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FRANCO et al. Erodibilidade do solo em entressulcos determinada experimentalmente e por modelos matemáticos...

ERODIBILIDADE DO SOLO EM ENTRESSULCOS DETERMINADA


EXPERIMENTALMENTE E POR MODELOS MATEMÁTICOS EM UM ARGISSOLO
VERMELHO1

INTERRILL SOIL ERODIBILITY OF A PALEUDULT SOIL EVALUATED AT


LABORATORY CONDITIONS AND ESTIMATED BY MATHEMATICAL MODELS
2* 3 4 5
Ândrea Machado Pereira Franco ; Elemar Antonino Cassol ; Eloy Antonio Pauletto ; Alberto Vasconcellos Inda .

RESUMO teor de argila e o de óxidos de ferro de baixa


cristalinidade (Feo) apresentou valores mais
A desagregação das partículas de próximo dos valores obtidos
solo na erosão em entressulcos ocorre pelo experimentalmente.
impacto das gotas de chuva e o transporte
pelo fluxo laminar raso, influenciado pela Palavras chaves: erosão em entressulcos,
turbulência produzida pelo impacto das gotas taxa de desagregação, características
de chuva. O objetivo principal deste trabalho hidráulicas do escoamento, modelos de
foi determinar experimentalmente o fator erosão, estimativa da erodibilidade do solo,
erodibilidade do solo em entressulcos (Ki) em chuva simulada.
condições de laboratório sob chuva simulada
e estimá-lo por equações matemáticas ABSTRACT
obtidas por análises de regressão. O trabalho
consistiu da aplicação de quatro repetições Detachment of soil particles on
de chuva simulada com intensidade de 85 interrill soil erosion occurs by the water
mm h-1 e duração de 90 minutos, em solo raindrop impact on the soil surface. The
descoberto, disposto em parcelas de 0,35 m² transport of the detached soil particles occurs
e declividade de 0,09 m m-1, em um Argissolo by overland broad sheet flow enhanced by the
Vermelho Eutrófico típico na camada de 0,00 flow turbulence caused by raindrop impact.
– 0,20 m da área de mineração de carvão de The objective of this study was to determine
Candiota, RS. Para a estimativa do valor de the interrill soil erodibility factor (Ki) under
Ki aplicando modelos matemáticos foram simulated rainfall at laboratory conditions and
determinados atributos físicos e químicos do to estimate the Ki factor by mathematical
solo. O valor médio de Ki determinado equations obtained by regression analysis.
experimentalmente foi de 1,82 x 106 kg s m-4, Soil samples were taken at field from the 0.2
o qual foi superestimado pela equação do m topsoil of a natural Paleudult soil from
modelo WEPP. O modelo que considerou o Candiota, Rio Grande do Sul State, Brazil at

1
Parte integrante da Tese de Doutorado
2*
Eng. Agrícola, Pós-Doutoranda, PPGCS/UFSM, Bolsista CAPES, Avenida Rorâima, 1000, CCR/Prédio 42, Sala 3314,
CEP 97105-900, Santa Maria, RS. email: pfranco20@hotmail.com.
3
Eng. Agrônomo, Prof. Adjunto, Dr., UFRGS. email: cassolea@orion.ufrgs.br.;
4
Eng. Agrônomo, Prof. Adjunto, Dr., DS/UFPel. email: pauletto@ufpel.tche.br;
5
Eng. Agrônomo, Prof. Associado, Dr., UFRGS. Email alberto.inda@ufrgs.br

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location where a coal mining was taking permite a estimativa da erosão absoluta,
place. Simulated rainfall of 85 mm h-1 intensity facilitando o planejamento conservacionista.
and 90 minutes duration were applied over Entretanto modelos quantitativos exigem um
bare soil at laboratory interrill plot of 0.35 m2 maior conhecimento por parte do usuário,
settled on 0.09 m m-1 slope. The estimate of além de requerer mais informações do que os
the factor Ki applying mathematical models modelos qualitativos.
had been determined physical and chemical A aplicação de modelos quantitativos em
attributes of the soil. The factor Ki determined processos de erosão e seu controle é,
at laboratory condition under simulated rainfall atualmente, uma eficiente estratégia que vem
is 1.82 x 106 kg s m-4, but the value of Ki sendo utilizada no planejamento do uso,
estimated by means of the equation of WEPP manejo e conservação do solo. Vários
model overestimated the experimental value, modelos de predição da erosão hídrica do
whereas the model that considers the clay solo foram desenvolvidos recentemente,
and Fe oxides contents gives a value of Ki cujas relações se baseiam em processos e
very closed to that obtained at laboratory interações de suas variáveis. Dentre esses
conditions. modelos, o WEPP (Water Erosion Prediction
Project) é um dos mais relevantes, pois
Key words: interrill erosion, interrill soil considera a erosão em entressulcos e em
detachment, hydraulic flow characteristics, sulcos separadamente (FLANAGAN &
soil erosion models, simulated rainfall. NEARINNG, 1995). Pelo motivo do WEPP ser
idealizado sobre princípios físicos básicos, o
INTRODUÇÃO conhecimento dos processos envolvidos na
erosão hídrica e suas interações se torna de
O processo de erosão hídrica do solo suma importância, pois poderá colaborar na
pode ocorrer em entressulcos ou em sulcos estimativa de perdas de solo nas áreas em
(MEYER et al., 1975). A erosão em que se quer estudar as perdas por erosão
entressulcos é essencialmente independente hídrica.
da erosão em sulcos, ocorrendo em áreas A erodibilidade do solo é a recíproca de
relativamente curtas e geralmente orientadas sua resistência e representa a sua
segundo o microrelevo superficial. Nessas suscetibilidade de erodir em diferentes taxas,
áreas, ocorre escoamento superficial devido às características dos atributos físicos,
uniforme e laminar, que contribui para o fluxo químicos e mineralógicos (WISCHMEIER &
concentrado nos sulcos. Segundo FOSTER et MANNERING, 1969; FOSTER, 1982).
al. (1985) na erosão em entressulcos a Conforme FLANAGAN & NEARINNG (1995),
desagregação das partículas de solo ocorre o modelo WEPP considera o fator Ki para a
pelo impacto das gotas de chuva e o erodibilidade em entressulcos e o fator Kr
transporte pelo escoamento laminar, para representar a erodibilidade do solo em
incrementado pela turbulência produzida pelo sulcos.
impacto das gotas de chuva, suspendendo e Entre os atributos do solo que afetam a
mantendo suspensas as partículas de solo. erodibilidade em entressulcos, a distribuição
A erosão do solo pode ser estimada de de diâmetro das partículas do solo
forma quantitativa e qualitativa. Segundo (granulometria) é um dos principais. Quando
CHAVES et al. (1996) as duas formas mais arenosa é a granulometria do solo, maior
apresentam vantagens e desvantagens. A é a possibilidade dele sofrer erosão, ou seja,
análise qualitativa não permite a obtenção de maior a facilidade de desagregação das
valores numéricos, importante para a partículas de solo. Por outro lado, solos mais
estimativa da degradação do solo e da argilosos favorecem uma maior formação de
sedimentação. Já a análise quantitativa agregados estáveis em água, reduzindo a
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erodibilidade do solo (MEYER & HARMON, MATERIAL E MÉTODOS


1984).
Outro atributo do solo que afeta o fator O estudo foi realizado no município de
erodibilidade do solo em entressulcos é o tipo Candiota, localizado na região da Campanha
e o teor de óxidos de ferro. A concentração de do estado do Rio Grande do Sul, com
óxidos de ferro está relacionada com o coordenadas geográficas de 31° 55’ de
material de origem, grau intemperismo e com latitude sul e 53° 67’ de longitude oeste.
os processos pedogenéticos de acúmulo ou Conforme a classificação de Köppen, o clima
remoção (KÄMPF & CURI, 2003). Segundo da região é mesotérmico, do tipo subtropical
ROMKENS et al. (1977) e Azevedo & Bonumá úmido, com precipitação pluvial média anual
(2004), os óxidos de ferro são agentes de de 1.350 mm, bem distribuída durante o ano,
ligações entre os constituintes do solo, na qual conforme dados dos registros da estação
favorecem uma maior estabilidade dos meteorológica de Bagé (EMBRAPA, 2008).
agregados e retardam a formação de selo Em quatro locais de uma área da frente
superficial (REICHERT et al., 1992) de mineração de carvão da Companhia
A distribuição granulométrica do solo e os Riograndense de Mineração (CRM), foram
óxidos de ferro são atributos que influenciam coletadas amostras com estrutura não
na estabilidade dos agregados em água, preservada da camada de 0,00 a 0,20 m de
juntamente a outros atributos como a profundidade de um Argissolo Vermelho
mineralogia da fração argila, a quantidade e a Eutrófico típico (EMBRAPA, 2006). Nestas
natureza dos cátions, o conteúdo de matéria amostras, foram avaliados a distribuição do
orgânica, as ações de microorganismos e das diâmetro das partículas primárias, o diâmetro
raízes. Assim, solos com maiores teores de médio ponderado dos agregados estáveis em
argila, óxidos e matéria orgânica apresentam água, o índice de estabilidade dos agregados,
agregados mais estáveis e por conseqüência a variação de pH e o teor de ferro de baixa
menor erodibilidade do solo em entressulcos cristalinidade (Tabela 1).
(NUNES & CASSOL, 2008). A erosão hídrica dos solos em
Nos modelos que separam a erosão em entressulcos foi determinada em laboratório,
sulcos e em entressulcos, a erodibilidade do sob chuva simulada, em amostras de solo
solo em entressulcos (Ki) representa a descoberto oriundas dos quatro pontos
constante de proporcionalidade entre as taxas amostrados (4 repetições). As amostras de
de desagregação do solo e a intensidade de solo foram passadas em peneira com
chuva e a erodibilidade do solo em sulcos (Kr) abertura de malha de 10 mm e secas ao ar.
é representada pela suscetibilidade à Foram utilizadas parcelas de formato
desagregação pelo escoamento superficial quadrado com 0,59 m de lado e 0,10 m de
concentrado (SCHAFER et al. 2001). profundidade, com bordadura de 0,20 m,
Os objetivos deste trabalho foram avaliar mantidas em declividade de 0,09 m m-1. O
as características hidráulicas do escoamento, volume das parcelas foi preenchido com uma
quantificar as taxas de desagregação do solo camada de 2 cm de pedra (Ø= 1,0 cm), sobre
em entressulcos, determinar a qual foi colocada uma camada de 2 cm de
experimentalmente em laboratório, sob chuva areia (Ø= 0,25 mm), sendo essas camadas
simulada, o fator de erodibilidade do solo em separadas por uma tela plástica de malha de
entressulcos (Ki) para o modelo WEPP de um 1 mm. Sobre esta tela foi colocada uma
Argissolo Vermelho, e comparar esse valor camada de 6 cm de solo seco ao ar,
com os estimados por métodos analíticos. acondicionada com densidade de 1,38 Mg m-
3
.
Para a condição de solo pré-umedecido,
o solo da parcela foi saturado por pressão de
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10 centímetros de coluna de água (cca), Mss


Di =
durante a noite, por 18 horas, a fim de obter a AD
mesma tensão de água no solo ao iniciar os (1)
testes e para a drenagem da água do solo onde: Mss é a massa do solo seco contida na
durante a aplicação da chuva simulada. amostra (kg); A é a área da parcela (m2); D é a
Durante a aplicação das chuvas simuladas foi duração da coleta (s).
aplicada uma tensão de água equivalente a Conforme FLANAGAN & NEARINNG
5,7 cca, mantendo a condição de drenagem (1995), a taxa de desagregação do solo em
nessa mesma tensão. entressulcos no modelo WEPP, em condições
As chuvas foram aplicadas utilizando um de solo descoberto, é calculada pela seguinte
simulador de chuva, construído por SOUZA equação:
(1985), de acordo com as especificações Di = K i I 2 S f
apresentadas por MEYER & HARMON (2)
(1979), com uma pressão de saída de água onde: Di representa a taxa de desagregação
no bico de 41 kPa, verificada com o auxílio de em entressulcos (kg m-2 s-1); Ki é o fator de
um manômetro. As chuvas foram aplicadas erodibilidade em entressulcos (kg s m-4); I
durante 90 minutos com intensidade de 85 representa a intensidade da chuva (m s-1); Sf é
mm h-1. o fator de declividade do solo. No modelo
Durante o tempo de ocorrência das WEPP, LIEBENOW et al. (1990) sugerem que
chuvas, amostras do escoamento foram o fator declividade do solo seja ajustado pela
coletadas em potes plásticos com capacidade equação:
de 1 L, colocados na calha coletora na S f = 1,05 − 0,85e −4 senθ
extremidade inferior da parcela. Amostras
foram coletadas a cada 3 minutos, com (3)
amostragens de duração de 1 minuto. Após a onde: θ representa o ângulo do declive
coleta os potes foram pesados e adicionado 5 (graus).
mL de solução de Alúmen de Potássio em Com essas informações pode-se
concentração de 50 g L-1, para sedimentação determinar o fator de erodibilidade do solo em
das partículas. Após 24 horas, o sobrenadante entressulcos (Ki) utilizado no modelo WEPP
foi succionado e os potes levados para (FLANAGAN & NEARING, 1995), pela
secagem em estufa a 50 °C até peso seguinte expressão:
constante. Essas amostras serviram para D
Ki = 2 i
determinar a taxa de escoamento total, a I Sf
descarga líquida total por unidade de largura (4)
(m2 s-1), a descarga líquida unitária do onde: Ki é o fator de erodibilidade do solo em
escoamento (m s-1) e as taxas de entressulcos (kg s m-4); Di é a taxa de
desagregação de solo (kg m-2 s-1) ao longo do desagregação do solo em entressulcos (kg m-2
tempo de realização do teste. s-1); I é a intensidade da chuva (m s-1); Sf é o
A descarga líquida total por unidade de fator de declividade do solo. A taxa de
largura (q), em m2 s-1 foi obtida pela divisão da desagregação em entressulcos utilizada na
taxa de escoamento total pela largura da determinação da erodibilidade do solo em
parcela. A descarga líquida unitária do entressulcos foi à média das cinco últimas
escoamento, em m s-1, foi obtida pela divisão medições efetuadas ao longo dos 90 minutos
da taxa de escoamento total (m3 s-1) pela área de chuva. A intensidade da chuva era
da parcela (m2). conhecida (85 mm h-1, ou seja, 0,0000236 m
As taxas de desagregação em s-1) e o fator Sf foi ajustado para a declividade
entressulcos do solo (Di) foram determinadas de 0,09 m m-1.
pela expressão:
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A velocidade do escoamento superficial A determinação da distribuição do


foi determinada em intervalos de 5 minutos diâmetro das partículas do solo foi realizada
com a tomada de tempo para que um corante pelo método da pipeta descrito por GEE &
azul de metileno percorresse a distância de BAUDER (1986) de acordo com os diâmetros
0,4 m entre dois pontos fixos na parcela, apresentados na Tabela 1, e a determinação
sendo expressa em m s-1. De posse destes dos teores de Fe relativos aos óxidos de Fe
dados e da temperatura do escoamento de baixa cristalinidade (Feo) pelo método do
líquido, foi determinada a velocidade média oxalato de amônio à pH 3 no escuro
do escoamento, altura da lâmina d’água do (SCHWERTMANN, 1964).
escoamento, números de Reynolds (Re) e de O diâmetro médio ponderado (DMP) de
Froude (Fr), viscosidade cinemática da água agregados foi determinado utilizando a
e a resistência do escoamento superficial metodologia descrita por KEMPER &
representada pelo fator de perda de carga ROSENAU (1986), que utiliza o aparelho de
(ƒ). oscilação vertical de Yoder (1936), conforme
A velocidade média do escoamento foi descrito por Palmeira et al. (1999). Para esta
obtida pela multiplicação da velocidade determinação foi utilizado um conjunto de
superficial medida, por um fator de correção peneiras com diâmetros de malha de 4,76;
(α= 2/3), conforme FARENHOST & BRYAN 2,00; 1,00; 0,50 0,25 mm, que foram
(1995) e KATZ et al. (1995). A altura da colocadas num agitador vertical semelhante
lâmina do escoamento (m) foi obtida pela ao de Yoder (1936), com 45 oscilações por
razão entre a descarga líquida total por minuto e agitação por um período de 10
unidade de largura, em m2 s-1 e a velocidade minutos. Após, o material menor que 0,25
média do escoamento em m s-1, derivada por mm foi passado manualmente em peneiras
WOOLHISER & LIGGETT (1967) e SINGH com abertura de malha de 0,105 e 0,053 mm.
(1983) para fluxo em um plano sob chuva de O material inerte foi separado utilizando o
duração finita. dispersante químico hexametafosfato de
O número de Reynolds foi determinado sódio com diluição de 10:1 e levados ao
conforme descrito pela relação apresentada agitador de oscilação “vai-vem” por um
por SIMONS & SENTURK (1992) e a período de 16 horas.
viscosidade cinética do escoamento (m2 s-1), Para o cálculo da proporção de
que varia de acordo com a temperatura da agregados estáveis em água, foi utilizada a
água, em °C, conforme JULIEN (1995). seguinte expressão:
O número de Froude (Fr) foi determinado  Magri − mi 
conforme descrito por CHOW (1959), como Agri =   × 100
também a resistência ao escoamento  ΣMagri − mi 
superficial, através do fator de perda de carga (5)
de Darcy–Weisbach (f). onde: Magri é a massa de agregados +
O fator erodibilidade do solo em material inerte na classe i em g; mi é a massa
entressulcos foi também estimado de material inerte (cascalho, areia, raízes,
indiretamente por métodos analíticos. Para restos de cultura, etc.) na classe i em g.
isto foi necessário determinar a densidade Para o cálculo do diâmetro médio
de partículas, a distribuição de diâmetro das ponderado de agregados (DMP) foi utilizada a
partículas primárias e o teor de Fe relativo seguinte expressão:
aos óxidos de Fe de baixa cristalinidade  ΣDMi.( Magri − mi) 
DMP =  
(Feo) e também a determinação do diâmetro
 ΣMagri − mi 
médio ponderado (DMP) de agregados em
(6)
amostras de solo coletadas na camada de
0,00 – 0,20 m.
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onde: DMP é o diâmetro médio ponderado de (%),sendo todos os teores obtidos com
agregados em mm; DMi é o diâmetro médio dispersante químico NaOH.
da classe i em mm. Magri é a massa de A erodibilidade do solo em entressulcos
agregados + material inerte na classe i (g) e também foi estimada conforme o modelo
mi é a massa da material inerte na classe i sugerido por NUNES & CASSOL (2008). O
em g. modelo obtido considera apenas o conteúdo
O modelo WEPP, conforme proposto por de argila e o teor de Fe extraído com oxalato
ALBERTS et al. (1995), a erodibilidade do de amônio ácido (Feo) e é expresso da
solo em entressulcos para solos que contém seguinte forma:
30% ou mais de areia na superfície pode ser K i N = 1,982 - 8,886 x 10-4 ( Arg ) - 0,228 ( Feo )  x 106
estimada utilizando-se a porcentagem de
areia muito fina (AMF), de acordo com a (10)
seguinte equação: onde: KiN é a erodibilidade do solo em
K ib = 2728000 + 19210000 × AMF
entressulcos (kg s m-4); Arg é o teor de argila
obtido por dispersão com NaOH 1N (g kg-1) e
(7) Feo é o teor de ferro extraído com oxalato de
onde: Kib é o fator de erodibilidade do solo em amônio (SCHWERTMANN, 1964).
entressulcos (kg s m-4) e refere-se à
erodibilidade básica do solo em entressulcos RESULTADOS E DISCUSSÃO
para uma declividade de 45º e AMF é a fração
de areia muito fina na superfície do solo (g g- O escoamento superficial foi laminar e de
1
). Se a fração AMF for maior que 0,4 (g g-1) natureza subcrítica, caracterizado pelo
deve ser considerado um valor máximo de 0,4 número de Reynolds de 14,25 e pelo número
(g g-1) na equação. de Froude de 0,62 (Tabela 1). Para o
A erodibilidade do solo em entressulcos escoamento superficial ser considerado
também foi estimada conforme o modelo laminar, o número de Reynolds deve ser
sugerido por ALBUQUERQUE (1998), que inferior a 500 e, para ser considerado
ajustou a seguinte subcrítico, o número de Froude deve ser
equação: inferior a 1,0 (GUY et al., 1990). Desta forma
KiA=7,19×105 −(2,2×105 ×DMPA
kc) −(7,2×10 ×∆pH) + (148
5
×M) pode-se dizer que ocorreu um escoamento
(8) característico da erosão em entressulcos.
onde: KiA é o fator de erodibilidade do solo em As menores taxas médias de
entressulcos (kg s m-4); DMPAkc é o diâmetro desagregação de solo em entressulcos (Di)
médio ponderado dos agregados em água ocorreram no início da chuva, aumentando até
(mm); ∆pH é a diferença entre o pH em KCl e em torno de 75 minutos quando tenderam a
o pH em água; M é um parâmetro textural de tornar-se constantes (Figura 1). Por isso, para
WISCHMEIER et al. (1971) que é determinado o cálculo do Di médio para a determinação do
pela seguinte equação: fator de erodibilidade do solo em entressulcos
M = ( Sil + AMF ).(100 − Arg ) (Tabela 1) foi utilizada a média dos últimos 15
(9) minutos de chuva simulada (Figura 1).
onde: Sil é o teor silte (%); AMF é o teor de
areia muito fina (%); Arg é o teor de argila

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Tabela 1 - Taxa média de desagregação (Di), fator erodibilidade do solo em entressulcos (Ki) e
características hidráulicas do escoamento de um Argissolo Vermelho Eutrófico típico determinados
em condições de laboratório, com quatro repetições, sob chuva com duração de 90 minutos,
intensidade de 85 mm h-1 (I= 0,0000236 m s-1) e declividade de 0,09 m m-1 (Sf = 0,4560)
Di Ki qi q Vs Vm h v Re Fr ƒ
-2 -1 -4 -1 -1 -1 -1 -1
kg m s kg s m ms m² s ms ms m m² s ----adimensional----
-4 6
4,64x10 1,82x10 2,27 E-05 1,35E-05 0,068 0,046 0,00031 9,43E-07 14,3 0,85 1,21
qi: descarga unitária do escoamento; q: descarga líquida total do escoamento por unidade de largura; Vs: velocidade
superficial do escoamento; Vm: velocidade média do escoamento; h: altura de lâmina; T: temperatura; v : viscosidade
cinemática do escoamento a temperatura de 22,8 °C; Re: número de Reynolds; Fr: número de Froude; e ƒ: coeficiente de
perda de carga do escoamento.

6,0E-04 Di = 4E-05 + 1E-05t -5E-08t2


R2 = 0,9739
5,0E-04
Taxa de desagregação - Di

4,0E-04
(kg m-² s-1)

3,0E-04

2,0E-04

1,0E-04
0 20 40 60 80 100
Tempo (min)

Figura 1 - Taxa de desagregação de solo em entressulcos em um Argissolo Vermelho submetido


à chuva simulada de 85 mm h-1 em declividade de 0,09 m m-1.

A taxa média de desagregação de solo em e por CASSOL et al. (2004) de 2,55 x 106 kg s
entressulcos foi de 4,64 x 10-4 kg m-2 s-1 m-4, que também trabalharam com Argissolos
(Tabela 1) Esse valor para o Argissolo do Rio Grande do Sul. Já Braida & CASSOL
Vermelho estudado foi próximo do valor (1996), em um solo com textura mais arenosa
encontrado por CASSOL et al. (2004) que obtiveram Ki de 5,10 x106 kg s m-4 e
trabalharam com Argissolo Vermelho Distrófico ROCKENBACH (1992) para um solo com
típico de Eldorado do Sul - RS e por BEZERRA textura franco-arenosa determinou um Ki de
& CANTALICE (2006), que trabalharam com 3,35 x 106 kg s m-4.
Argissolo Vermelho - Amarelo de Carpina - PE O fator de erodibilidade do solo em
com teores de argila de, respectivamente, entressulcos é dependente apenas das
206,5 g kg-1 e de 228,0 g kg-1, próximos do teor características intrínsecas do solo, como a
de argila do Argissolo estudado. textura, características das unidades
O valor médio do fator de erodibilidade do estruturais. Entretanto, como citado
solo em entressulcos (Ki) para o Argissolo foi anteriormente, existem variações nos dados
de 1,82 x 106 kg s m-4 (Tabela 1). O valor de erodibilidade em entressulcos entre
obtido é próximo dos determinados por autores. Essas variações podem ser função
REICHERT et al. (2001) de 1,77x106, por das variações na granulometria dos solos.
BEZZERA & CANTALICE (2006) de 1,87x106 Contudo, geralmente, a taxa de
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desagregação e a erodibilidade do solo nas de óxidos de ferro de baixa cristalinidade


áreas em entressulcos são menores para os (Feo) e com maior estabilidade de agregados
solos de textura mais argilosa, com maior teor em água.

Tabela 2 - Características físicas e químicas do Argissolo Vermelho Eutrófico típico, na camada de


0,0 – 0,20 m. Média de 3 repetições
Argila silte areia AMF AF AM AG AMG
______________________________________________ ______________________________________________ pH pH
mm
DMPA IEA ∆pH Feo
0,05 – 0,05– 0,053- 0,105- 0,50- 1,00-
< 0,002 0,002 2,00 0,105 0,250 0,25-0,50 1,00 2,00 (H2O) (KCl)
-1 -1
--------------------------------------- g kg --------------------------------------- mm gkg
292,3 269,1 438,7 36,0 153,6 141,9 86,9 20,3 3,04 0,96 4,71 3,84 -0,87 1,01
AMF: areia muito fina; AF: areia fina; AM: areia média; AG: areia grossa; AMG: areia muito grossa; DMPA: diâmetro
médio ponderado em água; IEA: índice de estabilidade dos agregados; Feo: teor de ferro relativo aos óxidos de ferro
de baixa cristalinidade

Os cálculos para estimativas do fator de entressulcos, como utilizada no modelo


erodibilidade do solo em entressulcos pelos WEPP, sem o apoio de outros atributos que
métodos analíticos foram realizados utilizando também influenciam na erodibilidade em
atributos físicos e químicos apresentados na entressulcos.
Tabela 2. O valor (KiA= 1,0 x 106 kg s m-4) do fator de
Na Tabela 3 é apresentado os valores do erodibilidade do solo em entressulcos obtido
fator de erodibilidade do solo em entressulcos pelo modelo de ALBUQUERQUE (1998)
(Ki) obtidos por diferentes modelos de subestimou os dados obtidos em laboratório
determinação indireta. O valor (Kib = 3,42 x em 1,82 vezes. Fato também observado nos
106 kg s m-4) estimado pela equação utilizada trabalhos de CANTALICE (2001), que
no modelo WEPP superestimou em 1,87 trabalhou com um Argissolo Vermelho
vezes o valor (Ki= 1,82 x 106 kg s m-4) do fator Distrófico típico de Eldorado do Sul - RS com
de erodibilidade do solo em entressulcos características semelhantes ao utilizado neste
obtido experimentalmente em laboratório sob trabalho, e por NUNES & CASSOL (2008),
chuva simulada, no presente estudo. Isso que utilizaram três diferentes Latossolos do
pode ter ocorrido pelo fato da equação Rio Grande do Rio Grande do Sul com classe
utilizada no WEPP ter sido desenvolvida para textural muito argilosa.
as condições de campo e com base em solos Os atributos DMPAKC, teores de argila,
característicos do EUA, sem a inclusão na silte e areia muito fina e ∆pHkcl do solo, que
base de dados solos característicos do Brasil. fazem parte do modelo de ALBUQUERQUE
Isto também foi constatado por NUNES & (1998), estão dentro da faixa de valores dos
CASSOL (2008), CANTALICE (2001) e solos utilizados por ALBUQUERQUE (1998),
ALBUQUERQUE (1998), que trabalharam para elaborar o modelo. Mesmo assim, esse
com diferentes classes de solos. Assim, modelo não foi satisfatório para estimar a
pode-se inferir que, apesar da granulometria erodibilidade em entressulcos para este solo.
influenciar na resistência do solo à Isto pode ser devido ao ∆pH no modelo
desagregação em entressulcos (MEYER & sugerido pelo autor, pois conforme NUNES
HARMON, 1984; BRADFORD et al., 1987), a (2006), quanto mais próximo de zero o ∆pH
mesma pode não ser suficiente para explicar menor a erodibilidade do solo em
a variação na erodibilidade do solo em entressulcos.

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FRANCO et al. Erodibilidade do solo em entressulcos determinada experimentalmente e por modelos matemáticos...

Tabela 3 - Valores do fator de erodibilidade do solo em entressulcos (Ki) obtido experimentalmente


em laboratório e estimados por equações matemáticos obtidas por análise de regressão, para um
Argissolo Vermelho Eutrófico típico
Fator Erodibilidade Ki
Modelo Equação utilizada (kg s m-4)
Chuva simulada em D
Ki = 2 i
laboratório1 I S f (1) Ki = 1,82 x 106
Modelo WEPP2 K ib= 2728000 + 19210000× AMF
(2)
Kib = 3,41 x 106

Modelo de K iA = 7,19 × 10 5 − (2,2 × 10 5 × DMPA kc ) − (7,2 × 10 5 × ∆pH ) + (148 × M ) KiA= 1,0 x 106
Albuquerque (1998)3 (3)

K i N = 1,982 - 8,886 x10-4 ( Arg ) - 0, 228 ( Feo )  x106


(4)
Modelo de Nunes &
Cassol (2008)4 KiN = 1,73 x 106
(1) -4 -2 -
Ki: fator erodibilidade do solo em entressulcos conforme FLANAGAN & NEARING (1995) para Di = 4,64 x 10 kg m s
1
;
-1
I = 0,0000236 m s ; e Sf = 0,4560
(2)
Kib: fator erodibilidade do solo em entressulcos conforme proposto pelo modelo WEPP (ALBERTS et al., 1995), para
-1 -1
AMF = 0,03595 g g = 35,95 g kg ;
(3)
KiA: fator erodibilidade do solo em entressulcos conforme o modelo sugerido por ALBUQUERQUE (1998) para
DMPAkc = 3,04 mm; ∆pH = -0,87; M = 2158,84
(4) -1
KiN: fator erodibilidade do solo em entressulcos conforme NUNES & CASSOL (2008), para Arg = 292,25 g kg ;
-1
Feo= 1,02 g kg .

NUNES (2006) e ALBUQUERQUE Latossolos utilizados por NUNES & CASSOL


(1998) correlacionaram o parâmetro textural (2008). O Latossolo Vermelho Distrófico da
M de WISCHMEIER et al. (1971), com o fator unidade de mapeamento Cruz Alta, segundo
erodibilidade do solo em entressulcos (Ki), na a classificação de Brasil (1973), com 662,5 g
qual expressa a influência da distribuição do kg-1 de areia é mais arenoso que o Argissolo
diâmetro das partículas, obtendo resultados estudado neste trabalho, com 438,6 g kg-1 e
semelhantes ao de ALBUQUERQUE (1998), teores de ferro (Tabela 2), que relativamente
mostrando que a textura do solo tem uma se aproxima do valor de 1,57 g kg-1 obtido por
grande influência no fator Ki. NUNES & CASSOL (2008).
O modelo de determinação indireta do Além disso, o solo apresenta-se com uma
fator Ki que mais se aproximou do valor alta estabilidade de agregados (IEA de 0,96)
obtido pela forma direta sob chuva simulada (Tabela 2), a qual geralmente é atribuída à
em laboratório (1,82 x 106 kg s m-4), foi o grande quantidade de óxidos de ferro
modelo de NUNES & CASSOL (2008), que presente neste solo. NUNES & CASSOL
estimou o valor do Fator Ki de 1,49 x 106 kg s (2008) e VEIGA et al. (1993) afirmam ter
m-4 (Tabela 3). Este modelo depende do teor obtido uma correlação significativa entre o
de argila e do teor de ferro extraído com teor de óxidos de ferro e o fator erodibilidade
oxalato de amônio ácido (Feo) no escuro. Em do solo em entressulcos. Isto deve-se
relação ao modelo de NUNES & CASSOL possivelmente aos óxidos de ferro de baixa
(2008), a variação no conteúdo de argila e de cristalinidade (Feo) serem mais efetivos na
óxidos de ferro de baixa cristalinidade (Feo) estabilidade dos agregados do solo do que os
pode explicar até 97,4% da variação na óxidos de ferro cristalinos (ex. goethita e
erodibilidade em entressulcos nos solos hematita), apesar de normalmente ocorrerem
estudados. Isso pode ser explicado pela em baixas concentrações.
presença de um solo mais arenoso dentre os
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FRANCO et al. Erodibilidade do solo em entressulcos determinada experimentalmente e por modelos matemáticos...

A redução do fator de erodibilidade do solo pela equação que considera o teor de argila e
em entressulcos com o aumento do teor Feo de óxidos de ferro de baixa cristalinidade o de
pode ser devido ao fato desses óxidos óxidos de ferro (Feo), pois mais se aproxima
apresentarem elevada área superficial mais dos resultados determinados em
específica, atribuída ao seu pequeno laboratórios.
tamanho e às irregularidades superficiais,
constituindo-se em importantes agentes de AGRADECIMENTOS
ligação entre os constituintes do solo
(RÖMKENS et al., 1977) aumentando, dessa À Coordenação de Aperfeiçoamento de
forma, a estabilidade dos agregados Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
(AZEVEDO & BONUMÁ, 2004), a qual reduz concessão da bolsa de doutorado, à
a erodibilidade do solo em entressulcos. Companhia Riograndense de Mineração
O fator de erodibilidade do solo em (CRM) pela disponibilização da área de
entressulcos foi melhor estimado pela relação estudo, e à Universidade Federal de Pelotas
que considera o teor de argila e o de óxidos (UFPEL) pelo apoio logístico durante as
de ferro de baixa cristalinidade (Feo), pois se coletas e análises.
aproxima mais dos resultados determinados
experimentalmente em laboratório sob chuva REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
simulada. Esse modelo é bastante promissor
para ser utilizado na estimativa do fator de ALBERTS, E.E.; NEARING, M.A.; WELTZ, M.
erodibilidade do solo em entressulcos de uma A.; RISSE, L.M.; PIERSON, F.B.; ZHANG,
forma bem menos trabalhosa e dispendiosa. J.M.; LAFLEN, J.M.; SIMANTON, J.R. Soil
Os atributos necessários são de fácil e rápida component. In: FLANAGAN, D. C.; NEARING,
obtenção, apenas é necessária a obtenção M. A. (Eds.). Water Erosion Prediction Project -
do teor de argila e do ferro relativo aos óxidos WEPP. West Lafayette: USDA, 1995. p.1-47.
de ferro de baixa cristalinidade. (Report, 10).

CONCLUSÕES ALBUQUERQUE, J.A. Suscetibilidade de


alguns solos do Rio Grande do Sul à erosão
1. O escoamento superficial em entressulcos. Porto Alegre, 1998. 154f.
determinado foi laminar subcrítico Programa de Pós Graduação em Ciência do
característico do processo de erosão em Solo, Universidade Federal do Rio Grande do
entressulcos. Sul. (Tese de Doutorado)
2. O valor do fator erodibilidade do solo
em entressulcos determinado para o Argissolo AZEVEDO, A.C. & BONUMÁ, A.S. Partículas
Vermelho Eutrófico típico para a camada de coloidais, dispersão e agregação em
0,0 – 0,2 m é de 1,82 x 106 kg s m-4, o qual Latossolos. Ci. Rural, Santa Maria, RS, 34:609-
pode ser utilizado no modelo WEPP (Water 617, 2004.
Erosion Prediction Project) para predição das
perdas de solo por erosão; BEZERRA, S.A. & CANTALICE, J.R.B. Erosão
3. O uso do teor de areia muito fina entre sulcos em diferentes condições de
(AMF), conforme utilizado no modelo WEPP, cobertura do solo sob cultivo da cana-de-
não é adequado para estimar a erodibilidade açúcar. R. Bras. Ci. Solo, 30:565-573, 2006.
do solo em entressulcos, pois superestima o
valor de Ki obtido experimentalmente; BRADFORD, J.M., FERRIS, J.E. & REMLEY,
4. Dos modelos de determinação P.A. Interrill soil erosion process: I. Effect of
indireta testados, o fator de erodibilidade do surface sealing on infiltration, runoff and soil
solo em entressulcos (Ki) é melhor estimado
R. Bras. Agrociência, Pelotas, v.18 n. 2-4, p175-187, 2012.
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