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RESUMO
O tema “Erodibilidade do Solo” é discutido, inicialmente a partir da fenomenologia do
processo (desagregação e carreamento) e, posteriormente, considerando estudos clássicos e
experiências de campo e laboratório. Um novo modelo de ensaio (Inderbitzen Modificado) é
apresentado e os resultados obtidos em amostras indeformadas de solo residual e argila laterítica
são comentados. Ensaios de caracterização física e mecânica foram realizados e os resultados
obtidos não apresentaram relação direta com a erodibilidade.
Palavras-chave: solo, erodibilidade, Inderbitzen, desagregação, laboratório.
ABSTRACT
INDERBIDIZEN MODIFIED TEST: A NEW MODEL TO EVALUATION OF THE SOIL
ERODIBILITY.
In the current work the “Soil Erodibility” subject is discussed. It begins in the fenomology
of the process (desagregation and transport) than classic studies and laboratory experiences are
considered. A new model to evaluation of the soil erodibility (Inderbitzen Modified Test) is
presented. The results obtained from undeformed samples of residual soil and lateric clay are
comented. Tests of the phisical and mechanical caractherization were done and the results
showed no direct relation of than with the erodibility.
Key words: soil; erodibility; Inderbitzen, desagregation; laboratory.
I – INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta estudos sobre a “Erodibilidade” em amostras de solo
residual e lateríticos da cidade de Alfenas, MG. Ênfase foi dada à proposta de um equipamento
de laboratório que representasse fielmente as condições do solo no campo, nas ocasiões das
precipitações atmosféricas (Novo Ensaio “GES” – Grau de Erodibilidade do solo). O item (II)
relaciona os principais objetivos do presente estudo. Considerações teóricas sobre “Erosão” e
“Erodibilidade” estão descritas no item Metodologia (III), além da proposição de um novo ensaio
“GES”.
No item IV os resultados obtidos são apresentados e discutidos, e o item V apresenta as
conclusões observadas. Os resultados mostraram a eficiência do equipamento. Ensaios de
cisalhamento diretos indicaram a independência entre “Erodibilidade” e os parâmetros de
resistência “coesão e ângulo de atrito”, pois não houveram diferenças significativas destes
parâmetros em amostras de alto e baixo grau de erodibilidade.
II – OBJETIVOS
III – METODOLOGIA
ser precipitados em um período de apenas meia hora. Essa energia é suficiente para quebrar a
estrutura do solo, formando crostas na superfície, dificultando a infiltração” (Guerra, 1995).
A formação de crostas, mencionadas pelos autores geomorfólogos, pode ser interpretada
geotecnicamente como um rearranjo de partículas conferindo ao solo uma nova estrutura com
menor índice de vazios, e portanto, com menor valor de permeabilidade. Esta diminuição da
capacidade de possibilitar o fluxo (K) gera o escoamento superficial, responsável pela segunda
etapa do processo erosivo.
precipitação. O equipamento (fig 2 e 3) consiste de uma estrutura tubular na qual está disposta
uma rampa para apoio de amostra indeformada, e de duas linha de “chuveiramento” obtida
através de tubos perfurados, a uma altura média de 0,20 m. Sob a rampa de apoio, tem-se um
primeiro recipiente para coleta da água e dos sedimentos carreados, que posteriormente, é
escoado para um segundo recipiente para decantação e, por fim, para um conjunto de peneiras. A
pressão de chuveiramento é controlada manometricamente, e a massa de sedimentos é obtida por
pesagem do material das bandejas, após 24 h de permanência em estufa a 110 C. Imagens do
equipamento podem ser verificadas nas figuras 2 e 3.
Nos ensaios realizados para estudo do grau de erodibilidade do solo utilizou-se amostras
indeformadas de solo residual jovem (saprolítico) e solo residual maduro (laterítico) –
provenientes da Vila Teixeira, Alfenas – MG, e argila laterítica, obtidas por escavação no
Campus da Unifenas.
IV – RESULTADOS
Realizou-se ensaio de “Grau de Erodibilidade do Solo – GES” em quatro amostras
indeformadas, e os resultados obtidos constam da figura 4.
Os resultados indicam que a amostra de “Solo Residual Jovem – Saprolítico” apresentou
em 10 horas de chuveiramento menos de 1,5 % de material desagregado e transportado, ao passo
que as amostras de “Solo Residual Maduro – Laterítico” e as duas amostras de “Argilas
Lateríticas” foram totalmente desestruturadas com 1,5 horas de ensaio.
A figura 5 apresenta separadamente os resultados obtidos no ensaio com a amostra de
“Solo Residual Jovem” em uma escala que permite a observação do formato da curva “perda de
material X tempo”.
Esta curva demonstra que durante a primeira hora de ensaio a amostra apresentou perda
de material significativa, e que, no tempo restante do ensaio, a curva apresentou tendência de
estabilização da porcentagem acumulada de material erodido. A figura 6 apresenta duas curvas
granulométrica realizadas com os resíduos deste mesmo ensaio, porém uma primeira com o
material desagregado nos trinta minutos iniciais de ensaio e a segunda após 1,5 horas de
chuveiramento.
Esta figura demonstra que a perda de material no ensaio ocorreu de forma equivalente
para os diferentes tamanhos de grãos, ou seja, as duas curvas apresentam-se com relativo
paralelismo.
Após os ensaios de “GES” realizou-se nas amostras de “Solo Residual Jovem” e “Argila
Laterítica”, ensaios de cisalhamento direto, nas tensões normais de 50, 100 e 150 kPa, conforme
envoltórias de resistência apresentadas na figura 7.
As duas envoltórias demonstram que os valores de coesão e ângulo de atrito dos dois
materiais não apresentam diferenças significativas, e que, portanto, os resultados obtidos no
ensaio “GES” para estes dois materiais não estão relacionados a estes parâmetros de resistência.
V – CONCLUSÕES
O presente trabalho possibilitou as seguintes observações com relação ao estudo do “Grau
de Erodibilidade do Solo”:
- o novo ensaio “GES” se mostrou como um recurso eficiente no estudo do “Grau de
Erodibilidade do Solo” em laboratório, por simular fielmente a realidade de campo, ou
seja, impacto e posteriormente fluxo superficial na amostra;
VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão
Goiânia (GO), 03 a 06 de maio de 2001 Pag 5
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VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Bastos, C.A.B.; Gehling, W.Y.Y. & Militisky, J.; Dias, R.D. (1998). Avaliação da Erodibilidade
de Perfis de Solos Residuais da Grande Porto Alegre. XI COBRAMSEG (Congresso Brasileiro
de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), vol 1, Brasília, 1998; 557-563.
Guerra, A.T. & Cunha, S.B (1995). Geomorfologia, Uma Atualização de Bases e Conceitos. Ed.
Bertrand Brasil, Rio de Janeiro – RJ. 443 p.
Lencastre, A. & Franco, F.M. (1992). Lições de Hidrologia. Universidade Nova de Lisboa.
Lisboa, Portugal. 453 p.
VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão
Goiânia (GO), 03 a 06 de maio de 2001 Pag 6
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Precipitação
calha
Tanque de sedimentação
Figura 1: Medidas Diretas Obtidas em Áreas Demarcadas (modificado Lencastre e Franco, 1992).
Figura 2 Figura 3
1.5
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
TEMPO DE ENSAIO
(chuveiramento) em horas.
CURVA GRANULOMÉTRICA
Solo Saprólitico-Residual Jovem
0
Porcentagem
que passa 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0.001 0.01 0.1 1 10
argila silte areia fina areia grossa pedregulho
Figura 6: Curvas Granulométricas obtidas por peneiramento dos resíduos do ensaio de “Grau de
Erodibilidade do Solo”.
TENSÃO 130
CISALHANTE 120
(kPa)
110
100
90
80
70
60
50
40 LEGENDA
SOLO RESIDUAL
30 SOLO LATERÍTICO
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
TENSÃO NORMAL (kPa)