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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ODONTOLOGIA, FARMÁCIA E ENFERMAGEM


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

BRENA ÍVINA AMORIM DE LIMA

O USO DA MÚSICA NO MANEJO DA ANSIEDADE EM PACIENTES


ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA

FORTALEZA

2019
BRENA ÍVINA AMORIM DE LIMA

O USO DA MÚSICA NO MANEJO DA ANSIEDADE EM PACIENTES ONCOLÓGICOS


SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA

Monografia apresentada ao Curso de


Enfermagem do Departamento de Enfermagem
da Universidade Federal do Ceará.
Orientadora: Prof.ª Dra. Andrea Bezerra
Rodrigues

FORTALEZA
2019
BRENA ÍVINA AMORIM DE LIMA

O USO DA MÚSICA NO MANEJO DA ANSIEDADE EM PACIENTES ONCOLÓGICOS


SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA

Monografia apresentada ao Curso de


Enfermagem do Departamento de Enfermagem
da Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Profa. Dra. Andrea Bezerra Rodrigues (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Profa. Dra. Maria Isis Freire de Aguiar
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Prof. Dr. Michell Ângelo Marques Araújo
Universidade Federal do Ceará (UFC)
A Deus.
Ao meu amado irmão (in memorian) e aos meus
pais.
AGRADECIMENTOS
A Deus por conduzir meus caminhos e dar forças para eu seguir em frente a cada dia.
A meus pais pelos seus esforços em me ajudar e por estarem comigo sempre.
À toda minha família, por me ajudarem a prosseguir no caminho dos meus sonhos, em
especial minhas tias Alba Edna, Luzenilda, Josenilda Ivoni, Alzenira e Aldenira; meus tios
Josenildo e Rosenildo, minha vó Alda ,meu vô Francisco e à D. Lourdes.
Ao meu amado sobrinho Pedro Levi, uma das minhas mais valiosas fontes de inspiração.
À minhas amigas Bárbara Silva e Cosma Pinheiro pelas suas palavras de carinho,
incentivo e compreensão e ao meu amigo Sérgio Rodrigues que acreditou em mim mais que eu
própria.
Às minhas queridas amigas Angélica Gomes, Érika Tavares, Rayane Lima e Rosângela
André que me acompanharam durante essa trajetória e são uma fonte de inspiração em minha
vida.
A todos os professores que contribuíram para minha formação e à minha turma pelos
conhecimentos compartilhados
À Liga Acadêmica de Saúde da Família e a Liga Acadêmica de Oncologia- LAON por
todos os conhecimentos e experiências que me proporcionaram.
À Universidade Federal do Ceará pela minha formação profissional adquirida ao longo
desses 5 anos e por propiciar condições para que eu me mantivesse no curso, além da
diversidade de saberes e experiências.
À minha brilhante orientadora Pra Andrea Rodrigues, a quem admiro como pessoa e
como profissional, pela sua dedicação, paciência, carinho, por acreditar no meu potencial e me
motivar a prosseguir.
Aos professores Michell Ângelo Marques Araújo e Maria Isis Freire Aguiar, que
compuseram a Banca examinadora, junto a minha orientadora, por suas contribuições no
presente trabalho.
Às enfermeiras do Hemoce: Selênia, Soraia, Silvana e Liduina e a todos os técnicos de
enfermagem que lá trabalham pelo acolhimento e pelo auxílio durante a pesquisa.
Às acadêmicas Vitória, Larissa, Rebeca e Ruth, que me auxiliaram nas coletas e foram
essenciais para a realização desta pesquisa.
Ao estatístico Brazil Júnior pela atenção, paciência e auxílio na análise dos dados.
Aos pacientes que participaram desse estudo e a todos que contribuíram direta ou
indiretamente para a realização do mesmo ou contribuíram para minha formação profissional.
RESUMO
A ansiedade é um problema comum em pacientes oncológicos, estando associada com o
estigma da doença e ao tratamento, especialmente a quimioterapia. Os efeitos negativos da
ansiedade nos pacientes incluem: piora da condição física, má resposta do paciente ao
tratamento e comprometimento dos papéis sociais. A musicoterapia é uma prática integrativa
complementar em saúde que pode ser utilizada como intervenção pelo enfermeiro na sua prática
clínica. O uso da música tem tido efeitos benéficos em pacientes oncológicos no alívio da dor,
da fadiga, das náuseas e vômitos antecipatórios, da depressão e da ansiedade. A presente
pesquisa teve como objetivo verificar a eficácia de intervenção musical na redução da ansiedade
em pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia antineoplásica; caracterizar a amostra
quantos as variáveis clínicas e demográficas; descrever as pontuações de ansiedade-estado antes
e após a intervenção conforme classificação (baixa, média e alta) e comparar as médias de
ansiedade-estado pré-teste e pós-teste. O método utilizado consiste em um estudo piloto de um
estudo experimental, do tipo ensaio clínico não controlado, realizado em um ambulatório de
quimioterapia de um hospital universitário em Fortaleza-CE. A coleta de dados utilizou dois
instrumentos, o primeiro, um instrumento de dados clínicos e sociodemográficos e o segundo,
o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). A música utilizada na intervenção era de
sons da natureza, cuja aplicação tinha duração de 30 minutos. O cálculo amostral inicial era de
22 participantes. A análise dos dados foi realizada com o programa SPSS, versão 22.
Compuseram a amostra 12 pacientes em tratamento quimioterápico com idades entre 27 e 78
anos, sendo a maioria mulheres, com ensino fundamental incompleto, religião católica, estado
civil casado ou em união estável, tendo como ocupação cuidar do lar, que foram ao serviço
acompanhadas pelos filhos, tendo o câncer e mama como neoplasia mais prevalente. Os níveis
de ansiedade-estado antes da intervenção musical eram predominantemente o moderado (75%;
9/12) e o alto (16.6%; 2/12), já após a intervenção foram preponderantes os níveis baixo (41.6%;
5/12) e moderado (50%; 6/12), evidenciando uma redução nos níveis de ansiedade na amostra
estudada. A comparação das pontuações médias de ansiedade-estado apresentadas pelos
pacientes nos períodos pré-teste (M = 42,5; DP = 8,98) e pós-teste (M = 32,7; DP = 8,32)
mostrou uma redução na média de ansiedade-estado após a intervenção, sendo estatisticamente
significante segundo o teste de t de Student.

Palavras-chave: Oncologia. Ansiedade. Música. Musicoterapia. Terapias complementares.


Ensaio clínico
ABSTRACT

Anxiety is a common problem in oncology patients, stagnating with disease stigma and
treatment, especially chemotherapy. Health problems in the patient include: worsening of
physical condition, poor patient choice and treatment of social roles. Music therapy is an
integrative practice in health that can be performed as a father's disease in his or her clinical
practice. The use of music has been legitimate in cancer patients without the relief of pain,
fatigue, nausea and vomiting, anxiety and anxiety. The results on the medical research have
been in the patients with clinical patients in the patients with clinical patients in antineoplastic;
characterize a sample as the clinical and demographic variables; to describe how anxiety-state
scores before and after a storm as classification (mean, high, and low) and comparable as pre-
test and post-test anxiety state averages. The method has already been done in a pilot study of
an experimental, uncontrolled clinical trial, conducted in a chemotherapy outpatient clinic of a
university hospital in Fortaleza-CE. A data collection uses two instruments, the first one, the
clinical data and socio-demographic data bin, and the second, the Trait-State Anxiety Inventory
(IDATE). The song was in the time of child of the nature, having its application lasted 30
minutes. The initial sample size was 22 participants. Data analysis was performed with the
SPSS program, version 22. The sample consisted of 12 patients undergoing chemotherapy
treatment between 27 and 78 years, being an end woman with incomplete elementary school,
catholic religion, marital status or in stable union .To have such as cared for, that were to follow
behavior by postings, having cancer and breast neoplasm more prevalent. The average anxiety
levels before the intervention were predominantly moderate (75%, 9/12) and high (16.6%,
2/12), since they were predominant in the high level (41.6%; / 12) and moderate (50%, 6/12),
evidencing a reduction in anxiety levels in the sample studied. The comparison of the mean
anxiety-state scores presented by the patients in the pre-test (M = 42.5, SD = 8.98) and post-
test (M = 32.7, SD = 8.32) showed a reduction in the mean of state-anxiety after the
intervention, being statistically significant according to the Student's t-test.

Keywords: Oncology. Anxiety. Music. Music Therapy. Complementary Therapies. Clinical


Trial.
. LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterização sociodemográfica e clínica dos participantes que possuíam


ansiedade (n=12) .............................................................................................. 19

Tabela 2 Categorização dos participantes quanto ao seu nível de ansiedade


(n=12) .............................................................................................................. 20

Tabela 3 Comparação do nível de ansiedade-estado antes e após a intervenção


musical............................................................................................................... 21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTH Hormônio adrenocorticotrófico


CRH Hormônio corticotrófico
GABA Ácido-aminobutírico
IDATE Inventário de Ansiedade Traço-Estado
INCA Instituto Nacional do Câncer José Alencar da Silva
MCPD Massa Cinzenta Periaquedutal Dorsal
NANDA American Nursing Diagnosis Association
NIC Nursing Intervention Classification
OMS Organização Mundial da Saúde
ONS Oncology Nursing Society
PICS Práticas Integrativas Complementares em Saúde
PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
RCBP Registro de Câncer de Base Populacional
SNA Sistema Nervoso Autônomo
SNC Sistema Nervoso Central
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
STAI State-Trait Anxiety Inventory
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 16
2.1 Geral................................................................................................................................. 16
2.2 Específicos........................................................................................................................ 16
3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................ 17
3.1 A fisiologia da ansiedade................................................................................................ 17
3.2 Tratamento farmacológico............................................................................................. 18
3.3 Tratamento não farmacológico...................................................................................... 19
3.4 Musicoterapia.................................................................................................................. 20
4. MÉTODO........................................................................................................................... 23
4.1 Tipo de estudo.................................................................................................................. 23
4.2 Campo de estudo............................................................................................................. 23
4.3 População e amostra....................................................................................................... 23
4.3.1 Critérios de elegibilidade............................................................................................... 24
4.3.2 Cálculo amostral............................................................................................................. 24
4.4 Instrumentos para a coleta de dados............................................................................. 25
4.5 Operacionalização da coleta de dados........................................................................... 26
4.6 Intervenção musical........................................................................................................ 28
4.7 Análise e apresentação dos resultados........................................................................... 28
5.RESULTADOS................................................................................................................... 30
5. 1 Caracterização da amostra............................................................................................ 30
5.2 Estatística descritiva sobre os dados de ansiedade dos participantes........................ 31
5.3 Efeito da intervenção musical sobre a ansiedade......................................................... 32
6. DISCUSSÃO...................................................................................................................... 33
7. CONCLUSÃO................................................................................................................... 36
8.REFERÊNCIAS................................................................................................................. 37
9. ANEXOS............................................................................................................................ 45
ANEXO A- ESCALA STATE-TRAIT ANXIETY INVENTORY (STAI) .................... 45
ANEXO B - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO DE
ENFERMAGEM ONDE SERÁ DESENVOLVIDO O PROJETO ................................ 47
ANEXO C - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO ONDE SERÁ
DESENVOLVIDO O PROJETO ....................................................................................... 48
ANEXO D - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO ONDE SERÁ
DESENVOLVIDO O PROJETO ....................................................................................... 49
ANEXO E- AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL À REALIZAÇÃO DE PROJETO
DE PESQUISA ...................................................................................................................... 50
ANEXO F - DECLARAÇÃO DE FIEL DEPOSITÁRIO ................................................. 51
ANEXO G - DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA .................................................... 52
ANEXO H - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 53
56
10.APÊNDICES ....................................................................................................................
APÊNDICE A– Instrumento para coleta de dados – Roteiro semiestruturado para
coleta de dados sócio demográficos e clínicos .................................................................... 56
APÊNDICE B – Protocolo Operacional Padrão – “O uso da música no manejo da
ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia
57
antineoplásica”.................................................................................................................
12

1. INTRODUÇÃO

O câncer constitui um importante problema de saúde pública e compreende um conjunto


de mais de 100 doenças (JUSTINO, 2014). É uma doença de caráter crônico e multifatorial,
ocupando, na maioria dos países, a posição de segunda causa de morte mais prevalente
(OLIVEIRA et al, 2015).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer é responsável por 8,8 milhões
de óbitos anualmente, e todos os anos são diagnosticados mais de 14 milhões de casos novos
(WHO, 2017). No Brasil, são estimados para o período de 2018-2019 a ocorrência de 600 mil
casos novos de câncer a cada ano (INCA, 2017).
Nas últimas décadas ocorreram significativos avanços no diagnóstico e tratamento do
câncer. Entre os possíveis tratamentos estão a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a terapia
biológica e a hormonioterapia, usados sozinhos ou em combinação (LEITE; NOGUEIRA;
TERRA, 2015).
Apesar dos avanços científicos possibilitarem o diagnóstico e o tratamento de diversos
tipos de câncer, este ainda é cercado de muito estigma (RIBEIRO et al, 2014). Em virtude disso,
costumam ocorrer problemas de ordem emocional, tais como depressão e ansiedade durante o
tratamento (FARINHAS, 2013).
A quimioterapia antineoplásica é uma das principais terapêuticas utilizadas para o
tratamento do câncer, tem ação sistêmica e objetiva eliminar as células malignas que formam o
tumor. Porém, devido à sua ação não seletiva, atua tanto em células cancerosas como em células
saudáveis, e está associada a uma série de efeitos físicos e psicológicos secundários à sua
administração. Entre os físicos estão as náuseas, os vômitos, a diarreia, a constipação, a alopecia
e a mielossupressão. Já entre os de ordem psicológica, estão a depressão e a ansiedade (SHEIN
et al, 2006).
Na maioria dos casos, a ansiedade se revela como tensão, preocupação, nervosismo,
angústia, irritação e dificuldade de concentração (FERREIRA et al, 2016).
A ansiedade pode ser tida como patológica quando configura uma resposta que não condiz
apropriadamente a um estímulo, de maneira a fazer com que o indivíduo sinta insegurança,
experimente preocupação antecipada, encontre dificuldades para se ajustar ao ambiente e exiba
sinais de sofrimento (GULLICH et al, 2013).
Classifica-se a ansiedade em dois tipos, sendo eles o traço de ansiedade e o estado de
ansiedade. O primeiro refere-se à característica relativamente estável, variando de acordo com
cada indivíduo, que corresponde a como o mesmo costuma reagir a acontecimentos que geram
13

estresse no cotidiano. Já o estado de ansiedade está relacionado a uma atividade emocional


provisória, conforme a circunstância do momento (SILVA; ZANDONADE; AMORIM, 2017).
A ansiedade é um diagnóstico de enfermagem, que, segundo a NANDA- I (2018, p. 614)
é definida como “sentimento vago e incômodo de desconforto ou temor, acompanhado por
resposta autonômica (a fonte é frequentemente não específica ou desconhecida para o
indivíduo); sentimento de apreensão causado pela antecipação de perigo”.
Possui como características definidoras aquelas comportamentais (gestos de inquietação,
insônia, preocupação em razão de mudanças de eventos da vida), as afetivas (desamparo,
incerteza, medo, nervosismo, irritabilidade), as fisiológicas (tremores, aumento da tensão,
aumento da transpiração), as simpáticas (aumento da frequência cardíaca e respiratória, e da
pressão arterial), as parassimpáticas (diarreia, fadiga, dor abdominal, náusea) e as cognitivas
(alteração na atenção e concentração, bloqueio de pensamentos, confusão, capacidade
diminuída para aprender e para solucionar problemas) (NANDA-I, 2018).
Para os pacientes oncológicos, a ansiedade pode se iniciar no momento do diagnóstico
do câncer, oscilando durante todo o curso do tratamento (SMITH et al, 2014). Desse modo, a
ansiedade surge em virtude de uma associação de fatores, tais como a incerteza sobre o futuro,
a antecipação de desfechos negativos e o medo dos efeitos secundários ao tratamento (NG et
al, 2017). Surge ainda, como medo da dor, de ser um incômodo para os outros, e das mudanças
que o câncer impõe ao estilo de vida (IMRAN; MOOSABA; ANCHERIL, 2017).
Nos pacientes com câncer a ansiedade está relacionada com uma piora da condição física,
distúrbios do sono, dor, fadiga e com uma má resposta do paciente ao tratamento, podendo
inclusive aumentar o risco de suicídio (VILLORIA; LARA; 2018; NG et al, 2017). Além disso,
a ansiedade pode comprometer os papéis sociais, relacionamentos, objetivos e planos futuros
(SMITH et al, 2014).
Enfermeiros possuem importante papel no âmbito da Oncologia, lidando diretamente com
o paciente, de forma a fornecer grande parte dos cuidados necessários. A relação estabelecida
entre enfermeiros e pacientes permite que estes profissionais realizem uma avaliação completa
dos mesmos, atentando não apenas para suas necessidades fisiológicas ou clínicas, como
também para suas necessidades psicológicas e sociais; buscando então atendê-las (VILLAR,
2017). Assim, cabe aos enfermeiros a responsabilidade de estudar e compreender as evidências
relevantes, e aplicar intervenções apropriadas para reduzir a ansiedade dos pacientes (SMITH
et al, 2014).
O tratamento para a ansiedade pode ser farmacológico ou não farmacológico. O
tratamento farmacológico da ansiedade é realizado com medicamentos ansiolíticos, como o
14

midazolam e a sertralina, que tem resultado em redução significativa da ansiedade; e alguns


antidepressivos que também se mostraram eficazes, como a mirtazapina e a duloxetina
(SHELDON et al. 2008).
Evidências indicam que os fármacos podem ser eficazes no tratamento da ansiedade, no
entanto, devem ser sempre associados a intervenções não farmacológicas. As intervenções não
farmacológicas compreendem diversas estratégias, que têm sido utilizadas para reduzir a
ansiedade como massagem, aromaterapia, coaching e musicoterapia (SHELDON et al, 2008).
A musicoterapia é uma intervenção que integra a Classificação de Intervenções de
Enfermagem – Nursing Intervention Classification (BULECKEK; DOCHTERMAN;
BUTCHER, 2010), sendo definida como o “uso da música para ajudar a alcançar uma mudança
específica no comportamento, sentimento ou fisiologia”. Assim, a musicoterapia, para a
Enfermagem, corresponde ao uso da música de forma criteriosa, como um meio complementar
ao cuidado do ser humano, durante seu ciclo de vida, objetivando o equilíbrio e o bem-estar
(TORCHI; BARBOSA; 2006; SILVA et al, 2014). Além disso, a música facilita a comunicação
e comumente amplia a consciência individual no processo saúde-doença (SILVA et al, 2014).
A música é descrita como sendo capaz de reduzir sintomas, como a dor e a ansiedade.
Existem evidências de que a música tem efeitos fisiológicos relacionados à modificação do
metabolismo, liberação de catecolaminas, ajuste da frequência respiratória e pressão arterial,
diminuição da fadiga, tendo ainda efeitos sobre os sistemas muscular e sensorial, repercutindo
em melhora da atenção e concentração (SILVA et al, 2014). Ademais, a música incita emoções
e influencia diversos processos corporais que proporcionam relaxamento e bem-estar
(NOBREGA; SOUZA, 2013).
Um estudo realizado por Imram, Moosaba e Ancheril (2017) concluiu que o uso da
música em pacientes submetidos à quimioterapia foi significativamente satisfatório na redução
da ansiedade, pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória; quando comparado
com o grupo controle que recebia apenas os cuidados de rotina durante a quimioterapia.
Apesar dos resultados positivos encontrados em estudos realizados com o uso da música
para a redução da ansiedade em pacientes oncológicos, tal intervenção não é tão utilizada na
prática, principalmente nacionalmente; sendo necessários estudos que consolidem sua eficácia
de forma a incentivar o seu uso clínico. Assim, o presente trabalho abordará o seguinte
problema de pesquisa: “A aplicação de música é eficaz para a redução e controle da ansiedade
em pacientes submetidos à quimioterapia antineoplásica? ”.
Justifica-se este estudo devido à necessidade de verificar as evidências científicas que
avaliem os benefícios da música ao público específico de pacientes oncológicos em tratamento
15

quimioterápico, objetivando firmar o uso da intervenção musical na prática clínica, visando a


redução do sintoma ansiedade, além de expandir os estudos nacionais na temática.
16

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Verificar a eficácia de intervenção musical na redução da ansiedade em pacientes


oncológicos submetidos à quimioterapia antineoplásica.

2.2 Específicos

 Caracterizar a amostra de pacientes oncológicos em tratamento com quimioterapia


antineoplásica que possuem ansiedade quanto a variáveis clínicas e demográficas;
 Descrever a pontuação de ansiedade-estado na amostra estudada, conforme a classificação
(baixa, média e alta);
 Comparar as pontuações médias de ansiedade-estado apresentadas pelos pacientes nos
períodos de pré-teste (antes da intervenção) e pós-teste (após a intervenção).
17

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. A fisiologia da ansiedade

A ansiedade é desencadeada pela exposição a agentes estressores, que podem ser físicos
ou psicológicos, gerando medo e preocupação. Essa exposição, ativa o sistema de alerta do
organismo, mediante o estímulo de diferentes estruturas do sistema nervoso central (MARGIS
et al, 2003; ROSA, 2016).
A relação estabelecida entre determinado estressor e a resposta a ele direcionada pode
adquirir significado diferente para cada indivíduo, sendo reforçada ou enfraquecida conforme
as experiências de cada um (MAGRINELLI, 2018).
As manifestações emocionais da ansiedade incluem sentimento de medo, sensação de
insegurança, antecipação apreensiva e aumento do tempo de vigília ou alerta. Fisiologicamente
a ansiedade consiste num estado de funcionamento cerebral que pode ser explicado, entre outras
coisas, pela ativação do Eixo-hipotálamo-hipófise-adrenal e Sistema Nervoso Autônomo
(SNA), gerando sintomas tais como insônia, taquicardia, sudorese, tremor, tensão muscular e
aumento da pressão arterial (BRAGA et al, 2010).
Além do hipotálamo e da hipófise, outros componentes do sistema nervoso central
(SNC), como a amígdala e o hipocampo, também estão envolvidos na fisiopatologia da
ansiedade. Essas estruturas recebem as informações dos sistemas sensoriais e agem como
centros integradores comparando os dados sensoriais com as memórias preexistentes, gerando
inibição de comportamento e/ou aumento da vigilância quando há discrepância entre o esperado
e o acontecido (MARGIS et al, 2003).
A ativação da amígdala em resposta a estressores faz como que esta estimule o
hipotálamo a secretar hormônio corticotrófico (CRH) cuja atuação na hipófise anterior faz com
que ocorra a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), aumentado seus níveis
sanguíneos, tendo como resposta a liberação de glicocorticoides como o cortisol e a aldesterona
pelas glândulas adrenais (PAGLIARONE; SFORCIN, 2009).
O cortisol é um hormônio que atua no metabolismo corporal, exercendo efeitos
catabólicos que auxiliam a mobilização de energia para enfrentamento da circunstância
ameaçadora (GRAEFF; HETEM, 2004; BRAGA, 2010). Em excesso pode ocasionar aumento
da pressão arterial, dos níveis glicêmicos, além disso, pode gerar alterações no comportamento,
metabolismo ósseo e sistema imune (ROSA, 2016). Níveis aumentados de cortisol também
18

podem interferir no hipocampo causando alterações na memória e cognição (MARGIS et al,


2003).
Diferentes neurotransmissores são responsáveis por mediar, em maior ou menor grau, a
resposta do organismo a ansiedade. Entre eles destacam-se a serotonina, a noradrenalina, a
dopamina e o ácido gama- aminobutírico (GABA) (BRAGA et al, 2010).
A serotonina apresenta duplo papel na ansiedade, podendo estimular ou inibir a ação do
sistema de defesa do organismo. Sua atuação na amígdala em resposta a uma ameaça gera uma
resposta ansiogênica. No entanto, a serotonina também pode exercer um efeito ansiolítico
quando a área estimulada é a matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD) localizada no
mesencéfalo (MARGIS et al, 2003).
A noradrenalina é sintetizada em neurônios presentes na ponte e no bulbo, sendo os mais
importantes o da região chamada locus cerúleos, sua ativação produz uma reação
comportamental cardiovascular característica do medo. Admite-se que a função do locus
cerúleos seja monitorar o ambiente de forma contínua e prepara-lo para situações de emergência
(MARGIS et al, 2003).
A dopamina tem sua liberação e metabolismo aumentados no córtex frontal em
situações que causam estresse. Tal aumento pode ser resultado da diminuição das ações da
serotonina e culmina em um estado de hipervigilância em situações de estresse (MARGIS et al,
2003).
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, sua função na ansiedade
consiste na inibição dos neurônios serotoninérgicos. Os fármacos benzodiazepínicos têm seu
mecanismo de ação na sensibilização dos receptores GABA, aumentado assim o seu efeito
inibitório (BRAGA et al, 2010).

3.2. Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico é um importante recurso que objetiva favorecer a qualidade


de vida do indivíduo de forma a contribuir para seu bem-estar físico e mental (ALCÂNTARA,
2018).
No âmbito da saúde mental são utilizadas medicações denominadas psicofármacos, que
agem no sistema nervoso central, produzindo alterações no comportamento, cognição e humor,
podendo provocar dependência física e psíquica (ZANETTI et al., 2017).
O uso de tais fármacos pode ser contínuo, quando o indivíduo exibe sintomatologia
intensa, persistente e que causa grande comprometimento funcional. Já os quadros agudos ou
19

situacionais e de sintomas intermitentes, como quando o indivíduo é exposto a situações


ansiogênicas, não requerem uso contínuo (PERNAMBUCO, 2013).
Existem diferentes classes de psicofármacos são eles os ansiolíticos/hipnóticos,
antidepressivos, antipsicóticos e estabilizantes do humor. Os fármacos mais utilizados para o
controle da ansiedade são os antidepressivos e ansiolíticos (PERNAMBUCO,2013).
Os antidepressivos são os medicamentos de primeira escolha para a ansiedade, pois são
bem tolerados e não causam dependência (CRUZ et al., 2016; SOUSA et al., 2016). Nesse
grupo os mais utilizados são os inibidores seletivos de receptação de serotonina (ISRS) como o
citalopram e a sertralina e os inibidores da receptação de serotonina e noradrenalina (IRSN)
como a venlafaxina (CCATES, 2014).
Outros medicamentos bastante prescritos para a ansiedade são os benzodiazepínicos,
visto que possuem eficácia bem documentada nos tratamentos de curta duração, no entanto, seu
uso prolongado é contraindicado em virtude dos riscos de efeitos adversos, incluindo a
intoxicação, a dependência e a abstinência (SOUSA et al, 2016).

3.3. Tratamento não farmacológico


Estratégias não farmacológicas, também são denominadas práticas integrativas e
complementares em saúde (PICS) e consistem em recursos que:
[..] contribuem para a ampliação das ofertas de cuidados em saúde, para a
racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente
contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades; motiva as ações
referentes à participação social, incentivando o envolvimento responsável e
continuado dos usuários, gestores e trabalhadores nas diferentes instâncias de
efetivação das políticas de saúde, além de proporcionar maior resolutividade dos
serviços de saúde (BRASIL, 2015).

A Oncology Nursing Society (ONS) lista uma série de intervenções para prevenção e
tratamento da ansiedade, categorizando-as conforme o grau de evidências científicas para a
prática. São elencadas em categorias de intervenções do maior nível de evidência para o menor,
são elas: recomendado para a prática, provável ser efetivo, eficácia não estabelecida e eficácia
improvável (ONS, 2017).
A musicoterapia está entre as intervenções prováveis de serem efetivas, juntamente com
o uso de ansiolíticos, coaching, massagem, aromaterapia, relaxamento muscular progressivo,
intervenções espirituais e ioga (ONS, 2017).
A aromaterapia é uma medida não farmacológica, utilizada de forma ampla para o alívio
do desconforto em pacientes com câncer no ambiente em que recebem o tratamento. Pode ser
aplicada de duas formas: via inalação direta e associada a massagem (HSU et al, 2019). No que
20

se refere a massagem, esta é tida como um recurso terapêutico não invasivo, facilmente
aplicável, que tem sido usado para reduzir o estresse, a dor e a ansiedade (DOMINGOS,
BRAGA, 2015).
Um ensaio clínico não controlado realizado para investigar a efetividade da massagem
com aromaterapia na redução da ansiedade em pacientes com transtornos de personalidade
durante a internação psiquiátrica, concluiu que houve redução significativamente estatística na
frequência cardíaca e respiratória após a intervenção, bem como na pontuação da Escala de
Ansiedade Traço-Estado (DOMINGOS, BRAGA, 2015).
Um estudo quase experimental realizado por Karagozoglu e Khave (2011), avaliou a
eficácia da massagem na fadiga aguda e nos níveis de ansiedade de pacientes oncológicos que
estavam recebendo quimioterapia, concluindo que houve diminuição significativamente
estatística de ambos os sintomas após a intervenção.
Vorkapic e Rangé (2011) realizaram uma revisão de estudos que utilizaram a ioga para
redução da ansiedade, constatando redução nos níveis de ansiedade e estresse, que parece estar
associada a uma redução da atividade simpática. O estudo concluiu que a ioga é uma
intervenção efetiva com um bom custo-benefício.
A ioga é um sistema complexo de práticas espirituais, físicas e morais que objetivam
alcançar a autorrealização ou autoconsciência; sendo composto por diferentes elementos como
posturas, exercícios de respiração, relaxamento e meditação (VORKAPIC; RANGÉ, 2011).
Uma outra intervenção é o apoio espiritual, no qual está inserido a prece, que consiste
numa oração em que a pessoa pede algo a Deus para si. A prece foi utilizada em um estudo
quase experimental para avaliar os efeitos sobre a ansiedade em 20 pacientes oncológicos
submetidos ao tratamento quimioterápico. Os resultados do estudo evidenciaram redução do
nível de ansiedade e nos valores das frequências cardíaca e respiratória após 30 minutos de
intervenção (CARVALHO ET AL, 2014). Além das intervenções já descritas, também pode-
se utilizar a musicoterapia.

3.4. Musicoterapia

A música tem sido utilizada com finalidade terapêutica desde a antiguidade, seu uso foi
difundido na Grécia antiga, tendo Platão e Aristóteles como seus precursores, estes defendiam
as potencialidades preventivas e curativas do uso da música. Desde então, a terapia musical
vem sendo utilizada ao longo do tempo, em diferentes contextos, para o tratamento de desordens
físicas e psíquicas (OLIVEIRA; GOMES, 2014).
21

A musicoterapia é uma das práticas presentes na Política Nacional de Práticas


Integrativas e Complementares (PNPIC), lançada em 2006, sendo inserida juntamente com
outras 14 práticas por meio da portaria n°849 de 27 de março de 2017, que define a
musicoterapia como sendo:

A utilização da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), em grupo


ou de forma individualizada, num processo para facilitar e promover a comunicação,
relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos
terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais,
mentais, sociais e cognitivas.

O documento também afirma que a musicoterapia objetiva recuperar funções do


indivíduo para que este possa ter uma melhor qualidade de vida. Assim, o uso terapêutico da
música se deve a influência ampla e diversa que a mesma exerce sobre o indivíduo, favorecendo
o desenvolvimento emocional e afetivo e ativando tato, audição, respiração, circulação e
reflexos (BRASIL, 2017).
A musicoterapia é uma intervenção recomendada pela NIC, para sua execução são
propostas algumas atividades, tais como definir mudança específica no comportamento e/ou
fisiologia desejada; informar ao indivíduo o objetivo da intervenção musical; auxiliar que o
mesmo adote uma posição confortável; limitar estímulos externos como luzes e outros sons;
certificar-se que os equipamentos estão funcionando adequadamente; fornecer fones de ouvido,
como indicado; certificar-se que o volume está adequado, mas não muito alto; entre outras
(BULECKEK; DOCHTERMAN; BUTCHER, 2010).
A utilização da música é um ótimo instrumento terapêutico, visto ser de fácil uso,
acessível, não apresentar efeitos colaterais, podendo ser utilizado em diversos contextos e para
diversas doenças (FIRMEZA et al, 2017).
A música é uma maneira de organização que reúne elementos como o som, o silêncio e
o ruído, numa sequência correta, dentro de um espaço-tempo delimitado, sendo infinitas as
possibilidades de combinação de seus elementos constitutivos (TORCHI; BARBOSA, 2006).
Além disso, a música possui elementos que são essenciais à sua construção como o ritmo, a
harmonia, a melodia, o volume, tais elementos devem ser considerados, assim como, objetivo
a ser alcançado com a intervenção (SILVA et al, 2014).
O uso da música tem sido descrito em diversos estudos como resultante de efeitos
fisiológicos e psicológicos, incluindo alteração na pressão arterial, frequência cardíaca,
22

frequência respiratória, relaxamento muscular, diminuição da dor, secreção hormonal,


incluindo as endorfinas, entre outros (FIRMEZA et al 2017; SILVA et al 2014).
Alguns autores afirmam que o efeito ansiolítico produzido pela música pode estar
relacionado a uma carga afetiva, e que, ao gerar prazer, diminui a ansiedade. Esse efeito é
justificado pela criação de respostas de reforço positivo e recompensa causados durante o
processamento da música mediante sua ação nas vias mesolímbicas dopaminérgicas.
(FIRMEZA et al, 2017).
Um estudo de Melo et al (2014) avaliou os efeitos de uma intervenção musical no nível
de ansiedade e nos parâmetros vitais de pacientes com doença renal crônica em comparação ao
cuidado tradicional nas clínicas de hemodiálise; concluindo que houve redução da ansiedade
em 70% dos pacientes do grupo experimental quando comparados ao grupo controle, além
disso, foi observada redução significativa dos parâmetros avaliados.
Em outro estudo a comparação feita entre o uso da música e da aromaterapia para a
redução da ansiedade em pacientes de uma UTI concluiu que ambas as terapias têm efeito
positivo na redução da ansiedade, quando comparados ao grupo controle que não recebeu
intervenção; o estudo mostrou ainda que a musicoterapia foi mais efetiva que a aromaterapia
(LEE et al, 2017).
Rejeh et al (2016), por meio de um ensaio clínico controlado, avaliou o impacto da
escuta de sons naturais agradáveis na ansiedade em 130 pacientes submetidos a angiografia
eletiva. O grupo experimental apresentou níveis de ansiedade significativamente menores que
o grupo controle. Os pesquisadores concluíram que a música é uma intervenção de enfermagem
eficaz, que não possui efeitos colaterais e pode ser útil no controle da ansiedade.
Diferentes tipos de música têm sido utilizados na terapia musical entre elas estão: as
músicas new age (relaxamento e sons da natureza), música tradicional (música turca clássica,
canção de ninar persa), música clássica, música instrumental (harpa, piano, orquestra), música
pop (turco, coreano, mandarim), música jazz, música rock e outras (CIGERCI et al, 2019).
Podem ser utilizados para a aplicação o mp3 com fones de ouvido, a música ao vivo, o
leitor de CDs, vídeos musicais e instrumentos musicais (CIGERCI et al, 2019).
23

4. MÉTODO

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo piloto de um estudo experimental, do tipo ensaio clínico não


controlado, sobre o uso da música na redução dos sintomas de ansiedade em pacientes com
câncer em tratamento quimioterápico ambulatorial.
O estudo piloto é definido como um meio de elaborar ou testar em pequena escala, os
procedimentos, materiais e métodos determinados para uma pesquisa, ou seja, seu uso é capaz
de reproduzir os meios e métodos planejados para um dado estudo que serão encontrados na
coleta de dados definitiva. Pode ser considerado uma mini versão do estudo completo
(CANHOTA, 2008).
Os ensaios clínicos não controlados, também denominados de estudos antes/depois,
retratam a evolução da doença/quadro clínico em um único grupo de pacientes antes e após sua
exposição a uma intervenção. Nessa abordagem de estudo, a hipótese baseia-se que, em
qualquer melhora observada depois do tratamento, é resultado do próprio tratamento (LIMA,
2011).

4.2 Campo de estudo

O estudo foi realizado no ambulatório de quimioterapia do Hospital Universitário


Walter Cantídio (HUWC), situado no prédio do Hemoce, na cidade de Fortaleza- Ceará. Nesse
ambulatório atuam 02 enfermeiras e 03 técnicos de enfermagem, além de 02 farmacêuticos, 01
técnico de farmácia e 04 médicos oncologistas. São atendidos em média 340 pacientes por mês
e 17 pacientes por dia, com prevalência dos cânceres de mama, trato gastrointestinal e pulmão.

4.3 População e amostra

A população do estudo compreendeu pacientes oncológicos submetidos à


quimioterapia, que apresentavam ansiedade e realizavam tratamento no ambulatório de
quimioterapia da instituição supracitada.
24

4.3.1 Critérios de elegibilidade

 Os critérios de inclusão no estudo foram:


- Possuir idade acima de 18 anos;
- Estar em tratamento quimioterápico para o câncer;
- Possuir ansiedade autorrelatada;
- Apresentar escore igual a 15 na Escala de Glasgow;
- Possuir acuidade auditiva preservada, mediante teste do sussurro, descrito
posteriormente.
 O critério de exclusão do estudo foi:
- Pacientes em uso de alguma medicação ansiolítica no decorrer da pesquisa.

4.3.2 Cálculo amostral

O cálculo do tamanho amostral para comparação de médias (percepção de sintomas de


ansiedade) em amostras pareadas, com grau de confiança de 95% e poder estatístico de 80%,
considerando uma diferença mínima a ser detectada de 2 pontos na percepção de ansiedade
(redução de 20%), antes e após a intervenção musical foi de 22 participantes.
Considerando-se que para um estudo piloto faz-se necessário apenas 10% do total da
amostra calculada (CANHOTA, 2008), seriam necessários aproximadamente dois pacientes,
no entanto, obteve-se resultados de 12 participantes, perfazendo um número superior para
melhor avaliação dos resultados preliminares.
Zα 2
( + Zβ) ∙𝑆𝑑
𝑛𝑃 = ( 2
) (1)
𝐷

(1,96+ 0,84) ∙3,3 2


𝑛𝑃 = ( ) (2)
2

9,24 2
𝑛𝑃 = ( ) → 𝑛𝑃 = 21, 34 (3)
2

𝑛𝑃 = 22 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 (4)
25

Parâmetros Adotados:

a) desvio padrão da diferença entre os pares (Sd) = 3,3 [baseado em estudo anterior com 10
participantes) (IMRAM, MOOSABA E ANCHERIL, 2017).
b) valor do erro do tipo i (α) = 5% → [valor crítico de 1.96]
c) valor do erro do tipo ii (β) = 20% → [valor crítico de 0,84]
d) média de diferença entre pares (d) = 2

4.4 Instrumentos para a coleta de dados

A coleta dos dados ocorreu mediante a utilização de dois instrumentos: o primeiro foi
um instrumento elaborado pelos autores da pesquisa, composto por questões sobre os dados
sociodemográficos e clínicos, incluindo sexo, idade, ocupação, escolaridade, estado civil,
ocupação, renda familiar, religião, a pontuação da escala de Glasgow, a doença oncológica,
hábitos como tabagismo, uso de álcool, entre outros (Apêndice A).
O segundo instrumento foi a escala State-Trait Anxiety Inventory (STAI), conhecida no
Brasil como Inventário de Ansiedade Traço Estado (IDATE), que é um dos instrumentos mais
utilizados para mensurar os elementos subjetivos associados à ansiedade (FIORAVANTI,
2006). O STAI foi desenvolvido por Spielberger, Gorsuch e Lushene, em 1970 para
proporcionar uma medida operacional de dois componentes diferentes de ansiedade: estado e
traço. O instrumento foi traduzido e adaptado para o Brasil por Biaggio (BIAGGIO;
NATALÍCIO, 1979).
O IDATE é constituído por duas escalas, Traço (parte I) e Estado (parte II) de ansiedade,
sendo que cada uma é composta por 20 afirmações para que os participantes descrevam como
se sentem. A escala ansiedade-traço apresenta assertivas para que o indivíduo descreva como
geralmente se sente. As respostas são pontuadas em uma escala de Likert, que varia de 1 a 4 da
seguinte forma: 1- quase nunca; 2- às vezes; 3- bastante; 4- quase sempre. A escala ansiedade-
estado avalia como o indivíduo se sente no momento, ou seja, no período pré quimioterapia. A
pontuação de cada item dessa sub-escala também varia de 1 a 4, onde: 1-absolutamente não; 2-
um pouco; 3- bastante e 4- muitíssimo (BARROS et al, 2017).
A interpretação das respostas é dada pela pontuação atribuída a cada item; nos itens de
natureza positiva a pontuação dos escores é invertida. Na escala que avalia Ansiedade-Traço
(IDATE-T) os itens positivos são 1, 6, 7, 10, 16, 19; e os negativos são 2, 3, 4, 5, 8, 9, 11, 12,
26

13, 14, 15 e 20. Já na escala de Ansiedade-Estado (IDATE- E) são positivos os itens 1, 2, 5, 8,


10, 11, 15, 16, 19 e 20 e os negativos 3, 4, 6, 7, 9, 12, 13, 14, 17 e 18 (BORINE, 2011).
A pontuação total de cada escala (ansiedade-traço e ansiedade-estado) varia de 20 a 80
pontos, sendo considerado baixo nível de ansiedade os valores entre 20 e 30; médio entre 31 e
49; e alto os valores iguais ou maiores que 50 (BARROS et al, 2017) (Anexo A).

4.5 Operacionalização da coleta de dados

O estudo foi submetido à aprovação da referida instituição e postado na plataforma


Brasil, em cumprimento à resolução 466/2012 e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Ceará mediante o número 82154017.5.0000.5054. Anteriormente à
coleta, foi realizada uma solicitação formal de autorização para a coleta dos dados à responsável
pelo serviço de enfermagem do ambulatório de quimioterapia (Anexo B), autorização pelo
chefe do ambulatório de quimioterapia e pelo serviço de oncologia do referido ambulatório
(Anexos C e D), uma autorização institucional à realização de projeto de pesquisa (Anexo E),
e uma autorização ao chefe do serviço de prontuários para utilização dos dados do prontuário
dos pacientes (Anexo F). Além disso, foi encaminhado um termo de compromisso dos
pesquisadores (Anexo G).
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
do Ceará e do consentimento formal do responsável pela unidade para a realização dos
procedimentos de coleta de dados; iniciou-se o projeto. Para a efetivação do estudo, contou-se
com 03 aplicadores devidamente treinados para garantir padronização na aplicação e no
esclarecimento de dúvidas dos participantes. Para garantir a fidedignidade de condução dos
mesmos procedimentos foi construído um Protocolo Operacional Padrão (POP), seguido pelos
pesquisadores que coletaram os dados (Apêndice B).
Os pacientes com ansiedade foram abordados pela pesquisadora e orientados quanto aos
objetivos do estudo, forma de participação, riscos e benefícios, sendo garantido seu anonimato
e feita orientação sobre a possibilidade de desistência a qualquer momento da pesquisa, sem
qualquer ônus.
Superada a etapa inicial de esclarecimento, a pesquisadora apresentava ao convidado o
TCLE (Anexo H), para que fosse lido e compreendido, antes da concessão do seu
consentimento. O TCLE foi elaborado em duas vias e assinado pela pesquisadora e também
27

pelo participante. Uma das vias era entregue ao sujeito do estudo, via esta contendo telefone e
e-mail para contato com a pesquisadora e/ou comitê de ética, se for desejado pelo participante.
No que se refere aos riscos, considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco,
nesta pesquisa o participante foi exposto ao risco de possíveis constrangimentos ao responder
o questionário. Para preveni-los ou minimizá-los, utilizou-se uma linguagem clara e acessível,
explicando todas as dúvidas que surgiram. Também se esclareceu ao participante que o mesmo
não era obrigado a responder questões que não quisesse ou não se sentisse à vontade, e caso
sentisse dor, desconforto, náusea ou vômito, a coleta dos dados poderia ser interrompida.
Assim, pressupõe-se que esse estudo incidiu em riscos mínimos aceitáveis em relação ao
conhecimento gerado.
Então, foram coletados os dados sociodemográficos e clínicos e feita a avaliação da
ansiedade conforme a escala IDATE. Para o paciente que se adequou aos critérios de
elegibilidade e aceitou participar da pesquisa mediante preenchimento do TCLE, foi aplicada a
Escala de Glasgow e feita a avaliação auditiva, pois, para que se verifique a influência da música
fez-se necessário que o participante possuísse acuidade auditiva preservada. Para tal, foi feito
o teste do sussurro, já que tal teste é considerado útil no rastreio para detecção de perdas
auditivas de grau moderado em adultos, sendo uma opção simples, rápida e barata, não
necessitando de um aparato tecnológico para sua execução (LABANCA et al, 2017).
O teste do sussurro é realizado em uma orelha de cada vez, e para realizá-lo o
examinador deve estar posicionado a uma distância aproximada de 33 centímetros da orelha do
participante, fora de seu campo visual, em seguida deve sussurrar uma questão de fácil
compreensão, com objetivo que o participante responda ao questionamento. O resultado pode
ser positivo, quando a pessoa não é capaz de responder, ou negativo para perda auditiva quando
a pessoa consegue compreender ou responder corretamente a pergunta feita (COSTA-
GUARISCO et al, 2017).
Etapa I – 1ª Mensuração: Inicialmente, ocorreu a aplicação da escala para avaliação de
ansiedade (IDATE).

Etapa II – Manipulação Experimental: Após a primeira etapa, iniciou-se a manipulação


experimental, mediante realização de uma sessão de 30 minutos de intervenção musical com
música instrumental (conforme descrito no item 4.6);

Etapa III – 2ª Mensuração: Logo em seguida à realização da manipulação experimental, para


verificar possíveis alterações nos níveis de ansiedade realizou-se uma segunda mensuração por
meio da avaliação da ansiedade pelo instrumento (IDATE).
28

4.6 Intervenção musical

Utilizou-se no presente estudo músicas de sons da natureza do CD “Reiki II: Meditação


e Cura”. O uso de músicas relaxantes como essas tem obtido resultados eficazes na redução da
ansiedade (JUNIOR et al, 2012). É válido ressaltar que, para aumentar a eficácia, a música deve
ser restritamente instrumental, com as utilizadas nesse CD, para possibilitar que o paciente evite
focar nas palavras (SHABANLOEI et al, 2010; BEZERRA, 2016).
O tempo de aplicação da intervenção musical, não está bem estabelecido, contudo
estudos certificam a aplicação durando de 20 a 30 minutos (FIRMEZA et al, 2017; SILVA et
al, 2014; JÚNIOR et al, 2012).
Diante disso, a música foi aplicada no ambulatório, logo após o paciente ser acomodado
nas poltronas de recebimento da quimioterapia, tendo sido fornecido ao mesmo para escuta da
música, um aparelho MP3 para a escuta por um período de 30 minutos. O volume utilizado era
controlado pelo paciente. Foram utilizados headphones, ressaltando-se que os mesmos
passavam por desinfecção com álcool 70% antes de sua utilização. A pesquisadora permanecia
próxima ao paciente nos primeiros 5 minutos e últimos 5 minutos de audição para algum suporte
que se fizesse necessário. Durante a sessão de música, os profissionais de saúde do campo de
estudo não conversavam com os participantes, exceto em casos onde havia necessidade
premente, como casos de dor ou outra intercorrência derivada da quimioterapia, o que não
ocorreu com os 12 participantes deste estudo piloto.
Paralelamente, houve a aplicação de um “protetor ocular para dormir”, de modo a propiciar
relaxamento e desligamento do ambiente ao redor, já que o escuro sinaliza ao corpo para
produzir mais melatonina, hormônio natural produzido pelo cérebro que regula os ciclos de
sono-vigília (NETO; CASTRO, 2008), além de ser uma orientação da NIC (limitar estímulos
externos como luzes e outros sons) (BULECKEK; DOCHTERMAN; BUTCHER, 2010). Esse
protetor era higienizado antes de cada audição musical.

4.7 Análise e apresentação dos resultados

As análises foram efetuadas por meio do software Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS; versão 22). Além de estatísticas descritivas (tendência central e dispersão),
foram empregados testes paramétricos e não paramétricos.
29

Para a análise de comparação do estado de ansiedade antes e após a intervenção musical


utilizou-se o teste t de Student. Esse teste faz uma comparação entre duas médias e mostra se a
diferença entre elas é significativa. Pode ser utilizado com grupos independentes, quando se
analisa dois diferentes grupos ou grupos pareados, quando o mesmo grupo de pessoas é
analisado duas vezes (HUANG; PAES, 2009).
Para avaliação da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk. Esse teste
mantém sua eficiência em verificar o ajuste dos dados à distribuição normal, mesmo em
amostras pequenas. O objetivo deste teste é fornecer uma estatística de teste para avaliar se uma
amostra tem distribuição normal. A estatística W de teste para normalidade é definida como:

onde é a variável aleatória observada e são coeficientes tabelados.


Os resultados são considerados dentro da normalidade quando o valor de p>0,05 (MIOT,
2017). No caso de um valor significativo para a estatística do teste, isso indica falta de
normalidade para a variável aleatória analisada.
Os resultados encontram-se apresentados em forma de tabelas.
30

5. RESULTADOS

Inicialmente, serão apresentados os dados de caracterização da amostra, a seguir os


dados descritivos sobre a ansiedade dos participantes, e após os dados de comparação da
ansiedade antes e após a intervenção musical.

5.1 Caracterização da Amostra

Participaram do presente estudo 12 pacientes oncológicos em tratamento


quimioterápico com idades variando entre 27 e 78 anos (M = 53.1; DP= 14.3) em que se
sobressaiu a faixa etária de 41 a 60 anos (75.0%); sendo composta por mulheres (58.3%) e
homens (41.7%); com estado civil casado ou em união estável (83.4%); a maioria com ensino
fundamental incompleto (33.3%); que possuíam alguma religião (83.3%), com predomínio da
religião católica (60.0%); tendo como ocupação cuidar do lar (25.0%), agricultor/pedreiro
(25.0%), funcionário público/autônomo/auxiliar de escritório (25.0%); que foram ao serviço
acompanhados (91.6%), em sua maioria pelos filhos (54.5%). Os tipos de câncer mais
prevalente foram o de mama (25.0%), o colorretal (16.7%), o gástrico (16.7%) e o linfoma
(16.7%) (Tabela 1).

Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica e clínica dos participantes que


possuíam ansiedade (n=12). Continua.

VARIÁVEL n %
IDADE
20-40 1 8.3
41-60 9 75.0
61-70 0 0
>70 2 16.7
SEXO
Feminino 7 58.3
Masculino 5 41.7
ESTADO CIVIL
Casado ou em união estável 10 83.4
Solteiro/ Divorciado 2 16.6
ESCOLARIDADE
Ens. Fund. Incomp 4 33.4
Ens. Fund.comp 1 8.3
Ens. Med. Incomp 1 8.3
Ens. Med. Comp 3 25.0
Ens. Sup. Comp 3 25.0
31

Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica e clínica dos participantes que possuíam


ansiedade (n=12). Conclusão.
RELIGIÃO
Sim 10 83.3
Não 2 16.7
TIPO DE RELIGIÃO
Católica 6 60.0
Evangélica 4 40.0
OCUPAÇÃO
Do lar 3 25.1
Professor (a) 2 16.7
Agricultor (a)/ Pedreiro 3 25.1
Aposentado 1 8.3
Funcionário público/ 3 25.1
autônomo/ auxiliar de
escritório
PRESENÇA DE
ACOMPANHANTE
Sim 11 91.6
Não 1 8.4
TIPO DE
ACOMPANHANTE
Filha (o) 6 54.5
Esposa (o) 4 36.4
Vizinha (o) 1 9.1
TIPO DE CÂNCER
Mama 3 25.0
Colorretal 2 16.7
Gástrico 2 16.7
Linfoma 2 16.7
Pulmão 1 8.3
Leucemia 1 8.3
Renal 1 8.3

5.2 Estatística descritiva sobre os dados de ansiedade dos participantes

Conforme observado na Tabela 2, na primeira mensuração, antes da intervenção musical, a


maioria dos participantes (75%) apresentava nível médio de ansiedade-estado, 8,4% nível baixo
de ansiedade-estado e 16,6% apresentaram nível de ansiedade-estado considerado alto.
No entanto, após a intervenção musical (2ª mensuração), 41,6% dos participantes foram
classificados com baixo nível de ansiedade-estado, 50% com médio nível de ansiedade-estado,
enquanto apenas 8,4% participante com nível alto de ansiedade-estado.
32

Tabela 2. Categorização dos participantes quanto ao seu nível de ansiedade (n = 12).

Período

Mensuração antes da Mensuração após a


Variável Classificação
música n (%) música n (%)
Baixa 1 (8.4%) 5 (41.6%)

Ansiedade-estado Média 9 (75%) 6 (50%)

Alta 2 (16.6%) 1 (8.4%)

5.3 Efeito da intervenção musical sobre a ansiedade

Primeiramente foi avaliado, por meio do teste de Shapiro-Wilk a normalidade da


ansiedade nos participantes, onde obteve-se W=0,883 e p=0,095, indicando que a amostra
apresentou normalidade da variável aleatória.
Ao analisar o efeito da intervenção musical sobre o nível de ansiedade relatada (ver
Tabela 3), verificou-se que níveis de ansiedade relatados no período pós-intervenção (M = 32,7;
DP = 8,32) foram estatisticamente inferiores ( p < 0,001) àqueles relatados em período anterior
à intervenção (M = 42,5; DP = 8,98).

Tabela 3 – Comparação do nível de ansiedade-estado antes e após a intervenção musical.

Ansiedade-estado n Média Mediana DP** p*

Antes da intervenção 12 42.5 40.5 8.98


Depois da intervenção 12 32.7 33.0 8.32

<0,001
*Teste t de Student; **DP:desvio padrão.

Fonte: Autor.
33

6 DISCUSSÃO

O câncer é uma doença crônica multifatorial de elevada importância epidemiológica, cuja


incidência aumenta com a idade, o que é algo esperado considerando-se a história natural da
maioria dos cânceres (OLIVEIRA, 2015). Segundo dados de 2017 do Registro de Câncer de
Base Populacional (RCBP) o maior número de casos da doença no Brasil está concentrado em
pessoas maiores de 40 anos (INCA, 2017). Tais dados vão ao encontro dos obtidos neste estudo
em que a faixa etária predominante foi de 40 a 60 anos.
Mundialmente, excluindo o câncer de pele não melanoma, tem-se o câncer de mama como
o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres. No Brasil, a estimativa para 2018-2019 foi
de 59.700 casos da doença (INCA, 2017). No presente estudo, a maioria (25%) dos participantes
tinham como diagnóstico o câncer de mama. Outros três tipos de cânceres que mais se
sobressaíram no estudo foram o gástrico, o colorretal e o linfoma. O primeiro é mais frequente
em homens e tem como principal causa associada a infecção por Helicobacter pylori (INCA,
2017). O câncer colorretal, por sua vez, é a neoplasia maligna mais comum do sistema
gastrointestinal, sendo mais frequente em maiores de 50 anos e em indivíduos do sexo
masculino (CAMPOS, 2017). Já o linfoma é uma neoplasia do sistema imunológico que tem
origem em células do sistema linfático e apresenta variados tipos (MONTEIRO et al 2016).
A maioria dos pacientes apresentavam estado de ansiedade moderado (9) e alto (2) antes da
realização da quimioterapia. Essa ansiedade pode estar relacionada a uma série de modificações
na vida do indivíduo acometido, incluindo as físicas, as psicológicas, as familiares e as sociais,
que podem tornar o paciente vulnerável a condições como a ansiedade e a depressão, estas
tendem a ser mais prevalentes em pacientes oncológicos do que na população em geral
(FERREIRA et al, 2016).
Logo, a ansiedade pode ser desencadeada em virtude da própria quimioterapia, estando
relacionada a diferentes fatores, tais como, o tempo de tratamento, os efeitos colaterais, a perda
de papéis e status sociais, a desesperança, a incerteza acerca do futuro e a exaustão
(KARAGOZOGLU, 2013). Podem ser citados ainda, o deslocamento para o serviço de saúde
(TESTON et al, 2018) e as preocupações com a recorrência e progressão da doença, além do
medo da morte (CURRAN; SHARPE; BUTOW, 2017).
Alguns elementos, denominados fatores de proteção, podem ter ação benéfica no
enfrentamento do câncer, dentre eles podem ser citados o acesso à informação, a expressão de
34

emoções e o apoio social. Uma maior percepção do indivíduo doente sobre a relação de apoio
social estabelecida tem impacto positivo no bem-estar físico e emocional do mesmo
(GRANDIZOLI et al, 2017). Outro fator que pode ser considerado como de proteção é a
religiosidade. A religião oferece ao paciente a sensação de acolhimento e funciona como
incentivo para enfrentar os obstáculos (SETTE; GANDVOHL, 2014).
Contudo, os níveis de ansiedade moderado e alto encontrados na maioria dos participantes
antes da intervenção contrapõem-se a existência dos fatores protetores, que no estudo seriam a
presença de acompanhante (91.6%), o estado civil casado ou união estável (83.4%) e a religião
(83.3%).
Considerando-se a necessidade de fornecer cuidado integral ao paciente, tem-se a música
como uma prática integrativa complementar que vem sendo utilizada no contexto da oncologia,
tendo demonstrado efeitos positivos na ansiedade, na depressão, na dor, na qualidade de vida
(GRAMAGLIA et al, 2019), na fadiga (CHEN et al., 2019) e nas náuseas e vômitos que surgem
em decorrência do tratamento quimioterápico (SILVA et al., 2014).
Corroborando com os resultados do presente estudo em que os pacientes apresentaram
pontuação média de ansiedade-estado igual a 42.5 antes da intervenção e 32.7 após a
intervenção, um ensaio clínico realizado por Firmeza et al (2017) que avaliou o impacto da
música na ansiedade em pacientes com câncer de cabeça e pescoço obteve médias similares. A
média de ansiedade-estado no grupo controle antes da intervenção era de 45.4. Já após a
intervenção, houve uma redução dessa média para 34.9 (FIRMEZA et al., 2017).
No mesmo estudo, a maioria dos participantes foi avaliada com níveis de ansiedade estado
alto e moderado antes da aplicação da música e moderado após a intervenção (FIRMEZA et al,
2017), sendo esses resultados semelhantes aos obtidos nesta pesquisa, na qual prevaleceram os
níveis alto e moderado antes da intervenção e moderado após a intervenção.
Uma pesquisa realizada na Índia com 20 pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia
avaliou o uso da música na redução da ansiedade e nos parâmetros vitais dos mesmos. A média
de ansiedade-estado no grupo experimental foi de 52,67 antes da intervenção e 35,6 após a
intervenção (IMRAM, MOOSABBA, ANCHERIL, 2017). Embora os valores de ansiedade-
estado antes da intervenção e a redução nas pontuações médias de ansiedade-estado, quando
comparadas as médias antes e após a intervenção, tenham sido maiores que os obtidos neste
estudo, observa-se que a média final após a intervenção musical foi semelhante em ambos.
Outro estudo, realizado em uma unidade de oncologia de um hospital na Itália com 111
participantes, avaliou a utilização de shows com música ao vivo para a redução da ansiedade.
A média de ansiedade-estado antes do show era 44,5 e após o show foi de 40,6, sendo então,
35
estatisticamente significativa (p<0,001) (TOCCAFONDI et al, 2017), todavia, apresentou uma
redução inferior a encontrada neste estudo.
Apesar das limitações presentes no estudo como a pequena amostra, devido a este ser
um estudo piloto e a aplicação em apenas um grupo, foram obtidos resultados com considerável
significância estatística (p<0,001), evidenciando a eficácia da música na redução da ansiedade
na amostra estudada. Todavia, afirma-se a necessidade de estudos maiores que possam
consolidar as evidências científicas dos efeitos positivos da terapia musical.
Pretende-se dar continuidade ao estudo, atingindo a completude da amostra calculada
para que se possa avaliar o efeito da intervenção com mais propriedade.
O enfermeiro, diante da necessidade de prestar um cuidado que atenda às necessidades
individuais de forma humanizada, considerando a integralidade do ser, pode se apropriar do uso
da música como uma intervenção terapêutica para ser utilizada em pacientes submetidos à
quimioterapia antineoplásica ambulatorial, visto que esta mostrou ser um recurso que possui
efeito benéfico na redução da ansiedade nesse público, constituindo-se então como uma
intervenção válida principalmente por não apresentar efeitos colaterais, ser uma intervenção de
baixo custo, e bem tolerada, devendo ter seu uso divulgado, estimulado e incorporado à prática
clínica.
36

7. CONCLUSÃO

Considerando-se a classificação de ansiedade-estado nos níveis baixo, moderado e alto,


obteve-se a predominância dos níveis moderado e alto antes da intervenção musical e dos níveis
baixo e moderado após a intervenção musical, demonstrando uma redução nos níveis de
ansiedade-estado presentes na amostra estudada.
Quando comparadas as pontuações médias de ansiedade-estado apresentadas pelos
pacientes nos períodos pré-teste e pós-teste foi identificado uma redução na média de ansiedade
estado após a intervenção, sendo estatisticamente significante segundo o teste de t de Student.
Diante disso, evidencia-se a comprovada eficácia da música na redução da ansiedade em
pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia antineoplásica, mesmo em uma amostra
pequena.
Ademais, ressalta-se a importância de novos estudos que venham acrescentar à literatura
nacional evidências científicas que consolidem o efeito positivo da música, para que seu uso
possa ser incorporado a prática clínica do enfermeiro.
37

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anxiety. CJON, v.12, n.5. p. 789-797, 2008. Disponível em:
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SILVA, A.V DA; ZANDONADE, E; AMORIM, M.H.C. Ansiedade e o enfrentamento de


mulheres com câncer de mama em quimioterapia. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.25,
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SILVA, G.J, et al. Utilização de experiências musicais como terapia para sintomas de náusea
e vômito em quimioterapia. Rev. Bras. Enferm, v. 67, n. 4, p. 630-6, jul-ago, 2014.
Disponível em:< www.scielo.br/pdf/reben/v67n4/0034-7167-reben-67-04-0630.pdf>. Acesso
em: 22 nov. 2018.
SMITH, P. R et al. Update on Research-Based Interventions for Anxiety in
Patients With Cancer. Clinical Journal of Oncology Nursing; v.18, n.6. p.5-16. 2014.
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SOUSA, L P da C de et al. Adesão ao tratamento medicamentoso por pessoas com transtorno


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TESTON, E. F. et al. Feelings and difficulties experienced by cancer patients along the
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TOCCAFONDI, A. et al. Live concerts reduce cancer inpatients' anxiety. European Journal
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TORCHI, TS; BARBOSA, M.A.M. A música como recurso no cuidar em enfermagem.


Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas Agrárias e da Saúde, v. 10, n.3, p. 15-138, 2006.
Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/260/26012809013.pdf. Acesso em: 30 nov. 2018.

VALLIN, L.B et al. Análise correlacional durante e após os ciclos de quimioterapia com o
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44

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2018.

VILLORIA, E; LARA, L. Assessment of the Hospital Anxiety and Depression Scale for
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VORKAPIC, C F; RANGÉ, B. Os benefícios do yoga nos transtornos de ansiedade. Revista


Brasileira de Terapias Cognitivas, [s.i], v. 7, n. 1, p.50-54, set. 2011. Disponível em:
<http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=140>. Acesso em: 15 maio 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Early cancer diagnosis saves lives, cuts treatment
costs.2017. Disponível em: <http://www.who.int/en/news-room/detail/03-02-2017-early-
cancer-diagnosis-saves-lives-cuts-treatment-costs>. Acesso em 04 set. 2018.

ZANETTI, L L et al. Tratamento medicamentoso e não medicamentoso de usuários de um


Centro de Atenção Psicossocial. Scientia Medica, [s.l.], v. 27, n. 4, p.1-10, 18 dez. 2017.
EDIPUCRS.
Disponível:<http://revistaseletronicas.pucrs.br/scientiamedica/ojs/index.php/scientiamedica/ar
ticle/view/28277>. Acesso em:
45

7 ANEXOS

ANEXO A- Escala Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE)

I. ANSIEDADE – ESTADO

Prezado Senhor (a),


Com esse formulário poderemos ter uma ideia do nível de sua ansiedade (ansiedade
estado), ou seja, a ansiedade no momento da sua resposta.
Leia com atenção cada pergunta e circule ao redor do número (de 1 a 4) ao lado de cada
afirmação, o que melhor indicar como você se sente neste momento.
Não gaste muito tempo em cada afirmação; só tente colocar como se sente neste
momento.
Ansiedade – Estado
4 = Muitíssimo 3 = Bastante 2 = Um pouco 1 = Absolutamente não
01. Sinto-me calmo 1 2 3 4
02. Sinto-me seguro 1 2 3 4
03. Estou tenso 1 2 3 4
04. Estou arrependido 1 2 3 4
05. Sinto-me à vontade 1 2 3 4
06. Sinto-me perturbado 1 2 3 4
07. Estou preocupado com possíveis infortúnios 1 2 3 4
08. Sinto-me descansado 1 2 3 4
09. Sinto-me ansioso 1 2 3 4
10. Sinto-me “em casa” 1 2 3 4
11. Sinto-me confiante 1 2 3 4
12. Sinto-me nervoso 1 2 3 4
13. Estou agitado 1 2 3 4
14. Sinto-me uma pilha de nervos 1 2 3 4
15. Estou descontraído 1 2 3 4
16. Sinto-me satisfeito 1 2 3 4
17. Estou preocupado 1 2 3 4
18. Sinto-me superexcitado e confuso 1 2 3 4
19. Sinto-me alegre 1 2 3 4
20. Sinto-me bem 1 2 3 4
46

II. ANSIEDADE – TRAÇO

Prezado Senhor (a),


Com esse formulário poderemos ter uma ideia do nível de sua ansiedade (ansiedade-
traço), ou seja, a ansiedade que geralmente você sente.
Leia com atenção cada pergunta e circule ao redor do número (de 1 a 4) ao lado de cada
afirmação, o que melhor indicar como você geralmente se sente. 1- quase nunca; 2- às vezes;
3- bastante; 4- quase sempre.
Não gaste muito tempo em cada afirmação; só tente colocar como geralmente se sente.
Ansiedade – Traço
4 = Quase sempre 3 = Bastante 2 = Às vezes 1 = Quase nunca
01. Sinto-me bem 1 2 3 4
02. Canso-me facilmente 1 2 3 4
03. Tenho vontade de chorar 1 2 3 4
04. Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem
1 2 3 4
ser
05. Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões
1 2 3 4
rapidamente
06. Sinto-me descansado 1 2 3 4
07. Sou calmo, ponderado e senhor de mim mesmo 1 2 3 4
08. Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal
1 2 3 4
forma que não consigo resolver
09. Preocupo-me demais com coisas sem importância 1 2 3 4
10. Sou feliz 1 2 3 4
11. Deixo-me afetar muito pelas coisas 1 2 3 4
12. Não tenho muita confiança em mim mesmo 1 2 3 4
13. Sinto-me seguro 1 2 3 4
14. Evito ter que enfrentar crises ou problemas 1 2 3 4
15. Sinto-me deprimido 1 2 3 4
16. Estou satisfeito 1 2 3 4
17. Às vezes idéias sem importância entram na minha cabeça
1 2 3 4
e me preocupam
18. Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo
1 2 3 4
tirá-los da minha cabeça
19. Sou uma pessoa estável 1 2 3 4
20. Fico tenso e perturbado quando penso em meus
1 2 3 4
problemas do momento

Fonte: BIAGGIO, A,; NATALICIO, L.F., SPIELBERGER, C.D. Desenvolvimento da Forma


Experimental em Português do IDATE. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada 1977; v.
29, p.33-44.
47

ANEXO B - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM


ONDE SERÁ DESENVOLVIDO O PROJETO

Eu, Silvana Maria Nunes Rodrigues, Chefe do Serviço de Enfermagem do Ambulatório de


Quimioterapia do Hospital Universitário Walter Cantídio, conheço o protocolo de pesquisa
intitulada: “O uso da música no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos
a quimioterapia antineoplásica”, desenvolvida pela Acadêmica de Enfermagem Brena Ivina
Amorim de Lima , conheço seus objetivos e a metodologia que será desenvolvida, estando
ciente de que o pesquisador não irá interferir no fluxo normal deste Serviço.

Fortaleza, ___ de _____ 2018.

_______________________________________________

Chefe do Serviço – Silvana Maria Nunes Rodrigues


48

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO C - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO ONDE SERÁ


DESENVOLVIDO O PROJETO

Eu, Rosângela de Albuquerque Ribeiro, Chefe do Ambulatório de Quimioterapia do Hospital


Universitário Walter Cantídio, conheço o protocolo de pesquisa intitulada: “O uso da música
no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia
antineoplásica”, desenvolvida pela Acadêmica de Enfermagem Brena Ivina Amorim de Lima,
conheço seus objetivos e a metodologia que será desenvolvida, estando ciente de que o
pesquisador não irá interferir no fluxo normal deste Serviço.

Fortaleza, ___ de _____ 2018.

_______________________________________________

Chefe do Serviço – Rosângela de Albuquerque Ribeiro


49

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO D - TERMO DE ANUÊNCIA DO CHEFE DO SERVIÇO ONDE SERÁ


DESENVOLVIDO O PROJETO

Eu, Duílio Reis Rocha Filho, Chefe Médico da Oncologia do Serviço de Quimioterapia do
Hospital Universitário Walter Cantídio, conheço o protocolo de pesquisa intitulada: “O uso da
música no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia
antineoplásica”, desenvolvida pela Acadêmica de Enfermagem Brena Ivina Amorim de Lima,
conheço seus objetivos e a metodologia que será desenvolvida, estando ciente de que o
pesquisador não irá interferir no fluxo normal deste Serviço.

Fortaleza, ___ de _____ 2018.

_______________________________________________

Chefe do Serviço – Duílio Reis Rocha Filho


50

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO E- AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL À REALIZAÇÃO DE PROJETO DE


PESQUISA

Declaro, para fins de comprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade


Federal do Ceará-CEP/UFC/PROPESQ, que o ambulatório de quimioterapia do Hospital
Universitário Walter Cantídio contém de toda infraestrutura necessária em suas instalações para
realização da pesquisa intitulada “O uso da música no manejo da ansiedade em pacientes
oncológicos submetidos a quimioterapia antineoplásica”, a ser realizada pela acadêmica
Brena Ivina Amorim de Lima.

Fortaleza, _____ de _______________ de 2018.

_______________________________

Silvana Maria Nunes Rodrigues


51

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO F - DECLARAÇÃO DE FIEL DEPOSITÁRIO

Eu, Emanuel Moreira de Melo, chefe do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME –
HUWC), fiel depositário dos prontuários médicos dos pacientes do Hospital Universitário
Walter Cantídio, autorizo Brena Ivina Amorim de Lima a colher dados dos prontuários para
fins de seu estudo intitulado: “O uso da música no manejo da ansiedade em pacientes
oncológicos submetidos a quimioterapia antineoplásica”.

Fortaleza, ____, de ________________, de 2018.

_______________________________________________

Emanuel Moreira de Melo

Chefe do SAME –HUWC


52

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO G - DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA

Declaramos, para os devidos fins, que concordamos em participar do projeto de pesquisa


intitulado “O uso da música no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos
a quimioterapia antineoplásica” que tem como pesquisador principal Andrea Bezerra
Rodrigues e que desenvolveremos o projeto supracitado de acordo com preceitos éticos de
pesquisa, pautados na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Fortaleza, _____ de _______________ de 2018.

_______________________________________
Brena Ivina Amorim de Lima
Acadêmica de enfermagem

_______________________________________
Profa. Dra. Andrea Bezerra Rodrigues
Orientadora e Pesquisadora principal
53

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


Departamento de Enfermagem

ANEXO H - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) – “O


uso da música no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a
quimioterapia antineoplásica”
Caro Participante:
O(a) Sr(a) está sendo convidado a participar como voluntário de uma pesquisa intitulada: “O
uso da música no manejo da ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a
quimioterapia antineoplásica” cujo objetivo é avaliar a eficácia da escuta de uma música para
avaliar a redução dos sintomas de ansiedade durante o tratamento no ambulatório de
quimioterapia.
Você deve participar por sua livre e espontânea vontade. Leia atentamente as informações
abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos os procedimentos desta pesquisa
sejam esclarecidos.
Sua participação consistirá em ser avaliado (a) pela pesquisadora quanto à presença de
ansiedade nos seguintes momentos: antes da aplicação da música e após a aplicação da música
no próprio ambulatório. O senhor (a) responderá também a um instrumento sobre sua
alimentação e hábitos de vida como tabagismo e etilismo e um questionário sobre a presença
de ansiedade. Logo após, será submetido à intervenção (música) por 30 minutos em um período
que se inicia antes da instalação da quimioterapia, perdurando durante a aplicação de
quimioterapia. Também será colocada em sua face uma máscara do tipo máscara para dormir
durante a escuta da música para propiciar maior relaxamento.
O risco de sua participação nesse estudo está relacionado à possível desconforto auditivo no
momento da música. Para minimizar esses riscos, se o (a) Sr (sra) sentir que está muito
desconfortável, e assim o desejar, será suspensa a aplicação da música. O (a) senhor (a) também
não será obrigado a responder questões que não queira ou não se sinta à vontade, podendo
recusar-se a responder. O entrevistador seguirá todos os princípios éticos com o respeito à sua
dignidade e não maleficência. Essas informações serão utilizadas unicamente para apresentação
em congressos e publicação em revista científica da área da saúde, garantindo-se sempre seu
54

anonimato. Os dados coletados permanecerão em poder exclusivo dos pesquisadores durante


todo o decorrer da pesquisa e por um período de 5 anos, ao qual após serão destruídos.
Os resultados contribuirão para aumentar o conhecimento científico sobre a eficácia do uso da
música nos pacientes com ansiedade durante o tratamento quimioterápico, auxiliando outros
pesquisadores da área, e, possivelmente, prevenindo ou reduzindo a ansiedade nos pacientes
em tratamento com quimioterapia.
Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária, o (a) senhor (a) não receberá
nenhum valor pela participação nesta pesquisa, e que poderá recusar-se a participar ou retirar o
seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim o preferir, sem penalização
alguma ou sem prejuízo ao seu cuidado.
Gostaríamos de esclarecer que:
- O Sr (a) tem o direito ser mantido atualizado acerca das informações relacionadas à pesquisa.
- O Sr (a) não terá nenhuma despesa pessoal ao participar da pesquisa.
- O Sr (a) não receberá nenhum valor por participar da pesquisa.
Eu comprometo-me em utilizar os dados coletados unicamente para fins acadêmicos, a fim de
atender os objetivos da pesquisa. Caso precise entrar em contato comigo, você terá acesso em
qualquer momento da pesquisa, para esclarecimento de eventuais dúvidas. Informo-lhe o meu
endereço e telefone:
Andrea Bezerra Rodrigues
Rua Alexandre Baraúna, 1115 – sala 12
Rodolfo Teófilo - Tel 3366 8461
E-mail: andreabrodrigues@gmail.com
Se o (a) Sr.(a) tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato
com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará do telefone: 3366-8344.
O abaixo assinado _________________________,___anos, RG:________, declara que é de
livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li
cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive
a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e
recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar
recebendo uma via assinada deste termo.
Fortaleza, ____/____/___

_______________________________ ____/_____/______
55

Assinatura do participante Data

________________________________ _____/______/_____
Assinatura do pesquisador Data

________________________________ ____/______/______
Testemunha (Se o participante não souber ler) Data

_________________________________ _____/______/______
Assinatura do aplicador Data
56

8 APÊNDICES

APÊNDICE A– Instrumento para coleta de dados – Roteiro semiestruturado para coleta


de dados sócio demográficos e clínicos –“O uso da música no manejo da ansiedade em
pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia antineoplásica”.

Nome
Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino Idade
( ) Autônomo ( ) Funcionário Público ( ) Aposentado
Ocupação
( ) Do lar ( ) Outro:__________________________
Doença ( ) Mama ( ) Colorreal ( ) Gástrico ( ) Pulmão
Oncológica ( ) Outro:______________________________________
( ) Não Se sim:
Ingere Bebidas
( ) Sim - Há quantos anos ingere? _____
Alcoólicas?
- Qual é a frequência por semana? _____
( ) Não Se sim:
Fumante? ( ) Sim - Há quantos anos fuma? _____
- Quantos cigarros por dia? _____
( ) Não ( ) Sim
Acompanhante Se sim, quem é o acompanhante: ( ) Mãe ( ) Pai ( ) Filho (a)
( ) Outro familiar ( ) Outro:______________________________
Telefones para
Estado Civil Escolaridade
contato
1 -
( ) Solteiro ( ) Ensino fundamental incompleto
_________________
( ) Casado ou união estável
( ) Divorciado ( ) Ensino fundamental completo
2 -
( ) Viúvo
_________________
( ) Ensino médio incompleto
Renda Religião
( ) Menos de 1 salário
( ) Não ( ) Sim ( ) Ensino médio completo
mínimo
Se sim, qual: ( ) Ensino superior incompleto
( ) De 1 a 3 salários
( ) Católica
mínimos
( ) Evangélica ( ) Ensino superior completo
( ) Espírita
( ) Mais de 3 salários
( )Outra ( ) Pós graduado
mínimos
Glasgow Escore de dor
( ) 1 a 3 = baixa intensidade
( ) 4 a 6 = moderada intensidade
( ) 7 a 10 = alta intensidade
57

APÊNDICE B – Protocolo Operacional Padrão – “O uso da música no manejo da


ansiedade em pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia antineoplásica”.
Momento I: Verificação do prontuário
 Examinar se o paciente atende aos critérios de inclusão do estudo, os quais são:
- Possuir idade acima de 18 anos; utilizar droga quimioterápica; ter pontuação 15 na escala
Glasgow (verificar no momento II); possuir sintomas de ansiedade mediante relato dos mesmos
e não fazer uso de medicação ansiolítica no decorrer da pesquisa

Momento II: Abordagem ao paciente


 Abordar o paciente questionando sobre o interesse em participar da pesquisa – orientar
paciente/acompanhante sobre o objetivo e a relevância da pesquisa.
 No caso de aceitação da participação, aplicar o TCLE, explicando sobre o mesmo esclarecendo
qualquer dúvida.
 Aplicar o questionário semiestruturado com dados sociodemográficos, variáveis clínico-
terapêuticas e a escala de avaliação de ansiedade STAI.
 Avaliar o escore na Escala de Glasgow que deve estar igual a 15.
 Avaliar a acuidade auditiva mediante Teste do sussurro.
 Aplicar a escala de avaliação de ansiedade STAI antes da intervenção musical.
 Aplicação da intervenção musical
- A pesquisadora permanecerá próxima ao paciente nos primeiros 5 minutos e últimos 5 minutos
de audição.
- Antes da aplicação da sessão musical, desinfetar os headphones e o protetor ocular com álcool
70%.
- Aplicar a intervenção musical, com a utilização de um aparelho MP3, por um período de 30
minutos, no qual o volume será controlado pelo paciente.
- Paralelamente, aplicar o “protetor ocular para dormir”, de modo a propiciar relaxamento e
desligamento do ambiente ao redor.
- Após o término da intervenção musical, os headphones e o protetor ocular utilizados serão
desinfetados com álcool 70%.
- Observação: durante a sessão de música, os profissionais de saúde do campo de estudo não
conversarão com os sujeitos do estudo, exceto em casos onde haja necessidade premente, como
casos de dor ou outra intercorrência derivada da quimioterapia.
 Aplicar a escala de avaliação de ansiedade STAI APÓS a sessão musical.

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