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Perspectiva de web 3.

0 no modelo do Tim Berns-Lee e no


modelo de blockchains

1 – Introdução

A internet passou por grandes transições desde sua criação. Dessa forma,
o presente trabalho busca analisar a web 3.0 no modelo do Tim Berns-Lee e, também,
sob a perspectiva da web 3.0 no modelo de blockchains. A partir disso, será abordado
as vantagens e desvantagens de uma aplicação moderna comparado a um modelo
descentralizado.

Desta forma, vale destacar que para a criação desse trabalho foi realizado
uma pesquisa bibliográfica, no qual foi levantado informações sobre os temas propostos.
Assim sendo, a primeira parte vai abordar sobre a Web Semântica e a evolução do
modelo de web 2.0 para o modelo de web 3.0. Em sequência será abordado o problema
de armazenamento de dados no modelo atual e como esse modelo pode ser alterado
no modelo de web 3.0 e, além disso, será abordado as vantagens e desvantagens nos
modelos.

Na próxima parte, será discutido as vantagens e desvantagens das


plataformas atuais de streamings, como Netflix, Spotify, Youtube, entre outras em
relação as plataformas descentralizadas. E por fim, trazer a conclusão acerca desse
pequeno trabalho.

2 – Evolução do modelo Web 2.0 para o modelo Web 3.0

A web semântica é uma web de dados, que entre outras fornecem um


ambiente onde uma aplicação pode consultar outros dados ou fazer inferências usando
vocabulários controlados. Todavia, para tornar a Web de dados uma realidade, é
importante que as enormes quantidades de dados existentes na WEB estejam
formatadas no mesmo padrão, pois somente assim será possível acessar e gerenciar
esses dados pelas ferramentas da Web Semântica (ALMEIDA, 2012).

Segundo Da Silva (2016), a web 2.0 permitiu uma comunicação entre seus
usuários, consequentemente, isso resultou em formação de grupos, opiniões e
interesses. Da Silva (2016) afirma que, o foco da web 2.0 não estava na tecnologia, mas
sim, na interação entre os usuários, onde o objetivo foi desenvolver aplicativos que
aproveitem a inteligência coletiva da rede. No entanto, segundo Paletta (2014), a web
3.0 demanda que as enormes quantidades de dados existentes na WEB estejam
formatadas no mesmo padrão, pois somente assim será possível acessar e gerenciar
esses dados pelas ferramentas da Web Semântica. Dessa maneira, conforme Paletta
(2014), a web 3.0 tem os usuários individuais como foco e busca entender suas
preferências a fim de fornecer experiências adaptadas ao seu comportamento. Tudo
isso, mantendo a transparência por meio do blockchain e sua infraestrutura de código
aberto.

3 – Armazenamento de dados no modelo Web 3.0

Dessa maneira, as primeiras bases semânticas só começaram a surgir a


partir da WEB 3.0, uma vez que esse modelo permite um controle maior por parte do
usuário de seus dados pessoais. Segundo Oliveira (2018), a web 3.0 facilita o uso de
sistemas de informações e rastreamento a fim de disponibilizar e direcionar informações
personalizadas para os usuários. Um exemplo existente já utilizado para o modelo Web
3.0, segundo Paletta (2014) é o banco de dados emergente chamado SPARQL. Esse
banco de dados consegue consultar RDF até ligações já prontas no formato XML ou em
OWL. Dessa maneira, a utilização de novas plataformas descentralizada de
armazenamentos tem como objetivo gerarem maior confiabilidade para quem utiliza,
tendo em vista que não permite que ninguém além do destinatário final possa acessar
os dados porque os dados são transferidos com fortes criptografias.

Em vista disso, a utilização de novos meios de armazenamentos pode vir a


funcionar com soluções próxima como o blockchain, dado que moedas como Filecoin
seriam de grande valia para as principais empresas do mundo, tendo em vista que a
criptomoeda Filecoin é um provedor de base de dados não centralizados que permite
que os usuários guardem seus arquivos em um sistema sem uma base central. Além
disso, é possível com que o usuário criptografe seus arquivos trazendo ainda maior
proteção para os dados.

Contudo, conforme Paletta (2014), a maior dificuldade para a transformação


para esse modelo, isto é, o modelo 3.0 na visão do Tim Berns-Lee é devido a forma
como as empresas armazenam suas informações, já que grande parte das empresas
conseguem lucrar com os dados que possui em suas bases. Além disso, as empresas
evitam ao máximo alterar os custos de todos os seus ecossistemas de
armazenamentos, pois o modelo atual atende as necessidades que elas possuem.

4 – Modelos de streamings centralizados x plataformas descentralizadas

As plataformas centralizadas possuem um modelo com altos custos de


armazenamentos e distribuição de vídeos. Consequentemente, de acordo com Brito
(2021), o principal ponto negativo das plataformas de streamings atuais são a baixa
receita gerada para os artistas e criadores de conteúdo. Além disso, ainda segundo o
autor, outro problema enfrentado no modelo atual é em relação as leis de direitos
autorais e distribuição de repasse para os artistas, dado que, esse repasse pode levar
meses ou até mesmo alguns anos para serem repassados para os artistas.

Outro ponto relevante, de acordo com Mota (2019), acontece porque as


gravadoras por financiar toda a produção e divulgação dos artistas, na maioria das
vezes, formalizam contratos que beneficiam mais a própria produtora do que o artista.
Dessa forma, o modelo atual faz com que as gravadoras não sejam totalmente
transparentes com seus artistas, uma vez que algumas informações sobre as obras não
são repassadas para o artista, como quantas vezes suas músicas foram executadas,
número de ouvintes, entre outras informações.

Em vista disso, uma das possibilidades no modelo blockchain é a utilização


de smart contracts. Segundo Mota (2019), esse tipo de contrato permite aos artistas
através de metadados uma divisão mais clara para todas as partes envolvidas na obra
musical. Um exemplo de plataforma descentralizada é o Musicoin, no qual a música
passa por um processo de mineração chamado UBI – Universal Basic Income. Nessa
plataforma, o artista passa a receber moedas virtuais de acordo com a quantidade de
execução de suas músicas e compartilhamentos. Conforme abordado pelo autor, outra
função do smart contracts seria de calcular o valor pago ao artista por utilização dos
direitos autorais, tendo em vista que essa é uma das maiores dores do modelo atual.

Portanto, segundo Brito (2021) as vantagens das plataformas


descentralizada possibilitam que os usuários escolham se querem remover anúncios de
comerciais que passam nos serviços de streaming. Um dos exemplos desse tipo de
plataformas, isto é, de plataforma descentralizada é o Flixxo. Essa plataforma permite
que o usuário tenha autonomia sobre os seus dados, isto é, as coisas que ele criou ou
consumiu sem que haja o controle de uma plataforma centralizada, por exemplo, Spotify
ou Netflix.

5 – Conclusão

Portanto, podemos concluir que os objetivos das plataformas de streaming


descentralizadas são: maior independência dos artistas sobre suas obras musicais e
tornar o sistema de arrecadação de receita e distribuição de direitos autorais mais justos
e transparentes para os artistas independentes. No entanto, nada impede que em breve
as plataformas centralizadas atuais, como Youtube, Spotify, Netflix e outras plataformas
digitais lancem seus próprios tokens e tragam novidades em seu modelo a fim de
entrarem de vez nessa nova dinâmica da Web.

6 - Referências Bibliográficas

ALMEIDA. W. F.; JUNIOR. E. C. Web 3.0: O futuro da internet nas nuvens. ETIC –
Encontro de Iniciação Científica. Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo,
Presidente Prudente – SP, 2012.

ARAÚJO. G. S. G. Estudo de viabilidade da tecnologia blockchain aplicado à


transparência no repasse de royalties nas plataformas streaming de música.
2021. 115 f. Tese (Mestrado) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba (IFPB), João Pessoa, 2021.
DAL’EVEDOVE, B. A. O.; FIGUEIRA, L. B. ENCONTRABILIDADE DIGITAL E WEB
3.0: uma Web estruturada para comunicação entre máquinas e seres
humanos. Revista Interface Tecnológica, vol.14, n°1, Taquaritinga – SP, 2017.

MOTA. M. M. Blockchain: Uma alternativa para tornar o sistema de arrecadação e


distribuição de direitos autorais em relação à música mais justo e transparente.
2019, 32 f. Monografia – Faculdade de Direito, Universidade Federal Fluminense, Rio
de janeiro, 2019.

MUCHERONI, M. L.; PALETTA, F. C. O desenvolvimento da Web 3.0: Linked Data


e DBPedia. 2014, Anais. São Paulo: Escola de Comunicações e Artes, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2014.

RUFINO, F. M.; DA SILVA, M. B. A WEB 2.0 NA INFORMATIZAÇÃO DE


BIBLIOTECAS: um estudo propositivo. Revista do Instituto de Ciência da
Informação da UFBA, vol.10, n°2, Salvador, 2016.

OLIVEIRA, F. R.; MAZIERO, R. C.; ARAÚJO, L. S. de. UM ESTUDO SOBRE A WEB


3.0: evolução, conceitos, princípios, benefícios e impactos. Revista Interface
Tecnológica, vol.15, n° 2, Taquaritinga - SP, 2018.

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