidência >1ms registradas ao longo do período ocorre em 93,75%e 87,5%
respectivamente em relação a quantidade de medições do período, praticamente durante
todo o período. Nas praças da República, praça Raul Seixas e Calçadão Cultural do
Grajaú em torno de 50% do tempo. Infere-se destes resultados que a experiência de uso
da rede neste momentos não tenha sido satisfatória. Não pode-se associar que o aumento
de usuários tenha provocado tal situação pois conforme já analisado na latência
ocorreram altas medições mesmo em períodos com baixa quantidade de usuários
conectados. Os motivos destas métricas podem estar relacionadas a congestionamentos
na rede ou a necessidade de gerenciamento de buffer.
A análise sobre a taxa de perda de pacotes por hora durante os eventos analisados
é significativamente baixa e não afeta em grandes proporções a qualidade de utilização
do usuário ao conectar-se à rede. Dos poucos incidentes registrados durante os eventos
analisados, a maioria está abaixo do índice definido pela Anatel conforme resolução
no.574/2011 onde determina que a perda de pacotes seja inferior a 2%. A exceção foi a
praça D. José Gaspar que somente em um dia registrou 10 ocorrências de perda de
pacotes, com taxas que superam 2%.

5 Conclusão
Este artigo analisou o impacto dos eventos nas praças digitais do Projeto WiFi Livre SP
da cidade de São Paulo. Foram analisados eventos comuns a todas as praças digitais e
eventos específicos em algumas destas, sendo que a quantidade de usuários conectados
à rede sem fio foi o indicador para demonstrar a ocorrência de aumento ou não durante
os eventos. As praças que apresentaram aumento real na quantidade de usuários
conectados foram então analisadas na qualidade de desempenho destas redes.
As análises indicam aumento na quantidade de usuários conectados em praças
onde recebem eventos específicos e também em eventos que aconteceram anualmente
no mesmo local, a quantidade de usuários conectados manteve-se constante em sua
maioria, em eventos comuns a todas as praças. Pode-se afirmar ainda que mesmo com
os aumentos encontrados a grande maioria das praças funciona dentro dos limites
máximos de usuários previstos, com exceção das Praças D. José Gaspar e o Centro
Cultural São Paulo, que apresentaram valores superiores ao previstos, mesmo em
períodos sem recebimento de eventos. Na análise de desempenho durante eventos: a
taxa de entrada da praça percebe-se que todas estavam com taxas de recebimento abaixo
do esperado, e mesmo antes de chegar ao limite máximo permitido já estavam com suas
taxas de conectividade comprometidas. Em poucos momentos temos os 512 Kbps sendo
atingidos nas praças, a maioria não chegou a este valor durante os eventos analisados.
As poucas praças que obtiveram resultados positivos com taxa de conectividade foram
resultantes do baixo registro de usuários conectados e consequentemente melhora de
performance. Na análise sobre a latência, observa-se alguns problemas, mas não foi
encontrado um relacionamento direto com a variação da quantidade de usuários
conectados, pois existiram momentos com alta latência e poucos usuários. Ao
considerarmos a análise de jitter, apura-se que de 6 praças analisadas duas
ultrapassaram mais de 85% das medições aferidas com alto jitter e outras 3 praças
ficaram em torno de 50% dos registros de medição e quanto a perdas de pacotes foram
poucas ocorrências, também não sendo possível relacioná-los a quantidade de usuários
conectados.
Como trabalhos futuros, pretende-se a criação de perfis comportamentais das
praças digitais por grupos, de acordo com os níveis de acesso previstos de usuários:
baixo, médio e alto acesso, região e função, modelando estes dados, para posterior
criação de cenários para predição comportamental das praças digitais durante eventos.

Referências
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de desempenho. PUC-Campinas. São Paulo.
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Ratusznei, J., Silva, W., Pinheiro, N., Melo, R., Kamienski, C. (2015). Uma Rede WiFi
Aberta de Larga Escala como Infraestrutura para Cidades Inteligentes, SEMISH
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