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Organizadores

Dalci Maria dos Santos


Lélio Fellows Filho
Prospectiva na
América Latina
Rua Eng. Alpheu José Ribas Sampaio, 3-40
Jd. Infante Dom Henrique | CEP 17012-631 | Bauru, SP
Fone/fax (14) 3313-7968 | www.canal6.com.br

P9663 Prospectiva na América Latina: Evolução e desafios /


Organizadores: Dalci Maria dos Santos e Lélio Fellows Filho.
- - Bauru, SP: Canal6, 2009.
266 p. il. ; 23 cm.

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7917-003-4

1. Prospectiva. 2. Prospectiva Tecnológica. 3. Política de


Ciência e Tecnologia. 4. Estudos do Futuro. I. Santos, Dalci
M. II. Filho, L.F. II. Título.

CDD: 320

Copyright© Canal 6, 2009


Prospectiva na
América Latina
Evolução e desafios

Dalci Maria dos Santos


Lélio Fellows Filho
(org.)

1ª Edição - 2009
Sumário

Apresentação........................................................................................................ 15

Presentación ........................................................................................................ 17

Los autores .......................................................................................................... 19

Introdución ......................................................................................................... 25

Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina


Manuel Marí .................................................................................................. 29

Prospectiva Tecnológica en Bolivia


César Villagómez Villarroel .......................................................................... 57

A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta


de Construção de um Sistema Nacional de Inovação
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho ............................................. 79

La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia


Frances Wilson Bronfman .......................................................................... 113

La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos


Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque ............................... 143

La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los


Esfuerzos de Integración Latinoamericana
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre ........................................... 185
Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas…
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México
Guillermina Baena Paz ............................................................................... 209

Estado del arte de la Prospectiva en el Perú


Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado ............................... 235

Praxis de La Prospectiva en Venezuela


Hechos, Reflexiones y Estrategias
Freddy Blanco ............................................................................................... 251
Apresentação

Pensar sobre futuro sempre foi a grande questão da humanidade, e continu-


ará sendo já que quanto mais se avança nessa área, mais aumenta a certeza que a
distância até a verdade sobre o futuro está cada vez maior.
Mas, longe de nos desanimar essa constatação nos faz cada vez mais sermos
impelidos a trabalhar para diminuir as incertezas, avaliarmos os riscos das decisões
e produzirmos resultados que nos fazem crer que adotamos a direção acertada.
O conceito de “construção do futuro” que utilizamos nesse trabalho é aquele
que nos afasta da inatingível verdade sobre a definição do futuro que teremos,
mas nos habilita a confrontar hipóteses e situações e, desse modo, elaborar um
conjunto de condições que nos permite estar mais bem preparados para esse ina-
tingível futuro imprevisível.
Não é a busca dessa verdade inalcançável que nos move, porém o exercício de
formularmos hipóteses articuladas com desejos representativos das forças sociais
dos nossos países. Esse sim, viável e tecnicamente construído é o objeto das aná-
lises, reflexões, cálculos e formulações dos que se dedicam a esse apaixonante ofí-
cio, não prever, mas construir as condições que nos fazem antecipar um conjunto
de possibilidades e, ao elegermos algumas delas, trabalhar, de modo articulado,
para que algo próximo a elas seja parte do futuro em que viveremos.
Com esse espírito e consciência, vários estudiosos, acadêmicos e cidadãos em
geral se envolveram em vários estudos e trabalhos realizados nos países ibero-
americanos com o objetivo de produzir elementos para a “construção de futuro”
dos países da região.
16 Apresentação

Agradecimentos e reconhecimentos também são parte de qualquer constru-


ção, ao CYTED e ao CNPq que patrocinaram os trabalhos da RIAP, aos orga-
nismos signatários do Programa que colaboraram durante o período de atuação
da RIAP, e em particular, aos autores dos artigos que também são os principais
interlocutores que deram vida à RIAP, a eles, a um só tempo, construtores e razão
de ser da RIAP, nossos mais profundos agradecimentos.
Esse livro é, antes de tudo, um tributo a essa consciência e crença, e busca
consolidar a idéia de que se o Futuro é imprevisível, seja ele qual for, nos encon-
trará melhor preparados se levarmos a frente e, de modo cada vez mais intenso,
os casos e estudos nele relatados.

Lélio Fellows Filho


Coordenador Geral
Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilância Tecnológica – RIAP
Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo – CYTED
Presentación

Pensar sobre el futuro siempre ha sido la gran cuestión de la humanidad y


continuará siendo ya que cuanto más se avanza en esa área, más aumenta la cer-
teza que a la distancia hasta la verdad sobre el futuro será cada vez mayor.
Pero lejos de desanimarnos esta constatación, cada vez más estamos obli-
gados a trabajar para disminuir las incertidumbres, evaluando los riesgos de las
decisiones y produciendo resultados que nos hacen creer que adoptamos la direc-
ción correcta.
El concepto “construcción de futuro” que utilizamos en este trabajo es aquél
que nos aparta de la intangible verdad sobre la definición de futuro que tenemos,
pero nos habilita para confrontar hipótesis y situaciones y de ese modo elaborar
un conjunto de condiciones que nos permitan estar más preparados para ese in-
tangible futuro imprevisible.
No es la búsqueda de esa verdad inalcanzable la que nos mueve, pero sí el
ejercicio de formularmos hipótesis articuladas con deseos representativos de las
fuerzas sociales de nuestros países. Esa verdad, viable y técnicamente construida,
es objeto de análisis, reflexiones, cálculos y formulaciones de quienes se dedican
a este apasionante oficio, no predecir, sí construir las condiciones que nos hagan
anticipar un conjunto de posibilidades y elegir algunas de ellas, trabajar de modo
articulado para que algo próximo a ellas sea parte del futuro que viviremos.
Con ese espíritu y conciencia, varios estudiosos, académicos y ciudadanos
en general se involucrarán en varios estudios y trabajos realizados en los países
iberoamericanos con el objeto de producir elementos para la “construcción del
futuro” en los países de la región.
18 Presentación

Los agradecimientos y reconocimientos también son parte de cualquier


construcción, al CYTED y al CNPq que patrocinaron los trabajos de la RIAP, a
los organismos firmantes del Programa que colaboraron durante el periodo de
actuación de la RIAP y, en particular, a los autores de los artículos, quienes tam-
bién son los principales interlocutores que dieran vida a la RIAP. A ellos, quienes
al mismo tiempo, fueron constructores y razón de ser de la RIAP, nuestro más
profundo agradecimiento.
Este libro es, antes que todo, un tributo a esa conciencia y creencia que busca
consolidar la idea de que si el futuro es imprevisible, sea cual fuera, nos encon-
trará mejor preparados si llevamos al frente y, de modo cada vez más intenso, los
casos y estudios en él relatados

Lélio Fellows Filho


Coordenador Geral
Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilância Tecnológica – RIAP
Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo – CYTED
Los autores

Cesar Villagomez Villarroel

Ingeniero Industrial por la Universidad Mayor de San Simón, Master en Ad-


ministración de Empresas por la Universidad Privada Boliviana (UPB) y Docto-
rante en Economía y Administración de Empresas de la Universidad de Sevilla.
Actualmente es Decano de la Facultad de Ingeniería y Arquitectura de la UPB,
Director de la Fundación “Promoción e Investigación de Productos Andinos”
(PROINPA), Docente de “Gestión de la Innovación Tecnológica” en programas
de postgrado, Vicepresidente de la Red Internacional para la Educación de Inge-
nieros (RIEI) y representante de la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilan-
cia Tecnológica en Bolivia.

Dalci Maria dos Santos

Matemática, Mestre em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais


– (UFMG), Doutoranda em Ciências, pela Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP). É analista em Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desen-
volvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É membro da World Future Society
(WFS) e da World Future Studies Federation (WFSF). Trabalha com prospectiva
em ciência e tecnologia há cerca de 10 anos, tendo coordenado vários estudos e
publicado cerca de 40 publicações entre capítulos de livros e artigos em perió-
dicos nacionais e internacionais especializados no tema. Atua desde 2003 como
20 Los autores

coordenadora adjunta da Rede Iberoamericana de Prospectiva e Vigilância Tec-


nológica - RIAP.

Emilio García Capote

Ingeniero en Telecomunicaciones por la Universidad de La Habana. Profesor


Adjunto de la Universidad de La Habana. Miembro Titular de la Academia de
Ciencias de Cuba. Vicedirector y Analista en el Observatorio Cubano de Ciencia
y Tecnología. Coordinador de la Red Cubana de Prospectiva.

Frances Wilson Bronfman

Economista de la Universidad de Chile con estudios de Postgrado en Econo-


mía en Bordeaux-Francia. Dirigió, en calidad de Coordinadora del Programa de
Prospectiva Tecnológica de Chile (en convenio con el BID) 11 estudios de Pros-
pectiva y es coautora del libro “ Visualizando el Futuro: La experiencia Chilena
en Estudios de Prospectiva”. Participo hasta el 2007 en el desarrollo de la Estrate-
gia de Innovación para Chile como asesora del Consejo Nacional de Innovación.
Actualmente es miembro del Centro de Gestión de la Innovación de la Universi-
dad Alberto Hurtado (UAH) y representante de la RIAP en Chile.

Fernando Ortega San Martín

Ingeniero Metalúrgico y Siderúrgico por la Universidad de Lima, Bachiller


en Ingeniería Industrial por la Universidad Nacional Federico Villarreal, Magís-
ter en Administración por la Universidad del Pacífico, Doctorando en Adminis-
tración por la Universidad Ricardo Palma. Actualmente desempeña el cargo de
Director de Prospectiva e Innovación Tecnológica del Consejo Nacional de Cien-
cia, Tecnología e Innovación Tecnológica (CONCYTEC) del Perú, y se encuentra
encargado de su Secretaría General.
Los autores 21

Freddy Blanco Hernández

Sociólogo de la Universidad Central de Venezuela (UCV), con postgrado


en Planificación Global del Instituto Venezolano de Planificación (IVEPLAN),
Diplomado en Gerencia de Proyectos de la Universidad Católica Andres Bello
(UCAB) y en Prospectiva y Estrategia por la Universidad Simón Bolívar (USB);
Profesor de Postgrado de la (UCAB); con ocho (8) años de experiencias en estu-
dios prospectivos, miembro de la World Future Studies Federation (WSFS) y de
la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia (RIAP). Actualmente es Pro-
fesional de la Coordinación de Prospectiva Tecnológica de la Fundación Instituto
de Ingeniería.

Francisco Mojica

Licenciado en Letras de la Universidad de Franche-Comté (Besançon, Fran-


cia), Magíster en Ciencias de la Educación y Doctor en Ciencias Humanas de la
Universidad de París V “René Descartes” (Sorbona). Fue “stagiaire” en el LIPSOR
(“Laboratoire d’Investigation en Prospective, Stratégie et Organisation”) bajo la
dirección de Michel Godet, en París. Es miembro de la “World Future Society”,
de la “World Future Studies Federation” y de la “Asociation Futuribles Interna-
tional” Es autor del libro “La Construcción del Futuro”, editado por la Universi-
dad Externado de Colombia y el Convenio Andrés Bello. Fue condecorado por el
Gobierno de Francia con las “Palmas Académicas”. Actualmente es Director del
“Centro de Pensamiento Estratégico y Prospectiva” y del Doctorado en “Ciencias
de la Administración” de la Universidad Externado de Colombia.

Guillermina María Eugenia Baena Paz

Licenciada en Ciencias de la Información, Doctora en Estudios Latinoame-


ricanos y Maestra en Administración Pública. Pertenece al Sistema Nacional de
Investigadores como Investigador Nacional II. Es miembro de la World Future
Society y la World Future Studies Federation. Ha publicado artículos especiali-
zados, treinta libros, ha participado en nueve libros colectivos. Actualmente es
profesora investigadora de la Coordinación de Ciencia Política y del posgrado en
22 Los autores

la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la UNAM, coordina el Seminario


Permanente de Estudios Prospectivos la serie Working Papers sobre Prospectiva,
dirigió la revista Prospecti...va construyendo futuros (www.nodofuturomexico.
org) y es Secretaria General del Capítulo Iberoamericano de la World Future
Studies Federation.

Irene Lezcano Lastre

Licenciada en Ciencias Biológicas, Especialista en Microbiología, Universi-


dad de La Habana, Cuba. Maestra en Ciencias de las Aguas. Profesor Adjunto
de la Universidad de la Habana. Invitada permanente al Consejo Directivo de la
Academia de Ciencias de Cuba. Directora y Analista del Observatorio Cubano de
Ciencias y Tecnología.

Javier Medina Vasquez

Psicólogo y Magíster en Administracion de Empresas, Universidad Del Va-


lle, (Colômbia), Doctor en Ciencias Sociales, énfasis en Previsión Humana y So-
cial, Pontificia Universidad Gregoriana, Roma. Director del Instituto Nacional
de Prospectiva, Innovación Y Gestión Del Conocimiento. Ex-Jefe del Programa
Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial, Colciências, en Colombia. Ex-
Director de la Oficina de Planeación y Desarrollo Institucional de la Universida-
de del Valle. Fundador e ex-Director del Grupo de Investigación en Previsíon y
Pensamiento Estrategico. Actualmente es Profesor Titular, Facultad de Ciencias
de la Administración, de la Universidad Del Valle, Director de la Oficina de In-
vestigaciones y Postgrados de la Facultad de Ciencias de la Administración. Há
publicado alrededor de 70 publicaciones entre libros, capítulos y articulos en re-
vistas nacionales e internacionales, y documentos cientificos y institucionales.

Lélio Fellows Filho

Engenheiro Metalúrgico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),


Brasil. É analista em ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvi-
Los autores 23

mento Científico e Tecnológico (CNPq). Trabalha com prospectiva em ciência e


tecnologia há cerca de dez anos, tendo publicado vários artigos em periódicos
especializados. É membro da World Future Society (WFS) e da World Future
Studies Federation (WFSF). Desde 2003, é Chefe da Assessoria Técnica do Centro
de Gestão e Estudos (CGEE) e Coordenador da Rede Iberoamericana de Prospec-
tiva e Vigilância Tecnológica (RIAP).

Manuel Mari

Licenciado en Filosofía por la Universidades de Alcalá de Henares (Madrid)


y em Sociologia por la Universidad Católica de Lovaina (Bélgica), con estudios de
Economía por la misma Universidad, especialidad planificación del desarrollo;
há dirigido el área de política científica y tecnológica de la Oficina de Ciência y
Tecnología de la OEA. Actualmente es Consultor de la Dirección de Planes y Pro-
gramas de la Secretaría de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva (SECyT)
de Argentina y Coordinador Técnico de su programa de Prospectiva.

Sandro Paz Collado

Master en Ciencias en Ingeniería Industrial, con especialización en Sistemas


de Calidad, Universidad de Puerto Rico, Mayagüez. Especialista en Control Esta-
dístico de Procesos y Métodos Estadísticos aplicables a diversos sectores. Docente
de la Pontificia Universidad Católica del Perú. Representante de la PUCP ante el
Consorcio de Investigación en Prospectiva y la Red Alfa SELF RULE. Consultor
en temas de estadística, control de calidad, optimización y prospectiva.
Introdución

“En verdad, afortunado es quien conoce la indicación de los caminos de acceso


y de las fechas determinadas.”
(El Morya)

La preocupación por el porvenir es inherente a la vida humana, la recupera-


ción del porvenir es inherente al estudioso del futuro...
Recuperar las utopías y los ideales, pensar, anticiparse a los acontecimientos,
desenmarañar, debatir y construir el futuro es esencial para la región latinoame-
ricana, en la cual, las economías inestables y en diferentes estados de desarrollo
requieren de la reflexión del conocimiento colectivo hacia la búsqueda de la cons-
trucción de mejores alternativas para enfrentar los desafíos futuros, tendiendo a
un desarrollo más equilibrado para un avance de la democracia, de los derechos
humanos y de la calidad de vida.
La advertencia de Wendel Bell es contundente: el cambio se acelera y el tiem-
po se acorta, estamos en peligro de ser atrapados por un mundo del futuro que
no deseamos, un mundo que puede ser tan hostil hasta el punto de desquiciar la
vida humana.
El presente lo tenemos entre las manos como el agua que se escurre rápida-
mente, somos producto del pasado y somos proyecto para el futuro.
Está permitido soñar con una región socialmente más equilibrada, formada
de países amigos, con ideales comunes. Movidos por ese sueño, los prospecti-
vistas, los interesados en el futuro, entre pensadores, intelectuales, empresarios,
representantes del poder público y miembros de la sociedad civil, venimos reali-
26 Introdución

zando esfuerzos en el sentido de incidir en el futuro con las preocupaciones dia-


rias, entendiendo que las acciones de hoy, construirán el mundo del mañana.
Como diría Arthur C. Clark, a menos que inventemos un mejor futuro, no
tenemos ninguno, de ninguna clase.
Por eso nuestro empeño en conocer el pasado, el pasado es el presente que se
manifiesta en lo que somos, en lo que conocemos, en lo que seleccionamos, pero
de ninguna manera tenderemos a ser conformistas, porque tenemos que enten-
der el pasado sin quedar prisioneros de su rigidez.
Este libro es resultado del esfuerzo de la Red Iberoamericana de Prospectiva
y Vigilancia Tecnológica, RIAP, en el ámbito del Programa Iberoamericano de
Ciencia y Tecnología para el Desarrollo, CYTED, iniciada en 2003, cuyos ob-
jetivos principales fueron, en primer lugar, la necesidad de dar relevancia a la
ampliación de debates y foros de discusiones sobre cuestiones esenciales para
la sociedad, para las cuales los estudios de futuro y la prospectiva científica y
tecnológica, pueden aportar información y conocimiento para la generación de
estrategias y para la búsqueda de soluciones. En segundo lugar, la necesidad de
reflexionar urgentemente sobre cómo dar forma y realidad a los estudios pros-
pectivos y de futuro, ofreciendo espacios donde se compartan experiencias pros-
pectivas e identificación de percepciones y posibilidades futuras, de tal forma que
se pueda promover la integración de los diferentes países, en el marco iberoame-
ricano y, en tercer lugar, la necesidad de crear una dinámica entre los diversos
países que comprende la región en torno a los estudios prospectivos, proponer la
búsqueda de un marco de referencia común y la promoción de la aproximación
entre la ciencia, la tecnología y la innovación.
A lo largo de las siguientes páginas, el lector podrá navegar por las experien-
cias de nueve países: Argentina, Brasil, Bolivia, Colombia, Cuba, Chile, México,
Perú, Venezuela y conocerá las opiniones y datos históricos que permean la discu-
sión sobre el futuro en cada uno de ellos. El lector se enfrentará con las inquietudes
de la región en cuanto a los caminos futuros, direcciones, tendencias, confusiones,
relaciones y alternativas, abordando cuestiones centrales para la sustentabilidad
futura, bien como los análisis de las oportunidades y probabilidades de ocurrencia
de eventos previstos o imaginados, así como también, de la manera de mantener
prendida la llama del futuro como una variable del presente.
Es significativo que en todos los artículos esté presente la preocupación sobre
la manera en que la región se ha conducido con los estudios prospectivos, así como
sobre la validez de este abordaje como instrumento de apoyo en la toma de decisio-
nes y en la formulación de las políticas públicas. ¿Serán los principios de la prospec-
Introdución 27

tiva suficientes para consolidar o ser el instrumento más eficaz para promover el
desarrollo de la región? ¿Y para promover el pensamiento sobre el futuro?
Nuestra región ¿encontrará su futuro?
Decía Nietzsche: el hombre de más larga memoria es el de mayor futuro. La
memoria de los pueblos es el mito. Cuando se pierde el mito, la memoria se di-
suelve y la actitud ante el futuro se reduce a un mero esperar.
En prospectiva no podemos esperar cualquier cosa que pueda suceder sin
que nosotros podamos evitarlo. Pero estamos guarecidos en el todavía y es posi-
ble reflexionar de manera colectiva en los futuros que podemos construir.
Este libro presenta un conjunto de experiencias de naturaleza nacional, de
modo que lleva a los lectores a comprender la realidad de la prospectiva en la re-
gión latinoamericana y la importancia de la planeación a mediano y largo plazos.
Su esencia es destacar la necesidad de estudiar el futuro de manera que se pueda
anticipar y conducir hacia un futuro deseado. No solamente por la importancia
de construirlo, sino también porque el futuro es la morada de los sueños y de las
posibilidades, como dice Baena “los prospectivistas son de filiación definida en la
búsqueda de concretar los sueños y fijar en ellos las redes de la esperanza. Por ello
algunos prospectivistas le llaman la ciencia de la esperanza. Mientras la esperan-
za permanezca, tendremos la posibilidad de buscar nuevos caminos para edificar
una nueva forma de vida, en el inmenso espacio de la creatividad que tiene a la
imaginación como límite.”

Los autores
Prospectiva y Prospectiva
Tecnológica en Argentina1

Manuel Marí

1. Introducción

Argentina ha sido pionera en América Latina en el desarrollo de estudios


prospectivos, a partir del famoso proyecto “Modelo Mundial Latinoamericano”
o “Modelo Bariloche” (1969-70), una respuesta al Informe del Club de Roma “Los
límites al crecimiento”. Sin embargo, su director, Amílcar Herrera, debió emigrar
poco después, y a partir de entonces, son esporádicas las ocasiones en que se han
desarrollado estudios de prospectiva (global o tecnológica) en el país.
Se puede atribuir esta situación, a varios factores: uno de ellos, la alternancia
en el poder de regímenes militares, una de las causas principales de la inestabili-
dad política en el país. Paradójicamente, han sido los gobiernos militares quienes
en más de una ocasión han tratado de implementar Planes de Largo Plazo, para
lo que han echado mano de estudios de futuro. Uno de los gurúes de la prospec-
tiva, Herman Kahn, fue invitado por la sangrienta dictadura de Videla, en 1977,
a asesorar uno de dichos planes. Tal vez esta utilización de planes y estrategias de
futuro por parte del estamento militar han contribuido en parte al desprestigio
de la prospectiva.

1 El presente capítulo está basado, para los puntos 2.1 a 2.9 , que refieren la experiencia
histórica argentina en Prospectiva, en el documento del autor “Prospectiva Tecnológica:
Algunas reflexiones sobre la experiencia latinoamericana”, ponencia presentada en las I
Jornadas de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, organizadas por CYTED en Santa Cruz
de la Sierra, Bolivia, en marzo de 2003. El capítulo representa las opiniones del autor, y no
refleja necesariamente la visión de la institución a la que pertenece.
30 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

Otro factor, sin duda relacionado con el anterior, han sido las persistentes
crisis económicas y la decadencia que ha venido sufriendo el país en los últimos
cincuenta años. Estas crisis han sido además acompañadas por intentos de supe-
ración fallidos, caracterizados por los economistas del “establishment” y de los
organismos internacionales como políticas del “stop and go” y que han acostum-
brado a los políticos e intelectuales argentinos a un peligroso cortoplacismo.
Un ejemplo de las dificultades de la prospectiva en Argentina: la revista “The
Economist” encargó en 1998 a los mejores centros económicos del país una previ-
sión de las tendencias macroeconómicas hasta 2010; esta proyección fue utilizada
en el año 2000 por la SECyT en su intento de iniciar un Programa de Prospectiva,
a través del Observatorio de Prospectiva Tecnológica (OPTE), creado en el mar-
co del Programa Regional de ONUDI iniciado en 1999. Las cuatro proyecciones
económicas predijeron la persistencia sin problemas hasta 2012 del régimen de
convertibilidad (y de paridad cambiaria entonces vigente, de 1 dólar =1 peso) y
un crecimiento moderado de la economía, entre 2,5% y 4%. Estas predicciones
fueron hechas justamente en el año en que comenzó la peor crisis económica de la
historia argentina, que culminó en el fracaso y abandono de la convertibilidad.
Otro ejemplo: al comienzo de la gestión actual a cargo de la Secretaría de
Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva (SECyT) que planteó la necesidad
de iniciar estudios de Escenarios y un ejercicio de Planificación Estratégica, en
octubre de 2003, ya iniciada la recuperación económica después de la crisis de
1998-2002, se encomendó a un economista de prestigio de la CEPAL que desa-
rrolllara escenarios macroeconómicos para el período 2003-2008. Planteó dos
escenarios: uno de crecimiento moderado (3%) y otro de crecimiento acelerado
(4-4,5%). A través de un modelo macroeconómico, se predijo como inviable el de
crecimiento acelerado, por restricciones externas, y se recomendó como factible
el de crecimiento moderado, el que, se dijo, no podría disminuir el desempleo,
en aquel momento superior al 20% de la PEA. La realidad una vez más dejó mal
parado al experto: la economía creció al 9% en los últimos tres años y se prevé
para 2007 un crecimiento apenas inferior. Y esto ha ocurrido con expansión del
comercio exterior (ciertamente ayudado por la coyuntura internacional) y supe-
ravit de las cuentas fiscales, mientras que el desempleo descendió a la mitad (de
20% a 10% aproximadamente).
A pesar de estas dificultades, la Argentina, bajo la dirección de la SECyT ha
optado en ciencia y tecnología por una estrategia que implica el desarrollo de
visiones y estudios de futuro. Recientemente, el Gabinete Ministerial Científico
y Tecnológico (GACTEC) ha aprobado el Plan Estratégico de Ciencia, Tecnología
Manuel Marí 31

e Innovación “Bicentenario” (2006-2010) en el que Prospectiva y Planificación


están plenamente integradas. Presentaremos las características de esta iniciativa
al final de este capítulo. Antes, desarrollaremos la experiencia argentina en Pros-
pectiva, desde el trabajo pionero de Amílcar Herrera y la Fundación Bariloche
que mencionamos al principio, hasta los meritorios intentos hechos en distintas
ocasiones por expertos e instituciones, que lamentablemente, no tuvieron conti-
nuidad, ni otro efecto, por cierto no menor, que el de la formación de una canti-
dad nada desdeñable de prospectivistas, los que constituyen en estos momentos
la mayor riqueza del país en el área, y son prenda de futuras posibilidades.

2. Antecedentes

2.1. Inicios de la prospectiva, los estudios de futuro y la


planificación estratégica

Según Miguel Angel Gutiérrez2, el primer antecedente, aunque indirecto, de


preocupación por visiones de futuro en el país estuvo dado por la creación de
un Consejo de Postguerra durante la presidencia de Juan Domingo Perón (entre
1945 y 1955), cuya misión era preparar al país para la Tercera Guerra Mundial.
En ese período se creó un Ministerio de Planeamiento y una Secretaría de Pla-
neamiento Estratégico. Sin embargo, su acción consistió en “una evaluación de la
factibilidad política y económica de futuros deseados más que una investigación
de como alcanzarlos”. De esa visión estratégica surgió la llamada Tercera Posi-
ción Ideológica y la vinculación de Argentina con el Movimiento de Países No-
Alineados. Sin embargo, nada de las metodologías de análisis de futuro relacio-
nadas con desarrollos científicos y tecnológicos parecen haber sido considerados
en las instancias mencionadas.

2 Estudio de futuros en Argentina, Transparencias (documento en pdf), 2006


32 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

2.2. El Modelo Mundial Latinoamericano


(Modelo Bariloche) y su respuesta al Club de Roma

El primer trabajo de envergadura propiamente prospectivo realizado en


Argentina y en América Latina fue el llamado Modelo Mundial Latinoameri-
cano o Modelo Bariloche. Consistió en un modelo de simulación numérica y se
basó en un escenario normativo (una sociedad igualitaria y no consumista); di-
fiere por tanto de los modernos estudios de Prospectiva basados en Escenarios,
aunque no por ello ha perdido su vigencia. Tiene además el mérito de haber
sido pionero en su género.
La idea del Modelo surgió en una reunión realizada en 1970 en Río de Janei-
ro, auspiciada por el Club de Roma, para discutir el informe del mismo Club, “Li-
mits to Growth”, publicado posteriormente en 1972. En dicha reunión, un grupo
de latinoamericanos cuestionó los supuestos básicos del Informe y encargó a la
Fundación Bariloche3 la construcción de un modelo sobre supuestos distintos. Se
constituyó un comité compuesto por Carlos A. Mallmann, Jorge Sábato, Enrique
Oteiza, Amílcar O. Herrera, Helio Jaguaribe y Oswaldo Sunkel, que esbozó las lí-
neas generales del Proyecto. Los cuatro primeros expertos elaboraron un primer
documento con las hipótesis y variables que se utilizarían en el modelo, el que fue
aprobado por el Comité. La elaboración del modelo y el Informe final, titulado
“Catástrofe o Nueva Sociedad, Modelo Mundial Latinoamericano”4, fue dirigida
por Amílcar Herrera. Fue auspiciada por IDRC y el equipo de trabajo lo consti-
tuyeron, además de Amílcar Herrera, Hugo D. Scolnik, Graciela Chichilnisky,
Gilberto C. Gallopin, Jorge E. Hardoy, Diana Mosovich, Enrique Oteiza, Gilda L.
de Romero Brest, Carlos E. Suárez y Luis Talavera.
El Modelo Bariloche partió de un supuesto antagónico al del “Limits to
Growth”, que era un análisis de tendencias y mostraba los límites al crecimien-
to impuestos por el ambiente físico; para el Modelo Bariloche, en cambio, los

3 La Fundación fue creada en 1963 en San Carlos de Bariloche, donde estaba radicada una
de las sedes de la Comisión Nacional de Energía Atómica (CNEA) por científicos y empre-
sarios argentinos para contribuir a la realización de actividades de investigación, creación,
capacitación, asistencia técnica y difusión. Llevó a cabo programas interdisciplinarios de
investigación aplicada y desarrollo tecnológico en: exploración y explotación de recursos
mineros, conservación del medio ambiente, economía de la energía, computación e infor-
mática, educación superior, problemas socio-económicos del desarrollo y modelos matemá-
ticos de simulación. La Fundación Bariloche incluía también un Programa de Prospectiva
que produjo el El Modelo Mundial Latinoamericano.
4 IDRC (International Development Research Center), Ottawa, Canada, 1977
Manuel Marí 33

problemas más importantes que afronta el mundo moderno no son físicos sino
sociopolíticos, y están basados en la desigual distribución del poder tanto inter-
nacional como dentro de los países. En consecuencia, no pretendió predecir ten-
dencias a partir de la realidad actual, sino proponer una meta final, un escenario
deseado o imagen de sociedad ideal: una sociedad igualitaria, no consumista, ba-
sada en el uso y gestión de los bienes de producción decidida comunitariamente.
Fue por tanto un escenario normativo, que a través de un modelo matemático de
simulación mostró la viabilidad del mismo.
El Modelo Bariloche no pretendió minimizar el problema del agotamiento
de los recursos. Simplemente, quiso cambiar el eje del mismo, poniéndolo en las
estructuras sociopolíticas. Con el correr de los años y a raíz de los trabajos del Pro-
yecto “Prospectiva Tecnológica en América Latina” (PTAL), Amílcar Herrera se
hizo mucho más sensible a los límites físicos al crecimiento, sin dejar de acentuar,
por supuesto, los límites del modelo socio-económico. Por ejemplo, en su presen-
tación en un Seminario en memoria a Jorge Sábato a los 10 años de su muerte, en
Buenos Aires en 1992, pocos años antes de su fallecimiento, arguyó fuertemente
que el planeta no podría contener un crecimiento del mundo subdesarrollado que
lo acercara a los niveles de vida de los países desarrollados de hoy.
El Modelo Bariloche, además de su valor intrínseco, creó una escuela de
técnicos que se expandieron por toda América Latina. En particular, su modelo
inspiró la creación de un modelo económico de simulación de Largo Plazo, adop-
tado por Naciones Unidas. Este modelo sirvió para el desarrollo de modelos de
Planificación de Largo Plazo y para la formación de técnicos, en particular en
Venezuela (CENDES) y el Perú (Instituto Nacional de Planificación). Se destacan
las figuras de Oscar Varsavsky y Benjamín Zacarías.

2.3. El Proyecto Piloto de Transferencia de


Tecnología de la OEA y la Inteligencia Tecnológica

Aunque se trata de un Proyecto latinoamericano auspiciado por la Orga-


nización de Estados Americanos (OEA), mencionamos este Proyecto por haber
tenido su origen en la experiencia de la Comisión de Energía Atómica de Ar-
gentina (CNEA) y la Red creada en torno a ella de Centros Latinoamericanos de
metalurgia. Fue dirigido por el Dr. Ing. Carlos Martínez Vidal, sucesor de Jorge
Sábato en la Dirección de Metalurgia de la CNEA e impulsor junto con él de las
34 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

ideas de la Escuela de Pensamiento Latinoamericano en Ciencia y Tecnología


desde finales de los 1950.5
El objetivo del proyecto era la búsqueda, selección, adaptación y cuando fue-
ra necesario generación de tecnologías en sectores específicos en América Latina:
siderurgia, petroquímica, industria química, etc. Una parte importante de sus es-
fuerzos estuvo dirigida a crear una metodología y una base de conocimientos que
permitiera orientar la búsqueda de tecnologías por parte de las empresas. Para
ello, se utilizaron técnicas de evaluación y predicción tecnológica (Technology
Forecasting), para lo que se contó con el asesoramiento de expertos europeos
como E. Jantsch, P. F. Teniere-Buchot y Pierre Gonod, entre otros. Por otro lado
se creó el concepto de “inteligencia tecnológica”6, hoy día de vital importancia
para la Prospectiva y para la Vigilancia Tecnológica.

2.4. El Proyecto PTAL


(Prospectiva Tecnológica de América Latina)

Uno de los subproductos del Modelo Bariloche (ver punto 2.1) fue la crea-
ción por parte del mismo Amílcar Herrera, del Núcleo de Política Científica y
Tecnológica en el Instituto de Geociencias de la Universidad Estadual de Cam-
pinas (Campinas, São Paulo). Dentro de las orientaciones del Núcleo, se destacó
el lanzamiento del Proyecto Prospectiva Tecnológica en América Latina (PTAL),
en 1983. El proyecto fue financiado por la Universidad de las Naciones Unidas
(UNU), a la que se unió después el IDRC de Canadá.
Si bien el proyecto fue dirigido desde Brasil y fue propiamente un proyecto
latinoamericano, se menciona aquí por haber tenido su origen e inspiración en el
Modelo Bariloche y por la participación de expertos argentinos en él.
El Comité Consultivo del proyecto estuvo compuesto por Fernando Henrique
Cardoso, Leonel Corona, Celso Furtado, Gilberto Carlos Gallopín (también ar-
gentino), José Agustín Silva Michelena y Theotonio dos Santos, bajo la dirección
de Amílcar Herrera, en el recientemente creado Núcleo de Política Científica y
Tecnológica del Departamento de Geociencias de la Universidad de Campinas.

5 Ver C. Martínez Vidal y M. Marí, La Escuela de Pensamiento Latinoamericano en Ciencia,


Tecnología y Desarrollo, en la revista virtual CTS+I, nº 4, de la OEI (www.oie.es).
6 Ver el documento ”Reflexiones sobre ‘Inteligencia Tecnológica’ y ‘Diplomacia Técnica”, de
Carlos Martínez Vidal.
Manuel Marí 35

En el proyecto participaron las instituciones argentinas CEUR (Centro de


Estudios Urbanos), de Buenos Aires, para el área de la dimensión urbana del
cambio tecnológico, bajo la coordinación de Pablo Gutman, y GASE (Grupo de
Análisis de Sistemas Ecológicos), de Buenos Aires, bajo la dirección de Gilberto
Gallopin, que coordinó el área de Medio Ambiente y Desarrollo.
A diferencia del Modelo Bariloche (modelo normativo de simulación para
mostrar la viabilidad de la sociedad ideal propuesta desde el punto de vista de
los recursos naturales y el medio ambiente físico), el proyecto PTAL trabajó con
varios escenarios posibles. Dos de ellos fueron calificados de inviables: uno ten-
dencial y otro reformista. Únicamente se encontró como viable el escenario nor-
mativo, o deseable: el llamado escenario de desarrollo endógeno. Su viabilidad,
con todo, dependería de que la transformación deseada fuera desarrollada en
forma armónica y homogénea entre los países del norte y del sur. Por este motivo,
el escenario deseable se planteó como tal no sólo para América Latina, sino para
todo el mundo.
Finalmente, el Proyecto planteó una estrategia para llegar al escenario ideal.
En este sentido, se lo podría caracterizar como “prospectiva estratégica”. Dentro
de la estrategia científica y tecnológica, el Proyecto dedicó una gran cantidad de
esfuerzos al análisis de los impactos y las oportunidades que ofrecen las nuevas
tecnologías, a las que se veía como factores importantes de cambio, al igual que
los movimientos sociales.

2.5. El proyecto Alta Tecnología


América Latina 2000 (ATAL 2000)

Este proyecto, iniciado en 1987 con el apoyo de la OEA a partir de la iniciativa


del Ministerio de Ciencia y Tecnología de Brasil y de COLCIENCIAS, de Colom-
bia, contó con la participación de la Secretaría de Ciencia y Tecnología (SECyT),
Argentina, aunque por lo que se dirá a continuación, no se pudieron realizar prác-
ticamente actividades en el país. El proyecto pretendía incentivar las acciones de
cooperación entre los países de América Latina para el monitoreo de las tenden-
cias de la investigación y la producción en el campo de cinco altas tecnologías
(informática, comunicaciones, biotecnología, nuevos materiales y química fina).
La idea básica del proyecto había sido lanzada por el Secretario de Ciencia y Tec-
nología del Ministerio de Brasil, Dr. Luciano Coutinho, quien había realizado va-
rios estudios años antes en la Universidad de Campinas, financiados también por
36 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

la OEA, sobre el impacto de las nuevas tecnologías en América Latina. La idea del
Dr. Coutinho era la de crear redes de “antenas” en América Latina que recogieran
los desarrollos recientes y las ideas sobre desarrollos futuros en el campo de las
nuevas tecnologías, que habían empezado a preocupar a la región desde 1983.
El proyecto pretendía ser complementario al PTAL (ver punto 2.3), de ca-
rácter más académico, mientras que ATAL 2000 buscaba la colaboración entre
los organismos nacionales de Ciencia y Tecnología. La OEA contribuyó con un
fondo semilla para facilitar la constitución de la red entre los cinco países que ini-
cialmente iban a formar parte de la misma: además de los dos citados, Argentina,
México y Venezuela. Se financiaron varias reuniones para formular el proyecto, y
se publicaron cuatro documentos sobre tendencias futuras en Microelectrónica,
Biotecnología, Nuevos Materiales y Comunicaciones.
El proyecto fue interrumpido en 1990. Los comienzos de la onda de neolibe-
ralismo que hicieron estragos en la región, también hicieron perder interés en la
Prospectiva Tecnológica. El CPCT (Centro de Política de Ciencia y Tecnología)
del MCT de Brasil había sido desmantelado a raíz de la asunción del Presidente
Collor de Melo, y suspendidas todas las actividades en Prospectiva de la Direc-
toría de Planejamento e Gestão del CNPq, que había emprendido poco antes la
reorientación de sus trabajos “Avaliação e Perspectivas em Ciencia e Tecnolo-
gía”. Estos trabajos, que se realizaban periódicamente desde 1972, iban a reci-
bir un enfoque de escenarios, para hacerlos más funcionales a una planificación
de largo plazo. En Colombia ocurrió algo similar: un cambio de autoridades en
COLCIENCIAS desmanteló también el grupo de Prospectiva, que había llegado
a desarrollar importantes proyectos e iniciativas, particularmente a nivel de re-
giones, como Antioquia XXI y otro esfuerzo similar en Cali. Lo mismo ocurrió
con el proyecto en Argentina. Venezuela asumió la conducción del proyecto en
el Ministerio de Ciencia y Tecnología y CONICYT, pero ante el desinterés de los
países participantes del proyecto y de la propia OEA, canalizó sus esfuerzos en el
área de Prospectiva a través del Programa COLCYT, de SELA.

2.6. La reunión internacional sobre América Latina


y el proceso de cambio tecnológico-industrial
Buenos Aires, 13-17 de marzo de 1989

Esta reunión, que pretendía iniciar un esfuerzo de cooperación latinoameri-


cana similar al del proyecto ATAL 2000, sufrió el mismo destino que este. Pro-
Manuel Marí 37

movida por la OEAy el Gobierno argentino, sus conclusiones fueron paralizadas


a raíz de los cambios de gobierno en los principales países de la región, que ini-
ciaron la década neoliberal de los 1990.
La reunión tuvo una amplia participación de expertos y autoridades de Amé-
rica Latina, en particular de MERCOSUR y el Grupo de los Ocho. Si bien no se en-
cuentra en la agenda de la Reunión el concepto de Prospectiva Tecnológica, estuvo
dominada por el tema de los cambios en las tecnologías avanzadas. Por otro lado,
entre las recomendaciones se encuentra una acción concertada para el desarro-
llo de estas tecnologías, en particular “la realización de estudios cuantitativos de
predicción tecnológica que ayuden a medir la dimensión del impacto que sobre la
economía latinoamericana tendrán las nuevas tecnologías... En los estudios corres-
pondientes habría que incluir, en un lugar importante, un análisis técnico – cuanti-
ficado producto por producto – de los 15 ó 20 principales rubros de exportación de
América Latina y su correspondiente predicción tecnológica”. La reunión también
insistió en el concepto de inteligencia tecnológica (ver punto 2.2).
Como se dijo antes, esta reunión no tuvo los efectos esperados, fundamen-
talmente debido al cambio de gobierno en Argentina y otros países, pero también
a la desaparición general del interés por los estudios de Prospectiva, que hemos
constatado en el punto anterior, como consecuencia de la agudización de la onda
neoliberal que empezaba a comienzos de los 1990.

2.7. El Proyecto de Escenarios


Regionalizados de América Latina

Bajo la inspiración y con la colaboración de Ricardo Petrella, Director del Pro-


yecto FAST, de la Unión Europea, se realizó en los comienzos de los años 1990 un
proyecto sobre Escenarios Regionalizados en América Latina. Participaron de él ex-
pertos de Argentina (el Prof. Mario Albornoz, quien fue director del Proyecto, Car-
los Mallman y Leonardo Vaccarezza, de la Universidad de Buenos Aires), de Chile
(Dr. Mario Waisbluth, de CINDA), de Brasil (Prof. Henrique Rattner, de la USP, y
Hebe Vessuri de UNICAMP) y de Venezuela (Prof. Isabel Licha, de CENDES).
Este fue el primer proyecto latinoamericano con una concepción moderna
de la prospectiva, basada en la construcción de Escenarios. El objetivo del Pro-
yecto fue constituir una red de Centros de Prospectiva, realizar un análisis se-
cundario de los escenarios ya construidos en los últimos años y de los debates en
curso en el seno de la región, reflexionar sobre las temáticas centrales y variables
38 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

que serían incluidas en futuros escenarios y, finalmente, realizar un análisis, en


forma cualitativa, de futuros escenarios alternativos de América Latina. Se tomó
particular atención a las concepciones, imágenes y expectativas que se forman de
sí mismos los países de la región, a las posibilidades de integración y a la coope-
ración con Europa.
El ejercicio final fue remitido a la Comisión de la Comunidad Europea, para
formar parte de sus estudios de prospectiva. Fue acompañado de un análisis
macroeconómico cuantitativo, preparado por la Comisión Económica de las
Naciones Unidas para Europa. Lamentablemente este estudio no tuvo mayor re-
percusión por la crisis, ya señalada en varias ocasiones, de los estudios de Pros-
pectiva en la región.

2.8. El grupo de Buenos Aires y el grupo de Lisboa

A raíz de la participación del Dr. Ricardo Petrella en el proyecto recién mencio-


nado de Escenarios Regionalizados, se propuso una colaboración entre el Grupo
de Lisboa, creado por Petrella, con la participación de académicos y empresarios
del mundo desarrollado y diversos grupos argentinos interesados en la materia.
En el marco de esta colaboración y a sugerencia del Dr. Petrella, se constituyó
en 1996 el Grupo de Buenos Aires, que pretendía ser un grupo latinoamericano
con objetivos similares al del Grupo de Lisboa. El Grupo de Lisboa tiene como
objetivo principal el análisis de las consecuencias económicas, sociales y políti-
cas del fenómeno de la globalización, entre ellas los problemas de diferencias en
la distribución del ingreso, las diferencias crecientes entre el Primero y el Tercer
Mundo, los problemas de gobernabilidad y la presión sobre los recursos naturales
y el Medio Ambiente. Según el Grupo, que está conformado por personalidades
académicas, empresariales y políticas (a la manera del Club de Roma), es necesa-
rio contribuir a la generación de contratos globales en cada uno de los proble-
mas mencionados. Estos “contratos” se conciben en el sentido del Contrato Social
rousseauniano, es decir, consensos sociales (“civilizatorios”) en torno a la necesi-
dad de soluciones viables a esos problemas. Pero al mismo tiempo, deberían llevar
a “contratos”, es decir a negociaciones globales particulares, del tipo de la Agenda
XXI en el área del Desarrollo Sustentable y el Medio Ambiente, que el Grupo de
Lisboa considera como un modelo de las negociaciones globales a apoyar.
Uno de los aspectos en los que insiste el Grupo de Lisboa es que estos contra-
tos deben ser globales, es decir, deben llevar a algún tipo de entendimiento entre
Manuel Marí 39

el Primero y el Tercer Mundo. Justamente, la sugerencia del Grupo de Petrella en


el sentido de constituir un Grupo latinoamericano (el Grupo de Buenos Aires)
diferente al Grupo de Lisboa, radicaría en que el Primer Mundo tiene una res-
ponsabilidad primaria en la generación de los problemas surgidos de la globaliza-
ción y de la instauración del nuevo orden mundial (el Consenso de Washington).
La óptica de América Latina y del Tercer Mundo es por tanto distinta y debe tener
sus propias estrategias.
El Grupo de Buenos Aires se constituyó formalmente en 1996, con la coordi-
nación del Prof. Mario Albornoz, del Grupo REDES, Coordinador de la Red Ibe-
roamericana e Interamericana de Indicadores en Ciencia y Tecnología (RICYT/
CYTED/OEA). En la reunión inicial se difundió la versión española del libro ma-
nifiesto del Grupo de Lisboa, “Límites a la competitividad”7.
El Grupo de Buenos Aires, como el Grupo de Lisboa, tenía como objetivo central
la movilización de esfuerzos para posibilitar los “contratos globales” mencionados. En
este sentido, la Coordinación del Grupo REDES participó en las actividades del Grupo
de Lisboa, en particular en su iniciativa para un “Contrato Mundial del Agua”, prepa-
rada en varias reuniones de expertos internacionales y hecha pública en la Exposición
Universal de Lisboa en septiembre de 1998, bajo el auspicio de un Comité dirigido por
el Dr. Mario Soares, Primer Ministro de Portugal.
Como base de su objetivo central de movilización en torno a la necesidad de
negociaciones y contratos globales y para la mejor fundamentación de los mis-
mos, el Grupo de Buenos Aires, como el Grupo de Lisboa, tenía como una ac-
tividad connatural a sus fines la del análisis prospectivo en torno a los grandes
problemas de la globalización. Más que la realización de estudios por sí mismo,
el Grupo buscaba involucrar en sus actividades e iniciativas a expertos y centros
que hagan estudios prospectivos orientados a los mismos fines, constituyendo
redes de estudios prospectivos con esa orientación. Lamentablemente las activi-
dades del Grupo de Buenos Aires quedaron paralizadas desde 1999, a raíz de la
inestabilidad política e institucional argentina, no habiéndose podido iniciar la
incorporación de otros miembros latinoamericanos.

7 Publicado por la Universidad Nacional de Quilmes, 1996.


40 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

2.9. Participación argentina en las iniciativas de ONUDI:


“Iniciativa regional para el desarrollo del pronóstico
tecnológico en América Latina” (IPROTEC)
Santa Cruz 1996 y conformación del “Proyecto
Latinoamericano de Prospectiva
Tecnológica”, Trieste 1999

La primera iniciativa (IPROTEC) fue lanzada por ONUDI en 1996, en una


reunión celebrada en Santa Cruz de la Sierra y consistía en un vasto proyecto de
estudios y capacitación en Prospectiva para toda la región latinoamericana. El
proyecto no prosperó por problemas internos del organismo.
Tres años después, ONUDI lanzó un nuevo Proyecto Regional, sobre bases
distintas y con el financiamiento del gobierno italiano. Se convocó a una gran
Reunión en Trieste, en diciembre de 1999, donde se reunieron representantes de
la academia, la industria y el gobierno de casi todos los países de América Latina.
ONUDI invitaba de esta forma a la creación de consorcios entre los tres tipos de
instituciones, para lanzar ejercicios de Prospectiva, con participación de todos
los interesados (stakeholders), según el modelo de los ejercicios iniciados en los
últimos años del siglo en muchos países de la OCDE, que presentaron sus expe-
riencias en la reunión. Para el Proyecto, UNIDO proporcionaría la coordinación
regional, asesoramiento metodológico y el intercambio con las experiencias de
los países de la OCDE, además de apoyos eventuales como organización de reunio-
nes y contratación de consultores.
Para iniciar el proyecto en Argentina, se realizó un convenio entre ONUDI
y la SECyT, con apoyo de la Jefatura de Gabinete. ONUDI proporcionó apoyo
de expertos internacionales en metodologías de prospectiva, y también apoyó la
contratación de expertos locales, como había hecho con los demás países partici-
pantes. En Argentina se realizaron las siguientes actividades:

• Un análisis de las metodologías utilizadas y de los resultados obtenidos


en los principales ejercicios de PT llevados a cabo en 13 países (publica-
ción “Antecedentes internacionales sobre PT”, SeTCIP, 2000).
• Dos Seminarios con el apoyo de ONUDI para presentar las experien-
cias de España y Austria.
• Se convocó a una Comisión Consultiva, para la selección de temas y sec-
tores a incluir en los ejercicios de Prospectiva de 2001.
Manuel Marí 41

• Se elaboraron algunos documentos de trabajo sobre metodologías de


Prospectiva, para el uso de la Comisión y de los expertos que colabora-
ran en los ejercicios subsiguientes.

Se realizaron algunos estudios sobre el contexto económico y social de


la Argentina de los próximos años, necesarios para ubicar el desarrollo tecno-
lógico futuro:

• Dinámica Demográfica en Argentina, Mercosur y el Mundo.


• Análisis comparativo de proyecciones macroeconómicas y sectoriales.
Argentina 2000-2012. En este estudio se compararon las proyecciones
de cuatro de los centros de estudios económicos más prestigiosos del
país, los que se discutieron en un Seminario. Como se comentó en la
introducción, estas proyecciones perdieron todo sentido a raíz de la
crisis económica.
• Se realizó un Seminario Social, para analizar la evolución previsible
de la problemática social en el plazo 2000-2012. Estas previsiones que-
daron también totalmente desfasadas por la crisis desatada en 2001 y
agravada por la devaluación descontrolada que tuvo lugar en el primer
trimestre de 2002.
• Finalmente, se realizó un Seminario con participación de expertos tec-
nólogos, para definir los sectores en los que se realizarían estudios de
Prospectiva: estos sectores fueron: Biotecnología (fundamentalmente
agroalimentaria), Industria textil y Química Fina. También se propuso
una análisis de un tema más global, el futuro de la Tecnología, la Edu-
cación y el Trabajo en Argentina. Los estudios sobre los sectores Textil y
Químico debieron ser postergados por falta de presupuesto. El Proyecto
sobre Biotecnología en Alimentos fue cancelado al terminar la finan-
ciación de ONUDI, cuando sólo se había avanzado en contactar a las
instituciones de gobierno, técnicas y empresariales interesadas. Sólo se
realizó, parcialmente, el estudio sobre “Tecnología, Educación y Traba-
jo en Argentina 2010”.

Este estudio, de carácter global, aunque se pretendía aplicarlo al análisis de


algunos sectores específicos (automotriz, servicios financieros, química/petro-
química), tuvo como objetivo analizar los impactos que las nuevas tecnologías
han introducido en los procesos de trabajo, así como las nuevas calificaciones y
42 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

competencias requeridas por la “nueva economía” dentro de un país dependiente


como la Argentina. Este estudio debería ayudar a definir los requerimientos del
sector educativo para adecuarse a dichas demandas.
Por falta de presupuesto, el trabajo se hizo únicamente con el personal de la
Dirección de Planes y Programas de la SECyT, en base a datos del INDEC: se ana-
lizó la situación actual en lo referido al nivel educativo de la población empleada y
las calificaciones requeridas por las empresas y se inició un ejercicio de elaboración
de escenarios para el año 2012. Estos escenarios debían someterse a consideración
de un panel de expertos en el tema a comienzos de 2002, cuando la crisis institu-
cional obligó a interrumpir el proyecto.
A comienzos de 2002, el Proyecto Regional fue interrumpido bruscamente,
aparentemente por cambios de políticas en ONUDI.
Debido a su crisis política y económica, Argentina sólo había podido apro-
vechar muy marginalmente el apoyo de ONUDI, como sí lo habían hecho otros
países (Brasil, Uruguay, Venezuela).

3. Situación actual en Argentina

A lo largo del presente capítulo, se ha mostrado el interés con que surgió en


Argentina la Prospectiva, que llevó a investigadores argentinos a liderar proyectos
latinoamericanos. Este inicio auspicioso contrasta con la ausencia de proyectos
de prospectiva en los últimos años y con los fracasos en las últimas iniciativas
reseñadas.
En el momento en que se redacta este libro, no es aventurado decir que se
asiste a un renacer de los estudios de Prospectiva en Argentina. Este interés se
puede apreciar en varias iniciativas:

• las que surgen del proyecto de planificación estratégica de la Secretaría


de Ciencia, Tecnología e Innovación (SECyT) y de su participación en la
Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP) de CYTED;
• la participación en el proyecto Millennium a través del Centro Latino-
americano de Globalización y Prospeciva (CeLGyP), como nodo latino-
americano del proyecto;
Manuel Marí 43

• la presencia de una cohorte de prospectivistas bien formados, la mayor


parte de los cuales se desempeña en actividades académicas, pero que
constituyen una garantía para futuros proyectos de prospectiva.

Todo hace esperar que las actividades de Prospectiva Tecnológica tomarán


un lugar preponderante en la planificación y en las actividades de diagnóstico
de Argentina; un aliciente importante para esto ha sido y parece que lo seguirá
siendo el impulso que se ha dado a la Prospectiva Tecnológica en los países de la
OCDE y la creación de la Red Iberoamericana de Prospectiva.
Los ejercicios actuales de Prospectiva se apartan de las metodologías de es-
tudios de futuro de los pioneros (Club de Roma, Modelo Bariloche de Amílcar
Herrera) y de las de escenarios globales, tanto de aquellas basadas en análisis
de tendencias como de los escenarios ideales normativos. Los ejercicios de pros-
pectiva actuales son más específicos, pragmáticos y orientados en el sentido del
“Technology Foresight” anglosajón o, como se ha puesto en uso actualmente,
las “Technology Future Analysis” (TFA)8. Sin embargo, como herramienta funda-
mental de la planificación no pueden prescindir de estar insertos en una visión
de futuro y en objetivos de desarrollo sustentable, sin lo cual no pasarían de ser
un ejercicio mental de pronóstico.

3.1. La prospectiva tecnológica en la


SECYT a partir de 2003

Como se dijo en el punto anterior, al final de 2001, con motivo del estallido de
la crisis política y económica del país, se abandonaron los estudios de prospectiva
en la SECyT. Al comenzar la gestión actual en dicho organismo, en Mayo de 2003,
la Argentina recién estaba emergiendo de la crisis. Las elecciones presidenciales de
ese año habían debido ser adelantadas; la economía había empezado a crecer ape-
nas tres trimestres antes, después de haber retrocedido casi 25% en los cuatro años
anteriores, pocos podían predecir las tasas chinas de crecimiento que vendrían
entre 2003 y 2007 (alrededor del 9% anual); la dispersión política que habían mos-
trado las elecciones de marzo de 2003 (el actual Presidente Kirschner, en segundo

8 Technology Future (o Futures) Analysis (TFA) debería traducirse “Análisis del futuro (o
futuros) de la tecnología”, o en forma más libre “Análisis de las tecnologías del futuro” y no
la que suele usarse de “tecnologías de análisis del futuro”.
44 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

lugar, había obtenido apenas 22% de los votos) no permitía plantear escenarios de
futuro muy confiables. Sin embargo, la gestión que se hizo cargo de la Secretaría
de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva, apuntó enseguida a la necesidad
urgente de plantear escenarios para el Largo Plazo y a partir de ello formular un
Plan Estratégico. Esto se hizo en una forma original, de manera que se ha conse-
guido integrar y alternar en forma iterativa planificación y prospectiva.
Todo el proceso de planificación estratégica se inició con algunos estudios
previos (las “Bases del Plan Estratégico”); entre ellos cabe destacar la discusión
de algunos escenarios de contexto para el mediano plazo (2015), en áreas de par-
ticular importancia para el desarrollo de la ciencia y la tecnología: escenarios
mundiales, demográficos, macroeconómicos, de empleo, medioambientales. Los
escenarios fueron preparados por expertos y discutidos por los miembros de la
Comisión Permanente del Plan, entre los que se contaban directivos de los ins-
titutos tecnológicos, empresarios y representantes de organismos de gobierno.
Para preparar estos trabajos se contó con el apoyo metodológico del Instituto
de Estudios Prospectivos de la Unión Europea, con la que la SECyT firmó un
convenio, por el que formó parte como Miembro Asociado de la Red Europea de
Estudios Prospectivos – ESTO. A partir de los escenarios de contexto se planteó
un escenario de desarrollo deseado y se propusieron en grandes rasgos los desa-
fíos y objetivos de la política científica y tecnológica argentina, a nivel global y a
nivel de los principales sectores productivos y sociales del país.
Esta visión de futuro dio lugar a la preparación del Plan Estratégico pro-
piamente dicho, el Plan Estratégico de Ciencia, Tecnología e Innovación “Bicen-
tenario” (2006-2010), así denominado para conmemorar el Bicentenario de la
Revolución de Mayo de 1810 (fecha en la que se inició el proceso de autonomía
que llevó posteriormente a la independencia argentina). El Plan fue aprobado en
diciembre de 2006 por el Gabinete Científico Tecnológico (GACTEC, de nivel
ministerial), dirigido por el Jefe de Gabinete del Gobierno nacional, donde pro-
dujo gran repercusión por ser el primer Plan Estratégico con visión de futuro
dentro del sector público. El Plan tiene dos características principales: se define
la meta de inversión en ciencia y tecnología para el 2010 del 1% del PBI (la meta
tantas veces propuesta y siempre pospuesta por Argentina, como por otros mu-
chos países de la región); esta meta es ahora Ley, gracias a la sanción reciente de
la Ley de Financiamiento Educativo, que incluye al sector ciencia y tecnología y
que permitirá cumplirla.
Otra característica novedosa: las prioridades de investigación están orien-
tadas, además de áreas temáticas y tecnológicas, a lo que el Plan llama “Áreas-
Manuel Marí 45

Problema-Oportunidad”, nueve en un comienzo. Estas áreas y líneas específicas


de investigación prioritarias, han sido definidas por medio de Convenios con
Secretarías de Estado responsables por los respectivos sectores productivos y so-
ciales: es decir, responden a la demanda social, canalizada a través del gobierno,
no a la mera oferta académica, como ocurre con cierta frecuencia.
Finalmente, dado que se considera al Plan no como un documento acabado,
sino como una etapa en un proceso, se ha planteado su actualización a través de
un nuevo Plan Estratégico Bicentenario (BIS) (2008-2016), esta vez para conme-
morar el Bicentenario de la Independencia efectiva (en 1816). Y para esta actua-
lización se ha iniciado un nuevo ejercicio de Prospectiva, de mayor envergadura
que los estudios iniciales a los que se hizo mención más arriba. El título del ejerci-
cio es “2020: Escenarios y Estrategias en CTI”. El título, ilustra bien a las claras la
integración que se trata de conseguir entre los dos aspectos de las políticas de las
que se quiere dotar al sector: una visión de futuro y la planificación estratégica.
El ejercicio se va a orientar a las “Áreas-Problema-Oportunidad” definidas
por el Plan; hasta ahora se ha iniciado en cuatro áreas:

• Escenarios globales macroeconómicos y geopolíticos, en los que debe-


rá insertarse la Argentina hasta 2020. Este ejercicio está dirigido por el
Dr. Carlos Moneta, quien fue Secretario Ejecutivo de SELA, experto en
relaciones internacionales y asesor de la Cancillería argentina; hasta la
fecha se han desarrollado escenarios mundiales, escenarios de Asia, con
especial énfasis en China e India y escenarios europeos, se terminará
con escenarios latinoamericanos y del MERCOSUR.
• Escenarios agroalimentarios. Este estudio está dirigido por el Dr. Martín
Piñeiro, exDirector del Instituto Interamericano de Ciencias Agrícolas
(IICA), director de varios proyectos internacionales sobre investigación
agrícola y miembro del CGIAR (Consultative Group on International
Agricultural Research, que apoya a 15 organizaciones de investigación
de todo el mundo, entre ellas el IFPRI y que analiza continua-mente
las tendencias mundiales en investigación y tecnología agrícolas). Este
ejercicio de Escenarios está trabajando en varios campos, utilizando una
metodología de paneles y consultas por correo electrónico. Los campos
de estudio son: familias de tecnologías (biotecnología, recursos natu-
rales, agroindustria, producción primaria y biocombustibles), estudios
prospectivos de doce cadenas agroalimentarias centrales para el país y,
finalmente las que se han llamado “Incertidumbres (“drivers” o factores
46 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

de cambio): China/India (sobre todo el primero como fuente de deman-


da para exportaciones argentinas), los países de la exURSS como com-
petidores de Argentina en commodities, Biocombustibles (como posible
cambio de la especialización productiva argentina), la política agraria
europea y el papel de MERCOSUR como posible importador de alimen-
tos procesados. Previamente a estos trabajos se hizo una recopilación de
la información existente en organismos internacionales (USDA, FAO,
OCDE, IFPRI) acerca de las tendencias en el comercio internacional de
alimentos. Estas tendencias se contrastarán (en forma cualitativa) con los
resultados que arrojen las consultas sobre tecnologías, sectores y factores
de incertidumbre. Hay un intercambio constante entre el grupo encar-
gado de los Escenarios globales y el de los Escenarios agroalimentarios,
especialmente en temas de común interés (particularmente las llamadas
“Incertidumbres”), como son el futuro de China y de la Unión Europea
como fuente de demanda, el de Rusia y países limítrofes como posibles
competidores en la exportación de granos, el futuro de la Energía en lo
que se refiere a los biocombustibles, y el futuro del MERCOSUR.
• Escenarios de la tecnología industrial. En este sector se ha combina-
do un análisis exploratorio transversal de 12 tecnologías genéricas de
interés para toda la industria, con un ejercicio más profundizado del
sector químico (en particular, los subsectores Petroquímica, Química
Fina y Farmacia). Los estudios sobre tecnologías se han realizado en
base a documentos encargados a expertos, los que han sido sometidos
a consultas por parte de un grupo pequeño de especialistas y se refieren
a tecnologías que se pueden agrupar en Tecnologías de la Información
y Comunicaciones para la Industria, Tecnologías de Materiales y Nano-
tecnología, y Tecnologías de Gestión (en gran parte determinadas por
las tecnologías de la información). El estudio sobre el sector Químico y
Petroquímico está organizando una consulta DELPHI que deberá estar
concluida a mitad de 2007.
• Escenarios de la Educación Superior: Esta área es también de gran in-
terés, tanto por la actual crisis de la Educación Universitaria en Argen-
tina como porque la reactivación económica actualmente en curso está
demandando, por parte del sector productivo, profesiones que actual-
mente la universidad no puede proveer en cantidad y calidad suficiente.
El estudio se realiza en colaboración entre la SECyT y la Secretaría de
Políticas Universitarias del Ministerio de Educación.
Manuel Marí 47

• Participación en la Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP): El co-


mienzo de las actividades recién mencionadas coincidió con la creación de
la Red. CYTED invitó a formar parte de ella a un representante de la SE-
CyT, en virtud de la participación de la institución en esfuerzos anteriores
iniciados en la región, como el proyecto de ONUDI. A partir de entonces,
los esfuerzos de la SECyT han ido acompañados de su participación en
la Red, lo que ha servido indudablemente para potenciar las actividades.
Esta participación ha tenido lugar no sólo en las actividades oficiales de
la Red, como Seminarios Internacionales, sino también y principalmente,
hasta ahora, a través de colaboraciones entre miembros de los distintos
países. Así, por ejemplo, Argentina fue invitada a participar, junto con
otros miembros de la Red, en el proyecto de la Unión Europea “Scope
2015”, coordinado por el Instituto PREST, de la Universidad de Manches-
ter. Otro ejemplo de colaboración ha sido la invitación a miembros de la
Red de Colombia y Brasil a cursos dictados en Argentina.

3.2. CELGyP, Centro Latinoamericano de Globalización


y Prospectiva (CELGyP), nodo Latinoamericano
del Proyecto Millennium

Se creó en 1996, bajo la dirección del reconocido experto Horacio Godoy,


fallecido prematuramente un año después. CELGyP se creó como el nodo latino-
americano de Millennium, el proyecto del American Council de la Universidad
de Naciones Unidas. En los últimos años se crearon los nodos de Brasil, Méxi-
co, Colombia y Venezuela (posiblemente sea creado en 2007 un nuevo nodo en
Chile), pero CELGyP sigue siendo nodo para el resto de Latinoamérica. El actual
director de CELGyP es el Dr. Miguel Angel Gutiérrez.
El Proyecto Millennium no está dedicado especialmente a la Prospectiva
Tecnológica, aunque tiene a la Ciencia y la Tecnología como uno de sus temas
principales y realizó un estudio específco sobre Futuros Desarrollos en Ciencia y
Tecnología, con un Delphi cuyos resultados se encuentran en el trabajo “State of
the Future 2002”.9
CELGyP ha traducido en varias ocasiones los informes anuales del Proyecto
“State of the Future” al español y los ha difundido. También promueve la partici-

9 Ver la página del Informe, www.Stateofthefuture.org


48 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

pación de expertos argentinos en los Delphi realizados por Millennium. Periódi-


camente, los directores de Millennium, Dres. Theodore Gordon y Jerome Glenn,
particularmente el último, han presentado los Informes anuales en universidades
e instituciones públicas del país, SECyT entre ellas. También está apoyando a
diversas intituciones, como la Subsecretaría de Gestión Pública, y promoviendo
la creación de cursos de Prospectiva en Universidades. Han apoyado también la
creación del Centro de Estudios Prospectivos de la Universidad de Cuyo, en Men-
doza (ver más adelante). El Director del Centro, Miguel Angel Gutiérrez, dirige el
Seminario de Estudios de Futuro en la Maestría de Inteligencia Estratégica, dic-
tada conjuntamente por la Secretaría de Inteligencia del Estado (SIDE) y la Uni-
versidad Nacional de La Plata, en la Facultad de Ciencias Jurídicas y Sociales de
esta última. También dicta cursos sobre Futuros en la Escuela Superior Técnica
del Ejército, en la Maestría en Gestión Tecnológica y en la maestría de Relaciones
Internacionales del Mercosur en el Chaco.
En el marco del proyecto Millennium corresponde mencionar al experto ar-
gentino en Prospectiva, Eduardo Balbi: fue codirector de CELGyP hasta hace
unos dos años y ha seguido colaborando con Millennium en otros países. En la
UCES dirige el Instituto de Estudios Estratégicos. Es presidente de la ONG “Es-
cenarios y Estrategias”, una red que posee 19 centros en la región. Es profesor en
posgrados de universidades argentinas y latinoamericanas y ha realizado nume-
rosos cursos, seminarios y conferencias.

3.3. Otras iniciativas y grupos especializados en


Argentina - Fundación Bariloche

Conocida porque en ella se llevó a cabo el Proyecto Prospectivo Modelo


Mundial Latinoamericano, mencionado en el punto 2, ha llevado a cabo desde
entonces programas interdisciplinarios de creación e investigación aplicada y de-
sarrollo tecnológico en: exploración y explotación de recursos mineros, conser-
vación del medio ambiente, economía de la energía, computación e informática,
educación superior, problemas socio-económicos del desarrollo y modelos mate-
máticos de simulación. Entre sus trabajos más recientes se puede mencionar:

• Elaboración de la Prospectiva Energética de los Países del CONO SUR.


Encargado por OLADE (Organización Latinoamericana de Energía)
Manuel Marí 49

• Estudio Energético Integral del Perú, encargado por la Oficina Técnica


de Energía del Ministerio de Energía y Minas del Perú (OTERG/MEM),
como bases para el Plan Energético 2002-2015.
• Estudio sobre la metodología para la evaluación de la demanda potencial
de gas combustible en Colombia, encargado por el gobierno de dicho país,
para la construcción de una serie de modelos matemáticos para la simu-
lación y estimación de la demanda potencial futura de gases combustibles
en la República de Colombia. El horizonte del Estudio fue el año 2015.
• Estudio Energético Integral de la Provincia de Mendoza, encargado por
el Gobierno de la Provincia de Mendoza, la Comisión Europea (DGX-
VII) y la Secretaría de Energía de la Nación – Programa de Estudios
Energéticos Regionales, incluyendo un diagnóstico y la prospectiva de la
demanda de Energía utilizando el modelo LEAP.
• Estudio Energético Integral de la Provincia de Buenos Aires, encargado
por la Comisión Europea Dirección General de Energía – DGXVII, la
Secretaría de Energía de la Nación Programa de Estudios Energéticos
Regionales, y el gobierno de la provincia de Buenos Aires. Incluye un
diagnóstico y las proyecciones de la demanda de energía.
• Estudio Energético Integral de la Región NORESTE (NEA) de la Repúbli-
ca Argentina, encargado por la Comisión Europea – Dirección General
de Energía – DGXVII, por la Secretaría de Energía de la Nación (SE)
– Programa de Estudios Energéticos Regionales, y los gobiernos de las
provincias del NEA.

El Grupo REDES. Ya se ha mencionado la participación del Grupo REDES


y la de su Director, Prof. Mario Albornoz, en 1990, en el Proyecto de Escenarios
Regionalizados de América Latina y en la relación con el Grupo de Lisboa (ver
puntos 2.7 y 2.8). También había participado en el inicio del Proyecto de ONUDI,
en 1996. En 2000 y 2001 realizó un ejercicio DELPHI en el marco del Proyecto
de la OEA “Estudio Comparado de las Políticas Públicas de Ciencia, Tecnología
e Innovación en el Mercosur: Identificación de oportunidades y estrategias”. El
Grupo REDES también realizó en 2000 un Delphi sobre prioridades científicas y
Tecnológicas para la Red de Ciencia y Tecnología (RECyT) del MERCOSUR.
El Grupo REDES tiene también la coordinación regional de la Red Ibero-
americana de Indicadores de Ciencia y Tecnología de CYTED (RICYT).
Universidad de Buenos Aires (UBA). Existió un grupo de trabajo en el Cen-
tro de Estudios Avanzados (CEA), dirigido por el Dr. Carlos Mallmann, físico
50 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

nuclear, quien había participado en proyectos de Prospectiva, ya desde el trabajo


pionero del Modelo Bariloche junto con Amílcar Herrera. El grupo desarrolló
trabajos en Prospectiva Tecnológica en Energía y Transporte, así como en Medio
Ambiente, este último en relación con el Grupo de Análisis Complejo, también
del CEA. Carlos Mallmann es autor de numerosos artículos en que a partir de
los ciclos de Largo Plazo de Kondratieff ha propuesto ideas originales acerca de la
repetición de ciclos históricos.
En diciembre de 2006 se ha creado, también en la UBA, en la Facultad de
Ciencias Sociales, el Centro de Estudios del Futuro. Forman el equipo del Cen-
tro, entre otros, Víctor Bronstein, su Director (ingeniero y especialista en siste-
mas complejos) y Julio Neffa (especialista en Tecnología y Empleo, tema sobre el
que preparó Escenarios para el Plan Estratégico de SECyT). Los temas de interés
del Centro son: el futuro de la educación, el empleo, el orden político internacio-
nal, el desarrollo tecnológico, los recursos naturales, las energías y la salud.
Otros organismos públicos con actividades prospectivas son: la Dirección de
Prospectiva Tecnológica de la Secretaría de Energía (Ministerio de Economía),
que preparó Informes sobre Prospectiva Energética hasta 2003; la Comisión Na-
cional de Energía Atómica (CNEA), que tiene un grupo especializado en pros-
pectiva energética y el INTA (Instituto Nacional de Tecnología Agrícola), que a
raíz de la formulación de su Plan Estratégico, está interesado en iniciar estudios
de prospectiva, en particular en prospectiva regional.
La Universidad de Cuyo, Mendoza, creó hace cuatro años un Centro de
Estudios Prospectivos en la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales, bajo la di-
rección del Dr. Luis Ragno, con el apoyo de CELGyP y del Proyecto Millennium.
Tiene acuerdos con diversas municipalidades, y coopera con los Institutos de
Energía, de Medio Ambiente, Desarrollo Social y de Salud de la Universidad;
organizó en agosto de 2006 la Jornada de Escenarios Globales de Energía, coaus-
piciado con el Proyecto Millennium. Con el apoyo de Millennium se plantea una
maestría conjunta con Chile.
Aunque propiamente orientado a elaborar un plan estratégico, se puede
mencionar la iniciativa del Foro Estratégico para el Desarrollo Nacional, dado
que tiene una clara orientación de construcción de futuros para la ciencia y la
tecnología argentinas. Promovido por una iniciativa privada, es auspiciado por la
SECyT, y constituye una iniciativa paralela al Plan Bicentenario de la misma. El
Foro Estratégico es además patrocinado por el Consejo Nacional de Investigacio-
nes Científicas y Técnicas y lo apoya un grupo de instituciones y empresas entre
las cuales están la Comisión Nacional de Energía Atómica, el INTI, la Comisión
Manuel Marí 51

Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), Metrogas, Alcatel, Dow, Telefóni-


ca, Telecom, Siemens, Gas Natural, BioSidus, Roman, Telefé e IMPSA.
Círculo Da Vinci: Fue formado en 2005 y agrupa a varios prospectivistas,
entre los que se encuentran Miguel Angel Gutiérrez, del proyecto Millennium,
y Edgardo Arrivillaga, con el propósito de coordinar consultorías y organizar
cursos. Tienen una página web, www.circulodavinci.com.ar (La Web latinoa-
mericana de estudios de futuro, ciencia y escenarios previsibles), donde se publi-
can ocasionalmente artículos relacionados con la Prospectiva. Temas de interés:
recursos naturales y desarrollo urbano.
Han proliferado además otras instituciones que ofrecen Cursos y Semina-
rios de Prospectiva de muy distinto tipo, como el Instituto Internacional para el
Pensamiento Complejo (creado y presidido por Edgar Morin) de la Universidad del
Salvador, el Consejo Federal de Inversiones (CFI, organización de las provincias
argentinas) que está promoviendo Seminarios Regionales de Prospectiva, etc.

3.4. Otros expertos en prospectiva, especializados


en temáticas cercanas a la ciencia y la tecnología

Gilberto C. Gallopin, Asesor Regional de Desarrollo Sostenible y Asenta-


mientos Humanos de la CEPAL, hasta 2006. Colaboró en el Modelo Mundial
Latinoamericano, de la Fundación Bariloche, y en el proyecto Prospectiva Tec-
nológica para América Latina (PTAL), habiendo publicado en el libro El futuro
ecológico de un continente (1995), los principales resultados de las investigaciones
acerca del medio ambiente y desarrollo que formaron parte del proyecto PTAL.
En la CEPAL publicó numerosos trabajos sobre sostenibilidad ambiental y dis-
tribución espacial de la pobreza, en muchos de ellos desde un punto de vista
prospectivo.
Bernardo Herrero, Coronel del Ejército, Director del Programa Internacio-
nal de capacitación del Instituto de Inteligencia de las Fuerzas Armadas, donde se
dictan cursos de Prospectiva Tecnológica. Dicta cursos de Prospectiva también
en la Universidad Católica Argentina (UCA) y recientemente organizó un Curso
sobre Prospectiva para el sector agrícola auspiciado por AACREA, la Asocia-
ción que nuclea a los poderosos Centros Regionales de Experimentación Agrícola
(CREA) formados por empresarios rurales sobre una base regional.
Jorge Beinstein: Doctor de Estado en Ciencias Económicas (Universidad de
Franche Comté – Besançon, Francia), especialista en pronósticos económicos, ha
52 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

sido durante los últimos veinticinco años consultor de organismos internaciona-


les (como SELA-COLCyT, donde coordinó el programa de Prospectiva entre 1988
y 1993, OEA y otros) y gobiernos; dirigió numerosos programas de investigación
y fue titular de cátedras de economía internacional y prospectiva tanto en Europa
como en América Latina. Actualmente es profesor titular de las cátedras libres
“Globalización y Crisis” en las universidades de Buenos Aires y Córdoba (Argen-
tina) y de La Habana (Cuba), y Director del Centro de Prospectiva y Gestión de
Sistemas (Cepros).

4. Conclusiones

Como se dijo al principio, Argentina, pionera en estudios de Prospectiva en


América Latina, por diversos motivos, que han llevado a la prevalencia de una
mentalidad cortoplacista entre sus políticos, empresarios e investigadores, aban-
donó durante largo tiempo este campo de estudios. Se aprecia en la actualidad
un revivir de la problemática después de varios intentos fallidos, la Secretaría de
Ciencia y Tecnología ha iniciado en 2006 un programa de prospectiva, “2020:
Escenarios y Estrategias en Ciencia, Tecnología e Innovación”, enmarcado dentro
de su Plan Estratégico. Al mismo tiempo, otras instituciones han reiniciado o
dado mayor publicidad a sus esfuerzos en este campo y hay una buena cantidad
de prospectivistas formados en los últimos años. Existe, pues, el potencial para
un florecimiento de los estudios de prospectiva en el país: el cortoplacismo está
siendo cada vez más criticado, al menos en el discurso público. El estudio de
Prospectiva de la SECyT ha sido recibido con gran entusiasmo y participación,
tanto por académicos como por empresarios y por el mismo gobierno. Están pro-
liferando los cursos de Prospectiva en instituciones públicas y académicas.
Sin embargo, mucho de esto no pasa del terreno del discurso. Es difícil que
las instituciones comprometan recursos para estudios de prospectiva. Se arguye
que hay escasez de recursos, lo cual es más que discutible, dada la relativa bonan-
za económica actual. Más real parece el hecho de que existe todavía el prejuicio,
que dio origen hace dos décadas al declinar de los estudios de prospectiva, de
que estos no son más que elucubraciones (o ciencia ficción) sin solidez cientí-
fica. Este prejuicio se dirige también contra los estudios sociales en general y
es parte del cortoplacismo mencionado (“necesitamos hechos, no estudios”). El
actual ejercicio de la SECyT ha debido empezar por ello con una metodología un
Manuel Marí 53

tanto heterodoxa, basada más en paneles de expertos que en otras técnicas más
formalizadas de prospectiva, hacia las que sigue habiendo bastante desconfianza,
en gran parte por desconocimiento. Sin embargo, se ha propuesto realizar un
ejercicio Delphi en el estudio del sector químico, lo que puede servir también
como un ejercicio testigo.
Tanto académicos como instituciones prefieren atenerse a leer estudios de
prospectiva hechos en el exterior, que a realizarlos ellos mismos o encargarlos a
expertos locales. Se arguye que la comunidad científica local es muy reducida como
para que pueda darse una consulta amplia y confiable. Sin embargo, la participa-
ción en las pocas encuestas y ejercicios Delphi hecha en los últimos años suele ser
elevada, con porcentajes de respuesta superiores a los de países desarrollados.
Otro hecho que, a nuestro juicio, atenta contra la posibilidad de los estudios
de prospectiva, es la falta de espíritu de colaboración entre las instituciones y
centros del país. Cada uno busca su propia sobrevivencia y sus propias iniciativas
de impacto y es difícil conseguir acuerdos para actividades conjuntas. La SECyT
está promoviendo este espíritu de trabajo colaborativo, en general, con nuevos
instrumentos de financiación para proyectos en red de I+D entre varias institu-
ciones, pero esto todavía no se ha dado en el campo de la Prospectiva. Por eso se
da la paradoja de una buena cantidad de prospectivistas y muy pocas actividades
conjuntas entre ellos, cuando no abierta hostilidad.
Es necesario un esfuerzo de todos: el sector público (como está tratando de
hacerlo la SECyT) puede hacer mucho para promover tanto la prospectiva como
el trabajo conjunto de los prospectivistas con que cuenta el país. Es de esperar que
las recientes iniciativas tengan este resultado. También será importante el éxito
y la difusión de las iniciativas actuales para impulsar tanto en el sector público
como en el privado la demanda por los estudios prospectivos.
La participación en la Red Iberoamericana de Prospectiva, en particular a
través de proyectos conjuntos, puede constituir un aliciente muy importante para
la consolidación de los estudios prospectivos en Argentina, por la ocasión que
daría para la participación de expertos e instituciones argentinos en proyectos
latinoamericanos de prospectiva.
54 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

5. Referências

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Manuel Marí 55

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Prospectiva Tecnológica en Bolivia
César Villagómez Villarroel

1. Introducción

Tomando como una primera aproximación a Prospectiva la definición plan-


teada como, “el arte y/o la ciencia para estudiar y prever el futuro”, encontramos
desde las culturas milenarias que habitaron el Alto Perú, hoy Bolivia, el interés
por conocer lo que depara el futuro. Salvando las distancias con los gestores en
materia de Prospectiva, encontramos en la cultura andina desde tiempos ances-
trales hasta nuestros días a los yatiris, personajes que hacían y todavía hoy rea-
lizan lecturas del futuro en hojas de coca y recurriendo a cartas. Las caracterís-
ticas de estos intentos por conocer el futuro son que aquellas lecturas no tienen
ninguna base científica y que no están encaminadas a la acción sino por razones
culturales a una espera pasiva de ese futuro sea bueno o malo. Aquí se encuentra
una diferencia fundamental con lo que hoy se entiende por Prospectiva, ya que
aquellos intentos no implicaban o implican la construcción de un escenario fu-
turo deseado.
Volviendo a tiempos más recientes, tras la revisión de trabajos publicados
sobre Prospectiva Tecnológica en Latinoamérica, la revisión de las experiencias
en cuanto a asimilación de la Prospectiva Tecnológica y con el único objetivo
de contextualizar la evolución de la Prospectiva en Bolivia se identifican fases
claramente diferenciadas incluso cronológicamente por las cuales transitan los
países iberoamericanos.
58 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

1.1. Fases del desarrollo de la prospectiva en latinoamérica

Se identifican tres fases que son:

• Difusión y Popularización de la Prospectiva;


• Aplicación de la Prospectiva en la Implementación de los Sistemas Na-
cionales de Innovación;
• Aplicación de la Prospectiva Tecnológica por diversos de Sectores In-
dustriales.

La primera fase en Latinoamérica denominada Difusión y Popularización de


la Prospectiva se presenta aproximadamente hasta 1990, las características son:

• Organización de Seminarios y Talleres, casi en su totalidad financiados


por organismos internacionales;
• Utilización de terminología de transición, tal como previsión en lugar
de prospectiva;
• Asociación de la previsión más a la corriente norteamericana del
Pronóstico;
• Escasa participación de los sectores gubernamental y empresarial;
• Esfuerzos individuales y aislados de personas o de instituciones
académicas.

La segunda fase denominada de Aplicación de la Prospectiva en la Imple-


mentación de los Sistemas Nacionales de Innovación se presenta aproximada-
mente entre 1991 y 1999, se caracteriza por:

• Emprendimientos gubernamentales para apoyar la implementación de


los Sistemas Nacionales de Innovación, mediante la elaboración de Pla-
nes para lo cual se realizan estudios de Prospectiva Tecnológica;
• Creación de organismos en algunos casos estatales, en otros casos privados
o mixtos que realizan estudios de prospectiva, con diversas denominacio-
nes pero con el objetivo común de canalizar las iniciativas nacionales;
• Escasa participación del sector empresarial;
• Se establece la diferencia entre Prospectiva y Pronóstico y por onde se
presta especial atención a la corriente francesa de la Prospectiva.
César Villagómez Villarroel 59

La tercera fase denominada Aplicación de la Prospectiva Tecnológica por


diversos Sectores Industriales se presenta aproximadamente a partir del año
2000 y está caracterizada por:

• Sistemas Nacionales de Innovación consolidados, con fuertes interre-


laciones entre los actores, elementos o entornos identificados y princi-
palmente con una estructura institucional y legal que permite apoyar
proyectos innovadores;
• Realización de estudios de Prospectiva Tecnológica en nivel Nacional,
para Regiones de un determinado país o estudios que pueden involucrar
a más de un país latinoamericano;
• Realización sistemática de estudios sectoriales en nivel de clusters y/o de
cadenas productivas;
• Consolidación de consultoras que tanto en su entorno como en nivel
de otros países que se encuentran situados en algunas de las dos fases
previas, operan para difundir lo que es la Prospectiva Tecnológica y
otras herramientas complementarias tales como Vigilancia Tecnológi-
ca, mediante talleres de capacitación o con el desarrollo de proyectos
específicos;
• Desarrollo Industrial debido entre otras razones a las innovaciones de
producto, proceso y gestión que se generan a partir de anteriores estra-
tegias implementadas tras la realización de estudios prospectivos.

Si bien es posible situar a los países latinoamericanos en alguna de las fases


mencionadas, en este trabajo solo mencionaremos el caso de Bolivia que está es-
tancada en la primera fase denominada Difusión y Popularización de la Pros-
pectiva, pese a que en el país se presentaron en los años 90 todas las condiciones
y oportunidades que se dieron en otros países latinoamericanos tales como Ar-
gentina, México, Colombia y Venezuela que si pudieron despegar y avanzar hacia
una segunda o tercera fase. La razón principal por la que Bolivia ha quedado
estancada es la inexistencia o la fragilidad de un incipiente Sistema Nacional de
Innovación que no permite coordinar un programa de trabajo a largo plazo y
menos la interrelación entre sus diversos actores.
60 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

2. Retrospectiva

La experiencia boliviana de mediados y finales de los años 90 se puede consi-


derar muy rica en cuanto a difusión de Prospectiva Tecnológica ya que se llevaron
a cabo eventos internacionales de carácter académico que marcan los primeros
intentos por difundir la temática y por conocer en vivo las experiencias de otros
países. Se detallan a continuación tres de esas experiencias: el Seminario Inter-
nacional sobre Previsión y Pronóstico Tecnológico, el Grupo de Coordinación
conformado y el Taller Internacional sobre Previsión Tecnológica.

2.1. Seminario Internacional sobre


“Previsión y Pronóstico” Tecnológico

El primer antecedente sobre Prospectiva Tecnológica registrado en Bolivia es


el Seminario Internacional sobre “Previsión y Pronóstico” Tecnológico realizado
en la ciudad de Santa Cruz de la Sierra en diciembre de 1996 con el auspicio de
la Organización de las Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI),
el apoyo del Centro Iberoamericano de Formación y del Centro Internacional de
Ciencias y Tecnologías Avanzadas y la organización de la Academia Nacional de
Ciencias de Bolivia y la Universidad Autónoma Gabriel René Moreno. Este taller
de expertos en Previsión Tecnológica se planteó con los siguientes propósitos:

• Analizar críticamente las actividades de Prospectiva Tecnológica reali-


zadas en la región a partir de experiencias adquiridas en proyectos in-
ternacionales;
• Comparar las experiencias latinoamericanas en cuanto a estudios de
Prospectiva Tecnológica con las experiencias japonesas y europeas.
• Efectuar un relevamiento de las metodologías utilizadas a nivel inter-
nacional;
• Generar una masa crítica de personas que puedan ejecutar este tipo de
estudios;
• Crear un proyecto regional que responda a los acelerados y necesarios
procesos de inserción e integración. Que entre sus acciones pueda ana-
lizar las recomendaciones de reuniones técnicas de foros como CYTED,
MERCOSUR, Grupo Andino, en cuanto a la evolución de las tecnolo-
gías, políticas científicas, tecnológicas y de innovación.
César Villagómez Villarroel 61

2.1.1. Grupo de Coordinación

Como experiencia piloto y tomando una recomendación del Seminario In-


ternacional anteriormente presentado, se conformó un Grupo de Coordinación
que estuvo compuesto por distinguidas personalidades de Argentina, Bolivia,
Brasil, México y Venezuela que con el apoyo de ONUDI, el Programa Iberoame-
ricano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo, la Comisión Interministerial
de Ciencia y Tecnología de España y la Agencia de Evaluación trabajó durante el
año 1997, aunque a fines de ese año fue disuelto. Esta es la primera experiencia de
trabajo a nivel regional en el campo específico de la Prospectiva Tecnológica.
Se puede afirmar que esta experiencia nacida en Bolivia no tuvo la trascen-
dencia que se esperaba a nivel nacional ya que no existió una escuela de forma-
ción de líderes en Prospectiva Tecnológica, principalmente por el escaso invo-
lucramiento de universidades y del sector gubernamental. Sin embargo fue un
catalizador de otros emprendimientos regionales de trabajo en red, tal es el caso
del Proyecto: “Mejoramiento en las Políticas de Ciencia y Tecnología en el Siste-
ma Interamericano, mediante la Implementación de un Programa de Pronósti-
co-Previsión Científica y Tecnológica en el Contexto Público y Privado” que fue
ejecutado el año 1999 por la oficina de Ciencia y Tecnología de la Organización
de Estados Americanos, entendiendo que la Prospectiva se constituía en una
prioridad para la región. Dos actividades se desarrollaron en el marco de dicho
proyecto, el primero consistió en la participación de un grupo de ocho expertos
de la región en un curso sobre previsión realizado en la Universidad de Manches-
ter en Inglaterra y la segunda actividad consistió en un Taller de Trabajo sobre
Previsión Tecnológica que se organizó en Bolivia.

2.2. Taller sobre Previsión Tecnológica

En octubre de 1999 organizado por la Academia Nacional de Ciencias y la


Universidad Mayor de San Simón y con el apoyo financiero de la Oficina de
Ciencia y Tecnología de la Organización de Estados Americanos se desarrolló
en la ciudad de Cochabamba un Taller de Expertos sobre Previsión Tecnológica.
Asistieron expertos de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica,
España, Jamaica, Uruguay, Venezuela y Reino Unido. Las conclusiones de las de-
liberaciones de aquel evento se presentan a continuación:
62 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

• Recomendación para que en futuros documentos y eventos de la región


sobre esta temática, se utilice la palabra prospectiva en lugar de previsión y
que se añada a la palabra prospectiva las palabras científica y tecnológica;
• Destacar la importancia que tiene para los países de la región el dotarse
de capacidades de Prospectiva Científica y Tecnológica, como instru-
mento para la definición de políticas gubernamentales, empresariales
y académicas;
• Identificar a los actores de la Prospectiva, entre ellos tomadores de deci-
siones económicas y políticas, gerentes de prospectiva para el proceso de
toma de decisiones, gerentes de prospectiva para la ejecución de estudios,
operadores, usuarios finales a nivel de gobierno, empresa y academia;
• Capacitar de manera específica a cada grupo de actores mediante cur-
sos, talleres, seminarios y pasantías. Desarrollar un intenso programa
de comunicación. Declarar prioritaria la creación de una Red Temática
CYTED, dentro del subprograma de Gestión Tecnológica;
• Probablemente se tengan otras iniciativas regionales en diversos países
iberoamericanos como preámbulo a la conformación de la Red Iberoame-
ricana de Prospectiva Tecnológica (RIAP), pero se puede afirmar que en el
evento de Cochabamba se plantó una semilla que germinó el año 2003;
• En las actividades descritas de lo que se puede considerar el pasado en Bo-
livia, se debe destacar la participación de un actor fundamental que fue la
Academia Nacional de Ciencias de Bolivia y especialmente del Dr. Carlos
Aguirre Bastos, presidente de dicha institución durante varios años.

3. Presente

Para estudiar el presente es necesario introducir dos elementos de análisis,


por un lado la situación actual de la economía en Bolivia y por otro lado la evolu-
ción y situación actual del Sistema Boliviano de Innovación así como el Sistema
Boliviano de Tecnología Agropecuaria. Estos elementos nos permiten explicar
el por qué de la situación actual y como proyectar el futuro o los desafíos de la
Prospectiva Tecnológica en Bolivia. Este planteamiento es parte de una hipótesis
no demostrada que a mayor nivel de desarrollo y consolidación del Sistema Na-
cional de Innovación se tiene una mayor utilización sistemática de herramientas
César Villagómez Villarroel 63

de Gestión de la Innovación y la Tecnología, entre ellas Vigilancia Tecnológica y


Prospectiva Tecnológica.
En lo que respecto al Sistema Boliviano de Innovación en esta sección de
planteará su evolución hasta el presente y el procedimiento seguido el año 2003
para la elaboración del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación.

3.1. Situación Actual de la Economía en Bolivia

La economía boliviana ha experimentado un cambio a partir del enero de


2006, cuando Evo Morales asume el gobierno con un inédito triunfo electoral
con el 54% de la votación. La denominada “recuperación de los recursos natu-
rales” se ha constituido en un pilar de la nueva política económica, que se ha re-
flejado en la “nacionalización” de los hidrocarburos traducido en un incremento
significativo de los impuestos a las empresas transnacionales por la explotación
de dichos recursos, generando mayores ingresos para el país que explica la mayor
parte del nivel record de Reservas Internacionales de alrededor de 4.000 millo-
nes de dólares. El mayor ingreso del país, no solamente del sector hidrocarburos
sino también de la minería y remesas que llegan del extranjero debido a la alta
migración que se ha dado en los años recientes, ha generado una mayor liquidez
en la economía que, junto a otros factores tales como la subida de precios de
alimentos en los mercados internacionales y mayor gasto público, se traduce en
presiones sobre el nivel general de precios superando a la fecha las metas inicia-
les del gobierno respecto a la inflación para este año. Aunque aún no se tienen
disponibles cifras oficiales sobre el crecimiento real de la economía, la insuficien-
te inversión extranjera directa por la aparente inseguridad jurídica y los efectos
de “El Niño” sobre la producción podrían determinar que, a pesar del favorable
contexto internacional con precios altos para las materias primas, el crecimiento
de la economía de este año sea similar o inferior al del año pasado y ubicarse en
alrededor de 4.5%.
Hace tres años, en 2004, la inflación anual fue de 4.6%; en cambio a julio del
presente año la inflación acumulada alcanza a 6.4%, lo que se refleja en un mayor
costo de vida. A su vez, el año 2004, la estructura del crecimiento de la economía
tenía un componente importante en la industria manufacturera que incluía las
crecientes exportaciones a EE UU a través de un acuerdo de preferencias arance-
larias denominado ATPDEA y se negociaba un tratado de libre comercio (TLC)
con ese país del norte; actualmente, prácticamente se ha cerrado la posibilidad
64 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

de dicho TLC y el crecimiento tiende a concentrase más en sectores intensivos


en capital como el sector de hidrocarburos. Con la minería ocurre un hecho pa-
radójico, a pesar de los precios internacionales altos de los minerales y mayores
exportaciones en valor, con información preliminar se observa que el sector de la
minería no muestra crecimiento en términos reales.
En ese contexto, recientemente el gobierno creó el Banco de Desarrollo Pro-
ductivo con fondos que ascienden a 60 millones de dólares, insuficiente desde todo
punto de vista, pero que se espera muevan la economía boliviana. Otro fenómeno
que se da es que la inversión pública tiende a aumentar por los mayores recursos
percibidos por el país, aunque lamentablemente esto no tienen relación directa, al
menos a mediano plazo, con actividades que promuevan la innovación tecnoló-
gica y la utilización sistemática de herramientas de Gestión de la Innovación y la
Tecnología tales como Vigilancia Tecnológica y Prospectiva Tecnológica.

3.2. Sistema Boliviano de Innovación

En 1977 se crea en Bolivia el Sistema Nacional de Desarrollo Científico y


Tecnológico (SINDECYT), que al no contar con brazos operativos no realizó ac-
ciones para buscar que las interrelaciones del triángulo de Sábato (modelo to-
davía hoy vigente en Bolivia) sean fuertes. Con un rezago de 20 años respecto a
varios países de la región, recién en 1991 se crea el Consejo Nacional de Ciencia
y Tecnología (CONACYT), pasando a ser el órgano superior del SINDECYT y
encargado de definir la política y las herramientas generales de los distintos as-
pectos de ciencia y tecnología. Se crea también el Fondo Nacional de Ciencia y
Tecnología que sin embargo nunca llegó a operar, lo cual significa que nunca se
pudieron encaminar fondos públicos o privados para incentivar la investigación
pura o aplicada y el desarrollo experimental y crear los incentivos necesarios para
que la vinculación universidad – empresa pueda darse. En la figura 1 se presenta
el modelo del Sistema Boliviano de Innovación que todavía hoy en día se caracte-
riza por la desarticulación entre los sectores de gobierno, universidad y empresa
y por la escasez de elementos dinamizadores que faciliten las interrelaciones del
triángulo. El gobierno debió ser el promotor de la interacción universidad-sector
productivo, creando incentivos para las universidades y para las empresas inno-
vadoras, no lo hizo y tampoco está pudiendo hacerlo ahora que las condiciones
del mercado han cambiado.
César Villagómez Villarroel 65

El año 2001 se promulga la ley 2209, después de 25 años de iniciar su trata-


miento. Esta ley declara como prioridad nacional y de interés público el fortaleci-
miento de las capacidades científicas, tecnológicas y de innovación. Sin embargo
su reglamentación no ha sido aprobada hasta la fecha, lo que ha dificultado su
implementación, la consecución de fondos provenientes de la cooperación inter-
nacional y la posibilidad de destinar fondos del tesoro general de nación.

Figura 1 - Modelo Básico de Sistema Nacional de Innovación

Como consecuencia de ello se tienen escasos elementos dinamizadores de


carácter temporal entre los que se pueden citar:

• Concurso de Proyectos en Ciencia, Tecnología e Innovación aplicados a


la Industria;
• Concurso de Ideas Emprendedoras con apoyo de la Corporación Andina
de Fomento (CAF);
• Proyectos concursables en el marco del Fondo de Mejoramiento de la
Calidad de la Educación Superior (FOMCALIDAD) ejecutado con fon-
dos del Banco Interamericano de Desarrollo.

Por otro lado a la fecha se encuentran en proceso de consolidación tres ele-


mentos dinamizadores o estructuras de interfaz de carácter permanente y que
debieran permitir una mayor transferencia de tecnología y aplicación de Pros-
pectiva Tecnológica, estas estructuras son:
66 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

• Parque Industrial Santibáñez;


• Incubadora de Empresas con el apoyo del Programa Andino de Compe-
titividad (PAC) de la CAF;
• Cluster de las Oleaginosas.

3.3. Elaboración del Plan Nacional de Ciencia,


Tecnología e Innovación

Paralelamente al trabajo de lograr consensos respecto al reglamento de la ley


2209, el Ministerio de Educación de Bolivia bajo la tuición de la Dirección Ge-
neral de Ciencia y Tecnología dependiente del entonces Viceministerio de Edu-
cación Superior, Ciencia y Tecnología comenzó a trabajar en la elaboración de la
Estrategia Nacional de Ciencia y Tecnología. Para ello se emplearon U$ 150000
provenientes de un fondo no reembolsable del Banco Interamericano de Desa-
rrollo en el marco del Convenio de Cooperación Técnica BID ATN/SF-7233 BO,
contrato que se suscribió en noviembre de 2000 y el proyecto aprobado consistía
en el fortalecimiento del Sistema Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación
mediante el establecimiento de relaciones de integración y concertación entre
los sectores estatales, académicos y productivos, con el propósito de mejorar la
competitividad y productividad de los agentes del sector real de la economía que
permita insertarse favorablemente al país en el contexto de los desafíos de la glo-
balización económica.
El trabajo se inició en diciembre de 2002 con un Seminario organizado por
el Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT), contando como faci-
litador con un experto en Prospectiva Tecnológica del “Centro de Pensamiento
Estratégico y Prospectiva” de la Universidad Externado de Colombia y en el cual
participaron funcionarios de organismos de gobierno, docentes e investigadores
de universidades del país y representantes del sector empresarial. El seminario de
desarrolló en tres lineas centrales:

• Escenarios futuros en América Latina a partir de las reglas de juego del


entorno mundial;
• Concepto y corrientes de la prospectiva;
• Taller de simulación y apropiación del modelo prospectivo.
César Villagómez Villarroel 67

El taller de simulación y apropiación del modelo prospectivo se diseñó con la


intención de responder las siguientes cuatro preguntas:

• ¿Cuáles son los sectores económicos en los que Bolivia tiene mayores
ventajas comparativas para el futuro?
• ¿Cuáles son las variables clave que determinan el desarrollo del país?
• ¿En que escenarios de futuro se podrá encontrar el país, veinte años
adelante?
• ¿Qué estrategias es necesario poner en práctica para lograr el mejor es-
cenario?

Para responder a estas preguntas en el taller se propuso difundir y enseñar la


utilización de las siguientes técnicas prospectivas con el software correspondiente:

• Ábaco de Regnier;
• Árboles de Competencia;
• Análisis Estructural;
• Matriz de Impactos Cruzados;
• Matriz Importancia y Gobernabilidad (IGO).

Con la capacitación indicada y un plan de aplicación de prospectiva tecnoló-


gica para el estudio, un grupo de consultores bolivianos y personal de la Direc-
ción Nacional de Ciencia y Tecnología del Ministerio de Educación, iniciaron la
tarea de elaboración del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación para
el quinquenio 2004-2009. Se comenzó por la determinación de los sectores eco-
nómicos en los que Bolivia tiene mayores ventajas comparativas para el futuro,
luego se incorporó al equipo de consultores a un especialista en cada uno de esos
sectores para elaborar sendos estudios de prospectiva científica y tecnológica.
Los estudios específicos realizados fueron los siguientes:

• Prospectiva Científica y Tecnológica en Agricultura y Ganadería del


Oriente y el Chaco;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en Agricultura y Ganadería para el
Occidente de Bolivia;
• Prospectiva Científica y Tecnológica del Medio Ambiente y los Recursos
Naturales del Oriente;
68 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

• Prospectiva Científica y Tecnológica del Medio Ambiente y Recursos


Naturales del Occidente;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en la Industria Manufacturera de
Bolivia;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en Minería;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en Hidrocarburos, Gas y Energía;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en Transportes y Vialidad;
• Prospectiva Científica y Tecnológica en Informática en Bolivia.

En la etapa de ejecución se puede afirmar que los estudios básicamente con-


sistieron en diagnósticos elaborados a partir de Talleres realizados en diversas
ciudades del país, organizados por sectores económicos priorizados y con la
participación de actores de las distintas cadenas productivas identificadas para
cada sector, desde los productores hasta los industrializadores y especialistas de
universidades, estudios que se denominaron de “recuperación de información”.
Como ejemplo de la ejecución de los estudios, en el caso de la “Prospectiva Cien-
tífica y Tecnológica en la industria manufacturera de Bolivia”, se partió de un do-
cumento base elaborado por el consultor especialista a cargo del estudio sectorial
quien hizo la presentación correspondiente. A partir de ello como metodología
se segmentaron a los industriales participantes en cuatro grupos de acuerdo a la
naturaleza de su industria, teniendo los siguientes cuatro grupos:

• Industrializadores de materias primas nacionales que exportan;


• Industrializadores de materias primas nacionales que producen para el
mercado interno;
• Industrializadores con alta dependencia de insumos importados que ex-
portan;
• Industrializadores con alta dependencia de insumos importados que
producen para el mercado interno.

A cada grupo se incorporaron un grupo seleccionado de expertos, personali-


dades clave, expertos de las universidades y del sector financiero. En cada grupo
por consenso se procedió al llenado de un formulario informativo, para ello fue
importante la participación y apoyo de los expertos. Las fortalezas y debilidades
identificadas por cada grupo se llevaron a una plenaria de donde surgieron las
conclusiones del taller y las alternativas de acción que fueron sistematizadas pos-
teriormente por el equipo de consultores.
César Villagómez Villarroel 69

Revisando el procedimiento empleado, se concluye que se recurrió al método


prospectivo más simple que es el Dictamen de un grupo de expertos, conside-
rando como una desventaja la influencia que pudieron ejercer algunos expertos
sobre el resto de los componentes del grupo.
En la elaboración del documento inicial del Plan Nacional de Ciencia, Tec-
nología e Innovación, que luego contó con otros especialistas que adecuaron el
trabajo a la realidad boliviana, no se pueden encontrar más evidencias de la apli-
cación rigurosa de la Prospectiva Tecnológica, aunque se debe resaltar el hecho
que se haya partido por primera vez en un proceso de planificación con un plan
de aplicación de la Prospectiva Científica y Tecnológica, tal como ocurrió en el
período 1990-2002 en otros países de la región que actualmente se encuentran
en la segunda o tercera fase de desarrollo de la Prospectiva Tecnológica. Este
hecho es considerado positivo en un entorno de permanentes improvisaciones
y se constituyó en una interesante señal de que el país quería avanzar tomando
con seriedad los estudios de futuro e intentando construir un futuro posible y
deseado saliendo de la visión de corto plazo que fue la característica en este tipo
de emprendimientos.

3.4. Estructura del Plan Nacional de Ciencia,


Tecnología e Innovación 2004-2009

En la estructura del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación lanza-


do y publicado el año 2004, que nunca pudo comenzar a operar por no contarse con
los fondos necesarios y previstos para su funcionamiento, destaca seis programas
sectoriales que recogen las demandas de investigación e innovación en los sectores
económicos identificados con anticipación y que fueron priorizados en función a
las capacidades científico-técnicas existentes. Estos seis programas sectoriales son:

• Programa Sectorial Agropecuario;


• Programa Sectorial en Medicina y Salud;
• Programa Sectorial en Medio Ambiente, Recursos Naturales y Bio-
diversidad;
• Programa Sectorial Ciencia y Tecnología para la Producción Industrial ;
• Programa Sectorial en Minería y Energía;
• Programa Sectorial en Ordenamiento Territorial, Transporte, Vialidad
y Vivienda.
70 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

Adicionalmente el Plan cuenta con 3 programas horizontales que contem-


plan actividades transversales a todos los programas sectoriales y que en general
tienen una cobertura del sector científico y tecnológico.
El Plan contempla los siguientes programas horizontales:

• Programa de fomento a la investigación en ciencias básicas, económicas,


sociales, y humanidades;
• Programa de formación, especialización y movilidad de investigadores y
técnicos para la investigación;
• Programa de difusión y popularización de la ciencia y la tecnología.

Finalmente el Plan contiene tres programas movilizadores que reúnen una


serie de iniciativas para provocar cambios de actitud y cambios culturales en re-
lación a actividades de investigación e innovación. Los programas movilizadores
contemplados en el Plan son:

• Programa movilizador para la articulación de un Sistema Nacional de


Innovación en Bolivia;
• Programa movilizador para el fomento de la innovación tecnológica en
la empresa;
• Programa movilizador para el desarrollo de las tecnologías y la sociedad
de la información.

3.5. Plan de Desarrollo Nacional

Tras el cambio de gobierno en 2006 las nuevas autoridades gubernamentales,


especialmente del Ministerio de Planificación del Desarrollo y del recientemente
creado Viceministerio de Ciencia y Tecnología decidieron dejar sin efecto el Plan
Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación, pese al tiempo y los recursos que en
su momento se invirtieron, y en su lugar lanzaron el Plan Nacional de Desarrollo
que incluye al Plan Boliviano de Innovación que plantea los siguientes objetivos:

• Contribuir al desarrollo a través de la generación de conocimientos y


tecnología y su aplicación en los procesos productivos y en la solución de
los grandes problemas nacionales;
• Desarrollar la nueva matriz productiva nacional, mediante procesos de
innovación que vinculen el sector científico tecnológico y el productivo;
César Villagómez Villarroel 71

• Incorporar los saberes locales y el conocimiento indígena al campo de co-


nocimientos científicos para su valoración y aplicación en el desarrollo;
• Desarrollar una cultura científica a través de la extensa difusión de la
ciencia, tecnología e innovación para promover la apropiación del cono-
cimiento en el marco de la inclusión y la reciprocidad.

En la Figura 2 se presenta el modelo emergente de Sistema Boliviano de Inno-


vación (SBI), que independientemente de que sea bueno o malo implica volver a co-
menzar e implica salir de manera teórica y forzada del modelo básico del triángulo
de Sábato en el que en la práctica se encuentra operando el Sistema Boliviano de In-
novación. En el nuevo modelo aparece una entidad gestora de recursos financieros
denominada Sistema Nacional de Financiamiento del Desarrollo que será operado
a partir de un Banco de Tecnología. Otra diferencia con los sistemas tradicionales
está en que ya no habla de la empresa sino de espacios productivos, haciendo refe-
rencia a las tradicionales empresas privadas, pero incluyendo a las empresas comu-
nitarias y las empresas públicas, sector que a la fecha es prácticamente inexistente.
Otra característica es que como articulaciones del sistema plantea las estructuras
de interfaz (EDI) sin definir cuales serán y por tanto sin posibilidad de asegurar
que estas puedan convertirse en mecanismos de transferencia de tecnología en el
proceso de consolidar las interrelaciones entre los actores del SBI.

Figura 2 - Nuevo Modelo del Sistema Boliviano de Innovación


72 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

3.6. Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria

Después de un análisis del funcionamiento de los sistemas en Bolivia, se pue-


de afirmar que lo único que ha estado funcionando como sistema en Bolivia es
el Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria (SIBTA), creado el año 2001
al margen del Sistema Boliviano de Innovación bajo la tutela del Ministerio de
Agricultura, Ganadería y Desarrollo Rural (MAGDER), en reemplazo del Ins-
tituto Boliviano de Tecnología Agropecuaria (IBTA) que fue cerrado en 1998,
aquejado de múltiples problemas tales como el divorcio entre el trabajo de sus
investigadores y las reales demandas que provenían del sector productivo rural.
El SIBTA que es un sistema orientado por la demanda y con enfoque de cadena
productiva, es considerado un sistema realmente innovador y creativo, que plan-
tea la implementación de dos tipos de proyectos: los Proyectos de Innovación
Tecnológica Aplicada (PITAs), que son proyectos de validación y transferencia
de tecnología y los Proyectos de Investigación Estratégica Nacional (PIENs), que
son proyectos de investigación. Para la gestión de los PITAs se constituyeron
cuatro fundaciones privadas con la denominación Fundación para el Desarrollo
Tecnológico Agropecuario (FDTA) correspondientes a cuatro macroecoregiones
del país: Altiplano, Valles, Trópico Húmedo y Chaco. El SIBTA ha permitido la
aparición y potenciamiento en cuanto a capacidades tecnológicas y formación de
recursos humanos de instituciones oferentes que concursan para resolver proble-
mas planteados por los demandantes, que son los productores.
Con el último cambio de gobierno en Bolivia, se comenzó a evaluar el trabajo
del SIBTA y recientemente se ha determinado crear en su lugar el Instituto Nacio-
nal de Investigación Agropecuaria y Forestal (INIAF) que comenzaría a operar a
partir de enero de 2008. Se pretende mantener la cobertura geográfica del SIBTA
y solamente se incluye una quinta macroecoregión que es la Amazonía.

4. Prospectiva Económica y Social 2000-2010

La Unidad de Análisis de Políticas Sociales y Económicas (UDAPE), unidad


descentralizada del Ministerio de Planificación del Desarrollo, llevó a cabo el
estudio “Bolivia: Prospectiva Económica y Social 2000-2010”. El trabajo publi-
cado en la serie “Cuadernos de Futuro” de abril de 2002 y editado por el equipo
Informe de Desarrollo Humano en Bolivia, muestra tres escenarios de evolución
César Villagómez Villarroel 73

de la pobreza en Bolivia en el mediano plazo, “escenario tendencial”, “escena-


rio moderado” y “escenario optimista”. La construcción de estos escenarios se
realizó tomando como referencia algunos estudios de programación financiera
del Fondo Monetario Internacional y proyecciones del Banco Central de Bolivia,
trabajando en un contexto de consistencia macroeconómica. Dichos escenarios
de cambios en la economía no son suficientes para modificar de forma sustancial
la estructura productiva de Bolivia y por ende reducir los índices de pobreza en
los niveles deseados, el estudio marca un horizonte que debe tomarse en cuenta a
la hora de fijar metas y políticas nacionales.
Si bien el estudio de UDAPE no es una aplicación rigurosa de la Prospectiva
ya que sigue más la línea del Pronóstico, tiene la virtud de mostrar que en un país
con una economía muy deteriorada y una sociedad convulsionada, es posible la
aplicación de la Prospectiva a ámbitos económicos, sociales y políticos como un
medio para visualizar una luz al final del túnel. Por otro lado muestra que tras un
trabajo de difusión bueno o malo de los años 90, se está dando una apropiación
de la terminología, la cual se espera que tenga un efecto multiplicador.

4.1. Estudio Prospectivo al 2020 sobre la Educación Superior

Considerando la realidad actual que implica el trabajo en redes internacio-


nales, se destaca el estudio iniciado a finales del año 2005 por el Convenio An-
drés Bello - CAB y el Instituto Colombiano para el Desarrollo de la Ciencia y la
Tecnología. COLCIENCIAS, con el tema “Estudio Prospectivo al 2020 sobre la
Educación Superior para la Transformación Productiva y Social con Equidad
en los Países del Convenio Andrés Bello”. El estudio contó con la participación
de un número significativo de académicos bolivianos y se desarrolló con la apli-
cación de la técnica Delphi, con un primer cuestionario sobre la relación entre
educación superior y transformación productiva y una segunda parte con diez
cuestionarios sobre diversos tipos de tecnologías emergentes en áreas de espe-
cialidad tales como energía, medio ambiente, agricultura y alimentos, tecnología
de la información y las comunicaciones, Manufactura y Materiales, Medicina,
Espacio, Transporte, Tecnologías Sociales. En esta primera etapa participaron
503 expertos de la región y proporcionó las bases para la construcción preliminar
de tres escenarios de la educación superior para la transformación productiva,
social y equidad en los países del Convenio Andrés Bello, denominados “avance
lento”, “avance intermedio” y “avance acelerado”. Actualmente en la segunda eta-
74 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

pa de realización se ha definido la participación de un grupo menor de expertos


que se reunieron recientemente para formular, elaborar y depurar los escenarios
de futuro, las políticas públicas de estado, las estrategias y las acciones priori-
zadas al 2020 de la educación superior para la transformación productiva y so-
cial con equidad en los países del Convenio Andrés Bello que son Bolivia, Chile,
Colombia, Cuba, Ecuador, España, México, Panamá, Paraguay, Perú, República
Dominicana y Venezuela.

5. Desafios - Perspectiva de La Prospectiva

El desafío urgente y por ello la primera etapa consiste en crear en Bolivia un


espacio donde se pueda desarrollar y debatir el pensamiento sobre el futuro. Este
espacio puede ser una Red de Información y Difusión con caracter nacional pero
con buenas articulaciones a nivel internacional, que entre otras acciones pueda
crear un foro de opinión para salir en el plazo más breve posible de la cultura
orientada al corto plazo. En tal sentido es necesario concientizar a las instancias
pertinentes del gobierno, tales como el Ministerio de Planificación del Desarrollo
y el Viceministerio de Ciencia y Tecnología, entidades empresariales tales como
Cámara Nacional de Industrias y Cámaras Departamentales de Industrias e in-
cluso instancias universitarias, respecto a las grandes ventajas que podría traer el
planteamiento de sus estrategias a partir de estudios de Prospectiva.
En una segunda etapa, con el apoyo del gobierno, se deben identificar 3 o 4
sectores importantes para el desarrollo del país, a priori se podrían mencionar
a los sectores de minería, forestación, agricultura y agropecuaria. Se tiene que
inducir a estos sectores para que organicen su propio desarrollo sectorial en base
a estudios de Prospectiva Tecnológica. En esto el principal desafío es lograr que
los actores de estos sectores puedan trabajar en equipo.
Recién en una tercera etapa se recomienda la organización formal de Ofici-
nas o Observatorios de Prospectiva Tecnológica, es decir una vez que se ha he-
cho un trabajo sostenido de difusión a través del espacio de pensamiento pros-
pectivo y las acciones concretas de los sectores inducidos a trabajar en equipo en
estudios de Prospectiva.
Esta Oficina que puede ser de carácter mixto (con participación del gobierno
y el sector privado) debe generar las políticas y realizar la medición de resultados
o del impacto logrado por la aplicación de estudios de Prospectiva Tecnológica.
César Villagómez Villarroel 75

5.1. Formación Permanente de Recursos Humanos

Con la intención de difundir el pensamiento prospectivo y capacitar recursos


humanos que puedan acceder a puestos clases en instancias gubernamentales,
empresariales y universitarios, tal como ocurre en México y Colombia, es nece-
sario que en Bolivia se oferte algún programa de postgrado que brinde formación
avanzada en Prospectiva Tecnológica y complementada con temas afines. Es pro-
bable que esta actividad se de naturalmente como parte de la tercera etapa.

5.2. Misión de la Red Iberoamericana de


Prospectiva Tecnológica (RIAP)

Como ente regional compuesto por un selecto grupo de expertos en Prospec-


tiva Tecnológica de Iberoamérica y con experiencias reales de aplicación de estu-
dios de Prospectiva, la Red Iberoamericana de Prospectiva Tecnológica (RIAP)
en el marco de su objetivo general que es “propiciar el avance del conocimiento
y de las capacidades regionales para desarrollar la Prospectiva Tecnológica como
instrumento para la formulación de políticas y estrategias gubernamentales, ins-
titucionales y empresariales”, está llamado a constituirse en el principal aliado de
Bolivia para popularizar los estudios de Prospectiva Tecnológica, mediante un
apoyo en las tres etapas planteadas y la implementación de los cursos de forma-
ción permanente de recursos humanos.
En ese marco una acción inmediata que se puede implementar en el primer
semestre del año 2008 es la organización, conjuntamente con una universidad lo-
cal, de un Seminario Taller de alcance nacional donde se presenten experiencias
recientes de aplicación de Prospectiva Tecnológica y las herramientas usuales y
en una segunda parte el análisis de la convergencia de diversas tecnologías de-
nominadas NBIC en referencia a la nanotecnología, biotecnología, tecnologías
cognitivas y las tecnologías de la información y la comunicación. El objetivo in-
mediato sería el de concientizar y capacitar en la realización de estudios de Pros-
pectiva a líderes de los distintos elementos del Sistema Boliviano de Innovación,
entre ellos el sector gubernamental, sector empresarial y sector de infraestructu-
ra científica-tecnológica, incluyendo al sector financiero.
76 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

5.3. Relanzamiento del Sistema Boliviano de Innovación

Aunque el Plan de Desarrollo Nacional ya se ha lanzado y el Sistema Bolivia-


no de Innovación esta dando sus primeros pasos, el comenzar de nuevo siempre
representa una oportunidad para tener una clara lectura del futuro a 10 o 20 años
y replantear las acciones para alcanzar un futuro deseado, por tanto se plantea la
necesidad de que se recurra a estudios de Prospectiva Tecnológica que permitan
implementar acciones coherentes para articular el Sistema Boliviano de Innova-
ción considerando que actualmente se tiene una coyuntura de precios internacio-
nales favorable para productos tradicionales bolivianos, un fondo de desarrollo
productivo que está comenzando a operar, fondos de inversión pública que están
en incremento y que pueden orientarse de manera estratégica para generar condi-
ciones para emprendimientos innovadores y la consolidación de nuevos mecanis-
mos de transferencia de tecnología tales como incubadoras de empresas, parques
tecnológicos, clusters, ferias tecnológicas, oficinas de transferencia de resultados
de investigación con acceso irrestricto a banco de datos de patentes, etc.
Para generar el plan Bolivia 2020 es importante recurrir a un estudio de pros-
pectiva metodológicamente bien estructurado, para lo cual se tiene que buscar
financiamiento internacional de organismos tales como la Corporación Andina
de Fomento (CAF) con el Programa Andino de Competitividad, Organización
de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), la Organización de
Estados Americanos y otros.

5.4. Nuevo Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria

La implementación de un Nuevo Sistema Boliviano de Tecnología Agrope-


cuaria debe constituirse una oportunidad para crear un INIAF moderno, que
rescate todo lo bueno del sistema anterior, que aprenda de lo que ya se ha re-
corrido y de lo ya han hecho otros países iberomericanos y en la definición del
plan de acción por los próximos 10 o 20 años, se realice un trabajo minucioso y
sistemático que vaya más allá del análisis de la situación actual que usualmente
se realiza mediante análisis DOFA y que incluye consultas a nivel de los produc-
tores, centros de investigación nacionales e internacionales, comercializadores
y otros actores de las cadenas productivas. El sector agropecuario en Bolivia se
considera estratégico ya que el país está considerado entre los ocho países más
ricos del mundo en biodiversidad y cuenta con innumerables ventajas comparati-
César Villagómez Villarroel 77

vas que mediante acciones de un sistema de tecnología agropecuaria fuerte y con


objetivos claros, deben ser transformadas en ventajas competitivas, aunque pese
a ser un país megadiverso, por diversas razones, Bolivia es uno de los países con
menor desarrollo humano y económico.
Se propone entonces la realización de un estudio de Prospectiva Tecnológi-
ca como una forma de definir los campos de acción y las líneas de investigación
presente partiendo de un escenario deseado para el año 2020, que incluya la Bio-
tecnología. Se recomienda la aplicación de la técnica Delphi de tal manera que el
consenso al que se llegue incluya a expertos más allá de nuestras fronteras y que
conozcan nuestra realidad, situación totalmente factible dado que se han tenido
alrededor de 100 organismos de cooperación internacional en el país, principal-
mente europeas y norteamericanas que cuentan con expertos de gran nivel que
han trabajado en el país. Para ello se sugiere recurrir a formularios que se puedan
llenar en línea mediante acceso a internet en cualquier lugar del mundo. Este es-
tudio debe ser coordinado aunque no necesariamente ejecutado por el Ministerio
de Desarrollo Rural, Agropecuario y Medioambiente. Es importante la experien-
cia de la institución que ejecute el estudio y la elección del moderador.

6. Referencias

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ller de Trabajo sobre Previsión Tecnológica. Cochabamba.

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FERNÁNDEZ DE LUCIO, I. Et. Al. (1997), Variables a Considerar en el Análisis


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derno N° 5 del Laboratorio de Investigación en Prospectiva y Estrategia, Paris.
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los Ingenieros y la Acreditación de Carreras de Ingeniería en Francia y el MER-
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tema Boliviano de Innovación. Memorias del XVII Congreso Latinoamericano
sobre Espíritu Empresarial, Panamá.
A História da Prospectiva no Brasil:
ao Longo de uma Proposta de Construção
de um Sistema Nacional de Inovação

Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho

1. Sobre o início das atividades de pensar,


debater e construir o futuro no Brasil

Tentar contar a história da prospectiva no Brasil requer um olhar amplo e de-


talhado no passado buscando indícios de sementes e experiências. Durante muito
tempo, projetos e estudos estratégicos envolvendo um olhar de longo prazo para o
futuro possivelmente ficaram confinados em escritórios, gabinetes e em processos
de tomada de decisão de natureza sigilosa, por isso seus registros não são fáceis
de localizar. O que se pode recuperar é que o impulso inicial envolvendo o debate
destas idéias chega ao Brasil, a partir dos pioneiros do pensamento latino ameri-
cano em ciência, tecnologia e sociedade, tais como Amílcar Herrera, Jorge Sábato,
Oscar Varsavsky, Helio Jaguaribe e outros. Estes pensadores defendiam a busca de
modelos alternativos para pensar e relacionar a ciência, a tecnologia e a socieda-
de, ao mesmo tempo em que buscavam construir novos caminhos que pudessem
tornar as idéias defendidas pela democracia em realidades sociais. A questão do
futuro emergia naturalmente na discussão do planejamento a longo prazo.
Deve-se ao Prof. Amílcar Herrera1, a criação do primeiro núcleo de pensa-
mento prospectivo em política de ciência e tecnologia no Brasil. Em 1979, Herrera
veio para o Brasil, a convite da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp,
para criar o Instituto de Geociências – IG. Mais tarde, foi também responsável

1 Dagnino, R., Velho, L. Tributo ao Professor Herrera. Jornal da Unicamp. Ed. 302. 19 a
25/09/2005. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/
setembro2005/ ju302pag02.html. Acesso em 21/08/2007.
80 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

pela criação do Departamento de Política Científica e Tecnológica – DPCT, onde


atuou como professor por mais de 15 anos difundindo suas idéias.
Nessa época, os debates versavam sobre a necessidade de novos contratos
sociais entre a ciência e a sociedade e indicavam a necessidade de mudança nos
padrões vigentes, buscando escapar do modelo linear de ciência para incorpo-
rar uma visão mais complexa dos inter-relacionamentos científicos e sociais e
definir outras prioridades. Discutia-se que o Estado, ao apoiar novas trajetórias
tecnocientíficas, deveria se tornar o tradutor dos interesses da sociedade a partir
de demandas em ciência e tecnologia que fossem socialmente orientadas. (Dagni-
no, 2002). Este período foi profícuo em reflexões acerca da relação entre ciência,
sociedade e o processo de desenvolvimento científico e tecnológico, como um
processo social, em estreita conexão com a qualidade de vida.
Conforme Salles-Filho (2002), é na década de 70 que surge no Brasil o pri-
meiro documento oficial de política explícita de Ciência e Tecnologia, o Plano
Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - I PBDCT, parte integrante
do Plano Nacional de Desenvolvimento - I PND (1972-1974), e do Programa de
Metas e Bases para a Ação do Governo. Este documento buscava definir de forma
explícita os rumos do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. Assim,
o I PND visava fortalecer o poder de competição nacional em setores prioritários,
concentrar recursos em prioridades tecnológicas claras, acelerando os processos
de transferência de tecnologia e fortalecer a infra-estrutura tecnológica e a capa-
cidade de inovação da empresa nacional, pública e privada.
Entretanto, foi o II PBDCT (1976), integrado ao II PNB (1974-1979), que trou-
xe inovações como a criação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico - SNDCT, e do Programa Nacional de Pós-graduação - PNPG. O II
PBDCT buscou ampliar a oferta de ciência e tecnologia e criar condições para a
estruturação do SNDCT, atribuindo ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq, a tarefa de coordenação geral. Na opinião de
Salles-Filho (2003), este PBDCT mostrava, pelo menos no papel, que havia forte
harmonia entre o planejamento maior do país e o planejamento de C&T.
Assim como os anteriores, o III PBDCT, aprovado para o período 1980-1985,
foi um detalhamento do tema ciência e tecnologia, no capítulo VI do III Plano
Nacional de Desenvolvimento (II PND). Para Salles-Filho (2003), o III PBDCT
representou uma perda na capacidade de planejamento sistêmico. Entretanto,
não se pode esquecer que o III PBDCT teve características diferentes dos outros
pois foi direcionado a programas, projeto e prioridades, deu origem às Ações
Programadas em Ciência e Tecnologia, com orçamento e revisão anuais, visando
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 81

reorientar os recursos disponíveis e identificar alternativas viáveis para os cami-


nhos do processo de desenvolvimento.
Conforme Buarque (1998), o Brasil inicia alguma atividade em estudos de
futuro e prospectiva, com conteúdos teórico e metodológico, no final da década
de 70. Este autor cita como exemplo, o estudo realizado em 1977, pelo Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, do Programa de Pós-
Graduação em Sociologia e Ciência Política, da Universidade Cândido Mendes,
Rio de Janeiro. Este estudo teria resultado em uma pesquisa sobre estudos do fu-
turo e um manual de técnicas de previsão teria sido elaborado. Quase na mesma
época, em 1979, Henrique Rattner lança o livro “Estudos do Futuro – Introdução
à antecipação tecnológica e social”.
Por outro lado, ao longo do tempo, as atividades do planejamento estratégico
clássico experimentaram uma expansão de seus limites de atuação e análise, na
medida em que passaram a levar em conta os novos desafios trazidos pelos avanços
da ciência e da tecnologia e buscaram se adequar aos requisitos da competitivida-
de. No ambiente privado, as empresas, em função do aumento das pressões exóge-
nas, buscando uma forma apropriada de se relacionar com esse novo ambiente, se
viram diante da necessidade de visualizar futuros possíveis e prováveis, de modo
a garantir a sua sobrevivência e competitividade. (Moritz & Pereira, 2005) Confor-
me Marcial & Grumbach (2002), o objetivo principal não seria visualizar o futuro,
mas sim preparar as organizações para enfrentar o ambiente competitivo.
Conforme citado por Buarque (1998), a técnica de elaboração de cenários foi bas-
tante utilizada a partir da segunda metade da década de oitenta, por empresas brasi-
leiras. Foram elaborados cenários pela Petrobras, em 1989, pela Eletrobrás, em 1987,
pela Eletronorte com o estudo “Cenários Energéticos da Amazônia”, em 1988; pela
Sudam, com “Macrocenários da Amazônia”, em 1990 e pela Secretaria de Assuntos
Estratégicos – SAE, com o estudo “Cenários Brasil 2020”, em 1998. Estas empresas,
operando em segmentos com longos períodos de maturação sentiram a necessidade
de antecipar-se às incertezas e fazer frente ao aumento crescente da complexidade.
No início da década de noventa, a primeira organização pública brasileira a
adotar o enfoque prospectivo sistêmico em seu processo de planejamento estra-
tégico foi a Empresa Brasileira de Agropecuária – Embrapa, quando buscava um
marco conceitual para a análise do ambiente externo à organização e a determi-
nação de estratégias que poderiam produzir as mudanças institucionais deseja-
das. Os conceitos de agronegócio e de cadeias produtivas foram então utilizados
e os novos modelos incluiam todos os agentes da cadeia produtiva sob estudo,
caracterizando subsistemas do negócio agrícola. O enfoque da cadeia produtiva
82 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

demonstrou sua utilidade para organizar a análise e aumentar a compreensão dos


macro processos complexos da produção, examinar o desempenho dos sistemas,
determinar oportunidades, gargalos e indicadores e incorporar metodologias al-
ternativas para análise das diversas dimensões da cadeia. (Castro et al, 2002).
Em âmbito governamental pode-se dizer que atividades de planejamento de
longo prazo em ciência e tecnologia reemergem no Brasil cerca de 12 anos atrás
(1995-2007) quando o Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (Cardoso,
1999) iniciou um processo de reconhecimento da importância destes elementos para
fortalecer e orientar o processo de inovação. A idéia central era sincronizar a política
de ciência e tecnologia com as outras políticas do Governo Federal, em particular
com as políticas educacionais, lançando um olhar para a qualidade do sistema de
educação como um todo e, por outro lado, buscando a participação do setor pro-
dutivo, para a redefinição das prioridades de pesquisa e focalizando-as para buscar
vencer e eliminar os principais problemas sociais e econômicos do Brasil.
A partir daí vieram sendo fortalecidas as atividades de planejamento, envol-
vendo monitoramento, acompanhamento e avaliação, com esforços de identifica-
ção e uso de indicadores apropriados, bem como, a preocupação com o longo pra-
zo, com ênfase em estudos prospectivos e nos direitos de propriedade intelectual
como mecanismos e ferramentas de grande poder, que em ação conjunta, teriam
o potencial de promover o processo de inovação e o desenvolvimento social e eco-
nômico brasileiro.
Eventos que influenciaram o renascimento das idéias de prospectiva que mar-
caram esta etapa deste processo são a criação (recriação)2 do Conselho de Ciência
e Tecnologia (CCT), em 1985, e a realização do Projeto Brasil 2020, em 2000.

2 Conforme o site do Ministério de Ciência e tecnologia - MCT, “o primeiro CCT foi criado pelo
Decreto nº 75.241, de 16 de janeiro de 1975, como órgão consultivo do então Conselho Na-
cional de Pesquisa – CNPq, criado em maio de 1974 que, posteriormente, foi denominado
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, mantendo a mesma sigla.
Subordinado, àquela época, à Secretaria de Planejamento da Presidência da República (SE-
PLAN/PR), e embora definido como órgão superior de coordenação da política de ciência e
tecnologia, a capacidade de atuação deste CCT foi prejudicada pelo frágil ordenamento hie-
rárquico, pelo envolvimento predominante em ações tradicionais de fomento à ciência, e pelo
excesso de preocupação da agenda com questões de curto prazo. Sem solução de continuidade,
a segunda versão do CCT vigorou a partir de 1985, reativada pelo novo Ministério da Ciência e
Tecnologia. A gestão ministerial da C&T, criada com o governo da Nova República, deu alento
aos aspectos financeiros e operacionais, mas não se conseguiu corrigir as deficiências de coor-
denação registradas na experiência anterior. Por motivos semellhantes, também este CCT não
obteve o êxito desejado, enquanto instância responsável pelo planejamento científico e tecno-
lógico, na missão de articular a política de C&T com as demais políticas de desenvolvimento
do País.” Disponível em http://www.cnpq.gov.br/cct/antecedentes. Acesso em 12/03/2007.
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 83

Embora o foco no futuro não apareça de modo explícito nos debates, a ques-
tão da exploração da fronteira do conhecimento científico e tecnológico e a busca
de uma dinâmica alternativa capaz de atender às necessidades sociais e de infra-
estrutura adequada à realidade latino-americana continua a ecoar nos meios po-
lítico, acadêmico e científico. Questionamentos de Dagnino (2002) incluiam:

“Como construir outro modelo de desenvolvimento científico


e tecnológico? Como enfrentar o desafio da democratização
econômica? Como gerar condições tecnológicas para satisfazer
necessidades sociais? Como promover o desenvolvimento eco-
nômico a partir da exploração do mercado interno? Como tirar
proveito das nossas vantagens comparativas agregando valor
ao que podemos produzir para o mercado externo possibilitan-
do um cenário de democratização econômica?”

E prossegue Sardenberg (2002), enquanto Ministro da Ciência e Tecnologia,


em seu objetivo de reorganizar o sistema de pesquisa e inovação brasileiros bus-
cando o delineamento de um sistema nacional de inovação que contemplasse as
complexas relações entre ciência, sociedade e tecnologia:

“Inovação, entendo, é a introdução no mercado, de novos pro-


dutos, processos ou mesmo serviços. Associar esse tema aos as-
pectos da C&T é ter clareza de que o avanço do conhecimento
tem para nós importância fundamental, porque além de sua
feição civilizatória de compreensão do mundo e de aprendi-
zado, representa a possibilidade de melhorar a qualidade de
vida do povo, de conquistar mercados, de expandir as possi-
bilidades do desenvolvimento, de gerar melhores empregos.”,
e complementa: “o papel dos sistemas nacionais de inovação
torna-se verdadeiramente estratégico, pois são eles os promo-
tores da articulação dos fluxos de conhecimento e de tecnolo-
gia entre empresas, universidades, institutos de pesquisa e a
própria sociedade.”
84 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

1.2. O Conselho de Ciência e Tecnologia – CCT

O novo Conselho de Ciência e Tecnologia-CCT, recriado pela Lei nº 9.257/96,


foi estabelecido na forma de duas comissões: i) Prospectiva, Informação e Coo-
peração Internacional e, ii) Desenvolvimento Regional. Na primeira comissão
floresceram as discussões sobre o futuro do sistema de ciência, tecnologia e ino-
vação, e foram objeto de debates, as incertezas e dúvidas sobre as direções e as op-
ções a seguir na promoção do desenvolvimento do país, e – se evidencia o desejo
de conhecer e de construir o melhor caminho para o futuro – renascendo assim,
no setor público federal brasileiro, as sementes da prospectiva, como uma luz no
futuro para dar suporte à tomada de decisão governamental. Naquele momento,
era missão e competência do CCT, enquanto órgão consultivo de assessoramento
superior do Presidente da República:

“Propor a política de Ciência e Tecnologia do País, como fonte e


parte integrante da política nacional de desenvolvimento; for-
mular, em sincronia com as demais políticas governamentais,
planos, metas e prioridades nacionais referentes à Ciência e
Tecnologia, com as especificações de instrumentos e de recur-
sos; efetuar avaliações relativas à execução da política nacional
de Ciência e Tecnologia; e opinar sobre propostas ou programas
que possam causar impactos à política nacional de desenvolvi-
mento científico e tecnológico, bem como sobre atos normativos
de qualquer natureza que objetivem regulamentá- la.”

O CCT foi formalmente instalado em 17 de agosto de 1996, pelo então Presi-


dente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, que ressaltou, nessa
ocasião, a importância do conhecimento como promotor da qualidade de vida
e como instrumento das políticas de desenvolvimento. Em 02 de novembro de
1996, o CCT realizou seu primeiro painel, para discutir as políticas públicas do
país e preparar a discussão sobre as políticas futuras do governo federal como um
todo (o Plano Pluri-anual 1996/1999) e, em particular, a política de ciência e tec-
nologia. Nessa ocasião, ganhou destaque o tema tecnologias do futuro e o papel
da informação como instrumento vital para a transformação do País.
A Comissão de Prospectiva, Informação e Cooperação Internacional – CPICI
realizou várias reuniões ao longo dos anos. Já na primeira reunião, realizada em 13
de março de 1997, foi proposta a realização de um estudo prospectivo para o Brasil,
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 85

com horizonte temporal em 2010, seguindo os moldes do projeto francês “Tecnolo-


gias Chave”3, com o objetivo de identificar tópicos tecnológicos prioritários de ciên-
cia e tecnologia em temas setoriais de modo a orientar as decisões do CCT. O objeti-
vo final seria fazer com que o MCT e todo o setor público estivessem envolvidos no
pensar o futuro e em definir prioridades e estratégias de ação futura, no presente.
Uma segunda reunião, realizada em 05 de maio de 1997, discutiu os termos de
referência para o estudo prospectivo, considerou questões de planejamento tais como
custos, prazos de realização, formas de contratação entre outras. Uma terceira reu-
nião, realizada em 05 de fevereiro de 1998, envolveu a discussão sobre desenvolvimen-
to e sobre sistemas nacionais de inovação, destacou a importância da realização de es-
tudos prospectivos continuados, a cada 5 anos, para garantir a construção da agenda
do CCT. A quarta reunião, realizada em 03 de setembro de 1998, envolveu discussões
sobre o andamento do projeto “Estudo Prospectivo da Ciência e Tecnologia no Brasil
- Tecnologias Chave”. A proposta era de contratação do estudo em Janeiro/Fevereiro
de 99, com prazo de execução de 18 meses. Tudo parecia caminhar bem.
Entretanto, nova reunião do Conselho do CCT se deu somente em 26 de maio
de 1999. Na ocasião nada foi mencionado acerca do estudo prospectivo e se ressaltou
a importância da missão da política de ciência e tecnologia no Brasil e a responsabi-
lidade de sua coordenação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, principalmente
no que se refere à promoção do desenvolvimento científico e tecnológico nacional.
Entre as preocupações expressas na ocasião, destacaram-se a inserção da C&T como
uma dimensão essencial das políticas de desenvolvimento do país, a urgência de se
aumentar fortemente a participação do setor produtivo nas atividades de P&D, e a
necessidade de se construir um novo padrão de financiamento do setor.
Neste sentido, um grande desafio seria articular o sistema de C&T com as de-
mandas da sociedade a partir de objetivos setoriais, envolvendo a expansão e con-
solidação da base acadêmica de C&T nacional para a viabilização e constituição
de um efetivo Sistema Nacional de Inovação. Estavam germinando as sementes
que iriam resultar nos Fundos Setoriais de C&T4 atualmente existentes. Naquele

3 O projeto francês Technologies-clés é uma iniciativa do governo francês, executada pelo


Ministère de l’Économie, des Finances et de l’Índustrie, Direction Générale des En-
teprises. Este ministério lança periodicamente um estudo prospectivo que visa identificar
quais serão as tecnologias importantes para a indústria francesa em um horizonte temporal
de 5 a 10 anos. O primeiro estudo foi realizado em 1995, o segundo em 2000 e o terceiro
em 2006, Technologies-clés 2010. Disponível no site http://www.industrie.gouv.fr/techno_
cles_2010/html/sommaire.html. Acesso em 20/06/2008.
4 Do site do Ministério da Ciência e Tecnologia: “Os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia,
criados a partir de 1999, são instrumentos de financiamento de projetos de pesquisa, desen-
86 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

momento, para a definição de políticas setoriais específicas e ações mobilizadoras


nacionais, os setores estratégicos selecionados e escolhidos foram biotecnologia
e biologia molecular, aeroespacial e defesa, meteorologia, hidrologia e mudanças
climáticas, tecnologia da informação, agronegócios, energias renováveis, fontes
alternativas e meio ambiente, com foco especial na Amazônia. Um novo conjunto
de prioridades estava sendo esperado como resultado do estudo prospectivo sobre
Tecnologias Chave, encomendado pelo CCT.
O estudo prospectivo sobre tecnologias chave nos moldes desenhados ini-
cialmente pelo CCT não foi concretizado. A chamada atraiu muitos interessados
e, ao final, foram selecionadas 04 propostas. Conforme consta do relatório final
do programa ProspeCTar5, houve contestação dos resultados e o processo so-
freu atrasos. Com a demora, a fonte de financiamento foi extinta e, em 2000, o
processo foi interrompido e formalmente cancelado pelo Ministro da Ciência e
Tecnologia. No período que se segue, o CCT parece encerrar suas atividades.
Em 11 de setembro de 2003, o CCT é reinstalado pelo Presidente Luis Inácio
Lula da Silva que, em seu discurso, reafirma o compromisso do governo em valo-
rizar a ciência e tecnologia e em investir cada vez mais em pesquisa no país.
O atual CCT é presidido pelo Presidente da República e o ministro da Ciência
e Tecnologia é seu Secretário. O Decreto Nº 4.838 de 11/09/03, alterou o Decreto
Nº 3.681 de 05/12/00, e assim o CCT passou a 26 membros, sendo composto de
13 ministros de Estado (além do Ministro da Ciência e Tecnologia, os Ministros
Chefe da Casa Civil; Chefe do gabinete de segurança institucional da Presidencia
da República; das Comunicações; da Defesa; do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior; da Educação; da Fazenda; da Integração Nacional; do Plane-
jamento, Orçamento e Gestão; das Relações Exteriores; da Saúde e Secretário de
Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República), oito

volvimento e inovação no País. Há 16 Fundos Setoriais, sendo 14 relativos a setores específi-


cos e dois transversais. A criação dos Fundos Setoriais representa o estabelecimento de um
novo padrão de financiamento para o setor, sendo um mecanismo inovador de estímulo ao
fortalecimento do sistema de C&T nacional. Seu objetivo é garantir a estabilidade de recur-
sos para a área e criar um novo modelo de gestão, com a participação de vários segmentos
sociais, além de promover maior sinergia entre as universidades, centros de pesquisa e o
setor produtivo. Os Fundos Setoriais constituem ainda valioso instrumento da política de
integração nacional, pois pelo menos 30% dos seus recursos são obrigatoriamente dirigidos
às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo a desconcentração das atividades
de C&T e a conseqüente disseminação de seus benefícios”. Disponível em http://www.finep.
gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp. Acesso em 20/06/2008.
5 O relatório final do Programa ProspeCTar encontra-se disponível no endereço: http://ftp.
mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/capa.htm . Acesso em 20/06/2008.
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 87

representantes dos produtores e usuários de ciência e tecnologia e seus suplentes,


e cinco representantes de entidades de caráter nacional representativas dos seto-
res de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.

1.3. O Projeto Brasil 2020

Em 1998, de certo modo, em paralelo a essa discussão, se inicia o projeto Bra-


sil 2020 na Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE, da Presidência da Repú-
blica. O Brasil 2020 foi a primeira experiência em planejamento governamental
integrado no Brasil nos anos recentes.
Executado em 1998, coordenado pela SAE, teve como principal responsável,
o então Secretário da SAE, Embaixador Ronaldo Sardenberg, que, posteriormen-
te, viria a ser Ministro da Ciência e Tecnologia.
O Projeto Brasil 2020 caracterizou-se por ser um exercício de diálogo, em mol-
des abertos, participativos e inovadores, objetivando facilitar a reflexão acerca das
primeiras décadas do século XXI, um exercício para estimular o debate sobre “o
país que queremos ser e o que devemos fazer para transformar essa visão em reali-
dade” (Sardenberg, 2001), e, mesmo sem um sentido claro e uma orientação precisa
para investimentos públicos, esta experiência representou um exercício de reflexão
na busca de delinear linhas gerais para o futuro do Brasil. (Almeida, 2004).
Os cenários foram construídos com base em ampla consulta a especialistas,
entrevistas e seminários e também em uma ampla base de informações nacionais
e internacionais. Foram utilizados diversos recursos metodológicos para seleção
dos elementos formadores dos diferentes cenários, assim como para análise de
consistência das diferentes hipóteses.
Os cenários exploratórios, denominados Abatiapé, Baboré e Caeetê6, foram
considerados bons instrumentos para reduzir o nível das incertezas e resultaram

6 Conforme Buarque, “os cenários exploratórios se diferenciaram basicamente, pela com-


binação de taxas de crescimento e políticas (sociais, regionais e ambientais), que levam a
diferentes resultados em termos de emprego, renda per capita, concentração de renda, qua-
lidade de vida, concentração espacial da economia e qualidade ambiental. Os três cenários
da SAE — adotando nomes aleatórios em língua indígena para representar as letras A, B
e C — são: Abatiapé, que combina estabilidade política e econômica com a modernização
econômica num quadro internacional favorável, mas com limitadas políticas e, portanto,
resultados sociais modestos, concentração regional e impactos ambientais negativos; Ba-
boré, que registra menores taxas de crescimento mas com melhor distribuição de renda e
reforço do mercado interno, contando com dificuldades externas, apresentando resultados
88 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

de uma montagem técnica sobre variáveis plausíveis, mantendo como pressupos-


tos, em todos os cenários, as questões de soberania, unidade e integridade terri-
toriais, o regime democrático de direito, a convivência multirracial, a unidade
linguística e a garantia de cidadania. (Sardenberg, 1999)
Para a elaboração do cenário desejado, denominado Diadorim, foi realizada
uma ampla consulta das percepções e aspirações nacionais para o futuro do Bra-
sil em um horizonte de longo prazo. O cenário desejado constituiria a “imagem-
objetivo para a definição das ações necessárias e adequadas para impulsionar
a mudança na realidade brasileira” (Sardenberg, 1999) e, a base para iniciar a
construção de um projeto nacional de inserção estratégica envolvendo um pacto
político e social, uma agenda para o Brasil 2020.
O projeto Brasil 2020 finalizou suas atividades com a realização do se-
minário Brasil 2020 – Visões Estratégicas para um Cenário Desejável. Neste
seminário foram enfocadas e debatidas questões relativas ao desenvolvimento
político e a democracia, o desenvolvimento social e humano e o desenvolvi-
mento econômico em bases sustentáveis. Os painéis de debates envolveram
três eixos distintos e complementares, a saber: I. desenvolvimento político e
futuro da democracia: sistema representativo, sistema federativo, democracia
e globalização; II. desenvolvimento social e humano sustentável: redução da
pobreza e eliminação da miséria, correção dos desníveis regionais, cidadania
e direitos humanos; III. desenvolvimento econômico e sustentável: educação
e qualificação para o trabalho, competitividade e qualificação estratégica e
financiamento do desenvolvimento.
A visão sobre o futuro desejado pela sociedade brasileira foi assim sintetiza-
da: (Sardenberg, 1999)

“No ano 2020, o Brasil deverá ser uma nação desenvolvida com
equidade social, alta qualidade de vida e elevado nível edu-
cacional. Apresentará uma inserção competitiva no contexto
internacional de modo a ocupar uma posição de destaque na
economia mundial, com a conservação de sua soberania e des-

sociais e regionais melhores e desempenho ambiental melhor; finalmente, Caaetè, que com-
bina continuidade do processo de reformas estruturais com “lenta e desigual maturação das
iniciativas políticas” freiando a retomada dos investimentos e do crescimento da economia.
Este cenário é prejudicado pelo “quadro internacional, marcado por forte recrudescimento
do protecionismo e do processo de fragmentação, situação hipoteticamente prevista para
ocorrer em meados da primeira década do novo milênio” (SAE, 1997, pag. 39).
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 89

frutando uma economia sólida e dinâmica. Deverá ter uma


cidadania forte, uma sociedade organizada e participativa,
alicerçada em elevada consciência política. O sistema político
será estável e desenvolvido, com a democracia profundamente
enraizada. O Brasil deverá contar com um estado regulador
que promova o desenvolvimento econômico e social, proteja o
meio ambiente e garanta os direitos humanos. A identidade
cultural deverá estar reforçada como síntese de múltiplas civi-
lizações, com a valorização das diversidades de etnias, gêne-
ros, credos e regiões. Os ecossistemas estarão conservados, com
os recursos naturais e a biodiversidade aproveitados de forma
sustentável graças à capacitação nas tecnologias relevantes. O
espaço nacional estará distribuido de forma equilibrada, com
a redução dos desníveis regionais e sociais, bem como com o
equacionamento da questão agrária.”

O projeto Brasil 2020 foi um interessante exercício de reflexão buscando


delinear visões de futuros para o Brasil. Aparentemente, não houve espaço de
continuidade para melhor aproveitamento dos resultados naquele momento po-
lítico brasileiro, o que também, aparentemente, não permitiu dar seguimento à
tarefa de pensar o futuro coletivamente. Ainda assim, durante o projeto, o pensar
e debater o futuro foram amplamente exercitados, com forte envolvimento das
comunidades empresarial, governamental, acadêmica e civil.

2. O presente da prospectiva na última década

A partir do ano 2000, uma verdadeira revolução parece se apoderar do setor


de ciência e tecnologia brasileiro promovida, em parte, pelo entusiasmo causado
pela possibilidade de um crescimento significativo dos recursos disponíveis para
as atividades de ciência, tecnologia e inovação, prometidos pelos novos Fundos
Setoriais que estavam sendo criados, e; por outro lado, pelo intenso movimento
liderado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em busca de uma nova insti-
tucionalidade para o setor de C&T, ação conduzida com empenho pessoal pelo
então Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg e seu secretário
executivo, Carlos Américo Pacheco.
90 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

De fato, o núcleo dinâmico e promissor de todo o processo foi o estabeleci-


mento dos Fundos Setoriais de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnoló-
gico. A Lei da Inovação, a Conferência Nacional e outras iniciativas foram parte
das ações de promoção das transformações desejadas para o setor de C&T, que
inseriu definitivamente o elemento inovação como um dos seus principais eixos.
(Sardenberg, 2002)
Em meio a este movimento, na prospectiva, as sementes que germinaram a
partir do CCT resultaram na criação do Programa ProspeCTar, no Ministério da
Ciência e Tecnologia - MCT, e de alguma forma, também no Programa Brasileiro
de Prospectiva Tecnológica Industrial – PBPTI, no Ministério do Desenvolvi-
mento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em uma parceria com a UNIDO,
em seu programa Foresight for Latin America.
Um momento importante desta fase se deu em setembro de 2000, com a reali-
zação do Seminário Internacional “Estudos Prospectivos em Ciência e Tecnologia:
Experiências Internacionais”, que deu início à ação prospectiva do Ministério da
Ciência e Tecnologia, o Programa ProspeCTar. Este seminário envolveu diversos
especialistas internacionais e visou disseminar na sociedade brasileira o conhe-
cimento sobre a teoria e a prática de estudos prospectivos, em particular aqueles
estudos de expressão nacional, buscando contribuir para estimular o – pensar
estrategicamente – o futuro do Brasil. Projetos nacionais em prospectiva de pa-
íses convidados, tais como a Alemanha, Austrália, Coréia, França e Japão foram
relatados, detidamente analisados e debatidos nos diferentes grupos, de modo a
subsidiar o detalhamento das diretrizes e metodologias a serem selecionadas para
o estudo brasileiro.
Em nível governamental, estes programas foram as primeiras iniciativas
formais em prospectiva no país; a primeira, uma ação de caráter nacional,
voltada a buscar prioridades em ciência e tecnologia para orientação quanto
a investimentos públicos e, a segunda, uma ação voltada à análise de cadeias
produtivas destinada a apoiar a formulação das políticas setoriais voltadas
para o setor privado.
Ao final do ano 2000, o setor de C&T encontrava-se revitalizado sob a pro-
messa de novos horizontes, pleno de mudanças e propostas. No MCT, além da
criação do programa ProspeCTar, se iniciou o projeto Diretrizes Estratégicas –
DECTI7 que resultou, em 2001, na realização da 2ª Conferência Nacional de Ci-

7 O projeto DECTI – Diretrizes Estratégicas para Ciência, Tecnologia e Inovação no Horizonte


de 10 Anos - DECTI, foi lançado pelo Ministro Ronaldo Sardenberg, em 2001, e se inseriu no
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 91

ência, Tecnologia e Inovação – CNCTI, e na publicação dos Livros Verde e Bran-


co da Ciência, Tecnologia e Inovação. Neste contexto, também se deu a criação do
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, em setembro de 2001.
O Livro Verde de C,T&I (2001) apresentou o caminho percorrido pelo sis-
tema de C&T brasileiro nos ultimos 50 anos, as iniciativas transformadoras e as
oportunidades para o futuro. Além disso, mostrou que há uma consciência clara
das demandas mais prementes e que já existem muitas iniciativas encaminhadas,
no curto prazo. (Silva e Melo, 2001)
A 1ª Conferência caracterizou-se como um espaço aberto de diálogo e apro-
ximação dos diversos atores interessados no desenvolvimento da ciência e tecno-
logia no Brasil como um motor para impulsionar a mudança econômica e social,
envolvendo todos os segmentos da sociedade que esperam que o país alcance um
padrão de desenvolvimento compatível com suas potencialidades. “É significati-
vo que a Conferência, para além de ratificar a importância da C&T, haja incor-
porado a inovação na definição do projeto nacional. No essencial, é a disposição
de apresentar propostas no campo da CT&I, para a construção do futuro do País
que transparece nas memórias da conferência e no Livro Branco que dela resul-
tou.” (Sardenberg, 2002)
O Livro Branco (2002) com horizonte temporal em 2012, propõe as linhas
de uma política nacional de ciência e tecnologia de longo prazo. O principal de-
safio apresentado neste documento consiste em consolidar um sistema nacional
de ciência, tecnologia e inovação que permitirá ao País gerar as condições para
ampliar a base de conhecimento transformando-a em geração de riqueza, desen-
volvimento sustentável e qualidade de vida.

conjunto de ações e atividades de reorganização do setor de ciência e tecnologia. Este Projeto


teve como objetivo fortalecer parcerias com os diversos setores da sociedade para viabilizar
um projeto nacional de longo prazo e inserir Ciência, Tecnologia e Inovação no desenvolvi-
mento social, econômico e cultural do País. Nessa ocasião, ressaltou-se a importância de um
direcionamento estratégico de médio prazo, para fazer face ao aumento de recursos que ha-
via sido previsto com a chegada dos Fundos Setoriais. Como finalidade, este projeto se propôs
a incorporar a temática da Ciência, Tecnologia e Inovação à agenda da sociedade brasileira,
propiciar as condições para sua participação na Sociedade do Conhecimento e mobilizar seus
diferentes segmentos para colaborar no fortalecimento do setor. Este projeto foi desenhado
para operar ao longo de quatro eventos importantes, a 2ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação - II CNCTI, realizada de 18 a 21 de setembro de 2001, foi organizada
em torno de 5 grandes temas: No caminho do futuro; Qualidade de Vida; Desenvolvimento
Econômico; Desafios em C&T e Inovação ou Desafios Estratégicos e Desafios Institucionais.
92 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.1. O Programa ProspeCTar

O Programa ProspeCTar surge a partir das discussões e decisões tomadas pelo


CCT, ocorridas nos anos anteriores, e do aumento da percepção da necessidade
de mirar o futuro, a médio e longo prazos. No ano 2000, após a realização do Se-
minário Internacional, o Programa ProspeCTar foi rapidamente implementado, a
partir de uma metodologia utilizando instituições âncoras e, ao mesmo tempo, de-
senvolvendo um sistema de informações eletrônico que permitisse a realização de
consulta eletrônica do tipo Delphi. A sua coordenação ficou a cargo da Secretaria
Executiva do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia – CCT, sob a responsabi-
lidade do Prof. Helio Guedes de Campos Barros, então secretário do CCT.
A metodologia desenhada para embasar o estudo foi submetida à crítica de
especialistas de diferentes universidades e, a partir daí, formou uma rede institu-
cional a partir das quatro universidades que passaram a colaborar com o estudo:
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (Instituto de Economia); Univer-
sidade de São Paulo - USP (Núcleo de Política e Gestão Tecnológica); Universida-
de Estadual de Campinas - UNICAMP (Grupo de Estudos sobre a Organização
da Pesquisa e da Inovação/Departamento de Política Científica e Tecnológica) e
a Universidade Católica de Brasília (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação/
Diretoria de Pesquisa).
Este estudo caracterizou-se como um exercício prospectivo de âmbito nacio-
nal, conduzido em três fases (rodadas) a partir do uso do método Delphi. Con-
forme os fundamentos téoricos do método, se esperava consolidar a opinião de
um grande número de pessoas que responderiam mais de uma vez, a um mesmo
questionário, recebendo, posteriormente os resultados do questionário anterior
para avaliar as opiniões já emitidas e, validar ou rejeitar suas respostas, de acordo
com o conjunto maior das opiniões.
Os temas e tópicos objeto da consulta foram selecionados por instituições de
pesquisa e desenvolvimento do governo federal, que foram denominadas “Institui-
ções Âncora”, convidadas a se tornarem parceiras na coordenação das ações, bem
como para a elaboração das questões tecnológicas a serem colocadas sob consulta.
A tabela abaixo apresenta os temas e as instituições âncora que os representaram.
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 93

Tabela 01 - Temas e Instituições Âncora

Temas Instituições Âncora


AERONÁUTICA Centro Tecnológico da Aeronáutica - CTA
AGROPECUÁRIA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
(inclui floresta, pesca) EMBRAPA
Centro de Pesquisa da Petrobras - CENPES
ENERGIA
Centro de Pesquisa em Energia Elétrica - CEPEL
(inclui biomassa)
Centro Nacional de Energia Nuclear - CNEN
Agência Espacial Brasileira - AEB
ESPAÇO
Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE
Instituto Nacional de Tecnologia - INT
Centro de Tecnologia Mineral - CETEM
MATERIAIS Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE
Instituto Nacional de Tecnologia
da Informação - ITI
RECURSOS HÍDRICOS
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
(inclui transporte hidro-
Agência Nacional de Águas - ANA
viário interno)
Instituto do Coração – INCOR
SAÚDE
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
TELECOMUNICAÇÃO/
em Telecomunicações - CPqD
TECNOLOGIA DA
Instituto Nacional de Tecnologia
INFORMAÇÃO
da Informação - ITI
(inclui eletrônica)
Programa Sociedade da Informação - SOCINFO

Fonte: Relatório final do programa ProspeCTar. Acesso em 20/06/08


Disponível em http://ftp.mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/introducao.htm

A busca das informações essenciais para subsidiar os debates ficou sob a res-
ponsabilidade das instituições âncora, afim de elaborar a lista inicial de tópicos
para o tema sob sua coordenação. Os tópicos foram selecionados e levados aos
consultantes na 1ª. Rodada. Novos tópicos foram incluídos após esta rodada e,
após revisão da lista, o número de tópicos para consulta permaneceu o mesmo
94 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

na 2ª e 3ª rodadas. Após a finalização da consulta esperava-se a formação de con-


sensos sobre tecnologias importantes e necessárias ao País, no futuro próximo e
no futuro distante de até 20 anos.
A escolha dos respondentes à consulta também foi de responsabilidade das
instituições âncoras, selecionando os participantes da 1ª rodada, a partir da Base
Lattes do CNPq.
A tabela abaixo apresenta a agregação dos temas/subtemas/ tópicos tecnoló-
gicos por rodada.

Tabela 02 – Agregação de temas/subtemas/tópicos tecnológicos por rodada

Temas 1ª Rodada 2ª e 3ª Rodadas


Espaço 8 134 125 8 191
Materiais 10 113 432 11 182
Recursos Hídricos 116 139 442 11 218
Saúde 181 504 2.064 29 198
Telecomunicações 17 230 319 17 221
Totais 374 1.652 5.150 118 1.605

Fonte: Relatório final do programa ProspeCTar. Acesso em 20/06/08


Disponível em http://ftp.mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/introducao.htm

Conforme o relatório final do estudo (2002), uma das fragilidades identifi-


cadas pela coordenação do estudo diz respeito ao perfil dos respondentes. Como
naquela ocasião ainda não existia no País, uma base de dados do universo em-
presarial, similar à base Lattes do CNPq, o resultado final da consulta melhor
representa o pensamento acadêmico do que qualquer outra visão.
A 1ª. Rodada foi realizada de 23 de fevereiro a 19 de março de 2001 e visou
complementar e consolidar a lista de tópicos apresentada, testar a metodologia e
aprimorar a lista de participantes. A 2ª Rodada realizou-se de 10 de agosto a 11
de setembro de 2001 e, a 3ª. e última Rodada foi instalada em 10 de dezembro de
2001 e finalizada em 04 de fevereiro de 2002.
O programa ProspeCTar foi fundamental para:

• promover a disseminação de conhecimentos sobre a teoria (conceitos,


conteúdos e metodologias existentes) e prática dos estudos prospectivos;
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 95

• estimular o desenvolvimento de atividades prospectivas capazes de re-


sultar na identificação de prioridades de investimento;
• permitir a identificação de novas áreas de pesquisa e novas aplicações
da pesquisa existente, e melhores orientações e decisões de investimento
para o setor privado;
• articular parcerias e redes dentro da comunidade científica e desta com
os outros setores.

Em agosto de 2002, o ProspeCTar concluiu seu processo final de análise


para fechar a experiência e preparar seu futuro, na rotina de planejamento de
C&T. Conforme relatório final do estudo (2002), o ProspeCTar foi capaz de mo-
bilizar as comunidades científica e empresarial a respeito da importância da
construção de visões de futuro e da busca de tecnologias chave, divulgando e di-
fundindo a prospectiva. Buscou demonstrar a importância da abordagem para
apoiar as capacidades e competências públicas e privadas quanto a priorização
de tecnologias, a geração de estratégias, a elaboração de políticas e a execução de
métodos e metodologias.
Por outro lado, os problemas de institucionalização do programa, os atra-
sos nos prazos de execução, a desinformação, o desinteresse e a desconfiança
destacaram-se entre as fragilidades identificadas. A inexistência de uma base de
dados empresarial equivalente à base Lattes do CNPq acabou limitando o univer-
so de respondentes quase prioritariamente a academia e, aparentemente, o maior
dispêndio de tempo e de negociações a cada passo do projeto se deu pelo fato do
programa ProspeCTar ter sido criado sem dotação orçamentária específica.
Iniciado ao final de 2000, o programa ProspeCTar lançou a consulta Delphi
entre o início de 2001 e 2002 e entregou relatório final em agosto de 2002. Neste
intervalo, no sistema de C&T, foram enfatizadas as atividades do projeto DECTI e
a criação de uma instância específica para a realização de estudos prospectivos. As-
sim, as mudanças ocorridas no setor da ciência e tecnologia apontavam para outras
soluções em prospectiva. Mas isso já é parte da história seguinte (ver ponto 2.3).
96 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.2. O Programa Brasileiro de Prospectiva


Tecnologica Industrial (PBPTI)

Em fevereiro de 2000, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-


cio Exterior -MDIC, por meio da Secretaria de Tecnologia Industrial, recebeu
no Brasil uma missão da UNIDO (The United Nations Industrial Development
Organization), para um encontro, no qual se consolidou a idéia e se promoveu a
criação no Brasil de um Programa de Prospectiva Tecnológica Industrial sob a
coordenação deste Ministério.
A idéia da UNIDO em apoiar atividades em prospectiva nos países da Amé-
rica Latina, contudo, remonta a 1999, quando foi proposta a organização de um
programa de foresight regional para a América Latina e Caribe, no encontro
Summit of Industrial Technological Organizations ou the Southern Hemisphere
em Montevidéo, Uruguay, em julho de 99.
A idéia floresceu e, em dezembro de 1999, foi realizado em Trieste, na Itália,
o seminário Foresight initiative for Latin America, uma parceria entre a UNIDO,
e o Centro Internacional para Ciência e Tecnologia – ICS, que, financiados pelo
governo italiano, buscaram responder a demanda latino-americana por suporte
em conhecimento e estratégia, para auxiliar governantes e outras autoridades a
preparar e implementar exercícios de technology foresight visando melhorar o
processo de tomada de decisão e de formulação de políticas.
O seminário foi dirigido a representantes da América Latina e Caribe e seu
foco principal foi construir conscientização sobre os benefícios deste tipo de
abordagem entre tomadores de decisão, em nível regional. A equipe da UNIDO
ofereceu aos participantes um pacote de serviços em technology foresight, com
metodologia desenhada para fazer face a abordagens integradas e multidisci-
plinares. Nesta reunião, cerca de 30 representantes de países latino-americanos
confirmaram o interesse em desenvolver uma ação de foresight na AL&C confir-
mando a primeira proposta.
No Brasil, o Programa Brasileiro de Prospectiva Tecnológica Industrial
- PBPTI foi então criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior, de modo articulado com o Programa Fórum de Competitivi-
dade, parte do “Brasil Classe Mundial”, programa integrante do “Avança Bra-
sil” - Plano Plurianual 2000/2003, ficando sob a coordenação da Secretaria de
Desenvolvimento Industrial -STI, sob a liderança do Chefe de Gabinete desta
secretaria, o Sr. Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo. Esta STI, em articulação
com o Programa Fórum de Competitividade, sob a gestão da Secretaria de De-
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 97

senvolvimento da Produção - SDP buscou estimular medidas a médio e longo


prazos para as cadeias produtivas, e atuar sobre a capacidade do setor produtivo.
O PBPTI teve como principal objetivo trabalhar sob o enfoque das cadeias pro-
dutivas realizando avaliações das principais cadeias analisando a situação atual
e buscando um futuro desejável e viável. Assim, foram iniciados os trabalhos de
prospectiva a partir da seleção de 4 cadeias produtivas, a saber: Construção Civil,
Madeira e Móveis, Têxteis e Confecções e Transformados de Plásticos. A meta foi
atuar sobre a capacidade das principais cadeias produtivas, visualizar e modelar
o seu futuro, considerando o horizonte de 2003-2013, de inserção competitiva no
contexto globalizado, com infra-estrutura tecnológica de apoio e promoção da
sustentabilidade.
A coordenação do Programa buscou desenhar uma metodologia única, en-
volvendo a análise do ambiente institucional e organizacional, a identificação de
necessidades e aspirações de cada segmento da cadeia e desta como um todo, a
análise do desempenho e a identificação de fatores críticos, e o prognóstico do
comportamento futuro ou seja, do desenvolvimento futuro da cadeia. Ao final,
esperava-se que esta metodologia pudesse identificar as demandas tecnológicas
importantes e orientação para a busca de inovações e demandas não tecnológi-
cas, como ameaças e oportunidades.
O foco nas cadeias produtivas foi o diferencial deste programa. A metodolo-
gia demonstrou seu potencial de explicitar a demanda, permitindo a priorização
daquilo mais importante e estratégico para as empresas, para a sua operação e
seu negócio. O conhecimento suficiente de todos os elos relevantes da cadeia fa-
cilitou a identificação de tendências futuras e a projeção de perfis tecnológicos.
O desenho metodológico envolveu a elaboração de diagnósticos – envolven-
do entrevistas e revisão da literatura – identificando fatores críticos para a mo-
delagem da cadeia; de prognósticos – levantando os principais pontos ressaltados
no diagnóstico para se construir a consulta Delphi; consulta Delphi – em duas
rodadas objetivando identificar tendências tecnológicas bem como elaborar ce-
nários; e a elaboração de recomendações e prioridades.
Para a execução das metas propostas, a coordenação do programa promoveu
a capacitação de quatro grupos de trabalho, envolvendo pesquisadores em reno-
madas instituições brasileiras, que se tornaram responsáveis pelo estudo pros-
pectivo em cada uma das cadeias produtivas, conforme a seguir:
98 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

Tabela 03 - Cadeias produtivas selecionadas, instituições responsáveis e coordenadores

Cadeia Produtiva Instituição Coordenação


Dr. Alex Kenya Abiko
Depto de Engenharia de Dr. Orestes Marraccini
Construção
Construção Civil Gonçalves
Civil
Escola Politécnica - USP Dr. Luiz Reynaldo de
Azevedo Cardoso
Instituto de Pesquisas
Tecnológicas – IPT
Madeira e Móveis Dr. Oswaldo Poffo Ferreira
Divisão de Produtos
Florestais.
Serviço Nacional de Apren-
Têxteis e dizagem Industrial / Centro Dr. Flávio da Silveira
Confecções de Tecnologia da Indústria Bruno
Química e Têxtil
Sistema de Informações
Transformados sobre a Indústria Química – Dra. Adelaide de Souza
de Plásticos SIQUIM – Escola de Antunes
Química – EQ - UFRJ

Fonte: Relatório MDIC em: http://www.mdic.gov.br/sitio/

Para finalização dos trabalhos com as quatro cadeias, o MDIC organizou,


em parceria com o CGEE e o Programa de Gestão Ambiental da Universidade de
São Paulo, Progesa-USP, e promoveu 2 eventos de divulgação e difusão dos resul-
tados encontrados no estudo prospectivo. Os resultados do trabalho do PBPTI
foram publicados e distribuidos no primeiro semestre de 2005, na série “O futuro
da Indústria”, parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi/IEL e a Confederação Na-
cional da Indústria - CNI e, o programa, aparentemente, voltou a um momento
de hibernação.
Aulicino (2005) ao analisar o uso do technology foresight no Brasil, buscando
verificar como os procedimentos adotados no processo de elaboração destes estu-
dos condicionam a sua efetividade como instrumento de formulação de políticas
públicas para CT&I no contexto do desenvolvimento sustentável concluiu que,
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 99

tanto para o programa brasileiro de prospectiva tecnológica industrial, quanto


para os estudos em cada cadeia analisada, os processos de elaboração que foram
conduzidos não produziram os resultados desejados, não sendo a prospectiva,
neste caso, instrumento atuante na formulação das políticas de CT&I, como no
caso da União Europeia e dos países que a integram.
Aulicino observa que as possíveis falhas nos resultados alcançados pelos estudos
das cadeias produtivas no programa PBDTI são relacionadas à forma pela qual tais
estudos foram concebidos e executados. Assim, ressalta que o processo foi pouco
participativo e a faltou conhecimento generalizado sobre os conceitos, fins e objeti-
vos dos estudos prospectivos, o que prejudicou o compartilhamento e o envolvimen-
to dos diversos stakeholders. Também não ocorreu a formação de redes conforme
esperado. O fato da metodologia não considerar o ‘desenvolvimento sustentável’ nos
objetivos dos estudos prospectivos é uma crítica a mais que foi mencionada.
Entretanto, ressalta Aulicino, os resultados apresentados pelo estudo da
Cadeia Produtiva de Transformados Plásticos, foram objeto de destaque dado
pelo Forum de Competitividade na nota nº 29/05/QUI de 13/04/2005, que os
utilizou para a previsão da demanda do setor. No caso da cadeia produtiva de
Construção Civil, Aulicino afirma que os resultados alcançados pelo estudo
contribuiram, embora de maneira indireta, para a geração de uma política pú-
blica (Resolução BACEN 3.177) e uma lei federal (Lei 10.931 de 2004). Observa
também que os três estudos indicam a importância e necessidade de capacitação
tecnológica no país.
A contribuição deste Programa para o crescimento da prospectiva no Brasil tam-
bém foi fundamental. Destacam-se como pontos importantes da atuação do PBPTI:

• aumento da competência no processo de elaboração de estudos prospec-


tivos do país;
• aumento da interação entre representantes da academia, governo e setor
privado;
• promoção do conhecimento e da sensibilização da sociedade a respeito
da prospectiva tecnológica.
100 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.3. O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE

Contextualizar o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE no âmbito


do sistema de ciência e tecnologia brasileiro requer um breve olhar sobre o conjunto
do setor de C&T brasileiro. Conforme já mencionado, desde o início do ano 2000,
uma nova dinâmica se instaurou no meio da C&T brasileira, a partir do movimento
gerado por seus dirigentes na busca de uma nova institucionalidade para o setor.
Esta reestruturação da pesquisa e da inovação, foi desenhada com base na
gestão compartilhada e transparente e na busca de resultados, e foi baseada nos
14 fundos setoriais criados. Implicou na ampliação e racionalização da estrutu-
ra do sistema nacional de C&T, com a incorporação ao Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT) dos diversos institutos de pesquisa anteriormente vinculados
ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; a
vinculação da Agência Espacial Brasileira – AEB, e da Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN e a criação do CGEE e sua integração ao conjunto do
sistema de C&T. Segundo o ministro Ronaldo Sardenberg (2002), em sua apre-
sentação do Livro Branco de CTI, a criação do CGEE representa uma real mu-
dança no método de gestão da C&T brasileira, agora também orientada por meio
de estudos prospectivos e definição de grandes gargalos e oportunidades, bem
como por atividades de acompanhamento e avaliação.
Barros (2000) pondera que, até o final dos anos 90, a estrutura de planeja-
mento do MCT continuava indefinida e somente em 2000, após a transferência
dos institutos de pesquisa do CNPq para o MCT, é que o Ministério recomeça
seu ajuste e, a criação do CGEE consolida o conjunto institucional de suporte à
prospectiva tecnológica, em conjunto com o MCT e o CCT.
Formalmente instalado durante a 1ª conferência, em setembro de 2001, o
CGEE foi criado como uma instituição dedicada ao desenvolvimento científico
e tecnológico com ênfase na promoção e execução de estudos prospectivos en-
volvendo o setor privado e na promoção e execução de estudos de avaliação de
estratégias e de impactos sócio-econômicos das políticas de programas e projetos
(científicos e tecnológicos). De modo complementar, o Centro objetivava promo-
ver e dinamizar interações entre os diversos setores, bem como realizar ativida-
des de divulgação e difusão de projetos e experiências científicas e tecnológicas à
sociedade. (Santos, 2005)
No que se refere a atividade prospectiva, o CGEE desenvolveu e adaptou um
construto metodológico conceitual para orientar o processo de elaboração dos
estudos prospectivos, com base nas principais experiências internacionais e con-
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 101

siderando algumas premissas básicas relativas ao Brasil como suporte. Pode-se


afirmar que a abordagem prospectiva e de estudos do futuro no CGEE recebeu,
pelo menos no início, uma forte influência das idéias de foresight desenvolvidas
na Inglaterra, e em parte da Europa, nos anos recentes.
Esta adaptação buscou combinar uma perspectiva comum de olhar as neces-
sidades do presente e, ao mesmo tempo, manter um compromisso com as gera-
ções futuras, com um olhar nos horizontes futuros de médio e longo prazos, de
acordo com as idéias disseminadas pela abordagem. Uma vez que estas idéias são
acerca de desenvolvimento de visões de futuro para guiar o dia-a-dia dos toma-
dores de decisão, isso diz respeito a integrar o sucesso econômico, a qualidade
ambiental e a equidade social de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável,
a competitividade e a criação de empregos (ou empregabilidade).
Nos seus primeiros anos (entre 2001 e 2005), o CGEE conduziu vários estu-
dos prospectivos e buscou construir um modelo flexível que permitiu a seleção
dos métodos e técnicas mais apropriados às características principais dos objetos
sob estudo. Além disso, o Centro operou de maneira flexível e estimulou o desen-
volvimento da competência nacional em prospectiva, através do envolvimento,
em seus estudos, de consultores especializados, pesquisadores de universidades
brasileiras, especialistas do meio empresarial e outros conhecedores das técnicas
e métodos em prospectiva que, de modo geral, atuam como consultores e execu-
tores dos exercícios prospectivos ou de parte destes.
Além disso, o CGEE cumpriu importante papel em parceria com o Núcleo
de Assuntos Estratégicos – NAE8, órgão criado em dezembro de 2005, particular-
mente no que se refere ao apoio e participação na execução dos estudos prospec-
tivos em temas estratégicos, bem como no projeto Brasil 3 Tempos – BR3T e na
elaboração dos estudos estratégicos publicados nos cadernos NAE (http://www.
nae.gov.br/cadernosnae.htm).
Atualmente o CGEE9 concebe a sua atividade no âmbito de 4 macro-ativida-
des a saber:

8 O Núcleo de Assuntos Estratégicos – NAE da Presidência da República, atualmente encon-


tra-se subordinado ao Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos pelo Decreto
nº 6.217, de 4 de outubro de 2007, e realiza o trabalho antes executado pela Secretaria de
Planejamento de Longo Prazo (SPLP), criada pela Medida Provisória nº 377, de 18 de junho
de 2007. Disponível em http://nae.gov.br/site/ . Acesso em 20/06/2008.
9 Maiores informações podem ser encontradas em http://www.cgee.org.br. Acesso em
25/07/2008.
102 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

• Estudos, Análises e Avaliações, envolvendo estudos com visão prospec-


tiva, avaliação estratégica e informação em C,T&I;
• Disseminação e Informação em C,T&I, envolvendo aquisição, tratamen-
to e disseminação da informação;
• Apoio à Gestão Estratégica do SNCTI, envolvendo articulação com o
Ministério da Ciência e Tecnologia e outras instâncias governamentais
e empresariais objetivando a formação de consensos, além de prestar
apoio à gestão de programas e projetos estratégicos em CT&I; e,
• Articulação, envolvendo intensa atividade de mobilização e cooperação
entre os diversos atores da sociedade.

2.4. O Núcleo de Assuntos Estratégicos - NAE

Criado pela Lei nº 11.204, de 5 de dezembro de 2005, o Núcleo de Assuntos


Estratégicos - NAE, enquanto um órgão da Presidência da República teve a mis-
são de assessorar o Presidente da República do Brasil, especialmente na gestão,
análise e avaliação de assuntos de natureza estratégica; na formulação da con-
cepção estratégica nacional e na articulação de centros de produção de conhe-
cimento, pesquisa e análise estratégica; na preparação e promoção de estudos e
elaboração de cenários exploratórios, bem como na elaboração, coordenação e
controle de planos, programas e projetos de natureza estratégica.
Conforme sua missão, o NAE buscou subsidiar a tomada de decisões
pela Presidência da República através do processamento de informações es-
tratégicas, úteis para a tomada de decisão e trabalhou em sintonia com os
diversos órgãos de governo. Suas atividades envolviam o desenvolvimento
de estudos e atividades em prospectiva e análise e discussão de temas estra-
tégicos de longo prazo, sempre em articulação com a comunidade científica.
(NAE/SECOM/PR, 2004)
Estudos prospectivos de interesse, realizados pelo NAE, publicados nos “Ca-
dernos NAE”, incluem Biocombustíveis, Mudanças do Clima, Nanotecnologia,
Matriz Brasileira de Combustíveis, Reforma Política e o emblemático Projeto Bra-
sil 3 Tempos – BR3T que buscou definir uma estratégia nacional de longo prazo
para o Brasil.
Atualmente, o NAE foi absorvido pelo do Ministério Extraordinário de As-
suntos Estratégicos, juntamente com a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada - IPEA. O NAE atual é composto por Gabinete e Chefia Executiva, órgãos
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 103

de assistência direta e imediata ao Ministro, os departamentos de Planejamento de


Longo Prazo e de Articulação com a Sociedade e órgãos específicos singulares.
O Decreto n° 6.217, de 4 de outubro de 2007, deu competência ao ministro
extraordinário de Assuntos Estratégicos para promover o planejamento nacional
de longo prazo; discutir as opções estratégicas do país, considerando a situação
presente e as possibilidades do futuro; articular com o governo e a sociedade a
formulação da estratégia nacional e das ações de desenvolvimento nacional de
longo prazo e elaborar subsídios para a preparação de ações de governo. Atual-
mente este Ministério realiza estudo sobre o Plano Amazônia Sustentável (PAS)
e sobre as iniciativas brasileiras para mudanças na relação capital e trabalho e
sobre a estratégia nacional de defesa do Brasil.

2.4.1. O projeto Brasil 3 Tempos – BR3T: 2007, 2015 e 2022

O projeto Brasil 3 Tempos – BR3T, buscou estabelecer uma visão da nação


Brasil, em suas múltiplas dimensões, definindo um conjunto de objetivos especí-
ficos a serem alcançados pelo país em 3 horizontes temporais, 2007, 2015 e 2022.
Nestes três marcos, diferentes significados: em 2007, iniciou-se um novo mandato
de governo; em 2015, a realização da Conferência Mundial sobre os Desafios do
Milênio; em 2022, o Brasil comemora 200 anos de independência.
Iniciado em 2004, este foi outro projeto que buscou definir objetivos estra-
tégicos nacionais de longo prazo, de maneira similar ao Brasil 2020, da década
de 80. O BR3T visou a construção de um pacto entre a sociedade brasileira e os
estados em torno de valores, caminhos e soluções e visou também contribuir na
criação de condições para a institucionalização do planejamento estratégico de
longo prazo para o Brasil.
O projeto BR3T se utilizou de uma metodologia que envolveu múltiplos pas-
sos assim como diversos métodos e técnicas de natureza prospectiva. Na pers-
pectiva da sociedade do conhecimento, a premissa de convergir os esforços do
Governo com os anseios da sociedade tornam o Projeto Brasil 3 Tempos um pro-
jeto emblemático, cujos resultados deveriam ser amplamente divulgados e difun-
didos na sociedade brasileira.
A impossibilidade de uma análise global do Estado Brasileiro levou o projeto
Brasil 3 Tempos a dividir a realidade em sete dimensões: institucional, econômi-
ca, sociocultural, territorial, do conhecimento, ambiental e global. O processo
prospectivo se iniciou a partir das análises retrospectiva e de conjuntura que
104 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

buscaram identificar no passado as causas que conduziram o Brasil ao momento


atual e, a partir dessas análises se identificam os chamados ‘fatos portadores de
futuro’. Foram selecionados 1.300 fatos portadores de futuro, agrupados em 50
temas. Estes fatos foram então submetidos à consultas de especialistas, consultas
do tipo Delphi, estudos de simulações e elaboração de cenários.
A metodologia do NAE10 utilizada para executar o BR3T foi dividida em ma-
crofunções e sistemas multidisciplinares integrados para facilitar sua utilização. As
macrofunções da metodologia foram: elaboração política; diagnóstico ambiental e
temporal; solução estratégica; validação e avaliação e gestão do futuro. O desdobra-
mento das macrofunções permitiu a estruturação da metodologia da forma abaixo:

• conhecimento da conjuntura atual;


• análise retrospectiva;
• análise prospectiva (envolvendo a elaboração de cenários e consultas
tipo Delphi);
• planejamento da solução estratégica;
• interação corretiva; e
• construção do futuro.

O principal resultado da consulta Dephi e dos exercícios de priorização foi


a identificação do tema “qualidade da educação básica nas escolas públicas do
Brasil” selecionado em primeiro lugar na lista de prioridades, como consenso, do
ponto de vista da sociedade brasileira, após as 3 rodadas da consulta. Buscando se
certificar deste resultado, outra consulta Delphi, mais específica, foi lançada visan-
do a obtenção de maiores detalhes que pudessem confirmar essa prioridade. Os re-
sultados confirmaram a existência de forte consenso nacional acerca da qualidade
da educação básica e da necessidade de reestruturar este setor. (Gushiken, 2006)
Buscar conceber uma estratégia de longo prazo para o Brasil foi a principal
aspiração do projeto BR3T. Ao perguntar sobre o percurso que o país deve per-
correr para assegurar um futuro de prosperidade, ao buscar identificar os ris-
cos e alternativas, bem como maneiras e estratégias para capturar e aproveitar as
oportunidades, que no longo prazo, transformarão a sociedade brasileira, o BR3T
levou a resultados que, de fato, indicaram para o surgimento de um novo modelo
de desenvolvimento social, baseado no conhecimento, capaz de operar profundas

10 Cadernos NAE 01/2004: Projeto Brasil 3Tempos: 2007, 2915 e 2022. Nº 01/2004.Apresenta-
ção. NAE/SECOM/PR, 2004. Disponível em http://www.nae.gov.br/. Acesso em 20/06/2008.
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 105

mudanças na sociedade e de alterar significativamente a forma como o homem


percebe e interage com meio ambiente, a sociedade, consigo e com o cosmos.

3. Um olhar a partir da academia e do setor privado

No terreno acadêmico, pode-se dizer que as primeiras ideias sobre pros-


pectiva surgem na década de setenta, a partir de trabalhos de pesquisa sobre
prospecção de futuros realizados por alguns pesquisadores brasileiros e de refe-
renciais teóricos e metodológicos publicados, destacando-se, entre estes, o livro
de Henrique Rattner, de 1979, “Estudos do Futuro - Introdução à antecipação
tecnológica e social”.
Nas universidades brasileiras, a preocupação com o futuro e o exercício do
debate sobre o futuro surgiu a partir de várias áreas do conhecimento. Pequenos
núcleos de pensamento foram se instalando pouco a pouco, em grupos de estu-
dos sobre ciência e tecnologia, e em gestão da tecnologia e da inovação, estando o
pensamento sobre o futuro, hoje, presente em várias universidades, em cursos de
Pós-Graduação em Administração, Engenharia de Produção, Engenharia Quí-
mica, Sociologia, Ciência Política, Ciência da Informação e Gestão do Conheci-
mento, entre outros.
Estes constituem uma base ainda pequena, porém forte, com cursos de mes-
trado e doutorado, como por exemplo, o Grupo de Estudos sobre Organização da
Pesquisa e da Inovação - GEOPI11, do Instituto de Geociências, da Universidade
Estadual de São Paulo, Unicamp; o Sistema de Informações sobre a Indústria
Química, SIQUIM12 da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ e o Programa de Estudos do Futuro13 do Departamento de Admi-
nistração da Faculdade de Economia e Administração – FEA, da Universidade
de São Paulo – USP.
O Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação – Geopi,
criado em 1995, é um grupo de pesquisa do Departamento de Política Cientí-
fica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da UNICAMP e reúne
pesquisadores de diversas áreas acadêmicas. Seu trabalho é orientado por uma
interpretação dinâmica do processo de inovação tecnológica. O GEOPI atua em

11 Ver mais em http://www.ige.unicamp.br/geopi/geopi.php. Acesso em 20/06/2008.


12 Ver mais em http://www.eq.ufrj.br/links/siquim/. Acesso em 20/06/2008.
13 Ver mais em http://www.fundacaofia.com.br/profuturo/. Acesso em 20/06/2008.
106 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

basicamente em cinco áreas, a saber: Avaliação da pesquisa e avaliação institu-


cional; Prospectiva tecnológica e definição de prioridades; Propriedade Intelec-
tual e Transferência de Tecnologia; Financiamento da Pesquisa e da Inovação; e
Organização de Redes.
O Programa de Estudos do Futuro, do Departamento de Administração da
Faculdade de Economia e Administração – FEA, da Universidade de São Paulo
– USP, realiza estudos e consultoria em planejamento estratégico, prospecctiva
tecnológica, elaboração de cenários e análise e estruturação de modelos (ISM)
para a solução de problemas complexos, entre outros.
O programa visa auxiliar instituições públicas e privadas e empresas em
seus processos de planejamento e na geração de informação estratégica que as
habilite a prever e lidar com as transformações do seu ambiente de negócios
e tem se dedicado ao desenvolvimento e adaptação metodológica de técnicas
prospectivas, principalmente para os setores de energia, transporte, telecomu-
nicações e novas tecnologias.
O Sistema de Informação sobre a Indústria Química – SIQUIM é um
grupo de pesquisa constituído no âmbito da Escola de Química (EQ) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O SIQUIM trata dados e
gera informações para subsidiar a indústria química e setores correlatos.
Para tanto, utiliza as bases de dados de setores e segmentos do Complexo
Químico, como a Química Fina (Fármacos, Defensivos, Corantes, Pigmen-
tos, Aditivos e Cosméticos), Petroquímica, Carboquímica, Alcoolquímica e
de derivados de produtos naturais. A partir destas bases, o SIQUIM reali-
za estudos prospectivos para as diferentes cadeias produtivas, fornecendo
subsídios à formulação de políticas públicas para os setores produtivos e
suporte à tomada de decisões por parte das empresas, com a construção de
mapas de conhecimento.
Do lado empresarial, na década de oitenta, muitas empresas estatais e pri-
vadas buscaram elaborar cenários tais como a Petrobras e a Eletronorte, entre
outras. Essa demanda promoveu o surgimento de empresas de consultoria em-
penhadas em desenvolver cenários e outras técnicas prospectivas, e contribuiu
para fortalecer a prática de pensar o futuro. Basicamente inspiradas pelas idéias
de Godet, empresas bem conhecidas no Brasil por atuar em prospectiva são a
Brainstorming14 e a Macroplan15.

14 Ver mais em http://www.brainstorming.com.br/Home/ . Acesso em 19/06/2008.


15 Ver mais em http://www.macroplan.com.br/#default.asp. Acesso em 19/06/2008.
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 107

A Macroplan atua nas áreas de estratégia, construção e análise de cenários e ge-


renciamento de mudanças. Seu fundador, Claudio Porto, é co-autor dos livros Qua-
tro Cenários para o Brasil 2005-2007 e Cinco Cenários para o Brasil 2001-2003.
A Brainstorming foi criada em 1996, com objetivo de disseminar um método
de construção de cenários futuros, denominado “Método Grumbach”, e utiliza
dois softwares especialmente desenvolvidos para facilitar o uso do método: Puma
– sistema de planejamento estratégico e cenários prospectivos e, Lince – sistema
de simulação e gestão do futuro. A metodologia para elaboração de planejamen-
tos estratégicos que orientou o desenvolvimento do Sistema Puma encontra-se
descrita em detalhes no livro “Prospectiva -A Chave para o Planejamento Estra-
tégico” de autoria de Raul José Grumbach, Diretor da Brainstorming.
Tanto as atividades da empresa Macroplan quanto da Brainstorming têm
contribuído para ampliar o crescimento e conhecimento da prospectiva no Bra-
sil, na medida em que atuam de maneira consistente na promoção e realização de
cursos de formação, na prestação de serviços especializados mas, principalmen-
te, por seu referencial teórico e metodologia terem atraído o seu uso em trabalhos
de teses de mestrado e doutorado. Marcial e Grumbach (2002) defendem a pros-
pectiva como chave para o planejamento estratégico e o uso de cenários como
arma para enfrentar o novo ambiente turbulento e competitivo.

4. Desafios – o futuro do presente

A partir de uma visão do passado, pode-se perceber que a teoria e prática da


prospectiva são atividades ainda emergentes no Brasil. Uma visão do futuro da
prospectiva no Brasil poderá indicar um caminho de crescimento se existirem
evidências de sucesso no que se refere à sua utilidade para apoiar os formuladores
de políticas e tomadores de decisão.
A filosofia e a prática da prospectiva se expandiram no Brasil, a partir de ni-
chos multidisciplinares nas universidades, de empresas de consultoria, e do setor
público em geral, mas a volatilidade e incerteza inerentes ao futuro, não indicam
garantias de consolidação para a área. Buarque (2000), ao discutir algumas ini-
ciativas de realização de estudos prospectivos nos anos 80 e 90 no Brasil, ressalta
que a utilidade destes estudos para o planejamento tem sido limitada devido as
descontinuidades de orientação das instituições e, principalmente, pela excessiva
instabilidade político-institucional do Brasil. Do ponto de vista governamental,
atualmente, é o CGEE que busca dar continuidade aos estudos prospectivos pro-
108 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta
de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

movendo a integração entre os diferentes grupos de pesquisa através de ações de


divulgação, difusão e contratação de serviços especializados.
Por outro lado, a natureza multidisciplinar do tema faz com que os pontos de
interesse das comunidades envolvidas nos estudos do futuro ainda sejam pouco
coordenados e integrados e ainda existem numerosas preocupações sobre a ges-
tão destes estudos. No entanto, à medida em que a sociedade do conhecimento
e da informação se instala na vida comum do cidadão, e na sociedade, haverá
crescente demanda por capturar, filtrar e selecionar a informação estratégica e de
qualidade para guiar as decisões do presente e do futuro de cada um e do todo.
Um ponto importante a ser debatido e analisado diz respeito à identificação e
constatação dos reais benefícios trazidos pela utilização deste conjunto de ferramen-
tas quanto ao processo de tomada de decisão, ou seja, se o conhecimento e informa-
ção gerados foram de fato úteis para auxiliar o processo de tomada de decisão. Quais
são os fatos relevantes que demonstram e validam esses benefícios ou influências?
Além, disso, outros pontos permancem polêmicos e controversos no ramo
de estudos do futuro, sejam de natureza filosófica, sejam em termos de seus mé-
todos e técnicas, como por exemplo, a validade de pesquisas, a confusão existen-
te entre estudos estratégicos e estudos prospectivos ou de futuro, e as questões
inerentes à incerteza e à imprevisibilidade do futuro. Os modelos conceituais e
teóricos elaborados no país são de bom nível, mas ainda faltam profissionais ha-
bilitados para sua execução, conhecedores dos referenciais teóricos, dos métodos
e técnicas diversos e de experiência em sua aplicação.
É possível dizer que o Brasil experimenta um grande crescimento deste tipo
de atividade nos últimos anos e, esta tendência parece continuar a existir no fu-
turo. O atual CCT foi reinstalado em 11 de setembro de 2003, pelo Presidente
Luís Inácio Lula da Silva, que reafirmou seu compromisso de valorizar a ciência
e tecnologia e em transformá-la em um agente de desenvolvimento nas ativida-
des públicas e privadas do país. De acordo com esta declaração, a infra-estrutura
pública brasileira está organizada para pensar estrategicamente e sobretudo para
construir o futuro, a partir de um presente identificado e desejado.
Existe, contudo, a necessidade encorajar a sociedade – governo, academia,
setor privado e sociedade civil organizada – a explorar o potencial das ferra-
mentas, métodos e técnicas e a divulgar, difundir e buscar expandir a cultura do
pensar adiante, antecipar-se e construir as rotas futuras e os caminhos para o
planeta e para a sociedade humana.
Hoje, vive-se em um tempo em que as grandes certezas terminaram e com
elas também estão se modificando rapidamente as grandes estruturas teóricas
Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho 109

e materiais que sustentam a sociedade, por isso, mais do que antes, se necessita
plantar as raízes da esperança e dos sonhos em um futuro que inicia sua constru-
ção no momento presente, a partir das ações e atitudes individuais e coletivas.

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La Prospectiva en Chile
- Historia y Lecciones de una Experiencia

Frances Wilson Bronfman1

1. Características generales y estructura

1.1. Antecedentes

Antes de la puesta en marcha del Programa Nacional de Prospectiva Tec-


nológica (PPT) en Chile ya se habían llevado a cabo significativos esfuerzos por
implementar experiencias en este campo. Así, en el ámbito público, durante los
años anteriores se desarrollaron estudios y análisis puntuales que, si bien no esta-
ban específicamente focalizados en una visión prospectiva, buscaban proveer de
información relativa principalmente al diagnóstico y proyecciones del desarrollo
de la innovación tecnológica en el país.
La iniciativa de incorporar los estudios de prospectiva como una herra-
mienta de información de futuro fue asumida por el gobierno en 2001. En el
contexto económico de ese entonces se destacaba el alto ritmo de crecimiento
económico sostenido por el país durante las décadas anteriores. En efecto, entre
1985 y 1997, la economía chilena había crecido a una tasa promedio de 7,3%
anual, una de las más altas del mundo y, entre 1983 y 2003, el Producto Interno
Bruto del país se había incrementado en un 270%. Es decir, en esos veinte años
prácticamente se cuadruplicó.

1 La autora agradece a sus colaboradores Álvaro Briones, Luis González y Maria Teresa Troncoso.
114 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Sin embargo, Chile presentaba una deficiente distribución del ingreso, que se
mantiene hasta la fecha: la relación entre el ingreso captado por el 10% más rico
de la población y el 10% más pobre es cuatro veces mayor que en el promedio de
los países desarrollados.
Los resultados económicos que mostraba Chile le permitieron entrar en el
ranking de las economías dinámicas del mundo en los últimos 20 años. No obs-
tante, todavía el 85% de sus exportaciones está constituido por productos pri-
marios o manufacturas basadas en recursos naturales, en circunstancias que en
los países más desarrollados estos productos representan el 25% de sus exporta-
ciones. El crecimiento y la competitividad del modelo exportador asumido por
nuestro país se ha basado fundamentalmente en lograr menores costos de pro-
ducción, lo que sin duda tiene un techo en el tiempo.
En este contexto económico social marcado por un sostenido crecimiento
con altas tasas de desigualdad en la distribución del ingreso, la estrategia de de-
sarrollo aplicada desde 1990 se ha planteado el desafío de crecer más y distribuir
mejor. Y, en ese marco, se han buscado respuestas para complejas interrogantes:
¿Cómo se aborda este desafío en las economías globalizadas? ¿Cómo colaboran
las miradas de futuro en la sustentabilidad de las estrategias de crecimiento que
asume el país?
La experiencia de otros países que han enfrentado situaciones similares,
como Irlanda y más recientemente Finlandia, muestra que para sustentar el creci-
miento económico es necesario incorporar aspectos que diferencian actualmente
las capacidades competitivas de un país, esto es, que el valor agregado depende
del contenido de conocimiento e información de los productos y servicios y de la
eficiencia tecnológica y organizativa de la producción, distribución y gestión. El
gran desafío para Chile era en 2001 y sigue siendo hasta la fecha, el aumento de
los niveles tecnológicos y la generación y aplicación de conocimiento y procesa-
miento de información. En otras palabras, mejorar la productividad total de los
factores para su mejor contribución al crecimiento económico.
El retorno de la democracia en 1990 provocó un cambio institucional im-
portante2, manifestado principalmente en la articulación de todas las actividades
de innovación tecnológica en un “Programa de Ciencia y Tecnología”, puesto en

2 Aunque cabe destacar que las políticas que inspiraron a las nuevas instituciones no experi-
mentaron una modificación severa con relación a las del período anterior, manteniéndose
en lo esencial el autofinanciamiento de las instituciones de I+D como forma de incentivar
su relación con el sector productivo y la concursabilidad de los fondos estatales destinados
a financiar las actividades de I+D en el país.
Frances Wilson Bronfman 115

marcha en 1992 y destinado a coordinar la gestión de los fondos y el desarrollo


y actividades de los institutos públicos de investigación científica y tecnológica.
Una vez cumplidos los objetivos de este programa en 1995, el gobierno generó
uno nuevo denominado Programa de Innovación Tecnológica, que se ejecutó
entre 1996 y 2000. Entre sus objetivos se contaban el incremento del rol de las
empresas privadas en las actividades de innovación, el apoyo a acciones de trans-
ferencia tecnológica de alto impacto y el fortalecimiento de la infraestructura
tecnológica y de información. También se orientó a la investigación y desarrollo,
hacia la innovación y modernización de las instituciones públicas y hacia el per-
feccionamiento de los instrumentos relacionados con el impulso y difusión de la
innovación tecnológica en Chile.
Estos programas e instrumentos detentaban una incuestionable legitimidad y
fueron utilizados intensivamente por los sectores a los cuales estaban destinados,
principalmente empresas e instituciones académicas de investigación. La propia
experiencia acumulada durante el período había servido para detectar también
algunas insuficiencias, cuya superación permitiría una substancial mejoría en el
uso de los propios instrumentos a la vez que potenciaría las capacidades naciona-
les de desarrollo económico.
Las insuficiencias se relacionaban con la dispersión y aún el desaprovecha-
miento de recursos canalizados por los instrumentos, al no existir información
que permitiera orientar las asignaciones correspondientes hacia aquellas activi-
dades económicas que fueran a jugar un rol clave en el desarrollo económico
nacional en el largo plazo, según el comportamiento que pudiera preverse de
los mercados y de la evolución futura de la ciencia y la tecnología. Una situación
equivalente afectaba al sector privado en su proceso de toma de decisiones, pues
daba lugar a inversiones en investigación y desarrollo en áreas tecnológicas o pro-
ductivas que, si bien eran económicamente pertinentes en el corto plazo, podían
sufrir tempranas obsolescencias e inadecuaciones con relación a las necesidades
productivas futuras del país.
En el sistema de innovación chileno las políticas son diseñadas primordial-
mente por actores públicos. Aunque algunos programas cuentan con consejos ase-
sores que consideran la opinión de actores privados, ello no se da a nivel agregado
ni forma parte sistemática del diseño de las políticas de innovación como un todo.
En definitiva, la operatoria a ciegas respecto de ese futuro, tanto de los ins-
trumentos públicos como de los procedimientos privados de toma de decisión,
podía conducir a una desviación importante de recursos financieros y capacida-
des nacionales hacia áreas de escaso o nulo valor estratégico para el crecimiento
116 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

económico en el largo plazo, afectando decisivamente la capacidad competitiva


del país. Se requería entonces levantar información que permitiera apostar no por
sectores, sino por actividades económicas y campos tecnológicos, aprovechando
ventajas específicas, fueran estas geográficas, de articulación público, privada y
académica, de fomento de clusters e investigaciones en recursos naturales en los
que Chile presenta grandes oportunidades como la biología marina, entre otros.
En los inicios del programa, en 2001, si bien existía conciencia en algunos ám-
bitos de la sociedad más ligados a la innovación sobre las nuevas exigencias de una
economía informatizada y globalizada, también existían resistencias a fomentar
explícitamente el rol de las políticas públicas en los procesos de innovación que
debía asumir el país. El gran temor era al juicio ideologizado acerca de la “posible
intervención en el mercado” y el hecho de que el gobierno democrático fuera iden-
tificado como un propulsor de “ideas ligadas a la planificación central”.
Paulatinamente se ha ido aceptando el hecho que el estado no puede ser re-
emplazado por las fuerzas del mercado en materia de innovación tecnológica, en
particular por la naturaleza misma de la innovación. Los argumentos económi-
cos que respaldan esta posición se pueden resumir en3:

• “La insuficiente apropiabilidad de los beneficios, dado que el conoci-


miento tiene carácter de bien público”. Suele producirse un desincentivo
a invertir en su generación y una tendencia a esperar aprovechar el cono-
cimiento generado por otros sin incurrir en altos costos;
• Fallas de Información: Producida por los altos costos que implica ge-
nerar cierta información y la baja posibilidad de retener sus beneficios
económicos. “Los innovadores pueden beneficiar a varios agentes, a una
industria completa o a varias industrias. Más aún pueden ser rentables
sólo si cuentan con una escala suficiente. El problema surge cuando por
asimetrías de información, altos costos de transacción y desconfianzas,
no se produce la coordinación necesaria entre los agentes, y se termina
por duplicar esfuerzos o simplemente no emprender la innovación”;
• Externalidades de la red. Estas externalidades ocurren cuando el valor
de un bien para un agente se incrementa mientras más agentes consu-
man dicho bien. Esto ocurre con muchas innovaciones tecnológicas,

3 Consejo Nacional de Innovación para la Competitividad: Hacia una Estrategia Nacional de


Innovación. Enero 2007.
Frances Wilson Bronfman 117

como por ejemplo en telecomunicaciones, donde un nuevo sistema de


telefonía solo tiene valor si es útil para comunicarse con los demás;
• Los costos de transacción y comunicación pueden dificultar que se al-
cance la masa critica requerida para rentabilizar privadamente una in-
novación con estas características;
• “Alta incertidumbre no cuantificable, intangibilidad de los activos y
mercados financieros incompletos”. La intangibilidad de los activos que
genera la innovación y la incertidumbre acerca de sus resultados econó-
micos, se traducen en que el financiamiento privado es insuficiente para
este tipo de actividades.

En este contexto se validaba la necesidad nacional de producir información


inteligente, que permitiera vencer incertidumbres y que dotara al país de la ven-
taja competitiva de prever e incentivar a los agentes económicos hacia donde el
mercado iba a conducir a la economía en el mediano y largo plazo. Que generara
la capacidad, en definitiva, de prever el perfil productivo nacional futuro y sus
requerimientos en el plano tecnológico; una ventaja que, de no ser utilizada, iba
a ser concedida a los competidores internacionales de Chile.
En esas condiciones se decidió avanzar de manera sistemática, generando
información permanente y accesible a toda la sociedad relativa a las orientaciones
previsibles de la actividad económica nacional. También, acerca de los obstáculos
que se podrían oponer al desarrollo nacional en esa dirección, las necesidades de
cambios institucionales y decisiones económicas que el mismo desarrollo exigi-
ría y los requerimientos tecnológicos al que podría estar asociado. El debate se
trasladó desde la pregunta sí es “correcto y necesario intervenir en el mercado”, a
“en qué y cómo intervenir”. Se requería de una herramienta metodológica capaz
de entregar contundentes insumos de señales de futuro que a su vez fuera “neu-
tra” en el debate político económico. El instrumento elegido para generar esa
información fue la Prospectiva. Y las preguntas o las búsquedas se orientaron a
la forma de hacer prospectiva de manera consistente con las necesidades de Chile
en materia de innovación.
118 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

2. Estructura del programa

A partir de 2001 el estado puso en marcha un nuevo programa nacional, de-


nominado Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, tutelado como los
anteriores por el Ministerio de Economía y con la misión de coordinar la gestión
de los fondos públicos así como de implementar nuevas actividades vinculadas a
la investigación y el desarrollo tecnológico en el país.
El programa se diseñó para ser ejecutado entre 2001 y 2005 y se basó en la
colaboración entre cuatro instituciones: Ministerio de Economía, Corporación
de Fomento de la Producción (CORFO), Ministerio de Agricultura y la Comisión
Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT). Su objetivo, se-
gún propia definición, fue contribuir al aumento de la competitividad apoyando
la innovación y el desarrollo tecnológico en áreas estratégicas de la economía
nacional. Para lograr esto último definió cinco áreas de operación: tecnologías
de información y comunicaciones, biotecnología, producción limpia, fomento a
la calidad y prospectiva tecnológica.
Las actividades de prospectiva (o prospectiva tecnológica), en tanto área de
operación del Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, fueron diseña-
das originalmente para ser realizadas sólo durante el primer año de este progra-
ma. Sin embargo y como un hecho de singular importancia en tanto expresión
de una “cultura prospectiva” en el país, terminó por constituirse en una actividad
permanente a lo largo de todo el período de ejecución del programa principal
convirtiéndose a tal grado en uno de sus pilares que, como se consigna en su
Memoria Innovar en Chile. Programa de desarrollo e innovación tecnológica 2001
– 2006, además del programa específico de prospectiva, “el trabajo de cada uno
de los otros cuatro programas se diseñó incluyendo una ‘visión prospectiva’, esto
es, planificando dentro de sus propias acciones algunas destinadas a investigar
las mejores alternativas de desarrollo futuro para cada área”4.
El Programa de Prospectiva Tecnológica (PPT) se situó bajo la dependencia
directa del Ministerio de Economía y fue respaldado por el más alto nivel insti-
tucional del país. Lo inauguró oficialmente el Presidente de la República, junto
con el Subsecretario de Economía, el Presidente de la Confederación de la Pro-
ducción y el Comercio, máxima agrupación empresarial del país, y el Rector de
la Universidad de Chile, principal universidad chilena. Su objetivo fue contribuir
al aumento de la competitividad de la economía nacional mediante la generación

4 Edición de la Subsecretaría de Economía, Fomento y Reconstrucción, Santiago de Chile, 2005. P. 30.


Frances Wilson Bronfman 119

de información sobre las actividades económicas que constituirán los ejes de esa
competitividad en el futuro.
Según se reseña en el sitio Web del programa (www.ppt.cl), otro resultado
que se esperaba obtener de este programa era la generación de amplios consensos
entre el sector público, el sector privado, las instituciones abocadas a la investiga-
ción y el desarrollo productivo, los consumidores y, en general, todos los actores
del proceso económico. Este objetivo se alcanzó, en principio, con la participa-
ción de representantes no oficiales de cada uno de estos estamentos en los diver-
sos estudios realizados, que han congregado, en todos los casos, a varios cientos
de expertos activamente participantes.
En el segundo semestre de 2006, la presidenta de la República, Michelle Ba-
chelet, constituyó el actual Consejo Nacional de Innovación para la Competiti-
vidad (www.consejodeinnovacion.cl) con el objeto de proponer acciones orien-
tadas a relevar la importancia de la innovación para el desarrollo de Chile. El
Programa de Prospectiva se integro a la Secretaría ejecutiva del Consejo Nacional
de Innovación como un área natural de complementariedad en la prospección de
sectores y/o actividades económicas.
El primer estudio prospectivo se realizó en 2001 y permitió identificar un
conjunto de actividades económicas que tienen la potencialidad de constituirse
en los pilares productivos sobre los cuales se sustentará la competitividad y el
desarrollo económico del país a partir del año 2010. A este primer estudio siguie-
ron otros destinados a aportar información en profundidad sobre el futuro de
algunas de las actividades identificadas como estratégicas por él. Hasta 2006 se
realizaron los siguientes estudios:

• “Actividades Económicas Estratégicas para la Competitividad Internacio-


nal de Chile en 2010”, 2001;
• “Producción y Exportación de Vinos”, 2002;
• “Industria de la Educación”, 2002;
• “Industria de la Acuicultura”, 2003;
• “Biotecnología aplicada a la Industria Hortofrutícola”, 2004-2005;
• “Biotecnología aplicada a la Industria Forestal”, 2004-2005;
• “Industria Chilena del Software”, 2004-2005;
• “El Mercado Mundial de las Fuentes de Energía en 2025 y la Participa-
ción de Chile en él”, 2005;
• “Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que Requerirá la In-
dustria de Alimentos Procesados de Origen Agrícola de Primera Trans-
formación”, 2005-2006;
120 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

• “Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que Requerirá la In-


dustria Productos Pecuarios”, 2005-2006;
• “Estudio para la Región del Maule: Maule 2016”, 2006.

3. Método y técnicas

3.1. El método o “experiencia” chilena

En el momento de comenzar la ejecución del programa chileno de prospec-


tiva, el año 2001, existían muy limitadas experiencias anteriores en el ámbito de
los estudios de prospectiva tanto en Chile como en el resto de América Latina.
Prácticamente la totalidad de ellos, hasta donde alcanzaba la posibilidad de in-
formación del equipo constituido en nuestro país para la ejecución del programa,
refería a investigaciones focalizadas en tecnologías específicas de aplicación pun-
tual en determinadas actividades económicas.
Dado que la prospectiva en Chile nace como uno de los componentes del
Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, se requería asumir un tipo
de gestión prospectiva que fuera consistente con las necesidades del país en ma-
teria de innovación, aceptando además que todo sistema de innovación requiere,
implícita o explícitamente, políticas publicas, así como la intervención de institu-
ciones orientadas al desarrollo de la innovación en tanto capital (o inversión) del
proyecto país, y no exclusivamente motivadas a la obtención de ganancias a corto
plazo. El tránsito hacia una sociedad que impulsa la innovación5, entendida ésta
como el proceso continuo mediante el cual las empresas, el mundo académico,
la investigación y el sector público crean, adaptan o adoptan tecnologías con el
fin de cimentar sus ventajas comparativas, incluía necesariamente un esfuerzo
conjunto público y privado. ¿Quiénes y cómo debían entonces ser convocados
activamente a expresarse en este proceso de mirada innovativa de futuro?
El proceso creativo o de innovación económica del país debía ser capaz de
integrar a todos sus actores, intentando con esto enriquecer los resultados que
aportan las distintas miradas desde las diferentes actividades, así como propiciar
que los resultados de este proceso fueran incorporados y asumidos tanto por par-

5 Hacia la Economía del Conocimiento: el camino para crecer con equidad en el largo plazo.
Nicolás Eyzaguirre, Mario Marcel, Jorge Rodríguez, y Marcelo Tokman.
Frances Wilson Bronfman 121

te de sus gestores (expertos) como de sus usuarios. Convencido de esta necesidad,


el equipo del programa de prospectiva asumió el desafío de invitar a todos los ac-
tores sociales y económicos del país a sumarse activamente en la construcción de
un diálogo organizado en materia de mirada económica futura, para bosquejar y
realizar posteriormente un sueño colectivo. Detrás de esta decisión estaba el con-
vencimiento de que toda innovación surge en un proceso de relaciones continuas,
de conversaciones y prácticas compartidas, no sólo al interior de las empresas,
sino también con otros actores externos como universidades, centros de investi-
gación, usuarios, proveedores, etc. El proceso al cual se invitó, de construcción
de una mirada de futuro mediante la prospectiva, no sólo era para desarrollar
nuevas tecnologías, sino también, para visualizar nuevas formas de producir y de
comunicar tanto en el país como en el mundo6.
Consecuentemente con estos requerimientos la gestión de la prospectiva en
Chile debía ser capaz de trabajar con tres variables de manera simultánea: i) la
participación experta de actores que compartieran realidades desde distintos
puntos de vista de un mismo objeto de estudio; ii) la integración (o masividad en
la encuesta) de todas las opiniones de los actores expertos independientemente de
su dispersión geográfica7; y iii) la generación de consensos.
En ese contexto se buscó, desde el comienzo, ampliar el foco de los estudios
que realizaría el programa, los cuales no obstante preocuparse de los temas rela-
tivos a la investigación y el desarrollo tecnológico, no refieren exclusivamente a
estos temas. Explícitamente, lo que persiguen es identificar la orientación futura
completa de la actividad o tema estudiado, junto con los requerimientos y necesi-
dades tecnológicas futuras de la misma y el conjunto de obstáculos de cualquier
índole, aunque particularmente políticos e institucionales, que podrían oponerse
a la materialización del futuro prospectado. También se identifican las acciones
necesarias de realizar para superarlos.
Es así como conjuntamente con la búsqueda específica de la materia a pros-
pectar se indaga además en aquellos aspectos considerados relevantes para la fu-
tura materialización del objeto prospectado.

6 Los estudios integran una variada gama de temas que no solo se reducen a aspectos es-
trictamente tecnológicos y productivos, sino también, estrategias de posicionamiento en
mercados mundiales, imagen país, necesidades en ámbitos de educación y sociabilización
del conocimiento, etc.
7 Lo que implicaba la búsqueda y construcción de grandes bases de datos y la realización de
encuestas masivas que integraran a todos los expertos independientemente del lugar geo-
gráfico donde se encuentren.
122 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Con ello se procura identificar con precisión el espacio de las políticas pú-
blicas en la materialización del objetivo del estudio. Algunos ejemplos de estos
ámbitos son: i) detectar las necesidades futuras en la provisión de infraestructura
para que el sistema opere; ii) identificar los aspectos de la institucionalidad gu-
bernamental para que las transacciones ocurran de manera expedita y eficiente;
iii) facilitar la coordinación necesaria para el encuentro entre actores, y iv) desa-
rrollar o destrabar el mercado en aquellas áreas del sistema que estén impidiendo
el desarrollo del proyecto futuro.
Un objetivo adicional explícito de los mismos estudios es el de constituirse
en instrumentos que permiten generar consensos respecto a los objetivos a al-
canzar en los diversos planos de la actividad estudiada, consenso que se espera
lograr no sólo dentro del sector público sino también, y de manera principal,
entre los sectores público y privado. La experiencia internacional muestra el éxito
de procesos de desarrollo construidos en torno a proyectos colectivos, como los
de Irlanda o Finlandia más recientemente, en los 90. En ambos casos se tomó una
decisión a partir de consensos entre actores públicos y privados en torno a qué
hacer y cómo hacer, lo que paulatinamente fue constituyendo una identidad eco-
nómica y cultural, así como una voluntad de prosperar en colaboración publica
-privada frente a los cambiantes desafíos que se imponen en materia de informa-
ción tecnológica y conocimiento.
La búsqueda de generación de consensos y acuerdos entre los distintos actores
facilita además la internalización de las miradas de futuro prospectadas dentro de
las empresas, propiciando así un clima favorable para la investigación aplicada. Es
sabido que la creación de infraestructura por sí sola no es suficiente para generar
cambios innovadores en las conductas de los actores. Se requiere además inter-
nalizar la necesidad del cambio prospectado, manejar información y generar las
condiciones para los cambios culturales que dicho proceso involucra.
En función de estos requerimientos fue que prontamente se definió a la técni-
ca de encuestas Delphi, aplicada en una modalidad on–line, como el instrumento
principal del programa. Esta técnica facilita la participación masiva de prácti-
camente todos los actores involucrados en una determinada actividad (empre-
sarios, profesionales, técnicos, funcionarios públicos, académicos), a la vez que
estimula la generación de consensos genuinos entre los encuestados, al garanti-
zar un anonimato de los participantes que anula toda posibilidad de influencia o
de inhibición en las opiniones de éstos generadas por las posiciones de autoridad
Frances Wilson Bronfman 123

(política, moral o intelectual) de alguno de ellos8. Cabe destacar, además, que la


aplicación de estas encuestas en la modalidad on–line por intermedio de Internet,
permitió mantener un soporte informático de funcionamiento permanente, 24
horas al día, lo que facilitó las respuestas por parte de los encuestados que pudie-
ron hacerlo vía e-mail o entrando directamente a un formulario personalizado
en un sitio web habilitado para cada encuesta.
Los estudios, por otra parte, fueron diseñados concentrando los esfuerzos en el
análisis prospectivo propiamente tal, lo que a diferencia de la mayoría de los estu-
dios de prospectiva conocidos, significó asignarle una importancia prácticamente
nula a la elaboración de diagnósticos, que no eran necesarios debido a la extensa
información existente sobre la situación actual de los temas tratados. Fueron reem-
plazados, entonces, por una evaluación personal que se presentó bajo la forma de
un “artículo de opinión”, más bien controversial, firmado por uno o dos expertos
de reconocida solvencia en el tema. Este “artículo de opinión” hizo las veces de
introducción y estímulo a la participación de los expertos encuestados, que se sin-
tieron interpelados –positiva o negativamente– por las opiniones allí vertidas.
El resultado de este procedimiento, el “método” o “experiencia” chilena en
un sentido estricto, han sido estudios de prospectiva realizados en su totalidad en
no más de cinco meses, con una participación masiva de expertos de todo el país,
encuestados directamente en sus hogares u oficinas por intermedio de Internet.
Estos estudios han tendido a tener como objeto el comportamiento económi-
co futuro de actividades económicas completas, incluyendo por cierto dentro de
las cuestiones a prospectar aspectos tecnológicos específicos. Entre los tópicos
principales acerca de los cuales se buscan respuestas, se encuentran, como se ha
dicho, las definiciones de políticas o acciones estatales y privadas tendientes a
superar los escollos que se oponen a la materialización del futuro prospectado o
que contribuyen a facilitar su plasmación.
Sin embargo, lo más importante con relación a la experiencia chilena de
prospectiva probablemente sea el hecho que ha contribuido significativamente
a la democratización de las decisiones, económicas y políticas, en ámbitos de
actividad cruciales para el desarrollo económico futuro del país. Ello, debido a
las temáticas que aborda y a las técnicas participativas que utiliza, así como por

8 En el caso chileno las encuestas Delphi fueron complementadas por talleres presénciales de
expertos para validar los resultados obtenidos de las encuestas masivas o para profundizar
aspectos particulares de los temas abordados en esas mismas encuestas.
124 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

la circunstancia de haberse constituido en un sistema principal de producción de


proposiciones de políticas públicas y de acciones del sector privado.

3.2. Organización y funcionamiento

3.2.1. Características del equipo de trabajo

La experiencia de realización de estudios de prospectiva del tipo de los que


se realizan en Chile ha llevado a una caracterización del equipo necesario para
llevarlos a la práctica en la que destacan principalmente los atributos de multidis-
ciplinariedad, trabajo en equipo y habilidad para el análisis y la síntesis.
La multidisciplinariedad de los equipos es indispensable toda vez que en su eje-
cución estos estudios exigen la articulación de diferentes capacidades, entre las cua-
les pueden mencionarse: los conocimientos generales sobre las temáticas a estudiar,
usualmente de índole económica; el manejo de bases de datos complejas; el procesa-
miento estadístico de grandes volúmenes de información; y la comunicación fluida
y constante no sólo con los encuestados sino con la sociedad en general.
La condición anterior ha llevado finalmente a la constitución de un equipo
estándar de trabajo integrado por los siguientes elementos:

• Economistas: Su función principal se orienta a la identificación de las


temáticas específicas de estudio y su inserción en el contexto global de
la economía y sociedad nacionales. Tienen la obligación de conducir los
estudios y elaborar los informes finales;
• Ingenieros Informáticos: Dedicados al manejo de las bases de datos,
elaboración de las aplicaciones computacionales requeridas por cada en-
cuesta y mantenimiento permanente de la plataforma computacional de
operación de las encuestas Delphi;
• Expertos metodológicos: Profesionales con experiencia en elaboración
y procesamiento de encuestas y manejo estadístico de variables cualita-
tivas y cuantitativas. Su función está concentrada principalmente en la
elaboración de cuestionarios y procesamiento de respuestas de las suce-
sivas “circulaciones” de las encuestas Delphi;
• Periodistas y/o comunicadores: Mantienen una comunicación perma-
nente con los encuestados ofreciendo asistencia en sus procedimientos
Frances Wilson Bronfman 125

de contestación y son los encargados de traducir los informes finales de


cada estudio en mensajes accesibles tanto a un público técnico como a la
ciudadanía en general;
• Expertos temáticos: Son expertos externos al equipo permanente, con-
tratados en función de sus conocimientos y experiencias relativas al
tema específico de estudio. Su función es asesorar la realización de cada
estudio a lo largo de su completa ejecución, participando activamente
en cada una de sus fases. Son, además, los responsables del “artículo de
opinión” que precede e introduce a cada estudio.

Una vez satisfechos los atributos particulares de los integrantes del equi-
po estándar de trabajo, todavía es imprescindible satisfacer dos condiciones de
funcionamiento del mismo para garantizar un resultado eficiente a los estudios
emprendidos. La primera de ellas dice relación con el dominio de un lenguaje
común. Y puesto que la técnica principal utilizada en estos estudios es la de en-
cuestas Delphi, todos los participantes en un estudio, incluidos aquellos que lo
hacen puntualmente en calidad de expertos temáticos, deben capacitarse en el
uso y aplicación de esta técnica.
Una segunda condición imprescindible es el dominio por parte de todos los
miembros del equipo de trabajo y mientras dure la realización de un estudio es-
pecífico, de la temática correspondiente a ese estudio. Esa condición se satisface
con la participación de todos los integrantes del equipo en todas las actividades
propias del estudio, desde la elaboración de los cuestionarios hasta el procesa-
miento de las respuestas a los mismos y desde la evaluación y análisis del “artícu-
lo de opinión” hasta la redacción del informe final.
Uno de los factores que garantizó la participación masiva de encuestados
en los estudios de prospectiva realizados con arreglo al modelo chileno, fue la
existencia de un sistema computacional de administración de encuestas Delphi
especialmente adecuado a las necesidades de dichos estudios. Desde la perspec-
tiva de su procesamiento, este Sistema de Administración de Banco de Encuestas
Delphi permite analizar permanentemente el universo encuestado, desagregar
las respuestas y establecer relaciones con otras bases de datos.
126 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

3.3. Estudios realizados

3.3.1. “Actividades Económicas Estratégicas para la Competiti-


vidad Internacional de Chile en 2010”, año 2001

Objetivo
En este primer estudio – desarrollado por el equipo chileno de prospectiva – el
objetivo fue identificar las actividades económicas en las que nuestro país podría
sustentar, a partir de 2010, una competitividad internacional igual o superior a la
que tenía en ese momento (2001).

Técnicas utilizadas
El estudio se realizó por intermedio de un ejercicio inédito de participación
ciudadana nacional, democrática - todos los participantes pudieron expresar li-
bremente sus opiniones - y experta - todos eran profundos conocedores de sus
respectivos ámbitos de desempeño en en la vida social nacional. Participaron
167 chilenos que fueron convocados a identificar las actividades económicas en
las cuales nuestro país debería comenzar a destinar, a partir de ese momento,
sus mejores energías e iniciativas, privadas y estatales, de capitales y de políticas
públicas, de educación y de creatividad.
Con este propósito se les invitó, primero, a expresar sus opiniones, que luego
fueron ordenadas y clasificadas para presentárselas en una segunda circulación
de preguntas en la cual se les solicitó calificarlas de acuerdo a dos criterios: Re-
levancia, que fue definida como el grado de importancia de la actividad eco-
nómica para el desarrollo y la competitividad internacional del país en 2010, y
Viabilidad, definida a su vez como la posibilidad de implementar esa actividad
económica durante la presente década.
El instrumento técnico principal fue una encuesta Delphi nacional, aplicada
vía Internet. La composición de los participantes fue la siguiente: 10% de empre-
sarios, 11% dirigentes de asociaciones empresariales, 25% profesionales del sector
privado, 17% autoridades del sector público, 13% profesionales del sector público,
17% académicos, 7% por representantes de ONGs, organismos internacionales y
fundaciones, lo que arroja un balance final de 46% de representantes del sector pri-
vado, 30% del sector público y 24% de académicos e integrantes del tercer sector.
Frances Wilson Bronfman 127

La encuesta se aplicó en dos circulaciones durante cinco meses. De manera


previa a su realización se efectuaron entrevistas personales con actores represen-
tantes de la vida económica y cultural del país, a objeto de sensibilizar a la sociedad
sobre el tema a estudiar y recabar de ellos información útil que permitiera terminar
de focalizar la temática en estudio. También de manera previa a la encuesta nacio-
nal se realizó un taller participativo sobre la base de la técnica Delphi acelerada,
con el fin de definir un número limitado de actividades económicas que pudieran
ser sometidas a la reflexión y escrutinio masivo de esa encuesta nacional.

Resultados
Se obtuvo una selección de actividades en las que el país puede confiar su
competitividad internacional en un horizonte de diez años, jerarquizadas según
los criterios de relevancia y viabilidad. Aquellas calificadas como más relevantes
y viables fueron ordenadas, a su vez, en cadenas productivas y clusters.
Las actividades que a continuación se presentan corresponden a aquellas que
obtuvieron altos puntajes (en una escala de 0 a 10) tanto en relevancia como en
viabilidad. Por lo tanto, el conjunto de estas actividades pueden ser consideradas
en un nivel altamente similar de preferencia de los encuestados.

Actividades economicas ordenadas según relevancia y viabilidad

• Producción y Exportación de Vinos;


• Servicios e insumos de apoyo a la industria acuícola y pesquera;
• Industria manufacturera del cobre;
• Producción agrícola y agroindustrial con mayor valor agregado median-
te biotecnología, TICs y otras tecnologías;
• Producción y exportación de productos agrícolas amparados por con-
venios de liberalización comercial, tal como, Mercosur, TLC con EEUU,
Comunidad Europea y otros;
• Industria Minera con Mayor Valor Agregado;
• Producción de Bienes de Capital para la Minería;
• Generación y Procesamiento de Contenido Multimedial;
• Turismo de Intereses Especiales: Ecoturismo, Agroturismo, Turismo
Terapéutico, Otros;
• Diversificación de la Industria Acuícola;
• Salmonicultura en Condiciones Sustentables;
128 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

• Producción y Exportación de Paltas y sus Derivados, Incorporando Va-


lor Agregado;
• Producción de Energías Renovables;
• Industria de la Madera con Mayor Valor Agregado;
• Producción de Compuestos Farmacéuticos Extraídos de Plantas Chilenas
• Servicios para la Minería;
• Producción de Software para responder tanto a la demanda nacional
como internacional;
• Educación on-line;
• Exportación de Educación de Post-Títulos y Post-Grados para el Merca-
do Latinoamericano;
• Exportación de partes y piezas de las industrias metal mecánica y del plástico;
• Industria Pesquera de Exportación con Mayor Valor Agregado;
• Servicios Financieros que conviertan a Chile en un Centro Internacional;
• Centro Logístico de Ventas por Internet y Centros de Llamados para
Empresas y Clientes;
• Gestión y Venta de Información Estadística proveniente de los Sectores
Público y Privado;
• Cultivo de Nueces y otros Frutos Secos en Ecosistemas donde actual-
mente existen sólo Especies Nativas.

A partir de este resultado se decidió realizar estudios que focalizaran la mi-


rada prospectiva en actividades específicas inherentes a alguna de estas cadenas
o clusters. Esos estudios fueron realizados durante los años sucesivos.

3.3.2. “Producción y Exportación de Vinos”, año 2002

Objetivo
Identificar las características que tendrá la industria del vino chileno en el
año 2010, convertida en uno de los pilares de la competitividad internacional del
país, junto con las principales acciones y estrategias que se debían seguir para
lograr ese futuro deseado.

Técnicas utilizadas
Se realizó mediante la aplicación de una encuesta Delphi nacional aplicada
vía Internet, en la que participaron 213 expertos de todo el país, cuyas caracte-
Frances Wilson Bronfman 129

rísticas se ajustaron a la siguiente distribución: 79% sector privado, 10% sector


público, 5% académicos, 4% ONGs y 2% otros.
Los resultados parciales y finales de la encuesta fueron validados en talleres
de trabajo en los que participaron representantes del sector privado y del gobier-
no. El estudio completo se realizó en cinco meses.

Resultados
Produjo una visión sistémica de la industria chilena del vino en 2010 que
incluyó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

• Estrategia de posicionamiento del país;


• Prioridades de desarrollo de productos (variedades, valles y categorías);
• Necesidades de desarrollo tecnológico;
• Necesidades de capacitación y educación;
• Prioridades de desarrollo de mercados;
• Necesidades de promoción (atributos y actividades);
• Acuerdos comerciales;
• Requerimientos del marco regulatorio;
• Prioridades de acción de las organizaciones gremiales;
• Prioridades de acción del sector público.

Entre los consensos más interesantes que relevó este estudio destaca la vo-
luntad de la industria por desarrollar un “cepaje de bandera” por el cual el vino
chileno sea reconocido y diferenciado en el mundo. La mayoría de los expertos
participantes se inclinó por el Carmenere.

3.3.3. “Industria de la E – ducación: TIC aplicadas


a la Educación”, año 2002

Objetivo
Identificar oportunidades de negocios en 2010 para la industria de tecnologías
de información y comunicación, TIC, aplicadas a la educación. Junto con esta in-
formación prospectiva, el estudio buscó identificar los requerimientos que debe-
rían satisfacerse para asegurar el desarrollo de las actividades correspondientes.
130 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Técnicas utilizadas
Se realizó utilizando como instrumento principal una encuesta Delphi na-
cional, aplicada vía Internet, en la que participaron 147 expertos de todo el país,
cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: ejecutivos y pro-
fesionales del sector privado 40%, académicos 25%, representantes de ONGs y
tercer sector 19% y profesionales del sector publico 16%.
Esta encuesta se desarrolló en dos circulaciones durante cuatro meses. Ade-
más de la encuesta se realizaron tres talleres participativos durante el proceso.

Resultados
Se identificaron 12 oportunidades de negocios:
1. Servicios de educación para completar la escolaridad;
2. Capacitación laboral a distancia para el mercado hispanohablante;
3. Producción de software educativos para el mercado hispanohablante;
4. Producción de contenidos multimediales para el mercado hispanohablante ;
5. Servicios informatizados de gestión escolar y universitaria;
6. Educación de postgrado en Chile para estudiantes de Hispanoamérica
combinando modelos presenciales y a distancia;
7. Servicio de educación extracurricular para desarrollar habilidades
transversales a nivel escolar;
8. Servicio de educación continua a distancia;
9. Educación a distancia de carreras universitarias para el mercado hispa-
nohablante;
10. Portales y sitios educacionales con servicios especializados;
11. Servicio de certificación y acreditación para la educación;
12. Desarrollo, adaptación y/o arriendo de plataformas tecnológicas para la
educación.

Junto con ello, se identificó 37 requerimientos necesarios para lograr el desa-


rrollo de estas oportunidades de negocios.

3.3.4. “Industria de la Acuicultura”, año 2003

Objetivo
Identificar el escenario económico de la acuicultura en el año 2013 – dis-
tinguiendo entre salmónidos y no salmónidos - y el conjunto de acciones que
conducen o se oponen a él.
Frances Wilson Bronfman 131

Técnicas utilizadas
Se realizó mediante una encuesta Delphi nacional, aplicada vía Internet, en
la que participaron 179 expertos de todo el país, cuyas características se ajusta-
ron a la siguiente distribución: 53% sector privado, 33% académicos, 12% sector
público y 2% otros.
La encuesta tuvo dos circulaciones y se prolongó durante cinco meses. Ade-
más se realizaron dos talleres participativos. En el primero se sometió la versión
preliminar de un artículo de opinión, elaborado por dos expertos temáticos, a la
consideración de un grupo de representantes de los sectores público y privado.
Sus sugerencias permitieron perfeccionar dicho artículo y elaborar los cuestiona-
rios. En el segundo taller fueron presentados los resultados de la investigación al
mismo grupo de personas, los cuales mediante su debate facilitaron la validación
de los mismos.

Resultados
El estudio proporcionó información prospectiva pormenorizada en las si-
guientes áreas:

Areas de información Areas de información


para salmónidos para no salmónidos
Crecimiento del producto
Especies
a nivel mundial
Crecimiento del producto en Chile Comercialización
Tendencia de los precios Protección ambiental
Medidas para optimizar los precios Capacitación
Desarrollo del mercado interno Marco regulatorio
Estrategias de comercialización Fomento productivo
Imagen país asociada
Amenazas
al salmón chileno
Estrategias de mercado Insumos
Salmones transgénicos Desarrollo tecnológico
Infraestructura habilitante

Uno de los resultados más atractivos de este estudio fue el conjunto priori-
zado de especies en cultivo que, además del salmón, serán determinantes para la
competitividad internacional de nuestro país en la próxima década, en opinión
132 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

de los expertos participantes. Al respecto el abalón y la merluza concentraron las


preferencias.

3.3.5. “Biotecnología aplicada a la Industria Hortofrutícola”,


año 2004

Objetivo
Identificar el escenario económico de la industria de la biotecnología aplica-
da a la hortofruticultura en el año 2018.

Técnicas utilizadas
Se realizó teniendo como instrumento técnico principal una encuesta Delphi
nacional aplicada vía Internet, en la que participaron 178 expertos de todo el país
conforme a la siguiente distribución: 36% académicos, 33% sector privado, 28% sec-
tor público y 3% ONGs. Además de la encuesta nacional, que se aplicó durante cua-
tro meses, se realizó un taller participativo que validó los resultados de la encuesta.

Resultados
El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:
• Importancia de la biotecnología aplicada a la producción hortofrutícola
en 2018;
• Importancia de la biotecnología para la competitividad internacional de
la industria hortofrutícola en 2018;
• Ventajas comparativas de Chile para desarrollar biotecnología aplicada
a la industria hortofrutícola;
• Productos, procesos y/o servicios biotecnológicos necesarios de desarrollar;
• Mejoramiento genético;
• Desarrollo de productos transgénicos;
• Identificación de futuros productos transgénicos chilenos de excelencia
mundial;
• Acciones a emprender por el sector público;
• Acciones a emprender por el sector privado;
• Acciones a emprender en conjunto por ambos sectores;
• Medidas regulatorias;
• Nuevas áreas temáticas para la educación.
Frances Wilson Bronfman 133

3.3.6. “Biotecnología aplicada a la Industria Forestal”, año 2004

Objetivo
Identificar el escenario económico de la biotecnología aplicada a la industria
forestal en el año 2018.

Técnicas aplicadas
El instrumento principal del estudio fue una encuesta Delphi nacional apli-
cada vía Internet, en la que participaron 124 expertos de todo el país de acuerdo
a la siguiente distribución: 80% sector público, 18% sector privado y 3% acadé-
micos. Además de la encuesta nacional, que se aplicó durante cuatro meses, se
realizó un taller participativo que validó los resultados de ésta.

Resultados
El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

• Importancia de la biotecnología aplicada a la producción forestal en 2018;


• Importancia de la biotecnología para la competitividad internacional de
la industria forestal en 2018;
• Ventajas comparativas de Chile para desarrollar biotecnología aplicada
a la industria forestal;
• Productos, procesos y/o servicios biotecnológicos necesarios de desarrollar;
• Mejoramiento genético;
• Productos de la industria forestal, con aplicación de biotecnología, con
mayor potencial de negocios futuros;
• Desarrollo de productos transgénicos;
• Identificación de futuros productos transgénicos chilenos de excelencia
mundial;
• Acciones a emprender por el sector público;
• Acciones a emprender por el sector privado;
• Acciones a emprender en conjunto por ambos sectores;
• Medidas regulatorias;
• Nuevas áreas temáticas para la educación.
134 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

3.3.7. “La Industria Chilena del Software”, año 2004

Objetivo
Identificar el escenario económico de la industria del nacional del software
el año 2010.

Técnicas utilizadas
Se realizó utilizando como instrumento técnico principal una encuesta Del-
phi nacional, aplicada vía Internet, en la que participaron 167 expertos de todo
el país cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: 80% sector
privado, 15% académicos y 5% sector publico.
La encuesta Delphi nacional se realizó en dos circulaciones y demoró cuatro
meses en su realización. Además de esta encuesta se realizó un taller participati-
vo que validó los resultados de la encuesta.

Resultados
El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:
• Tendencias en el mercado mundial de software hacia el año 2010;
• Actores relevantes y potenciales aliados estratégicos;
• Mercados de destino;
• Oportunidades de negocios para la industria chilena de software;
• El desafío de aprovechar la oportunidad;
• Acciones a emprender por el sector publico;
• Acciones a emprender por el sector privado;
• Acciones a emprender por las universidades;
• Acciones a emprender en conjunto;
• Liderazgo;
• Imagen país asociada al software chileno;
• Iniciativas creativas;
• Nuevas áreas de conocimiento.
Frances Wilson Bronfman 135

3.3.8. “El Mercado Mundial de las Fuentes de Energía


en 2025 y la Participación de Chile”, Año 2001.

Objetivo
El estudio perseguía dar respuesta a dos interrogantes:

a) ¿En qué escenario mundial energético futuro – considerando como ho-


rizonte el año 2025 – deberá desenvolverse la búsqueda de la seguridad en el
suministro de energía para la economía chilena?; y

b) ¿Cuál es la manera más eficiente para Chile – desde el punto de vista


de la seguridad del abastecimiento energético – de integrarse a ese escenario
mundial futuro?

Técnicas utilizadas
El estudio se dividió en dos etapas, cada una de las cuales aplicó sus propios
instrumentos técnicos. La primera de ellas, que tuvo como objeto específico de
estudio el mercado mundial de energéticos en 2025, se realizó sobre la base de
una encuesta Delphi on – line internacional, aplicada a 54 expertos representan-
tes de 17 países según la siguiente distribución:

Estos expertos internacionales fueron consultados sobre la probabilidad de


ocurrencia de un conjunto de escenarios.
136 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

La segunda etapa tuvo como objetivo el estudio de la participación de Chile


en el mercado mundial de energéticos en 2025, considerando como escenario
más probable aquel determinado en la primera etapa. Para ese efecto se utilizó
como instrumento una encuesta Delphi on – line nacional, aplicada a 75 expertos
representantes de la empresa privada, académicos, consultores privados, profe-
sionales del sector público y empresas públicas ligadas al sector.
Estos expertos fueron consultados sobre un conjunto de posibles escenarios
de integración de Chile al escenario mundial identificado en la primera etapa,
solicitándoles su evaluación desde la perspectiva de la mayor eficiencia energética
del país en 2025.

Resultados
El estudio en sus dos etapas se realizó durante nueve meses y permitió iden-
tificar el escenario de más probable ocurrencia para el mercado internacional
de energéticos en un horizonte de veinte años y la manera más eficiente – desde
la perspectiva de la seguridad del abastecimiento energético - de integración de
Chile a ese escenario.

3.3.9. “Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que


requerirá la Industria de Alimentos Procesados de Origen
Agrícola de Primera Transformación y la Industria de
Productos Pecuarios”, años 2005-2006

Objetivo
Este estudio, que se realizó por separado para cada una de las industrias en
cuestión, buscó identificar los conocimientos que los profesionales universitarios
que se desempeñan en ambas cadenas productivas debieran adquirir con el obje-
to de que éstas puedan constituirse en pilares de la competitividad internacional
en nuestro país, en un plazo de diez años.

Técnicas utilizadas
Se realizó utilizando como instrumento técnico principal dos encuestas
Delphi nacionales, aplicadas vía Internet. En la de Alimentos Procesados de
Origen Agrícola de Primera Transformación participaron 66 expertos de todo
el país, cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: 55% sector
Frances Wilson Bronfman 137

privado, 27% académicos, 12% sector publico y 6%, otras instituciones. En la de


Productos Pecuarios participaron 74 expertos de todo el país, según la siguien-
te distribución: 64% sector privado, 18% académicos, 14% sector público y 4%
otras instituciones.
Ambas encuestas se realizaron en dos circulaciones y su ejecución se desa-
rrolló durante cinco meses.

Resultados
El estudio permitió identificar los conocimientos más urgentes de incorpo-
rar por los profesionales de ambas industrias.

3.3.10. “Estudio Prospectivo para la Región del Maule:


Maule 2016”, Año 2006

Objetivo
Identificar las actividades económicas estratégicas para el desarrollo de esta
región en un horizonte de diez años.

Técnicas utilizadas
Participaron 250 expertos del más alto nivel de la región, dialogando “on-line”
en el marco de una encuesta Delphi. En su conjunto, este grupo de encuestados
estuvo constituido en un 56% por representantes del sector privado, en un 6% por
dirigentes de asociaciones empresariales, en un 19% por representantes del sector
público, en un 19% por académicos y en un 1% por representantes de ONG.

Resultados
El primer resultado del ejercicio fue la identificación de 54 actividades eco-
nómicas que, a juicio de los expertos regionales encuestados, serán aquellas en
las cuales se sustentará el desarrollo competitivo de la Región del Maule en los
próximos diez años.
A continuación, se solicitó a los expertos participantes calificar las actividades
económicas propuestas según su relevancia y su viabilidad, obteniéndose al cruzar
ambas variables un ranking de las actividades económicas más relevantes y viables,
según la calificación de los propios encuestados. Por último, las actividades econó-
micas seleccionadas fueron ordenadas en clusters y cadenas productivas.
138 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

4. Conclusiones

4.1. Utilidad del metodo chileno

El método chileno de prospectiva es una importante expresión del pensa-


miento estratégico aplicado a la solución de problemas nacionales. En su ejecu-
ción y no obstante emplear una mirada sistémica que abarca mucho más que la
limitada focalización en temas estrictamente tecnológicos, se ha sabido eludir la
tentación de ir más allá de lo que las técnicas prospectivas en un sentido estricto
pueden aportar. Se ha preservado el espacio para la decisión ejecutiva de la au-
toridad, que debe buscar la materialización de los consensos explicitados por la
prospectiva mediante planes estratégicos a los que los estudios estratégicos sólo
sirven de eficiente insumo.
En la práctica, se ha tratado de estudios prospectivos de carácter integral,
orientados por la búsqueda de información acerca de la evolución futura de ac-
tividades económicas en su totalidad. Con una mirada sistémica estos estudios
han buscado identificar la orientación futura completa de las actividades estudia-
das, junto con los requerimientos y necesidades tecnológicas futuras de cada una
de ellas. También se ha identificado el conjunto de obstáculos políticos e institu-
cionales que podrían oponerse a la materialización del futuro prospectado, y las
acciones públicas y privadas necesarias para superarlos. Como se ha comentado
antes, un objetivo explícito de los mismos estudios ha sido también el de consti-
tuirse en instrumentos para el consenso sobre los diferentes temas prospectados,
principalmente entre los sectores público y privado.
En esas condiciones es que, debido a las técnicas participativas que utiliza,
así como por el hecho de ser esencialmente un sistema de producción de pro-
posiciones de políticas públicas y de acciones del sector privado –que deberán
luego traducirse en planes estratégicos en ambos sectores– el método chileno de
prospectiva se ha constituido en un instrumento democrático de orientación de
decisiones económicas y políticas en ámbitos cruciales de la actividad nacional.
A continuación se presentan algunas reflexiones que derivan de la aplica-
ción, durante seis años, del método chileno de prospectiva y que pueden ser útiles
a estudiosos y practicantes de la disciplina.
Frances Wilson Bronfman 139

1. El Rol de la Autoridad
Un elemento importante a considerar se relaciona con la participación de la
autoridad en los estudios de prospectiva. Puesto que se trata de estudios realiza-
dos por el gobierno, debe tenerse presente que la posición de autoridad propia de
éste podría llegar a inhibir o condicionar la participación de los expertos consul-
tados. Debe evitarse, en consecuencia, que la manifestación de su presencia sea
tal que inhiba o condicione la participación de los expertos. El objetivo ideal a
alcanzar en este punto es que el gobierno respalde y garantice la calidad de los
estudios, pero que no intervenga en tanto autoridad en la orientación práctica de
los mismos, pues de ese modo sus frutos pueden resultar sesgados. La experien-
cia chilena ha probado, en suma, que en la realización de estudios nacionales de
prospectiva los gobiernos deben participar como promotores y garantes y, en la
mayoría de los casos, también como actores, pero que no deben hacerlo en cali-
dad de rectores de un modo que pueda influir en sus resultados.
En la ejecución práctica de los estudios resulta interesante constatar también
que la colaboración de los expertos se ve estimulada por la importancia de la au-
toridad que invita a participar. Mientras más alto es el rango de la autoridad que
convoca, mayor es el sentimiento de importancia que el encuestado le asigna a
su participación. En el caso de Chile esta participación ha sido solicitada siempre
por un alto personero público (el Ministro o el Subsecretario de Economía) que se
ha dirigido personalmente a cada experto solicitando su colaboración.
En la realización de estudios de prospectiva desde el ámbito público inter-
vienen siempre por lo menos dos actores: la autoridad pública y los técnicos que
los ejecutan directamente. En la definición de los temas a estudiar puede llegar a
plantearse alguna tensión entre estos dos actores, confrontando de una parte la
necesidad de la autoridad de incursionar en determinados temas en función de
coyunturas políticas y, de otra, la propensión de los técnicos a realizar estudios
de mayor interés académico aunque de un probable menor interés práctico. Es
también una lección de la experiencia chilena la constatación de que una ade-
cuada definición de los temas debe procurar equilibrar ambas tendencias y exige
flexibilidad de parte de ambos actores.
Por otra parte, a fin de evitar que se generen expectativas equivocadas, es
necesario dejar explícitamente establecido con la autoridad pública que encarga
los estudios que la prospectiva ofrece fundamentalmente miradas de largo plazo,
aunque para la materialización de éstas sugiera también tareas que deben poner-
se en marcha a partir del presente.
140 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

En el mismo plano, los promotores de los estudios de prospectiva deben in-


sistir permanentemente en la idea de que un estudio de esta naturaleza puede
tanto revelar novedades, como también aportar visiones que validan una percep-
ción existente. Pero, en ambos casos, ofrecerá resultados - visiones de futuro -
validados por el consenso de expertos representantes de los distintos actores que
participan de una determinada actividad y esa es su importancia principal.

2. Selección del Objeto de Estudio


Entre los aprendizajes de utilidad práctica para el cultivo de la prospectiva,
emanados de la experiencia chilena, puede destacarse la valoración de la impor-
tancia de la definición precisa del objeto de cada estudio eludiendo la tentación
de abordar temas que, no obstante parecer interesantes o constituir una moda
intelectual, eran inexistentes en el ámbito objetivo de la realidad nacional o con
relación a los cuales era imposible o muy difícil identificar expertos. El riesgo que
se evita al actuar de esta manera es el de desperdiciar recursos y energías públicas
en la exploración de temas que carezcan de un efectivo interés social o que sim-
plemente sean irrealizables.

3. Participación Masiva de Expertos


Entre las principales conclusiones cabe destacar el hecho que la condición bá-
sica para lograr un grado de eficiencia adecuado en este tipo de estudios, en fun-
ción de sus propios objetivos, es la participación en cada uno de ellos, en calidad
de expertos, de la mayor cantidad de representantes de los principales actores pre-
sentes en el ámbito social de la actividad que se está prospectando: gobierno, em-
presarios, profesionales y técnicos, académicos, trabajadores. Ha sido esta partici-
pación masiva y extendida la que ha terminado por garantizar no sólo la calidad
de las previsiones de futuro y de la identificación de obstáculos a superar y tareas
a realizar para alcanzarlo, sino el hecho que se haya llegado a tales conclusiones
por la vía de un diálogo amplio y democrático que ha concluido en un consenso
de los participantes, lo que convierte a ese futuro deseado en una tarea colectiva a
alcanzar, desde sus diferentes posiciones, con la participación de todos ellos.

4. La Importancia de los Especialistas Temáticos


Es de vital importancia trabajar con especialistas temáticos que apoyen la
elaboración de cada proyecto y asesoren su ejecución en cada tema específico a
abordar. En este sentido, los técnicos en estudios de prospectiva deben evitar la
tentación de creer que son también expertos en los temas que estudian.
Frances Wilson Bronfman 141

5. La Selección de los Encuestados


Los especialistas temáticos además son quienes elaboran o asesoran la elabo-
ración de la base de datos (la lista de expertos encuestados) con la que se realiza
cada estudio. El éxito o el fracaso de éste dependerá siempre de la calidad de
las personas que participan en él, por lo que los expertos que serán encuestados
deben tener conocimientos comprobados sobre el tema y ser, en la medida de lo
posible, individuos que tengan trayectorias y experiencias equivalentes en sus
respectivas áreas de especialidad.
Uno de los elementos clave para asegurar la participación de los expertos es
contar con un “soporte en línea” para cada encuesta, manteniendo así un contac-
to permanente y personalizado con ellos, de modo de estimular su participación
y resolver todas las dudas que pudieran planteárseles en el curso de la misma.

6. El Diseño Metodológico
Resulta igualmente interesante la valoración de la importancia de tener una
idea completa de todo el proyecto antes de iniciar un estudio. En otros términos,
la importancia de tener un diseño completo de cada fase del estudio y de la utili-
dad de cada pieza de información a obtener en ella, soslayando la tentación de ex-
plorar caminos de información sólo porque podían parecer interesantes aunque
no fuesen de utilidad. El riesgo que se elude al actuar de este modo es el de arribar
a callejones sin salida metodológicos en los que una gran cantidad de informa-
ción inútil lleva al desperdicio de tiempo y energía en su procesamiento.
Junto con lo anterior, el diseño metodológico debiera incluir la posibilidad de
actualización permanente de la información que provee cada estudio.

7. La Transdisciplinariedad del Equipo Técnico


De gran importancia para el resultado de los estudios es, también, el carácter
transdisciplinario del equipo técnico que los desarrolla. Abordar las múltiples
variables involucradas en la ejecución de cada uno de ellos requiere que diferen-
tes disciplinas interactúen entre sí, se nutran y generen sinergia. Los profesionales
que los ejecutan deben poseer la capacidad de trabajar en equipo, facilitando de
ese modo la articulación de las diferentes competencias necesarias para hacerse
cargo de una tarea compleja.
Esta cualidad del equipo técnico permite asumir eficazmente las labores más
variadas dentro del proceso. En particular, durante la elaboración de las preguntas
que conformarán el o los cuestionarios, y durante el procesamiento y análisis de
resultados es importante valorar el hecho que se trata de un trabajo con el lengua-
142 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

je, el que se enriquece en la interacción y precisión que aportan las diferentes dis-
ciplinas. Ello permite sortear el riesgo de desperdiciar el formidable instrumento
que es una encuesta Delphi, debido a que los encuestados pudieran llegar a no en-
tender lo que se les estaba preguntando. Para alcanzar esta condición resultó muy
importante la realización de aplicaciones “piloto” de las distintas encuestas.

5. Referencias

MINISTERIO DE ECONOMIA. Visualizando el Futuro: La Experiencia Chilena


en estudios de Prospectiva. 2007

CONSEJO NACIONAL DE INNOVACIÓN PARA LA COMPETITIVIDAD: Ha-


cia una Estrategia Nacional de Innovación. Chile Enero 2007.

MINISTERIO DE ECONOMIA DE CHILE. “Innovar en Chile”. Programa de


desarrollo e innovación tecnológica 2001 – 2006. 2006

EYZAGUIRRE, Nicolás; MARCEL, Mario; RODRÍGUEZ, Jorge; TOKMAN,


Marcelo. Hacia la Economía del Conocimiento: el camino para crecer con equi-
dad en el largo plazo.
La Prospectiva en Colombia
- Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

1. Antecedentes: las etapas de la


prospectiva en Colombia1

La historia de la prospectiva en Colombia está caracterizada por un constante


proceso de aprendizaje. Al revisar las distintas etapas de evolución de los estudios del
futuro en Colombia, es un hecho que con el tiempo aumentó el número de proyectos
realizados, que éstos han escalado la jerarquía de las instancias decisorias y que se ha
formado una masa crítica de personas en diferentes aspectos de la disciplina.
Colombia cuenta con una tradición en prospectiva desde finales de los años
sesenta. Los primeros ejercicios fueron promovidos por Colciencias en 1969 con

1 Este documento ha sido escrito exclusivamente para el CYTED. Pero ha sido posible gracias
a la cooperación de la Unión Europea mediante una beca de movilización, a través de la
Red Alfa/SELF-RULE, y gracias al contexto facilitado por Colciencias y la Universidad del
Valle. Se reconoce el apoyo de Ian Miles, Rafael Popper, Michael Keenan y Luke Georghiou
del Instituto PREST de la Universidad de Manchester, y su orientación conceptual y metod-
ológica. Así mismo, se agradece la provisión de las condiciones de trabajo a Yuli Villarroel,
Coordinadora de la Red SELF-RULE, Juan Francisco Miranda y Alexis De Greiff, Director y
Subdirector de Programas Estratégicos de Colciencias, y a Iván Ramos y Leonel Leal, Rector
y Decano de la Facultad de Ciencias de la Administración de la Universidad del Valle. Una
visión más completa de la prospectiva en Colombia y del Programa Nacional de Prospectiva
está publicado en el Plan Estratégico del mismo, en Colciencias (2006). Otras publicaciones
son Medina (2005 a y b).
Nótese la diferencia entre los conceptos de tradición prospectiva y Programa Nacional de
Prospectiva PNP). Un país puede tener una rica tradición pero no un PNP, como el caso
de México y Argentina. Otros países como Brasil, Chile, Colombia y Venezuela han tenido
tanto tradición como PNP.
144 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

el proyecto “Operación Desarrollo” y el “Grupo Colombia año 2000” en los años


setenta, cuyo propósito era fortalecer los estudios de largo plazo en el país. La
corriente principal de la prospectiva ha estado ligada a la ciencia y la tecnología,
en la cual Colciencias ha jugado un rol estelar, patrocinando iniciativas que han
impulsado un número importante de experiencias relevantes en todo el país. Con
el tiempo, década a década, ha ocurrido un proceso de diversificación, que ha
producido la generación de una prospectiva territorial, una prospectiva educati-
va, una prospectiva corporativa y una reflexión prospectiva acerca del futuro del
país. (Ver Figura 1)
Este proceso ha estado sujeto a vaivenes institucionales, períodos de apoyo,
confianza y desconfianza, inversión y desinversión, modas teóricas y metodo-
lógicas, críticas constructivas y destructivas. Sin embargo, actualmente, la tra-
dición colombiana en prospectiva es una de las más interesantes en el contexto
latinoamericano e inclusive mundial. Existe un acumulado de alrededor de más
de cien casos, compuesto por un conjunto heterogéneo de ejercicios e iniciativas
nacionales, regionales y sectoriales. Debido a esta acumulación, la trayectoria co-
lombiana en prospectiva es rica y respetada en América Latina. Es punto de refe-
rencia en la zona Andina y su experiencia es comparable a la de los países líderes
de Latinoamérica, tales como Brasil, México, Argentina, Chile y Venezuela.2
Este constante proceso de aprendizaje se debe a la confluencia de múltiples
factores. Un país en constante conflicto como Colombia siempre ha buscado cons-
truir opciones diferentes a la guerra. La sociedad civil, las universidades, la empre-
sa privada, los alcaldes y los gobernadores, han emprendido procesos de reflexión
de largo plazo con miras a contar proyectos de futuro que le permitan sobrevivir,
crecer y desarrollarse en entornos inestables e inciertos. La prospectiva no surge
en este contexto como una herramienta de predicción, sino como una disciplina
para la construcción de alternativas de desarrollo humano y social para el país.
Sin pretender un análisis causal exhaustivo de este proceso, son relevantes
los siguientes factores impulsores, que se desarrollan a continuación:

• El papel de Colciencias como Institución Bandera en el desarrollo de la


prospectiva colombiana;
• El valor del permanente contacto internacional;

2 Para comparar la tradición colombiana en el contexto de América Latina es importante ver:


Medina & Popper (2007), Mari (2003), CYTED (2003), Leone (1999). Dentro del contexto
internacional es fundamental ver: Keenan M, Butter M, Sainz de la Fuente G. and Popper R
(2006). Pero sobre todo Georghiou, Harper, Miles & Keenan (2007).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 145

• La existencia de universidades con vocación prospectiva y de una masa


crítica de personas con buen nivel de formación teórico-práctica;
• La distribución territorial y sectorial de las capacidades y la difusión de
una cultura prospectiva.

Acumulación de la prospectiva en Colombia


Prospectiva Corporativa
Colombia Siglo XXI, Estudios Sectoriales,
Destino Colombia, Planes Exportadores,
Empresas Públicas,
Cadenas Productivas

Prospectiva Educativa – Reflexión Nacional


Prospectiva de la Impulso ASCUN Repensar Colombia;
Educación Superior Observatorio Prospectivo Colombia, un país por
(1998-1991) – ICFES U. de la Sabana, Primeros construir; Plan Decenal de
Univalle 1986-2000 Planes Estratégicos Educación, Planes Estratégi-
cos 20 universidades

Emergencia de Prospectiva Cámaras de Comercio, Gobiernos Regionales, Gobierno Nacional


Territorial:
Respuestas sistemáticas Prospectiva Regional: Aplicación a Planes de Roi DNP.
Estudios del futuro Científicos - Antioquia Siglo XXI; Desarrollo Municipales y Programa
- Programa Ciudadano Departamentales; Planeación
“El Cali que Queremos” Aplicación a Planesde Estratégica a
- (1986-1992), Valle 2000 Ordenamiento Territorial Largo Plazo
(1994-2007); CORPES. Visión 2019

Papel de Visita de Grandes Personalidades: Primer Programa Diálogos de Hannover


Prospectiva Cientifica Colciencias: Sakamoto (1975), Pierre Piganiol Nacional de Prospectiva (2000), Agendas Regionales
y Tecnológica: Operación (1976), Aurelio Peccei, Eleonora (1986-2000). de Prospectiva (2001-2007)
Papel Impulsor Desarrollo, Masini (1983); Michel Godet ¿Hacia donde va Colom- Programa Nacional de
De Colciencias Grupo Colombia (1984), Pierre-Frédéric Ténière- bia? (1996-1998) Prospectiva (2003-2007)
año 2000. Buchot (1985)

1960 1970 1980 1990 2000 2007 +

Figura 1 . Momentos históricos de la prospectiva en Colombia

2. Factores impulsores del desarrollo


de la prospectiva en Colombia

2.1 El papel de Colciencias en el desarrollo de


la prospectiva colombiana

La tradición prospectiva en Colombia está íntimamente relacionada con la


historia del Instituto Colombiano para el Desarrollo de la Ciencia y la Tecnolo-
gía “Francisco José de Caldas” (Colciencias). El interés que Colciencias mantiene
por los derroteros de largo plazo surge a finales de los años sesenta, y continúa
a través de las distintas misiones que se han ocupado del papel de la ciencia y la
tecnología en el desarrollo del país. Ilustra así mismo el papel pionero que ha te-
nido la institución en la comprensión del cambio tecnológico y social del entorno
146 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

mundial, y el incremento de las capacidades nacionales de respuesta al cambio


global (Colciencias, 2006).
Este liderazgo se ha desplegado desde dos puntos de vista, la prospectiva de
carácter científico-tecnológico, y el apoyo a procesos prospectivos de carácter
territorial, educativo, tecnológico-industrial y de reflexión global del país. En
efecto, en los años setenta Colciencias promovió la visita de importantes figuras
internacionales en la prospectiva. En 1986-1990 puso en marcha un programa de
prospectiva, que produjo una importante reflexión sobre los problemas nacio-
nales e impulsó las primeras iniciativas de prospectiva territorial participativa
en Colombia: - Antioquia Siglo XXI y el Programa Ciudadano “Cali Que Quere-
mos”. Luego llevó a cabo diferentes actividades desde 1990 hasta el año 2001. En-
tre ellas se destacan el proyecto que produjo el libro “Hacia dónde va Colombia”
y los “Diálogos Estratégicos”, que analizaron algunos de los temas tratados en los
“Diálogos Globales” con ocasión de la Feria Mundial de Hannover del año 2000.
Igualmente, durante 2002-2007 Colciencias y el Servicio Nacional de Apren-
dizaje (SENA) financiaron la elaboración de veintisiete (27) Agendas Regionales
de Ciencia, Tecnología e Innovación, e impulsaron la creación y desarrollo del
Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (PNPC), junto con
la Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), la
Corporación Andina de Fomento (CAF) y el Ministerio de Comercio, Industria
y Turismo. El PNPC llevó a cabo treinta y dos ejercicios (32) en este período,
generando un relevante proceso de desarrollo de capacidades nacionales en pros-
pectiva y vigilancia tecnológica. De esta forma, en la presente década, median-
te el impulso a las Agendas Regionales y al Programa Nacional de Prospectiva,
Colciencias ha contribuido al desarrollo de cincuenta y nueve (59) experiencias
recientes, que han consolidado el interés por la prospectiva en todas las regiones
y han buscado influir en la toma de decisiones estratégicas nacionales, sectoriales
y territoriales en materia de ciencia, tecnología e innovación.
El apoyo a este proceso se debe al liderazgo en nuevas dimensiones del pen-
samiento que siempre ha caracterizado a la institución. Colciencias se ha distin-
guido en Colombia por ser una entidad de alto nivel técnico, que pone a pensar
al país mediante la promoción del debate público en áreas de interés estratégico
para la nación. Colciencias es una entidad respetada por el mundo académico,
empresarial y gubernamental. Sus iniciativas gozan de alta credibilidad y son
emuladas positivamente por las universidades y las regiones. De este modo, el
impulso a la prospectiva ha señalado un camino al país para producir reflexiones
serias y estructuradas acerca del futuro.
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 147

En este sentido ha sido decisivo el papel que han jugado algunos directores
de Colciencias. Entre ellos puede destacarse a Francisco Ospina Navia, Eduardo
Aldana, Pedro Amaya, Clemente Forero, Fernando Chaparro, Margarita Garrido,
María del Rosario Guerra, Felipe García y Juan Francisco Miranda. Igualmente es
de destacar la forma como se ha buscado enriquecer la política pública nacional en
ciencia y tecnología, a partir múltiples herramientas de análisis estratégico.
Finalmente, el papel de Colciencias ha sido fundamental para articular al
país con dinámicas de pensamiento que han promovido diferentes organismos
internacionales, tales como UNESCO, ONUDI, CEPAL, el Sistema Económico
Latinoamericano, el Convenio Andrés Bello, la Comunidad Andina de Naciones,
la Corporación Andina de Fomento, el Banco Mundial, el Banco Interamericano
de Desarrollo, CYTED, entre otros. Colciencias ha sido una escuela para muchos
dirigentes y ha sido un gran promotor y difusor de nuevas ideas que han renova-
do el discurso acerca del desarrollo nacional, regional y local.

2.2. El valor del contacto internacional

La prospectiva de corte europeo y anglosajón tuvo una gran influencia en


Colombia desde finales de los años sesenta. Muy pronto los comienzos de la pros-
pectiva en Colombia se vieron fortalecidos con las misiones de ilustres prospec-
tivistas, a saber: - el japonés Sakamoto en 1975; luego Pierre Piganiol en 1976; y
posteriormente Pierre-Frédéric Ténière-Buchot, en 1985, quien asesoró uno de
los primeros programas prospectivos para la Ciencia y Tecnología. En 1983, fue
notoria la visita de don Aurelio Peccei, Presidente del Club de Roma, junto con
Eleonora Masini, Secretaria de la World Futures Studies Federation, invitados
por el propio Presidente de la República, Belisario Betancur.
En 1984, el Instituto Colombiano de Fomento a la Educación Superior
(ICFES) invitó al profesor Michel Godet de CNAM, quien asesoró el grupo
de universidades que tuvo a su cargo el “Estudio de Recursos Humanos para
el Siglo XXI” y orientó el equipo de matemáticos de la Universidad Nacional
que diseñó los primeros programas de software en prospectiva. A finales de
los años ochenta se invitó a importantes científicos al Recinto de Altos Estu-
dios de Quirama, en Medellín, para interactuar con los líderes del proceso de
Antioquia Siglo XXI.
En 1994 se organizó también la visita de Hugues de Jouvenel, director de “Futu-
ribles Internacional”. En 1996, el Instituto Colombiano de Fomento a la Educación
148 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Superior (ICFES) y el Instituto Colombiano de Crédito Educativo en el Exterior


(ICETEX) financiaron cinco misiones de dirigentes educativos a Centros Interna-
cionales de Prospectiva en Argentina, Estados Unidos, Italia, España y México.
En 1997 Colombia fue el fundador de la “Red Latinoamericana de Estudios
Prospectivos”, la cual ha realizado hasta hoy nueve congresos continentales. Ac-
tualmente la Red tiene nodos en México, Cuba, Venezuela, Colombia, Ecuador,
Perú, Bolivia, Chile, Brasil, Uruguay y Argentina. La primera reunión tuvo lugar
en el Campus de la Universidad de la Sabana, convocada por el Centro de Pros-
pectiva Estratégica que, en esa época dirigía Francisco José Mojica. En 1998, el
país hizo parte del “Proyecto Milenio” del “American Council” a su vez pertene-
ciente a la Universidad de las Naciones Unidas, dirigido por Theodor Gordon y
Jerome Glenn. La Universidad Externado de Colombia fue designada para tradu-
cir y difundir en todo el mundo hispano la publicación anual de la investigación
que se conoce con el nombre de “Estado del Futuro”.
En 1997-1998 Adam Kahane, ex miembro del grupo de Planificación de la
Royal-Shell Company, asesoró al sector privado en un ejercicio de planeación por
escenarios aplicado al conflicto colombiano, denominado “Destino Colombia”, el
cual tuvo un interesante impacto mediático.
Desde 2002 y hasta la fecha, el Convenio Andrés Bello (CAB) y Colciencias
emprendieron el Programa de Prospectiva Científica y Tecnológica para los paí-
ses que hacen parte del CAB a saber: Bolivia Colombia, Cuba, Chile, Ecuador,
España, México, Panamá. Paraguay, Perú, República Dominicana y Venezuela.
Entre otras actividades comenzaron unl estudio de prospectiva regional para los
doce 12 países mencionados, denominado “La educación superior para la trans-
formación productiva y social con equidad”, el cual ha convocado a conocidos
investigadores de América Latina, tales como Jorge Katz, Alfredo Costa-Filho,
Jorge Uribe Edgard Moncayo, Jaime Acosta, y a los prospectivistas Francisco José
Mojica, Raúl Trujillo, Fernando Ortega, Grisell Romero, Frances Wilson y Jean
Paul Pinto, con la conducción de Henry Yesid Bernal del CAB y Javier Medina
por parte de Colciencias, organismo de ciencia y tecnología elegido liderar técni-
camente esta importante actividad (Gomez y Bernal, 2004).
Por su parte, el Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial
(PNPC) desde el año 2003 ha invitado a un importante grupo de expertos inter-
nacionales, que han introducido nuevas perspectivas y herramientas prospecti-
vas. Por ejemplo, para la consulta a expertos con el Instituto PREST de la Uni-
versidad de Manchester, la inteligencia competitiva con Georgia Tech y Search
Technologies de los Estados Unidos, TRIZ XXI e Iale Tecnología de España; la
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 149

prospectiva territorial con Progective de Francia, la prospectiva organizacional


con LIPSOR-CNAM de Francia; el pronóstico tecnológico con George Washing-
ton University; la prospectiva en cadenas productivas con EMBRAPA del Brasil; el
diseño y evaluación de políticas públicas con ILPES-CEPAL de Naciones Unidas;
y el desarrollo de herramientas informáticas con el Convenio Andrés Bello. Aquí
ha sido decisiva la participación de figuras de talla mundial como Ian Miles, Mi-
chael Keenan, Rafael Popper, Michel Godet, Fabienne Goux-Baudiment, William
Halal, Alan Porter, Susan Cozzens, Jerome Glenn, Fernando Palop, José Miguel
Vicente, Pere Escorsa, Edgar Ortegón, Antonio María Gómes de Castro, Susana
Valle-Lima, entre otros.
Así las cosas, el contacto internacional ha permitido acercar al país a la fron-
tera del conocimiento, interactuar con redes de primer nivel, difundir nuevas
ideas, ampliar la visión del mundo y la conciencia acerca de los problemas glo-
bales. El valor de este apoyo ha sido inmenso porque ha facilitado actualizar y
enriquecer el repertorio de conceptos, métodos y herramientas prospectivas que
se usan en el país.
Colombia es consciente del apoyo que este importante grupo de líderes mun-
diales ha brindado y mantiene constante contacto con ellos, bien sea al invitarlos
a conferencias y seminarios o al vincularlos a proyectos específicos. Sin lugar a
dudas, esta influencia ha sido positiva y fructífera.

2.3. La existencia de universidades con vocación prospectiva

Este factor ha sido relevante para la asimilación del estado del arte inter-
nacional de la prospectiva, la adaptación del conocimiento al contexto local, y
el desarrollo de nuevo conocimiento en prospectiva, derivado de la aplicación
práctica a ejercicios de desarrollo sectorial y territorial.
Luego de las visitas de las grandes personalidades de la prospectiva al país en
los años setenta y ochenta, surgieron grupos de estudio interesados en desarro-
llar cátedras en la materia. Pioneros que habían estudiado temas afines en uni-
versidades del exterior impulsaron los primeros ejercicios sectoriales, y urbano-
regionales en los años ochenta. Pero, en especial, a partir de los años noventa se
construyeron fortalezas alrededor de algunos grupos de trabajo en universidades
y centros de desarrollo tecnológico en varias regiones del país, especialmente en
Antioquia, Valle del Cauca y Bogotá-Cundinamarca.
150 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Entre estas universidades de amplia trayectoria se encuentran: - la Pontifi-


cia Universidad Bolivariana en Medellín, la Universidad Externado de Colombia
– que tiene la única especialización en prospectiva del país – y la Universidad
Nacional de Colombia, en Bogotá; y Universidad del Valle en Cali. Estas univer-
sidades han liderado programas de formación e iniciativas de desarrollo regional
y nacional que sirvieron de ejemplo al resto del país. Con el tiempo, alrededor
de veinte (20) universidades en casi todas las regiones han producido Planes Es-
tratégicos basados en prospectiva y planeación por escenarios. La Asociación
Colombiana de Universidades (ASCUN) ha liderado la reflexión en la materia
y periódicamente organiza seminarios y congresos sobre diferentes facetas de la
prospectiva aplicada a la educación superior .
La tradición antioqueña ha tenido énfasis en la prospectiva tecnológica y en
orden cronológico tuvo la primera gran influencia en la prospectiva colombiana.
Sus principales líderes actuaron desde Medellín, fueron grandes difusores del co-
nocimiento prospectivo y sirvieron como referentes nacionales, especialmente en
los años ochenta. Entre ellos se destacan Joaquín Vallejo Arbeláez (QEPD), Gilber-
to Echeverry Mejía (QEPD), Francisco Gustavo Restrepo, Augusto Uribe y Litto
Ríos. La Pontificia Universidad Bolivariana creó tempranamente la Maestría en
Gestión Tecnológica, la cual ha servido de semilla y núcleo para aglutinar a las nue-
vas generaciones. En esta región se han llevado a cabo plicaciones importantes en
el sector eléctrico, los servicios públicos, la planeación y ordenamiento territorial
y el sector educativo. Ejercicios como Antioquia Siglo XXI (80´s), la Visión Antio-
quia Siglo XXI (90´s), Planea (2005) y el Plan Estratégico de Medellín (20052007)
han marcado pauta al nivel nacional. Actualmente, existen nuevos prospectivistas
como Lucio Henao, Diego Gómez y Poveda, que tienen un manejo integral de la
disciplina. En especial Gómez ha introducido innovaciones en materia de dinámi-
ca de sistemas aplicada a la resolución de problemas nacionales. Compañías que
son puntos de referencia nacional como el Centro de Desarrollo del Sector Eléc-
trico Colombiano (CIDET), Empresas Públicas de Medellín, ISA e ISAGEN, han
desarrollado capacidades a su interior. En la presente década, nuevas instituciones
de educación superior han generado cursos y programas con base prospectiva, tales
como EAFIT, la Universidad Nacional – sede Medellín – y Esumer.
En Bogotá la Universidad Nacional ha tenido cursos de prospectiva desde los
años noventa. Pedro Amaya, ex Director de Colciencias, impulsó un grupo de
trabajo que llevó a cabo el ejercicio “Colombia, un país por construir”. Alrededor
de este grupo se han generado capacidades en la Facultad de Ingeniería y la Fun-
dación Tecnos. Sus fortalezas radican en la vigilancia tecnológica, la inteligen-
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 151

cia competitiva y la prospectiva en el sector bio-agro industrial. Nuevas figuras


como Marcela Sánchez y Oscar Castellanos lideran estas líneas de énfasis.
Por otra parte en Bogotá, la Universidad Externado de Colombia creó el
“Centro de Pensamiento Estratégico y Prospectiva”, en enero de 2000, gracias a
la incorporación de Francisco Mojica, quien desde el ICFES y la Universidad de la
Sabana, había generado una importante ola de difusión de la prospectiva al nivel
nacional en los años noventa. En 2002 entró en operación la “Especialización en
Pensamiento Estratégico y Prospectiva”. La Especialización tiene como misión la
formación de los colombianos en la actitud mental de hacer del futuro la razón
de ser del presente. Ha convocado como docentes a muchos de los prospectivistas
más importantes de América Latina, tales como Leonel Guerra Casanova, del
Instituto Tecnológico de Monterrey; Francisco López Segrera de la Universidad
Politécnica de Cataluña y presidente de la Red GUNI; Alvaro Briones y Luis Sal-
vador González del “Programa de Prospectiva Tecnológica” de Chile; Fernando
Ortega San Martin del Perú; Eduardo Raúl Balbi del Grupo EyE de la Argentina,
Rafael Popper del Instituto PREST, Francisco Gustavo Restrepo de la Universidad
Bolivariana de Medellín y Javier Medina Vásquez, de la Universidad del Valle. La
Especialización ha formado cinco generaciones de prospectivistas colombianos y
se encamina hacia la sexta promoción.
El Centro de Pensamiento de Pensamiento Estratégico y Prospectiva de la
Universidad Externado de Colombia, clasificado en Conciencias en la catego-
ría “A” tiene como misión la investigación y la docencia. Ha producido varias
versiones de software libre como las herramientas “Igo” y “Ábaco” presencia-
les y “on line”. Sus líneas de investigación se orientan a reconocer el compor-
tamiento de las nuevas escuelas mundiales de prospectiva como el “foresight”
británico y las propuestas húngaras, finlandesas y australianas. Ha realizado
análisis de futuro en los campos de prospectiva empresarial, educativo, tec-
nológico y territorial, con experiencias significativas en Colombia, Ecuador,
Venezuela y México.
Finalmente, la Universidad del Valle, en Cali, realizó experiencias pione-
ras en prospectiva territorial, tales como “El Valle 2000” (1982) y el Programa
Ciudadano “Cali Que Queremos” (1987-1992). Profesores como Harold Ban-
guero y Milton Mora introdujeron las primeras cátedras a finales de los años
ochenta y principios de los años noventa. Luego, con base en la Facultad de
Ingeniería y la Facultad de Administración, la Universidad del Valle lideró
importantes procesos regionales, tales como la Estrategia Regional de Desa-
rrollo del Occidente Colombiano (1996-1998), el Plan Estratégico de Ciencia
152 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

y Tecnología del Suroccidente (1997-1998), el Plan Maestro de Desarrollo In-


tegral y Sostenible del Valle del Cauca (2002-2003) y la Agenda Prospectiva
Regional del Valle del Cauca (2003-2005). La Universidad del Valle cuenta con
fortalezas en prospectiva tecnológica, territorial, educativa y corporativa, ha
incorporado cursos en las Maestrías de Gestión Tecnológica y Administración
de Empresas, y lidera la participación de Colombia en la Red Alfa Self-Rule
patrocinada por la la Comisión Europea. Por todas estas razones, Colciencias
y el SENA escogieron a la Universidad del Valle para responsabilizarse de la
Gerencia del Programa Nacional de Prospectiva durante 2002-2007, a cargo
del profesor Javier Medina Vásquez.
La Universidad del Valle, con el apoyo de Colciencias, el SENA y el Convenio
Andrés Bello, ha emprendido en 2007 la creación del Instituto Andino de Pros-
pectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento, el cual pretende constituirse en
un punto de referencia regional de formación avanzada en el campo. Pero tam-
bién brindará asesoría y soporte técnico en formación ejecutiva, construcción
de sistemas regionales de innovación y servicios institucionales y empresariales.
El Instituto impulsará a partir del 2008 un Programa Doctoral en Administra-
ción, con énfasis en Prospectiva. Se espera contar con una vasta red nacional e
internacional de expertos, y aprovechar la experiencia del Programa Nacional
de Prospectiva para el beneficio de los países, sectores, regiones e instituciones
interesadas en la formación científica en prospectiva.
En síntesis, la existencia de universidades con vocación prospectiva ha sido
clave para la generación de una masa crítica de personas que se han dedicado a
la disciplina y han impulsado diferentes iniciativas de desarrollo local y regional.
En este proceso ha sido fundamental la formación doctoral de colombianos en
el exterior, que han estudiado con líderes mundiales de la Prospectiva. También
ha sido relevante una visión incluyente de las diferentes escuelas y tradiciones
mundiales. Hoy en día en Colombia se conoce y se dominan metodologías y for-
mas de intervención propias de la prospectiva francesa, el foresight anglosajón, la
planeación por escenarios, la previsión humana y social, la dinámica de sistemas
y los estudios de visiones.
La visión integral de la disciplina, la constante formación de nuevas genera-
ciones, y la aplicación pragmática de la prospectiva a diferentes realidades, son
tres de las principales características de la “escuela colombiana”.
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 153

2.4. La distribución territorial y sectorial de las


experiencias y capacidades

Visto el panorama desde los años sesenta, tal y como se percibe en la figura
siguiente, la prospectiva colombiana se caracteriza por el aumento creciente del
número de ejercicios realizados, la descentralización y desconcentración de las
entidades ejecutoras de los ejercicios, la diversificación de los tipos de prospectiva
llevados a cabo, y más recientemente, por los intentos de creación de Programas
y formas de organización que faciliten la institucionalización de la práctica pros-
pectiva. A saber:
Conocimiento

Ciclo 3: 2000-2007
Fase Maduración
Cambio

Ciclo 2: 1990-2000 Fase Rápida Expansión


Cambio
Fase: Impulso
Ciclo 1: 1969-1989 Fase Sensibilización

Tiempo

Figura 2. Cambio de Paradigmas en el Desarrollo de la Prospectiva Colombiana


Fuente: Adaptado de Medina (2007)

Desde finales de los años sesenta y en los años setenta, la actividad prospec-
tiva en Colombia fue incipiente. Colciencias organizó las visitas periódicas de
líderes internacionales y generó algunos documentos institucionales. Pero no se
generaron impactos significativos en los territorios. Se trató de una fase inicial de
sensibilización y formación inicial.
En los años ochenta, de la mano del proceso de transformación política del
país, surgió la ley 11 y 12 de 1986 que promulgó la descentralización y la elec-
ción popular de alcaldes. La prospectiva comenzó entonces a emplearse en dos
154 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

regiones motoras del desarrollo nacional, como Antioquia y el Valle del Cauca.
Colciencias creó el Programa Nacional de Prospectiva en 1986-1990, el cual sir-
vió de catalizador de las experiencias de Antioquia Siglo XXI y el “Programa Ciu-
dadano Cali Que Queremos”. En este momento se avanza en forma significativa
en la creación de una cultura prospectiva y en la escala de organización, puesto
que ambos procesos citados tuvieron diferentes componentes metodológicos y
temáticos. Por ejemplo, el “Cali Que Queremos” realizó a su interior veinte (20)
escenarios sectoriales. Este hecho introdujo la necesidad de una mayor formación
y profesionalización en prospectiva, pero también atrajo la atención de múltiples
ciudades y regiones que buscaron imitar estos ejemplos de proyección territorial.
Se trató de una fase de impulso que promovió la prospectiva científica pero tam-
bién su aplicación al desarrollo territorial.
En los años noventa se afrontaron varios momentos. Aprincipios de la dé-
cada, luego de la puesta en marcha de algunos ejercicios regionales, el pen-
samiento neoliberal arrasó durante algunos años con cualquier iniciativa de
cambio liderada por el Estado, bien sea al nivel nacional o regional. No obstan-
te, rápidamente se produjo un desencanto con la capacidad del mercado para
promover iniciativas de desarrollo, y el gobierno nacional introdujo la Ley 152
de 1994 que obligó a los municipios y departamentos a realizar Planes de De-
sarrollo de mediano plazo (4 años). Factor, que sumado al desarrollo posterior
de la ley de Ordenamiento Territorial, indujo a los alcaldes y gobernadores a
interesarse de forma más profunda por la prospectiva. Al mismo tiempo, va-
rias instituciones de la educación superior como el Instituto Colombiano para
el Fomento de la Educación Superior (ICFES) y la Asociación Colombiana de
Universidades (ASCUN) acompañaron a Colciencias en la difusión de la pros-
pectiva aplicada al campo educativo. Se hizo un importante proceso de forma-
ción teóricopráctica en las universidades y éstas se vincularon a un Proyecto
Nacional de Formación de Recursos Humanos. Como resultado se obtuvo una
“explosión desordenada” de iniciativas y ejercicios. Se trató de una fase de rápi-
da expansión, y acumulación de prácticas de prospectiva científica, territorial y
educativa. Además, surgieron aplicaciones pioneras al nivel empresarial y sec-
torial. Y se efectuaron reflexiones sobre el porvenir nacional, ligadas sobre todo
al conflicto armado que vivía el país.
A comienzos de la presente década existía un acumulado de cerca de cin-
cuenta (50) ejercicios dispersos en diferentes campos (Cfr. Mojica (2007 y 2006);
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 155

Medina y Ortegón, 1997; Henao, 2006; DNP, 2003)33 – Ver cuadro siguiente –.
Aparte de las experiencias relacionadas con COLCIENCIAS, múltiples universi-
dades, cadenas productivas y territorios habían trabajado y/o estaban trabajando
en aplicaciones de la prospectiva. Pero también se reconocían debilidades en tor-
no a la baja disponibilidad de capacidades en todo el territorio nacional, al lento
reconocimiento del valor estratégico del tema en algunos círculos políticos y em-
presariales, la difícil sostenibilidad de los procesos prospectivos en el tiempo –
sobre todo en el ámbito político-institucional, y su bajo impacto en las decisiones
públicas de las altas esferas del Estado.

Cuadro 1. Síntesis: Cincuenta principales ejercícios


y processos prospectivos colombianos
1960-1980 1980-1990 1990-2000 2000-2007

Ciencia, Operación - Programa Nacional - Colombia al Filo de la Oportunidad - Diálogo Global Hannover – 2000. -
Tecnologia, Desarrollo (1969) de la Ciencia y la (1993-1993); - Planeación Estratégica Diálogos Estratégicos, 2001.
Innovación - Grupo Colombia Tecnologia (1986- en el Sistema Nacional de Ciencia - Agendas Regionales de Ciencia,
Año 2000 (1970) 1990) y Tecnologia (1996-1997); - Conoci- tecnologia e Innovación (SENA -
miento, Innovación y Construcción de Colciencias). - Programa Nacional de
Sociedad: ¿Para Donde va Colombia? Prospectiva Tecnológica e Industrial;
(1997-98) - Plan Nacional de Desarrollo Cientifico
y Tecnológico 2007-2019.

Territorial - El Valle 2000 (1983) -El Valle del Futuro (1990). Risaralda - Red Colombiana de Construcción de
- Antioquia Siglo XXI Siglo XXI, Caldas Siglo XXI (1990-1991), una Visión Nacional de Futuro desde
(1986-88) - Proyecto Agroindustrial Tolima Futu- los Territorios (DNP – 2003). - Plan
- Programa Ciudada- ro 2010 (1991-94): - Misión Bogotá Siglo Estratégico de Antioquia, Plan Maestro
no “Cali que quere- XXI (1994). - Estrategia Regional de del Valle, Visión Risaralda 2017. Plan
mos” (1988-1992) Desarrollo del Occidente Olombiano Estratégico del Área Metropolitana
- CORPES de Occidente (1996-98), Plan de Bucaramanga. Ecorregión del
Caribe, Corpes de la Costa Atlantica Eje Cafetero, Mesa de Planificación
(1997-1998). - Visión Antioquia Siglo Regional Bogotá – Cundinamarca,
XXI (1996-2000) Visión Huila Siglo XXI, Visión Cauca
2020, Planeta Valle.

Educativa - Prospectiva de la - Determinación de Necesidades de - Planes Estratégicos Universidad


Educación Superior Formación de Recursos Humanos al Nacional, U. Del Valle, U. de Antioquia,
ICFES (1984) Año 2005 (1989-1994). El Plan Decenal U. del Norte, U. Javeriana, U. Industrial
de Educación, 1996-2005; Universidad de Santander, U. EAFIT, U. Tecnológica
Javeriana (1996-1997), - Observatorio de Pereira, Plan Decenal de Educación
del Futuro Universidad de la Sabana del Ministerio de Educación
(1994-98)

Corporativa – Instituto Colombiano de Petróleos, - Plan Estratégico Exportados, 1999


Institucional Sociedad de Agricultores de Colombia, – 2005; Competitividad del Sector
Servicio Nacional de Aprendizaje, Em- Turismo, El Plan Estratégico del Progra-
presas Municipales de Cali; Coloquios ma Nacional de Desarrollo Tecnológico
Consejos Regionales de Competitivi- Industrial y Calidad, El Plan de Expan-
dad (Presidencia de la República) sión de Energia, el Plan Estratégico de
Transporte, Agrovisión 2025.

Reflexión - Colombia 2000 - Colombia Siglo XXI (1990); - Destino - Colombia: Un País por Construir
Nacional (1982) Colombia (1997-98). Repensar Colom- - Visión Colombia 2019
bia (PNUD, 1998-1999)

3 Es fundamental ver el Documento Territorial Nº 58 “Análisis de ejercicios prospectivos y


estrategias para la construcción de futuro en Colombia “. Este documento presenta análisis
de 27 ejercicios prospectivos, de los ámbitos nacional, sectorial, regional, departamental y
metropolitano desarrollados en Colombia en los últimos años. Ver: www.dnp.gov.co. De
igual manera es importante ver el libro titulado “La industria colombiana ante los desafíos
del futuro”(2002), impulsado por el antiguo Ministerio de Desarrollo –hoy Ministerio de
Comercio, Industria y Turismo – en conjunto con ONUDI. En este texto, se recogieron im-
portantes experiencias empresariales.
156 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Entre los principales factores limitantes del quehacer prospectivo se identificó


que el conocimiento se encontraba disperso en el país. Se carecía de una autoridad y
una política que regulara la actividad prospectiva. De esta forma, cada entidad po-
día patrocinar su propio ejercicio y no existían políticas ni normas de calidad y de-
sarrollo profesional de quienes se dedicaran a la prospectiva. Por tanto, no existían
parámetros claros de los métodos, costos y tiempos necesarios para la realización
de ejercicios.4 De otro lado, existía una gran dependencia de apoyo político-institu-
cional. Finalmente, la carencia de una sistematización y gestión del conocimiento
bien organizada, originaba el riesgo de desaparición del capital intelectual genera-
do por las experiencias realizadas. Hacer ejercicios no garantizaba sistematizar un
proceso de aprendizaje colectivo basado en la acumulación del conocimiento.5
En este contexto surgió la necesidad de organizar mejor la práctica prospectiva
alrededor del concepto de Programa. De esta manera, el Programa buscaba mini-
mizar el peso de los factores limitantes descritos, y buscar coherencia y convergen-
cia del accionar institucional. El Departamento Nacional de Planeación y Colcien-
cias emprendieron tres Programas relevantes, como se expresa en el cuadro 2.

4 El PNPC enfrentó este contexto durante todo su ciclo de vida. No fue diseñado para cambiar
esta situación pero si ha contribuido para mejorar la articulación del conocimiento prospec-
tivo en el país. En esencia, no se orientó a cambiarla porque la posición de poder para hacer-
lo le corresponde al Departamento Nacional de Planeación, el cual mediante un Documento
CONPES regule el quehacer Interministerial, Interregional e Interinstitucional.
5 En el documento de Ficha BEPIN del Departamento Nacional de Planeación (DNP) que dio
origen al PNPC se establecieron las siguientes causas de la problemática a las cuales el Pro-
grama debería dar respuesta:
• No se han recuperado, consolidado y sistematizado suficiente y adecuadamente las expe-
riencias prospectivas llevadas a cabo en el país.
• Se requiere acceso permanente al nivel de la frontera del conocimiento al nivel mundial
para mejorar la calidad y el rigor de los ejercicios prospectivos.
• Se carece de sinergia social e institucional para aumentar la escala de financiamiento
de los ejercicios. Hoy en día cada sector, empresa o territorio busca hacer su ejercicio pro-
spectivo particular. Se encuentra así la paradoja de que para proyectos de grandes alcances
generalmente no hay recursos, pero realmente el país sí invierte estos mismos recursos en
forma atomizada en pequeños ejercicios aislados, con impacto y alcance muy limitado.
• Falta apoyo político-institucional y vinculación efectiva de los procesos prospectivos con
la toma de decisiones.
• Se requiere ganar credibilidad y relevancia en todos los públicos, no solamente en el públi-
co empresarial, sino con las universidades y con la sociedad en general.
• Colombia requiere del desarrollo de un enfoque prospectivo que permita una mayor ca-
pacidad de adaptación y de respuesta, en entornos inestables y conflictivos, de alta tensión
e incertidumbre, que pueda ser apropiado, validado y mejorado por los actores interesados
(empresarios, planificadores y diseñadores de política pública, trabajadores, formadores de
talento humano y la comunidad en general).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 157

Cuadro 2. Programas Prospectivos Recientes en la presente década

Tema de Programa
Institución Líder Año Cobertura
Aplicación Específico
Departamento Na-
Planeación Estra-
Desarrollo cional de Planeación,
tégica de Largo 2002-2007
regional Dirección de Desa-
Plazo6
rrollo Territorial
Desarrollo
Agendas Regio-
científico y Colciencias, Oficina
nales de Ciencia y 2002-2007
tecnológico en de Regionalización
Tecnología
las regiones
Colciencias, Subdi- Programa Nacio-
Tecnológico e rección de Innova- nal de Prospecti-
2003-2007
Industrial ción y Desarrollo va Tecnológica e
Empresarial Industrial
6
Fuente: Elaboración propia

El Programa de Planeación Estratégica de Largo Plazo fue el nombre que la


Dirección de Desarrollo Territorial del Departamento le otorgó al desarrollo de
los estudios de prospectiva territorial y construcción de futuro. En este ámbito se

6 Al interior del DNP, la Dirección de Desarrollo Territorial —DDT— es la encargada de adelantar


acciones en relación con finanzas públicas territoriales, fortalecimiento de la descentralización,
desarrollo y ordenamiento territorial. Para ello desarrolla, en coordinación con las entidades
respectivas, las orientaciones de política del Gobierno Nacional en el ámbito territorial, así
como realizar su seguimiento, control y evaluación para formular recomendaciones de consoli-
dación del proceso. Así mismo, la Dirección promueve la profundización y consolidación de un
modelo de descentralización viable, la ampliación y mejoramiento de los servicios sociales, el
fortalecimiento de la democracia y el apoyo a la resolución de conflictos. Sus ámbitos de acción
son: Gestión Pública Territorial, Finanzas Públicas Territoriales, Ordenamiento y Desarrollo
Territorial; y Evaluación y Seguimiento de la Descentralización. Los temas relacionados con
estudios de prospectiva territorial y construcción de futuro se tratan como Planeación Estraté-
gica de Largo Plazo. En este ámbito se abordan los temas de planificación, ordenamiento y de-
sarrollo territorial con un enfoque de largo plazo. El objetivo general de la Sección de Análisis
y Prospectiva del DDT del Departamento Nacional de Planeación, es coordinar estudios y/o
investigaciones cuantitativas y cualitativas de carácter técnico, así como análisis prospectivos
y retrospectivos referentes a la situación socioeconómica, demográfica y otras características
de la población en condiciones de pobreza y marginación en el contexto nacional, con el fin de
coadyuvar a la planeación, diseño, seguimiento y evaluación de estrategias, programas, proyec-
tos y acciones para el desarrollo social. Ver www.dnp.gov.co
158 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

abordan los temas de planificación, ordenamiento y desarrollo territorial con un


enfoque de largo plazo. Aquí se busca apoyar y coordinar, bajo demanda, estudios
y/o investigaciones cuantitativas y cualitativas de carácter técnico, así como análisis
prospectivos y retrospectivos referentes a la situación socioeconómica, demográfica
y otras características de la población en condiciones de pobreza y marginación en
el contexto nacional, con el fin de coadyuvar a la planeación, diseño, seguimiento y
evaluación de estrategias, programas, proyectos y acciones para el desarrollo social.
Es importante destacar el aporte de prospectivistas como Hernando González y José
Oswaldo Espinosa. Y su intención de conformar una – Red Colombiana de Cons-
trucción de una Visión Nacional de Futuro desde los Territorios (DNP, 2003).
Por su parte, el caso de las Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología, es
ilustrativo de la forma como la prospectiva ha contribuido para construir una
plataforma de reflexión para organizar las prioridades del desarrollo científico
y tecnológico en las regiones. Las veintisiete (27) Agendas se han constituido en
un proceso significativo de movilización de los principales actores y las comu-
nidades regionales, dirigido hacia la construcción de capacidades en la sociedad
regional para la investigación, la ciencia, la tecnología y la innovación.
Las Agendas regionales de Ciencia, Tecnología e Innovación, apoyadas con re-
cursos de Sena-Colciencias en forma paralela al Programa Nacional de Prospecti-
va, se definen como un ejercicio-proceso de reflexión/concertación/programación
de acciones, mediante las cuales los gobernantes y demás líderes regionales de CyT,
establecen compromisos y planes de acción para promover, incentivar y acelerar
el desarrollo científico-tecnológico en torno a los sectores estratégicos para el de-
sarrollo regional. En la actualidad han formulado su Agenda de C,T+I los depar-
tamentos de: Amazonas, Atlántico, Antioquia, Boyacá, Bogotá – Cundinamarca,
Caldas, Caquetá, Casanare, Chocó, Guajira, Huila, Meta, Nariño, Norte de Santan-
der, Putumayo, Risaralda, San Andrés Islas, Tolima y Valle del Cauca. Se consolidó
una agenda regional para los departamentos de la región Norte Amazónico que
comprende los departamentos de Guainía, Guaviare y Vaupés. Y se encuentran en
proceso de formulación de Agenda los departamentos de Bolivar, Cauca, Santan-
der, Sucre, Cesar, Córdoba, Magdalena y Quindío.7 Todo este proceso de desarrollo
ha permitido fortalecer procesos de organización regional e identificar nuevos gru-
pos interesados en la prospectiva, trabajando desde sus territorios.

7 Los departamentos de Arauca y Vichada formularán su agenda en el marco del acuerdo


del Consejo Regional de la Orinoquía con el apoyo de la Universidad de los Llanos. Ver:
www.colciencias.gov.co
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 159

Finalmente, de todo el recorrido histórico mencionado, por su impacto y


aporte al desarrollo nacional, podrían destacarse las siguientes experiencias:

Cuadro 3. Principales diez ejercicios y Programas prospectivos en Colombia 1969-2007

Nombre Patrocinador Año


Programa Nacional de Prospectiva
Colciencias – SENA 2003-2007
(alberga 32 ejercicios)

Agendas Regionales de Ciencia,


Tecnología e Innovación Colciencias – SENA 2001-2007
(contiene 27 Agendas)

Colombia, un país por construir Universidad Nacional 1999-2002

Destino Colombia Empresa Privada 1997-1998

Estrategia Regional de Desarrollo del


CORPES de Occidente 1996-1998
Occidente Colombiano

Visión Antioquia Siglo XXI ProAntioquia 1996-2000

Determinación de Necesidades Instituto Colombiano de


de Formación de Recursos Fomento a la Educación 1989-1994
Humanos al Año 2005 Superior (ICFES )

Colombia Siglo XXI Confecámaras 1989- 1990

Cámara de Comercio de
Programa Ciudadano
Cali – Universidad del 1987-1992
“El Cali Que Queremos”
Valle

Antioquia Siglo XXI Proantioquia 1986-1990

Fuente: Elaboración propia


160 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

3. Lecciones (2): El caso del Programa Nacional de


Prospectiva Tecnológica e Industrial (2003-2007)8

3.1 Identificación de áreas, alcance y posicionamiento

El PNPC trabaja bajo el liderazgo de Colciencias, con el copatrocinio de la


Corporación Andina de Fomento y el Ministerio de Comercio, Industria y Tu-
rismo, en la primera etapa (2003–2004) y del Servicio Nacional de Aprendizaje
(SENA), durante la segunda etapa (2005–2007).
Su misión actual (2005-2007) es orientar las capacidades nacionales en Pros-
pectiva y Vigilancia Tecnológica para el desarrollo de áreas estratégicas de la
ciencia, la tecnología y innovación aplicadas a la economía del conocimiento, a
través de la puesta en marcha de ejercicios concretos y exitosos al nivel sectorial,
territorial y de las cadenas productivas, y de la Formación de Formadores, que
sean líderes en términos de calidad, pertinencia, innovación, participación social
y productividad.9

8 Este apartado sigue los lineamientos para la evaluación de ejercicios prospectivos, propues-
to por Georghiou & Keenan (2004 – 2007). No obstante, no se constituye en una evaluación
propiamente dicha.
9 Nótese que en el primer ciclo del PNPC se buscaba desarrollar las capacidades nacio-
nales, mientras que en el segundo ciclo se pretendía orientar estas capacidades hacia el
desarrollo de sectores estratégicos basados en conocimiento. El segundo ciclo exigió un
mayor proceso de desarrollo de capacidades que el primer ciclo. Aquí se respondió a un
debate al interior de Colciencias y de las instituciones vinculadas al PNPC. El tema de
controversia era si la prospectiva era un fin en sí mismo o un medio para el desarrollo del
país. En el segundo ciclo triunfó el enfoque de que la generación de capacidades nacio-
nales debería servir como un medio para la transición de Colombia hacia una sociedad y
una economía de conocimiento. En consecuencia, el nuevo enfoque exigió reorientar los
procesos pedagógicos y gerenciales del PNPC. El proceso de reorientación fue asesorado
por el Instituto PREST de la Universidad de Manchester. Ver Miles & Popper (2004). Una
opinion autorizada sobre el PNPC es Miles (2005).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 161

3.2. Objetivos

El PNPC tiene tres objetivos específicos:10


• Contribuir al desarrollo de una visión de futuro de la transición del país
hacia una sociedad y una economía de conocimiento;
• Adelantar ejercicios de prospectiva y vigilancia tecnológica en sectores
estratégicos;
• Realizar un proceso de formación de formadores y apropiación social
del conocimiento prospectivo.
Objetivos

Desarrollo de Visión de País, Ejercicios de Formación de Formadores


en la transición hacia sociedad prospectiva y y Apropiación Social
del conocimiento vigilancia tecnológica de Conocimiento Prospectivo

- Visión 2019 en CTI Jornadas de


- Transformación Productiva Sensibilización
(Análisis de Entorno, Delphi de Seminarios
sectores estratégicos, Análisis Internacionales
sectorial y territorial, Escenarios)

Seis ejercicios para Cuatro ejercicios Cuatro ejercicios Dos ejercicios


las nuevas áreas de para los Centros para Cadenas demostrativos para
CTI de Colciencias de Excelencia de Productivas Agua y Energia
Colciencias Agricolas

Figura 3. Esquema básico del PNPC: Objetivos y actividades principales

10 Los objetivos escogidos reflejan la amplitud del concepto de Prospectiva que se ha manejado.
Para el PNPC la prospectiva es una disciplina que facilita la anticipación y construcción de futu-
ros de la sociedad (Godet, .2004). Sirve como un instrumento que provee insumos calificados de
información y conocimiento para la toma de decisiones estratégicas, vale decir, para aquellas que
comportan impactos de mediano y largo plazo, tienen altos costos y efectos irreversibles para la
sociedad. Esta disciplina de las ciencias sociales tiene alrededor de seis décadas de historia y una
práctica ampliamente difundida en los países desarrollados y en vías de desarrollo. Consiste en
un análisis sistemático y permanente de las alternativas de crecimiento y desarrollo de los países,
territorios, sectores, clusters y empresas que buscan una mejor posición en la sociedad global
basada en el conocimiento. Es una función básica de la planificación, al mismo nivel de la coor-
dinación de políticas públicas, la concertación y la evaluación de planes, programas y proyectos.
Se basa en el procesamiento estructurado de información para identificar tendencias relevan-
tes y factores de cambio en el entorno internacional; sirve para construir escenarios futuros
acerca de la transformación productiva y social de los países. Por tanto, es un instrumento que
se complementa con la vigilancia tecnológica, competitiva y económica del comportamiento
de los mercados y facilita la comprensión de los movimientos estratégicos presentes y futuros
de los competidores internacionales. La prospectiva es un instrumento para tomar mejores
decisiones y construir democracia y sentido de la acción colectiva. Ver: Medina & Ortegón
(2006). Visiones complementarias están en Self-Rule Network (2007) y Unido (2005).
162 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Para operacionalizar estos objetivos el PNPC maneja unaAgenda de Activi-


dades (ejercicios, formación, sensibilización, generación de conocimiento) y una
plataforma tecnológica (bases de datos, banco de métodos, casos y herramientas,
sitio Web) para soportar los proyectos de construcción de visión de futuro en los
sectores estratégicos.

3.3. Recursos

A la fecha el PNPC lleva cinco años de funcionamiento. Desde el año 2005 su


presupuesto aproximadamente es de 1000 millones de pesos/año, suma equivalente
a US 450,000 o 500.000, según la tasa de cambio. En cada etapa o ciclo la gerencia
ha tenido un sello característico. En la primera etapa 2003-2004 se operó con base
en una gerencia contratada mediante concurso público con la Universidad del Va-
lle y el Centro Nacional de Productividad. Durante 2005-2007 la Gerencia ha sido
contratada mediante convenio entre Colciencias y la Universidad del Valle.
El PNPC desarrolla actualmente una Agenda de Actividades prevista en su
Plan Estratégico y cierra el ciclo comenzado en el año 2005, La Agenda ha sido
financiada, con base en una ficha del Banco de Proyectos del Departamento Pla-
neación Nacional (BPIN), mediante recursos de la nación y de la transferencia del
SENA por la ley 344.
La Agenda de Actividades vincula a un importante grupo de instituciones
nacionales e internacionales, entre las cuales hay Ministerios, Universidades,
Centros de Desarrollo Tecnológico, Centros de Productividad, Incubadoras de
Empresas, Empresas Públicas, Empresas y organismos internacionales. Las enti-
dades involucradas en cada ejercicio cofinancian su participación de acuerdo con
diversas modalidades de operación.11

11 En las convocatorias de 2003-2004 la regla de juego era que los consorcios participantes
invirtieran al menos el 30% del costo total del ejercicio de sus propias fuentes de recursos.
En los ejercicios de interés institucional de 2005-2007. Las entidades respaldaron su contra-
partida mediante el tiempo de los equipos de trabajo. Por ejemplo, en el caso de la Visión
2019 y de los ejercicios de Prospectiva Científica de los Programas Nacionales y los Centros
de Excelencia. En esta última situación, la contrapartida consistió en el tiempo dedicado
por los funcionarios, Jefes de Programa, asesores o profesores vinculados a Colciencias y a
las universidades que conforman los Centros de Excelencia. Pero este tiempo es muy difícil
de cuantificar con exactitud, porque también involucra la consulta a expertos externos que
respondían a inquietudes de los equipos de trabajo. Igualmente se compartieron gastos de
logística e infraestructura.
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 163

La Agenda es soportada por un equipo de trabajo, compuesto por un Di-


rector, una asesora, tres vigías, y una coordinadora logística y de comunicacio-
nes. Este equipo, con sede en Colciencias en Bogotá, cuenta con el respaldo de
asesores externos y grupos de trabajo por cada ejercicio en todo el país.12 Estos
grupos de trabajo se denominan Grupos Instituciones Ancla y son el punto de
referencia para hacer las tareas concretas y para canalizar el aprendizaje logra-
do en cada ejercicio.

3.4. Procesos

Los procesos, métodos y grado de participación de los actores e institucio-


nes dependen de los tres grandes objetivos del Programa. En este sentido, por
ejemplo, el desarrollo de visiones exigió del PNPC el manejo de procesos de
investigación e investigación-acción. En el caso de los ejercicios, el PNPC por
lo general generó procesos de coordinación de la ejecución que realizaron las
instituciones ancla. En el objetivo de formación de formadores, el PNPC desa-
rrolló metodologías para el manejo de entrenamiento y difusión de resultados.
Sin embargo, también existió relación e interdependencia de estos procesos.
Un ejemplo es la capacitación que han recibido las instituciones ancla para la
realización de los ejercicios de las cadenas productivas o los ejercicios de pros-
pectiva científica, donde se combinan los procesos correspondientes.

12 El Equipo del PNPC está conformado por: Javier Medina, Jenny Marcela Sánchez Torres,
Andrés León, Alexis Aguilera, Lina Marcela Landinez y Patricia León. Este equipo puede
subcontratar consultores según la complejidad de los ejercicios. A este efecto se contó con el
apoyo de consultores nacionales e internacionales.
164 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 4. Descripción de los objetivos y procesos básicos del PNPC

Objetivo 1: Visión de la transformación productiva y social de Colombia hacia una socie-


dad y una economía basada en el Conocimiento.
• Contribuye a construir una visión compartida de futuro, en la que se definan políti-
cas públicas y estrategias que aceleren la transformación productiva y social del país.
Se pretende mostrar el rol del desarrollo científico, tecnológico e innovativo en la
creación de ventajas competitivas a partir de las capacidades nacionales;
• Esta visión sirve para orientar políticas públicas que mejoren la posición de Colombia
en una Sociedad y economía basada en el conocimiento. Un ejemplo práctico ha sido
su aplicación a la Visión 2019 en Ciencia, Tecnología e Innovación 2020 y el Plan Na-
cional de Desarrollo Científico-Tecnológico y de Innovación 2007-2019;
• La visión busca para dar sentido a los ejercicios del PNP, de modo que su aplicación a
sectores estratégicos contribuya a estimular el crecimiento de la economía colombiana,
y a superar la tendencia a la desindustrialización y desagriculturización del país.

Objetivo 2: Ejercicios de prospectiva y vigilancia tecnológica


• Esta estrategia busca la acumulación y aplicación de conocimiento nacional e inter-
nacional sobre Prospectiva y Vigilancia Tecnológica a través de ejercicios en sectores
estratégicos para el país. Un ejercicio prospectivo puede producir diferentes tipos de
productos y puede llevarse a cabo con distintos públicos estratégicos. Los ejercicios per-
miten obtener resultados específicos, tales como identificar los productos y mercados
promisorios para un sector, organización o territorio. Permiten comparar la plataforma
tecnológica propia contra la de los competidores, establecer los perfiles y las brechas
tecnológicas que les separan e identificar elementos de juicio para elaborar políticas pú-
blicas, regulaciones y visualizar las necesidades de formación del talento humano;1313
• La prospectiva y vigilancia tecnológica pueden aplicarse a diversos `sectores per-
mitiendo beneficios tales como la articulación de las líneas de investigación de los
diferentes centros de excelencia, la definición de lineamientos de política tecnológi-
ca y científica desde instancias gubernamentales o la identificación de oportunida-
des estratégicas para el sector empresarial;
• Los ejercicios se desarrollan con actores que pertenecen a diferentes sectores. Por
ejemplo: los ejercicios en los Centros de Excelencia reúnen el sector académico y
empresarial; los ejercicios de las áreas de Colciencias, Fomipyme y del Ministerio
de Agricultura involucran el sector gubernamental; los ejercicios demostrativos in-
volucran actores de empresas públicas-estratégicas.

13 La distinción entre productos formales e informales de la prospectiva tecnológica marcará


sello distintivo que puede tener un ejercicio. En términos de aplicaciones concretas a nivel
de la empresa, los ejercicios y procesos prospectivos permiten hacer planificación en situa-
ciones de incertidumbre, algo apropiado para entornos inestables y altamente conflictivos
como los latinoamericanos. Igualmente, facilitan la gerencia de tecnologías emergentes, un
tema vital para aprovechar oportunidades a lo largo de esta década. Así mismo, amplían las
posibilidades para hacer una evaluación más completa del potencial de nuevos mercados y el
desarrollo de nuevos productos, crear estrategias financieras innovadoras, encontrar aliados
y promover el diseño y gestión de alianzas estratégicas al nivel global y realizar procesos de
inteligencia anticipatoria (Cfr. Day, Shoemaker, 2006; Day, Shoemaker & Gunter, 2001).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 165

Objetivo 3: Formación de formadores y apropiación social del conocimiento prospectivo


• El desarrollo de capacidades en Prospectiva, Vigilancia Tecnológica e Inteligencia
Competitiva es una condición necesaria para que estas actividades se han realiza-
das de manera sistemática y continua en las organizaciones colombianas;1414
• La formación incluye fundamentos conceptuales, el manejo de programas y herra-
mientas especializadas en prospectiva y vigilancia tecnológica, pautas para la con-
formación de unidades de inteligencia competitiva, la divulgación de conocimiento
de frontera, el contacto con personalidades y líderes en el campo, y la promoción
de mejores prácticas nacionales e internacionales;
• Los cursos y seminarios son abiertos y usualmente gratuitos para comunidades acadé-
micas, empresariales y gubernamentales. Se organizan bajo la Agenda de Actividades
del Programa y cubren diferentes temas, como prospectiva en cadenas productivas,
prospectiva científica y tecnológica, tecnologías de análisis de futuro, evaluación de
políticas públicas en ciencia y tecnología, pensamiento económico contemporáneo.

Fuente: Adaptado de Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva (2006)

3.5. Paneles y temas

Durante 2005 y 2007 se cambió la escala y el enfoque anterior para la rea-


lizacion de los ejercicios. Mientras en 2003-2004 se hicieron siete (7) ejercicios
prospectivos sectoriales, subsectoriales y secto–territoriales, a través de dos (2)
convocatorias públicas, y se impulso un ejercicio pionero de políticas públicas,
en el nuevo período 2005-2007 se iniciaron veinticuatro (24) nuevos ejercicios:
un (1) ejercicio de visión estratégica de país, tres (3) ejercicios de política pública
y direccionamiento estratégico; dos (2) internacionales, doce (12) de prospectiva
y vigilancia tecnológica científica y tecnológica, cuatro (4) de cadenas producti-
vas y dos (2) ejercicios demostrativos. Actualmente están finalizando los últimos
ocho ejercicios (Ver cuadros siguientes).
En el nuevo ciclo 2005-2007 se dejó de trabajar mediante convocatorias y se
asumió la modalidad de ejercicios desarrollados por iniciativa institucional, de

14 La gestión y ejecución de un proyecto prospectivo es compleja y dinámica, puesto que debe


responder por múltiples variables en el tiempo, muchas de los cuales están fuera del con-
trol de los responsables del mismo. Por esta razón, los ejercicios y procesos prospectivos
contemporáneos requieren una creciente especialización en su diseño y organización, de
modo que se pueda desplegar efectivamente la capacidad y el poder de convocatoria téc-
nico y político de la sociedad a través de los sistemas nacionales y regionales de innovación.
Ver: Miles et al (2002).
166 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

carácter público. El PNPC recibió la solicitud de colaboración de Colciencias, el


Ministerio deAgricultura y Desarrollo Rural – Banco Mundial, el Ministerio de
Comercio, Industria y Turismo, el Departamento Nacional de Planeación e im-
portantes empresas del sector público.
Para responder a estos requerimientos se configuró en la práctica una ti-
pología heterogénea de ejercicios. Cada tipo agrupa un conjunto de ejercicios
que conllevan conceptos diversos de alcance, duración, corresponsabilidad en
la ejecución e implicaciones institucionales distintas. Es decir, que unos tipos
de ejercicios estuvieron bajo la responsabilidad de ejecución directa por parte
del equipo del PNPC, mientras que otros tipos fueron impulsados y coordina-
dos por el equipo del PNPC, pero ejecutados por instituciones ancla.
De otro lado, cada tipo de ejercicios comportó un esquema metodológico
diferente en términos de participación y uso de herramientas prospectivas.
Cada tipo fue adecuado a las particularidades de los contextos de aplica-
ción. Hubo ejercicios de gran alcance en la consulta a expertos, como los
ejercicios delphi en el Direccionamiento Estratégico del Programa Nacional
de Biotecnología (300 personas), en la identificación de Sectores Estratégi-
cos para la Transformación Productiva (240 personas) y en la consulta sobre
Tecnologías Emergentes, dentro del Estudio de Educación Superior para la
Transformación Productiva, con el Convenio Andrés Bello (500 personas).
Pero también existieron ejercicios de participación restringida, enfocada en
el trabajo directo y personalizado con autoridades con poder de decisión,
como los del Direccionamiento Estratégico del Fondo para la Pequeña y Me-
diana Empresa del Ministerio de Comercio (Fomipyme), y la Visión 2019
sobre Ciencia, Tecnología e Innovación, llevada a cabo por Colciencias y el
Departamento Nacional de Planeación.
La descripción, el alcance y los ejemplos concretos de los ejercicios se refieren
en los cuadros siguientes:
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 167

Cuadro 5. Tipología de ejercicios del Primer Ciclo del PNP: 2003-2004

Tipo de Ejercicio Descripción Alcance Ejemplos


Ejercicios de
exploración de
oportunidades
Estos ejercicios fueron Sectoriales (3) en sectores
realizados por distintos económicos:
consorcios conformados • Inicio: 2003 • Energía
por universidades, cen- • Fin: 2004 • Empaques y
tros de desarrollo tecno- embalajes para
lógico, incubadoras de alimentos
empresas, observatorios, • Lácteo
empresas y gremios, Exploran alternati-
quienes ganaron en los vas de desarrollo
concursos públicos por para sectores
Convocatorias(7)
la calidad de sus pro- estratégicos de al-
puestas. gunos territorios.
• Turismo
En total participaron 51 Secto-territoriales
en Cartagena
consorcios de 13 ciuda- (4)
• Exportación de
des del país, y ganaron servicios de Salud
7 consorcios de 6 ciuda- • Inicio: 2004
en el Valle del
des (Bogotá, Barranqui- • Fin: 2006
Cauca
lla, Bucaramanga, Cali, • Fique en
Cartagena y Medellín). Santander
• Cadena hortícola
de la Sabana de
Bogotá.
Se introdujo la
metodología del-
phi en línea para
la exploración de
nichos estratégi-
Esfuerzo de aplicación Programa
cos con expertos,
de la prospectiva al di- Nacional de
la referenciación
Política Pública y seño de políticas y pla- Biotecnología de
competitiva de
Direccionamiento nes con influencia en la Colciencias Inicio:
políticas públi-
Estratégico(1) decisión pública. Se res-
cas, la vigilancia
ponde a mandatos insti- • Inicio: 2003
tecnológica y la
tucionales. • Fin: 2005
participación di-
recta del Consejo
de Programa en
el debate público
correspondiente.
Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2006
168 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 6. Tipología de Ejercicios del Segundo Ciclo del PNP: 2005-2007

Tipo de Ejercicio Descripción Alcance Ejemplos


Permiten aprender expe-
Global SCOPE 2015
riencias para transferir
•Inicio: 2005 – Cooperación Europa
a los ejercicios colom-
• Fin: 2005 – América Latina.
bianos, y posicionar al
Ejercicios Educación Superior para
Programa colombiano
internacionales (2) Latinoameri- la Transformacion pro-
de Prospectiva como ac-
cana ductiva y social con Equi-
tor que tiene elementos
• Inicio: 2005 dad al 2020 en el Conve-
para aportar en la escena
• Fin: 2007 nio Andrés Bello
internacional.
Identifican nuevas politi-
Transformación
cas y estrategias de tran- Nacional
Visión Estratégica productiva
sición de Colombia hacia •Inicio: 2005
de país (1) (Macroproyecto que
una sociedad y una eco- • Fin: 2007
contiene cuatro fases)
nomía de conocimiento.
Nacional Visión 2019 en Ciencia,
Esfuerzo de aplicación
•Inicio: 2006 Tecnología e Innovación.
de la prospectiva al di-
• Fin: 2006 Plan Nacional de Desarro-
Política Pública y seño de políticas y pla-
llo Cientifico – Tecnologico
Direccionamiento nes con influencia en la • Inicio: 2006
y de Innovacion 2019. Fon-
Estratégico (3) decisión pública. Se res- • Fin: 2006
do de Pequeña y Mediana
ponde a mandatos insti-
• Inicio: 2005 empresa del Ministerio de
tucionales.
• Fin: 2005 Comercio (Fomipyme)
Construyen Agen- Centros de Excelencia (5)
Sistema
das de Investigación, Areas y Programas Na-
Nacional
Prospectiva y Vi- desarrollo tecnológico cionales del Sistema Na-
de Ciencia
gilancia Científica e innovación, en forma cional de Ciencia, de
y Tecnologia
y tecnológica (12) participativa con los Colciencias (6)15
• Inicio: 2005
responsables de ejecutar Identificación de Capaci-
• Fin: 2007
las políticas públicas dades Nacionales (1)
Construyen Agendas de
Investigación, desarrollo Nacional • Cacao; Acuicultura
Cadenas
tecnológico e innova- • Inicio: 2005 • Forestal; Derivados
productivas (4)
ción mediante un enfo- • Fin: 2007 lácteos
que sistémico
Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2006 15

15 Estos son: Cinco (5) ejercicios con los Centros de Excelencia (Nuevos Materiales-Cenm, Pro-
ductos Naturales y Aceites esenciales -Cenivam, Recursos Genéticos y Biodiversidad -Ciebreg,
Tuberculosis -CIB); Cultura, paz y desarrollo (CINEP). Seis (6) ejercicios con los Programas
Nacionales de Colciencias (Ciencias Sociales; Electrónica, Telecomunicaciones e Informática
(ETI); Agroindustria (Agro) – ETI ; Biotecnología – Agro; Ciencias Básicas; Energía).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 169

3.6. Productos y publicaciones

En el ciclo puesto en marcha en 2003-2004, se culminaron ocho (8) ejer-


cicios, se organizaron tres (3) seminarios internacionales y tres (3) seminarios
nacionales, en dos (2) ciudades del país. Se participó en ocho (8) eventos interna-
cionales y se colaboró con cinco (5) Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología.
Se puso en operación el sitio Web como primera plataforma de intercambio de
conocimiento del PNPC.
En total, en el ciclo 2003-2007 se destaca:

• La participación en dos (2) importantes ejercicios internacionales de la


Unión Europea y el Convenio Andrés Bello;
• La ejecución de veintidós (22) ejercicios que involucran a los Centros de
Excelencia en Ciencia y Tecnología del país, el Ministerio de Agricultura
y Desarrollo Rural, Colciencias, el Departamento Nacional de Planea-
ción y el Ministerio de Comercio, y varias instituciones y universidades
de primer orden nacional y regional;
• El aumento en la cobertura a diecisiete (17) ciudades atendidas al nivel
nacional;
• El aumento en la escala de organización de eventos de transferencia al
Sistema Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación: la realización de
cien (100) eventos, entre Jornadas y Conferencias de Prospectiva y Vigi-
lancia Tecnológica; conferencias y Seminarios y Cursos de Formación;
• El contacto directo con los principales protagonistas de los centros y puntos
de referencia de prospectiva en Europa, Norteamérica y Latinoamérica;
• El diseño y realización, mediante procesos de cooperación internacio-
nal, de Cursos y Jornadas de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, por
solicitud de los Organismos Nacionales de Ciencia y Tecnología (ON-
CYT) de Ecuador, Guatemala, El Salvador y Perú, en especial el curso
sobre “Prospectiva y Decisión Pública” con el Convenio Andrés Bello;
• La participación por invitación en diez y nueve (19) eventos internacio-
nales de primer orden en Argentina (2), Austria (1), Bélgica (1), Brasil (3),
Chile (3), Ecuador (1), España (1), Inglaterra (1), Perú (4), Venezuela (2);
• Se prepararon más de noventa (90) textos para publicación o como do-
cumentos de trabajo. Entre ellos: Libros y Manuales (5); Revista Ciencia
& Tecnología (1) – 11 artículos. Artículos en libros o revistas interna-
cionales (7); artículos en libros o revistas nacionales (6); artículos en
170 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

medios nacionales (10). Los más relevantes son – un (1) Manual de Pros-
pectiva y Decisión Estratégica de gran alcance internacional, publicado
por CEPAL; cuatro (4) libros, una (1) revista sobre los ejercicios del Pro-
grama con once (11) artículos, seis (6) artículos en revistas indexadas o
libros internacionales; cinco (5) artículos en revistas indexadas o libros
nacionales, tres (3) artículos en separatas del Diario de enfoque empre-
sarial “Portafolio”;16
• La puesta en marcha de la Unidad de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica
e Inteligencia Competitiva de Colciencias; lo cual incluye el estudio para
la selección y el proceso de compra e implantación de importantes herra-
mientas informáticas para el servicio de todos los ejercicios del PNPC;17
• La preparación de veintiséis (26) Guías Metodológicas para el manejo de
las herramientas del Programa de Vigilancia Tecnológica e Inteligencia
Competitiva y la elaboración doce (12) Documentos de Trabajo para la
conceptualización y apoyo de los diversos proyectos del Programa;
• La elaboración del Plan Estratégico del PNP, la reorganización adminis-
trativa y financiera del PNPC y la conformación del equipo de trabajo
del Programa.

16 Actualmente se encuentran los siguientes textos en proceso de publicación (25) -Libros (6);
-Colección Transformación Productiva, preparada con Fundación Agenda Colombia, Auto-
res: Varios (5); -Colección “Ejercicios de vigilancia y prospectiva tecnológica” (14); Artículos
libros en proceso de publicación (2).
17 En cuanto a hardware, se cuenta con un servidor en el cual se alojan las herramientas espe-
cializadas y un servidor en el cual se instala un software especial para garantizar la seguri-
dad del uso de las herramientas especializadas en forma remota. Se dispone de elaborados
y costosos programas para el análisis de patentes y el análisis cienciometrico y semántico
como Goldfire – Researcher, Matheo – Analyst y Vantage-Point. Mientras que para el aná-
lisis prospectivo se cuenta con los programas de Calibrum, del Convenio Andrés Bello y del
Laboratorio de Investigación en Prospectiva, Estrategia y Organizaciones (LIPSOR) lidera-
do por el profesor Michel Godet.
Adicionalmente, la unidad cuenta con el programa TradeCAN de la CEPAL, que permite
el análisis de la competitividad de las naciones a través de los flujos de bienes del comercio
internacional. De igual manera se utilizan programas de software gratuito y servicios que
permiten acceder a bases de datos, noticias de interés y bancos de expertos. Al respecto ver:
Sánchez y Palop (2002).
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 171

3.7. Impactos

Los impactos del PNPC durante 2003-2007 siguen una línea de continuidad
que se despliega en múltiples campos, a saber:

Diseño y elaboración de políticas públicas


En especial se destaca el diseño, elaboración y publicación de cuatro (4) ejer-
cicios de importancia nacional, con la participación de decidores y Consejos de
alto nivel, como fueron:

• La Visión 2019 en Ciencia, Tecnología e Innovación y el Plan Nacional


de Desarrollo Científico-Tecnológico y de Innovación al 2019;
• El Direccionamiento Estratégico del Programa Nacional de Biotecnolo-
gía y del Fondo para la Pequeña y Mediana Empresa del Ministerio de
Comercio, Industria y Turismo.

El ejercicio de la Visión 2019 sirvió como referente conceptual para el com-


ponente de Ciencia, Tecnología e Innovación del Plan Nacional de Desarrollo
2007-2010 y el Plan Estratégico 2007-2010 de Colciencias, actualmente en pro-
ceso de ejecución. A su vez, estos procesos, en conjunto con otras iniciativas,
lograron que el Gobierno Nacional duplicara el presupuesto de Colciencias para
la vigencia del año 2008.

Efecto multiplicador y presencia regional, nacional e internacional


En total, al sumar ambos ciclos del PNPC, se ha colaborado en múltiples
actividades con cincuenta y nueve (59) organizaciones nacionales y cuarenta y
cuatro (44) entidades y organismos internacionales, en diecisiete (17) ciudades
colombianas y quince (15) ciudades internacionales. Lo más importante como
acumulado de conocimiento lo representan las experiencias ejecutadas con quin-
ce (15) instituciones ancla que realizaron ejercicios con el PNP.
172 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 7. Cobertura de instituciones relacionadas con el PNPC


Tipo de Institución Nº de Instituciones
Universidades 17
Ministerios 3
Centros de Desarrollo Tecnológico 13
Centros de Productividad 7
Incubadoras de Empresas 2
Empresas Públicas 2
Entidades Públicas 6
Empresas 8
Fundaciones 1
Organismo Internacionales 44
Total de Instituciones 103
Fuente: Programa Nacional de Prospectiva (2007)

15 1. Barraquilla
1
17 2. Bogotá
5
3. Bucaramanga
4. Cali
5. Cartagena
3 6. Ibagué
8 7. Manizález
8. Medellín
16
7 9. Neiva
2 10. Pereira
10
14 6 11. Popayán
4
12 12. Puerto Tejada
13 9 13. Rionegro
11
14. Roldanillo
15. Santa Marta
16. Tunja
17. Valledupar

Figura 4. Mapa de presencia nacional del PNPC


Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 173

Instituto PREST
IPTS - Unión Europea
Universidaded de Manchester

Unión Europea
Bruselas
CYTED
OPTI
COTEC
Guatemala
El Salvador
CAB
Equador
SELF RULE
Perú Red Eurolatina
EMBRAPA,
CEPAL/Ilpes CGEE,
Argentina UFRJ

Figura 5. Mapa de presencia internacional del PNPC

ONCYT’s: Ecuador, Guatmala,El Salvador, Perú, Venezuela. Organismos internacionales: CAB,


CAF, CAN CEPAL/ILPES. Proyectos Internacionales: Unión Europea – SCOPE 2015, CAB Educa-
ción Superior para la transformación productiva. Centros: IPTS, CGEE, EMBRAPA, UFRJ, Instituto
PREST, OPTI. Redes: SELF RULE (Brasil, Perú, Venezuela, España, Inglaterra, Finlândia, Hungría).
Otros: AACREA, Consejo Federal de Inversiones de Argentina

Desarrollo institucional de la prospectiva


La experiencia del PNPC ha contribuido a generar un interés por la aplicación
de la prospectiva en diversos contextos. Por ejemplo, en la Oficina de Planeación
y Evaluación de Colciencias, la creación del Instituto Nacional de Prospectiva, la
transferencia del modelo prospectivo del SENAI al SENA, y la creación en las regio-
nes de nuevas organizaciones prospectivas o servicios prospectivos dentro de orga-
nizaciones existentes (Antioquia, Valle del Cauca, Risaralda, Santander, Cauca).

Promoción del debate público


Al promover el tema de transformación productiva y social, el PNPC se anticipó
al proceso de la elaboración del Plan de CT+I 2019 y a la política nacional de com-
petitividad. Este aporte ha sido neurálgico para elaborar una estructura conceptual
que ha sido central para las políticas de ciencia, tecnología e innovación, tanto al
nivel de Colombia como de del Convenio Andrés Bello. Este desarrollo conceptual
se realizó en contacto con la Corporación Andina de Fomento, CEPAL, y un impor-
tante grupo de consultores contratados específicamente al efecto. De este modo, el
PNPC ha aportado nuevos conceptos para el análisis del futuro del país.
174 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Gerencia
Se produjo un aumento significativo de recursos del PNPC y de recursos
apalancados por el PNPC mediante las modalidades de contratación y cofinan-
ciación con las que se trabajó. Fue decisiva la consecución de recursos de la Ley
344, provenientes del Convenio SENA-Colciencias. También se creó el equipo del
PNP y se completó la plataforma de intercambio de conocimiento.

Formación
Se crearon las Jornadas de Sensibilización en Prospectiva y Vigilancia Tec-
nológica para públicos estratégicos. Se facilitó el desarrollo de Seminarios In-
ternacionales en diferentes formatos, Cursos específicos para el manejo de he-
rramientas informáticas; y se utilizaron videoconferencias al nivel nacional e
internacional. Esto permitió la participación de un gran número de personas,
que percibieron el nombre de Colciencias y las entidades patrocinadoras como
instituciones líderes en este campo.18

Articulación y apropiación de conocimiento prospectivo


El contacto permanente, el acompañamiento y la asesoría de líderes inter-
nacionales de la prospectiva y la vigilancia tecnológica facilitó que las entidades
ancla utilizaran conceptos, métodos y herramientas de primer orden, para sus
ejercicios en las regiones colombianas. Se aprendieron nuevas formas de inter-
vención, entre otras: - la prospectiva en línea para consulta a expertos, la prospec-
tiva en cadenas productivas, la inteligencia competitiva; la prospectiva territorial,
la prospectiva organizacional; la combinación de prospectiva y evaluación de po-
líticas públicas; y el desarrollo de nuevas herramientas informáticas.
Este conocimiento fue adaptado a las condiciones locales y reutilizado de
múltiples maneras, tanto tácitas en el caso del aprendizaje de los consultores co-
lombianos que participaron en los ejercicios, como codificadas, como en el caso
de la elaboración de los Manuales para el manejo de las herramientas informáti-
cas por parte del equipo del PNPC. Cabe mencionar, su aplicación al ejercicio del

18 Está por hacer el cálculo del número exacto de las personas vinculadas a los eventos del
PNPC. En las Jornadas de Prospectiva y Vigilancia se trabaja con auditorios especializados
de 30 a 50 personas. En los Seminarios se ha tenido participación de 200, 400, 600 perso-
nas. Por ejemplo, en la lección inaugural de las actividades de capacitación del Proyecto de
Prospectiva Tecnológica del Convenio Andrés Bello, realizada en Bogotá en el año 2005 con
el profesor Michel Godet de LIPSOR de París, se transmitió una videoconferencia a ocho
países, treinta y dos puntos de red y más de cinco mil personas.
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 175

Convenio Andrés Bello, y a la respuesta del Programa a las solicitudes de cursos


y acompañamiento de los procesos prospectivos de los ONCYT de Ecuador, Gua-
temala, El Salvador y Perú.

Aprendizaje colectivo
La importancia de las experiencias de aprendizaje facilitadas por el PNPC
radica no solo en la acumulación de diversas prácticas y metodologías apropiadas
para diversos niveles de complejidad, sino también en el desarrollo de los con-
tenidos específicos de cada tema. El aprendizaje adquirido en la práctica con el
sector académico, gubernamental, empresarial y social muestra el potencial y las
limitaciones que conlleva aplicar la prospectiva en entornos inestables, inciertos
y conflictivos. Todo este aprendizaje es un patrimonio del país y su comprensión
ha servido para apalancar otras experiencias de carácter multinacional, como es
el proyecto de Prospectiva Tecnológica del Convenio Andrés Bello, donde Col-
ciencias lidera el análisis de las relaciones entre la educación superior y la trans-
formación productiva y social con equidad, en un ejercicio compartido con doce
países signatarios del Convenio.

Producción Intelectual
Es relevante el número de publicaciones realizadas y en proceso de finaliza-
ción, porque implican el grado de producción de conocimiento y la aceptación del
mismo por parte de las instituciones que reconocen la calidad de estos trabajos.
Además de la elaboración de los reportes de los ejercicios, en especial se destaca:

• La elaboración del Manual de Prospectiva y Decisión Estratégica con


CEPAL-ILPES. La publicación del Plan Estratégico del Programa, y de
varios libros y artículos en el plano nacional e internacional;
• La preparación del Curso Internacional de Prospectiva y Decisión Estra-
tégica para Políticas de Ciencia y Tecnología del Convenio Andrés Bello,
realizado en 2006 en Quito (Ecuador), en 2007 en Lima (Perú) y en Cali
(Colombia).

Cultura y Desarrollo prospectivo


El PNPC ha consolidado un amplio panorama teórico y práctico acerca de
la puesta en escena de la prospectiva. Ha mostrado el valor de la prospectiva,
entendida en una forma contemporánea, como una disciplina que facilita la anti-
cipación y construcción de futuros de la sociedad.
176 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

El PNPC ha abierto un diálogo público que contribuye a construir una visión


de futuro del desarrollo del país, a partir de la investigación, el desarrollo tecno-
lógico y la innovación, por parte del gobierno nacional, los ministerios e institu-
ciones públicas y privadas, los organismos de financiación, los gremios de la pro-
ducción, las empresas, los trabajadores y la sociedad en general. Esta evidencia
es una muestra del poder colectivo que se genera al compartir el conocimiento y
aunar recursos para construir sentido en forma participativa, para crear direc-
ción y significado en los sectores económicos y tecnológicos que lo necesitan.

Aumento de la Productividad
Los grandes números del programa pueden verse en el próximo cuadro:

Cuadro 8. Principales productos del PNPC


2007
20 03
Concepto 2005 2006 (sept. Total
2004
30)
Nuevos Ejercicios (Convocatorias – C; Centros de Ex-
6 PC 1CE
celencia – CE; Internacionales – I; Programas Col- 4 CE+
7C + 4 2 SP 28
ciencias – PC ; Cadenas Productivas –CP; demostra- 2I
CP 1C
tivos Servicios Públicos – DSP; Capacidades - C)
Elaboración de políticas/ejercicios de Direcciona- 2
1BT 1 FP 4
miento Estratégico CTI
Ciudades Atendidas
• Nacionales 5 11 10 6
• Internacionales 5 5 7 6
Eventos de Formación
Participación en Seminarios Internacionales por
8 6 7 10 31
Invitación
Organización de Seminarios Nacionales 3 3
Organización de Seminarios Regionales 3 3
Organización de Cursos de Alto nivel 6 11 12 29
Organización de Jornadas de Prospectiva Tecnológica 11 14 4 29
Organización de Jornadas de Vigilancia Tecnológica 10 11 14 35
Organización Mixtas de Jornadas de Prospectiva y
5 5 2 12
Vigilancia tecnológica
Conversatorios 5 2 3 10

Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2007


Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 177

4. Conclusiones y Desafíos:
Hacia la institucionalización de la prospectiva

Es evidente el proceso de difusión que ha tenido la prospectiva en Colombia.


Si bien se ha logrado un avance significativo en temas de ciencia y tecnología,
educación superior y desarrollo territorial, este esfuerzo debe ser permanente y
dista todavía de alcanzar un nivel óptimo. Falta permear más el desarrollo eco-
nómico e institucional y asegurar mecanismos que provean calidad y desarrollo
profesional de alto nivel, esto es, formación avanzada especializada, en Maestrías
Científicas y Doctorados específicos en Prospectiva.
Este proceso de aprendizaje se ha logrado en aproximadamente cuarenta
años y ha tenido varias etapas: - la etapa inicial de sensibilización 1969-1980; - la
etapa de impulso en la década de los ochenta; -la etapa de rápida expansión en los
años noventa; -y la etapa de maduración, en la presente década.
Cada etapa ha tenido logros satisfactorios. En todo el período, especialmente
se ha alcanzado un eco importante en las universidades y los territorios. Colcien-
cias ha sido la institución que ha mantenido el liderazgo histórico en el tema, con
la virtud de renovar constantemente los enfoques, discursos y metodologías. Ha
servido de institución bandera y catalizadora del aprendizaje nacional.
En las tres primeras etapas surgieron múltiples ejercicios y proyectos prospec-
tivos dispersos. Bajo este enfoque, cada universidad y empresa interesada realizó
su propio ejercicio. Existieron muy pocos programas que aglutinaran esfuerzos
colectivos. Apenas el Programa Nacional de Prospectiva de Colciencias en 1986-
1990 y el Programa Ciudadano “Cali Que Queremos” en 1987-1992 tuvieron este
nuevo enfoque. Grandes proyectos como la “Formación de Recursos Humanos”
del ICFES (1989-1994) y la Visión Antioquia Siglo XXI (1996-2000) tuvieron un
alcance plurianual. Pero ambas categorías fueron entendidas como mecanismos
transitorios ad-hoc, vale decir, para impulsar iniciativas a término fijo, que se di-
solvían una vez presentaban los resultados esperados. Algunas entidades como la
Asociación Colombiana de Universidades (ASCUN), los Gremios y especialmente
las Cámaras de Comercio agrupadas en Confecamaras fueron animadoras de la
reflexión prospectiva, pero no crearon programas institucionales a este fin. Lo
relevante de estas tres primeras etapas fue la creación de una masa crítica de per-
sonas formadas en la teoría y práctica de la prospectiva, que fueron protagonistas
de importantes impactos en el desarrollo local, regional y sectorial.
En la presente década, en la fase de maduración, Colciencias y en menor me-
dida el Departamento Nacional de Planeación, enfocaron la prospectiva de una
178 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

manera más amplia. En lugar de seguir un enfoque clásico, centrado en la obser-


vación y análisis de cambios sociales y tecnológicos, entendieron la prospectiva
como un instrumento propicio para la concertación interinstitucional y la toma
de decisiones estratégicas. En este sentido fueron creados tres programas de ma-
yor alcance, de los cuales las Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología, y el
Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (PNPC) lograron un
alto desarrollo.
La experiencia del Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Indus-
trial (PNPC) ha servido como un laboratorio intensivo de aprendizaje, para el
impulso de los treinta y dos (32) ejercicios realizados, y para la gestión de proyec-
tos y procesos prospectivos. Se demostró que es viable impulsar simultáneamente
proyectos específicos bajo una coordinación interinstitucional, y contribuir al
desarrollo de las capacidades nacionales.
Actualmente el PNPC, vigente desde el año 2003, se encuentra en su fase
final, y está bajo evaluación por parte del Instituto PREST de la Universidad de
Manchester. Con ello se pretende dar respuesta a preguntas acerca del impacto
del PNPC y sus proyectos, la relación costo-efectividad del PNPC y el modo en el
cual fue abordada la prospectiva. Las conclusiones de la evaluación contribuirán
a dar lugar a una nueva forma de organización, mediante la creación del Instituto
Andino de Prospectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento.
Ahora bien, por su parte, al nivel del gobierno central, el Departamento Na-
cional de Planeación (DNP), y el Ministerio de Hacienda, que son las entidades
llamadas a pensar el largo plazo en el país, históricamente han mantenido un
discreto interés en el tema. El DNP ha intentado un acercamiento más profundo
a través del Programa de Planeación Estratégica de Largo Plazo al nivel territo-
rial, y el esfuerzo de la Visión Colombia 2019. No obstante, estos avances que
crean conciencia sobre la importancia de prepararse seriamente para el futuro,
existe temor a afrontar la prospectiva en tanto disciplina, y se prefiere un enfoque
instrumental, donde la prospectiva es una herramienta, confundida con otras
herramientas de planeación estratégica y programación de inversiones.
Este panorama parece estar cambiando al nivel central. Recientemente al-
gunas entidades del gobierno central están orientando recursos importantes ha-
cia la prospectiva en el Plan Nacional de Desarrollo 2007-2010, tales como el
Ministerio de Agricultura, el Ministerio de Comercio Exterior, Colciencias y el
Servicio Nacional de Aprendizaje. Mientras las dos primeras entidades esperan
desarrollar por su cuenta dieciséis (16) y cuatro (4) ejercicios, respectivamente,
Colciencias y el Sena han apostado por la consolidación institucional.
Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque 179

Actualmente, Colciencias ha conformado una nueva Oficina de Planeación


Estratégica y Evaluación, la cual dará continuidad a la infraestructura y el equipo
de trabajo entrenado por el Programa Nacional de Prospectiva. Por su parte, el
SENA espera desarrollar un Macroproyecto de desarrollo de capacidades a su in-
terior; el cual espera transferir el modelo prospectivo del SENAI del Brasil (Cruz
et al 2005) y consolidar equipos de trabajo en las treinta y dos (32) oficinas regio-
nales y los ciento catorce (114) centros de desarrollo tecnológico. Este Macropro-
yecto seguramente tendrá a mediano plazo una gran influencia en el desarrollo
sectorial, tanto al nivel económico como al tecnológico.
La nueva década por venir señala varios desafíos para la prospectiva, entre
ellas perfeccionar los estándares de calidad, mejorar el desarrollo profesional de
los prospectivistas, lograr un mayor impacto en las empresas privadas e institu-
ciones públicas, y lograr un alto nivel de articulación con la comunidad interna-
cional de prospectivistas.
Si bien, la experiencia del PNPC muestra avances significativos en la expe-
riencia colombiana, falta un gran esfuerzo para lograr satisfacción total en los
objetivos previstos:

• Contribuir al desarrollo de una visión a largo plazo del país, a partir de


la sustentación de oportunidades y prioridades en áreas temáticas y/o
sectores productivos de interés estratégico para Colombia en los campos
de ciencia, tecnología e innovación, para la consolidación de ventajas
competitivas nacionales;
• Profundizar la aplicación de la prospectiva y la vigilancia tecnológica al
desarrollo territorial, mediante ejercicios de fortalecimiento de cadenas
productivas, clusters y sistemas regionales de innovación;
• Fortalecer la capacidad de formación de formadores de primer nivel en
Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, y promover la apropiación social
del conocimiento prospectivo en la comunidad en general, con base en
la actuación de Universidades y Centros como agentes de cambio para
multiplicar el radio de acción.

En este contexto, la Universidad del Valle, Colciencias, el SENA y el Conve-


nio Andrés Bello esperan aprovechar la experiencia ganada y las redes creadas
por el PNPC, aunar esfuerzos y consolidar este proceso alrededor del Instituto
Andino de Prospectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento. Su propósito cen-
tral será liderar la formación avanzada en materia de Prospectiva y Vigilancia
180 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Tecnológica en la región, con un enfoque amplio orientado a producir innovación y


transformación del aparato productivo. Veinticinco (25) entidades nacionales han
manifestado interés en trabajar asociadas al Instituto. Así se dará un nuevo paso
hacia adelante en la evolución de la prospectiva en Colombia.

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La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los
Esfuerzos de Integración Latinoamericana

Emilio García Capote e Irene Lezcano Lastre1

1. Introducción

El pensamiento estratégico comporta la creación de una representación del


futuro. Como esfuerzo científico interdisciplinario, la prospectiva dará instru-
mentos para elaborar esas representaciones, pero es, por supuesto, mucho más
que una “caja de herramientas”.
Es, sobre todo, una afirmación de ese futuro que queremos crear — que quere-
mos inventar, como señaló en su momento Dennis Gabor (Gabor, 1964) —, combina-
da con una vocación normativa y una voluntad de allegar los medios necesarios para
llevar a cabo las acciones estratégicas que permitirán la realización de ese futuro.
Vistas así las cosas, no cabe la menor duda en afirmar que la conducción del
proceso sociopolítico en Cuba a partir de 1959 ha revelado ser profundamente es-
tratégica, manejando consecuentemente una firme visión prospectiva del desarro-
llo de la sociedad, actualizada en respuesta a las variaciones sustanciales en el en-
torno exterior, pero apoyándose siempre en principios que no se han declinado.
¿Cuáles son algunas de las ideas, cuáles las acciones y cuáles los caminos im-
plicados en los actuales resultados? A identificarlos y situarlos en la esfera de las
construcciones del futuro, en lo cual ha jugado, a partir de su creación, un impor-
tante papel estimulador la pertenencia de nuestro país a la Red Iberoamericana
de Prospectiva (RIAP), está dedicado este trabajo.

1 Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología. Los autores aparecen en orden alfabético


de apellidos.
186 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

2. Algunas cuestiones conceptuales e históricas

Existen, como es conocido, numerosas definiciones de lo que debe entender-


se por prospectiva. Se acepta, en general, que es un conjunto de esfuerzos sistemá-
ticos para examinar a largo plazo la interrelación futura de la ciencia, la tecnolo-
gía, la sociedad y el medio ambiente natural. No se trata de pronosticar el futuro,
sino de partir del supuesto de que hay varios futuros posibles y construibles, y
no uno solo. La vigilancia se interesa por lo que está sucediendo y especialmente
por las “señales débiles” de lo que comienza a suceder. La prospectiva incorpora
decididamente la intuición ilustrada de los expertos en la exploración de campos
relativamente amplios y trata de sistematizar la obtención de sus juicios.2
Técnicamente, la prospectiva puede considerarse como el resultado de la
convergencia de tres tendencias previas: (i) el análisis de políticas; (ii) la direc-
ción estratégica; (iii) los estudios de futuro; sigue utilizando, en gran medida,
métodos y herramientas creados esencialmente en los años cincuenta y sesenta
del pasado siglo para obtener valoraciones sobre cuestiones difíciles de analizar
utilizando los métodos científicos de uso más frecuente (Gavigan, 2001, p. 99).
A principios del siglo XXI la Corporación RAND consideraba que Cuba se
encontraba entre los países “proficientes” en materia de ciencia y tecnología.3 En
este proceso, que nos ha llevado a no ser quizá tan proficientes como algunos
de los países que nos acompañan en ese segundo escalón de la propuesta de la
RAND – pero sí al menos a disponer de una cierta capacidad resolvente en esta
esfera –, la sociedad cubana ha debido caminar un largo trecho en la búsqueda de
las herramientas necesarias para implementar las acciones perspectivas necesa-
rias para su materialización por etapas.4

2 Para enfoques recientes de estas cuestión pueden consultarse, entre otras referencias impor tantes, las
siguientes: EFIWLC, 2003; Mojica, 2005; Medina y Ortegón, 2006.
3 Desde luego que “proficient” utilizado en el texto de la RAND (Wagner, Brahmakulan, Jackson, Wong
y Yoda, 2001) puede traducirse como “proficiente” en español y la definición que la Real Academia
Española da a este término, dicho de una persona, como que “va aprovechando algo”, puede reflejar,
en el caso de Cuba, el contenido que la RAND asigna a esta categoría. Según el Task Force on Science,
Technology and Development del Proyecto Milenio de las Naciones Unidas, la misma incluye países
que tienen una capacidad promedio o por encima del promedio en materia de ciencia, tecnología e
innovación; que pueden exhibir una capacidad de clase mundial en disciplinas o subcampos particu-
lares; que han invertido en la creación de una base de ciencia y tecnología y que estas inversiones están
empezando a dar resultados (Calestous y Lee, 2005).
4 Un análisis algo más detallado, aunque no exhaustivo, de las distintas aproximaciones a las consid-
eraciones de futuro en Cuba a partir de 1959 puede encontrarse en García Capote, 2005. También es
importante consultar Grobart-Sunshine, 2000.
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 187

2.1. La década de los sesenta

En esta década Cuba se vio en medio de las polémicas respecto a los esfuerzos
renovadores que, ante el evidente impacto de la ciencia y la tecnología en la pro-
ducción de bienes y servicios – que se recogería bajo la rúbrica luego infinitamente
repetida de “revolución científico-técnica” – , comenzaron a manifestarse para
mejorar la efectividad de la planificación vigente en los países del entonces exis-
tente campo socialista, denominada “centralizada” por las agencias internaciona-
les. Las academias de ciencias de los países pertenecientes al Consejo de Ayuda
Mutua Económica (CAME), en parte motu proprio y en parte como reacción ante
estudios como el presentado en el hoy clásico libro de Eric Jantsch (Jantsch, 1967),
dieron pasos para analizar la validez metodológica de tales estudios. En las con-
diciones de un sistema de planificación incipiente, Ernesto Che Guevara insistirá,
como ministro de Industrias, en la importancia de los planes perspectivos y en la
indispensable diferenciación funcional para su elaboración (Guevara, 1966).

2.2. La década de los setenta

En los primeros años de esta década, considerada por varios autores como
una época de renacer de los estudios del futuro (KIng, 1975), Cuba ingresa en la
máxima entidad de integración socialista, el Consejo de Ayuda Mutua Económi-
ca (CAME), en cuyo seno los debates sobre el perfeccionamiento de la planifica-
ción habían llegado a considerar como uno de sus ejes principales precisamente
la incorporación del progreso técnico en los procesos de desarrollo económico
a partir del considerable potencial científico-técnico acumulado. Los esfuerzos
por su renovación consignados en el Programa acordado en 1971 dieron un es-
pacio relevante a lo que entonces se denominaba como planificación perspectiva
o planificación a largo plazo y al correspondiente sistema de pronósticos del de-
sarrollo de la ciencia y la técnica. (CAME, 1971; Glushkov, 1975; CAME, 1976).
Otro estudio, hoy también clásico, The limits to growth, publicado a principios
de la década, también sería discutido en las academias de ciencias de los países
socialistas, lo que contribuiría a fundamentar la necesidad de los enfoques pros-
pectivos (Meadows, Meadows, Randers y Behrens, 1972).
188 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

2.3. La década de los ochenta

Desde los comienzos de la década, la voluntad política orientada al propósito


humanista consustancial a la prospectiva de futuro del programa de salud cuba-
na, concebido y lanzado desde fines de 1962, propicia directamente una firme
incursión en una esfera de alta tecnología —la biotecnología—, que constituyó
entonces una fuerte apuesta de futuro, hoy validada por el desarrollo ulterior de
los acontecimientos (Castro, 1962, 2002).
Esta incursión encuentra un punto de partida sólido en las instituciones de in-
vestigación biomédica que a impulsos del programa se habían venido creando reci-
samente desde mediados de la década de los sesenta. (Castro, 1986; Herrera, 1996).5
Instituciones homólogas de la comunidad socialista no logran interesarse firme-
mente en la propuesta de nuestro país para este proyecto de ruptura y las institucio-
nes cubanas lo llevan adelante con una intensidad pionera en el Tercer Mundo.6

2.4. La década de los noventa y la generación de escenarios


en Cuba

El derrumbe del socialismo en la URSS y en la Europa del Este, que fue el fac-
tor externo de mayor impacto sobre Cuba en la década de los noventa, implicó un
replanteo de los procederes y mecanismos para el planeamiento estratégico del
desarrollo de la sociedad cubana, y un fuerte énfasis en el enfoque de escenarios
para el análisis prospectivo.

5 Luis Herrera era entonces vicedirector del Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología, en La
Habana, y es actualmente su director general y miembro del Consejo de Estado de la República de
Cuba. Es notable el énfasis puesto en Cuba en la biomedicina desde mediados de los años 60. En
Gaudillière, 2002, hay un examen de la emergencia y consolidación de un acercamiento molecu-
lar a los problemas médicos entre los microbiólogos, bioquímicos y fisiólogos franceses. Como
explica el autor, este proceso alcanzó su culminación en 1965. Ese año, Jacques Monod, François
Jacob y André Lwoff recibieron el premio Nobel de Fisiología y Medicina por el trabajo sobre el “lac
opéron”, que explicaba los mecanismos moleculares que regulan la producción de proteínas.
6 El 3 de marzo de 1986 el propio Fidel Castro visita el famoso Instituto de Química Bioorgánica
Shemiakin de la Academia de Ciencias de la URSS y en el anfiteatro del mismo ofrece una amplia
información sobre los orígenes y estado del esfuerzo cubano en biotecnología. Al final de su inter-
vención invita a los científicos soviéticos a trabajar en el Centro de Ingeniería Genética y Biotecnolo-
gía, entonces a punto de ser inaugurado (Notas tomadas por uno de los autores de la transmisión de
la TV cubana ese propio día 3 de marzo). En Muñoz, 2001, p. 55-56, hay una valoración breve pero
suficientemente certera del esfuerzo biotecnológico cubano a 20 años de su lanzamiento formal.
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 189

Para entonces, distintas acciones relacionadas con el uso de expertos en la


construcción de representaciones prospectivas y estratégicas, existentes antes
del derrumbe, habían creado bases y experiencias y van a confluir ahora en la
adopción más amplia de enfoques y herramientas para el análisis de las nuevas
situaciones que se presentan a la nación. Junto a los paneles de expertos y las
encuestas Delphi, la construcción de escenarios a partir de esas valoraciones va a
constituirse en ele enfoque preferido en la nueva situación.
En cuanto a herramientas, sin haber utilizado con anterioridad la denominación
“mapeo contextual” (environmental scanning), que ha difundido la guía para la pros-
pectiva regional preparada por la red FOREN de la Unión Europea (Gavigan y otros,
ibidem), todos los ejercicios de expertos antes indicados concedieron obviamente una
gran importancia al mismo, que es, como bien señala el mencionado informe, más
un acercamiento o tratamiento (approach) que una técnica propiamente dicha.7
Al principio con las técnicas clásicas de acceso a la información y en la ac-
tualidad a partir de búsquedas en la Internet y en bases de datos en línea, ha sido
posible, en efecto, identificar sistemáticamente indicaciones de posibles desarro-
llos futuros así como materiales e información de importancia.
Sin que se hayan superado del todo las dificultades inherentes a los esfuer-
zos de integración de variables, quienes hemos tenido la oportunidad de haber
participado en muchos de los ejercicios aquí rápidamente aludidos, podemos
constatar no sólo la sólida asimilación de numerosas técnicas, sino sobre todo la
consolidación del pensamiento anticipativo como tal, la voluntad de acción estra-
tégica y los esfuerzos de movilización colectiva para la apropiación de conceptos
y herramientas idóneas en las nuevas situaciones.
En la dinámica del desarrollo de los estudios de prospectiva, se ha ido arriban-
do en Cuba a la convicción final de que la actividad en el dominio de la prospecti-
va es algo eminentemente social, esencialmente político y no puede sino partir de
los grandes ideales, de los principios que conforman la visión del futuro deseado.
Las rupturas verdaderas sobre las que nos alerta el enfoque de complejidad y
de los sistemas autopoiéticos, las provocan las acciones de los líderes, para hacer
realidad las cuales en ocasiones deben ejercer una “tracción paralela” respecto a
los sistemas y mecanismos instituidos. Dentro de los esfuerzos de construcción

7 El uso del término environmental scanning ha sido criticado por Miguel Ángel Gutiérrez, del Cen-
tro Latinoamericano de Globalización y Perspectiva de Buenos Aires, ya que puede sugerir, según
este experto, investigaciones relacionadas con el medio ambiente natural. Gutiérrez utiliza “mapeo
contextual”, que nos ha parecido apropiado. Un buen ejemplo de la utilización del environmental
scanning en una vertiente del análisis prospectivo se puede encontrar en Kennedy, 1998.
190 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

de futuro en Cuba, de “futuros urgentes”, en la atinada expresión de Agustín


Lage (Lage, 2007),8 ha habido, precisamente buscando rupturas, asignaciones ma-
sivas, a nuestra escala, de recursos concentrados en temas focales, el ejemplo más
reciente de lo cual está en la creación de la Universidad de Ciencias Informáticas
(UCI). Con ella toma forma un segundo esfuerzo cubano de importantes dimen-
siones para acceder efectivamente a zonas de excelencia científica y tecnológica,
generadoras de productos de alto valor agregado y de amplio uso social.9
Todos estos esfuerzos han ido mostrando en la práctica que la prospecti-
vización de variables tecnológicas en sí ha ido perdiendo sentido y se ha hecho
evidente la necesidad de unas representaciones integradas de lo tecnológico con
lo social sensu lato y con lo ambiental. De lo que se trata es de monitorear inte-
gralmente - instituciones, mercado, personas, firmas, medioambiente, no solo la
tecnología -para una mayor efectividad interna y externa al recorrer el camino
hacia el futuro que visualiza la prospectiva.
La utilización de paneles de expertos, técnicas Delphi y el enfoque de esce-
narios constituyen hoy técnicas favoritas en el campo de la prospectiva en Cuba.
Estas técnicas constituyen, junto con el mapeo contextual, herramientas perfec-
tamente aplicables para allegar la materia prima de los escenarios; para la estimu-
lación de la creatividad de los expertos se dispone de un conjunto considerable
de herramientas específicas bien probadas en varias esferas, en particular, de las
técnicas de brainstorming.
En general, es frecuente en el país la tendencia a la utilización del enfoque ela-
borado y sucesivamente perfeccionado por Michel Godet. Las razones de esta pre-
ferencia son varias y no dimanan solamente – y quizá ni siquiera en primer lugar
– , como pudiera pensarse un tanto apresuradamente, de la orientación normativa
asociable a un sistema sociopolítico dado, sino que importantes factores culturales
– a los cuales no resultaría ajeno el esprit de clarté – han actuado fuertemente, sin

8 Agustín Lage es director general del Centro de Inmunología Molecular, en La Habana, y


diputado a la Asamblea Nacional de la República de Cuba.
9 La puesta en marcha de la UCI, con más de 6000 estudiantes y 800 profesores en 2005, habili-
tada con más de 6000 PC, unos 7500 puntos de red y 30 servidores de datos trabajando con
un ancho de banda de 4 Mbytes, está acompañada de la creación inmediata de dos filiales universitarias
territoriales y de acciones tales como la creación de politécnicos de informática con más de 30 mil estu-
diantes en total, el uso intensivo de los medios audiovisuales en la educación, la renovación y ampliación
de casi dos centenares de Joven Clubs de computación y la extensión de la red a 300 instalaciones, la
introducción de la computación en la enseñanza primaria, secundaria y media, la formación emergente
de profesores de computación para la educación y una producción intensa de software educativo.
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 191

lugar a dudas, en esta observable inclinación hacia las orientaciones proceduales


del LIPSOR,* “acriolladas” o “cubanizadas” en la medida necesaria.

3. Experiencias de aproximaciones al futuro

A mediados de la década de los noventa,10 uno de los primeros ejercicios de


redacción “libre” de escenarios concebía, de manera normativa, un espacio tec-
nológico y socio-político con el siguiente mínimo indispensable de eventos que,
apoyados en el potencial científico-técnico nacional construido, obrarían hacia el
mantenimiento de un escenario positivo (García Capote, 1994):11

• Se intensifican el enfoque y las acciones ecológicas apropiadas que cons-


tituyen la base de un desarrollo sostenible y, particularmente, de una
agricultura sostenible de mínimos insumos, planteo de avanzada ante la
no viabilidad y hasta el fracaso de la llamada “revolución verde”;
• Se estructura – se arma, por así decirlo – el sistema nacional de innova-
ción tecnológica con todos los agentes del cambio social y tecnológico,
profundizándose en la conciencia ganada al respecto, como paso supe-
rior del modelo unilateralmente empujado por la ciencia;
• Se refuerza la conciencia acerca de la importancia del desarrollo terri-
torial y, en particular, de los espacios socioeconómicos locales, con la
introducción en ellos de tecnologías apropiadas que aumentan su au-

10 Con anterioridad, hacia 1987, se había introducido por primera vez a escala apreciable en el país y con
un proceso suficientemente formalizado, la aplicación de las técnicas Delphi a las perspectivas del
desarrollo de la informática en la sociedad cubana. Analizado este esfuerzo a la luz de la experiencia
desde entonces adquirida, es posible darse cuenta de que el elemento que muchos expertos consideran
con razón como la clave del éxito en la utilización de la técnica Delphi —la forma en que se redactan las
preguntas para los expertos— no parece hoy suficientemente elaborada. Pero este fue el ejercicio que
marcó la introducción amplia de esta técnica entre nosotros. Cf. Oñate, Ramos y Díaz, 1988; Ramos,
Díaz y Oñate, 1989. En adición, las proposiciones de este, por lo demás, loable esfuerzo se quedaban
“cortas” además, comparadas con lo que se pretende con la Universidad de las Ciencias Informáticas,
cuyas dimensiones juegan con el desafío descomunal de la informática.
11 Trasunto de ejercicio realizado con una docena de especialistas cubanos - ingenieros, economistas,
sociólogos y matemáticos - del Departamento de Organización de la Ciencia del entonces existente
Centro de Estudios de Historia y Organización de la Ciencia de la Academia de Ciencias de Cuba. Se
trata de redacciones al estilo de las que utilizó frecuentemente Herman Kahn no solo en el tantas veces
citado The year 2000, sino también en obras menos conocidas como, entre otras, Things to come.
Thinking about the 70’s and 80’s (Kahn y Bruce-Briggs, 1972).
192 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

tosustentación, lo que resulta más complicado y en ocasiones hasta no


posible en escalas urbanas mayores;
• Se desarrollan definidamente la capacidad y cultura tecnológicas de la
empresa nacional;
• Se instala un servicio sistemático de monitoreo y evaluación de tecnolo-
gías promisoria a nivel internacional, lográndose un mejor ritmo en el
proceso de introducción en el país;
• Se mantiene y amplía, sobre todo por la vía de la investigación básica,
una capacidad de comprensión de por dónde va la ciencia moderna, que
complementa y se integra al monitoreo de tecnologías promisorias;
• Se continúan desarrollando por la entidad nacional de ciencia y técni-
ca las formas organizativas necesarias para posibilitar los eventos ante-
riores, adaptando su propia organización a los nuevos requerimientos,
trabajando sobre todo a partir de los programas, de los polos científico-
productivos y del Forum Nacional de Ciencia y Técnica y recibiendo la
cooperación del movimiento sindical.

Dos asunciones constantes o fijas de este escenario positivo, externas en cier-


to modo a la ciencia y la tecnología en el sentido de que se mantienen por otros
subsistemas sociales, aunque en total interconexión con ellas y recibiendo contri-
buciones al mismo, han sido:

• La cultura nacional cubana, resistente y a la vez abierta y flexible, viabi-


liza sin distorsiones excesivas irreversibles el proceso de cambio social y
tecnológico en un amplio frente;
• Las acciones culturales apropiadas metabolizan con éxito el “ruido” en
el plano de las ideas generado por el efecto demostración de las activida-
des de los nuevos factores introducidos en el ámbito nacional;
• El acendrado patriotismo y la identificación con el proyecto nacional
mantenido, permean y sostienen en su conjunto el intenso proceso so-
cial y el estilo de desarrollo escogido.

¿Cómo se ha comportado este conjunto de estimaciones de expertos y cuál es


su ajuste con los hechos?
En el ámbito de lo tecnológico, los factores históricos y actuales generan un
escenario nacional muy peculiar, donde en distintos momentos se han combina-
do y se combinan:
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 193

• Tecnologías tradicionales, como el laboreo agrícola manual, los molinos de


viento y la tracción animal, utilizadas en el sector interno de la economía,
en el cual en ocasiones pueden alcanzar proporciones de importancia;
• Tecnologías apropiadas de base científica, como las que se apoyan en los
paneles solares, con baja densidad de capital y bajos consumos energéti-
cos, para utilizar también en el sector interno de la economía12;
• Tecnologías agrícolas de alta productividad, como las utilizadas en el
cultivo del plátano (banano), con riego aéreo por microjet;
• Tecnologías de mecanización agrícola estándar de extensa utilización,
como la empleada en la cosecha de la caña de azúcar, con una prioridad
en el uso del combustible disponible;
• Tecnologías más o menos modernas o modernizables en ciertos casos,
como las de la base productiva metal-mecánica, destinadas sobre todo a
la sustitución de importaciones, sin pretender necesariamente una cali-
dad internacional de todos sus productos;
• Tecnologías muy modernas generadas nacionalmente, como las utiliza-
das en la producción de fármacos exportables competitivos, utilizados al
propio tiempo en el Sistema Nacional de Salud (SNS);
• Tecnologías muy modernas transferidas desde el exterior, como las em-
pleadas en el propio SNS, en la generación distribuida de electricidad en
gran escala13 y en la rápida expansión de la red de telecomunicaciones14.

En el ámbito de lo social, Cuba es en la actualidad una sociedad caracteriza-


da por un conjunto de favorables indicadores, que expresan, siempre de manera
muy esquemática como es de esperar si de indicadores cuantitativos se trata, el
resultado de un largo y sostenido esfuerzo por el desarrollo. Este esfuerzo, cuyo

12 El tratamiento de los paneles considerados como residuales sólidos una vez agotada la vida activa de
los elementos necesarios para la producción de electricidad, constituye desde luego un problema que
ya recibe la debida atención. Cf. Campello, 2004.
13 Se trata de la instalación de baterías de grupos electrógenos diesel y de fuel oil, sincronizados al
Sistema Electroenergético Nacional (SEN). En 2006 se agregaron al SEN más de 1300 MW de potencia
en grupos diesel, que pueden generar aproximadamente el 50% de la electricidad demandada por el
país en el horario pico (Mayoral, 2007).
14 En el transcurso del proceso de modernización de las telecomunicaciones en el país, la Unión Inter-
nacional de Telecomunicaciones (UIT) ha debido condenar la violación del espectro radio eléctrico
nacional cubano por transmisiones no legales originadas en los Estados Unidos. Véase: MIC, 2007.
194 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

inicio evidente es datable desde 1959, ha estado sostenido, no podía ser de otra
manera, por una visión de futuro de decidida orientación humanista.
¿Cuáles son los elementos principales de esa situación? (Rodríguez, 2006;
Barreiro, 2006; Martínez, 2006)15

• La mayor equidad en la distribución del ingreso en América Latina;


• Los servicios de educación primaria y secundaria de mayor calidad;
• Los servicios de salud de mayor calidad;
• Los indicadores más favorables de mortalidad infantil de menores de un
año y menores de cinco;
• El más bajo índice desempleo de la región16;
• La oferta de alimentos subsidiados que cubren no menos de la mitad de
las necesidades nutricionales;
• La atención médica primaria permanente y la remisión a servicios gra-
tuitos de alta tecnología;
• La atención asegurada y gratuita de la gestante y el menor de un año;
• La formación educacional garantizada de más de nueve grados y el ac-
ceso a estudios superiores en cualquier lugar del país a todos los que
quieran hacerlo.

Asimismo, la organización no gubernamental World Wild Fund (WWF)


considera, y así lo dio a conocer en el transcurso de 2006, que Cuba es el único
país del mundo que combina un alto desarrollo humano y una adecuada sosteni-
bilidad ambiental (Martínez, ibidem).
En los procesos generadores de estos resultados pueden advertirse dos diná-
micas: (i) la que viene de los expertos; (ii) la que viene del liderazgo político. Entre
ellas se produce una tensión entre la urgencia de poner en práctica medidas “sufi-
cientemente evidentes” y la posibilidad-necesidad de perfeccionarlas ex ante.
Probablemente puede decirse que en la práctica se ha alcanzado una solución
“término medio”, donde las ideas provenientes de las visiones constructoras de
futuro se analizan por expertos en interacción directa con los generadores de las
mismas hasta alcanzar un grado razonable de detalle necesario para tener alguna

15 José Luis Rodríguez es vicepresidente del Consejo de Ministros y ministro de Economía y


Planificación; Georgina Barroso es ministra de Finanzas y Precios; Osvaldo Martínez es pre-
sidente de la Comisión de Asuntos Económicos de la Asamblea Nacional del Poder Popular.
16 De hecho, Cuba es un país sin desempleo, según las definiciones de la Organización Internacional del
Trabajo (OIT).
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 195

“certidumbre”, alguna apreciación de “viabilidad”, y se implementan entonces –


se toman las decisiones ejecutivas – para luego ser validadas en la práctica.
En esta dinámica, un rasgo hasta cierto punto característico del estableci-
miento de prioridades para el desarrollo de la investigación científica y la inno-
vación tecnológica en estos años ha sido el encuentro de ideas y metas originadas
en el impulso creativo del liderazgo político con colectivos capaces de reaccionar
ágilmente respecto a ellas y coadyuvar con entusiasmo a su materialización a
partir del apoyo que se les ha brindado en forma directa.

4. Desafíos - perspectiva de la prospectiva

4.1. Objetivos nacionales para la promoción de los trabajos


de prospectiva

En los próximos años en la esfera de la actividad de prospectiva en Cuba se


aspira a enfatizar los siguientes objetivos:

• Fortalecer el aspecto institucional de los trabajos de prospectiva, convir-


tiéndolos cada vez más en un recurso útil para los decisores nacionales,
globales, territoriales y comunitarios;
• Precisar, a estos fines, los proyectos que respondan a cuestiones estraté-
gicas del desarrollo de la sociedad cubana;
• Continuar desarrollando la actividad en régimen de asesoría científica,
intensificando la contribución de la Academia de Ciencias de Cuba y sus
miembros titulares;
• Buscar las vías para propiciar la captación de los criterios de los actores
de base que construirán directamente los futuros deseados y estimular
la participación de los mismos en los correspondientes ejercicios;
• Aumentar constantemente los conocimientos de los distintos actores
sociales en el ámbito nacional en lo que concierne a la prospectiva, sus
fundamentos y aplicaciones, mediante la participación en cursos, entre-
namientos y eventos que así lo ameriten;
• Organizar con este fin, anualmente, cursos de carácter nacional a dis-
tancia utilizando las facilidades de las redes electrónicas;
196 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

• Organizar de igual modo, bienalmente, cursos presénciales, con partici-


pación de autoridades reconocidas de otros países;
• Difundir los trabajos realizados por las instituciones nacionales me-
diante la edición de publicaciones electrónicas nacionales, la publicación
en revistas de prestigio internacional y la presentación de ponencias en
eventos nacionales e internacionales;
• Aumentar la visibilidad nacional e internacional de estas instituciones,
sobre la base del rigor de los trabajos realizados y de su difusión;
• Organizar bienalmente un Taller Internacional sobre Prospectiva y Vi-
gilancia Tecnológica, con el auspicio de las entidades que integran la Red
Cubana de Prospectiva y la cooperación internacional;
• Ampliar y profundizar, a todos estos efectos, el trabajo de la Red Cubana
de Prospectiva;
• Cumplimentar las responsabilidades internacionales adquiridas en esta
esfera con la Red Iberoamericana de Prospectiva y el Convenio Andrés
Bello, intensificando los vínculos con sus entidades constituyentes.

4.2. Enlace de los objetivos nacionales con los elementos


de cooperación internacional

El alcance de estos objetivos debería lograrse en el marco de una sólida inte-


racción con los actores del escenario en que se proyecta la Red Iberoamericana de
Prospectiva. Para que el éxito en esta empresa, al igual que el éxito en las proyeccio-
nes homólogas de los demás miembros de la Red, tribute efectivamente al avance
integral de los trabajos de prospectiva en ese espacio, es necesario tener en cuenta,
a nuestro juicio, un conjunto de elementos que presentaremos sucintamente.
Estos y otros elementos que seguramente podemos identificar de conjunto,
constituirían, a nuestro juicio, un proyecto de plataforma para una elaboración
creativa y una reelaboración de nuevas técnicas y procederes particulares para los
ejercicios prospectivos, tareas estas últimas que, desde luego, deben tener tam-
bién su lugar destacado en nuestra cooperación:

1. Dado que, como se ha señalado anteriormente en esta contribución, la


prospectiva es un accionar esencialmente político, habrá que buscar,
desplegando un sentimiento profundamente cooperativo, aquellos ele-
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 197

mentos que en este plano compartimos, y no enfatizar aquello en que


pudiera no haber una coincidencia parcial o, eventualmente, total;
2. En esta esfera, habrá que distinguir al menos entre los ideales referentes
al estado final y los ideales referentes a las vías y medios a aplicar para
construir ese estado final.17 Por ejemplo, para Juárez “… la tendencia na-
tural a mejorar la condición o el libre desarrollo de las facultades físicas
y morales” era una definición de socialismo y esa tendencia resultaba en
un estado de la sociedad en que se retribuiría “a cada cual, según su ca-
pacidad y a cada capacidad según sus obras y su educación. Así no habrá
clases privilegiadas ni preferencias injustas.”;18
3. Es muy probable que, en cuanto a los rasgos definitorios, un escenario
tal pueda ser sostenido como un ideal por un conjunto numeroso de
actores sociales, aunque sobre las vías y medios para acceder a ese esta-
do “final” habría todavía una diversidad considerable de opiniones – y
hasta una dispersión en sentido estadístico;
4. Para lograr un avance del enfoque prospectivo habrá que proceder en-
tonces a lo que, sin temor a malas interpretaciones, podemos denominar
una compatibilización de ideales, sin renuncia a principios y sin preten-
siones de hegemonía;
5. Hay que colegiar de manera taxativa las áreas de prioridad máxima para
el futuro en el espacio socioeconómico en que nos moveremos. Es evi-
dente que hay “áreas claves” decisivas para la posibilidad de construir
futuros productivos con equidad. La salud pública, la educación, la ener-
gía, el ambiente natural, los sistemas agrarios, el porvenir de las cultu-
ras autóctonas, la soberanía de los estados nacionales, son esferas que se
evocan al respecto, y en las que la ciencia y la tecnología se entreveran
con una gran variedad de factores y sería necesario reafirmarlas – estas
áreas y probablemente otras más – como referencia estable para la con-
centración de recursos integrados en los esfuerzos prospectivistas;

17 Final, naturalmente, solo en el sentido del horizonte temporal convencionalmente acordado


para un ejercicio dado, ya que, como señala Salvador López Arnal comentando el pen-
samiento del filósofo español Manuel Sacristán, no hay un Día del Juicio Final, la sociedad
no termina(rá) jamás de transformarse (López Arnal, 2007).
18 Citado en Hart, 2006. Armando Hart, nacido en 1930, jurista, ministro de Educación (1959-
1965), ministro de Cultura (1976-1997), es una de las más importantes figuras políticas
cubanas de la segunda mitad del siglo XX. Ha publicado diversos libros y ensayos, entre los
que deben citarse Cambiar las reglas del juego, 1983; Hacia una dimensión cultural
del desarrollo, 1996, y Marx, Engels y la condición humana, 2005.
198 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

6. No se trata solo, por supuesto, de estimar las vertientes predominantes de


un progreso técnico de fuentes exógenas para diferentes horizontes tem-
porales. Ese progreso técnico en nuestro espacio – no puede obviarse esta
verdad – tendrá frecuentemente, en efecto, fuentes exógenas que se crea-
rán fuera de nuestras fronteras. Pero especial atención deberíamos dedi-
car a la prospectivización de nuestras posibilidades de generación endóge-
na, sacando las conclusiones que un apropiado ejercicio de retrodicción
puede develar ya para un número de países de nuestra incumbencia;
7. Al propio tiempo, hay que colegiar el análisis prospectivo de los impactos
que la – en muchos casos ineludible – imposición de la presencia de sistemas
tecnológicos avanzados, va a producir en nuestras sociedades. De lo que se
trata es, a nuestro juicio, de construir entornos sociopolíticos que permitan
que incluso la importación masiva de equipos y sistemas tecnológicos sofis-
ticados opere en la dirección del máximo bienestar social equitativo;
8. El futuro, ya lo ha aclarado la prospectiva moderna, debe ser construido,
pero para ser construido tiene que ser deseado, y deseado intensamente.
En relación con esto, parece pertinente analizar una caracterización quizá
más fina de la llamada escuela “voluntarista” de la prospectiva, obviando
el matiz “determinista” que el término así empleado evoca (Cf. Mojica,
1999). Una vez más nos parece procedente tomar como eje de la activi-
dad prospectivista la afirmación gramsciana de que se prevé actuando.19
Y acompañarla de la afirmación de un clásico como Pierre Massé: “… no
considero que sea imposible conciliar el acto de fe y el riesgo calculado”20;
9. Para colegiar los aspectos anteriores, y seguramente otros elementos de la
perspectiva de la prospectiva, hay que asegurar una comunicación efectiva
entre los participantes. No se trata solo, desde luego, de que la conexión
electrónica como tal sea amistosa, segura y estable, sino de un compartir
profundo de objetivos y no exclusivamente en lo que concierne a proce-
deres técnicos y herramientas específicas. Esta comunicación tiene que

19 Las referencias a Antonio Gramsci utilizadas en este trabajo, tomadas de la compilación de


los filósofos cubanos Gerardo Ramos y Jorge Luis Acanda (Ramos y Acanda, 1999), perte-
necen a los Cuadernos de la Cárcel, conjunto de apuntes escritos en prisión a partir de 1926,
que recogen las ideas, reflexiones y estudios del brillante político y pensador marxista hasta
su muerte en 1937.
20 Massé, 1959, p. xviii. En Masini, 1993, hay una aproximación muy razonable a lo que la au-
tora denomina “a constant dilemma in future studies between knowledge, on the one side,
and desire and fear, on the other”
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 199

construirse – resulta necesario practicar en esto la insistencia – sobre la


base de un conjunto de ideales compatibilizados sobre el futuro;
10. Está claro, por supuesto, que esta compatibilización no es una compati-
bilización en abstracto, no es una compatibilización totalmente previa a
todo ejercicio emprendido de forma cooperativa y que en parte surge del
propio quehacer conjunto efectivo, pero parece indispensable una me-
ditación sobre algunos supuestos de partida y una recapitulación de los
puntos de convergencia y los puntos donde no todos pensamos igual.

5. La Red Iberoamericana de Prospectiva como


estimuladora de acciones efectivas para el
futuro de la prospectiva en Cuba

En el esfuerzo necesario para propiciar el enlace antes expuesto de los obje-


tivos nacionales en esta esfera con los elementos de cooperación internacional,
juega un papel decisivo nuestro accionar en el marco de la Red Iberoamericana
de Prospectiva (RIAP).
El Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología fue una de las instituciones
promotoras de la creación de RIAP en 2002. Su creación fue, a su vez, un factor
inductor de gran importancia en la creación de la Red Cubana de Prospectiva,
coordinada por el Observatorio, la cual quedó instalada con una conferencia
magistral impartida precisamente por el Coordinador de la RIAP, doctor Lélio
Fellows Filho, en La Habana, el 30 septiembre de 2003.
Desde su instalación, el Observatorio como entidad de proyección global en el
país y la Red Cubana que el mismo promueve y coordina, atentos a las sugerencias
e ideas provenientes de la RIAP y, al propio tiempo, nutriéndose de las decisio-
nes estratégicas reales que hemos reseñado sintéticamente en el apartado anterior,
fueron madurando su pensamiento en cuanto a posibilidades y vías de acción.
Como consecuencia de este proceso, a fines de 2006 se ratificaron los miem-
bros que integraron originalmente la Red y se incluyeron nuevos miembros, has-
ta alcanzar un total de 20 personas participantes y 12 instituciones nacionales.
Se encuentra en análisis la incorporación ulterior de nuevos participantes. La
composición actual de la Red aparece en el Anexo 1. Para la Red se ha destinado
una ubicación en el sitio web del Observatorio.
200 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

Conjuntamente con esta recomposición, se discutieron y aprobaron las nue-


vas bases para el funcionamiento de la Red Cubana, cuya misión consensuada
es propiciar el intercambio de información y experiencias en el uso de enfoques,
metodologías y herramientas, así como la realización de ejercicios de prospectiva
tecnológica con la participación de la comunidad científica y tecnológica cubana.
Son objetivos de la Red:

1. Contribuir, con la aplicación de la prospectiva tecnológica, a la gestión


de la investigación y la innovación tecnológica en el país;
2. Propiciar la utilización de enfoques prospectivos para la definición de
las prioridades nacionales de la I+D, lo que puede servir como funda-
mento a la elaboración de la agenda de ciencia y tecnología en Cuba;
3. Promover la realización de ejercicios prospectivos en cuestiones de inte-
rés para el país;
4. Contribuir a la capacitación de personal en prospectiva tecnológica me-
diante la realización de cursos, encuentros sistemáticos y talleres;
5. Contribuir a la divulgación de los trabajos sobre prospectiva tecnológica
que se realicen en el país.

Las actividades fundamentales de la Red Cubana, que se mantiene abierta a


la actividad multilateral de RIAP y al intercambio de experiencias con los colegas
integrantes de la misma, se centrarán paulatinamente en 2007 en la realización
de un taller nacional sobre conceptos y experiencias en prospectiva en Cuba; la
impartición de un curso introductorio a la prospectiva, presencial y a distancia;
la ubicación de trabajos de especialistas cubanos en la página web del Observa-
torio; la organización en línea de un Foro sobre cuestiones actuales de la pros-
pectiva y el comienzo de un trabajo preparatorio para un ejercicio de prospectiva
sobre una problemática de interés común a los miembros de la Red.

6. Consideraciones finales

Lo hasta aquí expuesto permite, a nuestro juicio, hacer las siguientes consi-
deraciones finales:

• Nuestra visión del futuro dimana del esfuerzo por generar lo que Grams-
ci llamó “la nueva vida moral”, núcleo de toda revolución verdadera;
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 201

• No obstante la situación extremadamente difícil que se ha venido con-


frontando desde el derrumbe del campo socialista, la recuperación de
la economía y la sociedad cubanas a partir de mediados de la década de
los noventa confirma la validez de los escenarios identificados y de las
decisiones estratégicas adoptadas;
• Con ello se ha estado dando forma al triángulo griego frecuentemente
evocado por Michel Godet: pensamiento anticipatorio, voluntad de ac-
ción, movilización participativa (Godet, 1991). La aspiración a formarlo
ha sido constante en la actitud ante los problemas de futuro en Cuba a
partir de 1959 y se ha logrado en medida apreciable;
• La voluntad política es el ingrediente principal de la visión prospectiva.
Es con la voluntad de acción señalada por Godet, con la que se logra
aquello que, como señalamos, entreviera Gramsci: “... se prevé en la me-
dida en que se actúa, en que se realizan esfuerzos concientes...”. Así, los
futuros son construibles;
• Sobre la base de los esfuerzos endógenos generados por esa voluntad na-
cional, la cooperación en el marco de la Red Iberoamericana de Prospec-
tiva ha actuado y debe seguir actuando como un factor contribuyente de
alto impacto en la consolidación de los enfoques académicos y aplicados
en la esfera de la prospectiva en Cuba;
• La fructífera experiencia del trabajo de cooperación internacional lleva-
do a cabo gracias a la creación y funcionamiento de RIAP indica la ne-
cesidad de buscar las formas efectivas para dar continuidad al esfuerzo
realizado, en lo cual la consideración de acciones en el ámbito de esque-
mas integracionistas recientes como la Alternativa Bolivariana para las
Américas (ALBA) debe tener un lugar apropiado.

¿Que puede decirse para finalizar esta apretada excursión a la prospectiva


en Cuba y a su vinculación con el ámbito científico, tecnológico y social? Solo
recordar que cuando comparaba, precisamente, al científico y al político, ¿no
sentenció acaso Max Weber que “Toda la experiencia histórica confirma la ver-
dad de que el hombre no habría alcanzado lo posible si, una y otra vez, no hubiera
tratado de alcanzar lo imposible”? (Weber, 1986). Y, sobre todo, no expresó Fidel
Castro a Tomás Borges en 1992 que “luchar por una utopía es, en parte, cons-
truirla?” (Castro, 1992).
202 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

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rencia pronunciada originalmente en 1919 en Berlín.
206 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

Anexo 1

Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología Miembros Red Cubana de


Prospectiva

n. nombre organismo correo-e teléfono1


Álvarez, Ministerio de Economia y 883-8785,
1 elena@mep.gov.cu
Elena Planificación (MEP) 57-5388
Directora de Ciencias,
Álvarez, Ministerio de Ciencia, lilliam@ceniai.inf.
2 860-8415
Lilliam Tecnología y Medio Am- cu
biente (CITMA)
Departamento Gestión de
la Propiedad Intelectual,
César, ismalia.cesar@cnic.
3 Centro Nacional de In- 208-7589
Ismalia edu.cu
vestigaciones Científicas
(CNIC)
Oficina Cubana de la
Figarola,
4 Propiedad Industrial alfredo@ocpi.cu 866-0550
Alfredo
(OCPI)
Directora, Consultoría
Font, Delfos, Ministerio de la marisela@delfos.
5 207-6897
Marisela Informática y las Comu- co.cu
nicaciones (MIC)
García
Instituto de Filosofía, jpastor@infomed.
6 Brigos, 832-1887
CITMA sld.cu
Jesús
Jefa, Departamento Ges-
García tión de la Propiedad Inte-
beatriz.garcia@cnic.
7 Delgado, lectual, Centro Nacional 208-7589
edu.cu
Beatriz de Investigaciones Cientí-
ficas (CNIC)
García
Dirección de Análisis marigar@mep-gov.
8 Rodríguez, 881-8954
Macroeconómico, MEP cu
María H.
Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre 207

González Centro de Gerencia de


9 Bordón, Programas y Proyectos bordon@geprop.cu 206-1506
José M. (GEPROP),CITMA
Consultoría Delfos, Mi-
González, nisterio de la Informática rolandog@delfos.
10 207-6897
Rolando y las Comunicaciones co.cu
(MIC)
González, Dirección de Tecnología e jesus.gonzalez@
11 867-0612
Jesús Innovación, CITMA citma.cu
Jefa, Departamento Ges-
Guzmán, tión de la Información, mvguzman@finlay.
12 272-7809
María V. Instituto Finlay, Consejo edu.cu
de Estado
Consultoría Delfos, Mi-
Marrero, nisterio de la Informática maykel@delfos.
13 207-6897
Maykel y las Comunicaciones co.cu
(MIC)
Dirección de Ciencias,
Olivé, Ministerio de Ciencia,
14 eunice@citma.cu 860-8415
Eunice Tecnología y Medio Am-
biente (CITMA)
Orozco, Director, Consultoría orozco@biomundi.
15 271-2823
Eduardo Biomundi, CITMA inf.cu
Pérez Dirección Ciencia y Téc-
mtperez@reduniv.
16 Lariño, nica, Ministerio de Edu- 55-2359
edu.cu
María T. cación Superior (MES)
Departamento Gestión de
la Propiedad Intelectual,
Pérez Tre- eolia.perez@cnic.
17 Centro Nacional de In- 208-7589
to, Eolia edu.cu
vestigaciones Científicas
(CNIC)
208 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos
de Integración Latinoamericana

Departamento Gestión de
la Propiedad Intelectual,
Ramos, gisel.ramos@cnic.
18 Centro Nacional de In- 208-7589
Gisel edu.cu
vestigaciones Científicas
(CNIC)
Oficina Cubana de la
Romeo,
19 Propiedad Industrial eva@ocpi.cu 866-0550
Eva
(OCPI)
Velazco, Directora Territorial
042
20 María del CITMA,Provincia Villa- dpacc@civc.inf.cu
202-300
C. clara
Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas…
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Guillermina Baena Paz

1. Introducción

Antes se le llamaba tener visión y parecía sólo privilegio de los grandes esta-
distas que nos gobernaban, pronto algunos intelectuales célebres se constituyeron
en el dínamo del futuro. Escritores como Alfonso Reyes, iniciaron la reflexión y
luego filósofos, historiadores… El proceso ha durado muchos años.
Entender que podemos construir nuestro futuro nos ha costado tantos años
que ha sido una lucha contra las estructuras rígidas y la formación positivista que
encerraba en un solo tiempo y en un solo espacio la vida y su comprensión.
Apenas iniciando el año 2000 México despierta a la prospectiva con más
intensidad, en medio de algunos que dicen ser, otros que quieren ser y los que sí
son prospectivistas iniciamos el camino hacia delante, y en andar, la prospectiva
se juega su prestigio en cada uno de los que creen en ella y en cada uno de los que
mienten sobre ella. Entre los que esperamos que no tengan influencia para echar
a perder o tener colonizado el futuro por quienes no tienen que ver en el asunto
y que entre todos los demás podamos encontrar el mejor camino para todos, un
camino de paz y seguridad humanas.

2. Retrospectiva: una historia del futuro

Nuestro sistema político mexicano era la envidia de muchos países gozába-


mos de tan alta estabilidad que podíamos saber con un año de anticipación quien
iba a ser el presidente de la República. Así no necesitábamos de la prospectiva.
210 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

A diferencia de la fuerte influencia que sufrieron países del cono sur, la co-
rriente norteamericana influyó más en nosotros.
De alguna manera ha interesado para muchos sólo conocer el futuro, pero
algunos prospectivistas mexicanos que han adquirido renombre internacional
han hecho sus propias metodologías, técnicas, enfoques.

2.1. Antecedentes, la prehistoria de la prospectiva

Antonio Alonso (Esbozo de la evolución histórica de la prospectiva, docu-


mento inédito) ha elaborado una interesante y exhaustiva recopilación de datos
sobre la prospectiva en México, basados en su texto elaboramos el siguiente cua-
dro de antecedentes:

año autor obra institución


Rosa Menasanch
1948 Hacia el futuro Pub. en México
(España)
Un modelo de pronóstico ma-
croeconómico para México (A Ma- Tesis doct. U de
1973 A. Beltrán del Rio
croeconomic Forecasting Model Pensylvania EU
for Mexico)
Emilio Rosenblueth Inician formalmente en México
y un grupo de inte- los estudios de prospectiva con la
lectuales, empre- creación de la Fundación Javier Ba- Fundación Barros
1975
sarios y servidores rros Sierra A.C. el primer centro de Sierra
públicos de prestigio investigación del país dedicado a la
reconocido. prospectiva.
Publicado en
El futuro de México (The Future of
1975 L Kowslow Arizona, Estados
México).
Unidos.
Publica su libro Los futuros de Banamex e Insti-
1978 Joseph Hodara
México. tuto de la Banca
Realiza una edición restringida de Editado por José
El Banco Nacional
1980 una obra titulada México en la dé- Luis Silva en
de México
cada de los ochenta. México.
Fundación Javier
Publica Diseño de un futuro para
1980 Wladimir M Sachs Barros Sierra de
el futuro.
México
Guillermina Baena Paz 211

Realiza un proyecto denominado


Programa Universi-
“La alimentación del Futuro”. JM
tario de Alimentos
1982 y Vergara, Raúl Carvajal y colabo-
de la Universidad PUAL UNAM
1983 radores publicarían un informe en
Autónoma de
dos volúmenes, titulado México:
México
Alimentos año 2000.
Se publica una nueva obra sobre el
Instituto de
quehacer de la prospectiva titulado
1984 Joseph Hodara Banca y Finanzas
Los estudios del futuro: Problemas
A.C.
y métodos.
Coordina y lanza el proyecto “Foro
México 2010”, con un taller de tra-
bajo denominado ”México 2010:
Visiones desde el exterior”.Ge- Fundación Javier
1985 Antonio Alonso C
rald O Barney; y Antonio Alon- Barros Sierra AC
so C coordinan el taller, en el que
participan, entre otros, Donella H
Meadows y Francisco Sagasti.
Publica el informe Escenarios na-
cionales para el Sistema Nacional
1985 Antonio Alonso C de Orientación Educativa, prepara-
do para la Secretaría de Educación
Pública.
Gerald O Barney y Editan y publican el libro Estudios Fundación Javier
1988
Antonio Alonso C del Siglo 21. Barros Sierra A.C.
Editan y publican la obra México
Dolores Ponce y hacia el año 2010: Política interna, Fundación Javier
1989
Antonio Alonso C que forma parte de los resultados Barros Sierra A.C.
del proyecto ”Foro México 2010”.
Federico Kuhlmann,
Publican el libro Comunicaciones:
1989 Antonio Alonso C y
Pasado y futuros
Alfredo Mateos
El futuro del sistema político mexi- Se publica en
1990 Luis Rubio F
cano. México
Edita y publica la obra La ocupa-
Estela Gutiérrez Editado en
ción del futuro: Flexibilización del
Garza México
trabajo y desregulación laboral.
Fundación Javier
Se publica el libro Planeación pros-
Tomás Miklos y Barros Sierra
pectiva. Una estrategia para el di-
María Elena Tello A.C.y Ed. Norie-
seño del futuro.
gaLimusa
212 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Se constituye la “Fundación Gua-


najuato Siglo XXI” y lanzan el
Empresarios del es- proyecto “Guanajuato Siglo XXI”,
tado de Guanajuato, para explorar los futuros de largo
México plazo de dicho estado (entre 1992
y 2020). Es coordinado por Carlos
Flores Alcocer.
Coordina un estudio sobre los fu-
turos energéticos de América Lati-
na, cuyos resultados se publicaron
en 1992 con el título de Energía
Fundación Javier
Antonio Alonso C para el mundo del mañana. Infor-
Barros Sierra A.C
me regional de América Latina y
el Caribe (Energy for Tomorrow’s
World. Latin America and the Ca-
ribbean. Regional Report).
Primer Congreso Mexicano sobre
Centro de Estudios Prospectiva, titulado ”Los Futuros
Prospectivos de la de México y el Mundo”. En dicho
Fundación Javier congreso, participan, entre otros,
Fundación Javier
1994 Barros Sierra de Mahdi Elmandjra (Marruecos),
Barros Sierra
México coordinado James Dator ; (E E UU), Richard
por Antonio Alonso A Slaughter (Reino Unido), Ervin
C. Laszlo (Hungría) y Hazel Hender-
son (Reino Unido).
H. Cámara de
Diputados de
la LV legislatu-
Publican la obra Diagnóstico y ra, Instituto de
Tomás Miklos y va-
prospectiva de la educación supe- Investigaciones
rios colaboradores
rior. Legislativas,
Universidad Au-
tónoma Metropo-
litana
Establece en su estructura orgánica
un grupo formal de análisis conti-
nuo sobre los futuros nacionales,
que denomina “Grupo Prospecti-
vo México Visión 2025”. Además,
Colegio de Ingenie- se crea en México el Centro de
ros Civiles A.C. Estudios Estratégicos Nacionales
AC, integrado por diversas orga-
nizaciones de carácter académico
y gremial, entre cuyos propósitos
está realizar estudios sobre los fu-
turos del país.
Guillermina Baena Paz 213

Asociación Civil Proyecto ”Chiapas Visión 2020”,


”Fomento Econó- apoyándose en el Centro de Estu-
1998 mico de Chiapas dios Estratégicos del Sistema Ins-
AC”, del estado de tituto Tecnológico y de Estudios
Chiapas, México. Estratégicos de Monterrey.

Revista mexicana El
Mercado de Valores
Dedica su número
de diciembre al
1999
futuro, subtitulán-
dolo ”Cambio de
Siglo, una Visión
Prospectiva”.

Guillermo Abdel
SIN Editan y publican el libro México
Musik Asali y Sergio
FECHA 2020. Retos y perspectivas.
Medina González

Publica México 2005: Los retos del


nuevo milenio (Mexico 2005: The
SIN
Michael J Mazarr Challenges of the New Millen-
FECHA
nium), donde plantea cinco esce-
narios detallados para México

Ponen en marcha en México un


SIN Enrique Ruelas y proyecto titulado ”Futuroscopio de
FECHA Antonio Alonso C la Salud”, auspiciado por la Funda-
ción Mexicana para la Salud.

La Fundación Javier Barros Sierra AC es, sin duda, el inicio de la historia de


la prospectiva y su impulso en una primera época de oro.
Es en 1975 cuando un grupo de intelectuales, empresarios y servidores pú-
blicos de prestigio reconocido, crean la Fundación Javier Barros Sierra AC, el
primer centro de investigación del país dedicado exclusiva y sistemáticamente a
la prospectiva.
El perfil de los impulsores de la Fundación corresponde a gente inquieta,
brillante en su campo:
Victor L. Urquidi (muere el 25 de agosto de 2004), académico, economista,
con muy alta incidencia en las decisiones del país por su respetabilidad y acciones.
Siempre le inquietó el futuro y más tarde en 1991 fundaría la Sección Mexicana
del Club de Roma (1991). De la Fundación Barros Sierra fue miembro del Consejo
214 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Directivo en múltiples ocasiones. Impulsó el empleo de modelos econométricos y


de simulación para explorar el futuro.
Emilio Rosenblueth (fallecido también), fue uno de los ingenieros de mayor
prestigio nacional e internacional. Cuenta Antonio Alonso que en 1975 donó el
monto de uno de los muchos premios que recibió como capital semilla para esta-
blecer la Fundación Javier Barros Sierra, y más tarde, como subsecretario de Edu-
cación Pública, apoyó la realización de múltiples estudios, colaborando siempre
con la Fundación.
Al ingeniero Daniel Díaz Díaz, se le debe la idea de crear la Fundación Javier
Barros Sierra quien la impulsó de manera importante cuando ocupó el cargo de
Secretario de Obras Públicas.
El maestro Fernando Solana, miembro fundador de la Fundación Javier Ba-
rros Sierra de la que ha sido miembro del Consejo Directivo y tanto desde la
Secretaría de Educación Pública como desde BANAMEX y la Secretaría de Rela-
ciones Exteriores (creó una Dirección de Prospectiva) impulsó a la prospectiva.
Jorge Elizondo Alarcón (ya fallecido), quien fuera director de la Fundación
Javier Barros Sierra (entre 1996 y 2004) y como tal desarrolló diversos estudios de
prospectiva, en particular sobre la educación.
Es indiscutible el impulso de la Fundación hacia la prospectiva a través de sus
publicaciones, foros, eventos e investigaciones durante la década de los setentas.
La Fundación tenía un espléndido edificio con un centro de documen-
tación y logró traer, a algunos prospectivistas que se volverían famosos
en su campo. Fue el caso de la prospectivista italiana Eleonora Barbieri
Masini quien escribe dentro de la Fundación un trabajo que titula La Pre-
visión Humana y Social, el cual será fundamento de su propia visión de
los estudios del futuro. Otros brillantes prospectivistas internacionales y
nacionales se formaron y escribieron en la Fundación como Wladimir M
Sachs, Gerald O Barney, Donella H Meadows y Francisco Sagasti, Tomás
Miklos y María Elena Tello.
Aunque la década de los ochentas y de los noventas prácticamente hay una
caída de la prospectiva, la Fundación sigue dando algunos pasos.
En 1994, tiene lugar el Primer Congreso Mexicano sobre Prospectiva, ti-
tulado ”Los Futuros de México y el Mundo”. En dicho congreso, coordinado
por Antonio Alonso C, participan, entre otros, Mahdi Elmandjra, James Allan
Dator, Richard A Slaughter, Ervin Laszlo y Hazel Henderson
El libro Planeación prospectiva. Una estrategia para el diseño del futuro, de
Tomás Miklos y María Elena Tello, distribuido por Limusa Noriega editores, es
Guillermina Baena Paz 215

una reflexión sobre la prospectiva y sus métodos, y se ha vuelto un libro clásico


de la prospectiva y lectura obligada para todos los que se acercan a esta actividad.
Dos directores de la Fundación se han destacado en el campo profesional: Miklos
y Antonio Alonso Concheiro.
Antonio Alonso C, es como actor a la prospectiva, lo que la FUNDACIÓN
Barros Sierra. Reconocido internacionalmente no sólo por su prestigio profesio-
nal sino por su calidad humana, ha coordinado innumerables estudios prospec-
tivos y en sus tiempos de director de la Fundación coordinó, entre muchos otros,
un estudio sobre los futuros energéticos de América Latina (empleando modelos
logísticos de crecimiento y competencia para construir algunos escenarios base)
y los resultados de un ejercicio delfos aplicados entre grupos de expertos de la
región, cuyos resultados se publicaron en 1992 con el título de Energía para el
mundo del mañana. Informe regional de América Latina y el Caribe (Energy for
Tomorrow’s World. Latin America and the Caribbean. Regional Report).
Tomás Miklos se graduó como Ingeniero Químico en la Universidad Nacio-
nal Autónoma de México y como Doctor en Ciencias, con especialidad en Mate-
máticas, en la Sorbona. Realizó estudios de Psicología, Análisis Transaccional y
Administración, obteniendo la Maestría en Psicoanálisis. Fue Director de la Fun-
dación Barros Sierra y ha ocupado diversos cargos de dirección en Instituciones
educativas de gobierno, nacionales e internacionales. Actualmente funge como
Coordinador de Operaciones del Instituto Latinoamericano de la Comunicación
Educativa (ILCE). Ha dado múltiples talleres, seminarios y cursos sobre prospec-
tiva en muy diversas instituciones. Hoy su rama principal está en la educación.
La Fundación actualmente se encuentra con un perfil bajo y en etapa de re-
definición de objetivos y modos de trabajo. Ha empleado múltiples enfoques y
métodos de prospectiva. Probablemente en los próximos años se centrará más en
la realización de talleres pequeños sobre temas de interés específicos y en la ela-
boración de un delfos anual sobre los futuros de México. Sus “clientes” han sido
muy variados (empresas, dependencias y organismos públicos federales y estata-
les, instituciones de educación superior, etc. En algunas épocas han predominado
estudios de prospectiva de campos específicos (educación, transportes, telecomu-
nicaciones, energía, etcétera). Algunos de sus estudios han estado estrechamente
vinculados con procesos de toma de decisiones y han sido tomados en cuenta por
los decisores; sin embargo, en la mayoría de los casos el impacto directo de sus
estudios ha sido relativamente bajo. Con excepción que en algún momento ha
cumplido con una tarea importante en la formación de cultura prospectiva entre
los decisores de alto nivel. (Antonio Alonso, entrevista, octubre del 2006).
216 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

3. El futuro es el presente …. un poco más tarde (Dator)

3.1. El entramado sistémico de la prospectiva – áreas


y cobertura

Recién iniciado el Siglo 21 el impulso a la prospectiva se vuelve muy intenso.


De 2000 a 2006 hay un trabajo constante y de alguna manera desde la academia y
en algunas consultorías. El despegue acelerado será a partir del 2006.
En 2000 Julio Millán y Antonio Alonso coeditan el libro México 2030: Un
nuevo siglo, un nuevo país, publicado por el Fondo de Cultura Económica, en el
que expertos de diferentes campos construyen algunos escenarios sobre la posi-
ble evolución de México a lo largo de los próximos treinta años.
El Centro de Estudios Estratégicos del Sistema Instituto Tecnológico y de
Estudios Superiores de Monterrey, México, publica su informe Chiapas Visión
2020. Construyendo nuestro futuro.
El Centro de Estudios Estratégicos Nacionales AC publica, en dos volúme-
nes, su libro México 2010. Pensar y decidir la próxima década.
Un grupo de investigadores de la Universidad de Guadalajara, asesorados
por Antonio Alonso realizaron el trabajo llamado Jalisco a futuro a partir de una
gran consulta délfica. Además publicaron un suplemento sobre Prospectiva en la
Revista de la Universidad de Guadalajara, Jalisco, que incluyó en su número de
invierno 2002-2003 un Dossier sobre prospectiva, con artículos que introducen a
su conocimiento, coordinado por Jorge Ramírez.
En noviembre del 2002 la Universidad de Guadalajara organiza el Congreso
de la Red Latinoamericana de Prospectiva organizada originalmente por Axel
Didrikson, Eduardo Balbi, Fabio Grobart, López Segrera y Francisco Mojica.
El congreso deja una semilla en el país que impactará en la Universidad Na-
cional Autónoma de México, donde estábamos haciendo grandes esfuerzos por
capacitarnos de manera autodidacta y estábamos por empezar un Seminario de
Estudios Prospectivos. A partir de ese evento Eduardo Balbi, en ese entonces di-
rector del Nodo Latinoamericano del Proyecto Millenium American Council /
United Nations University, nos abrió la puerta a la prospectiva en Latinoamérica.
En 2003 se crea la Fundación México 2020; su propósito es crear una visión
de largo plazo para México; su promotor y principal fundador es Carlos Medina
Plascencia, quien este mismo año promueve en el Congreso una iniciativa para
reformar la Ley Nacional de Planeación para que haga obligatorio para toda ad-
Guillermina Baena Paz 217

ministración entrante la elaboración de una visión de largo plazo como marco de


referencia de su Plan Nacional de Desarrollo.
En 2003 (mayo 30-junio 14), en el Instituto Tecnológico de México (ITAM)
de la ciudad de México un curso titulado “Los Futuros de México y el Mundo”; lo
imparte Georgina Sánchez.
A fines del 2003, el Capítulo Mexicano de la Sociedad Mundial del Futuro
(WFS) organiza el Diálogo de Alto Nivel “Los futuros del mundo, alternativas
para México”; entre los conferencistas invitados están, Wendell Bell, Clement Be-
zold, Peter Bishop, Lynn Elen Burton, Joseph F Coates, Hazel Henderson, Celine
Laisney, Wolfgang Michalski, Mario Molina, Graham Molitor, John L Petersen,
Wendy Schultz y Jordi Serra.
A partir del 2004 la historia de la prospectiva en México ahora se enfatizaba
hacia la academia. Lo primero era formar profesionistas de la prospectiva con
mentalidad diferente, con actitud de cambio, rompiendo paradigmas, hasta en-
tender el profundo significado del poder y de la libertad.
Poder para decidir el futuro que más deseamos, libertad para construirlo.
La prospectiva concebida de esta manera tiene un alto potencial revolucionario.

3.2. Desde las consultorías

Adip Sabag estuvo en el Centro de Investigaciones Económicas, Adminis-


trativas y Sociales (CIECAS) del Instituto Politécnico Nacional como director
y desde ahí se tenía una área de Prospectiva dirigida por Arturo Montañana,
la revista CIECAS y publicaciones. El mismo Montañana organizó el encuentro
Prospectiva: política social y tecnocientífica en noviembre del 2004 del cual salió
una publicación del mismo nombre.
El CIPAE (Centro Internacional de Prospectiva y Altos Estudios) de Puebla
que hace trabajos prospectivos en varias instituciones de educación.
Analítica consultores dirigida por Antonio Alonso ha permanecido en el pa-
norama de las consultorías en México como una de las más solicitadas.
Consultores Internacionales es otra consultoría que se creó y que ha trabaja-
do para el gobierno y la iniciativa privada, instaurada por Julio Millán, quien en
1997 fundó el Capítulo México de la World Future Society y es su Presidente. El
fue el motor organizador de un importante congreso sobre prospectiva celebra-
do en México a finales de 2003 (Diálogo de Alto Nivel “Los futuros del mundo;
alternativas para México) que reunió a un importante grupo internacional de
218 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

estudiosos de la prospectiva. Mantiene una sección sobre prospectiva en un im-


portante programa noticioso (Monitor, con José Gutiérrez Vivó).
También desde hace algunos años, Arturo Montañana había formado con
otros socios la consultoría llamada Prospectiva Económica y Social que hace tra-
bajos de diversas características, en especial de métodos cuantitativos como se-
ries de tiempo, que aplicó con diversos clientes. La virtud de Arturo Montañana
es crear métodos en la prospectiva. Con su visión matemática, de ingeniero y de
economista es un prospectivista que ha creado un conjunto de métodos de apli-
cación a través de la programas de computadora, sumamente útiles.
La consultoría Asesores Internacionales en prospectiva a cargo de Georgina
Sánchez quien también es miembro de la Sección Mexicana del Club de Roma.
La consultoría Intelligenza, antes Dypro, a cargo de Manuel Cervera tiene
una rama de Prospectiva desde la construcción de una matriz de impactos cru-
zados con un sistema vigía.
El Instituto de Investigaciones Sociales Asociación Civil, cuyo cliente princi-
pal es la empresa Televisa, ha generado una Dirección de prospectiva a cargo de
Mayra Herrera.

3.3. Prospectiva desde las Areas

Hoy en México todo el mundo habla de prospectiva, el problema es que todos


se sienten prospectivistas, pensar en el futuro es de lo más fácil. De esta manera
cualquier profesional se cree capacitado para ello, de ahí que en algunas oficinas
donde se hacen estudios prospectivos, evaluación y estrategias, el curriculum vi-
tae del encargado no contenga nada parecido a la prospectiva.
Pareció que el nuevo gobierno panista de Calderón en cuanto inició a hablar
de una visión 2030, desató la fiebre de la Prospectiva se acumulan oficinas, uni-
dades y hasta direcciones en diferentes secretarías del Gobierno Federal, también
se manejan diversas áreas junto con las tradicionales, de prospectiva energética y
tecnológica y científica, están la consular, la agraria, de salud, del sector alimen-
tario, financiera, del medio ambiente.
Aquí es donde van a empezar los problemas…
Guillermina Baena Paz 219

3.4. Prospectiva en la Educación

Tomás Miklos, se dedicó al área educativa, destacando su labor en nivel in-


ternacional dentro del Instituto Latinoamericano de Comunicación Educativa.
Otro brillante autor es Axel Didrikson desde la Universidad Nacional Autónoma
de México generando proyectos para la Universidad del Futuro, además de su
activa participación en congresos, eventos y programas de radio y televisión pro-
moviendo la actividad.
La Universidad Iberoamericana tiene un Diplomado de Prospectiva política
y formulación de escenarios, y El Instituto Tecnológico de Estudios Superiores de
Monterrey, creó en el Campus Monterrey la Maestría Prospectiva Estratégica.
El Doctor Freddy Mariñez, comenta que en el año 2000 formaba parte de la
División de Humanidades y Ciencias Sociales del Tecnológico. En el año 2003
cuando se crea la Escuela de Graduados en Administración Pública y Política Pú-
blica (EGAP) se decide pasarla a esta escuela, razón por la cual se diseñó un nue-
vo plan, el del 2004, orientado a las políticas públicas y administración pública.
El Instituto Superior de Estudios Prospectivos, dirigido por el maestro Adip
Sabag imparte cursos sobre la especialidad. Adip Sabag, había estado en Francia
y es uno de los pioneros que trabaja en prospectiva. Llegó a México con esa no-
vedad, trabajó en la Universidad del Valle de México y logró que la prospectiva
se instaurara como materia obligatoria en todas las carreras. Además dirigió un
Centro de investigación del Instituto Politécnico especializado en prospectiva.
Mantuvo una columna periódica sobre prospectiva en el Financiero, y ha impar-
tido numerosos cursos y talleres sobre prospectiva en México.
El doctor Manuel Cervera, en el campo formativo diseñó e imparte el Curso
de Fundamentos de Prospectiva Empresarial, Seminario El Futuro de la Em-
presa y un Diplomado en Gestión Estratégica, con un enfoque totalmente pros-
pectivo. Igualmente tengo desarrollada la metodología para la realización de
talleres de análisis prospectivo, “que sin duda son mi herramienta de batalla”,
concluyó Cervera.
En la Universidad Nacional Autónoma de México, hace cuatro años el con-
cepto prospectiva era algo un tanto desconocido, para finales del 2005 la facultad
de Ciencias Políticas y Sociales incorporó al Plan de estudios de Ciencia Política
las asignaturas: Prospectiva Política, Construcción de escenarios I, Construcción
de escenarios II y Técnicas de prospectiva social. En el Programa de Posgrado de
la misma Facultad se imparte la asignatura: Laboratorio de estudios del Futuro.
220 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

El Seminario Permanente de Estudios Prospectivos en la Facultad de Cien-


cias Políticas y Sociales de la UNAM, a cargo de la doctora Guillermina Baena
Paz ha seguido trabajando, ahí se discuten y analizan temas de interés local, na-
cional y mundial. Además, capacita en materia prospectiva a través de la exposi-
ción y discusión de la literatura prospectiva.
Este grupo integra el Nodo Futuro México, el que a partir del 2005 pertenece a
la Red Escenarios y Estrategias en América Latina. Como Nodo se tiene un grupo
multidisciplinario con cerca de 200 profesores, investigadores y alumnos de diversas
instituciones del Distrito Federal y de otros estados de la república Mexicana.

3.5. Prospectiva territorial

Arturo Montañana es quien en México ha desarrollado varias áreas de la


prospectiva, modelos originales de métodos cuantitativos y en los últimos meses
ha desarrollado la prospectiva territorial también con un modelo propio que le
llama Geoprospectiva.
Su Sistema de Geo-Prospectiva incluye todos los modelos referidos al orde-
namiento territorial:

• Modelo para determinar las tendencias clave en unidades de paisaje y


territoriales;
• Modelo de órdenes clasificatorios de tendencias;
• Modelo para determinar los escenarios probables, deseables y buenos;
• Modelo para determinar el peso de los actores territoriales;
• Modelo para el pronóstico y análisis de configuraciones territoriales;
• Modelo para el análisis de acciones y determinar la apuesta política.

3.6. En la politica

De ahí en fuera, los medios de comunicación y en particular algunos analis-


tas políticos empezaron a ver la necesidad de incorporar el trabajo de escenarios a
sus análisis. Y en los medios se empezó a oír mucho la palabra, que en la mayoría
de los casos se reducía al análisis de coyuntura, no al de prospectiva.
Guillermina Baena Paz 221

3.6.1. Desde la Cámara de Diputados

Prospectiva para la definición del futuro de México se llama la Comisión


Especial de la Cámara de Diputados en México (integrada en febrero del 2004)
que fue aprobada por segundo año consecutivo (El Universal, 18 de diciembre
de 2006). Donde 22 diputados van a construir un México para cien años, bueno,
todo puede ser posible…

4. Nuestras aportaciones: métodos, técnicas de


aplicación específica

Aunque por lo general las consultorías tienen sus modelos propios o soft-
wares propios hay quien se ha destacado por su originalidad, es el caso de Arturo
Montañana ha sido quien más ha aportado a la prospectiva un conjunto de mo-
delos originales dirigidos a formar una metodología propia, ellos son:

• Sistema de pronósticos mediante la Generación de Modelos ARIMA;


• Modelo de Análisis Causal de Series de Tiempo;
• Sistema para la Generación de Modelos con Rezagos Distribuidos;
• Modelo para la Generación de Indicadores Mediante Encuestas;
• Sistema de Geo prospectiva con todos sus métodos.

Manuel Cervera otro prospectivista que ha generado modelos propios


comenta: observamos un interés y demanda creciente por la implementa-
ción de sistemas vigías en las organizaciones. En México cada día más tiene
aceptación la incorporación de Tableros de Mando que exhiben la situación
actual, un sistema vigía incorpora la exploración y anticipación del futuro
de la organización. La integración de un sistema vigía incluye todo el pa-
norama prospectivo.
Se han elaborado: el Modelo General de Prospectiva Propositiva o Proactiva,
Metodología y Software para el diseño de estrategias (análisis prospectivo), Meto-
dología y Software para análisis de problemas (matriz de impacto cruzado), desa-
rrollo de Sistema de Inteligencia y Dirección Prospectiva (sistema vigía prospectivo,
aplicable tanto al sector público como privado), DOFA (Debilidades, Oportunida-
des, Fortalezas y Amenazas) prospectivo y la identificación, evaluación y selección
222 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

de alternativas o proactives. Actualmente la consultoría está desarrolando una me-


todología de Futuro Personal y una adaptación del juego de actores.
Aplicamos la prospectiva prácticamente en todas nuestras tareas: planeación
estratégica, análisis y solución de problemas, desarrollo organizacional, cultura or-
ganizacional, escenarios de negociación, desarrollo de competencias laborales, etc.
Guillermina Baena ha escrito un libro sobre Prospectiva política que está al
alcance de todo público en la red. Ha contribuido a la formación del pensamien-
to prospectivo con otro libro y con la intervención en los planes de estudio con
materias de prospectiva y un seminario permanente de formación de profesores y
profesionales en prospectiva en la Universidad Nacional Autónoma de México.
También se edita la revista electrónica internacional Prospecti... va cons-
truyendo futuros, que a la fecha lleva once números. www.metadata.org.mx/
subnodofuturomexico, que cuenta con la colaboración de prospectivistas ex-
tranjeros y ahora se ha convertido en una revista internacional, contando con la
participación de 10 países.
En la misma dirección tenemos tres libros electrónicos de consulta gratuita,
uno titulado Prospectiva Política (2004), de la doctora Guillermina Baena y, dos
libros colectivos e internacionales coordinados por la Doctora Guillermina Bae-
na titulados: Seguridad Humana e infraestructura emocional (2005) y Seguridad
humana y capital emocional (2007).
Como parte del material didáctico que se ha preparado desde la UNAM, se
editó en 2005 el disco Compacto Materiales para el estudio del futuro I que recu-
pera los cinco primeros números de la revista Prospecti…va construyendo futu-
ros. Y en 2006, Materiales para el estudio del futuro II con otros cinco números
de la revista (del 6 al 10).
En el año 2005, todo lo referente a Seguridad Humana nos fue encargado por
el doctor Eduardo Balbi, Director de la Red Latinoamericana Escenarios y Estra-
tegias. En ese año se logró inscribir en la Carta de derechos Humanos emergentes
a la seguridad humana como principio y como derecho emergente.
Se elaboró una serie de 24 programas titulada Radio Futuro que se trasmitía
desde Tepic, Nayarit por internet a todo el planeta.
Se han elaborado cinco cuadernos didácticos de la serie Working Papers en
materia prospectiva: 1) Prospectiva para todos. Construcción de Escenarios, de
Raúl Garduño; 2) Análisis Estadístico de Series de Tiempo. Manual de Aplica-
ción del Sistema para la Generación de Escenarios, de Arturo Montañana 3) Teo-
ría de Juegos y ciencia política, de Francisco Jiménez Ruiz, 4) Aplicaciones de la
prospectiva a la política, de Guillermina Baena Paz y 5) Técnicas de prospectiva
Guillermina Baena Paz 223

social. Estos mismos será reeditados por el Convenio Andrés Bello quien publi-
cará cuatro más de la Serie.
Periódicamente se realizan talleres, cursos, encuentros internacionales y ela-
boramos eventos como conferencias, mesas de análisis y seminarios para difun-
dir la prospectiva y discutir temas y temáticas de interés nacional y mundial. Una
buena parte de este trabajo es apoyado por el Programa de Mejoramiento de la
enseñanza de la propia UNAM y la Dirección general de personal académico.

5. Prospectiva de la prospectiva

5.1. En el futuro pasaremos el resto de la vida…

Contribuir a la generación de la corriente crítica de la prospectiva caracterís-


tica de América Latina, no sólo conocer futuros, ni conocer futuros para trans-
formarlos desde una pirámide de mando, sino construir futuros como resultado
de una reflexión conjunta, una América Latina constituida por un cerebro colec-
tivo para la construcción de los diferentes futuros deseados.
Hablan los prospectivistas:

Para Montañana, el futuro de la prospectiva es como un campo de batalla y


para nuestro país el más importante campo de batalla en nuestra época. Las pros-
pectivas son géneros de pensamiento porque son consustanciales al ser humano, si
se acepta con Tuan, que el ser humano es un ser que planifica su propia transforma-
ción y que el germen de toda cultura humana se encuentra en ver lo que no se ve.
Para Manuel Cervera: La prospectiva tiene que hacer su propio análisis
prospectivo (en casa del herrero azadón de palo); se tiene que buscar construir
un futuro deseado para la misma y concretamente de su desarrollo en México.
Para posicionarse requiere, divulgación, publicaciones, conferencias, estudios di-
fundibles y una propuesta de valor para una escuela mexicana de prospectiva.
Es importante llevar a la prospectiva más allá de las ciencias sociales, forta-
lecer la formación de especialistas, profundizar, innovar y crear herramental, así
también estructura esfuerzos guiados por un horizonte claro. Impulsarla requie-
re espíritu, vocación y servicio.
Para Víctor Batta: El futuro se ve difícil, porque todavía hay mucha ignoran-
cia respecto a lo que es la prospectiva. En otros países se está desarrollando como
224 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Brasil, China, India, en México si se puede aspirar a jugar un papel diferente en


la organización, tiene que fortalecer esa visión de largo plazo, pero habemos mu-
chos que estamos trabajando con muchas ganas para desarrollar la prospectiva.
La prospectiva es una forma muy revolucionaria de investigar. Investigar el
presente desde el futuro. Hay que seguir trabajando con visiones de futuro. Ex-
plorando incluso el financiamiento, apoyos gubernamentales o privados.
Para Eric Fugarolas: lo importante es difundir una cultura prospectiva en
México; capacitar profesionales en Prospectiva en el extranjero; crear lugares en
los cuales se enseñe Prospectiva de alto nivel en México (diplomados, maestrías,
doctorados); desarrollar nuevas formas de explorar el futuro (técnicas, métodos,
conceptos, etc.); crear centros de investigación prospectiva en todo el país.
Los obstáculos principales para emplear ampliamente la Prospectiva en
México son, para Fugarolas, entre otros: una cultura “inmediatista” de los crea-
dores de estrategias y de los tomadores de decisión; soberbia de las organizaciones
(gubernamentales, empresas, instituciones, etc.), la cual provoca un alejamiento
de la realidad; carácter o personalidad intuitiva o impulsiva de los dirigentes de
las organizaciones, para quienes la planeación les es ajena; desconocimiento del
significado real y de la utilidad de la Prospectiva; desconfianza en los métodos y
herramientas de la Prospectiva, ya que estos no son “científicos”; prospectivistas
que no tienen preparación profesional adecuada en el área de la Prospectiva y
ofrecen asesoría, consultoría y desarrollo de estudios prospectivos; falta de pros-
pectivistas profesionales con estudios de postgrado (maestría, doctorado y de-
más) en Prospectiva y en Futurismo.
Esta situación forma un círculo vicioso: al no tener suficiente demanda y no
haber suficiente personal capacitado, no hay financiamiento adecuado, lo cual
impide que se puedan desarrollar estudios prospectivos de alta calidad, y eso
tiene un impacto negativo en los otros puntos, etc.
Para Antonio Alonso Concheiro: en general, como campo de estudio, la
prospectiva tiene un futuro de importancia creciente. En la medida en que se
intensifican los cambios, crece la incertidumbre y los sistemas y las decisiones se
vuelven más complejas, la necesidad de realizar estudios de prospectiva se vuelve
más evidente. Por otra parte, la prospectiva enfrentará en los próximos lustros
grandes retos. Éstos serán tanto metodológicos (y de consolidación del campo
como cuerpo de estudio), como de profesionalización (sin limitar la creatividad,
pero separando a quienes hacen prospectiva de quienes dicen hacerla) y de difu-
sión y divulgación adecuada de su quehacer y sus resultados.
Guillermina Baena Paz 225

Soy optimista sobre los futuros de la prospectiva en México, dice Alonso. Creo
que en los próximos dos lustros podría aumentar de manera importante la deman-
da de estudios prospectivos. Empieza ya a haber una pequeña masa crítica de pro-
fesionales dedicados a la prospectiva, aunque aún convendría hacer esfuerzos por
profesionalizar el campo de la prospectiva en nuestro país. El número de cursos y
núcleos de prospectiva en las instituciones de educación superior del país está al
alza. Empieza a haber ya una literatura más o menos copiosa sobre prospectiva.
Si se considera que el objeto de estudio de la prospectiva es el futuro, ésta
no puede ser una ciencia (su objeto de estudio existe sólo en el imaginario y no
puede aplicársele el método científico). Si se considera que el objeto de estudio
son nuestras imágenes (ideas, conceptos, formulaciones, etc.) sobre el futuro, la
prospectiva podría ser una ciencia; sin embargo no ha sido éste el camino que
ha seguido (análisis y experimentación sobre nuestras maneras de imaginar fu-
turos), aunque haya algunos ejemplos de esfuerzos en dicha dirección. Aunque
la prospectiva tiene un cuerpo metodológico cada vez más sólido y más sistema-
tizado y un paradigma propio (véanse los esfuerzos de Richard Slaughter y de
Wendel Bell), creo que aún dista de ser una ciencia. Indisciplina, sí. Arte, no (no
tiene como propósito la recreación del mundo de manera única, ni la búsqueda
de la armonía o la belleza, etc.), aunque en los muy buenos autores sus produc-
tos escritos pueden aproximarse a la literatura (de hecho, la ciencia ficción es
también herramienta de la prospectiva). En esa línea, quizá se asemeje más a la
artesanía. Una manera de pensar y de hacer, sin duda. Un modo de ser, también,
en particular en quienes se dedican a ella de tiempo completo.
¿Qué tenemos que hacer? Según Antonio Alonso Concheiro:

1. seguir promoviendo y divulgando la prospectiva (publicaciones, congre-


sos, talleres, foros, etc.); en otras palabras crear una cultura de futuro en
nuestro país (lo que obliga a esfuerzos descentralizados);
2. reforzar los esfuerzos educativos en el campo de la prospectiva (cursos,
talleres, seminarios, etc.);
3. vinculado con los dos anteriores, atraer a nuevo talento hacia la
prospectiva;
4. crear más núcleos o centros de pensamiento prospectivo; por ejemplo,
promoviendo que la mayor parte de las instituciones de educación supe-
rior cuenten con centros de prospectiva (y que la aplicasen a asuntos de
interés local);
226 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

5. procurar que los trabajos de prospectiva que se realizan en México sean


cada vez más rigurosos (que el campo se profesionalice);
6. contribuir a que se amplíe de manera sustantiva la literatura disponible
en español sobre prospectiva y sus aplicaciones (pe, impulsar más a la
revista electrónica Prospecti…va);
7. fortalecer a todas las asociaciones de profesionales de la prospectiva y a
aquellas de interesados en la prospectiva;
8. ampliar las redes internacionales de las personas y organizaciones dedi-
cadas a la prospectiva en México;
9. evitar que prevalezcan diferencias, distanciamientos, conflictos, pugnas
por poder (mínimo), etc., entre los muy pocos que nos dedicamos a la
prospectiva, y promover que entre nosotros prevalezca una actitud al-
truista, de colaboración desinteresada;
10. establecer algunos estímulos y reconocimientos para los mejores traba-
jos y/o profesionales de la prospectiva.

Yo quisiera lograr - continúa - que cada vez más México fuese dueño de su
futuro. Que los mexicanos pensásemos y repensásemos nuestro futuro con la
misma intensidad que aplicamos a la historia y el mismo interés y preocupación
que tenemos por el presente. Y quisiera poder seguir dedicándome al estudio y
práctica de la prospectiva.

¿Qué podemos hacer? Como primer paso, colaborar unos con otros, co-
municarnos más, pensar colectivamente en el futuro de la prospectiva. Y seguir
tratando de hacer cada vez mejor lo que hacemos. Rápido, de manera eficaz y
eficiente, con recursos modestos pero suficientes, y de manera compartida, fina-
liza Alonso.
La opinión del Dr. Tomás Miklos sobre el futuro de la prospectiva en México
y Latinoamérica se resume en estos párrafos:
“Habiendo tenido oportunidad tanto de participar como de dirigir múltiples
y muy variados estudios de naturaleza prospectiva en este país, así como de com-
partir otras muchas experiencias llevadas a cabo en América Latina por otros
prospectivistas y de haber conocido de varias aplicaciones en otros continentes,
me es hoy factible comentar que México y Latinoamérica han vivido épocas alter-
nantes de gran aceptación y éxito en planeación prospectiva y de fracaso y olvido
por razones múltiples, mayormente de orden político. En México, es pertinente,
recordar la preeminencia que lograron importantes pioneros de la prospectiva, v.
Guillermina Baena Paz 227

gr., Fernando Solana, Víctor Urquidí, Emilio Rosenblueth entre otros, así como
organizaciones tan importantes como la Fundación Javier Barros Sierra, el Gru-
po Tepoztlan, los capítulos mexicanos del Club de Roma y de la World Future
Society. También vale la pena apreciar la gesta de iniciativas más recientes como
México 2025, México 2030 y esfuerzos independientes elaborados por Consejo
Nacional de Ciencia y Tecnología, Cámara Nacional de la Industria de la Trans-
formación, Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto Tecnológico de
Monterrey, Comisión Nacional para el Desarrollo de Pueblos indígenas, Instituto
Mexicano del Petróleo, Comisión Federal de Electricidad, Comisión Nacional del
Agua y Asociación Nacional de Facultades y Escuelas de Ingeniería.
“Algunos de estos trabajos lograron aportar elementos importantes para la
toma de decisiones y la planeación estratégica. Otros no necesariamente, en bue-
na parte debido a la ausencia o falta de confiabilidad en los datos estadísticos
disponibles, la falta de compromisos y hasta de interés en muchos de los líderes
y funcionarios públicos responsables de estos asuntos. Todo ello, aunado a la fre-
cuente incertidumbre sobre lo que el futuro pudiera deparar o sobre la influencia
que los actores políticos llegaran a alcanzar para gestar los cambios requeridos”.
“Considero que la coyuntura actual hace posible, conveniente y deseable re-
valorar el rol que la planeación prospectiva, sobre todo cuando se alinea con la
estratégica, la táctica y la operacional, puede alcanzar y los múltiples beneficios
pudieran representar. Para ello, resulta indispensable la incorporación de enfo-
ques, planteamientos, técnicas e instrumentos metodológicamente más sólidos,
más potentes y más sinérgicos que los existentes anteriormente. Ello implica un
claro acento focalizante en visiones y concreciones más teleológicas, más holís-
ticas, más comprometidas y más realistas que las tenidas hasta ahora. Este es
el verdadero futuro de la prospectiva en México y la Región Latinoamericana”,
finaliza Miklos.
Y Sergio Montero termina contundente: la prospectiva para México y el res-
to de América Latina es la descolonización del futuro.
228 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...
Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

6. Conclusión

Hace unos meses hacíamos un análisis sobre el futuro de América Latina,


dos elementos desde su origen a la fecha siguen prevaleciendo, el deseo de la in-
dependencia de los imperios y el deseo de la integración latinoamericana.
Esta es nuestra utopía y es algo a lo que no debemos renunciar por ser un sue-
ño largamente acariciado. En la discusión mundial de visiones prospectivistas, la
utopía no existe, podemos hablar dicen, de distopía, de eutopía, pero no de un
lugar inalcanzable. Sin embargo, la utopía en nuestra América ha estado presente
en Martí, en Bolívar, en Morelos, por ello, la prospectiva en América Latina tiene
otros objetivos diferentes a los futuros del resto del planeta.
Si bien cada país tiene que ser dueño de su futuro, nuestra interconexión y
nuestras afinidades culturales como región nos llevan a una lucha si bien será
dura y desigual, pero con objetivos comunes.
De ahí que los próximos veinte años sean cruciales para la región persiguien-
do una meta, nuestra utopía ancestral: Prospectiva como descolonización del fu-
turo, prospectiva para transformar la calidad de vida de los latinoamericanos,
para encontrar nuevas formas de pensar, de vivir, soluciones creativas a los pro-
blemas, todos como un solo cerebro colectivo en la búsqueda de respuestas…
El resultado será consolidar una corriente crítica de la prospectiva a partir de
dos conceptos fundamentales: libertad para elegir los futuros deseados y poder
para actuar sobre esos escenarios apuesta.

7. Referencias

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Testimonios: agradecemos la colaboración de información y entrevistas a Antonio


Alonso Concheiro, José Arellano, Margarita Arroyo, Víctor Batta, Manuel Cervera,
Axel Didrikson, Eric Fugarolas, Freddy Mariñez, Julio Millán, Tomás Miklos, Ar-
turo Montañana, Sergio Montero Olivares, Rodolfo Rosas, Vicente Villamar.
Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

1. Retrospectiva

Si bien la prospectiva como disciplina nace en Francia en los años cincuenta,


el Perú se mantuvo al margen de su desarrollo y aplicación hasta el año 1998
cuando por iniciativa de la Organización de las Naciones Unidas para el Desa-
rrollo Industrial (ONUDI) se gestó el Programa Regional de Prospectiva Tecno-
lógica para América Latina y el Caribe.1
Lamentablemente, el Perú no logró ingresar efectivamente al Programa hasta
el año 2001, donde por gestiones del entonces Ministerio de Industria, Turismo,
Integración y Negociaciones Comerciales Internacionales (MITINCI) se inician
las actividades de prospectiva en el país con un Seminario Internacional el 21 de
febrero de 2001 en el que participaron el Dr. Carlos Chanduvi-Suárez de ONU-
DI, el Ing. Jesús Rodríguez Cortezo del Observatorio de Prospectiva Tecnológica
Industrial (OPTI) de España, y el Dr. Carlos Manuel Cristo del Programa de
Prospectiva Tecnológica Industrial del Brasil.
Dicho Seminario Internacional, permitió difundir entre los diversos toma-
dores de decisiones del país la necesidad que nuestro país desarrolle actividades
de identificación de escenarios futuros, y sirvió de base para la conformación
de la Comisión Multisectorial de Prospectiva Tecnológica Industrial, mediante

1 Es preciso señalar en honor a la verdad que a mediados de la década de los ochenta, en el


entonces Instituto Nacional de Planificación (INP) y en algunos centros de investigación
privados se realizaron algunos ensayos de construcción de escenarios futuros para el Perú,
siguiendo metodologías econométricas.
236 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Resolución Suprema Nº 078-2001-ITINCI del 6 de marzo de 2001, en la que, bajo


la Presidencia del entonces Viceministro de Industria, Dr. Javier Ramírez-Gastón
Roe, se reunían los Viceministros de los Sectores de la Producción, así como re-
presentantes del Sector Académico y del Sector Privado, para establecer las ba-
ses de un posible Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica Industrial, que
contaría con el apoyo de ONUDI.2
Como parte de las actividades preliminares del Programa, se solicitó a ONU-
DI la ejecución de un Inventario Nacional de Recursos de Prospectiva Tecnológi-
ca Industrial, que se desarrolló de mayo a agosto de 2001, que permitió identificar
a 1,132 personas y 425 instituciones que estaban realizando acciones de alguna
forma vinculadas al planeamiento a mediano y largo plazo en el Perú.
Asimismo, también bajo gestiones del MITINCI ante ONUDI, se logró orga-
nizar en Lima, con el apoyo de la Universidad de Lima, el Primer Taller Forma-
tivo en Prospectiva Tecnológica, del 18 al 22 de junio de 2001, bajo la dirección
de los doctores Jesús Arapé y Yuli Villarroel, ambos de Venezuela, y en la que
participaron 28 personas, representantes del Sector Público, el Sector Privado y
la Academia.
Paralelamente, el entonces Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (hoy,
Consejo Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación Tecnológica -CON-
CYTEC) creó en febrero de 2001, la Oficina de Innovación y Prospectiva Tecno-
lógica, con la misión de apoyar la difusión de esta disciplina en el país como he-
rramienta de planeamiento de mediano y largo plazo, y de desarrollar ejercicios
nacionales de prospectiva de la ciencia y tecnología.

2. Presente

2.1. Institucionalidad Nacional en Prospectiva

Además de la ya mencionada Oficina de Innovación y Prospectiva Tecnoló-


gica (OIYPT) del CONCYTEC, y que se constituye como la unidad orgánica del
Estado peruano responsable del diseño y ejecución de estudios de prospectiva,
por iniciativa de ella se han venido gestando otras instituciones académicas y de

2 Como dato importante, debe señalarse que la Comisión Multisectorial formada en el año
2001 no ha vuelto a sesionar desde Diciembre de 2001.
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 237

la sociedad civil con el objetivo de sensibilizar a los tomadores de decisiones y


demás actores sociales para la difusión de la prospectiva en los procesos de pla-
neamiento de mediano y largo plazo.
Así, el 27 de noviembre de 2001 se firmó el Convenio que da nacimiento al
Consorcio de Investigación en Prospectiva Tecnológica (CIPT), conformado por
la Universidad de Lima (UL), la Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP),
la Universidad Nacional de Ingeniería (UNI), la Universidad Nacional Agraria
La Molina (UNALM), la Sociedad Nacional de Industrias (SNI), el Servicio Na-
cional de Adiestramiento en Trabajo Industrial (SENATI) y el Instituto de Inves-
tigación y Extensión Agraria (INIA). Justamente, el germen de este Consorcio
se dio como resultado del Primer Taller Formativo que auspició ONUDI en la
Universidad de Lima. El esfuerzo del CIPT se ha centrado en la prospectiva del
sector industrial, la prospectiva de la educación y la investigación de metodolo-
gías prospectivas.
El 11 de setiembre de 2003 se firmó el Convenio PROSPECTA PERÚ, por
parte del CONCYTEC, la PUCP y la Confederación Nacional de Instituciones
Empresariales Privadas (CONFIEP), para la organización anual de los Congresos
Nacionales de Prospectiva, como mecanismo de difusión y diálogo de las mejores
experiencias nacionales e internacionales del uso de la prospectiva. Posterior-
mente se fueron adhiriendo al Convenio, el Instituto Peruano de Administración
de Empresas (IPAE), la Universidad Ricardo Palma (URP) y la Universidad Nor-
bert Wiener (UNW).
El 15 de setiembre de 2003 se inauguró en el Cusco el Observatorio Regional
de Prospectiva del Sur Andino, el primer observatorio de su tipo en el Perú, bajo
el auspicio de investigadores de las Universidades locales y de organizaciones de
la sociedad civil. La inauguración fue apadrinada por los doctores Michael Kee-
nan del Instituto PREST de la Universidad de Manchester y Fabiana Scapolo del
Institute for Prospective Technological Studies (IPTS) de la Unión Europea.
Posteriormente, el 12 de febrero de 2004 se constituyó la Sociedad Perua-
na de Prospectiva (SPP), como sociedad científica responsable de velar por la
práctica de esta disciplina en el Perú, promover su enseñanza a nivel superior y
postgrado, y mantener permanentemente actualizados a sus miembros. La SPP
cuenta con alrededor de cuarenta miembros y con el respaldo de la Universidad
Ricardo Palma.
Cabe resaltar el hecho que la institucionalidad de la prospectiva en el Perú no
hubiera sido posible sin el apoyo de la cooperación internacional. En ese sentido
cabe destacar el apoyo que se ha recibido de distintas fuentes, desde el inicial
238 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

otorgado por ONUDI, pasando por el Programa Iberoamericano de Cooperación


en Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (CYTED), el Convenio Andrés Bello
(CAB), la Unión Europea, la Comunidad Andina (CAN), entre otros, sin cuyos
aportes la prospectiva no hubiera despegado en el Perú.
Es así como instituciones peruanas ahora forman parte de la Red Iberoame-
ricana de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica (RIAP) del CYTED, del Foro
de Acción Permanente en Prospectiva Científica y Tecnológica del CAB, del
SubPrograma de Prospectiva del Programa Andino de Innovación Tecnológica
de la CAN, del Proyecto Strategic European and Latin-American Foresight for
Research and University Learning Exchange (SELF-RULE) de la Comisión Eu-
ropea, de la Red Latinoamericana de Estudios Prospectivos, entre otras redes y
grupos de investigación.
Todo esto ha servido para que el Estado peruano cree el 25 de mayo de 2005
el Sistema Nacional de Planeamiento Estratégico y el Centro Nacional de Planea-
miento Estratégico (CEPLAN), mediante Ley Nº 28522, uno de cuyos objetivos
principales es el de “definir una visión nacional de futuro compartida”3, para lo
cual el CEPLAN ejecutará estudios prospectivos e identificará tendencias inter-
nacionales, opciones estratégicas y escenarios futuros.4
Los prospectivistas del Perú tenemos la esperanza que el CEPLAN ayude a
consolidar una cultura de pensamiento estratégico en nuestro país, en la que la
prospectiva sea una herramienta de cotidiano empleo en los procesos de toma de
decisiones públicas y privadas.
En la construcción de la institucionalidad de la prospectiva cabe destacar el
rol que juega el Instituto Peruano de Administración de Empresas (IPAE), bajo
la presidencia del Dr. Claudio Herzka5. IPAE ha formado su Centro de Estudios
Estratégicos, a cargo del Dr. Juan Díaz Huaco, para desarrollar, entre otras fun-
ciones, estudios prospectivos de interés del sector empresarial, y ha promovido
en setiembre de 2007, la creación del Foro Permanente de Futuro, espacio para el
análisis y el debate del futuro del Perú, y la constitución del Nodo Perú del Pro-
yecto Millennium, que permitirá la inserción del país en la más importante red
internacional de estudios sistemáticos del futuro.

3 Artículo 3º de la Ley Nº 28522.


4 Artículo 7º de la Ley Nº 28522.
5 El Dr. Claudio Herzka es uno de los pioneros de los estudios de futuro en el Perú. Conjunta-
mente con el Dr. Hélan Jaworski y el Dr. Francisco Sagasti, fundó GRADE en 1980, y juntos
desarrollaron los primeros estudios de largo plazo.
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 239

2.2. Enfoque empleado en el Perú

Dado que la prospectiva es una disciplina relativamente nueva y existen di-


versos enfoques relacionados con los estudios de futuro, el Perú no ha estado
ajeno a esta situación.
Debido a que el ingreso de la prospectiva se efectuó al amparo del Programa
Regional de ONUDI descrito anteriormente, el primer enfoque que llegó al Perú
fue el de “technology foresight” (enfoque anglosajón) traducido como “prospec-
tiva tecnológica”. Esa fue la orientación del primer taller formativo organizado
por ONUDI en el 2001.
El CONCYTEC ha jugado un rol muy importante en la labor de capacitación
e investigación en prospectiva. Como consecuencia de la participación en el año
2002 del Ing. Fernando Ortega San Martín, Jefe de la Oficina de Innovación y
Prospectiva Tecnológica del CONCYTEC en el Curso Taller de “Herramientas
para la Administración de Futuros” del Centro APEC de Prospectiva Tecnológi-
ca6 (ACTF, por sus siglas en inglés), en Bangkok, dirigido por el Dr. Ron Johnston
de la Universidad de Sydney (Australia), el CONCYTEC adaptó esta metodología
a la realidad peruana y desarrolló un Programa de Formación que permitió la
difusión en el Perú del juego de herramientas metodológicas del “technology fo-
resight” (enfoque anglosajón) recomendado por el ACTF.
Luego, en el 2003, gracias al apoyo del Instituto PREST de la Universidad
de Manchester (Reino Unido), la OIYPT del CONCYTEC logró mejorar su me-
todología de enseñanza de la prospectiva, profundizándose aún más el enfoque
anglosajón en su contenido.
Paralelamente, el CIPT, obtuvo el generoso apoyo del experto y maestro co-
lombiano Dr. Francisco José Mojica, para la formación de sus miembros en el
enfoque francés de la prospectiva (“la prospective”).
Por esta razón podemos decir que en el Perú se aplican ambos enfoques, el
foresight anglosajón y la prospectiva francesa, manteniendo en cada caso la rigu-
rosidad que ello implica.
Sin embargo, el Perú está coordinando en el seno de la Red Iberoamericana
de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica del CYTED (RIAP), así como en otras
Redes y Grupos Latinoamericanos de Investigación en Prospectiva, el desarrollo
de un juego de metodologías de prospectiva aplicables a la realidad de América
Latina, que recogería lo mejor de los instrumentos metodológicos de los dife-

6 APEC Centre of Technology Foresight (nombre original en inglés).


240 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

rentes enfoques (future studies, foresight, la prospective, technology forecasting,


technology future analysis, etc.)

2.3. Recursos Humanos en Prospectiva

Desde octubre de 2001, el CONCYTEC tomó la iniciativa de formar a los


especialistas locales en el campo de la prospectiva, habiendo diseñado un Curso
Taller Básico de 24 horas lectivas, que ha ido siendo actualizado a lo largo del
tiempo. Tal como fue comentado anteriormente, dicho Curso Taller recoge las
recomendaciones de ONUDI, del Centro APEC de Prospectiva Tecnológica de
Bangkok (Tailandia) y del Instituto PREST de la Universidad de Manchester.
A lo largo de estos seis años, se han desarrollado estos Cursos Taller en dis-
tintas organizaciones en Lima (Instituto de Altos Estudios Policiales, Escuela
Superior de Guerra del Ejército, Universidades de Lima, Católica del Perú, Ri-
cardo Palma, Norbert Wiener y Agraria La Molina, Instituto Peruano de Energía
Nuclear, Ministerio de Trabajo y Promoción del Empleo, Viceministerio de Pes-
quería, Foro Peruano de Formación Laboral, Asociación Peruana de Avicultura,
IPAE, entre otras) y en Provincias (ciudades de Piura, Chiclayo, Trujillo, Arequi-
pa, Tacna, Cusco, Puno, Ayacucho e Iquitos).
En total son más de 1,200 los profesionales peruanos que han participado
en dichos Cursos Taller, por lo que puede considerarse que el país ya posee
una masa crítica de profesionales con conocimientos básicos en el manejo de
técnicas prospectivas.
Con ocasión de los Congresos Nacionales de Prospectiva PROSPECTA
PERÚ, se organizan anualmente cursos avanzados de prospectiva aprovechan-
do la presencia en el Perú de los expertos extranjeros invitados a participar en
PROSPECTA PERÚ. Se han realizado ya cinco Cursos Avanzados, teniendo más
de ciento cincuenta profesionales capacitados a este nivel.
El Curso Básico de Prospectiva diseñado por el CONCYTEC ha sido edi-
tado como Curso a Distancia por la Universidad Politécnica de Madrid, a tra-
vés de su Gabinete de Teleeducación. El curso se encuentra disponible para toda
Iberoamérica en la dirección electrónica: http:// neptuno.gate.upm.es/campus/
FCV/verficha.php?codigo=fc119. En este curso ya han participado más de un
centenar de latinoamericanos, gracias al apoyo del Convenio Andrés Bello y de
instituciones peruanas, como el Ejército del Perú.
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 241

A nivel universitario, la primera experiencia de incorporar la prospectiva


a nivel de postgrado la realizó la Universidad de San Martín de Porres en su
Maestría de Ingeniería de Computación y Sistemas de la Facultad de Ingeniería
y Arquitectura, durante los años 2003 y 2004. A nivel de pre-grado, la primera
experiencia ha sido reportada por la Universidad de Lima en su Facultad de In-
geniería Industrial, donde se dicta desde el 2004 el curso de prospectiva tecno-
lógica. Luego, la Universidad Alas Peruanas incluyó dentro de su Diplomado en
Realidad y Defensa Nacional, primero, y en su Maestría en Realidad Nacional,
Defensa y Desarrollo, el curso de Prospectiva Estratégica. Otras Universidades
vienen promoviendo el uso de la prospectiva incluyéndola como tema dentro de
cursos ya establecidos, como los de planeamiento estratégico. Se espera que en el
corto plazo, la prospectiva sea un curso obligatorio en las carreras de ciencias e
ingeniería, y en el mediano plazo, su alcance sea mucho más amplio y abarque
todas las especialidades universitarias.
Con el objetivo de promover la enseñanza de la prospectiva a nivel universi-
tario, en marzo del 2007, CONCYTEC firmó convenios con 12 universidades de
provincias para capacitar a docentes, con el compromiso de incorporar el curso
de prospectiva en sus planes de estudio en pre y post grado. Esta capacitación se
llevó a cabo con el poyo de la Pontificia Universidad Católica del Perú.
Fuera del ámbito universitario, cabe destacar el trabajo que viene desarro-
llando el SENATI, para la formación en prospectiva de los futuros Administra-
dores Industriales, y la incorporación de la prospectiva en los cursos de actuali-
zación técnica que dicta.
Por su importancia para la difusión de la prospectiva en el mediano plazo, se
debe resaltar la participación de cuatro de los miembros del CIPT (PUCP, UNALM,
UL y UNI), en el Proyecto SELF- RULE de la Unión Europea, que ha permitido
la movilidad de becarios y el intercambio de experiencias y conocimientos, con
importantes instituciones académicas como la Universidad de Manchester (Reino
Unido), Universidad de Alicante (España), Universidad de Turku (Finlandia) y la
Universidad de Corvinus (Hungría) en Europa, y con la Universidad Francisco de
Miranda (Venezuela), Universidad Federal de Rio de Janeiro (Brasil) y la Univer-
sidad de los Andes (Colombia), que forman parte del Proyecto.
Como resultado del proyecto SELF-RULE se han movilizado cuatro profe-
sores a Europa para recibir diferente niveles de capacitación y tres más a otros
países de Latinoamérica. Además se ha recibido la visita de dos europeos y dos
latinoamericanos que nos han transmitido su experiencia. Esto ha implicado más
242 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

de 40 meses de capacitación e investigación, cuyos frutos se encuentran en el in-


forme final para la Red Alfa y pronto serán difundido en diversos medios.
Asimismo, debe destacarse el esfuerzo que viene desarrollando el Colegio de
Ingenieros del Perú, a través del Consejo Departamental de Lima, para formar a
los ingenieros de la capital de la República en el campo prospectivo, labor en la
que han contado con el apoyo del Dr. Francisco José Mojica, de Colombia.
La formación de recursos humanos en el sector empresarial ha sido promovi-
da por IPAE y CONCYTEC con la organización de talleres internacionales, entre
los que destaca el I Workshop Internacional de Prospectiva APEC en Latino-
américa, realizado en Lima el año 2005 a cargo del Dr. Ron Johnston del Centro
APEC de Prospectiva Tecnologica con sede en Bangkok (Tailandia).

2.4. Herramientas de Software de Prospectiva

Durante el entrenamiento en prospectiva de ONUDI en el año 2001, estuvo


al alcance de los profesionales peruanos las versiones on-line de los softwares
STRATEGY-LET y SURVEY-LET, de propiedad de la empresa CALIBRUM, que
se podían trabajar desde el servidor del ICS-UNIDO de Trieste, en esa época a
cargo del Eco. Rafael Popper.
Posteriormente, el CIPT siguió empleando dichos softwares en los ejercicios
preliminares que realizaron, con el apoyo de la Dra. Yuli Villarroel, Francisco
Mojica y el propio Eco. Popper.
Asimismo, en el Perú se han realizado algunos estudios sobre el futuro em-
pleando el software STELLA de simulación de sistemas dinámicos en el Instituto
Andino de Sistemas.
En los años 2003 y 2004, el CONCYTEC con la Universidad Nacional
Agraria La Molina desarrollaron el software PACHACAMAC, que integra las
herramientas de Environmental Scanning (Exploración del Entorno o Análisis
Medioambiental), Análisis de Tendencias, Encuesta Delphi y Construcción de
Escenarios en un solo paquete, siguiendo las recomendaciones del Centro APEC
de Prospectiva Tecnológica. La versión 1.0 de PACHACAMAC fue registrada
ante el Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la
Propiedad Intelectual (INDECOPI) y se encuentra en su fase comercial. Se está
desarrollando la versión 2.0 Pro, que podrá ser accesible vía Internet.
También han existido otras iniciativas para el desarrollo de softwares especiali-
zados en técnicas prospectivas, como el elaborado por el Eco. Benjamín de la Torre.
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 243

3. Estudios y actividades de prospectiva


realizados en el Perú

El primer estudio de prospectiva realizado en el Perú fue el “Estudio Delphi


sobre la Sociedad de la Información al año 2005” patrocinado y ejecutado por
la empresa TELEFÓNICA DEL PERÚ, durante el año 2002, como parte de un
estudio global efectuado en todos los países donde dicha empresa tenía operacio-
nes. El diseño del ejercicio se realizó en España y para su ejecución en el Perú se
contrató a la empresa APOYO.
El CIPT inició en el 2002 un estudio sobre escenarios futuros para el Perú
del año 2020 en función de los sectores económicos con mayor potencial, con el
apoyo del Dr. Francisco Mojica (Colombia) y la Dra. Yuli Villarroel (Venezuela).
Sin embargo, el primer estudio de prospectiva diseñado, ejecutado y moni-
toreado por peruanos fue “El Futuro de la Alpaca al 2014”, realizado por el Con-
sejo Nacional de Camélidos Sudamericanos (CONACS) durante el período Julio
2003-Setiembre 2004, bajo la dirección metodológica del CONCYTEC. Dicho es-
tudio concluyó con la identificación de 5 escenarios posibles y probables, del cual
se obtuvo un escenario meta, que está sirviendo para el diseño del planeamiento
estratégico de la actividad alpaquera en el Perú.
Bajo el auspicio de ONUDI y el apoyo metodológico del Observatorio de Pros-
pectiva Tecnológica Industrial de España, se desarrolló durante el año 2004 y parte
del 2005, el “Estudio de prospectiva de la cadena productiva de la industria pesquera
en la región de la costa del Pacífico en América del Sur”, en el que intervinieron au-
toridades de gobierno, empresarios e investigadores del Perú, Colombia y Ecuador, y
que fuera conducido en nuestro país por el Instituto del Mar del Perú (IMARPE).
Asimismo, el Perú participó del “Proyecto QUO VADIS: Innovación de los
sistemas de ciencia, tecnología e innovación agraria de América Latina”, a cargo
de la Red Nuevo Paradigma para la Innovación en América Latina, cuya presen-
tación se realizó a inicios del 2006.
Uno de los espacios que ha permitido discusión, investigación y aplicación
de herramientas de prospectiva ha sido el Consorcio de Investigación en Pros-
pectiva Tecnológia (CIPT). A continuación se presentan algunas actividades de
sus miembros:

• En SENATI se realizó un estudio preliminar mini Delphi sobre tenden-


cias en los procesos de formación técnica en los Centros de Formación
Profesional e Instituciones de Educación Superior.
244 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

• En la Universidad de Lima, se ha trabajado en estudios prospectivos de


cadenas productivas en general y de forma específica en el sector con-
fecciones textiles.

Además en búsqueda de mejorar la calidad de una organización de educa-


ción superior, se ha diseñando un modelo de gestión con un foque prospectivo.7
Uno de los frutos de la red Alfa SELF-RULE es el tema de investigación de
imágenes de futuro que los jóvenes peruanos tienen y como esto se relaciona con
el sistema educativo, que se lleva a cabo con el apoyo metodológico de la Univer-
sidad de Alicante. También, se ha firmado un convenio de apoyo a la investiga-
ción en prospectiva con la Turku School of Economics.
Asimismo, al interior de la Universidad se ha propiciado la formación de cír-
culos de estudio de prospectiva conformados por profesores y estudiantes. Estos
círculos ya tienen varios resultados como el análisis prospectivo de la cadena
productiva del vino.

• En la Universidad Nacional Agraria la Molina (UNALM), una tarea im-


portante fue el apoyo al estudio prospectivo de la pesca que se efectuó
con el apoyo de ONUDI, ya que se había desarrollado previamente un
estudio de acuicultura y los expertos ya estaban familiarizados con las
herramientas prospectivas. Desde que se inició su participación en ac-
tividades de prospectiva han podido capacitar y motivar a sus docentes
con 4 talleres en los que han participado expositores internacionales.

Asimismo, conjuntamente con la UNI, se inició un taller de Redes de Co-


nocimiento Prospectivo con la participación de la Dra. Yuli Villarroel de Vene-
zuela, a partir del cual se han definido 3 grupos multidisciplinarios para estudiar
la biotecnología, la energía global y la energía local, grupos que vienen aplicando la
metodología prospectiva para identificar escenarios.

• En la Universidad Nacional de Ingeniería (UNI) se ha realizado un estudio


prospectivo interno, “Visión 2021 de la Universidad Nacional de Ingenie-
ría”, esto ha permitido apoyar, con una metodología prospectiva, las 3 líneas

7 Las sumillas de estos trabajos se pueden ver en la página Web del Instituto de Investigación
Científica de la Universidad de Lima
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 245

de investigación que se trabajan en el Instituto General de Investigación de


la UNI: energía, tecnologías de la información y comunicación, y agua.

La participación de la UNI en SELF-RULE permitió el inicio del proyecto


Biota Promisioria con el apoyo PREST de la Universidad de Manchester, proyecto
que ha involucrado ya a varias instituciones del CIPT y que está a punto de con-
cretar un acuerdo con el Ministerio de Agricultura. También se la publicado ya
una investigación sobre el futuro de los empaques en la agroindustria.

• En la Pontificia Universidad Católica del Perú, además de su participa-


ción en la Red Alfa SELF-RULE, PROSPECTA PERU y apoyar al estudio
de prospectiva de la Pesca que ejecutó el Instituto del Mar del Perú bajo
la dirección de ONUDI, se ha brindado capacitación en prospectiva a
nivel de pre-grado y post-grado.

Como grupo de investigación, desde el 2001 se ha conformado una Red de


Prospectiva PUCP que buscar apoyar cualquier iniciativa de estudios de futuro.
Así se han concretado estudios que se centraron en el medio ambiente del cam-
pus, en el impacto del mundo digital en la economía, en el futuro de la región de
Pisco, en estudiar cómo es que se debe dar la formación continua en el futuro, las
alternativas para la creación de un observatorio que se dedique a la vigilancia tec-
nológica (con el apoyo de la Universidad Federal de Río de Janeiro) y un estudio
comparativo de las migraciones (con el apoyo de Turku School of Economics).
Recientemente, ya se tienen los primeros resultados del último estudio que
busca establecer escenarios futuros para las carreras de ingeniería, que servi-
rá como un insumo adicional en los cambios curriculares, tanto en contenidos
como metodologías y como una actividad para la acreditación de los programas.
Asimismo, el Centro de Estudios Estratégicos de IPAE ha realizado estudios
de prospectiva en áreas críticas para la competitividad de las empresas y el país.
Podemos citar, entre otros, los estudios sobre Biodiversidad y Biotecnología, Perú
al 2016. Escenario Preliminar, Transporte Aéreo para Comercio Exterior, Puer-
tos – Callao, Educación y Competencias; así como el estudio “Arequipa en la Ma-
cro Región Sur al 2021”, actualmente en curso, que es promovido por las ONGs
Ceder y El Taller, así como por el CID AQP.
246 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

3.1. Promoción de la Prospectiva en el Perú

Los principales eventos de promoción de la prospectiva en el Perú lo constituyen


los Congresos Anuales Nacionales de Prospectiva y Estudios de Futuro, PROSPEC-
TA PERU, que se realizan todos los meses de Setiembre desde el 2003 con la finali-
dad de promover el empleo de la prospectiva como herramienta de planeamiento e
identificación de escenarios futuros, la difusión de los estudios de prospectiva que
se ejecuten en el país y el intercambio de experiencias entre los investigadores, con-
sultores, funcionarios públicos y empresarios peruanos y extranjeros.
Su convocatoria es señalada como una muestra del trabajo conjunto entre
el sector público, privado y académico en donde participan CONCYTEC, IPAE,
CONFIEP, y las Universidades Católica del Perú, Ricardo Palma y Norbert Wie-
ner, quienes suscribieron un convenio de cooperación que ha permitido institu-
cionalizar los Congresos PROSPECTA PERÚ, que se han convertido en uno de
los eventos más importantes de prospectiva y estudios de futuro de toda Ibero-
américa, por la calidad de los conferencistas internacionales invitados8.
Los Congresos PROSPECTA PERÚ generan cada año un espacio para el diá-
logo y el intercambio de experiencias entre prospectivistas peruanos y extranje-
ros, entre sí, y con los actores sociales nacionales. Como resultado de ello, se ha
gestado por ejemplo, el Proyecto SELF-RULE ya mencionado, la incorporación
del enfoque prospectivo en el Proyecto de Creación del CEPLAN, la incorpora-
ción de la prospectiva en el PAITEC de la CAN, entre otros logros.

8 En PROSPECTA PERÚ 2003, participaron entre otros, el Dr. Michael Keenan (Instituto PREST, Universi-
dad de Manchester, Reino Unido), la Dra. Fabiana Scapolo (IPTS, Unión Europea), el Dr. Carlos Manuel
Cristo (Programa Brasileño de Prospectiva Tecnológica), el Dr. Francisco José Mojica (Universidad Exter-
nado de Colombia), el Dr. Christophe Guitton (CEREQ, Francia), el Dr. Johannes de Wilt (NRLO, Países
Bajos), la Dra. Yuli Villarroel (Venezuela). En PROSPECTA PERÚ 2004, participaron entre otros, el Dr.
Ron Johnston (Universidad de Sydney, Australia), la Dra. Sandrine Paillard (CGP, Francia), el Dr. Byeong-
won Park (Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica, Corea del Sur), el Dr. Javier Medina (Universi-
dad del Valle, Colombia), el Ing. Jesús Rodríguez Cortezo (OPTI, España), el Dr. Antonio Maria Gomes de
Castro (EMBRAPA, Brasil), el Dr. Francisco López Segrera (RLEP, Cuba), el Dr. Lélio Fellows Filho (RIAP,
Brasil). En PROSPECTA PERÚ 2005, participaron entre otros, el Dr. Alan Porter (Georgia Tech, EE.UU.),
la Dra. Véronique Lamblin (Sociedad Futuribles, Francia), la Dra. Gilda Massari Coelho (CGEE, Brasil),
la Dra. Dalci María dos Santos (CGEE, Brasil), el Dr. Chatri Sripaipan (ACTF, Tailandia), el Dr. Paavo
Löppönen (Academia de Ciencias, Finlandia), la Dra. Soledad Díaz Otero (OCCT, Cuba). En PROSPECTA
PERÚ 2006 participaron el Dr. Didier Dacunha-Castelle (CNRS, Francia), la Dra. Guillermina Baena Paz
(UNAM, México), el Dr. Henry Yesid Bernal (CAB, Colombia), la Dra. Dalci María dos Santos (CNPq,
Brasil), entre otros. En PROSPECTA PERÚ 2007 participaron los Dres. Jerome Glenn y José Luis Cordeiro
(Proyecto Millennium), la Dra. Concepción Olavarrieta (Nodo México del Proyecto Millennium), el Dr.
Patrick Le Goulven (IRD, Francia), la Dra. Dalci María dos Santos (CNPq, Brasil), el Dr. Edgar Ortegón
(ILPES, Chile), el Mag. Raúl Trujillo (Tuga Innovations Group, Colombia), entre otros.
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 247

Otra línea de promoción desarrollada en el Perú es la publicación de do-


cumentos relacionados con la teoría prospectiva y su aplicación práctica. Es
así como las instituciones miembros del Convenio PROSPECTA PERÚ, con
el apoyo de la Embajada de Francia en el Perú, del Convenio Andrés Bello y
la Comunidad Andina, han comenzado a publicar una serie de ensayos de la
Sociedad Futuribles de Francia, bajo el nombre de la Colección “Innovación
y Prospectiva”. Ya se han publicado los ensayos “Invitación a la Prospecti-
va” de Hughes de Jouvenel y “Por la Senda de la Innovación” de André-Yves
Portnoff. Se encuentran en prensa, los ensayos “La Ciencia en búsqueda de la
Cultura” de Jean-Marc Lévy-Leblond y “Una apuesta por la inteligencia” de
André-Yves Portnoff.

3.2. Prospectiva en el interior del País

Si bien es cierto que la mayoría de las actividades de planificación están cen-


tralizadas en Lima, la consolidación de los Gobiernos Regionales, la asignación
de mayores recursos por el Gobierno Central, así como los mayores fondos obte-
nidos de la explotación de los recursos naturales (canon minero, canon gasífero,
canon forestal, por ejemplo), están motivando a los gobernantes regionales y lo-
cales a pensar con mayor frecuencia en el largo plazo.
Con el objetivo de apoyar a la difusión de la prospectiva en las regiones, el
CONCYTEC y la Pontificia Universidad Católica del Perú adaptaron a la realidad
peruana, con el permiso de la Comisión Europea, la Guía Práctica de Prospectiva
Regional para Europa, publicándola con el nombre de Guía Práctica de Prospecti-
va Regional en el Perú, y que busca orientar a los usuarios de la prospectiva en su
búsqueda de una visión de largo plazo.
Por otro lado, el Instituto Andino de Sistemas (IAS) propició la aplicación
de la metodología Soft System Dinamycs (SSDM) en el análisis prospectivo del
desarrollo sostenible para las regiones, planteando una operación piloto para la
Región La Libertad.
Justamente, otra experiencia importante que también se está realizando en la
Región La Libertad, es la aplicación del Método Grumbach de gestión estratégica,
creado por el Maestro en Ciencias Navales Raúl José Dos Santos Grumbach, de
Brasil. Para tal fin, el g. Walter Hugo Torres Bustamante viene liderando a un
grupo de profesionales de diferentes instituciones como la Cámara de Comercio
de la Libertad, la Universidad Nacional de Trujillo, el Gobierno Regional de La
248 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Libertad y la Dirección Regional de Agricultura, que vienen ejecutando diversos


estudios, tales como el Estudio del Planeamiento Estratégico de la Cámara de
Comercio al 2021, el Planeamiento Estratégico de la Región La Libertad al 2021,
y el Estudio prospectivo de la Investigación Científica y Tecnológica al 2021 en la
Universidad Nacional de Trujillo.
Asimismo, cabe destacar el esfuerzo del Instituto de Investigaciones de la
Amazonía Peruana (IIAP), quien viene desarrollando el Primer Estudio Delphi
de Actividades Promisorias de la Amazonía Peruana al 2017, donde participan
cientos de actores sociales de las regiones Loreto, San Martín, Amazonas, Ucaya-
li, Huánuco, Cerro de Pasco, Junín, Cusco y Madre de Dios.

3.3. Prospectiva en las empresas

Si bien la práctica prospectiva en el Perú ha estado mayormente centrada en


el planeamiento a nivel macro y regional, algunos grupos empresariales han co-
menzado a emplearla en sus procesos de planeamiento corporativo de mediano
y largo plazo.
Ese es el caso del Grupo San Fernando y del Grupo Wong, éste último gracias
al esfuerzo y la perseverancia del consultor José Campovede Ayres. Se espera que
los buenos resultados económicos de ambos grupos empresariales sirvan de es-
tímulo a las demás corporaciones locales para que empleen la prospectiva como
práctica común en sus procesos de planeamiento.

4. Programa Nacional Especial de


Prospectiva y Vigilancia Tecnológica

Dentro del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación 2006/2021,


formulado por el CONCYTEC y aprobado por el Gobierno peruano, se ha in-
cluido el Programa Nacional Especial de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica
(PEPYVT), como el principal mecanismo de coordinación y articulación de las
instituciones y organizaciones del Sector Público, Sector Privado y la Academia
para el desarrollo de una cultura prospectiva en la sociedad que coadyuve a la
construcción social del futuro del Perú.
El Programa PEPYVT ha sido formulado por un equipo de representantes de
los distintos actores sociales vinculados con la prospectiva y la vigilancia tecno-
Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado 249

lógica y aprobado por una Asamblea Nacional de Prospectivistas, y cuenta con


los siguientes componentes:
a. Formación de Recursos Humanos;
b. Investigación, Desarrollo e Innovación;
c. Desarrollo de Institucionalidad;
d. Promoción y Difusión;
e. Asistencia Técnica a Estudios y Proyectos.

El trabajo concertado entre los actores sociales que participan del Programa
permitirá el cumplimiento de las siguientes metas a diciembre del 2011:

• 1,500 profesionales especializados en prospectiva y en vigilancia tecnológica;


• 7 metodologías propias;
• 11 observatorios de prospectiva y vigilancia tecnológica;
• 18 redes de prospectiva y vigilancia tecnológica;
• 400 organizaciones emplean sistemáticamente prospectiva en sus proce-
sos de planeamiento;
• 20 estudios de prospectiva nacionales de acuerdo con estándares inter-
nacionales.

5. Conclusiones

1. A setiembre del 2007, el Perú cuenta ya con una masa crítica de profesio-
nales con conocimientos de la aplicación de los principales instrumentos
metodológicos de prospectiva. Pero se requiere aún un esfuerzo mayor
por parte de las instituciones académicas nacionales para que todos los
profesionales que se forman en ellas conozcan y apliquen técnicas de
prospectiva para desarrollar en ellos la habilidad de pensar estratégica-
mente y asumir el reto proactivo de construir el futuro;
2. La puesta en marcha del Programa Nacional Especial de Prospectiva y
Vigilancia Tecnológica permitirá realizar un trabajo coordinado entre
los distintos actores sociales, que generará un mayor empleo de la pros-
pectiva, principalmente en las regiones del interior del país y en todo el
tejido empresarial;
3. Gracias a los Congresos Nacionales de Prospectiva PROSPECTA PERÚ
y a otras actividades de promoción, se ha logrado sensibilizar a los to-
250 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

madores de decisiones y a la opinión pública nacional de la necesidad de


pensar estratégicamente en el futuro, y de emplear la prospectiva en los
procesos de planeamiento de mediano y largo plazo, tanto en el Sector
Público como en el Sector Privado.

6. Referencias

BRAINSTORMING. Seminario en Perú. Disponible en: http://www.brainstor-


ming. com.br/Noticias.do. Acceso el 2 de setiembre del 2007.

CONGRESO DE LA REPÚBLICA DEL PERÚ. Ley del sistema nacional de pla-


neamiento estratégico y del Centro Nacional de Planeamiento Estratégico (CE-
PLAN). Disponible en: http://www.participaperu.org.pe/novedades/ autografa.
doc. Acceso el 15 de setiembre del 2007. Disponible en: http://www.elperuano.
com.pe Normas legales. Publicado el 25 de mayo del 2005.

IPAE. Centro de Estudio Estratégicos. Disponible en: http://www.ipaecee. org.


pe/. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

ORTEGA SAN MARTÍN, Fernando (2005). El Estado del Arte de la Prospectiva


en el Perú, presentación en PROSPECTA PERU 2005.

PAZ, SANDRO Y JIMÉNEZ, Fernando (2004). La universidad como observa-


torio del futuro. Palestra. Portal de asuntos públicos de la PUCP. Disponible en:
http://palestra.pucp.edu.pe/index.php?id=51. Acceso el 2 de setiembre del 2007.

PONTIFICIA UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PERÚ. GRUPOS Y REDES


DE INVESTIGACIÓN. Disponible en http://www.pucp.edu.pe/content/pagina35.
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PROSPECTA PERU. Congreso de Prospectiva. Disponible en: http://www. pucp.


edu.pe/congreso/prospecta/. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

UNIVERSIDAD DE LIMA. Proyectos de Investigación. Disponible en: http://


www.ulima.edu.pe/webulima.nsf/default/pi05?OpenDocument&dn=8.3.3&Pag
e=industrial. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

SELF-RULE. Euro-Latin Foresight Network. Disponible en: http://www.self-rule.


org/. Acceso el 3 de setiembre del 2007.
Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

Freddy Blanco

1. Retrospectiva

Al tratar de determinar los orígenes del trabajo prospectivo en Venezuela,


debemos hacer una salvedad, porque muy probablemente aunque muchos traba-
jos no utilizaron el calificativo de “prospectivo”, en la praxis estaban impregna-
dos por la concepción filosófica y su enfoque; en tal sentido, valdría la pena se-
ñalar que: Las reflexiones sobre los futuros deseables en Venezuela se expresaron
inicialmente a través de las aspiraciones de alcanzar el tan ansiado “desarrollo”
lo que suponía pensar en modelos para un cambio societal y en los futuros alter-
nativos para llegar a él; de hecho, muchos de los planes de desarrollo elaborados
en las décadas de los 70´ y 80´ por los organismos de planificación en el país,
fueron cuestionados por ser más “imágenes de futuro” que programas de acción
por su escasa aplicabilidad (Giordani 1986); otros por el predominio de un en-
foque normativo (Matus, 1980), y finalmente algunos la calificaron de ilusoria
(Antonorsi y Ávalos (1980). Sin embargo, estos esfuerzos de planificación para
el desarrollo favorecieron el reconocimiento de la dimensión prospectiva como
enfoque, ya que la conceptualización sobre los modelos de desarrollo o estilos de
desarrollo (Varsavsky, 1982) requerían taxativamente de reflexiones sobre el tipo
de sociedad deseable a futuro.
En tal sentido, desde CORDIPLAN, órgano rector de la planificación en
Venezuela creado en 1958, fueron elaborados diversos documentos de Política
Pública con orientación y reflexión sobre los futuros deseables, no desde un mar-
co conceptual único, porque diversos enfoques de planificación (Normativa, Si-
252 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

tuacional, Estratégica Corporativa, etc.) estuvieron disputándose la supremacía


(Castellanos 1997) en el marco de la formulación de los planes de la Nación.
Sin embargo, a pesar de que la plantificación del desarrollo permitió reco-
nocer en un primer momento el enfoque prospectivo, éste mismo no permitió el
despliegue del enfoque en toda su extensión y potencialidad; incluso (Castellanos
1991) concluye que: “muy lamentablemente el Sistema Nacional de Planificación
de Venezuela a dado poca importancia a la prospectiva limitándola a unos cuan-
tos enunciados muy generales dentro de los Planes de la Nación, instrumentos
quinquenales fuertemente determinados por la coyuntura”.

2. Evolución de los estudios prospectivos en Venezuela

Un esfuerzo importante que permite determinar la trayectoria formal de los


estudios prospectivos en Venezuela lo constituye el “Inventario de Experiencias
Prospectiva en Venezuela 1970 – 2000” (Ángel 2000) en donde se demuestra que
Los Estudios de Prospectiva no son de reciente data; en dicho inventario se reco-
ge la experiencia que en prospectiva ha acumulado el país en los últimos treinta
años. Allí se identifican cuarenta y tres estudios (43) en distintos ámbitos de apli-
cación, distribuidos por décadas de la siguiente manera:

Cabe destacar, la evolución progresiva de los estudios prospectivos, siendo


la década del 90´ y el año 2000, el período de mayor dinamismo; entre ambos
concentran casi el 60% de la totalidad de los estudios. Esta tendencia, señala el
autor, puede ser explicada por un incentivo particular de pensar en el futuro por
Freddy Blanco 253

encontrarnos frente al inicio de un nuevo siglo, un nuevo milenio; lo que ha traí-


do una particular preocupación por el porvenir.
En cuanto a las áreas de aplicación de los estudios prospectivos, el inventario
revela un predominio de los temas relacionados con la economía y desarrollo en pri-
mer lugar, seguidos de educación, tecnología/industria y metodologías/experiencias.
En el resto de las categorías, la proporción no alcanza los 10 puntos porcentuales.

Se evidencia claramente la tendencia a desarrollar estudios prospectivos


en áreas donde el cambio, la conflictividad y la incertidumbre a futuro son una
constante, en contraste, con temas como sociedad y política, urbanismo y hábi-
tat, agrícola y pecuario, donde la cifra en términos absoluto es de apenas tres (3)
estudio por área temática en 30 años.

2.1. Enfoques y metodologías

Haciendo un análisis de la situación de los estudios de prospectiva en Vene-


zuela, es necesario señalar que a pesar de la variedad temática, prácticamente no
hay presencia de estudios en temas trascendentales tales como: derechos huma-
254 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

nos, guerrillas, los problemas de droga, violencia, inseguridad y corrupción; ó en


todo caso no son abordados directamente a pensar de su impacto en la sociedad.
Lo mismo ocurre con los aspectos demográficos, la dinámica de la población,
(migración y los impactos de su crecimiento).
Tampoco existen evidencias de cómo se incorporan, se cruzan y se comple-
mentan algunos estudios basados en sus resultados, o al menos la vinculación de
los equipos de trabajos prospectivos, lo que demuestra una clara fragmentación
de los esfuerzos y la consecuente pérdida de oportunidad y maximización de los
recursos disponibles.
El conjunto de estudios (territoriales, sectoriales, institucionales) comparte
como característica metodológica común, que en su mayoría, dedican un gran
esfuerzo al “diagnostico riguroso” y posteriormente se pasa a caracterizar los
futuros posibles, probables y/o deseables, ya sea a través de escenarios, conjeturas
o imágenes de futuro.
Adicionalmente, muchos estudios se caracterizan por la aplicación casi me-
cánica de técnicas e instrumentos, convirtiéndose así en “prácticas prospectivas”,
siendo las más comúnmente utilizadas: el método delphi, escenarios, análisis es-
tructural y juego de actores; esto se debe en gran medida a la amplia difusión que
ha tenido en el país el enfoque Francés de Prospectiva Estratégica impulsada prin-
cipalmente por Michel Godet quizás por el pragmatismo que gira en torno a la “caja
de herramienta” pero también, porque gran parte de la literatura contemporánea
disponible en el país llega a través de editoriales de países vecinos como Colombia,
México y Argentina naciones vinculadas con el Enfoque Francés de prospectiva.
La falta de institucionalidad del trabajo prospectivo en Venezuela es qui-
zás el símbolo de debilidad más preponderante en las últimas tres décadas; en
tal sentido, muchos trabajos fueron realizados por equipos de trabajo cuya per-
manencia estaba incluso determinada por el tiempo de duración de un estudio
específico; en otros casos, se constituyeron equipos ad-hoc a dedicación parcial.
Adicionalmente, los vaivénes de la política (cambio de gobierno) desencadenaron
dinámicas de turbulencia que incidieron en la alta rotación del personal, cambios
en los enfoques de planificación con mayor preponderancia al corto plazo que al
mediano y largo plazo.
Funcionalmente, fueron pocos los entes gubernamentales que formaliza-
ron en sus estructuras organizativas, instancias para el trabajo permanente en
el área de prospectiva, quizás el caso más simbólico lo representó el Programa
de Prospectiva Tecnológica del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas
y Tecnológicas (CONICIT) a principios de la década de los 90´; instancia que
Freddy Blanco 255

buscaba orientar las políticas científicas en pro del desarrollo científico y tecno-
lógico nacional. Durante ese período se realizaron diversos cursos de formación,
y eventos que lograron sensibilizar un grupo importante de actores sociales; así
mismo se realizaron ejercicios de prospectiva tecnológica, entre los que destacan:
La Yuca como insumo industrial. Estudio basado en el método de los escenarios
prospectivos (1990); Estudio Prospectivo del Sub-Sector Caña de Azúcar” (1992);
y las Agendas de Innovación del CONICIT (1999).
A raíz de los cambios institucionales que experimenta el país a finales de
1999, producto de una nueva elección presidencial y la transformación del mo-
delo de gobierno, la trayectoria institucional de 23 años del CONICIT (creado en
1967), se modifica para dar paso al Fondo Nacional para la Ciencia y Tecnología
(FONACIT); dicho cambio incidió en la reestructuración del anterior Programa
de Prospectiva del CONICIT que con el tiempo desaparece en la estructura orga-
nizativa y funcional que actualmente prevalece en el FONACIT.
Durante el año 2000, surgió otro esfuerzo por darle institucionalidad al tra-
bajo prospectivo, en esa ocasión el recién constituido Ministerio de Ciencia y
Tecnología (MCT), con el auspicio de la Organización de Naciones Unidas para
el Desarrollo Industrial (ONUDI) propiciaron la conformación de un Programa
Nacional de Prospectiva Científica y Tecnológica (PNPCyT) cuyo marco de ac-
ción sería: “un programa de alcance y cobertura nacional” no obstante, su gesta-
ción fue a lo interno de la Dirección General de Prospección y Planificación de
dicho Ministerio, una suerte de estrategia para darle viabilidad con el acompaña-
miento del también recién creado por ley, Observatorio de Nacional de Ciencia,
Tecnología e Innovación (OCTI).
Este esfuerzo suponía la superación de las debilidades de las experiencias pre-
vias de prospectiva en el país, entre ellas, la generación de capacidades institucio-
nales para articular visiones compartidas de país y de escenarios en sectores estra-
tégicos para el desarrollo nacional (MCT 2002). En este sentido, y en el marco del
PNPCyT se elaboran dos estudios con característica de “diagnósticos”: el Inventario
de Experiencias Prospectivas 2000 y el Estudio de Inteligencia Tecnológica: Estu-
dio Comparativo de las Experiencias Internacionales en Prospectiva Tecnológica.
Durante el período 2000-2002 el PNPCyT inicia sus actividades con énfasis
en cuatro componentes fundamentales: a - Proceso de Gestión Organizativa, b
-Proceso Metodológico de Prospectiva, c -Promoción y Difusión d - Entrena-
miento y Capacitación. Los primeros componentes llegaron a estar en una etapa
avanzada; especialistas como Francisco Mojica Sastoque (Colombia), Rodrigo
Arocena (Uruguay), Michael Keenan (Reino Unido) y Misael Medina (Venezue-
256 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

la), participaron en diversas oportunidades en calidad de ponentes y/o asesores y


ofrecieron su visión sobre lo que era posible plantearse en el Programa Nacional
de Prospectiva Venezolano, lo que quedó reflejado en los Informes de gestión del
(MCT 2000 – 2002). Durante ese período se realizaron dos esfuerzos significati-
vos en estudios prospectivos, el primero fue la culminación del estudio: “Visión
Prospectiva de la Agenda Raíces y Tubérculos”; y el segundo esfuerzo la realiza-
ción del “Estudio Piloto de Prospectiva: Insumos Químicos para la Producción Pe-
trolera”, ejercicio que fue catalogado como “piloto” por ser la primera experiencia
institucional en prospectiva del PNPCyT y del que se generarían prácticas de
saber qué, saber cómo, y de experimentación para construir un modelo propio
(enfoque nacional) de hacer prospectiva desde el sector público, vinculado di-
rectamente con la toma de decisiones, que incluso algunos denominaron como
“prospectiva con sentido público”.
Posteriormente, la crisis política y social ocurrida durante el 11 y 13 de abril
del 2002 y el paro cívico nacional del 2003, que desencadenaron en pérdidas mi-
llonarias para el país, provocaron serios desequilibrios financieros que obligaron
a una reducción presupuestaria de los organismos gubernamentales, Ese mismo
año se genera un redimensionamiento de la función de prospectiva, reduciendo
su alcance a las competencias propias de la Dirección General de Prospección
y Planificación del MCT; desde ese momento se desiste y/o posterga la idea del
PNPCyT. A partir de ese momento las capacidades institucionales se reorien-
tan a ejercicios prospectivos en áreas prioritarias definidas post-coyuntura, cabe
destacar los estudios: “Escenarios Tendenciales en Agro-Biotecnología” (2004), y
recientemente, el “Estudio prospectivo para el fortalecimiento del sector biotec-
nológico como apoyo a la seguridad alimentaria” (2005-2006) y el “Prospectiva
Regional Sobre La Educación Superior para la Transformación Productiva y Social
con Equidad en los Países Miembros del CAB” (2005 – 2006).
En contraste con lo acontecido en el plano gubernamental, en el campo aca-
démico, especialmente el universitario, se fue gestando desde mediado de los 70´
un creciente interés por el enfoque prospectivo, aunque no institucionalmente
(ya que no existió durante casi 30 años programas de formación de pre-grado,
post-grado o extensión profesional vinculados a la prospectiva, la oferta de for-
mación se reducía a materias electivas o contenidos muy específicos dentro de las
cátedras de gerencia, innovación, tecnologías y planificación), sino mas bien, fue
el producto del esfuerzo propio de individualidades que mostraron su interés e
incluyeron en diversas actividades docentes el componente prospectivo y adicio-
nalmente fueron pioneros en investigaciones sobre el tema. Posteriormente fue-
Freddy Blanco 257

ron editadas diversas publicaciones, y hoy en día constituyen parte importante


del acervo de conocimiento en este campo, entre las que cabe destacar las obras
de: la Dra. Lourdes Yero, investigadora del Centro de Estudios del Desarrollo
(CENDES) de la Universidad Central de Venezuela, quien orientó sus investi-
gaciones en: Estilos de Desarrollo (1971), Estudios de Futuro en América Latina
(1986 y 1993); Estudios Prospectivos en Países Desarrollados (1989), etc.
El Dr. Max Constanti de la Universidad Nacional Abierta, es el investigador
con mayor producción en publicaciones vinculadas al trabajo prospectivo; Cons-
tanti durante años guió sus investigaciones de prospectiva a la dinámica de la edu-
cación superior (Universidades) en Venezuela y su aporte en el desarrollo econó-
mico y social del país. Cabe destacar sus obras: Venezuela: un estudio prospectivo
19751990; Oferta prospectiva de egresados del tercer nivel en Venezuela (1980-1995);
Demanda prospectiva en el área de las ciencias sociales y jurídicas en las especia-
lidades de sociología, psicología, comunicación social y derecho (1981); Demanda
prospectiva de carreras no cursadas en Venezuela 1980-1995; Venezuela futuros
posibles alternativos” (1981); Determinación de áreas de formación de Recursos Hu-
manos a nivel Técnico/Básico para la población joven de 15 a 24 años (1995).
En el ámbito de la prospectiva territorial la Fundación para el Desarrollo Cien-
tífico y Tecnológico del Estado Lara (FUNDACITE – LARA) fue pionera en incor-
porar el enfoque prospectivo y crea en el año de 1997, la Red Estadal de Estudios
Prospectivos Científicos y Tecnológicos cuyo propósito primordial fue: “producir
reflexiones estructuradas, permanentes y compartidas sobre el futuro y sus impli-
caciones presentes”. Entre los estudios generados se encuentra: Bosquejo de una
propuesta: “El agua y sus mañanas: conflictos y compromisos (Escenarios Hídricos
del Estado Lara) 1998”. Posteriormente se le suma los aportes de la Fundación para
el Desarrollo de la Región Centro Occidental (FUDECO) que organiza a finales de
los 90´ diversos cursos de capacitación sobre el empleo de la prospectiva en la ge-
neración de propuestas de futuro para la región. Con la progresiva sensibilización
de actores sociales se suman las contribuciones de la Universidad Centro Occi-
dental Lisandro Alvarado (UCLA) que durante el año 2002 formularon el estudio:
“Visión Prospectiva Estratégica de La Universidad: La UCLA Hacia El 2022”.
Otro esfuerzo de prospectiva territorial que marcó pauta metodológica en
estudios prospectivos nacionales, se refiere al Plan Prospectivo Estratégico Zulia
Tercer Milenio 2001 – 2010, trabajo que contó con la asesoría de Juanjo Gabiña
(España), Misael Medina, Antonio Francés y Adalberto Zambrano (Venezuela)
en un proyecto que incorporó en sus metodologías la participación de amplios
258 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

sectores de la comunidad, como una estrategia para otorgarle mayor viabilidad


socio-política, haciendo a los actores sociales co-partícipe de los resultados.

2.2. Dinamica y coyuntura

El período de mayor dinamismo en la práctica prospectiva en el país se remi-


te al período 2000-2006; a las experiencias ya mencionadas, se le suman la con-
formación de instancias organizativas que han incorporado entre sus funciones
el componente prospectivo.
Entre ellas cabe destacar la creación en el 2004 de la Coordinación de Prospec-
tiva Tecnológica de la Fundación Instituto de Ingeniería (FII), la Sala Prospectiva
del Instituto Nacional de Investigaciones Agrícolas (INIA) en el 2005, de esta ma-
nera se promueve mayor institucionalidad al trabajo prospectivo y permite al mis-
mo tiempo una mayor vinculación con planificación y la toma de decisiones, gene-
rando así, lo que se califica como “Estudios Prospectivos Aplicados” (Yero 1993).
Durante este período, en el ámbito nacional se registró una amplia variedad
de cursos y talleres de formación dictados por instituciones académicas o aseso-
res que trabajan calidad de outsourcing, incluso, es en febrero de 2005 cuando
se realiza por primera vez en el país el Ier Simposio Nacional de Prospectiva y
Planificación, evento de alcance nacional promovido por el Instituto Venezolano
de Planificación (IVEPLAN), ente gubernamental adscrito al Ministerio de Pla-
nificación y Desarrollo con el auspicio de distintos organismos nacionales e In-
ternacionales; en el mismo se congregaron cerca de 250 participantes proveniente
de una amplia variedad de organizaciones y particulares. Estuvieron en calidad
de ponentes una decena de especialistas nacionales vinculados al que hacer pros-
pectivo; en este evento demostraron las experiencias prácticas de estudios y su
aplicación en distintos ámbitos, que van desde el enfoque de prospectiva terri-
torial (nacional, estadal o municipal) pasando por las experiencia de prospectiva
organizacional (pública y privada) hasta las aplicaciones de estudios prospectivos
en áreas sectoriales como tecnológica, transporte, economía, etc.
En el plano de las Organizaciones no Gubernamentales (ONG), la Sociedad
Mundial del Futuro, capítulo Venezuela, se constituye en el año 2001 con el fin
de promover el pensamiento prospectivo para construir un futuro deseable para
Venezuela, en tal sentido, se realizan eventos (cursos, talleres y foros) para di-
fundir el enfoque prospectivo. Esta organización mantiene vínculos nacionales
e internacionales con las otras grandes organizaciones mundiales dedicadas al
Freddy Blanco 259

futuro como: la World Futures Studies Federation (WFSF), el Club de Roma y el


Proyecto Millennium, de la Universidad de las Naciones Unidas.
Un indicador del proceso de expansión de la actividad prospectiva en el país
a partir del año 2000, se evidencia con la representación activa y permanente de
venezolanos en los distintos eventos internacionales de mayor relevancia en el
tema, entre ellos: las “I Jornadas Iberoamericanas en Prospectiva y Vigilancia
Tecnológica” (Santa Cruz de la Sierra - Bolivia 2003); las “II Jornada de Prospec-
tiva y Vigilancia Tecnológica” (Antigua - Guatemala 2004); Seminario Interna-
cional Prospección en Ciencia, Tecnología e Innovación: Perspectivas de Inte-
gración Iberoamericana (Brasilia - 2005); y el Congreso Peruano de Prospectiva
- Prospecta Perú (en sus distintas ediciones).

2.3. Aportes de los organismos internacionales

Durante este período (los últimos 30 años) los esfuerzos locales (naciona-
les) de prácticas prospectivas se beneficiaron del acompañamiento técnico, fi-
nanciero, organizativo y logístico de diversos organismos internacionales. Cabe
destacar, los aportes de la Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo
Industrial (ONUDI), Sistema Económico Latinoamericano (SELA), Corpora-
ción Andina de Fomento (CAF), Secretaria del Convenio Andrés Bello (CAB),
Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), Instituto Latinoame-
ricano de Investigaciones Sociales (ILDIS), Organización de las Naciones Unidas
para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO) Programa de Cooperación
Iberoamericana en Ciencia y Tecnología (CYTED), Red Alfa de la Unión Euro-
pea y los aportes de distintas embajadas en el país, especialmente la de Francia,
entre otras organizaciones.
Actualmente, los grupos institucionales de trabajo prospectivos más rele-
vantes en el país por su trayectoria y por los esfuerzos en difundir el trabajo
prospectivo, están integrados en su mayoría por el personal que formó parte del
Programa Nacional de Prospección (PNPCyT), quienes han conformado equi-
pos de trabajo multi, trans e Interdisciplinarios en diversas organizaciones, entre
ellos la Dra. Nydia Ruiz, investigadora y docente la Universidad Central de Ve-
nezuela (UCV), adelanta un proyecto denominado “Gestión de Conocimiento”,
que responde a la adscripción del vice-rectorado académico y están culminando
el estudio de Escenarios Energéticos para el diseño de políticas de la UCV.
260 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

Así mismo la Dra. Yuli Villarroel, quien ha conformado el proyecto SELF-


RULE para el monitoreo de las experiencias latinoamericanas en prospectiva,
cuenta con el auspicio de la Red Alfa de la Unión Europea y el apoyo nacional de:
Universidad Nacional Experimental Francisco de Miranda (UNEFM), Universi-
dad Nacional Experimental de las Fuerzas Armadas (UNEFA) y el Ministerio de
Ciencia y Tecnología.
El equipo de la Coordinación de Prospectiva Tecnológica de la Fundación
Instituto de ingeniería, quienes durantes los últimos años han emprendido es-
fuerzos en estudios prospectivos de alcance nacional, como el recién culminado
Estudio de Prospectiva Tecnológica en Cambio Climático (actualmente en etapa
de difusión) cuyo propósito fue identificar los escenarios del Cambio Climáti-
co en Venezuela, identificando los impactos en el entorno nacional y proponer
tecnologías de mitigación y adaptación. Dicho estudio ha trascendido los límites
institucionales de su formulación en la FII y pretende ser un instrumento para
la definición de políticas de mediano y largo plazo de organismos gubernamen-
tales, tales como: el Ministerio de Ambiente y los Recursos Naturales y el propio
Ministerio de Ciencia y Tecnología.
Como parte del programa de acción 2006 – 2007 la coordinación de Pros-
pectiva Tecnológica se encuentra realizando el Estudio de Prospectiva en Nano-
ciencias y Nanotecnologías, con énfasis en los nanomateriales, ya que se reconoce
la importancia como tecnología convergente. Cabe destacar entre los aportes al
trabajo prospectivo se encuentra la creación de la Unidad de Inteligencia Tecno-
lógica e Industrial, cuyas actividades complementan el trabajo prospectivo, con
las herramientas propias de la vigilancia tecnológica e inteligencia competitiva,
(mapeo de patentes, monitoreo del entorno, alertas tecnológicos, vigilancia co-
mercial, acceso a bases de información técnica – especializada , etc.) útil para
identificar los actores y las dinámicas de los factores que determinan el cambio y
sus previsibles impactos.
Entre los aportes en el desarrollo de técnicas y herramientas de soporte al
trabajo prospectivo, destaca las contribuciones de Rafael Popper (Economista
Venezolano) que trabaja en el Instituto PREST de la Universidad de Manchester
y que ha contribuido en el desarrollo del software Calibrum. Adicionalmente, el
Dr. Jesús Arapé ha conformado “Visión Grupo Consultores” una empresa dedi-
cada al desarrollo de software, con aplicaciones como “Radar” útil para el mo-
nitoreo del entorno, la realización de cuestionarios Delphi, la contrastación de
hipótesis probables a través del Modelo Bayesiano y el Método AHP (Analytical
Freddy Blanco 261

Hierarchy Process) como herramienta de apoyo a la toma de decisiones y la mo-


delación (Arapé 2000).

3. Dicertaciones

Haciendo un balance del trabajo prospectivo en Venezuela se detectan cla-


ramente los factores que han incidido en el modesto desarrollo de la praxis pros-
pectiva, los cuales será preciso conocer, como parte del aprendizaje para no vol-
ver incurrir en los mismos errores, es necesario destacar lo siguiente:

• La experiencia nos demuestra que existió una clara disociación entre


los espacios organizacionales de realización de los estudios prospectivos
y los de elaboración de políticas públicas y/o de toma de decisiones; es
decir, muchos estudios fueron elaborados como parte del debate acadé-
mico en centros universitarios alejados del ámbito decisional;
• El desconocimiento o subvaloración del enfoque prospectivo en las ins-
tancias de planificación a nivel nacional, regional o municipal;
• La escasa difusión de los trabajos prospectivos;
• La limitada viabilidad socio – política (poca participación) de algunos es-
tudios que impedía su concreción como futuro deseable, posible y factible.
• Estudios prospectivos, carentes de mecanismos de instrumentación
práctica, generando el “Efecto Anaquel” (estudio que se quedan en el
olvido de los decisores).

3.1. Desafios y perspectivas futuras

Podría decirse que buena parte de los obstáculos señalados anteriormente se


mantienen, pero el campo se ha fortalecido gradualmente con todos los esfuerzos
personales e institucionales por sensibilizar y capacitar grupos de trabajo prospec-
tivo, sin embargo, su progreso se debe más al esfuerzo de investigadores y consulta-
rías particulares, que de los canales formales de formación institucional, tales como
universidades, institutos, centros de formación, etc; es necesario el establecimiento
de cátedras de formación itinerante entre los países practicantes y propiciar el desa-
rrollo programas de formación en pre-grado, post-grado y extensión profesional en
diversos centros de formación en el país, de esta forma estaremos contribuyendo a
la valoración social de la prospectiva como “disciplina” en creciente formación.
262 Praxis de la Prospectiva en Venezuela
Hechos, Reflexiones y Estrategias

Es incuestionable que existe un mayor interés en el enfoque prospectivo,


tanto en el sector público como en el sector privado, es creciente el número de
estudios prospectivos, pero siguen siendo pocos los equipos de trabajos dedica-
dos exclusivamente y permanentemente a esta actividad y la base institucional
de soporte al trabajo prospectivo aún es débil; es necesario fortalecer los grupos
nacionales através de la conformación de verdaderas redes de acción y coopera-
ción, la sinergia coadyuvaría a institucionalizar el trabajo prospectivo generando
mayor poder de convocatoria, reduciendo los costos de operación y garantizando
la acumulación de Know How. En este contexto, uno de los principales desafíos
para la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia (RIAP) sería el abordaje
conjunto entre los países miembros, de estudios de prospectiva en áreas o temas
comunes y/o que requieren de una visión hemisférica y multidimensional como
consecuencia de un mundo globalizado.
La difusión y divulgación de los resultados de las “prácticas” prospectivas
es limitada y poco efectiva, las publicaciones son escasas y no circulan revistas
periódicas a nivel nacional que aborden esta especialidad, incluso, no existe una
página web sobre la prospectiva en Venezuela, esto supone un reto para los ac-
tores nacionales; es decir, la generación de un espacio en la web donde se compi-
len y difundan los contenidos prospectivos; y aunque se realizan eventos (foros,
simposios, congresos, seminarios, curso y talleres) que propician un mayor vo-
lumen de información sobre los aspectos teóricos e instrumentales; sin embargo,
es reducida la difusión de los resultados derivados de los estudios y la cobertura
informativa que se le da en los medios de comunicación es casi inexistente.
En relación a los procesos de toma de decisiones es fundamental que los
escenarios diseñados deben caracterizarse por su flexibilidad, pues la rigidez
atenta con su implementación en un entorno cambiante, así mismo es determi-
nante que los estudios deben derivar en cursos de acción (planes, programas
o proyectos) en el cual, el papel de la sociedad civil, con un rol protagonista y
vigilante es fundamental.
La prospectiva Latinoamericana y para Venezuela en particular, no debe es-
tar atada solamente a la ciencia y tecnología, sino que deberían fomentar sus usos
en otros sectores donde la metodología pueda servir como base para la construc-
ción de escenarios futuros.
En cuanto al análisis bibliométrico que se hace del tema en Venezuela, al con-
sultar los sistemas de información disponibles (Bases de Datos): EBSCO HOST;
SCIENCE DIRECT; DIALOG; Science Citation Index Expanded (SCI-EXPAN-
DED) —1982 - present; Social Sciences Citation Index (SSCI) — 1982 - present; y
Freddy Blanco 263

Arts & Humanities Citation Index (A&HCI) – 1982 - present, muestra que como
resultados de las búsqueda bajo el término “prospectiva” no aparecen publicacio-
nes asociadas al descriptor o palabras utilizada.
Esto indica que se está publicando muy poco, o al menos no se está haciendo
en revistas reconocidas y/o arbitradas internacionalmente, ya que los sistemas de
información no “indizan” publicaciones que incluyen el término “prospectivo”;
si bien es cierto que existe una brecha de tiempo entre la aparición de una nueva
área de conocimiento y su reconocimiento en los sistemas de información, éste
no pareciera ser el caso. Esta ausencia es un claro indicador del camino que aún
nos falta por recorrer.

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Sobre o livro
Formato 16x23 cm
Tipologia Minion 10.5pt (texto)
Helvetica (títulos)
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Revisão Tadeu de Oliveira
Diagramação Daniel Razabone
Criação da Capa Otávio Teodoro Chaves

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