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Acolher significa apoiar, amparar.

O acolhimento aproxima as
pessoas, estabelece conexões e vínculos, baseados na confiança.
Acolher é mostrar-se aberto ao outro e permitir que ele também se
abra. O ato de acolher se relaciona à presença, possibilitada pelo
que há de mais simples: um olhar, uma palavra, um gesto de
incentivo. (DAMASCENO, 2020).

Acolhimento, Projeto de Vida e BNCC


“A proposta é que, ao se conectar com os demais, o estudante reflita sobre si
mesmo, seus sonhos (autoconhecimento) e sua consciência social. Por isso, a
prática do acolhimento atende diferentes competências previstas na BNCC,
sobretudo às socioemocionais. Estas integram o modelo de ensino baseado na
educação integral, propondo não só o desenvolvimento cognitivo, mas também das
dimensões social e emocional” (DAMASCENO, 2020).

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A partir do processo de acolhimento, o estudante tem a possibilidade de
refletir sobre si mesmo, seus planos e sonhos, e sua relação com os outros. Assim,
desenvolve diversas competências socioemocionais previstas em trabalho
desenvolvido pela COPED/SEDUC em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Estas
consistem em um modelo composto, por: 05 macro-competências e 17
competências específicas.
MACRO
COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO
Abertura ao
novo
Curiosidade para
aprender
Capacidade de cultivar o forte desejo de
aprender e de adquirir conhecimentos, ter
paixão pela aprendizagem.
Imaginação criativa
Capacidade de gerar novas maneiras de
pensar e agir por meio da experimentação,
aprendendo com seus erros, ou a partir de
uma visão de algo que não se sabia.
Interesse artístico Capacidade de admirar e valorizar
produções artísticas, de diferentes
formatos como artes visuais, música ou
literatura.
Resiliência
Emocional
Autoconfiança Capacidade de cultivar a força interior, isto
é, a habilidade de se satisfazer consigo
mesmo e sua vida, ter pensamentos
positivos e manter expectativas otimistas.
Tolerância ao
estresse
Capacidade de gerenciar nossos
sentimentos relacionados à ansiedade e
estresse frente a situações difíceis e
desafiadoras, e de resolver problemas com
calma.
Tolerância à
frustração
Capacidade de usar estratégias efetivas
para regular as próprias emoções, como
raiva e irritação, mantendo a tranquilidade
e serenidade.
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Engajamento
com os outros
Entusiasmo
Capacidade de envolver-se ativamente
com a vida e com outras pessoas de uma
forma positiva, ou seja, ter empolgação e
paixão pelas atividades diárias e a vida.
Assertividade Capacidade de expressar, e defender,
suas opiniões, necessidades e
sentimentos, além de mobilizar as
pessoas, de forma precisa.
Iniciativa Social Capacidade de abordar e se conectar com
outras pessoas, sejam amigos ou pessoas
desconhecidas, e facilidade na
comunicação
Autogestão
Responsabilidade
Capacidade de gerenciar a si mesmo a fim
de conseguir realizar suas tarefas, cumprir
compromissos e promessas que fez,
mesmo quando é difícil.
Organização Capacidade de organizar o tempo, as
coisas e as atividades, bem como planejar
esses elementos para o futuro.
Determinação
Capacidade de estabelecer objetivos, ter
ambição e motivação para trabalhar duro,
e fazer mais do que apenas o mínimo
esperado.
Persistência
Capacidade de completar tarefas e
terminar o que assumimos e/ou
começamos, ao invés de procrastinar ou
desistir quando as coisas ficam difíceis ou
desconfortáveis.
Foco
Capacidade de focar — isto é, de
selecionar uma tarefa ou atividade e
direcionar toda nossa atenção apenas à
tarefa/atividade "selecionada”.
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Amabilidade
Empatia
Capacidade de usar nossa compreensão
da realidade para entender as
necessidades e sentimentos dos outros,
agir com bondade e compaixão, além do
investir em nossos relacionamentos
prestando apoio, assistência e sendo
solidário.
Respeito
Capacidade de tratar as pessoas com
consideração, lealdade e tolerância, isto é,
demonstrar o devido respeito aos
sentimentos, desejos, direitos, crenças ou
tradições dos outros.
Confiança Capacidade de desenvolver perspectivas
positivas sobre as pessoas, isto é,
perceber que os outros geralmente têm
boas intenções e, de perdoar aqueles que
cometem erros.

Por que é tão importante falar sobre nossas emoções?"


Na cultura que estamos inseridas não temos o costume de olhar para o nosso
mundo interno e entrar em contato diretamente com as nossas emoções.
Questões como a vulnerabilidade, tristeza, medo, são silenciadas diariamente
em nossas vidas cotidianas.
O mais comum é que tenhamos uma relação confusa sobre o que sentimos,
acabamos nos arrastando em episódios emocionais muito desafiadores e, diversas
vezes, suprimindo o que sentimos, adoecendo por dentro.

Saúde emocional
Cultivar uma boa saúde emocional, pode nos ajudar a enfrentar com menos
sofrimento os desafios que encontramos. Reconhecer nossas emoções quando elas
se apresentam pode ser desafiador, principalmente porque não fomos ensinadas a
conhecê-las, mas suprimi-las. Quando começamos a olhar diretamente para como
nos sentimos, ganhamos a oportunidade de escolher o que fazer com isso.

CULTIVAR UM AMBIENTE INTERNO


Ao apoiar um equilíbrio das nossas próprias
emoções, não precisamos mais apontar a
responsabilidade sobre o que sentimos para
outros lugares, pessoas, situações, que
dificilmente conseguiremos controlar. Assim,
ganhamos a liberdade de ficar com o que
podemos interferir: nós mesmas e as atitudes
que vamos tomar diante do que nos
acontece. Não precisaremos de nada além da
nossa autonomia, para escolhermos como
agir. Lá fora, não existe lugar algum que nós
vamos conseguir controlar, melhor começar
por onde podemos fazer algo: nós mesmas.
Para isso, precisaremos reconhecer as
nossas emoções e acolhê-las.
EMOÇÃO X ESTADO DE ÂNIMO
Assim como a impermanência da vida, nossas
emoções vêm e passam. São eventos que duram,
no máximo, alguns minutos. Estados de ânimo já
são mais duradouros, podendo durar até algumas
semanas, meses. É muito importante que a gente
reconheça isso, pois nós não somos as nossas
emoções e não precisamos ficar presas a elas. Elas
vêm, se manifestam e passam. Quando estamos
diante de um episódio emocional muito desafiador, o
mais comum é que todo o filtro das nossas ações
seja guiado pela a emoção que estiver presente. Se
quisermos cultivar uma vida com mais equilíbrio,
nós vamos precisar parar, dar um passo para trás,
reconhecer qual a emoção que está presente e
então decidir o que vamos fazer a partir daí.
Precisamos lembrar que nós não somos as nossas
emoções. São episódios que vem e passam.

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Não é sobre controle
Estamos acostumadas a achar que ao controlar as coisas vamos ficar
melhores, nossa vida vai se resolver e vamos sofrer menos. Precisamos lembrar que
tudo está sob o efeito da impermanência e que assim, como as nuvens do céu, as
paisagens todas vão se transformar. Quando algo acontece em nossas vidas,
precisamos lembrar disso. Não vale a pena apostar todas as fichas da nossa alegria
ou tristeza em um evento, pessoa, objeto, situação... O emprego dos sonhos, muda.
A caneca favorita, quebra. Encontramos pessoas que nos interessam mais. O
namoro vira casamento. A música enjoa. A saúde uma hora não vai tão bem. O
divórcio vira amizade...
Sempre vão existir situações desafiadoras e precisamos ter um ambiente
interno seguro, uma mente segura, para nos sustentar, quando isso acontecer. As
emoções estão conosco em todos os momentos, podendo salvar nossas vidas,
motivar comportamentos e ações, sinalizar sobre o que acontece em nosso corpo e
mente e são essenciais para nossas relações sociais.

Texto 1: “De onde vêm as emoções”


As emoções sempre desempenharam um papel importante na evolução e
adaptação da espécie humana ao seu meio ambiente. Desde os primórdios, elas
ajudaram os nossos ancestrais, servindo-lhes de sinais para eles enfrentarem os
desafios exteriores.

Tataranetos dos homens das cavernas, nós hoje precisamos das emoções
tanto quanto eles para orientarmos e redescobrirmos o sentido da nossa vida. Não
nos deparamos mais o tempo todo com tigres ameaçadores, mas, diante de um
perigo, continuamos a ter as mesmas reações. O coração acelera, certos músculos
se contraem, a expressão do rosto muda e sentimos vontade de fugir. De forma
similar, mas com outro tom, a raiva nos indica os obstáculos a superar ou contra os
quais se rebelar.
As emoções também influenciam a nossa atenção e visão das coisas, tanto
no sentido próprio quanto no figurado. Em situação de perigo, a atenção se
concentra no que poderia nos ameaçar, às vezes a ponto de não vermos mais nada
além disto e ficarmos paralisados. Por outro lado, todos nós já experimentamos o
sentimento de estar com a cabeça nas nuvens e ver a vida cor-de-rosa quando a
alegria ou o amor nos invadem.
Por fim, as emoções também exercem a função de comunicar com os outros,
às vezes sem que nos demos conta, através do que se chama de manifestações
não verbais da emoção.
FONTE: KOTSOU, Ilios. Caderno de exercícios de inteligência emocional, p. 05-06

Anexo 1: Árvore Emocional


Criado por Pip Wilson, psicólogo britânico comportamental, o teste da árvore
emocional pode contribuir para que os participantes compreendam e compartilhem
seu estado emocional.
O teste consiste na observação da figura de diversas pessoas em uma
árvore, cada uma representando um estado emocional diferente. Os participantes
escolhem aquela com a qual melhor se identificam, e depois compartilham os
resultados.

Resultado
1 – Se escolheu as opções 1, 3, 6 ou 7
Todas as figuras estão subindo, isso indica que você é o tipo de pessoa que tenta
superar obstáculos, além de corajosa e lutadora.
2 – Se escolheu as opções 2,11,12, 18 ou 19
Você é uma pessoa muito sociável e que gosta de ajudar os outros. Você é amável
e sempre acolhe os que estão a sua volta. Você também é uma pessoa muito
respeitada e que normalmente não tem problemas em pedir ajuda quando precisa.
3- Se escolheu a opção 4
Explica o comportamento de uma pessoa pacífica e feliz. Seus objetivos são
resumidos em duas palavras: vivendo a vida. Você não depende de ninguém nem
de nada para ser feliz.
4- Se escolheu a opção 5
Você pode estar passando por um período de excesso de trabalho, pode estar
sendo esgotado de sua energia e não consegue mudar essa situação. É preciso que
tire um momento para refletir se é necessário mudar, ou algo que motiva um pouco
para sair desse tipo de depressão.
5- Se escolheu a opção 8
Quem escolhe esta figura são pessoas isoladas do resto e preferem viver em seu
mundo. Essas pessoas valorizam seu tempo e seu espaço e não sentem a
necessidade de compartilhar suas experiências. Isso impede que tenha
concentração no trabalho. É importante uma mudança, conhecer novas pessoas e
experimentar coisas novas, você se surpreenderá de como pode ser divertido!
6- Se escolheu a opção 9
Sua marca é diversão, todos te consideram como alguém bem alegre e cheio de
vida. Você é a alma de qualquer festa e ama aventuras, emoções fortes e desafios.
Valorize-se mais e curta o maior presente que é sua vida!

7- Se escolheu as opções 10 ou 15
Você tem grande capacidade de adaptação e se conforma com mais facilidade que
os outro. Independentemente do que aconteça, consegue ser indiferente e estável,
criando um ambiente confortável. Consegue ser feliz com pouquíssimas
necessidades. Vive feliz com as surpresas que a vida lhe traz.
8- Se escolheu as opções 13 ou 21
Você é relutante em conversar com outras pessoas, isso faz com que passe grandes
períodos de isolamento e depressão, talvez precise de ajuda psicológica para
superar barreiras.
9- Se escolheu a opção 14
Você pode estar atravessando um período difícil sozinho, fazendo de seu próprio
estado uma ameaça séria a sua própria vida. É preciso que tente procurar ajuda de
seus amigos e tratamento através de um psicólogo profissional. Não ignore a
situação, porque possivelmente pode piorar com o passar do tempo.
10- Se você escolheu as opções 16 ou 17
Ou você se sente amada por um dezessete ou você sente que está ajudando a
colher os sucessos de um dezesseis. Você se sente muito apegado a alguma
pessoa e a considera indispensável.
11- Se você escolheu o número 20
Você é, graças aos seus esforços pessoais, uma das pessoas mais elevadas. Você
alcançou o objetivo emocional e agora é uma referência para todos que lhe seguem.
Você é líder e agora precisa descobrir como tirar proveito da situação. Aproveite que
seus passos estão no auge de seus objetivos. Com isso, certamente vai se sentir
muito melhor.

O mundo moderno e suas exigências requerem competências socioemocionais para que se possa atuar na
sociedade de forma a atender às suas necessidades. Pensando nisso, a ONU destacou as 10 habilidades do
profissional do futuro. Confira quais são elas:

 Flexibilidade cognitiva: ter a mente aberta, ter a capacidade de ampliar o pensamento e estar apto
a aprender coisas novas para resolver problemas e sair da zona de conforto.
 Negociação: saber se comunicar de forma eficaz de modo a fazer acordos assertivos, tanto no
trabalho quanto na vida pessoal, estabelecendo relações interpessoais saudáveis.
 Orientação para servir: compromisso de oferecer o melhor serviço, com empatia, cooperação e
valorização do cliente.
 Julgamento e tomadas de decisão: capacidade de ler e interpretar as informações corretamente
para poder tomar decisões corretas.
 Inteligência emocional: saber gerenciar as emoções para ter maior controle sobre o
comportamento e cultivar boas relações interpessoais e consigo mesmo.
 Gestão de pessoas: saber se comunicar com todos. Para isso, é preciso acolhimento, empatia,
oferecer motivação para realizar o trabalho.
 Trabalho em equipe: conexão e cooperação com as pessoas com quem trabalha, para estabelecer
um bom relacionamento e maior produtividade.
 Criatividade: explorar as possibilidades para criar algo inovador e melhorar as formas de trabalho.
 Pensamento crítico: utilizar o raciocínio e a lógica para avaliar as situações, solucionar problemas e
propor ideias adequadas para melhorar o trabalho.
 Resolução de problemas complexos: ser capaz de solucionar problemas inesperados e novos,
articulando todas as habilidades já mencionadas.

Todas essas habilidades envolvem aspectos sociais e emocionais, portanto, são classificadas como
socioemocionais e estão diretamente ligadas à forma como nos relacionamos com os outros e com nós
mesmos.

Qual é o papel das instituições no acolhimento socioemocional?


O papel das instituições de ensino no desenvolvimento dessas habilidades é fundamental, pois a escola é o
ambiente em que as crianças têm suas primeiras experiências sociais e o contato com novas emoções.

Sendo assim, as escolas precisam proporcionar para os seus alunos desde a Educação Básica o contato com
essas atribuições, preparando-os para a vida profissional e social, consequentemente para a vida pessoal de
modo geral.

As competências socioemocionais se relacionam diretamente com as diretrizes da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC), pois estão inclusas em todas as 10 competências gerais que todos os alunos devem
desenvolver:

 Conhecimento.
 Pensamento científico, crítico e criativo.
 Repertório cultural.
 Comunicação.
 Cultura digital.
 Trabalho e projeto de vida.
 Argumentação.
 Autoconhecimento e autocuidado.
 Empatia e cooperação.
 Responsabilidade e cidadania.

A proposta da BNCC para as escolas é utilizar essas competências para lidar com as demandas da vida
cotidiana, exercer a cidadania e estar apto para o mundo do trabalho, ou seja, promover um
desenvolvimento global dos estudantes, não só aspectos cognitivos, mas sociais e emocionais também.

Diante dos impactos causados pela pandemia do Coronavírus, que nos impôs o isolamento social e o
afastamento das crianças das escolas, será de suma importância oferecer o acolhimento socioemocional
aos alunos.

A educação socioemocional, de acordo com a BNCC, aborda o reconhecimento, o entendimento e a gestão


das emoções, visando ao desenvolvimento da empatia e da responsabilidade na tomada de decisões.
Ela deve ocorrer nos mais variados contextos, dentro e fora da escola, e requer o desenvolvimento das
seguintes competências:

 Autoconsciência: envolve o conhecimento de cada pessoa, bem como de suas forças e limitações,
sempre mantendo uma atitude otimista e voltada para o crescimento.
 Autogestão: relaciona-se ao gerenciamento eficiente do estresse, ao controle de impulsos e à
definição de metas.
 Consciência social: necessita do exercício da empatia, do colocar-se “no lugar dos outros”,
respeitando a diversidade.
 Habilidades de relacionamento: relacionam-se com as habilidades de ouvir com empatia, falar clara
e objetivamente, cooperar com os demais, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por
exemplo), solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro quando
for o caso.
 Tomada de decisão responsável: preconiza as escolhas pessoais e as interações sociais de acordo
com as normas, os cuidados com a segurança e os padrões éticos de uma sociedad

Qual é o papel dos educadores no acolhimento socioemocional?


O educador deve ter o conhecimento prévio dessas competências para poder transmiti-las aos alunos, além
de apoiar e monitorar o exercício delas. O acolhimento socioemocional precisa ser baseado nas
competências já apresentadas, visando se adaptar à nova realidade, considerando que muitos perderam
entes queridos, passaram por dificuldade financeira, mudaram de rotina e estilo de vida, entre outras
coisas.

A principal atitude de acolhimento é a escuta, propondo um espaço para que os alunos dialoguem,
expressem suas emoções e possam tirar dúvidas e pedir ajuda para lidar com as dificuldades.

A escola precisa desenvolver um canal de comunicação entre todos – alunos, pais, professores e toda a
equipe escolar – para que haja um diálogo que proporcione um apoio mútuo no enfrentamento das
dificuldades.

Para tanto, os educadores precisam estar preparados para oferecer esse apoio, criando um acolhimento e
suporte entre a equipe, e também buscando auxílio de um psicólogo, que é o profissional mais capacitado
para trabalhar essas questões, através de psicoterapia individual ou com o psicólogo escolar.

A empatia e a paciência também são fundamentais, pois é preciso compreender que o período de
adaptação pode ser lento e que cada um terá uma dificuldade diferente em relação a isso, mas que, juntos,
é possível superar esse momento.

Como trabalhar as competências socioemocionais em sala de aula?


Existem alguns critérios que facilitam a abordagem dos aspectos socioemocionais em sala de aula pelo
educador. Para isso, as atividades devem ser elaboradas e relacionadas às competências da seguinte forma:

 Intencionalidade e reciprocidade: apresentar os objetivos e as metas de forma clara e concreta,


para produzir maior reciprocidade entre os alunos.
 Significado: explicar o conceito da competência que está sendo trabalhada no momento e o modo
como ela se relaciona com o tema, para facilitar a compreensão do aluno.
 Transcendência: articular as aprendizagens de modo que transcendam o “aqui e agora”,
estimulando o aluno a pensar sobre as consequências do que está sendo “dito e feito”.
 Competência: motivar o aluno a acreditar em seu potencial, proporcionando situações em que ele
obtenha sucesso para fortalecer a autoestima. Para isso, as aulas, as avaliações e a linguagem
devem estar de acordo com o nível do aluno para o tema abordado. O feedback ao aluno é
fundamental!
 Regulação e controle do comportamento: auxiliar o aluno a controlar e regular suas ações nas
diferentes situações, propondo uma discussão reflexiva com ele e com os colegas.
 Compartilhar: estabelecer um clima escolar de respeito e cooperação, valorizar a importância do
controle das emoções e da boa comunicação, considerar os interesses pessoais e do grupo, bem
como propor debates e troca de ideias.
 Individuação e diferenciação psicológica: contemplar as diferenças, desenvolvendo a consciência e
a singularidade de cada aluno, e como ela pode coabitar com o grupo e fortalecê-lo.
 Planejamento e busca por objetivos: apoiar o aluno na identificação de suas metas e ajudá-lo no
planejamento para que sejam realizadas.
 Procura pelo novo e pela complexidade: propor situações desafiadoras e incentivar a sua
resolução.
 Consciência da modificabilidade: adaptar as estratégias para atender a todos os alunos,
considerando que cada um tem seu ritmo e sua forma de aprender.
 Sentimento de pertença: oferecer acolhimento aos alunos para se sentirem pertencentes a um
grupo.
 Construção do vínculo: estabelecer uma aproximação entre o professor e os alunos, e da turma
entre si, pois o vínculo é fundamental para a ação em grupo.

Para os alunos, a aquisição de competências socioemocionais melhora significativamente o aprendizado.


Visto que ele ocorre em um contexto social, precisa haver boas relações interpessoais.

Um ambiente seguro e saudável, com um clima agradável, favorece a realização das atividades escolares,
pois a cooperação e a motivação do grupo estimulam o interesse em aprender.

O que são habilidades socioemocionais? 


s habilidades socioemocionais são capacidades que ultrapassam a dimensão cognitiva e envolvem de
forma muito mais profunda o lado emocional e psicológico do ser humano. Essas competências mostram-
se cada vez mais importantes na formação de um cidadão responsável e capaz de exercer papel ativo na
sociedade. 

Tais habilidades dizem respeito a um trabalho de autoconhecimento e autorregulação, a partir


do entendimento e administração das emoções e sentimentos. O (re)conhecimento das próprias potências
e dos limites desenvolve a capacidade para lidar com os problemas, desafios, incertezas e volatilidades do
mundo. A autoconfiança, a autoavaliação e a responsabilidade asseguram posturas de criticidade frente
aos pensamentos, uma comunicação mais assertiva e tomadas de decisões conscientes.  

Além disso, as habilidades socioemocionais envolvem aptidões quanto à convivência social, no que se refere
a lidar com o próximo, ter empatia nas relações e possuir capacidade de trabalhar em equipe. Seu
desenvolvimento assegura a construção de relações de confiança e dinâmicas positivas de socialização,
considerando resolução de conflitos, cooperação e colaboração.  
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A partir das competências socioemocionais, o indivíduo adquire atitudes e habilidades necessárias para
respeitar diferenças e agir positivamente para o bem comum. Isso considera entender e gerenciar emoções,
administrar as situações do cotidiano, estabelecer bons relacionamentos e tomar decisões de maneira
responsável. Dessa forma, além das competências técnicas, é imprescindível que crianças e jovens sejam
estimulados a desenvolver e (re)conhecer as habilidades socioemocionais.   

O ensino socioemocional e a BNCC 


Apesar de os aspectos sociais permearem as teorias de pensadores clássicos da educação, foi somente com
a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que a valorização das competências e
habilidades socioemocionais ganhou visibilidade.  

A BNCC orienta que todas as escolas brasileiras devem incluir as habilidades socioemocionais em seus
currículos, para assegurar o processo de formação integral dos estudantes. Ou seja, as práticas
pedagógicas devem ir além do modelo conteudista de educação e assegurar a formação dos alunos em uma
dimensão social e emocional. 

Das 10 competências gerais da BNCC quDas 10 competências gerais da BNCC que devem trabalhadas ao
longo de toda a Educação Básica, quatro se destacam por trazer o ensino socioemocional de forma mais
clara. Embora permeie todas as dez competências, os itens 6, 8, 9 e 10 trazem o aspecto social e emocional
com notoriedade. Confira essas 4 competências: 

 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e


experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade. 
 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas. 
 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza. 
 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários. 
(Fonte: BNCC) 

Como trabalhar as habilidades socioemocionais na escola


O ambiente escolar é plural, repleto de diversidade, fundamentado em relações sociais. Ou seja, o
espaço ideal para o estímulo individual e coletivo das habilidades socioemocionais. Nesse processo,
educadores, professores, gestores, orientadores e todos os demais agentes da comunidade escolar têm
papel essencial no desenvolvimento dos alunos de forma integral. 
O principal ponto é assegurar que as atividades socioemocionais não sejam percebidas como metas teóricas
do currículo escolar e trabalhadas pontualmente, como atividades extras ou isoladas. É preciso que
as práticas pedagógicas superarem qualquer divisão e hierarquização entre o desenvolvimento intelectual e
o desenvolvimento socioemocional.  

Na prática, isso quer dizer que as escolas precisam trabalhar as habilidades socioemocionais de


maneira alinhada ao Projeto Pedagógico (PPP). Isso conferirá significado à prática e permitirá que ela
aconteça de maneira transversal, vinculada ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes.  

Dessa forma, todas as atividades escolares podem ser estruturadas a partir de intencionalidades
pedagógicas que estimulem o desenvolvimento das competências socioemocionais. A seguir, relacionamos
9 dicas para desenvolver as habilidades socioemocionais na escola. Confira!

9 dicas para desenvolver as habilidades socioemocionais na escola 


1. Promova projetos interdisciplinares. As conexões entre disciplinas ajuda os estudantes a
desenvolverem uma consciência da aprendizagem, relacionando os saberes a partir das habilidades
de metacognição e pensamento crítico. 

2. Estimule trabalhos em equipe. As produções coletivas de conhecimento promovem o relacionamento


interpessoal, estimulando a habilidade de respeito ao outro e o sentimento de empatia, considerando a
prática da escuta ativa, da cooperação e resolução de conflitos. 

3. Incentive a ampliação de repertório cultural dos alunos considerando o uso de músicas, artes e esportes.


Essas são atividades que permitem vivências democráticas e inclusivas, estimulando o reconhecimento, a
valorização e o respeito pela diversidade.  

4. Fomente espaços moderados de fala e trocas de experiências. Essas vivências podem acontecer através
de jogos, rodas de conversa e de experimentação. A coragem, a comunicação assertiva, a aceitação, a
percepção do próximo e a afinidade estão entre as competências e habilidades necessárias para
essas condições.  

5. Implemente a cultura maker nas atividades pedagógicas. As práticas que permitem aos estudantes
aprenderem com a mão na massa asseguram aprendizados mais práticos e intensos, além
de estimular habilidades como a criatividade, a curiosidade, o esforço e a experimentação. 

6. Considere atividades relacionadas a integração da comunidade às práticas escolares.  A partir de


questões sociais e/ou ambientais identificadas no entorno escolar, por exemplo, os
alunos desenvolvem sentimentos de comunidade e colaboração. A partir dessa consciência social, os alunos
podem atuar de maneira propositiva na elaboração de ações éticas e cidadãs.  

7.  Aproprie-se da literatura. As obras literárias trazem vivências próximas da realidade, atuando como


ferramenta para o estímulo de autoanálises. Além disso, os comportamentos e conflitos de
personagens pode ser o enlace para reflexões sobre questões como preconceito e bullying. 

8. Considere a tecnologia como recurso para o desenvolvimento de habilidades como resolução de


problemas e pensamento crítico. A utilização criativa de ferramentas tecnológicas e inovadoras estimula a
resiliência, a interatividade e a autonomia de pensamento. 
9. Estimule o desenvolvimento de projetos bilíngues.  A prática com outras línguas favorece
o protagonismo social, com a identificação do lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e
multicultural.   

Pedagogia Afetiva 
Para assegurar uma formação integral dos estudantes, as competências socioemocionais precisam ser
trabalhadas em conjunto com as cognitivas. Uma maneira de implementar o socioemocional como
um princípio didático é adotar uma proposta pedagógica que integre a afetividade ao currículo.  

Muitas das práticas socioemocionais estão relacionadas à Pedagogia Afetiva. Construída com base em
intenso estudo sobre métodos educacionais clássicos e contemporâneos, essa abordagem tem foco na
preparação social, emocional e cognitiva dos estudantes. 

Trata-se de uma proposta educacional inovadora, que sugere o autoconhecimento, a autonomia e o


exercício da responsabilidade e da convivência ao longo do processo de aprendizagem. Com a Pedagogia
Afetiva, o desenvolvimento cognitivo acontece por meio das interações afetivas, tornando a
aprendizagem mais agradável e significativa. 
 
Essa metodologia surge da necessidade de uma educação que tenha qualidade cognitiva e científica e
também qualidade social e afetiva, pois o desenvolvimento humano ocorre por vários estágios, nos quais a
inteligência e a afetividade vão se alternando em termos de importância e se completando em termos de
necessidade. 

É importante destacar que as habilidades socioemocionais são diversas, e vão do altruísmo à


tolerância. A formação cognitivo-sócio-emocional exige uma aprendizagem vivencial, incentivando o
protagonismo dos alunos.

O que é acolher?
Como diz o poeta Rumi, todos nós somos como uma casa de hóspedes, somos feitos de gente, emoções e
sentimentos, dores, rancores e às vezes sofrimentos. Precisamos praticar o acolhimento emocional.
Aprender a acolher em nós cada sentimento, como também, acolher o outro com suas bagagens
emocionais. 

Acolher, vem do Latim ACOLLIGERE, “levar em consideração, receber, acolher”. Acolhimento emocional é
oferecer ou obter refúgio, uma proteção para o conforto físico e emocional, é abrigar-se, amparar-se.  

Todos nós estamos, nesse momento da pandemia, precisando de acolhimento. Vivemos momentos que
parecem uma “gangorra dos sentimentos”. A gangorra é um brinquedo de parque que precisa do outro para
brincarmos: às vezes, estamos no alto; às vezes, estamos embaixo.  

Assim como nas emoções e sentimentos, há momentos em que estamos bem e em outros não. Há
momentos em que sentimos alegria pelo fato de a família estar reunida e com saúde; em outros momentos,
sentimos insegurança, medo e raiva de um vírus tão pequenino, que provoca tantos danos à saúde, a ponto
de, para protegermos as pessoas, não podermos nos deslocar ou ir à escola. 
O importante é que, nessas horas, a gente possa escutar os nossos próprios sentimentos e das pessoas que
estão em nosso entorno. A gangorra nos mostra que sozinhos não conseguimos resolver todos os nossos
problemas e ela também nos lembra que sempre terá alguém que vai nos ajudar, apoiar e oferecer
acolhimento emocional. 

Por isso, na escola, mesmo que de portas fechadas, seja de forma remota ou no modo híbrido, podemos
ofertar um “lugar” e um “espaço” de encontro, um espaço para acolher as emoções, formando um grande
território de afetos.  

A nossa saúde emocional e mental foi tão abalada e o fato de estarmos distantes social e fisicamente de
pessoas que gostamos e amamos, o fato de não podermos ir trabalhar como antes, de passear e ficarmos
por horas frente a tela do computador ou da televisão, tem afetado nosso estado de ânimo. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o distanciamento social alterou os padrões de
comportamento da sociedade. O fechamento de escolas, a mudança dos métodos e da logística de trabalho
e de diversão, minaram o contato próximo entre as pessoas e diminuirão o acolhimento emocional, que são
fatores de extrema importância para a saúde mental. 

O convívio prolongado dentro de casa aumentou o risco de desajustes na dinâmica familiar. Soma-se a isso
as reduções de renda e o desemprego, temos um cenário que piora ainda mais a tensão sobre as famílias. E
temos ainda as mortes de entes queridos em um curto espaço de tempo, juntamente à dificuldade para
realizar os rituais de despedida, impossibilitando a experiência de luto e impedindo a adequada
ressignificação das perdas, o que aumenta o estresse.  

Segundo a OMS é possível prever algumas reações mais comuns entre as pessoas nesse período: medo de
ficar doente e morrer; evitação de procurar um serviço de saúde por outros motivos, por receio de se
contaminar; preocupação com a obtenção de alimentos, remédios ou suprimentos pessoais; medo de
perder a fonte de renda, por não poder trabalhar, ou ser demitido; alterações do sono, da concentração nas
tarefas diárias, ou aparecimento de pensamentos intrusivos; sentimentos de desesperança, tédio, solidão e
depressão devido ao isolamento; raiva, frustração ou irritabilidade pela perda de autonomia e liberdade
pessoal; medo de ser socialmente excluído ou estigmatizado por ter ficado doente; sentir-se impotente em
proteger as pessoas próximas, ou medo de ser separado de familiares por motivo de
quarentena/isolamento; preocupação com a possibilidade de o indivíduo ou de membros de sua família
contraírem a Covid-19 ou a transmitirem a outros; receio pelas crianças em casa não receberem cuidados
adequados em caso de necessidade de isolamento; risco de deterioração de doenças clínicas e de
transtornos mentais prévios ou, ainda, do desencadeamento de transtornos mentais; risco de adoecimento
de profissionais de saúde sem ter substituição adequada; medo, ansiedade ou outras reações de estresse
ligadas a notícias falsas, alarmistas ou sensacionalistas, e mesmo ao grande volume de informações
circulando. 

Por esses e outros tantos motivos, precisamos construir uma rede de apoio para acolhimento emocional na
escola e em outros ambientes, seja para ajudar crianças, jovens, profissionais da educação ou familiares,
para que juntos possamos realizar essa travessia da vida. 

Acolher as emoções é, então, quando nos colocamos à disposição do outro, para oferecer uma escuta
sensível, ou para apoiar por meio do diálogo conduzindo a outra pessoa a refletir sobre o que sente. Pois, só
assim, falando e escutando o outro é que conseguiremos ajudar as pessoas a aliviarem a carga de estresse.  
Há décadas atrás, os seres humanos não falavam sobre suas emoções, as escondiam, e sufocar e esconder o
que sentimos não contribui para o nosso bem-estar. Talvez, até hoje, muitas pessoas não saibam sequer da
importância do desenvolvimento de habilidades emocionais. 

Acreditamos que na educação, a construção de um projeto de humanização é o que possibilitará a abertura


da consciência sobre o impacto das emoções e sentimentos na nossa vida. A educação para o século XXI
exigirá de todos, não só o desenvolvimento das habilidades cognitivas e nem só saberes das áreas do
conhecimento, mas também o acolhimento socioemocional e a orientação para que nossas crianças e
jovens possam se desenvolver integralmente.  

Desenvolver todas as competências que os alunos necessitam para enfrentar os desafios do século inclui
acolher as emoções que eles carregam dentro de si. Enquanto o mundo abre espaço e cobra que os jovens
sejam protagonistas de seu próprio desenvolvimento e de suas comunidades, o ensino tradicional ainda
responde com modelos criados para atender demandas antigas.  

A realidade é que o ser humano é definitivamente complexo e, para desenvolvê-lo de maneira completa, é
necessário incorporar estratégias de aprendizagem mais flexíveis e abrangentes e oferecer uma rede de
acolhimento emocional.  

Como dizem os especialistas na área da inteligência emocional, uma das saídas para reconectar o indivíduo
ao mundo onde ele vive passa pelo desenvolvimento de competências socioemocionais, como a capacidade
de acolher as emoções. Nesse processo, tanto crianças como adultos aprendem a colocar em prática as
melhores atitudes e habilidades para controlar sentimentos, alcançar objetivos, demonstrar empatia,
manter relações sociais positivas, tomar decisões de maneira responsável, entre outros.  

Uma abordagem como essa pode ajudar, por exemplo, na elaboração de práticas pedagógicas mais justas e
eficazes, além de explicar por que crianças de um mesmo meio social vão trilhar um caminho mais positivo
na vida, enquanto outras, não. 

A educação vai apresentando o mundo externo e interno de sentimentos, um espaço para dar instrumentos
às pessoas para que elas possam demonstrar o que sentem e que nem sempre conseguem (ou não
aprenderam) colocar em palavras.  

É importante lembrar que existem muitos estudos sobre os sentimentos e as emoções, mas, aqui,
queremos apenas elucidar algumas questões, as quais podem contribuir para que não sufoquemos o que
estamos sentindo. 

O neurocientista António Damásio, em seus estudos e pesquisas sobre o Cérebro Humano, demonstra como
as emoções e sentimentos são inseparáveis da razão humana. Por isso, para aprender, é preciso cuidar e
semear os sentimentos e acolher as emoções. Ele esclarece como estes dois fatores influenciam as tomadas
de decisões, a razão humana e a mente. 

Estudos apontam que apenas o ato de desenvolver as habilidades cognitivas na escola não basta mais: é
imprescindível que crianças e jovens aprendam habilidades não cognitivas. Essas habilidades podem ser
chamadas de competências socioemocionais. 

Recentes pesquisas sobre inteligência social apontam que crianças a partir dos três e quatro anos são
capazes de aprender a identificar e a autorregular suas emoções. Isso possibilita o crescimento de uma
criança, um adolescente ou um adulto mais seguro, confiante, proativo e criativo. 
O filme de animação Divertida Mente, do diretor Pete Docter, produzido pela Disney em 2015, mostra às
crianças o quanto a nossa mente convive com emoções diferentes e que é possível nos esforçarmos para
termos mais momentos felizes do que sentindo raiva, por exemplo. 

Há algumas décadas, não falávamos na escola sobre sentimentos, mas, hoje, sabemos que eles influenciam
no desenvolvimento cognitivo, social e físico das crianças e adultos. Afinal, quando estamos irritados ou
com medo, mal conseguimos pensar e nosso cérebro parece paralisar. Por isso, é importante que
aprendamos a regular nossas emoções e a desvendar os sentimentos que, às vezes, nos angustiam ou que
nos dão sensação de bem-estar. 

O desenvolvimento das competências socioemocionais, previsto na Base Nacional Comum Curricular


(BNCC), pode ajudar a transformar o cenário de violência e de agressividade que presenciamos em nossa
sociedade. Precisamos entender a importância de desenvolver nos estudantes e docentes essas
competências, e do acolhimento emocional para professores e alunos, a fim de que a escola seja um espaço
mais afetuoso e acolhedor. Além disso, as famílias também podem, de certa forma, ajudar a falar mais sobre
as emoções e sentimentos. 

A BNCC apresenta 10 competências gerais que, ao longo da Educação Básica, devem ser asseguradas a
todos os estudantes.  

Segundo a BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e


procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.  

Três das dez competências remetem ao desenvolvimento de competências socioemocionais:  

Autoconhecimento e Autocuidado 
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas;   

Empatia e Cooperação 
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo
o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza;  

Responsabilidade e Cidadania 
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 

Nas escolas, as crianças aprenderão para além das 10 competências, mas, enquanto estamos em
isolamento social, as famílias podem contribuir dialogando sobre as emoções, aprendendo a expressar o
que sentem. É vital dar valor ao que sentimos e aprender a autorregular as emoções, dando ainda mais
importância ao acolhimento emocional na pandemia.  

Por exemplo, quando estamos com raiva, devemos tentar nos acalmar, para não agredirmos ninguém, seja
verbal ou fisicamente. Quando estamos sentindo raiva, não pensamos direito nas nossas ações, por isso, é
preciso reconhecermos o que sentimos para, então, tentarmos buscar formas de ajuda. 
Qual a diferença entre emoção e sentimento? De acordo com António Damásio, autor da obra “E o cérebro
criou o homem”, a emoção é um conjunto de todas as respostas motoras que o cérebro faz aparecer no
corpo em resposta a algum evento. É um programa de movimentos como a aceleração ou a desaceleração
do batimento do coração, tensão ou relaxamento dos músculos e assim por diante. 

Já o sentimento é a forma como a mente vai interpretar todo esse conjunto de movimentos. Ele é a
experiência mental daquilo tudo. Alguns sentimentos não têm a ver com a emoção, mas sempre têm a ver
com os movimentos do corpo. 

As emoções, tanto as positivas como as negativas, podem ter uma enorme influência naquilo que nós
pensamos. Mesmo as pessoas que se dizem muito racionais não podem separar as duas coisas.   

As emoções foram extremamente bem-sucedidas, ao longo da evolução, em nos manter vivos. O medo fez
com que nos expuséssemos menos ao perigo e tivéssemos mais chances de sobrevivência. A alegria
incentivou-nos a prosperarmos: exercitamos a mente, inventamos soluções para problemas, comemos,
reproduzimo-nos. Emoções como a compaixão, a culpa e a vergonha são importantes, porque orientam
nosso comportamento moral.  

Se você fizer qualquer coisa que não está correta em relação à outra pessoa, vai sentir-se envergonhado e
terá um sentimento de culpa. Isso é muito importante, porque vai ajudar a manter a sua conduta de acordo
com a convivência em sociedade.  

Os sentimentos são diferentes entre si e se manifestam de diversas formas: por isso, é importante falarmos
deles. 

Como se conectar com as emoções negativas: a tristeza


Mesmo que provenha de um ambiente familiar de negligência emocional, não significa que não possa ter
um relacionamento saudável com as suas emoções na idade adulta. Quando aborda as emoções com
maturidade, tornam-se uma expressão natural da sua humanidade e não uma manifestação de uma
“patologia” ou inconveniência que tem de ser tratada, medicada ou controlada. As emoções revelam muito
sobre nós, o momento em que vivemos e como certos eventos e indivíduos nos afetam, são, portanto, uma
grande fonte de autoconhecimento. Além disso, a autorregulação não se materializa sem a conexão
emocional, independente de quanto você tente evitar as emoções ou negar a sua presença, já que tendem
a permanecer consigo até que lhes dê a atenção necessária para serem processadas de forma integral. Para
ajudá-lo a tornar-se um amigo das emoções negativas e aumentar a sua capacidade de autorrelaxamento,
os próximos artigos apresentarão algumas técnicas básicas de como construir um relacionamento aberto
com a tristeza, raiva e o medo. Abaixo, você encontrará 5 dicas simples sobre como se conectar com a
tristeza:

A tristeza relembrar-nos do que está faltando em nossas vidas e o importante para nós

1- Aumente a autoconsciência

Se não sabe como está se sentindo no aqui e agora, não conseguirá se conectar com as suas emoções,
sejam positivas ou negativas. Por essa razão, é vital que crie o hábito de verificar, regularmente, como se
sente. De tempos em tempos e durante o seu dia, ou quando detectar algum tipo de desconforto
emocional, pergunte-se, “Como estou me sentindo?” Logo após ter identificado que se sente triste, parta
para o próximo passo, descrito a seguir.
2- Faça uma pausa e concentre-se em si

Após perceber a tristeza, vá para um lugar calmo e privado para se conectar de corpo e alma com esse
sentimento e direcione o foco para o seu mundo interior, o que está passando pela sua mente e nas
sensações corporais. Neste estado mindful ou de extrema consciência, não há nada mais urgente e
relevante do que o momento presente. Sinta por um determinado período ou até conseguir estabelecer um
canal aberto de comunicação com o próprio corpo.

3- Ouça o seu corpo

O que o seu corpo diz acerca de seu estado emocional atual? Você está se sentindo enérgico, socialmente
engajado e motivado, ou letárgico e querendo ficar só ou, até, isolar-se dos outros? Você está prestes a
chorar ou sente uma pressão/tensão no peito e/ou na área da garganta? Há uma sensação de peso em seus
membros e corpo? Conectar-se livremente com essas sensações físicas, ou ouvir o próprio corpo, abrirá os
canais de comunicação com a sua tristeza.

4- Registre a mensagem da tristeza

Agora que acessou a sua tristeza, o que esta lhe comunica? Um dos principais papéis da tristeza é o luto de
nossas perdas e relembrar-nos do que está faltando em nossas vidas e o importante para nós. Do que sente
falta? De um senso de propósito, do seu próprio eu ou da companhia das outras pessoas? Ou será que
sente falta de alguém, um sentimento ou tempo bom do seu passado, ou algo que nunca desfrutou
plenamente, como um verdadeiro amor ou senso de comunidade?

5- Deixe as lágrimas fluírem

A maneira mais rápida e eficaz de processar a tristeza é através de um bom choro. Quando sentir os seus
olhos encherem-se de lágrimas, deixe-as fluir. Não as segure ou interrompa o seu fluxo, mas as deixe
sozinhas encontrarem o caminho de saída do seu corpo e libertá-lo de sua dor no seu próprio tempo. Como
as lágrimas emocionais contêm hormônios do estresse são um meio natural de regulação e restauração do
equilíbrio emocional.

Como é o caso com todas as emoções “negativas”, tais como o medo e a raiva, conectar-se profundamente
com a sua tristeza pode ser extremamente benéfico para a sua saúde emocional, psicológica e física. Em vez
de lutar contra a tristeza, vá ao encontro dela e aprenda com ela, redirecionando o seu foco para o que você
se identifica e faz com que se sinta bem. Se gostaria de viver uma vida mais plena, autêntica e feliz, é vital
que substitua as crenças rígidas sobre a tristeza como algo a ser evitado ou reprimido e abra o corpo e a
mente para a sua sabedoria e poder de cura.

Foi meta, ainda, projetar análises


sobre pessoas em situação de rua, considerando objetividades e subjetividades vinculadas
a questões materiais e imateriais dessas pessoas. Deve-se lembrar que não usamos o termo
“morador de rua” para não cristalizar todos os casos como situação crônica, definitiva ou
irreversível. O termo PSR é utilizado no sentido de uma semântica que sinaliza
relativização, considerando pessoas que adotam a rua como seu hábitat por escolha ou
razão situacional, e não necessariamente como uma consequência estrita.

Se imaginarmos a experiência de permanecer apenas 24h privados de tudo que nos


dá conforto, como ficaríamos? Despojados de roupas adequadas, casa, higiene pessoal,
sono tranquilo, alimentação apropriada, sossego. Quem sabe essa experiência poderia
despertar em nós os mais elementares instintos de sobrevivência. Por natureza, podemos
deduzir, somos animais indefesos, contudo perigosos, quando nos é retirado tudo que nos
mantém. Pensando nessa experiência, que desenvolvemos o estudo a seguir, acerca, em
termos lato, do “morar na rua”, do “não ter nada além de si mesmo”. Nesse caminho,
mergulhamos em um universo paradigmático, tanto porque nosso trabalho busca lançar
foco em pessoas invisibilizadas, colocando-as em cena na história como narradoras de suas
vidas, como donas de si, que se apropriam de discursos tendo em vista transformarem-se
em agentes históricos.
Garantir um lugar de fala, para as pessoas em situação de rua (PSR), constitui-se
como ato de reconhecimento de existência, como ato sublimador, sobretudo porque, para
o discurso oficial ou não oficial, não existem as PSR, ou não são dignas de uma história
própria. A prostituta, o michê, o louco, o bêbado, o mendigo, o pobre desvalido, os órfãos,
os aleijados, os doentes mentais, os ex-detentos, os desempregados, dentre outros sujeitos,
emergem, via de regra, como chagas da sociedade formal, como pessoas em relação às
quais não se quer visibilizar. Entendemos que esses sujeitos nascem justamente de
contradições inerentes à sociedade, especialmente conflitos provocados pela desigualdade
social. Estudar essa parcela da sociedade, fazendo parte de um passado/presente comum,
foi também uma ação de expor feridas, de reconhecer e tentar minimamente reparar erros,
de admitir direitos negados, de não negligenciar embates, mesmo que simbólicos.
Iniciamos nossa construção do problema supondo as PSR enquanto representativas
de entraves sociais para as cidades, tratadas na maior parte das vezes com inferioridade,
vivendo alijadas, em espaços alternativos ante a sociedade formal. Nessa atividade, foi
destacado que as PSR, em suas inúmeras experiências vividas, agem no sentido de inventar
o próprio mundo a partir do movimento da rua, contrapondo-se à ordem estabelecida,
embate que os fazem viver no limite das forças. Lembramos, inclusive, que o indicado teve
como exemplificação a narrativa de um de nossos interlocutores: “quando você está fora
do sistema, entrar nele de novo é muito difícil”

Composto em razão de uma dialética de


representações, esse é o urbano sobre o qual nos debruçamos e acerca do qual tentamos
adentrar, mediante universos densos de contradições e complexidades, carregado e repleto
de sensibilidade humana. No estudo, tivemos contato com pessoas que se veem como
indesejadas e invisibilizadas, gente que por diversas razões comete uma espécie de
“suicídio social”, em que tenta apagar suas identidades vividas ou criar outras, novas.
Nessa tarefa, percebemos que, mesmo em condições adversas, a natureza humana, por
vezes, faz-se generosa e as PSR, mesmo sem bens, vaidade e quase nenhum conforto,
independentemente de qualquer coisa, vivem no limite da experiência humana. Nesse
limite, elas podem ter diante de si um campo aberto a possibilidades, de altruísmo e
solidariedade.
A sociedade brasileira, de forma geral, tende a classificar as PSR em razão de
simplismos ou conforme condições mensuráveis de degradação humana. No campo da
análise subjetiva, essas pessoas tentam entender e enfrentar as dificuldades e o peso do
mundo e de si mesmas, das frustrações e desilusões com a vida e com sua própria
humanidade. O exercício que se fez nesse trabalho foi uma tentativa de ver, sentir e se
colocar no lugar do outro. Quisemos compreender a complexidade material e emocional,
compreender como as PSR sentem e apreendem o universo complexo da rua. Esse foi o
sobrevoo almejado aqui. Para isso, arriscamos quebrar barreiras que pareciam
intransponíveis entre nós e as PSR, por meio de empatia e humildade. A palavra empatia
foi entendida como um ato de olhar profundamente para o outro sem julgamentos,
respeitando o espaço e o tempo de cada pessoa, entendendo as formas particulares, as
sinuosidades que parecem sumir a partir das desigualdades que nos separam desse outro
invisível. Tivemos a expectativa de colaborar com o conhecimento das PSR para a elaboração
de futuras políticas públicas e planejamentos de intervenções junto a essas pessoas. A partir de
uma leitura que os reconheça como sujeitos de direito pertencentes a uma cidade, respei tando
seu processo, garantindo a proteção a que tem do Estado e da família. Para tanto, concluímos
que é necessário respeitar o espaço da rua como significativo e complexo, e não mergulhar nele
com olhares simplificadores, mas sim totalizantes, sem reduzir os significados que lhe são
intrínsecos.
A vida real nas ruas não se apresenta integralmente em uma primeira aproximação, é
preciso descobri-la. Essas descobertas, a nós, foram incitadas com complexas relações das
PSR com o centro da cidade. Foram observadas enquanto antíteses, tais como: casa-rua,
centro-margem, visíveis-invisíveis, trabalhador-desocupado, sóbrio-bêbado, honesto-
desonesto, vítima-bandido, ordem-desordem, limpeza-sujeira, e igualdade-desigualdade.
Características bipolares que afetam diretamente a saúde física e mental das PSR, fazendo
emergir identidades flutuantes, conceitos diacrônicos, onde o ser ou não ser faz parte do
cotidiano dessas pessoas, conhecidas como errantes baldias. Existem também muitas outras
características positivas e negativas, as quais foram perceptíveis a partir de uma profunda
imersão no seu universo. Uma imersão que nos possibilitou a percepção da dimensão da
empatia experimentada na vivência com esses seres humanos. A situação de rua equivale
apenas a uma característica dessas pessoas, não constitui um fim definidor, ou seja, não é
uma condição cristalizada. A invisibilidade das PSR, por nós notada no estudo, jamais
conseguirá anular a essência das individualidades representas nas ruas, ou seja, o que os
faz invisíveis não extingue quem são.
As PSR são pessoas que foram abandonadas pelo Estado, pelas suas famílias e pela
própria sociedade formal, que não as enxergam como partícipes de fato e de direito. As
PSR configuram a personificação do abandono de pessoas a sua própria sorte. Essas
pessoas reproduzem funções próprias do escravismo doméstico, prestando-se a qualquer
trabalho a preço vil. As PSR se colocam ou são colocadas em condições animalizadas de
opressão, uma opressão que gira em torno do ódio e do desprezo como mecanismos que
retiram a humanidade das pessoas. E esse desprezo vai além da questão econômica,
perpassando pela questão moral, pois as classes sociais veem de cima pra baixo as PSR
como se fossem amorais pelo modo de vida que escolheram. Modo de vida esse que diverge
do que é esperado de uma “pessoa de bem”. Dessa maneira das PSR, como escravas
modernas, lhes é tirado autoestima, família e trabalho digno, restando-lhe a rua como
espaço alternativo de vida. A reprodução do sistema escravista se faz de modo marcante
131 anos pós-abolição. As desigualdades nunca foram enfrentadas de modo efetivo, nem
se tem a intenção de vencê-las. Se legitima esse cenário não só na rua, mas em todas as
periferias do Brasil há pessoas tidas como de segunda categoria, que não aparecem de
forma positiva para a sociedade. Geralmente as PSR são invisibilizadas, aparecem como
estigmatizadas, marginalizadas ou ainda dignas de compaixão, tidas como subgente. Criou-
se no Brasil um sistema perverso de exploração que, de alguma forma, naturaliza a
subserviência como se fosse um sistema de casta onde cada um deve ter seu lugar definido.
O “olha com quem você está falando” permanece como mantra da sociedade brasileira
formada da herança maldita colonizadora.

As PSR vivem seu momento de transgressão. Trabalham com mecanismos de


defesa que os tiram da realidade e criam outra realidade complementar. As drogas e o álcool
ajudam a suportar a situação em que se encontram, são mecanismos de defesa que de
alguma forma os anestesiam da realidade que eles não querem ver. A pseudoliberdade
buscada na rua se sustenta em uma realidade inventada. E apesar dessas pessoas parecerem
se sentir confusas, perdidas, fora do caminho, elas não acreditam mais em promessas
vazias, em sonhos quebrados. Não podemos julgar as PSR pela “capa”, a gente nunca sabe
o conteúdo da experiência humana que está diante de nós. Se não vivemos essa experiência
de liberdade, o que nos resta é só imaginar. Toda liberdade tem um preço, pagar esse preço
na rua requer um equilíbrio entre a sanidade e a loucura. As PSR pagam o preço da falta
do lar, do perigo e da morte. De qualquer forma, são homens e mulheres que do seu jeito
limitado, mostraram que a vida pode ser vivida de forma diferente sem deixar de lado o
sonho humano de igualdade, liberdade e solidariedade.

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