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Trabalho de Direito Civil – Direitos reais de Garantia

Aluno: Rogério Sampaio.

È o direito concedido ao titular de receber o pagamento da dívida pelo bem dado


como garantia, com o objetivo de se cumprir a obrigação, pois os direitos reais,
regulados pelo Código Civil são regras e normas que regulam o direito pessoal
sobre os seus bens corpóreos. Ele é dividido em alguns ramos, sendo um deles os
Direitos Reais de Garantia.

Os Direitos Reais de Garantia dispõem sobre as garantias que uma pessoa tem
para o recebimento de um crédito, ou seja, o titular desse direito, chamado de
credor, detém o poder de receber o pagamento de uma dívida através de um bem
que foi dado em garantia pelo devedor.

Dessa forma, caso uma dívida esteja atrasada, o credor poderá executar
judicialmente o bem dado em garantia, ou seja, o credor, por meio judicial, vende
o bem para reaver o seu prejuízo. Entretanto, caso o valor arrecadado com a
venda não seja suficiente para quitar a dívida, o devedor continuará obrigado a
pagar o saldo remanescente, e caso o montante arrecadado seja maior, o credor
repassará ao devedor o valor que foi arrecadado a mais com a venda.

Conforme previsão legal, a única pessoa que pode dar um bem em garantia é
aquele que pode alienar o bem. Se uma pessoa não tiver poderes para vender
aquele bem, ela não poderá dá-lo ele em garantia.

O contrato entre o devedor e o credor não pode autorizar que o credor fique de
posse do bem dado em garantia caso a dívida não seja paga. Mas, se o devedor
quiser, por livre e espontânea vontade, ele poderá dar o bem ao credor para quitar
a dívida entre eles.

Tipos de Direitos Reais de Garantia

Há três tipos de Direitos Reais de Garantia no Direito Civil: Penhor, Hipoteca e


Anticrese. Eles são utilizados como um meio seguro para que pessoas físicas ou
jurídicas possam ter garantias de pagamento durante a realização de um contrato.

Penhor

Quando uma pessoa quer fazer um empréstimo com alguém ou está com dívida
em aberto, poderá oferecer um bem móvel como por exemplo uma joia ou um
relógio, para garantir que o pagamento desse débito será realizado. Esse é o
chamado penhor.
Caso a dívida não seja paga, o credor poderá promover a execução judicial
(penhora) do objeto dado em garantia. Além disso, caso haja permissão no
contrato, poderá haver a venda amigável do bem penhorado pelo credor, de modo
a satisfazer o pagamento da dívida.

É permitido ao credor se apropriar dos frutos do bem, para abater o valor do


débito. Por exemplo, se for dado um animal leiteiro em penhor, o credor pode se
apropriar do leite produzido, de modo a ir abatendo o valor da dívida.

Importante ressaltar que, para que haja a constituição do penhor, em regra, tem
que haver a transferência da posse (tradição) do bem para o credor. Assim,
quando a dívida é paga, o bem é devolvido. Entretanto, há alguns tipos de
penhores especiais, como o industrial e o rural, em que a posse do bem
penhorado fica com o devedor, e não com o credor.

Espécies de Penhor

Além do penhor regular de bens móveis em geral, há algumas modalidades


especiais de penhor:

• penhor rural, que pode ser dividido em agrícola, em que pode ser
penhorado. Por exemplo, maquinário agrícola, lenha cortada, colheitas pendentes,
entre outros; e em pecuário, o qual pode ser dado dador em penhora animais que
integram a atividade pastoril, agrícola ou de laticínios.

• penhor industrial, o qual pode ser dado em penhora os bens utilizados na


atividade industrial do devedor, como maquinário, matéria-prima, produtos
industrializados, animais utilizados na produção, entre outros.

• penhor de veículos, em que os veículos utilizados em transporte podem ser


penhorados. Também existe o penhor de direitos e títulos de créditos, que engloba
os direitos suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis.

Hipoteca

Objetos da hipoteca

A hipoteca é similar ao penhor, porém, nesse caso, o objeto dado em garantia é


um bem imóvel, em regra. Entretanto, alguns bens móveis também podem ser
utilizados, como automóveis, aeronaves e navios.

Dentre os bens que podem ser dados em hipoteca estão os bens imóveis,
recursos naturais, navios, aeronaves, estradas de ferro, entre outros.
Características da hipoteca

Diferentemente do penhor, o bem dado em hipoteca fica de posse do devedor, e


não do credor, ou seja, ele não é transferido.

O exemplo mais comum de hipoteca é quando uma pessoa precisa de um


empréstimo junto ao banco, e, para garantir que ela irá pagar a dívida, oferece sua
casa como garantia.

A garantia dada pela hipoteca é necessariamente vinculada no valor do imóvel.


Desse modo, é importante que o devedor preserve o bem, com o intuito de evitar a
sua depreciação e desvalorização, o que diminuiria o valor da garantia dada.

Assim como todos os outros direitos reais de garantia, a hipoteca está amparada
pelo direito de sequela. Assim, mesmo que o devedor venda o seu bem dado em
garantia para um terceiro, a hipoteca (ou o penhor e a anticrese) seguirá o bem,
independente de quem seja o seu novo dono.

É possível que o dono do imóvel hipotecado realize outra hipoteca sobre o mesmo
bem, em favor do mesmo ou de outro credor, sendo que o prazo máximo de cada
hipoteca convencional é de 30 anos.

Há também a hipoteca legal, que é estabelecida através da lei (Código Civil),


independentemente se houver ou não contrato entre o credor e o devedor. Um
exemplo é quando alguém causa prejuízos a alguma pessoa, assim, os bens
imóveis poderão ser dados em hipoteca pelos prejuízos causados à pessoa
ofendida, de modo a satisfazer as suas perdas. Este tipo de hipoteca vale
indefinidamente, tendo que ser apenas renovada a sua especialização (que é a
definição do bem a ser hipotecado e o seu valor) após 20 anos.

Anticrese

A anticrese é realizada quando o devedor transfere um bem imóvel para o credor


da dívida, de modo que este credor irá administrar e desfrutar do bem, colhendo
os frutos e rendimentos sobre ele, até o abatimento da dívida. Assim, o devedor
pode perder momentaneamente a posse do imóvel.

Um exemplo é no contrato de locação de um imóvel do devedor, em que o bem é


alugado para uma terceira pessoa, e o pagamento das mensalidades vai direto
para o credor da dívida, e não para o seu dono, que é o devedor.

O credor tem o poder de retenção sobre o bem dado em anticrese, ou seja, ele
pode reter o imóvel até que toda a dívida seja paga, pelo prazo máximo de 15
anos. Entretanto, diferentemente do penhor e da hipoteca, o credor não pode
vendê-lo por meios judiciais para receber o valor da sua dívida, podendo apenas
colher os frutos e rendimentos do bem imóvel.

Ademais, há a possibilidade do bem dado em anticrese ser hipotecado, e o bem


hipotecado ser dado em anticrese.

O credor, quando estiver administrando o imóvel, tem que realizar um balanço


anual da administração do bem, de modo a saber quanto da dívida que já foi
abatida, bem como para fornecer informações sobre o estado do imóvel. Além
disso, o credor é responsabilizado, quando por sua culpa, pela deterioração do
bem e por frutos e rendimentos que não forem percebidos por sua negligência.

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