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Choque Elétrico:
Mecanismos e Efeitos

O Choque elétrico é a perturbação de natureza e efeitos diversos que


se manifesta no organismo quando este é percorrido por uma
corrente elétrica¹, ou seja o choque é uma reação do organismo que
es mula rapidamente o sistema nervoso, através de uma passagem
de corrente elétrica, fornecida de uma fonte de tensão externa, que
é capaz de romper o isolamento da pele, interferindo no sistema
biológico e podendo resultar em diversas implicações prejudiciais a
saúde.

Qualquer a vidade
biológica de nosso corpo,
seja ela glandular, nervosa
ou muscular, é es mulada
ou controlada por impulsos
de corrente elétrica de
nosso corpo. Se essa
corrente fisiológica interna
se somar a outra corrente
de origem externa, devido a
um contato elétrico,
ocorrerá uma alteração das
funções vitais normais no organismo humano, que pode deixar
diversas sequelas e até mesmo levar o indivíduo à morte,
dependendo do potencial e duração da corrente².

Portanto, o choque elétrico, se enquadra como um acontecimento


independente da vontade humana, sendo como qualquer outro
acidente, desencadeado pela ação repen na e rápida de uma causa
externa produtora ou não de lesão corporal ou mental.

Para ocorrer o choque elétrico não basta apenas o contato com


material energizado. Deve também exis r, condições para que a
corrente tenha uma passagem de retorno. Esse retorno pode ser
através da terra ou de material energizado com tensão elétrica
dis nta¹.

Efeitos da Corrente Elétrica


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A corrente elétrica produz os seguintes efeitos: Joule,


eletromagné co, eletroquímico, luminoso e fisiológico.

Vamos nos aprofundar em cada um dos efeitos que a corrente


elétrica produz.

Efeito Joule:
A circulação do fluxo de corrente elétrica num condutor apresenta
uma produção de calor, sendo este resultado das violentas colisões
dos elétrons livres com os átomos. Essa velocidade de deslocamento
dos elétrons livres aumenta o impacto com os átomos e que,
adicionada à velocidade própria de translação em torno do núcleo,
gera o efeito de agitação entre eles, produzindo efeito térmico
denominado de Efeito Joule⁴. De um modo simplificado podemos
dizer que Joule é o efeito térmico (o calor) que os os elétrons livres
provocam devido às colisões com os átomos.

Efeito Eletromagné co:


Em torno dos condutores em que circula um fluxo de corrente
(energia), cria-se um campo magné co perpendicular ao sen do de
condução. Esse fenômeno, proveniente da criação do campo
magné co, pode ser demonstrado por vários efeitos, como o
deslocamento (movimentação) de imãs em torno de condutores³.

Efeito Eletroquímico:
O efeito eletroquímico da corrente elétrica ocorre quando o fluxo
elétrico produzir ação química, ao circular em soluções eletrolí cas.
Esse fenômeno é verificado no recobrimento de metais por
deposição de material, como galvanoplas a e cromação, e na carga e
descarga dos acumuladores elétricos, como em baterias⁴.

Efeito luminoso:

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O efeito Luminoso ocorre quando o fluxo da corrente elétrica produz


luz, por exemplo, o fluxo elétrico circulando em meio gasoso, como
em lâmpadas de vapor de mercúrio, sódio, neon, argônio ou outros
gases similares, produz luz³.

Efeito fisiológico:
O efeito fisiológico ou patofisiológico resulta da passagem do fluxo
da corrente elétrica através dos organismos vivos, podendo agir
diretamente no sistema nervoso muscular e cardíaco⁵.

Efeitos da corrente elétrica no organismo


Os principais efeitos fisiológicos que uma corrente elétrica (externa)
produz no corpo humano são; tetanização, fibrilação ventricular,
parada cardiorrespiratória e queimadura³.

Como podemos perceber entre os efeitos da corrente elétrica, o


efeito fisiológico é o que devemos nos preocupar quando se trata de
segurança com eletricidade, sendo que a corrente elétrica ao
atravessar o corpo, pode produzir diversos danos. Vamos conhecer
um pouco mais sobre cada um dos efeitos; tetanização, fibrilação
ventricular, parada cardiorespiratória e queimaduras.

Tetanização
A tetanização é o resultado da contração muscular na sua
capacidade máxima, de modo que qualquer aumento adicional na
freqüência de es mulação não exerça novos efeitos⁵. Podemos

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simplificar que a tetanização é o ato de contração dos músculos


quando se leva um choque.

A intensidade da corrente elétrica imposta ao corpo humano que


está num contato direto com algum material energizado pode
produzir a tetanização das mãos, fazendo com que a pessoa “agarre”
o condutor, sendo que somente será interrompida no caso de
desligamento da fonte geradora⁵.

Fibrilação Ventricular
Podemos dizer que a fibrilação ventricular é o po de arritmia
cardíaca que, se não for interrompida no período de minutos, se
torna irreversível, levando a ví ma à morte. Ela é decorrente de uma
sequência de impulsos cardíacos desordenados, iniciando-se pelo
músculo ventricular (músculo inferior do coração), e que se repetem
con nuamente no mesmo músculo⁶.

Dessa forma, quando há uma fibrilação, não ocorrerá contração


coordenada do músculo ventricular, o que é necessário para o
correto funcionamento do coração. Sendo que apesar de não
encerrar o movimento total do coração, essa forma desordenada,
por toda parte dos ventrículos, não gera volume de sangue suïciente
para o bombeamento, levando a pessoa inicialmente à inconsciência,
num tempo de quatro a cinco segundos, falta de fluxo sangüíneo
para o cérebro e, finalmente, à falência irrecuperável dos tecidos e
do corpo, em questão de minutos⁷.

Parada Cardiorrespiratória
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência definida como
a parada súbita e inesperada das funções vitais, caracterizada pela
ausência de ba mentos cardíacos, ausência de movimentos
respiratórios e irresponsividade (ou seja não responde) a es mulos.⁸

Ao levar um choque, a corrente que passam pelo corpo humano com


elevada intensidade mesmo em curtos períodos, podem provocar
parada cardíaca, ou seja o coração pára de bombear. Cessam-se
todos os sinais elétricos de controle no coração, desenvolvendo-se
hipóxia intensa (que é a falta de oxigénio no sangue) devido à
respiração inadequada¹¨⁵

Vale ainda ressaltar que parada cardiorrespiratória há ocorrência de


efeitos prejudiciais ao cérebro. São necessários somente de cinco a
oito minutos para que haja danos cerebrais permanentes. A morte
sempre foi atribuída à hipóxia ou queda de oxigenação, porém a
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medicina comprovou a formação de coágulos de sangue no cérebro,


decorrente da redução da circulação sanguínea ou pelo fato desse
sangue não ter como expandir-se. Assim, a falência cerebral é
iniciada em poucos minutos¹.

Queimaduras
As queimaduras são lesões de pele ou outros tecidos orgânicos
causada, principalmente, por alterações térmicas. A queimadura
ocorre quando algumas ou todas as células da pele ou outros tecidos
são destruídas¹⁰. Portanto, as queimaduras são lesões cutâneas
causadas pela ação direta ou indireta do calor⁹

A circulação da corrente elétrica no corpo humano, assim como em


qualquer condutor é acompanhada do Efeito Joule, que como
sabemos, é um fenômeno de produção de calor. Sendo assim,
quando uma pessoa leva um choque existe a probabilidade de
queimaduras³.

As queimaduras podem comprometer diferentes estruturas


orgânicas e são avaliadas em graus, conforme a profundidade do
trauma nos tecidos¹¹. Existem 3 pos de queimaduras, elas são
divididas por graus, podendo ser de 1º, 2º e 3º grau.

Na queimadura de 1º grau o comprome mento está restrito à


camada exterior da pele; o local da lesão apresenta vermelhidão,
calor, e dor; a evolução é rápida com descamação e a repercussão
sistêmica é mínima¹¹.

Na queimadura de 2º grau o comprome mento envolve não


somente toda a camada exterior da pele como também parte
interna; o local da lesão apresenta dor, vermelhidão, acúmulo de
líquido no tecido (bolhas), desgaste da super cie da pele e feridas; a
cicatrização é mais lenta e podem ocorrer sequelas como a alteração
das cores ou cicatriz¹¹.

Já na queimadura de 3º grau há destruição da pele externa e interna


podendo a ngir o tecido subcutâneo, tendões, ligamentos, músculos
e ossos; a lesão apresenta-se esbranquiçada ou negra, seca, dura e
inelás ca; não há dor devido a destruição das terminações nervosas;
não há retorno capilar e os vasos sanguíneos estão comprome dos
por coagulação; não há regeneração espontânea sendo indicado
enxerto e quando há cicatrização esta apresenta retração de
bordas¹¹.

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Esperamos que você tenha compreendido o choque elétrico,


mecanismos e seus efeitos. Pois ao circular pelo organismo, a
corrente elétrica provoca diversos efeitos e consequências, podendo
ser desde um susto até levar à morte. Por isso é fundamental
cumprir com todas as determinações e normas referentes a
segurança em eletricidade.

Voltar para concluir o tema

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