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Manual de Formação

Pedagógica
Inicial de Formadores
Módulo 7 – Plataformas Colaborativas e
de Aprendizagem

Formadora Sandra Sequeira


Módulo 7
Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem

Competências a adquirir:
No final do Módulo 7, o formando deverá ser capaz de:
• Compreender as mudanças evolutivas do Ensino a Distância;
• Identificar as caraterísticas e as vantagens do e-learning;
• Compreender o funcionamento das Plataformas de suporte da formação a distância;
• Identificar regras de formação através da internet;
• Reconhecer a importância do e-formador/e-mediador no processo formativo à
distância;
• Identificar e aplicar os mecanismos/softwares de comunicação online;
• Desenvolver uma formação utilizando as Plataformas Colaborativas e de
Aprendizagem para suporte de materiais.

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Índice

Sub-Módulo 7.1 – Plataformas: Finalidades e Funcionalidades ........................................... 3


1) Pesquisa e navegação na Internet................................................................................... 3
2) A evolução da Web (da 1.0 à atual) ................................................................................ 4
3) Ferramentas da Web: Pesquisar e produzir conteúdos ..................................................... 6
4) Princípios básicos de e-learning e plataformas de eLearning...................................................7
5) Aprendizagem Cooperativa e colaborativa. ............................................................................ 9
6) Tipologias e Funcionalidades de uma Plataforma......................................................... 12
7) Técnicas de adaptação dos conteúdos disponibilizados em papel à sua
disponibilização online .................................................................................................. 13

8) Regras de “Net-etiqueta” ............................................................................................. 13

Sub-Módulo 7.2 – Comunidades Virtuais de Aprendizagem ................................................15


1) Comunidades virtuais de aprendizagem e integração com a web………………………………15
2) Inserção de recursos didáticos em plataformas colaborativas e de aprendizagem -
Normas .......................................................................................................................... 16

3) Ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas ................................................ 17


4) E-formador e E-moderador – princípios básicos, papel e funções ................................ 17

Bibliografia ................................................................................................................................ 21

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Sub-Módulo 7.1
Plataformas: Finalidades e Funcionalidades

1) Pesquisa e Navegação na Internet

Navegar na Internet significa mover-se de um website para outro, seguindo links.


Navegamos pela rede mundial de computadores: www (“world wide web”). corresponde a uma
rede de comunicação de milhões de computadores interligados, mais conhecida como Internet, que
oferece inúmeros serviços. São bilhões de páginas publicadas sobre os mais variados temas,
organizadas em websites.

Por exemplo: https://www.iefp.pt/

• http:// (HyperText Transfer Protocol Secure) – Protocolo de Transferência de


Hipertexto Seguro
• www – significa que o endereço está na Worl Wide Web
• IEFP – domínio registrado
• pt – é o código para sites em português

Outros domínios:

• .org: Indica que o website é uma organização sem fins lucrativos


• .edu: Indica que o website é uma organização educacional
• .gov: Indica que o website é uma organização governamental
• .com: Indica que o website é uma organização comercial

Para podermos navegar na Internet, utilizamos Navegadores, também Conhecidos como


Browsers. Os Navegadores mais utilizados por todo

o mundo são:
• Edge
• Google Chrome
• Mozilla Firefox

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Motores de Pesquisa
Um motor de busca ou motor de pesquisa na Internet é um servidor informático
especializado na procura de informação na web.

A maioria dos motores de pesquisa reúne todo o tipo de páginas sobre uma grande
variedade de temas. Usam na maioria dos casos técnicas de rastreamento, indexação de
página e pesquisa decidindo que páginas devem ser rastreadas, selecionam as páginas a serem
indexadas e decidem como as classificar.

Exemplos de motores de pesquisa:

• Google
• Bing
• Archive.org
• ASK.com
• Yahoo.com
• Etc

2) A evolução da Web (da 1.0 à atual)

Desde a sua criação, a Web tem sofrido grandes mudanças e marcadas pela implementação
de novas tecnologias. Conhecidas como Web 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0, essas fases contam com
características muito específicas.

Web 1.0
A primeira versão da Internet era chamada de Web 1.0, possuindo duas caraterísticas que
marcavam o seu conceito fundamental – a leitura e a ligação a outras páginas. Não havia
interação. Assemelhava-se a páginas impressas e exibia somente informações estáticas. Web
Web 2.0

Em 2004 surge a chamada Web 2.0, responsável por uma mudança significativa na forma
de como os conteúdos eram colaborativamente criados, modificados, copiados, pelos
internautas.

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A partir daí, o utilizador pôde gerir conteúdos, deixando de ser apenas um mero espectador.
Surgem ferramentas intuitivas e de fácil utilização, como por exemplo, os serviços de wikis,
vídeos e blogs, e ainda as redes sociais como, Twitter, Facebook, TikTok, Uber, Whatsapp,
YouTube, LinkedIn, entre outros, a forma como interagimos, consumimos conteúdo, produtos
e serviços, ficou cada vez mais dependente da web.

Outra mudança importante prende-se com o facto de se passar a ver a Internet como
plataforma de desenvolvimento e trabalho.

Com a web 2.0, compramos produtos, adquirimos serviços, a nossa sociedade está
interligada pela web.

Web 3.0
A Web 3.0 surge mais focada nas estruturas dos sites e menos no utilizador, isto porque
pretende organizar de forma mais inteligente todo o conhecimento já disponível. Assim, é
possível analisar muito mais informações com menor trabalho e resultados mais precisos.

A Web 3.0 nasce dos processos de transformação digital e baseia-se no uso de máquinas
para melhorar a eficiência de atividades antes realizadas manualmente pelo utilizador. Surge
o uso de tecnologias de automação a machine learning, que ajudam, inclusive, a melhorar o
desempenho de serviços da própria internet. Essas implementações estão presentes desde os
algoritmos de recomendação de conteúdo para o utilizador .

Web 4.0

A Web 4.0 tende a intensificar o uso da inteligência de dados e a estreitar a linha que separa
humano e máquina, expandindo algo que já vem sendo visto na Web 3.0.

Essa tendência já vem sendo notada em conceitos como o Open Finance, Open Health, nas
permissões explícitas para armazenamento de cookies em navegadores e na ideia geral do
próprio utilizador ter controle sobre a partilha dos próprios dados na rede.

Também é válido apontar que a quarta geração da web baseia-se nas características do
mercado e necessidades do internauta moderno — implicando num possível aumento da
interação entre indivíduos em plataformas digitais.

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3) Ferramentas da Web: Pesquisar e produzir conteúdos

Produzir conteúdo não é apenas criar textos, temos de pensar no público-alvo e adaptar a
informação. Quando relacionamos à formação, temos de pensar como a vamos dar.
Presencial? À distância, misto?

O planeamento é fundamental para o sucesso da formação, em função das várias áreas


temáticas, será realizado um planeamento das sessões em diferentes modalidades – sessões
síncronas, assíncronas ou presencial.

Vamos falar da formação online, apesar dos conteúdos poderem ser também utilizados no
presencial, como forma de dinamizar igualmente a formação.

Existem dois tipos de formação online: os cursos com apoio de formadores e os cursos por
tutoriais.

Nos cursos com apoio de formadores, existe um vasto leque de ferramentas e softwares da
Web à disposição de todos:

• Fóruns de discussão;
• Chats (sessão em tempo real com o formador e comunicação por escrito);
• Ferramentas da plataforma Moodle, Microsoft Teams, Classroom, etc;
• Troca de emails;
• Videoconferência;
• Etc.

Ao longo do curso, os formandos serão acompanhados pelo formador, quer utilizando


ferramentas assíncronas, quer síncronas e por sua vez os formandos poderão beneficiar de
todas as ferramentas disponíveis para tirar dúvidas junto dos formadores. Para isso, podem
utilizar fóruns, email, chats, etc

A escolha das ferramentas utilizadas na formação deve ser cuidadosa, de forma a favorecer
o processo de aprendizagem por parte dos formandos.

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Nos cursos por tutoriais, como não existe apoio por parte de um formador, não utilizam
ferramentas como o fórum de discussão. No entanto, os formandos podem ter acesso a todas
as sessões durante o curso. Para estudarem os conteúdos do curso e realizarem as atividades
propostas, existem várias alternativas:

• Consultar a sessão online, em formato html, e através de um browser, tendo para tal
que estar ligado à Internet;
• Consultar a sessão em formato pdf ou executável, podendo estar desligado da
Internet, caso já tenha feito o download dos ficheiros;
• Imprimir os apontamentos das sessões.

Para realizar as atividades, o formando poderá optar por responder em html, diretamente
no fórum ou anexar um ficheiro.

Este é um tipo de curso que exige que o formando esteja motivado para o fazer, pois sem o
acompanhamento do formador, facilmente se desmotiva.

A produção de conteúdos deve ser adequada ao tipo de formação e diria até que, a
diversidade e a utilização de conteúdos interativos, facilita a aprendizagem.

Hoje em dia temos ferramentas diversas que ajudam a dinamizar a formação, desde Jogos
a vídeos interativos como o Kahoot e o H5P.

4) Princípios básicos sobre e-learning e plataformas de eLearning

O termo e-learning engloba muito mais do que a aprendizagem realizada online com recurso
a plataformas de aprendizagem. Em termos de conceito, o EaD pode ser definido como:

“aquele em que aprendente e formador/tutor não se encontram no mesmo espaço,

estabelecendo-se a comunicação e a interação através de formas de comunicação

distintas das tradicionais, ou seja, sem recurso a comunicação face a face, realizada em

sala de formação ou em contexto de trabalho”. (Koogan, 2008)

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Neste tipo de aprendizagem, o material para estudo e todas as informações inerentes ao
curso, são disponibilizados online. A formação à distância é mais versátil, no sentido em que
os materiais pedagógicos, como são disponibilizados online, podem ser alterados, corrigidos e
atualizados pelo autor ou pelo formador com rapidez e facilidade. Isto permite ao formando
aceder a informação mais recente e mais atual.

O e-learning carateriza-se pela facilidade e mobilidade do ensino, onde o formando poderá


aceder às aulas onde quer que esteja e em qualquer horário, não havendo obrigatoriedade de
cumprimento de horários rígidos, a não ser nos momentos síncronos, quando os há.

Resumidamente, a formação em e-learning permite:


• Uma aprendizagem mais eficaz: o formando define o seu método de estudo e o seu
ritmo de aprendizagem;
• Aceder aos conteúdos do curso a qualquer hora e em qualquer lugar, sem estar
condicionado a um espaço físico nem geográfico;
• Comunicar com colegas e formador, sem terem de estar ao mesmo tempo na
plataforma;
• Ter acesso a conteúdos pedagógicos mais dinâmicos e interativos;
• Integrar grupos mais alargados e de diferentes regiões geográficas, aproveitando a
riqueza da diversidade e da proximidade.

Por outro lado, o e-learning, tem também algumas desvantagens

• Podem surgir problemas técnicos relativos à internet;


• Necessidade de maior esforço por parte dos formandos;
• Não se adequa a todas as formações;

Apesar de estarmos a falar no e-learning, como uma formação colaborativa, há ainda os


cursos que são apenas de autoformação, como os MOOC (Curso Online Aberto e Massivo, do
inglês Massive Open Online Course).

No ensino por autoformação, o formando trabalha sozinho ou com uma participação muito
limitada do formador. Na aprendizagem colaborativa, co tutoria, o formando integra-se num
grupo de trabalho virtual, com o apoio do formador, como vimos acima.

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Uma formação em e-learning com tutoria pode ser dividida em sessões assíncronas e
sessões síncronas (no b-Learning ainda terá também sessões presenciais).

As sessões assíncronas, preveem um nível de interatividade não imediato entre os


formandos e formador, visto que a comunicação não é feita em tempo real, mas sim através
de ferramentas apropriadas. O e-learning síncrono diz respeito ao tipo de aprendizagem online
com um formador virtualmente presente, turma limitada e com hora marcada. Aqui a
comunicação é feita em tempo real, através das ferramentas apropriadas.

5) Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa

No domínio da aprendizagem, o trabalho colaborativo entre formandos e ou formadores,


concretiza-se, muito frequentemente, por um trabalho de equipa. Nos cursos à distância,
procura-se incentivar a colaboração entre os participantes para que seja formado um grupo de
aprendizagem, que possibilite a troca de experiências e conhecimentos.

Antes de mais, vamos definir aprendizagem cooperativa e colaborativa. A aprendizagem


cooperativa é um processo educacional onde os participantes ajudam e confiam uns nos outros
para atingir um objetivo definido. A aprendizagem cooperativa procura promover alguns
benefícios da liberdade individual e outros da colaboração em comunidades de aprendizagem
online. Isto é, ela transforma os ambientes de aprendizagem virtuais que enfatizam a liberdade
individual em comunidades de aprendizagem online.

Podemos pensar que colaborar e cooperar são sinónimos, contudo o termo colaborar é mais
amplo do que o termo cooperar. podemos dizer que a aprendizagem cooperativa pode ser um
subtipo da aprendizagem colaborativa.

Imagine que divide o seu grupo em 2, um faz pesquisa e constrói um texto e outro,
elabora a ferramenta de apresentação, por exemplo desenvolve um vídeo ou um PowerPoint,
o trabalho final resultou na junção das 2 atividades, houve assim uma aprendizagem
cooperativa, mas não houve uma aprendizagem colaborativa.

Se por sua vez todos discutissem, por exemplo num brainstorming o conteúdo e depois
apresentassem em conjunto, o resultado era de colaboração, pois todos tinham colaborado e
ajudado o seu par nesse momento de aprendizagem.

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A aprendizagem colaborativa pode definir-se como um conjunto de métodos e técnicas
de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de
desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social),
onde cada membro do grupo é responsável, quer pela sua aprendizagem quer pela
aprendizagem dos restantes elementos.

Para alguns autores, a aprendizagem colaborativa é um processo que ajuda os formandos a


alcançarem níveis mais profundos de conhecimento, da partilha de objetivos e da investigação
mútua. Não são apenas as atividades colaborativas em si que sustentam uma comunidade de
aprendizagem, mas sim o espírito de colaboração.

São vários os autores que sustentam que a aprendizagem colaborativa melhora os


resultados educacionais, isto porque as estratégias adotadas aumentam o envolvimento dos
formandos, motivando-os para o alcance da aprendizagem. O trabalho colaborativo é um
aspeto fundamental dos processos de aquisição do conhecimento. O diálogo e a interação são
fundamentais para a aprendizagem. Os processos de aprendizagem colaborativa podem ser
incorporados em vários ambientes e de várias formas.

Numa formação em ambiente colaborativo, esta é centrada no formando ao invés de no


formador. Resumidamente, o trabalho colaborativo centra-se em:

• Trabalhar em equipa;
• Trabalhar colaborativamente na resolução de problemas;
• Acomodar a opinião dos outros, identificando com cordialidade pontos de
concordância e de divergência;
• Participar de forma criativa e construtiva em projetos de discussão online;
• Participar em discussões de grupo, apresentando as suas ideias, lançando novas
ideias, conceitos, modelos, entre outros;
• Recorrer às ferramentas Web para suportar o trabalho colaborativo;
• Valorizar a diversidade de culturas, de experiências, conhecimentos e competências
de cada um.

Desta forma, são várias as vantagens apontadas à aprendizagem colaborativa:


• Maior motivação dos formandos;
• Maior nível de aprendizagem;
• É possível fazer mais, num período de tempo menor;
• Cada membro do grupo tem algo único com que pode contribuir;
• Fomenta o espírito de equipa;

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• Fomenta o espírito crítico;

Por outro lado, algumas desvantagens podem ser apontadas à utilização deste tipo de
aprendizagem, tais como:

• Os formandos têm ritmos diferentes;


• Alguns formandos podem participar pouco por não se sentirem à vontade com o
resto do grupo;
• Há pessoas que não conseguem trabalhar em equipa, quer seja por não gostarem, quer
seja por serem pouco flexivos;
• A avaliação final pode não ser justa, daí a importância de vários momentos de avaliação
ao longo do curso;
• Há o risco de se perder muito tempo discutindo tópicos irrelevantes e por isso, também
aqui temos de realçar o papel do formador como moderador para minimizar este
impacto.

De facto, nem todas as tentativas de implementação de um processo de aprendizagem


colaborativa serão bem-sucedidas, já que, sob certas circunstâncias, os benefícios potenciais
não são alcançados. Por isso, o sucesso da aprendizagem cooperativa e colaborativa não
depende exclusivamente da utilização de tecnologias de informação e comunicação ou da
implementação de ambientes virtuais, mas acima de tudo, de uma mudança de postura quanto
à forma de se relacionar e interagir com os outros.

No quando abaixo encontramos as principais diferenças entre o ensino tradicional e o


colaborativo:

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6) Tipologias e Funcionalidades de uma Plataforma

Uma Plataforma dispõe de um conjunto de mecanismos que promovem a interação


pedagógica entre o formador e os formandos. As plataformas podem ser definidas como
ambientes dotados de recursos pedagógicos que, se forem bem explorados, podem
potencializar o alcance da aprendizagem.

As plataformas são essencialmente especializadas para as dimensões pedagógicas da


formação online. Apresentam um conjunto de funcionalidades de fácil utilização e
acessibilidade.

Podemos apontar como principais funcionalidades das plataformas:


• Partilha de informação (conteúdos, recursos e materiais pedagógicos);
• Construção do conhecimento (desenvolver modalidades de aprendizagem
colaborativa, nas várias áreas do saber);
• Interação permanente;
• Pesquisa, investigação e planificação;
• Envolvimento em atividades colaborativas utilizando:
o Fóruns;
o Caixa de mensagens;
o Chats;
o Wikis;
o H5P;
o Glossários;
o Inquéritos;
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o Calendarizações;

A oferta de plataformas de ensino no mercado é bastante diversificada, tendo desde


plataformas simples e gratuitas, até plataformas licenciadas ou específicas para determinados
níveis educacionais. Estes ambientes variam em muitos aspetos, nomeadamente nas
funcionalidades e ferramentas que cada um oferece.

7) Técnicas de adaptação dos conteúdos disponibilizados em papel à sua


disponibilização online

No âmbito de uma formação em e-learning ou b-learning, com disponibilização de


conteúdos online, é necessário ter algum cuidado, como sabemos os materiais disponibilizados
online são um alvo mais fácil de plágio do que quando são entregues em papel.

Um outro cenário em que os conteúdos necessitam de ser adaptados, prende-se com a


quantidade de ficheiros. Ou seja, quando existe um número elevado de documentos para
disponibilizar, o melhor é colocá-los numa pasta comprimida, em formato zip.

Seja qual for o método utilizado, lembre-se que o conteúdo tem de ser acessível e
pertinente para o público-alvo e não se esqueça que o nosso objetivo, enquanto formadores é
formar e se o nosso conteúdo for útil, porque não partilhar?

No caso de vídeos, por exemplo, sendo bastante pesados, sugeria colocar na plataforma
Youtube como não listado.

8) Regras “Net-etiqueta”

“Assim como no mundo real existem regras de "Etiqueta" e "Boas Maneiras", também no Mundo
Virtual existem regras de conduta. A Net-etiqueta define todo o tipo de comportamento de um
usuário dentro da Internet, nomeadamente na comunicação virtual.”

In: http://comunicacaovirtual.no.sapo.pt/netetiqueta.htm

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Por vezes o que é escrito pode ser mal interpretado por quem lê do outro lado, se não forem
tomadas medidas de precaução. Devemos ter especial atenção na participação em diversas
atividades proporcionadas por um ambiente de aprendizagem online, nomeadamente no
envio de emails, participação em fóruns de discussão, chats, etc.

Por Net-etiqueta entende-se um conjunto de normas e regras de estar, comportar e


participar em ambientes de aprendizagem online, de forma a evitar problemas na
comunicação.

A fim de sermos bem interpretados e evitar erros de comunicação, devemos respeitar os


seguintes itens:

• Devemos adotar um tom construtivo, dialogante e empático, mesmo quando


discordamos de determinada ideia ou ponto de vista;

• NÃO ESCREVER EM MAIÚSCULAS, porque é o equivalente a falar alto ou gritar na


comunicação oral; e Se é o primeiro contacto com uma pessoa ou grupo, tenha
em consideração a formação das primeiras impressões.

• Adeque o nível de linguagem ao grupo, e tenha atenção à sintaxe e à ortografia;

• Procure não ser demasiado formal, expressando as suas emoções e sentimentos


através da utilização de sinais gráficos chamados emoticons ou smileys, mas não
abuse;

• Evitar comentários sobre sexo, religião e política, a menos que estes sejam os
assuntos em discussão;

• Evitar o uso excessivo de abreviaturas e siglas;


• No início de cada conversação, cumprimentar sempre primeiro os participantes;
• Não escrever mensagens demasiado extensas;
• Antes de enviar uma mensagem, verifique-a, colocando-se na posição do receptor;
• Procurar apresentar o texto sempre separado por parágrafos;
• Verificar se a sua mensagem já foi respondida de forma a evitar repetir questões;
• Procurar ser o mais claro e objetivo possível;

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• Quando estiver a enviar um email para mais do que um destinatário, coloque os
endereços de email em BCC, de forma a evitar a divulgação de endereços
particulares;
• Devemos lembrar-nos que o e-mail é um meio rápido de trocar de mensagens,
onde brevidade e objetividade são fundamentais. Para tal é bom não enviarmos
ficheiros em anexo sem autorização prévia do destinatário;

Sub-Módulo 7.2

Comunidades Virtuais de Aprendizagem

1) Comunidades virtuais de aprendizagem e integração com a web

Uma comunidade virtual pode ser definida então como uma comunidade de pessoas
compartilhando interesses comuns, ideias e relacionamentos, através da Internet, ou outras
redes colaborativas. As comunidades virtuais de aprendizagem, sendo softwares que auxiliam
na montagem de cursos online, permitem que nesse espaço se encontrem pessoas com
objetivos comuns, e que estas estabeleçam relações. Através da formação à distância, é
possível o desenvolvimento de novas relações, de troca de conhecimentos, tornando-se um
espaço que materializa a comunicação, a cultura e a educação.

As comunidades virtuais de aprendizagem realizam comunicações interativas, onde as


normas, os valores e os comportamentos são definidos na própria comunidade. A
aprendizagem é cooperativa e todos os indivíduos têm o mesmo direito de participação. Aqui,
os formandos assumem um papel ativo na construção do seu conhecimento e o formador
assume o papel de orientador.

As comunidades virtuais de aprendizagem representam novas possibilidades para o


processo de ensino e aprendizagem, tanto no âmbito da educação formal (escolas
tradicionais) como no da educação não-formal (educação comunitária, educação para a vida).

São exemplos de comunidades virtuais de aprendizagem os blogues, os fóruns de discussão,


as plataformas Moodle, etc.

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A evolução das tecnologias Web tem conduzido à proliferação de sistemas e aplicações
online para desenvolvimento de conteúdos digitais, de diversos formatos – texto, imagem,
áudio, vídeo e multimédia.

A Web passou a ser encarada como uma plataforma de serviços, onde a formação é apenas
um deles.

A formação à distância está associada ao e/b-learning e às plataformas de ensino à


distância. No ensino online é necessário deixar que o formando construa o seu conhecimento
e o formador passa a ser moderador, facilitador e avaliador dessa aprendizagem.

Tendo em conta a crescente liberalização dos conteúdos e à facilidade associada à sua


reprodução, alteração e difusão, a problemática da reserva dos direitos de autor ganha uma
nova dimensão, necessitando de ser abordada junto dos formadores das entidades de
formação.

2)Inserção de recursos didáticos em plataformas


colaborativas e de aprendizagem – Normas Scorm.

Scorm é um acrónimo para “Sharable Content Object Reference Model”, que define um
modelo de "como se fazer" e "como se executar" cursos baseados na Web. As normas Scorm
são um conjunto de especificações, criando um amplo e adequado grupo de capacidades do
ensino online, que permitem acessibilidade e reutilização de conteúdos.

Para além deste objetivo, as normas Scorm pretendem:

• Padronizar o modo como os conteúdos se relacionam com os sistemas que os suportam


(sejam eles plataformas de e-learning ou repositórios de conteúdos);

• Reutilizar os objetos de aprendizagem, permitindo ao autor do conteúdo utilizá-lo em


contextos diferentes. Isto é, o mesmo conteúdo pode ser incorporado em vários contextos
e ter várias utilizações (em diferentes disciplinas/módulos);

• Flexibilizar a aprendizagem uma vez que podem ser construídos vários percursos de
aprendizagem e estes disponibilizados a diferentes alunos;
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• Portabilidade/migração ao permitir que os SCO’s sejam independentes da plataforma
de e-learning ou do repositório utilizados. Os objectos de aprendizagem podem assim ser
transportados entre ambientes de e-learning de diferentes instituições.

3) Ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas

Tal como já referido no Sub-Módulo 7.1, são várias as ferramentas web disponíveis para a
formação online. Estas ferramentas subdividem-se em ferramentas de comunicação síncrona
e assíncrona.

As sessões síncronas dizem respeito ao tipo de aprendizagem online onde se reproduz


virtualmente o ambiente de sala de aula presencial, com um formador presente, e com hora
marcada. Ou seja, a comunicação é feita em tempo real. Neste tipo de sessões, são utilizadas
ferramentas, tais como:

• Chats;
• Videoconferências;

As sessões assíncronas prevêem um nível de interatividade entre os formandos e o


formador, não imediato, mas com algum intervalo de tempo. Esta comunicação é feita através
de ferramentas tais como:

• Email;
• Fóruns de discussão;
• Blogs ou wikis
• Glossários

4) E-formador e E-moderador – princípios básicos, papel e funções

No ensino à distância, da mesma forma como no ensino presencial, o formador tem que
atuar como organizador e facilitador da participação dos formandos, usando o conjunto de
estratégias pedagógicas para lhes assegurar uma experiência de aprendizagem enriquecedora.

“O e-learning como novo cenário de formação, para além de novos desafios no que concerne
às funções didácticas do formador veio (re)lançar todo um conjunto de problemáticas
17
nomeadamente no que diz respeito às competências exigíveis aos e- formadores, ao seu papel
enquanto potenciais autores de e-conteúdos e à natureza das relações dos e-formadores com
as instituições de formação (Dias e outros, 2004:115).

Podemos afirmar que o papel dos formadores evoluiu. Têm que assumir, atualmente, tarefas
em novos domínios e nesse sentido devem receber uma formação específica para o ensino
electrónico. Para assegurar um ensino num ambiente virtual de aprendizagem requer
competências de ordem tecnológica e organizacional, mas também novas qualificações que
permitam aplicar métodos didáticos apropriados (Scheuermann, 2002).” In: Centro Nacional de
Qualificações de Formadores, IEFP. Newsletter de Março.

O e-formador e o e-moderador devem promover, estimular, orientar e apoiar as interações


que ocorrem no processo formativo, que, de acordo com Mason (1998), têm três dimensões:

• Interação entre formador e formando;


• Interação entre formando e conteúdos;
• Interação entre formandos.

O e-moderador deverá fazer um esforço concentrado no uso de técnicas para aumentar o


nível de interação, promover confiança e encorajar a exploração de ideias. O papel do e-
moderador passa por criar estratégias e oferecer suporte apropriado e orientação aos
participantes, permitindo assim, a construção de significados e o intercâmbio de informações.

Salmon (2000) desenvolveu um modelo de e-learning em 5 níveis (ver figura abaixo). Cada
nível implica que os participantes possuam certas competências técnicas (canto inferior
esquerdo de cada nível) e exige diferentes intervenções e competências de moderação do e-
formador (canto superior direito de cada nível).

O modelo de Gilly Salmon assenta em cinco patamares:

1º, o acesso e motivação, onde o aprendiz pode experimentar alguma frustração e o e-


moderador deve facilitar o acesso e encorajar e motivar para a integração e familiarização com
a plataforma;

2º A socialização, onde os participantes estabelecem a sua própria identidade on-line e


formam a micro comunidade onde vão interagir;

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3º A troca de informação, onde se desenvolvem actividades graças à cooperação e onde os
participantes têm dois tipos de interacção: com os outros colegas e o e-moderador e com os
conteúdos;

4º A construção do conhecimento, onde se formam grupos de discussão e a interacção


torna-se mais colaborante e a comunicação depende do estabelecimento de entendimentos
comuns;

5º O desenvolvimento, onde os participantes se tornam responsáveis pela sua própria


aprendizagem e pela aprendizagem do seu grupo. Os participantes procuram mais benefícios
no sistema para ajudá-los a alcançar os seus objectivos pessoais, explorando como integrar a
aprendizagem on-line noutras formas de aprendizagem e reflectir nos processos de
aprendizagem.

Do primeiro para o quinto patamar as interacções vão crescendo, mas, neste último,
regressa-se a percursos mais individuais.

Após o planeamento, estruturação e calendarização da ação de formação, a atenção dos e-


formadores tem de voltar-se para a sua implementação e orientação. Isso implica realizar um
conjunto de tarefas, antes, durante e depois do período de realização do curso.

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A intervenção dos e-formadores no decorrer de um curso de e-learning, foi analisada, entre
muitos outros autores, por Dias (2001) e Duggleby (2002). A tabela seguinte reproduz as
tarefas que estas autoras enumeraram.

Dias (2001) Duggleby (2002)


o Acolhimento (warm-up) o Acolher os alunos
o Encorajar e motivar o Encorajar e motivar
o Promover a interação, participação e o Controlar os progressos obtidos
orientação o Assegurar-se que os alunos estão a

o Fornecer retorno/resposta (feedback) trabalhar ao ritmo certo

rápido o Fornecer informação, desenvolver,

o Criar e animar grupos clarificar, explicar

o Promover a colaboração entre os o Fornecer comentários aos trabalhos


formandos dos formandos

o Facilitar as discussões o Certificar-se que os formandos estão


o Monitorar o progresso à altura dos padrões requeridos

o Controlar o ritmo o Garantir o sucesso das discussões


o Dar informação e acrescentar online
conhecimento o Tornar-se facilitador de uma
o Definir trabalhos e tarefas comunidade de aprendizagem

o Assegurar que os objetivos do curso o Fornecer conselhos e apoio técnico


são atingidos o Concluir o curso
o Avaliar os participantes
o Avaliar o curso

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Bibliografia

• Cação, R.; Dias P. (2003). ‘Introdução ao E-learning’. Porto: Sociedade Portuguesa de


Inovação.
• https://sites.google.com/site/ferreirasandysil/fundamentacao/aprendizagem-
colaborativa, consultado em janeiro de 2023
• https://prezi.com/brx9negmlq9v/modulo-7-plataformas-colaborativas-de-
aprendizagem/ consultado em dezembro de 2022
• Cunha, F. ; Uva, M. (2016) “A Aprendizagem Cooperativa: Perspetiva De Docentes E
Crianças”
• https://pt.slideshare.net/Antonino2405/navegao-e-pesquisa-na-internet-13902568
consultada em janeiro de 2023
• Dias, P. (2008). ‘Da e-moderação à mediação colaborativa nas comunidades de
aprendizagem’. In Educação, Formação & Tecnologias. Vol. 1 (1). Pp. 4-10. Disponível
em http://eft.educom.pt.
• Duggleby, Júlia (2002). ‘Como ser um tutor online’. Edições Monitor, Lisboa.
• Eloy Rodrigues. ‘O papel do e-formador (formador a distância)’. Universidade do Minho
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