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COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
Compreender as mudanças evolutivas do Ensino à distância;
ÍNDICE
SUB-M7.1 – PLATAFORMAS: FINALIDADES E FUNCIONALIDADES
A EVOLUÇÃO DA WEB
Na opinião de Rosen (2006), cada dez anos emergem novas tendências a nível tecnológico;
nesse sentido, nos anos 70, surgiram os mainframes, nos anos 80 a tecnologia cliente-servidor,
nos anos 90 a Internet e na década de 2000 a Web 2.0.
O termo Web 2.0, da autoria de O' Reilly (2005), surgiu numa sessão de brainstorming no
Media Live International em outubro de 2004, com o objetivo de criar uma sustentabilidade
teórica para as mudanças que estavam a ocorrer na rede mundial de computadores. A web
2.0 trata-se de uma evolução da Web 1.0. Mas que evolução foi essa que justificou mesmo
uma nova designação? Para Downes (2006), a Web 2.0 é muito mais uma revolução social do
que tecnológica, ou seja, o que de mais importante aconteceu foi a nova postura e a atitude
de quem acede e utiliza a rede. Na perspetiva de Simão (2006), uma das principais
5 Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem
características da nova Web é o facto dos usuários, que antes tinham um papel passivo,
poderem agora produzir conteúdos. Uma maior facilidade de produzir conteúdo e de colocá-
lo online segundo o autor, gerou várias alterações: a primeira foi a capacidade crítica e ativa
dos utilizadores que agora têm novas formas de comunicar com o mundo. A segunda tem a
ver com o facto da facilidade de publicar ter possibilitado a criação de comunidades que se
juntam em torno de um interesse ou tema comum o que leva à criação de relações
interpessoais que fortalecem o sentido de comunidade. Por último, quantas mais pessoas
envolvidas na produção de conteúdo para a Web maior é qualidade do serviço. Quantos mais
membros, maior é a atualização, a atualidade, a confirmação e a validação dos conteúdos.
Outra das grandes inovações da Web 2.0 foi tornar possível aceder e usar aplicações online
criando ambientes mais semelhantes ao ambiente de trabalho. Desta forma, torna-se mais
simples utilizar sites que requerem do utilizador a tarefa de preencher e atualizar a sua própria
informação. Esta simplicidade e rapidez potenciou o surgimento das redes sociais, que são
sites apoiados em bases de dados que permitem manter informação sobre cada pessoa
atualizada pelo próprio e estabelecer ligações entre conhecidos e amigos virtuais ou reais.
A Web 2.0 deu origem ao que foi batizado de desktop móvel, mas cuja denominação mais
apropriada seria PC móvel, já que ela torna praticamente desnecessário ter um PC, pois é
possível manter todo o conteúdo do seu computador on-line, utilizando-o em qualquer
momento e em qualquer máquina, incluindo aplicativos e mesmo sistemas operacionais.
Com o desenvolvimento da Web 2.0, a tendência é que o único software que precise estar
instalado no PC seja um browser. Existem diversos programas deste tipo, sendo os mais
conhecidos na atualidade, o Microsoft Edge, Mozilla Firefox, Google Chrome entre outros. Os
navegadores permitem, portanto, que os utilizadores da rede acedam a páginas WEB de
qualquer parte do mundo e que enviem ou recebam mensagens do correio eletrónico.
Atualmente, devido à magnitude da rede existem dispositivos especiais de localização de
informações normalmente designados de motores de busca. Os mais conhecidos são o Google
e o Bing. Há também outros serviços disponíveis na rede, como transferência de arquivos
entre utilizadores (download), teleconferência em tempo real (videoconferência).
Segue-se a Web 3.0: “também conhecida como web semântica, caracterizada pela
cooperação com sistemas de armazenamento e busca programada de conteúdos”. Segundo
Benito-Osorio, Peris-Ortiz, Armengot e Colino (2013) combina inteligência humana e artificial
para fornecer informação mais relevante, oportuna e acessível.
6 Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem
Web 4.0: “que é a rede da integração em que se prevê conexão simbiótica entre seres
humanos-máquinas.” Segundo Benito-Osorio, Peris-Ortiz, Armengot e Colino (2013), é
baseada na comunicação sem fios conectando pessoas e objetos quando e no mundo físico
ou virtual em tempo real.
Acresce ainda uma nova geração a Web 5.0, que segundo Benito-Osorio, Peris-Ortiz,
Armengot e Colino (2013) se caracteriza por ser projetada para personalizar as interações
entre computadores e humanos e para criar experiências que entusiasmam os utilizadores.
Obriga a ter uma motivação forte e um ritmo próprio. Este tipo de formação, uma vez que é
solitário, obriga a uma elevada motivação e disciplina.
Custos de formação mais elevados. As equipas envolvidas na elaboração dos cursos têm
necessidade de frequentar com regularidade ações de formação para se atualizarem.
11 Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem
PLATAFORMAS COMUNITÁRIAS:
Este tipo de plataformas foca-se na construção de redes sociais entre pessoas que partilhem
interesses ou atividades, permitindo uma melhor integração entre elementos de uma equipa.
A grande maioria das plataformas comunitárias permitem a criação de perfis, meios
necessários para a interação entre as várias pessoas pertencentes à rede e a partilha de
ficheiros.
Nome Endereço Custos Descrição
GroupSite www.groupsite.com Gratuito/Várias O GroupSite é uma ferramenta colaborativa social para equipas de
modalidades pessoas, que permite a partilha de calendários, criação de subgrupos
dentro da equipa, criação e galerias de fotos, partilha de ficheiros
(vídeos, documentos, etc), partilha de objetivos e criação de perfis.
SocialGo www.socialgo.com Gratuito/Várias Ferramenta que permite a criação de redes sociais entre grupos de
modalidades pessoas. O SocialGo oferece chats via vídeo e áudio, definições de
privacidade para um melhor controlo sobre quem acede à rede, blogs e
opções de e-mail.
Elgg.org http://elgg.org Gratuito Plataforma que permite a criação de uma rede social que pode conter
todas as características dos plugins disponíveis no site da plataforma,
entre estas tempos, chat, álbuns, grupos, etc.
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PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS
COMUNICAÇÃO DIRETA
Segue-se uma lista de plataformas que permitem a comunicação direta entre utilizadores, seja
por mensagens instantâneas escritas, conversas de voz ou videoconferência.
Nome Endereço Custos
Skype www.skype.com Gratuito/Várias
modalidades
Trillian www.trillian.im Gratuito/Várias
modalidades
Pidgin http://pidgin.im Gratuito
BigAnt www.bigantsoft.com Trial/Várias
modalidades
Google Hangouts hangouts.google.com Gratuito
▪ Lembrar-se de que dialogar com alguém através do computador não isenta das
regras comuns da sociedade, por exemplo, o respeito ao próximo;
▪ Usar sempre a força das ideias e dos argumentos. Nunca responder com palavrões.
▪ Apesar de compartilhar apenas virtualmente um ambiente, ninguém é obrigado a
suportar ofensas e má-educação;
▪ Evitar enviar mensagens curtas em várias linhas;
▪ Ninguém é obrigado a usar a norma culta, mas é preciso usar um mínimo de
pontuação. Ler um texto sem pontuação, principalmente quando é grande, gera
desconforto, e, além disso, as hipóteses de ser mal interpretado são muitas;
▪ Evitar escrever em outra língua quando não solicitado;
▪ Evitar ser arrogante ou inconveniente;
▪ Não interromper o assunto tratado pela outra pessoa;
▪ Evitar ao máximo usar emoticons de letras, palavras e coisas do género;
▪ Usar a funcionalidade de se autodeterminar um status ou estado como away, ou
ausente, se possível;
▪ Procurar ser o mais claro possível para não gerar confusão;
▪ Não sair do mensageiro sem se despedir da pessoa com quem está "falando";
▪ Em fóruns e listas de discussão, deixar o papel de moderador para o próprio
moderador;
▪ Em textos muito longos, deixar uma linha em branco em algumas partes do texto,
paragrafando-o;
▪ Dependendo do destinatário de seu texto, evitar o uso de acrónimos e do
“internetês”;
▪ Não copiar textos de sites ou qualquer outra fonte que possua conteúdo protegido
por registo e que não permita cópias e sempre, mesmo com autorização de cópia,
cite as fontes quando utilizá-las.
Tal como no ensino presencial, o formador num curso em e-learning tem de atuar como
organizador e facilitador da participação dos formandos, usando um conjunto de estratégias
pedagógicas necessárias para lhes assegurar uma experiência de aprendizagem
enriquecedora.
O e-formador tem de promover, estimular, orientar e apoiar as interações que ocorrem no
processo de formação e que, de acordo com Mason (1998), tem três dimensões:
- “Guia não participante” (Guide on the Side): abordagem semelhante à dos seminários, com
o e-formador a dirigir e conduzir múltiplas discussões que decorrem entre os estudantes, mas
contendo-se a participar em demasiadas interações diretas.
- Instrutor ou líder de projeto: como facilitadores de cursos online, os e-formadores
desempenham um papel instrutivo, devem fornecer feedback, orientar e definir as regras das
interações.
- Líder do processo de grupo: o e-formador deve promover a participação de todos nas
discussões, guiando-as e focando-as em linhas construtivas.
Por seu lado Berge (1995), classifica a intervenção dos moderadores em quatro áreas:
Para poderem desempenhar a variedade das funções atrás referidas, os e-formadores devem
possuir um conjunto de características pessoais, e habilidades e competências pedagógicas,
tecnológicas e comunicacionais.
Hywel Thomas da Training Foundation, referido em Shepherd (2003), tentou sintetizar, numa
mnemónica de 4 P’s, as qualidades que os e-formadores devem possuir:
Positivo – Estabelecer ligações, gerar entusiasmo, manter interesse, e ajudar nas dificuldades;
Comunicação síncrona
▪ Chat
Por tudo isto, o planeamento antecipado, a decisão quanto à moderação (quem modera e de
que forma), são fundamentais para garantir o sucesso das sessões de chat, e assegurar que se
atingem os objetivos da sua utilização no enquadramento do curso em que se realizam.
Assim, na moderação de sessões de chat em contexto educativo, e das inúmeras
recomendações disponíveis na Internet sobre este assunto, tenta-se sintetizar alguns
conselhos essenciais sobre a utilização do chat em e-learning:
• Planear e preparar cuidadosamente as sessões - definir os objetivos, formato/tipo
da sessão, duração, tópico e regras de funcionamento. Escrever previamente os
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▪ Áudio e Videoconferência
Comunicação Assíncrona
▪ Fóruns de discussão
Os fóruns de discussão são outra das ferramentas comummente utilizadas nas ações de
formação em regime de e-learning. A generalidade das plataformas de e-learning
disponibilizam fóruns de discussão, ainda que com diversas designações. Tal como o correio
eletrónico e as listas de distribuição, os fóruns possibilitam a troca de mensagens, divulgação
de informações e discussão de assuntos, de forma assíncrona. Mas, contrariamente ao que se
passa no correio eletrónico, em que as mensagens são entregues, de forma automática, na
caixa de correio dos destinatários, nos fóruns de discussão os participantes têm de aceder e
“entrar” na área do fórum para ler e responder às mensagens. Esse carácter não intrusivo dos
fóruns, pode ser considerado uma vantagem, mas pode ser também um inconveniente: é
necessário que os formandos tomem a iniciativa de aceder ao fórum, para contactarem e
participarem nas interações que lá ocorram. Outra vantagem dos fóruns é o facto de
permitirem estruturar, organizar, preservar e manter o registo dos diálogos, discussões e
trocas de pontos de vista que neles decorrem. Esta é uma característica de grande relevância
no contexto do ensino-aprendizagem.
A existência de um “espaço” onde estão reunidas, e organizadas, o conjunto das mensagens
trocadas a propósito de um determinado tópico ou assunto, permite que qualquer
participante consiga “reconstituir” a discussão e troca de informação que até aí decorreu, e
nela possa intervir, se o desejar.
Do conjunto das recomendações constantes da bibliografia e das fontes de informação na
Internet, tentamos sintetizar alguns conselhos e aspetos essenciais a ter em consideração na
utilização de fóruns de discussão:
• Planear cuidadosamente a utilização do fórum de discussão – definir as atividades
que deverão decorrer no fórum, estabelecer o respetivo calendário, escolher a sua
designação e preparar as mensagens iniciais, que originarão as respetivas linhas de
discussão;
• Definir e divulgar as regras de funcionamento e utilização do fórum – os formandos
devem conhecer as regras e normas de funcionamento, ter oportunidade de
experimentar e aprender a sua utilização na fase inicial do curso, conhecer as regras
de netiqueta que deverão ser usadas, quais as expectativas quanto à sua
participação (qual a frequência aconselhável de acesso, o número mínimo de
mensagens que deverão colocar e a forma como será avaliada a participação – se
aplicável);
25 Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem
Esta plataforma tem já um enorme impacto a nível mundial. É utilizada em mais de 175 países
e está traduzida em cerca de 70 línguas. Podendo ser utilizada por comunidades que mantêm
ou não contacto presencial entre os seus membros, a participação pode revestir-se de
contornos muito ricos e significativos. Mesmo as comunidades cujos membros sustentam
práticas de trabalho colaborativo presencial, utilizam as tecnologias para partilhar
documentos, manter contacto entre as reuniões ou enviar informações uns aos outros.
Atualmente, existem projetos que agregam a sua comunidade de participantes em torno da
utilização do Moodle.
Funcionalidades
A página inicial de uma disciplina no Moodle é totalmente personalizável, em termos de
aparência visual e organização e disposição dos blocos de informação, que são chamados de
“boxes”. Isso confere grande flexibilidade aos formadores para organizar o material na página
e torná-los mais atrativos e funcionais. Os principais boxes de recursos são:
• Descritivo do curso, logótipo, mensagem de Boas-vindas;
• Busca por palavras-chave nos fóruns;
• Lista de usuários ativos nos últimos 5 minutos;
• Lista de participantes (formadores e formandos) e de grupos;
• Últimas notícias;
• Calendário mensal;
• Últimas modificações no site;
• Índice de acesso direto aos módulos;
• Configurações do curso;
• Lista de outros cursos;
• Bloco zero (Box superior da página, onde podem ser colocados recursos gerais do
curso e da disciplina, não especificamente ligados a um bloco semanal ou a um bloco
temático, tais como dinâmica do curso, fóruns e chat gerais, glossários, livros
eletrónicos, etc.)
• Para cada módulo do curso são criados boxes de tópicos ou boxes de semanas.
Os boxes podem ser escondidos dos formandos, mudados de lugar nas colunas a esquerda e
à direita, para cima ou para baixo (posição vertical), etc. Além disso a agenda temática ou da
semana (bloco relativo ao módulo ativo) pode ser indicado.
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• Atividades
É um item dinâmico com o qual o formando pode interagir. Existem dezenas de atividades no
Moodle, sendo que umas vêm de base com o Moodle e outras terão de ser disponibilizadas
pelo formador.
As atividades podem ser disponibilizadas assim que o formador as coloca na página ou ser
ocultadas temporariamente. Na primeira opção é possível construir uma atividade em várias
etapas sem que os formandos a consigam ver e também ter várias atividades disponíveis
gradualmente aos alunos. Para além disso é possível definir se são aplicadas em grupo,
podendo ser comentadas e classificadas por professores e alunos.
• Recursos
Um recurso é um item estático que é utilizado pelo formador para dar suporte aos formandos.
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BIBLIOGRAFIA
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