Você está na página 1de 78

FICHA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

NOME: VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

TURMA: 10/WA0868 RA: T45383-6 CURSO: 50201 DIREITO

CAMPUS:PARAISO TURNO:

CÓDIGO DA ATIVIDADE: 606N ANO GRADE: 2015/1 SEMESTRE: 9 º


SEMESTRE

HORAS
DATA DA TOTAL DE HORAS ASSINATURA DO ALUNO ASSINATURA DO PROFESSOR
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ATRIBUÍDAS (1)
ATIVIDADE
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- DISPENSA DE FIANÇA 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- CONTRARRAZ+òES DE RECURSO ESPECIAL 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- CONTRARRAZ+òES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO_ 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- CRRA- HONORÁRIOS ADV sindicato 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- RECURSO DE Apelação 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- Culpa exclusiva da vitíma 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- INDENIZAÇÃO 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- CONTRARRAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINARIO 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- MEMORIAIS 02 HORAS
14/08/2020 PEÇA SIMULADA- MEMORIAIS 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Ação de Obrigação de Fazer 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Ação de Cobrança 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Ação de Indenização por Danos Morais 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Ação de Indenização por Vícios de Construção 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Ação de Indenização por Danos Morais 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de Drogas 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Furto Qualificado 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Furto Qualificado 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Porte Ilegal de Arma de Fogo 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de drogas e condutas afins 02 HORAS
14/08/2020 AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de drogas e condutas afins 02 HORAS
(1) Horas atribuídas de acordo com o regulamento dos Estagio Supervisionado do curso.

Declaro que as informações acima são verdadeiras e que possuo os comprovantes a serem entregues ao coordenador do meu curso, no final do período de suspensão emergencial/Covid-19.

ASSINATURA DO ALUNO

TOTAL DE HORAS ATRIBUÍDAS: 50 HORAS

AVALIAÇÃO:
Aprovado ou Reprovado
NOTA:

DATA: / /

CARIMBO E ASSINATURA DO COORDENADOR DO CURSO


FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Furto


Qualificado 2

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


......... - ESTADO DO ....

Processo nº .../...

.... (qualificação), residente e domiciliada na Rua .... nº ...., Bairro ...., na


Comarca de ...., por intermédio de seu bastante procurador, ...., advogado
inscrito na OAB/.... sob o nº ...., com escritório profissional na Rua .... nº , na
Comarca de , onde recebe as intimações de estilo, vem mui respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 310, § único do Código de
Processo Penal, para requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA, pelo que
expõe o seguinte:

DOS FATOS

A suplicante vivia em concubinato com (qualificação).

A suplicante encontra-se presa e recolhida no Presídio da Cidade de .../. , desde


a data de .../.../..., em alegada flagrância delitiva, e segundo a nota de culpa
que lhe foi entregue pela Autoridade Policial, por ter praticado o crime capitulado
no artigo 121, § 1º, Código Penal Brasileiro, contra seu companheiro, isto em
sua própria residência, na Rua .... nº ...., Bairro ...., na Comarca de ...., porém,
quanto ao mérito, Vossa Excelência, indubitavelmente, verá no decorrer da
instrução criminal, que a suplicante é inocente, pois no momento em que era
agredida pelo mesmo, agiu em legítima defesa.

A suplicante é mãe de uma filha menor (doc. j.), que depende de seu trabalho de
dona de casa para sobreviver.

Em seu interrogatório, a mesma confessa o delito, mas confessa que assim agiu
porque estava sendo agredida, e que não fora a primeira vez, mas inúmeras
vezes ao longo de .... anos, como se pode comprovar com documentos policiais
anexo (. ocorrências).

O nefasto acontecimento deu-se em virtude da vítima chegar em sua residência


bastante descontrolado, tendo em vista a ingestão de, e mais saber que sua
amásia teria providenciado junto a OAB, a nomeação de um causídico para dar
andamento numa ação de dissolução de sociedade civil de fato (doc. j.),
momento em que irado, passou a quebrar móveis e aparelhos eletrônicos, dando
chutes, tapas e socos na suplicante, isto quando a mesma preparava o jantar e
portava uma faca para o descasque de alho.

OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

De conformidade com a lição do insigne mestre, Nilo Batista, em seu livro


"Decisões Criminais Comentadas", 2ª Edição, Editora Líber Juris, 1984, páginas
174/179, a seguir transcritas, a suplicante, indubitavelmente, tem condições de
responder o processo em liberdade.

"Como se sabe, o artigo 310 do CPP, (que dispõe sobre a liberdade provisória
concedida sob certos pressupostos e condições, a presos em flagrante)
acrescentou à Lei nº 6.416 de 24.05.77, o seguinte § único: Igual procedimento
será adotado, quando o Juiz verificar, pelo Auto de Prisão em flagrante, a
inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizem a prisão preventiva -
Artigos 311/312;

Ou seja, embora formalmente perfeito o Auto de Prisão em flagrante, e embora


inafiançável o delito atribuído ao preso, o efeito de manter-se detido o réu,
somente deve ser prorrogado quando presentes os requisitos que autorizem a
prisão preventiva;"

ão se trata de favor que se deve outorgar ao preso, senão um direito, e quem


nô-lo afirma, é o autor da única e brilhante monografia brasileira sobre o
assunto, Herber Martins Batista:

'A liberdade provisória prevista no artigo 310 e seu § único, desde que satisfeitos
os pressupostos da lei, é um direito do réu ou indiciado, não um simples
benefício, não importa que no texto do artigo se usa o verbo poder; desde que a
lei estabelece pressupostos para a medida se o atendimento depende apenas da
satisfação desses requisitos.' (Liberdade Provisória - Rio, Editora Forense - pág.
118).

Tal entendimento, após compreensível hesitação, começou a predominar na


jurisprudência, como se pode ver da decisão abaixo:
(inserir referências jurisprudenciais)

'Se houver no auto de prisão em flagrante elemento probatório suficiente de


molde a convencer o Juiz de que o agente praticou o delito em legítima defesa,
estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular
do direito, cumpre ao Magistrado, nos termos do artigo 310 do Código de
Processo Penal, depois de ouvir o órgão do Ministério Público, conceder ao réu,
liberdade provisória, mediante simples termo de comparecimento a todos os atos
do processo, sob pena de revogação.

Embora o texto fale de concessão provisória ao réu, a providência pode e deve


ser adotada até mesmo na fase pré processual. Note-se que o preceito confere
tal poder ao Juiz, pela simples verificação da excludente de antijuridicidade, no
auto de prisão em flagrante. Se a medida somente pudesse ser tomada em
relação aos réus que estivessem naquela situação, o termo falaria em processo.
Permitindo, contudo, a providência, com base no auto de prisão em flagrante, é
induvidoso ser ela permitida na fase do procedimento informativo.

Evidente que a excludente da antijuridicidade deverá ser extreme de dúvidas. Do


contrário a medida somente poderá ser tomada, desde que não subsistam os
motivos que a vedavam, ou então, com fulcro no § único do citado artigo 310.'
(Processo Penal - Fernando da Costa Tourinho Filho - vol. 3. 5ª Edição - pág.
394).
"Embora o texto empregue a expressão poderá, demonstrativo de mera
faculdade, estamos hoje convencidos de que se trata de um poder discricionário
que deve ser usado, se satisfeitas as condições legais. Não teria sentido ficasse a
medida subordinada ao bel prazer, à vontade, às vezes caprichosa e frívola do
Magistrado."

O PEDIDO

Tendo em vista que a suplicante é pessoa que não registra antecedentes, muito
pelo contrário, sempre figurou como vítima e com residência fixa, onde mora e
cuida de seus filhos, agiu em legítima defesa enquanto era surrada (vide laudo
de exame de corpo de delito nos autos), e estando presentes a quaisquer das
hipóteses que autorizem a prisão preventiva (artigo 310 e 312 do CPP),
embasado no disposto parágrafo único do artigo 310 do Código de Processo
Penal e no Princípio Constitucional da Inocência, requer, depois de ouvido o
digníssimo representante do Ministério Público, lhe seja concedida a Liberdade
Provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo sob
pena de revogação e conseqüentemente, seja determinado que se expeça o
necessário e competente Alvará de Soltura.

Termos em que,
Pede Deferimento.

...., .... de .... de ....

..................
Advogado

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Ação de Obrigação de Fazer

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

PROCESSO nº 000000000000000

Autor adquiriu do Réu FRANCISCO DA SILVA o apartamento 102 – área privativa


– do Condomínio do Edifício Miami, localizado na Rua Nayda Salles Teixeira,
95/BH – MG., que foi construído pela Ré CONSTRUÇÕES LTDA, estando o piso
da área privativa com vários pontos de infiltração, que aparecem nas garagens,
localizadas sob este, além dos tetos dos banheiros do apartamento, social e suíte,
que também estão com infiltrações, conforme demonstram as fotos em anexo.

Ambos os Réus já foram acionados anteriormente para resolver o problema, isto


há pouco mais de um ano, o que foi feito mal e porcamente, sendo descoberto
que não foi aplicada a necessária manta asfáltica para impermeabilizar o piso,
conforme é praxe e da boa técnica fazê-lo, que evitaria as infiltrações ora
denunciada, motivo pelo qual o problema denunciado se instalou novamente.

Os Réus, apesar de notificados para fazer os reparos, conforme notificação


anexa, quedaram-se inertes.
O Autor realizou 03 (três) orçamentos para a realização dos reparos, tendo o
serviço sido orçado no valor mínimo de R$11.463,51 (onze mil quatrocentos e
sessenta e três reais e cinqüenta e um centavos) e máximo no valor
de R$12.198,51 (doze mil cento e noventa e oito reais e cinqüenta e um centavos),
conforme orçamentos em anexo.

Também é necessário o aluguel de caçambas para retirar o material da obra, que


foi orçada em R$65,00 (sessenta e cinco reais) cada, conforme orçamento em
anexo.

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- MEMORIAIS

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

Processo nº. 0070292-06.2013.8.26.0050 (C. 196/15)


VILMAR DA SILVA COIMBRA

MEMORIAIS DA DEFESA

Trata-se de ação penal em que se apura a suposta prática


dos delitos do art. 215, caput, e art. 233, este c. c. art. 71, caput, ambos c. c. art.
69, caput, todos do CP.
Encerrada a instrução criminal, em sede de memoriais (fls.
106/111) o i. representante do MPSP requereu a absolvição imprópria do acusado
com aplicação de medida de segurança.
Contudo, entende a Defesa ser impossível prevalecer outra
conclusão que não a sua improcedência da ação penal, pelos motivos a seguir
aduzidos.

I. DA ABSOLVIÇÃO PERANTE A INSUFICIÊNCIA DE PROVAS

Por primeiro, pelo que se vislumbra dos elementos coligidos


nos autos, não há uma base sólida a sustentar o decreto condenatório no presente
caso.
Na fase judicial da persecução penal VILMAR deixou de
comparecer à audiência de instrução, tornando-se revel (fls. 99). Assim, houve por
bem deixar de exercer a autodefesa, o que não pode ser interpretado em seu
desfavor, pois se trata de decorrência lógica do constitucional direito ao silêncio
(artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal). Esse, por sua vez, é corolário do
princípio da não autoincriminação e da garantia de não ser compelido a produzir
prova contra si (nemo tenetur se detegere).
Pesam contra VILMAR apenas os depoimentos das
testemunhas de acusação SIMONE e LUIZA, tendo ambas afirmado que não viram
os fatos narrados na denúncia, e dos policiais militares ALEXANDRE e ISRAEL,
responsáveis pela diligência que culminou com a prisão de VILMAR, os quais
também afirmaram desconhecer os fatos do presente processo.
A vítima foi ouvida em juízo e afirmou que no dia dos fatos o
acusado estava “tentando se encostar em mim”, o que leva à conclusão que VILMAR
sequer chegara a encostar na vítima.
Assim, resta patente a fragilidade do conjunto probatório
constante dos autos, o qual não reúne elementos de certeza que autorizem a
prolação de um decreto condenatório.
Derradeiramente, vale lembrar que, a favor do Acusado,
milita a presunção de inocência, que somente pode ser infirmada mediante prova
plena e indubitável de sua responsabilidade. Consequentemente, a dúvida deve
sempre favorecê-lo.
Pelo exposto, requer a Defensoria a absolvição de VILMAR
com fulcro no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

II. DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA A CONDUTA PREVISTA NO ART. 61 DA LEI DE


CONTRAVENÇÕES PENAIS

Subsidiariamente, caso não seja o entendimento de Vossa


Excelência pela absolvição do Acusado, requer-se a desclassificação do crime para
a conduta tipificada no artigo 61 da Lei de Contravenções Penais, qual seja,
importunação ofensiva ao pudor, evitando, assim, interpretação muito aberta do
tipo penal de violação sexual.
No caso em tela, não restou demonstrado que o dolo de
VALMIR direcionava-se a prática da conjunção ou de qualquer ato libidinoso.
Assim, o Acusado limitou-se a tentar encostar por trás da vítima.
Como se sabe, o tipo penal previsto no artigo 215
caracteriza-se por ser demasiadamente aberto, requerendo que o julgador, no caso
concreto trace os limites da sua incidência. De fato, o legislador procurou reprimir
e punir a prática de condutas atentatórias a dignidade sexual dotadas de intensa
gravidade, exigindo, portanto, que o julgador, exclua da sua incidência aquelas
condutas mais brandas, datadas de menor lesividade.
Paralelamente, a contravenção de importunação ofensiva ao
pudor fica caracterizada com o ato que resulte em simples impertinência,
consistindo em palavras, gestos, ou aproximações excessivas de partes do corpo.
Tal infração penal possui incidência, portanto, nos casos em
que a aplicação do artigo 215 do Código Penal se mostra excessiva, de rigor, então,
a desclassificação da conduta do Acusado.

III. DA APLICAÇÃO DA PENA

Caso Vossa Excelência não entenda pela absolvição do


Acusado, requer a Defesa, com base no princípio da eventualidade, quanto à
aplicação da pena, o que segue.
Quanto à pena-base, que seja estabelecida no patamar
mínimo legal, vez que todas as circunstâncias judiciais lhes favorecem. E, diante da
ausência de agravantes, atenuantes, causas de aumento e diminuição de pena, que
se mantenha no mínimo.
Requer-se, ainda, a fixação de regime aberto para início do
cumprimento da reprimenda.
Ainda, requer-se a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, já que preenchidos todos os requisitos
necessários para tanto.
Por fim, requer que seja concedido ao Acusado o direito de
apelar em liberdade.

IV. DA ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA

Pleiteia o i. representante do Ministério Público estadual, em


memoriais, o desprovimento da ação penal, decretando-se a absolvição imprópria
do Acusado com a respectiva determinação de medida de segurança. In casu, vai
além no seguinte sentido:
“[...] Não há outra alternativa a não ser absolver impropriamente o acusado,
impondo-lhe medida de segurança consistente em tratamento por equipe de
saúde mental, em regime ambulatorial por, pelo menos, dois anos ” (fls. 111)
Pois bem. Ousamos discordar.
A Lei nº 10.216/01, fruto de incessante luta do movimento
antimanicomial, trouxe diversas modificações no que tange ao tratamento de
pessoas portadoras de sofrimento mental. Repudiando as instituições totais como
alternativa terapêutica, a Lei nº 10.216/01 instituiu um novo olhar sobre o tema.
Ao contrário de analisá-lo como algo inumano, que
transcende o próprio indivíduo, a reforma psiquiátrica passa a conceber o
comprometimento mental como algo completamente humano, introduzindo a
noção de cidadania à maneira de se lidar com a loucura.
Longe de ser a principal alternativa terapêutica, a internação
psiquiátrica passa a ser o derradeiro recurso, buscado tão-somente quando todas
as outras alternativas terapêuticas não institucionais se mostrarem ineficazes.
Mais que isso, a internação psiquiátrica limita-se aos casos de surto e duram
exclusivamente o tempo de permanência do surto.
A prevalência da internação em Hospitais Psiquiátricos dá
lugar à internação em Hospitais Gerais, em leitos comuns ou, no máximo, em ala
psiquiátrica de Hospitais Gerais.
Não há como negar que todas essas importantes
mudanças no campo da saúde mental estendem-se ao instituto da medida de
segurança.
Discorre o artigo 1º da Lei nº 10.216/01 que:
Art. 1o. Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno
mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de
discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de
gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Percebe-se que a lei não faz qualquer ressalva no tocante
à aplicação de seus dispositivos, estendendo-os a todo e qualquer indivíduo
que padeça de sofrimento mental, sem distinção de qualquer ordem.
Ademais, a bem da verdade nem se precisaria efetivar tal
raciocínio para advogar a aplicabilidade da Lei nº 10.216/01 à medida de
segurança, é que referido instituto encontra-se claramente previsto na lei
comentada. Vejamos.
O parágrafo único do art. 6º elenca, de modo exaustivo, três
espécies de internação psiquiátrica: a internação voluntária (a pedido do paciente),
a internação involuntária (contra a vontade do paciente) e a internação
compulsória (aquela determinada pela Justiça).
Ora, fácil perceber que a medida de segurança nada mais
é que uma internação determinada pela Justiça, portanto uma internação
compulsória. Também é verdadeiro o contrário, pois por óbvio a lei não confere
ao Poder Judiciário uma “carta branca” para decretar internações psiquiátricas.
Desta feita, entende-se que a internação compulsória nada mais é (e somente isso)
que uma medida de segurança.
Demonstrado inequivocamente que a Lei nº 10.216/01
dispõe sobre a medida de segurança, derrogando assim a parte geral do Código
Penal e a Lei de Execuções Penais no tocante ao tema, vamos às principais
implicações desse novo paradigma legal.
Assim como qualquer outra modalidade de internação, em
respeito aos ditames da reforma psiquiátrica, a medida de segurança somente se
justifica em casos de surto, estando sua duração atrelada à permanência do surto.
Então, constatado a inimputabilidade penal do indivíduo
autor de crime, o juiz deverá oferecer-lhe o tratamento devido, de acordo com
a indicação médica. É o médico e não o magistrado quem decidirá a melhor
terapêutica a ser destinada ao indivíduo.
Não há mais que se falar em escolha terapêutica de
acordo com a espécie de pena conferida ao crime praticado (detenção ou
reclusão). A escolha do tratamento leva em conta exclusivamente o indivíduo
portador do sofrimento mental, sua moléstia e suas necessidades.
O foco deixa de ser a sociedade, a proteção social,
extirpando-se o famigerado conceito de periculosidade. Os olhares se voltam tão-
somente para o indivíduo portador do transtorno mental, ele como sujeito de
direitos e detentor da dignidade da pessoa humana.
São as necessidades do sujeito portador da moléstia e não a
segurança da sociedade que são levadas em consideração no momento da escolha
terapêutica.
A internação compulsória (leia-se medida de
segurança), como qualquer outra modalidade de internação psiquiátrica,
será efetivada em Hospital Geral, de acordo como os paradigmas do SUS
(Sistema Único de Saúde) e somente nos casos em que qualquer outra alternativa
terapêutica revelar-se completamente inócua.
Mais que isso, a internação compulsória persistirá
enquanto houver indicação médica para tanto, os critérios de duração são
exclusivamente médicos (paciente em surto).
A internação compulsória, justamente por não conferir
“carta branca” ao Poder Judiciário, não será determinada ao alvedrio do juiz.
Constatada a inimputabilidade, somente um laudo médico circunstanciado
poderá indicar a internação compulsória.
Já a desinternação sequer será submetida ao crivo do juiz.
Realizada a desinternação por indicação médica, o magistrado ao ser comunicado,
deverá, necessariamente, declarar extinta a medida de segurança. Como já dito, os
critérios são exclusivamente clínicos, não havendo o que se falar em quaisquer
outros senão esses. Indiferente a persecução da periculosidade, da permanência da
moléstia, ou inquietação social, a internação durará enquanto presente o surto.
Da mesma forma, e justamente pelas razões já expostas, não
há o que se falar em duração prévia da medida de segurança. Insiste-se, ela
durará enquanto persistente o quadro de surto, enquanto houver indicação médica
para tanto, cujo enfoque será sempre o indivíduo, o seu sofrimento mental, nunca o
perigo que ele supostamente represente para a sociedade.
Por fim, não se pode deixar de fazer referência ao § 3º do
artigo 4º da Lei nº 10.216/00 que, proibindo a internação de pacientes portadores
de transtornos mentais em instituições de características asilares, enterra
definitivamente o falido “modelo terapêutico” dos Hospitais de Custódia e
Tratamento.
Diante de todo o acima exposto, em caso de eventual
absolvição imprópria, pleiteia-se seja ela efetivada em Hospital Geral, após a
vinda aos autos de laudo médico no sentido da real necessidade da medida, e
que ela dure apenas o tempo indicado pelo médico.

V. DO PEDIDO

Em face de todo o exposto, espera o acusado que a presente


ação penal julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, com fulcro no artigo 386,
inciso VII, do Código de Processo Penal; caso Vossa Excelência assim não entenda,
que sejam acolhidos os pedidos subsidiários.

São Paulo, 00 de xxx de 0000.

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- MEMORIAIS 2

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

Processo: 0002239-50.2009.8.26.0005
Controle: 165/15
Acusado: FLÁVIO PORTO DE MELO

MEMORIAIS DA DEFESA

Trata-se de ação penal em que se apura a suposta prática


dos delitos do art. 129, §1º, inc. I, e art. 16, parágrafo único, inc. IV, da Lei
10.826/03, na forma do art. 69, todos do Código Penal.
Encerrada a instrução criminal, em sede de memoriais (fls.
238/243), o i. Representante do MP/SP requereu a condenação de FLÁVIO nos
termos da denúncia aditada.
Contudo, entende a Defesa ser impossível prevalecer outra
conclusão que não a sua ABSOLVIÇÃO, pelos motivos a seguir aduzidos.

I. DA LESÃO CORPORAL

Entende a Defesa, inicialmente, que a ação penal deve ser


julgada improcedente nesse ponto, com a consequente absolvição de FLÁVIO. Isso
porque, conforme se apurou no curso do feito, o Acusado agiu em legítima defesa.
Em seus depoimentos, narrou o Acusado que pretendia
ocupar um cômodo da casa e que Manoel se opôs. Passaram a discutir. Manoel disse
que o int só entraria no cômodo por cima co seu cadáver. Manoel chegou a apontar-
lhe um facão. Foi então que apoderou-se de uma arma e efetuou os disparos.
Relatou ainda que Manoel permaneceu do lado de fora do imóvel com o facão.
Afirmou, ainda, que disparou porque estava nervoso e também para se defender. (p.
186)
As demais testemunhas também relatam o desentendimento
que houve no dia dos fatos entre FLÁVIO e Manoel.
Nessa medida, resta claro que o Acusado utilizou-se
moderadamente dos meios que dispunha (até porque, como se verifica dos autos,
poderia ter continuado disparando e não o fez – razão pela qual o feito não
prosseguiu no Tribunal do Júri) para repelir injusta agressão iminente (Manoel
encontrava-se armado de uma faca) a direito seu (sua integridade física).
Assim, diante da excludente de ilicitude, a absolvição é
medida de rigor.
Ainda que não entenda dessa maneira, Excelência, não há
que se falar em crime no caso em apreço. Em que pese a lesão suportada por
FABIO, o fato é que não houve dolo na conduta de FLÁVIO.
Por dolo entende-se a vontade livre e consciente dirigida a
realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Ora, todas as provas estão
no sentido de que havia uma porta entre os irmãos FLÁVIO e FÁBIO, anteparo esse
que impedia a visão do Acusado. Nesse contexto não é possível falar-se em vontade
livre e consciente de lesionar FÁBIO.
Ainda que o tipo penal possibilite a punição do agente na
modalidade culposa, sequer essa é possível de se verificar no caso em apreço. Isso
porque a modalidade culposa também exige que o resultado antijurídico seja
previsível, o que não se verifica por aqui. Data venia, não há como prever que o
projétil atravessaria a porta e ricochetearia e atingiria o pé de FABIO.
Dessa forma, ausente o dolo, uma vez mais a absolvição é
medida de rigor.
Não sendo ainda esse o Vosso Entendimento, temos que
ainda assim a ação penal, quanto à lesão corporal, não deve ser julgada na forma
como pleiteia a Acusação. Isso porque, se o caso, tratou-se de lesão corporal
culposa.
Nesse ponto, oportuno destacar a extensão do dano
suportado pela vítima (o fato de se tratar de lesão grave, o que se nega desde já e
será discutido adiante) não influencia de modo algum na questão.
Pois bem. A lesão corporal se revela culposa na medida em
que, entendendo Vossa Excelência que era previsível o resultado, FLÁVIO agiu de
forma imprudente. Com efeito, praticou um ato perigoso (efetuou disparos contra
uma porta) sem os cuidados que isso exigia (verificar a sua espessura e se havia
alguém por detrás da mesma).
Cabe agora mostrar que a lesão corporal culposa suportada
por FABIO foi de natureza leve.
Consta dos autos apenas o laudo de fls. 82/83, que foi
elaborado de forma indireta em razão da data de sua feitura (delito: 27/05/2009;
laudo: 23/03/2012), restando prejudicada a efetiva comprovação do dano por esse
meio.
Data venia, Excelência, o exame foi realizado quase 03 anos
após a data dos fatos, contrariando frontalmente a disposição do artigo 168, §2º,
do Código de Processo Penal.
Assim, considerando que o laudo pericial se mostrou ineficaz
para atestar a espécie de lesão e ausentes outras provas que pudessem comprovar
a natureza dela (ex.: palavras da vítima ou de testemunhas) , requer-se a atribuição
de outra natureza para a conduta aqui apurada, a saber: leve.
II. DA POSSE DE ARMA1

II. I. Da atipicidade da conduta

Consta dos autos (fls. 06 e 15/18) que foi apreendida uma


arma de fogo desmuniciada. Data venia, Excelência, a conduta descrita na inicial
acusatória quanto à arma é atípica. Isso porque a simples posse de arma
desmuniciada não é suficiente para afrontar o bem jurídico protegido pela Lei nº
10.826/03, qual seja, a incolumidade pública.
De fato não há qualquer potencialidade lesiva na conduta
daquele que possui arma de fogo sem munição, tal qual o Acusado. Com efeito, não
havia como utilizar a arma apreendida, não trazendo nenhum perigo à
incolumidade pública, razão pela qual a conduta é manifestamente atípica.
Arma que não seja idônea, nas circunstâncias concretas em
que encontrada ou utilizada, para efetuar disparos não reúne a ofensividade
exigida pelo tipo e por um Direito Penal Democrático.
No mesmo diapasão, a mera apreensão de arma
desmuniciada, sem que se constate a proximidade de projéteis compatíveis com
ela, não apresenta qualquer lesividade à incolumidade pública.
Aliás, é meio absolutamente ineficaz ou exemplo de crime
impossível, nos termos do artigo 17 do Código Penal, o porte de arma ou de
munição que, nas condições em que se encontrava, não poderia gerar o risco de
disparos. Pode configurar infração administrativa, mas nunca crime.
Ocorre que a criminalização do porte de arma de fogo não
tem como fundamento o poder de intimidação ou a possibilidade eventual de
fomento do comércio ilegal, mas sim, apenas sua potencialidade lesiva.
Qualquer conduta, para criar um risco proibido relevante,
nos termos da incriminação mencionada, deve reunir duas condições, a saber: i)
eficácia da arma ou da munição e ii) disponibilidade de uso imediato da arma ou da
munição, segundo sua finalidade.
O resultado da soma dessas duas categorias consiste na
ofensa típica a um bem jurídico supraindividual.
Para a punibilidade dos delitos de posse, torna-se
imprescindível a constatação efetiva de um risco proibido relevante na posse do
objeto material da conduta. Do contrário, haveria outra etapa de antecipação da
tutela penal e desse modo, chegaríamos e um “perigo de perigo de lesão a bem
jurídico”, o que, por óbvio, é inadmissível frente à demanda de fragmentariedade e
subsidiariedade que contornam o direito penal.
Existem, na verdade, três grandes fases do processo de
materialização da disponibilidade (no caso da arma de fogo ou munição): i) a arma
ou munição deve ser apta para o uso; ii) o objeto material deve ser levado de
maneira que possa ser utilizado; iii) segundo sua natureza específica.
Uma vez constatada a disponibilidade sobre o objeto,
segundo esses requisitos, é que surgem condições para que se materialize a
ofensividade exigida pelo aspecto material da tipicidade.

1A arma em questão não é a arma da qual partiu o disparo que atingiu Fabio.
Assim, não é coerente afirmar que o simples fato de uma
pessoa ter em seu poder uma arma desmuniciada ou munição sem arma próxima
possa constituir um delito. Ou seja, o simples fato de o agente não haver registrado
a arma ou não ter permissão para portar a munição não justifica a imposição de
uma sanção penal, já que não se constata um perigo imediato de lesão a qualquer
bem jurídico.
Ainda que a arma desmuniciada ou a munição isolada sejam,
em tese, aptas para o uso, não reúnem condições de uso imediato segundo suas
naturezas específicas.
De fato, o direito penal não pode se preocupar com condutas
que sequer geram dano em abstrato à sociedade, ou seja, pelo fato da arma
desmuniciada ou da munição isolada não poderem ser utilizadas sozinhas para
efetuar disparos, não podem provocar danos imediatamente, não havendo
tipicidade material, sendo que a conduta do paciente é atípica. Nesse sentido:
“No porte de arma de fogo desmuniciada, é preciso distinguir duas
situações, à luz do princípio de disponibilidade: (1) se o agente traz
consigo a arma desmuniciada, mas tem a munição adequada à mão, de
modo a viabilizar sem demora significativa o municiamento e, em
conseqüência, o eventual disparo, tem-se arma disponível e o fato realiza o
tipo; (2) ao contrário, se a munição não existe ou está em lugar inacessível
de imediato, não há a imprescindível disponibilidade da arma de fogo,
como tal - isto é, como artefato idôneo a produzir disparo - e, por isso, não
se realiza a figura típica” (STF, RHC 81057, Min. Rel. Sepúlveda Pertence,
Primeira Turma, j. 25.05.2004)
Pelos motivos expostos, a jurisprudência do C. STJ não
admite a incriminação pelo porte de arma desmuniciada ou de munição isolada.
Aliás, essa C. Corte sequer tem considerado “arma” a arma desmuniciada, a lesar-se
o próprio princípio da legalidade a incriminação nesses termos. Nesse sentido:
Arma de fogo (porte ilegal). Arma sem munição (caso). Atipicidade da
conduta (hipótese). 1. A arma, para ser arma, há de ser eficaz; caso
contrário, de arma não se cuida. Tal é o caso de arma de fogo sem
munição, que, não possuindo eficácia, não pode ser considerada arma. 2.
Assim, não comete o crime de porte ilegal de arma de fogo, previsto na Lei
nº 10.826/03, aquele que tem consigo arma de fogo desmuniciada. 3.
Agravo regimental provido. (STJ – 6ª T. - AgRg no HC 76998/MS – Rel.
HAROLDO RODRIGUES – j. 15.09.2009)
Neste sentido, ainda, é o entendimento do E. STF, que
reconhece sem qualquer dificuldade a atipicidade da conduta de porte de munição
isolada:
“EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. ART. 16 DO ESTATUTO DO
DESARMAMENTO (LEI 10.826/03). PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USO
RESTRITO. AUSÊNCIA DE OFENSIVIDADE DA CONDUTA AO BEM
JURÍDICO TUTELADO. ATIPICIDADE DOS FATOS. ORDEM CONCEDIDA. I -
Paciente que guardava no interior de sua residência 7 (sete)
cartuchos munição de uso restrito, como recordação do período em que
foi sargento do Exército. II - Conduta formalmente típica, nos termos do
art. 16 da Lei 10.826/03. III - Inexistência de potencialidade lesiva da
munição apreendida, desacompanhada de arma de fogo. Atipicidade
material dos fatos. IV - Ordem concedida.” (STF, HC 96532/RS, Primeira
Turma, j. 06/10/2009, DJe 223 26/11/2009, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski)
Portanto, não há qualquer lesão ao bem jurídico tutelado,
razão pela qual deve ser absolvido o Acusado pela atipicidade da conduta com
fulcro no art. 386, inc. III, do Código de Processo Penal.

II. I. Da duvidosa autoria delitiva

Ainda que assim não fosse (conduta atípica), há de se


destacar que não restou provada a autoria delitiva do fato em questão. Vejamos.
Interrogado em Juízo (fls. 185), FLÁVIO afirmou que a arma
não lhe pertencia. Não tinha conhecimento da existência de tal arma, sendo que foi
Leandro quem informou à polícia onde estava a arma. Destacou, ainda, que a arma
não foi apreendida no cômodo que ocupava no imóvel. Por fim, reiterou que não
sabe dizer a quem pertence a arma de fogo localizada no imóvel, e que ali moravam
e frequentavam 6 pessoas (Acusado, padrasto, mãe e irmãos).
A testemunha Fabio (fls. 181/182) disse que não presenciou
o encontro da mencionada arma pois estava sendo socorrido. Não sabe quem
encontrou a arma.”
A testemunha Delcidia (fls. 183) disse que não presenciou a
apreensão da arma em sua residência, fato presenciado por Leandro. Não sabe dizer
a quem pertencia a arma apreendida. Disse, ainda, que Manoel alugava alguns
cômodos [da casa a terceiros], bem como que nunca viu Flávio armado.
A testemunha Lucimar (fls. 142/145), policial militar
responsável por atender a ocorrência, pouco contribuiu com o deslinde do feito
uma vez que não se recordou com precisão dos fatos. Sobre a arma não sabe se a
localizou ou se Leandro a entregou. Em solo policial, narrou que Leandro mostrou
em uma gaveta de um armário um revólver – não havendo maior precisão na
informação prestada.
Por fim, a testemunha Leandro (fls. 166/173) disse que
encontrou a arma no rack da casa com nada dentro. Mais precisamente, disse que o
objeto não foi encontrado no quarto, foi no corredor. Questionado, ao final,
respondeu que não sabe se a arma era de FLÁVIO.
Esse o vasto e fraco conjunto probatório, o qual não revelou
a autoria delitiva, em que pese a prova da materialidade. Vale lembrar que, em
favor do Acusado, ainda milita a presunção de inocência.
Ante o acima exposto, requer-se a absolvição de FLÁVIO da
acusação que lhe recai de suposta infração ao disposto no art. 16, parágrafo único,
inc. IV, do Estatuto do Desarmamento.

III. DA APLICAÇÃO DA PENA

Caso esse não seja o entendimento de Vossa Excelência,


requer a defesa, com base no princípio da eventualidade, quanto à aplicação da
pena, o que segue.
Inicialmente há de se destacar que o caso em apreço não se
enquadra ao disposto no art. 129, §9º, do CP. Isso é o que se nota tanto das
manifestações acusatórias quanto do fato de que deve-se, diante da “aberratio
ictus”, considera-se a vítima Manoel e não FÁBIO para fins penais. E, ainda assim,
não se fez provas de que os requisitos exigidos em lei estão cumpridos.
Feitas essas observações, quanto ao sistema trifásico, temos
que as penas-bases devem ser estabelecidas nos patamares mínimos legais, vez
que todas as circunstâncias judiciais lhe favorecem.
Em sede de segunda fase, não há agravantes ou atenuantes
a serem consideradas.
Em sede de terceira fase, pleiteia a Defesa seja reconhecida
a causa de diminuição de pena prevista no §4º do art. 129 do Código Penal, uma
vez que o FLÁVIO lesionou a vítima sob domínio de violenta emoção, logo após
injusta provocação da vítima virtual (vez que sofreu ameaça por parte de Manoel
com um facão).
Quanto ao regime inicial, pleiteia-se seja fixado o aberto
para início do cumprimento da sanção corporal, nos termos do art. 33 do CP,
deferindo-se ao Acusado o direito de recorrer da r. Sentença em liberdade (tal
como permaneceu desde o início do feito).

IV. DO PERDÃO JUDICIAL

Caso seja reconhecido o fato de que a lesão corporal se deu


na modalidade culposa, requer-se desde já a concessão do perdão judicial a
FLÁVIO, a teor do art. 129, §8º, do Código Penal.
Vale destacar que Acusado e vítima são irmãos, pessoas que
viviam e vivem em plena harmonia sob o mesmo teto. Soma-se a isso que a todo
tempo, desde o Inquérito Policial, a vítima menciona que não deseja ver o irmão
processado (fls. 09, 43, etc.).
Não resta dúvida de que as consequências do ocorrido
atingiram (e ainda atingem) o Acusado de forma extremamente grave, o que é até
mesmo presumível. Todas as testemunhas relatam que a paz reinava naquele lar e,
por um desvio ocasional, deu-se um delito.
Assim, a sanção penal – até mesmo pelo transcurso do
processo, que teve início no Tribunal do Júri, marca inesquecível na vida de
qualquer pessoa que enfrenta aquele tribunal – revela-se desnecessária, pelo que
requer a Defesa seja declarada extinta a punibilidade de FLÁVIO.

V. DO PEDIDO

Em face de todo o exposto, espera a Defesa seja a presente


ação penal julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, absolvendo-se FLÁVIO da
acusação descrita na denúncia; caso Vossa Excelência assim não entenda, que
sejam acolhidos os pedidos subsidiários.

São Paulo, 00 de xxx de 0000.

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE


DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XXª REGIÃO

Ref.: Recurso de Revista


Proc. n. XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, nos autos da


reclamação trabalhista proposta por XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
inconformada com o venerando acórdão regional que negou provimento ao
recurso ordinário da Ré, vem, por seus advogados, com fulcro nas alíneas “a” e
“c” do artigo 896 da CLT, interpor o presente

RECURSO DE REVISTA

para uma das Turmas do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, conforme as


seguintes razões, em anexo, as quais requer sejam recebidas, juntadas e
encaminhadas à instância superior, para regular processamento e julgamento.

Requer, por derradeiro, através da juntada da anexa


procuração e substabelecimento, que sejam todos os avisos, notificações
e intimações alusivas ao presente ultimadas, EXCLUSIVAMENTE, em
nome dos advogados XXXXXXXXXXXXXXXXXX - no endereço à
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, XX de XXXXXXXXX de XXXX.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX
RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA

Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXXX

Recorrido: XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Origem: TRT da XXª Região – XX – XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX


–XX Vara do Trabalho de XXXXXXX - XX

Ilustres Ministros,

Colenda Turma,

Ínclitos Julgadores!

DA TEMPESTIVIDADE

O presente Recurso de Revista encontra-se tempestivo,


cumprindo aduzir que o venerando acórdão foi publicada no Diário Oficial
Eletrônico do TRT da 14ª Região no dia 07.05.2014 (quarta-feira).

Portanto, respeitado o octídio legal para a interposição do


presente recurso, na medida em que este se finda em 15.05.2014 (quinta-
feira), comprovada está a tempestividade do presente recurso.

DO PREPARO

A Recorrente requer a juntada da inclusa guia de R$


14.116,21 (quatorze mil cento e dezesseis reais e vinte e um centavos), a
título de depósito recursal, com o fulcro de garantir a totalidade do juízo.

Portanto, o preparo está satisfeito.


DOS DEMAIS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Ressalta a Recorrente que estão presentes todos os


pressupostos de admissibilidade recursal, visto que além do regular preparo
efetuado, obviamente há interesse processual, sucumbência e legitimidade
quanto às matérias rebatidas nas razões recursais.

Claro está também que o caso em tela apresenta


transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social e
jurídica, em obediência ao artigo 896-A da CLT.

Além disso, conforme restará comprovado doravante, o


acórdão regional deu diversa interpretação à Lei Federal que o entendimento
sumulado e jurisprudencial da Seção de dissídios Individuais desta Corte.

DA VALORAÇÃO DA PROVA

Antes de adentrar no mérito, faz-se importante salientar


que o Recurso de Revista não visa o revolvimento de fatos e provas, mas tão-
somente a valoração da prova já existente nos autos, não sendo aplicada no
presente caso a Súmula nº 126 do C. TST.

Bem por isso a preocupação da doutrina em fazer


importante distinção entre a reapreciação da prova e a valoração ou
valorização legal dessa mesma prova.

Nesse sentido, Castro Nunes há muito tempo ensinou:

“Quando se diz que o Supremo Tribunal, no julgamento do recurso


extraordinário, não julga questões de fato nem aprecia provas,
expressa-se uma verdade, um postulado da teoria desse recurso. Mas
cumpre entender em termos essa abstenção: o Tribunal supremo não
julga os fatos, não julga das provas produzidas, aceita estas como
aqueles nos termos em que os pôs o julgado recorrido. Mas não abstrai
desses elementos quando a regra legal assenta num pressuposto de
fato, reconhecido como provado, ou não controvertido nos autos. Em
tais casos não é possível declarar o direito sem o fato que o
condiciona. Se o julgado local não teve como provado o fato, por
ausência ou defeito de prova, falta ao direito invocado um pressuposto
que ao Supremo Tribunal não cabe apreciar nem estabelecer, porque
soberana é, nessa parte, a justiça local. Mas se acerca do fato não se
controverteu ou se o julgado local liquidou a controvérsia, não há
porque deixar de julgar a questão de direito porque esta envolva um
pressuposto de fato.” (Teoria e prática do poder judiciário, Rio de
Janeiro: Forense, 1943, p. 357-358)

Deveras, alguns pressupostos de fato são fundamentais


quanto aos pressupostos legais, sendo impossível, nesses casos, aplicar o
direito à espécie, abstraindo o elemento de fato que o condiciona, sob pena “de
uma equivocada valoração das provas resultarem a errônea aplicação do
Direito, porque o Direito aplicado ao caso concreto não corresponderá à

vontade abstrata da lei”, conforme adverte Nelson Luiz Pinto, para arrematar:

“Se o juiz, ao apreciar os fatos e as provas, a eles aplica uma lei


inaplicável, aplica mal a lei aplicável ou não a aplica, ou, mesmo, se ele
se engana sobre a existência, validade ou significado de uma norma
jurídica, comete, segundo José Afonso da Silva, erro de direito in
iudicando. É, ainda, erro de direito in iudicando, passível de ser
eventualmente corrigido pelo recurso extraordinário, o que se comete
na qualificação jurídica dos fatos provados.” (Recurso especial para o
STJ, 2. ed., São Paulo: Malheiros, p. 164)

Pode-se concluir desse modo, que o princípio da


valoração ou valorização legal da prova deve ser necessariamente vinculado a
tema constitucional ou infraconstitucional para vencer o óbice da Súmula nº
126 do C. Tribunal Superior do Trabalho, e possibilitar o conhecimento do
Recurso de Revista, conforme ocorrido no apelo extraordinário interposto.

A este respeito, portanto, não há que se falar em


revolvimento fático probatório que impeça o conhecimento do presente recurso
com base na Súmula nº 126 deste C. Tribunal, haja vista que se trata de
discussão jurídica.

DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA EM DEBATE

Em sendo o recurso de revista apelo de natureza


extraordinária, exige-se, para o seu conhecimento, que a matéria discutida
tenha sido prequestionada. Reclama-se que o assunto recorrido tenha sido
enfrentado, bastando, para tanto, que no bojo da decisão haja discussão do
tema, sem que lhe seja indispensável a transcrição dos dispositivos violados.

In casu, o tema foi enfrentado pela E. 1ª Turma quando da


interposição de Recurso Ordinário pela reclamada, ora recorrente. Dessa
forma, não pairam dúvidas quanto ao pré-questionamento da matéria em
debate.

INTRÓITO

Apesar do vasto conhecimento dos juízes prolatores do


venerando acórdão objeto do presente apelo, não houve acerto na decisão
proferida em sede de Recurso Ordinário interposto por pela recorrida,
merecendo a respeitável decisão reforma por parte deste Colendo Tribunal a
fim de que a justiça triunfe no feito em tela.

HISTÓRICO

O D. Julgador de origem julgou parcialmente procedentes


os pedidos formulados na inicial e condenou a Recorrente ao pagamento de
dano material, dano moral, custos com despesas médicas e concedeu ao
recorrido os benefícios da justiça gratuita.

Inconformada, a Reclamada recorreu ordinariamente


buscando a reforma, no entanto, o acórdão Regional negou provimento ao
apelo da reclamada.

Não obstante, deferiu o pedido do Reclamante em


Recurso Ordinário para condenar a reclamada ao pagamento de honorários
advocatícios a título de dano material.

A respeitável sentença de primeiro grau e o venerando


acórdão estão em descompasso com toda a legislação vigente.

Por isso, se faz necessária a reforma da respeitável


decisão, conforme as razões a seguir elencadas.
DA INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL
VIOLAÇÃO AO ART. 436 DO CPC E AO ART.20, §1º, “c”, da Lei n.
8.213/1991
Excelências, o laudo pericial apresentado concluiu que o
demandante estaria com seu quadro clinico estabilizado, estaria apto ao
trabalho, com restrição a trabalho que seja necessário muito tempo em pé ou
sentado.

O laudo pericial consignou que a patologia do recorrido


era preexistente, e apontou, ainda, que o labor na recorrente poderia ter
agravado a sua condição física.

Embora a conclusão pericial indique a concausa, é certo


que as comprovações carreadas aos autos não refletem a realidade fática.

Ao entender de maneira contrário, configura-se nítida


violação ao art. 436 do CPC. Veja-se:

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo


formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados
nos autos.

Nesse sentido, é nítido que ausente qualquer


comprovação de que a reclamada influenciou na origem e agravamento da
doença, em que pese a conclusão pericial, pode o julgador entender de forma
diversa, se estiver convencido das alegações contrárias ao laudo.

Deve esta ser a posição do Colendo Tribunal, tendo em


vista que a escoliose do adulto é, geralmente, degenerativa, fato que ficou
comprovado na conclusão pericial. Ou seja, é algo comum com a chegada
de uma idade mais avançada, já que o desgaste dos discos e dos ligamentos é
inevitável. A carga genética influi bastante, assim como patologias que possam
interferir no correto crescimento da criança. Esta complicação pode surgir a
qualquer momento na vida de uma pessoa.
Infere-se, portanto, que o autor encontra-se acometido por
patologia degenerativa, cujo surgimento não se relaciona com as atividades
desempenhadas para o reclamado. Por tais razões, a presente hipótese insere-
se, em princípio, naquela prevista no art.20, §1º, “c”, da Lei n. 8.213/1991, “in
verbis”:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério
do Trabalho e da Previdência Social; (grifei)

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou


desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho
é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:


c) degenerativa ;

Assim sendo, requer que esse Colendo Tribunal proceda


à reforma do v. acórdão, para reconhecer que a doença não foi agravada
pelo trabalho executado na reclamada, bem como para determinar a
exclusão da pensão mensal vitalícia a que foi cominada.

DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DANO MORAL - VIOLAÇÃO DOS


ARTS. 7º, XXVIII DA CF, 186 E 927 DO CC e 333, I DO CPC

Ressalte-se, em primeiro lugar, que pertencia ao


Recorrido o ônus de provar a existência de dolo ou culpa da Recorrente, e
ainda, de demonstrar a presença do nexo causal entre os danos morais
supostamente sofridos (art. 333, inc. I, do CPC), o que não ocorreu.
Acrescente-se que, a pretensão indenizatória lastreia-se
no artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição Federal sendo indispensável prova
inequívoca do dolo ou da culpa do empregador.

Por outro lado, violou o v. acórdão recorrido as


determinações contidas nos artigos 186 e 927 do CPC, abaixo transcritos,
porquanto majorou e deferiu ao Recorrido o recebimento de indenizações por
danos morais e materiais, não obstante ausente a comprovação da prática de
ato culposo pela empresa, bem como o dano.

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

O Recorrido não logrou êxito em comprovar a ocorrência


de qualquer atitude dolosa ou culposa por parte da Recorrente, capaz de gerar
indenização por danos morais.

Considerados os requisitos da responsabilidade aquiliana


(dano, culpa e nexo causal), percebe-se primeiramente que o “dano” foi de
ínfima extensão.

Ainda, quanto à culpa, não há prova nos autos de


imprudência ou negligência da Recorrente.

Ademais, não restou demonstrado no presente feito o


suposto dano suportado pelo Recorrido, considerando as provas produzidas
nos autos.

Logo, não existem nos autos provas suficientes a ensejar


a condenação ao pagamento de indenização por danos morais atribuídos ao
Recorrente, restando evidente a violação dos indigitados dispositivos legais.
Da mesma forma, não houve a comprovação do nexo de
causalidade, não podendo a Empresa arcar com tal ônus indenizatório.

Uma vez ausente a comprovação dos três pressupostos


especificados acima, não se defere a indenização por dano moral.

Assim, não poderia o Juízo a quo, baseando-se


meramente em presunções para deferir o pedido de indenização. Ao assim
decidir, violou, frontalmente, os artigos 818, da CLT, e 333, inciso I, do CPC,
bem como os artigos 7º, inciso XXVIII, da CF/88 e 186 e 927 do CC, posto que
o ônus da prova é da parte que alega o direito e o Recorrido dele não se
desincumbiu.

Ademais, acaso V. Excelências entendam pela existência


de nexo de causalidade, certo é que o quantum indenizatório fixado pelo v.
acórdão, fixou valor exorbitante, que não se coaduna a realidade dos fatos,
sendo evidente que o referido valor caracterizaria enriquecimento ilícito do
Recorrido, o que jamais pode se admitir.

Portanto, por todo exposto, deve o V. Acórdão ser


reformado no presente ponto.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - VIOLAÇÃO DO ART. 5º, V, DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ART. 944 DO CÓDIGO CIVIL

O artigo 5°, inciso V, da Constituição Federal, ao erigir ao


patamar de direito fundamental do indivíduo a indenização por dano material,
moral ou à imagem, não se descurou da necessidade de que ela deva ser
proporcional ao agravo, sob pena de, caso contrário, resultar em excessiva
penalidade ao ofensor e enriquecimento ilícito do ofendido.
Nesse contexto, pede-se vênia para transcrever a diretriz
quanto à admissibilidade de recurso de revista, nos casos em que se discute o
“quantum” devido a título de indenização por dano moral:

"A Subseção de Dissídios Individuais - 1 (SDI-1) do Tribunal


Superior do Trabalho estabeleceu um importante precedente em
torno da possibilidade de o TST examinar e alterar o valor
estabelecido pelas instâncias regionais nas condenações por
dano moral.(...) Empresa e trabalhadora recorreram à SDI-1, onde
predominou, dentre outros pontos, a discussão em torno da
possibilidade de alteração do valor da condenação por dano
moral. No caso, a polêmica centrou-se em reconhecer ou não o
preenchimento de uma das condições para o processamento do
recurso de revista no TST: a existência de violação direta e literal
a texto de lei. Quando tal requisito processual não é
demonstrado pela parte, o recurso não pode ser "conhecido",
nem seu mérito examinado. (...) Em seu voto, o ministro Carlos
Alberto reproduziu trecho da decisão da Quinta Turma onde foi
dito que "o montante indenizatório arbitrado pelas instâncias
ordinárias não observou os critérios da proporcionalidade e
razoabilidade previstos no inciso V do artigo 5º da CF/1988, que,
por isso, restou violado em sua literalidade". (...) Prevaleceu,
contudo, a tese do relator dos embargos, que obteve a adesão da
maioria dos integrantes da SDI-1. Para o ministro decano do TST,
Vantuil Abdala, a possibilidade de ressarcimento do dano moral
é fundamental para o trabalhador, o que "recomenda extrema
cautela em sua aplicação". A possibilidade de adequar o valor da
indenização - seja por seu valor irrisório ou exorbitante - tem
sido reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ),
lembrou Vantuil. "Penso que devemos adotar a posição de
reconhecer a possibilidade de conhecer o recurso relativamente
ao valor da indenização por dano moral com base no artigo 5º,
inciso V, da Constituição", afirmou. Além dos ministros Carlos
Alberto e Vantuil Abdala, a tese majoritária contou com a adesão
do vice-presidente do TST, ministro Rider de Brito, e dos
ministros João Oreste Dalazen, João Batista Brito Pereira e Maria
Cristina Peduzzi. A corrente contrária teve os votos dos
ministros Lelio Bentes Corrêa (o primeiro a divergir), Moura
França, Horácio de Senna Pires, Rosa Maria Weber e Vieira de
Mello Filho. O ministro Aloysio Corrêa da Veiga não participou do
julgamento por encontrar-se impedido. (EEDRR 530/1999-043-15-
00.8)

Desta forma, o que se pretende demonstrar no caso em


tela é que o valor arbitrado à indenização foi desproporcional à extensão do
dano, visto que não observou os critérios da proporcionalidade e razoabilidade
previstos no inciso V do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que, por
isso, restou violado em sua literalidade.

Ainda, resta comprovada a violação do artigo 944, caput e


parágrafo Único do Código Civil.

Nos casos em que o dano é fixado em valor


desproporcional, quer porque irrisório em demasia, quer porque excessivo, o
art. 944 do Código Civil é pertinente para efeito de resolver o impasse,
principalmente porque é mínima a possibilidade de revalorar o dano moral e
apreciar esta matéria quando o recurso de natureza extraordinária está
amparado em arestos ditos divergentes, haja vista a dificuldade de encontrar
casos semelhantes.

Nesse sentido, ao contrário do decidido no acórdão


recorrido, entende-se que o art. 944 do Código Civil pode ser utilizado como
fundamento da pretensão recursal que visa aplicar os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade na fixação do valor da indenização por danos
morais decorrentes de acidente de trabalho.

Desta forma, evidente que os princípios da razoabilidade


e proporcionalidade foram diretamente desrespeitados pelo v. acórdão, sendo
sua reforma medida que se impõe.

Portanto, pleiteia a reforma da decisão proferida a fim de


que seja excluída a indenização por danos morais, ou, sucessivamente, que o
quantum fixado seja minorado, adequando a decisão, assim, aos princípios
gerais do direito, a lei e a jurisprudência vigentes.
CONCLUSÃO

Pelo exposto, demonstrado o desacerto perpetrado pela


Egrégia 01ª Turma do Tribunal da 14ª Região, aguarda a recorrente seja dado
provimento ao presente apelo, para o fim de reformar a decisão recorrida, nos
termos da fundamentação supramencionada, pois, agindo desta forma, mais
uma vez, se estará distribuindo a tão lídima e esperada JUSTIÇA!

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, XX de XXXXXXXXX de XXXX.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/XX Nº XXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE


DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XXª REGIÃO

Ref.: Recurso de Revista


Proc. n. XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, nos autos da


reclamação trabalhista proposta por XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
inconformada com o venerando acórdão regional que negou provimento ao
recurso ordinário da Ré, vem, por seus advogados, com fulcro nas alíneas “a” e
“c” do artigo 896 da CLT, interpor o presente

RECURSO DE REVISTA

para uma das Turmas do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, conforme as


seguintes razões, em anexo, as quais requer sejam recebidas, juntadas e
encaminhadas à instância superior, para regular processamento e julgamento.

Requer, por derradeiro, através da juntada da anexa


procuração e substabelecimento, que sejam todos os avisos, notificações
e intimações alusivas ao presente ultimadas, EXCLUSIVAMENTE, em
nome dos advogados XXXXXXXXXXXXXXXXXX - no endereço à
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, XX de XXXXXXXXX de XXXX.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX
RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA

Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXXX

Recorrido: XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Origem: TRT da XXª Região – XX – XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX


–XX Vara do Trabalho de XXXXXXX - XX

Ilustres Ministros,

Colenda Turma,

Ínclitos Julgadores!
DA TEMPESTIVIDADE

O presente Recurso de Revista encontra-se tempestivo,


cumprindo aduzir que o venerando acórdão foi publicada no Diário Oficial
Eletrônico do TRT da 14ª Região no dia 07.05.2014 (quarta-feira).

Portanto, respeitado o octídio legal para a interposição do


presente recurso, na medida em que este se finda em 15.05.2014 (quinta-
feira), comprovada está a tempestividade do presente recurso.

DO PREPARO

A Recorrente requer a juntada da inclusa guia de R$


14.116,21 (quatorze mil cento e dezesseis reais e vinte e um centavos), a
título de depósito recursal, com o fulcro de garantir a totalidade do juízo.

Portanto, o preparo está satisfeito.

DOS DEMAIS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Ressalta a Recorrente que estão presentes todos os


pressupostos de admissibilidade recursal, visto que além do regular preparo
efetuado, obviamente há interesse processual, sucumbência e legitimidade
quanto às matérias rebatidas nas razões recursais.

Claro está também que o caso em tela apresenta


transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social e
jurídica, em obediência ao artigo 896-A da CLT.

Além disso, conforme restará comprovado doravante, o


acórdão regional deu diversa interpretação à Lei Federal que o entendimento
sumulado e jurisprudencial da Seção de dissídios Individuais desta Corte.
DA VALORAÇÃO DA PROVA

Antes de adentrar no mérito, faz-se importante salientar


que o Recurso de Revista não visa o revolvimento de fatos e provas, mas tão-
somente a valoração da prova já existente nos autos, não sendo aplicada no
presente caso a Súmula nº 126 do C. TST.

Bem por isso a preocupação da doutrina em fazer


importante distinção entre a reapreciação da prova e a valoração ou
valorização legal dessa mesma prova.

Nesse sentido, Castro Nunes há muito tempo ensinou:

“Quando se diz que o Supremo Tribunal, no julgamento do recurso


extraordinário, não julga questões de fato nem aprecia provas,
expressa-se uma verdade, um postulado da teoria desse recurso. Mas
cumpre entender em termos essa abstenção: o Tribunal supremo não
julga os fatos, não julga das provas produzidas, aceita estas como
aqueles nos termos em que os pôs o julgado recorrido. Mas não abstrai
desses elementos quando a regra legal assenta num pressuposto de
fato, reconhecido como provado, ou não controvertido nos autos. Em
tais casos não é possível declarar o direito sem o fato que o
condiciona. Se o julgado local não teve como provado o fato, por
ausência ou defeito de prova, falta ao direito invocado um pressuposto
que ao Supremo Tribunal não cabe apreciar nem estabelecer, porque
soberana é, nessa parte, a justiça local. Mas se acerca do fato não se
controverteu ou se o julgado local liquidou a controvérsia, não há
porque deixar de julgar a questão de direito porque esta envolva um
pressuposto de fato.” (Teoria e prática do poder judiciário, Rio de
Janeiro: Forense, 1943, p. 357-358)

Deveras, alguns pressupostos de fato são fundamentais


quanto aos pressupostos legais, sendo impossível, nesses casos, aplicar o
direito à espécie, abstraindo o elemento de fato que o condiciona, sob pena “de
uma equivocada valoração das provas resultarem a errônea aplicação do
Direito, porque o Direito aplicado ao caso concreto não corresponderá à
vontade abstrata da lei”, conforme adverte Nelson Luiz Pinto, para arrematar:

“Se o juiz, ao apreciar os fatos e as provas, a eles aplica uma lei


inaplicável, aplica mal a lei aplicável ou não a aplica, ou, mesmo, se ele
se engana sobre a existência, validade ou significado de uma norma
jurídica, comete, segundo José Afonso da Silva, erro de direito in
iudicando. É, ainda, erro de direito in iudicando, passível de ser
eventualmente corrigido pelo recurso extraordinário, o que se comete
na qualificação jurídica dos fatos provados.” (Recurso especial para o
STJ, 2. ed., São Paulo: Malheiros, p. 164)

Pode-se concluir desse modo, que o princípio da


valoração ou valorização legal da prova deve ser necessariamente vinculado a
tema constitucional ou infraconstitucional para vencer o óbice da Súmula nº
126 do C. Tribunal Superior do Trabalho, e possibilitar o conhecimento do
Recurso de Revista, conforme ocorrido no apelo extraordinário interposto.

A este respeito, portanto, não há que se falar em


revolvimento fático probatório que impeça o conhecimento do presente recurso
com base na Súmula nº 126 deste C. Tribunal, haja vista que se trata de
discussão jurídica.

DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA EM DEBATE

Em sendo o recurso de revista apelo de natureza


extraordinária, exige-se, para o seu conhecimento, que a matéria discutida
tenha sido prequestionada. Reclama-se que o assunto recorrido tenha sido
enfrentado, bastando, para tanto, que no bojo da decisão haja discussão do
tema, sem que lhe seja indispensável a transcrição dos dispositivos violados.

In casu, o tema foi enfrentado pela E. 1ª Turma quando da


interposição de Recurso Ordinário pela reclamada, ora recorrente. Dessa
forma, não pairam dúvidas quanto ao pré-questionamento da matéria em
debate.
INTRÓITO

Apesar do vasto conhecimento dos juízes prolatores do


venerando acórdão objeto do presente apelo, não houve acerto na decisão
proferida em sede de Recurso Ordinário interposto por pela recorrida,
merecendo a respeitável decisão reforma por parte deste Colendo Tribunal a
fim de que a justiça triunfe no feito em tela.

HISTÓRICO

O D. Julgador de origem julgou parcialmente procedentes


os pedidos formulados na inicial e condenou a Recorrente ao pagamento de
dano material, dano moral, custos com despesas médicas e concedeu ao
recorrido os benefícios da justiça gratuita.

Inconformada, a Reclamada recorreu ordinariamente


buscando a reforma, no entanto, o acórdão Regional negou provimento ao
apelo da reclamada.

Não obstante, deferiu o pedido do Reclamante em


Recurso Ordinário para condenar a reclamada ao pagamento de honorários
advocatícios a título de dano material.

A respeitável sentença de primeiro grau e o venerando


acórdão estão em descompasso com toda a legislação vigente.

Por isso, se faz necessária a reforma da respeitável


decisão, conforme as razões a seguir elencadas.

DA INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL


VIOLAÇÃO AO ART. 436 DO CPC E AO ART.20, §1º, “c”, da Lei n.
8.213/1991
Excelências, o laudo pericial apresentado concluiu que o
demandante estaria com seu quadro clinico estabilizado, estaria apto ao
trabalho, com restrição a trabalho que seja necessário muito tempo em pé ou
sentado.

O laudo pericial consignou que a patologia do recorrido


era preexistente, e apontou, ainda, que o labor na recorrente poderia ter
agravado a sua condição física.

Embora a conclusão pericial indique a concausa, é certo


que as comprovações carreadas aos autos não refletem a realidade fática.

Ao entender de maneira contrário, configura-se nítida


violação ao art. 436 do CPC. Veja-se:

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo


formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados
nos autos.

Nesse sentido, é nítido que ausente qualquer


comprovação de que a reclamada influenciou na origem e agravamento da
doença, em que pese a conclusão pericial, pode o julgador entender de forma
diversa, se estiver convencido das alegações contrárias ao laudo.

Deve esta ser a posição do Colendo Tribunal, tendo em


vista que a escoliose do adulto é, geralmente, degenerativa, fato que ficou
comprovado na conclusão pericial. Ou seja, é algo comum com a chegada
de uma idade mais avançada, já que o desgaste dos discos e dos ligamentos é
inevitável. A carga genética influi bastante, assim como patologias que possam
interferir no correto crescimento da criança. Esta complicação pode surgir a
qualquer momento na vida de uma pessoa.
Infere-se, portanto, que o autor encontra-se acometido por
patologia degenerativa, cujo surgimento não se relaciona com as atividades
desempenhadas para o reclamado. Por tais razões, a presente hipótese insere-
se, em princípio, naquela prevista no art.20, §1º, “c”, da Lei n. 8.213/1991, “in
verbis”:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério
do Trabalho e da Previdência Social; (grifei)

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou


desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho
é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:


c) degenerativa ;

Assim sendo, requer que esse Colendo Tribunal proceda


à reforma do v. acórdão, para reconhecer que a doença não foi agravada
pelo trabalho executado na reclamada, bem como para determinar a
exclusão da pensão mensal vitalícia a que foi cominada.

DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DANO MORAL - VIOLAÇÃO DOS


ARTS. 7º, XXVIII DA CF, 186 E 927 DO CC e 333, I DO CPC

Ressalte-se, em primeiro lugar, que pertencia ao


Recorrido o ônus de provar a existência de dolo ou culpa da Recorrente, e
ainda, de demonstrar a presença do nexo causal entre os danos morais
supostamente sofridos (art. 333, inc. I, do CPC), o que não ocorreu.
Acrescente-se que, a pretensão indenizatória lastreia-se
no artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição Federal sendo indispensável prova
inequívoca do dolo ou da culpa do empregador.

Por outro lado, violou o v. acórdão recorrido as


determinações contidas nos artigos 186 e 927 do CPC, abaixo transcritos,
porquanto majorou e deferiu ao Recorrido o recebimento de indenizações por
danos morais e materiais, não obstante ausente a comprovação da prática de
ato culposo pela empresa, bem como o dano.

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

O Recorrido não logrou êxito em comprovar a ocorrência


de qualquer atitude dolosa ou culposa por parte da Recorrente, capaz de gerar
indenização por danos morais.

Considerados os requisitos da responsabilidade aquiliana


(dano, culpa e nexo causal), percebe-se primeiramente que o “dano” foi de
ínfima extensão.

Ainda, quanto à culpa, não há prova nos autos de


imprudência ou negligência da Recorrente.

Ademais, não restou demonstrado no presente feito o


suposto dano suportado pelo Recorrido, considerando as provas produzidas
nos autos.

Logo, não existem nos autos provas suficientes a ensejar


a condenação ao pagamento de indenização por danos morais atribuídos ao
Recorrente, restando evidente a violação dos indigitados dispositivos legais.
Da mesma forma, não houve a comprovação do nexo de
causalidade, não podendo a Empresa arcar com tal ônus indenizatório.

Uma vez ausente a comprovação dos três pressupostos


especificados acima, não se defere a indenização por dano moral.

Assim, não poderia o Juízo a quo, baseando-se


meramente em presunções para deferir o pedido de indenização. Ao assim
decidir, violou, frontalmente, os artigos 818, da CLT, e 333, inciso I, do CPC,
bem como os artigos 7º, inciso XXVIII, da CF/88 e 186 e 927 do CC, posto que
o ônus da prova é da parte que alega o direito e o Recorrido dele não se
desincumbiu.

Ademais, acaso V. Excelências entendam pela existência


de nexo de causalidade, certo é que o quantum indenizatório fixado pelo v.
acórdão, fixou valor exorbitante, que não se coaduna a realidade dos fatos,
sendo evidente que o referido valor caracterizaria enriquecimento ilícito do
Recorrido, o que jamais pode se admitir.

Portanto, por todo exposto, deve o V. Acórdão ser


reformado no presente ponto.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - VIOLAÇÃO DO ART. 5º, V, DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ART. 944 DO CÓDIGO CIVIL

O artigo 5°, inciso V, da Constituição Federal, ao erigir ao


patamar de direito fundamental do indivíduo a indenização por dano material,
moral ou à imagem, não se descurou da necessidade de que ela deva ser
proporcional ao agravo, sob pena de, caso contrário, resultar em excessiva
penalidade ao ofensor e enriquecimento ilícito do ofendido.
Nesse contexto, pede-se vênia para transcrever a diretriz
quanto à admissibilidade de recurso de revista, nos casos em que se discute o
“quantum” devido a título de indenização por dano moral:

"A Subseção de Dissídios Individuais - 1 (SDI-1) do Tribunal


Superior do Trabalho estabeleceu um importante precedente em
torno da possibilidade de o TST examinar e alterar o valor
estabelecido pelas instâncias regionais nas condenações por
dano moral.(...) Empresa e trabalhadora recorreram à SDI-1, onde
predominou, dentre outros pontos, a discussão em torno da
possibilidade de alteração do valor da condenação por dano
moral. No caso, a polêmica centrou-se em reconhecer ou não o
preenchimento de uma das condições para o processamento do
recurso de revista no TST: a existência de violação direta e literal
a texto de lei. Quando tal requisito processual não é
demonstrado pela parte, o recurso não pode ser "conhecido",
nem seu mérito examinado. (...) Em seu voto, o ministro Carlos
Alberto reproduziu trecho da decisão da Quinta Turma onde foi
dito que "o montante indenizatório arbitrado pelas instâncias
ordinárias não observou os critérios da proporcionalidade e
razoabilidade previstos no inciso V do artigo 5º da CF/1988, que,
por isso, restou violado em sua literalidade". (...) Prevaleceu,
contudo, a tese do relator dos embargos, que obteve a adesão da
maioria dos integrantes da SDI-1. Para o ministro decano do TST,
Vantuil Abdala, a possibilidade de ressarcimento do dano moral
é fundamental para o trabalhador, o que "recomenda extrema
cautela em sua aplicação". A possibilidade de adequar o valor da
indenização - seja por seu valor irrisório ou exorbitante - tem
sido reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ),
lembrou Vantuil. "Penso que devemos adotar a posição de
reconhecer a possibilidade de conhecer o recurso relativamente
ao valor da indenização por dano moral com base no artigo 5º,
inciso V, da Constituição", afirmou. Além dos ministros Carlos
Alberto e Vantuil Abdala, a tese majoritária contou com a adesão
do vice-presidente do TST, ministro Rider de Brito, e dos
ministros João Oreste Dalazen, João Batista Brito Pereira e Maria
Cristina Peduzzi. A corrente contrária teve os votos dos
ministros Lelio Bentes Corrêa (o primeiro a divergir), Moura
França, Horácio de Senna Pires, Rosa Maria Weber e Vieira de
Mello Filho. O ministro Aloysio Corrêa da Veiga não participou do
julgamento por encontrar-se impedido. (EEDRR 530/1999-043-15-
00.8)

Desta forma, o que se pretende demonstrar no caso em


tela é que o valor arbitrado à indenização foi desproporcional à extensão do
dano, visto que não observou os critérios da proporcionalidade e razoabilidade
previstos no inciso V do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que, por
isso, restou violado em sua literalidade.

Ainda, resta comprovada a violação do artigo 944, caput e


parágrafo Único do Código Civil.

Nos casos em que o dano é fixado em valor


desproporcional, quer porque irrisório em demasia, quer porque excessivo, o
art. 944 do Código Civil é pertinente para efeito de resolver o impasse,
principalmente porque é mínima a possibilidade de revalorar o dano moral e
apreciar esta matéria quando o recurso de natureza extraordinária está
amparado em arestos ditos divergentes, haja vista a dificuldade de encontrar
casos semelhantes.

Nesse sentido, ao contrário do decidido no acórdão


recorrido, entende-se que o art. 944 do Código Civil pode ser utilizado como
fundamento da pretensão recursal que visa aplicar os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade na fixação do valor da indenização por danos
morais decorrentes de acidente de trabalho.

Desta forma, evidente que os princípios da razoabilidade


e proporcionalidade foram diretamente desrespeitados pelo v. acórdão, sendo
sua reforma medida que se impõe.

Portanto, pleiteia a reforma da decisão proferida a fim de


que seja excluída a indenização por danos morais, ou, sucessivamente, que o
quantum fixado seja minorado, adequando a decisão, assim, aos princípios
gerais do direito, a lei e a jurisprudência vigentes.
CONCLUSÃO

Pelo exposto, demonstrado o desacerto perpetrado pela


Egrégia 01ª Turma do Tribunal da 14ª Região, aguarda a recorrente seja dado
provimento ao presente apelo, para o fim de reformar a decisão recorrida, nos
termos da fundamentação supramencionada, pois, agindo desta forma, mais
uma vez, se estará distribuindo a tão lídima e esperada JUSTIÇA!

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, XX de XXXXXXXXX de XXXX.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/XX Nº XXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX Nº XXXXXXXX

------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª


UNIDADE DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA COMARCA DE …

Processo nº …

… (nome da parte em negrito), já qualificado nos autos da presente Ação de


Conhecimento, sob o numero em epigrafe, vêm respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, em acatamento ao r. despacho, exarado nas folhas, nº 136 para apresentar
planilha de atualização de débito, bem como para requerer o que entender
conveniente em relação aos veículos informados às folhas, xxx, para tenha inicio a fase
de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA/ACORDÃO, de modo que …,CNPJ Nº…., já
devidamente qualificada nos autos do processo, venha adimplir a obrigação fixada em
sentença/acordão, nos termos a seguir:

Em processo de conhecimento que tramitou perante este juízo deu-se provimento


parcial aos pedidos formulados na

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA


ANTECIPADA, condenada a Requerida:
ao pagamento da indenização no valor de R$ xxxxx (xxxxx), conforme sentença de
folhas nº xx/xx, a parte Requerida interpôs Recurso Inominado, onde foi confirmada a
sentença de primeiro grau em seus próprios fundamentos, conforme folhas, nº xx/xx,
ensejando concluir pela pendência de débito, saldo este que deverá ser corrigido
monetariamente pelo IGP-M, acrescidos de correção monetária a conta de xx/xx/xxx,
da sentença, e juros, à taxa de 1% (um por cento) ao mês, a partir de xx/xx/xxxx.

A decisão (acordão) transitou em julgado, sem interposição de qualquer recurso, segue


abaixo memorial de cálculos atualizados, vejamos:

Memorial de Cálculo de Atualização Monetária

Descrição do cálculo

xxxxxxx

Valor Nominal

R$ xxxx

Indexador e metodologia de cálculo

IGP-M – (FGV) – Calculado pro-rata die.

Período da correção

Xx/xx/xxxx a xx/xx/xxxx

[expander_maker id=”1″ more=”Mostrar mais” less=”Read less”]

Taxa de juros (%)

1 % a.m. simples

Período dos juros

Xx/xx/xxxx a xx/xx/xxxx

Multa (%)

xx %

Honorários (%)

xx %

Dados calculados

Fator de correção do período

xxx dias

1,948484
Percentual correspondente

xxx dias

94,848404 %

Valor corrigido para xx/xx/xxxx

(=)

R$ xxxx

Juros (xxx dias-xxxx%)

(+)

R$ xxxx

Multa (10%)

(+)

R$ xxxx

Sub Total

(=)

R$ xxxx

Honorários (20%)

(+)

R$ xxxx

Valor total

(=)

R$ xxxxxxx

Tendo em vista que a Requerida não cumpriu a sentença/acordão que transitou em


julgado, por Vossa Excelência, se faz necessário o inicio da fase de cumprimento.

Diante do exposto requer a Vossa Excelência que tenha inicio a fase de Cumprimento
de Sentença:

1- Com a intimação da Requerida, para que em quinze dias pague o


valor deR$ xxxxx (xxxxx), devidamente corrigidos pelo IGP-M, desde a sentença
ocorrida em xx/xx/xxxx, acrescidos de juros desde a citação, conforme tabela acima;
2- Ainda, se não ocorrer o pagamento voluntário no prazo de 15 dias, deverá ser
acrescida multa de 10% e, também, de honorários de advogado de dez por cento, nos
termos do art. 523, § 1º do NCPC, devendo Vossa Excelência proceder com a
penhora on line do valor devido a ser atualizado até o momento do bloqueio, nos
termos do artigo 835, I e 854 ambos do NCPC de 2015;

3- Requer ainda, subsidiariamente, caso seja infrutífera a penhora On-line (Bacen-Jud)


que seja providenciado a penhora/arresto dos veículos, mencionados na página,
nº xxx, e/ou quantos necessários para o cumprimento da obrigação;

4- caso não sendo possível nenhuma das hipóteses acima mencionadas, a


desconsideração da personalidade jurídica dos sócios para eventual cumprimento da
obrigação;

5- Desde já requer que se houver bloqueio de valores BACENJUD, seja expedido o


competente alvará judicial para levantamento do valor, em nome da parte autora e do
causídico, conforme poderes específicos constante no instrumento procuratório dos
autos.

Termos em que,

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

… (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano).

ADVOGADO

OAB n° …. – UF

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: PEÇA SIMULADA- CONTRARRAZÕES DE RECURSO


EXTRAORDINARIO

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

XXXXXXXXXXXXXX, já qualificada no bojo do RECURSO


EXTRAORDINÁRIO nº 0000000-00.2011.8.26.0000, por intermédio da Defensoria
Pública do Estado de São Paulo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fundamento no art. 544 e seguintes do Código de Processo Civil (com
a redação dada pela Lei nº 12.322/10), interpor AGRAVO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO contra a respeitável decisão que negou seguimento ao recurso.

Requer seja recebido e processado o presente recurso, encaminhando-


o, juntamente com os autos, ao Supremo Tribunal Federal.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, 00 de XXXXXXXX de 0000


RAZÕES DO AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Agravante: DJAVAN SOARES

Supremo Tribunal Federal,

Eminentes Ministros,

Douta Procuradoria-Geral da República.

Colendo Supremo Tribunal Federal


Eminentes Ministros
Douta Procuradoria Geral da República

Respeitosamente, em que pese o indiscutível saber jurídico da


colenda Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, pelas razões as seguir
expostas, impõe-se a reforma da respeitável decisão que NEGOU SEGUIMENTO ao
recurso extraordinário.
1) Histórico processual

O agravante foi processado como incurso no artigo 33, caput, em


conjunto com o art. 34, ambos da Lei 11.343/06.

A sentença de primeiro grau (fls. 137/140) julgou improcedente a ação


penal e absolveu o acusado pela insuficiência do conjunto probatório.

Houve recurso por parte da acusação (fls. 144/152).

A defesa técnica apresentou suas contrarrazões de apelação (fls.


159/165), afirmando que os requisitos previstos em lei para a incidência da redução de
pena estavam presentes neste feito. Alegou-se que a quantidade de drogas não
encontra previsão legal para afastamento do §4º do artigo 33 da Lei de Drogas, bem
como ausência de provas de que o agente se dedicava às atividades lícitas.

O Tribunal de Justiça de São Paulo, por sua vez, deu provimento ao


recurso de acusação para condenar o recorrente como incurso no art. 35 da Lei de
Drogas (fls. 193/202).

Contra o acórdão foi interposto Recurso Extraordinário com


fundamento no artigo 102, inciso III, alíneas a, pois o Tribunal de Justiça de São Paulo
contrariou o artigo 5º, incisos XI, LVI e LIV da Constituição Federal, negando-lhe
vigência.

Além disso, argumentou-se ofensa ao princípio do ne bis in idem,


corolário da dignidade humana, bem como fixação de regime inicial de cumprimento
de pena com base em alegada incidência de norma declarada inconstitucional por
esse Supremo Tribunal Federal.

Proferiu o Tribunal de Justiça de São Paulo decisão não admitindo o


Recurso Especial sob o fundamento de que não foram preenchidos os requisitos (fls.
268/270).

Tal decisão, contudo, não merece prosperar, pelas razões abaixo


expostas.

2- Da fundamentação suficiente
Ao negar seguimento ao recurso, o Douto Desembargador Presidente
da Seção Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça Bandeirante argumentou que o
Recurso Extraordinário foi interposto sem fundamentação necessária, consoante
determina o artigo 26 da Lei nº 8.038/1990.

Ocorre que tal decisão, com o devido respeito, não contem qualquer
exposição do caso concreto. Seus genéricos termos são adequados a qualquer feito e,
por isso mesmo, descumpre a norma que se extrai do artigo 93, inciso IX, da
Constituição Federal.

Como se vê, o texto do aresto hostilizado é amplamente genérico e


aplicável a qualquer caso, notadamente porque não há nenhuma palavra relativa ao
caso vertente. O direito ao processo razoável não pode ser logrado a esse preço. Há
que se interpretar a Constituição em seu todo e não isoladamente.

Com a devida vênia, houve violação direta do direito fundamental à


ampla defesa, ao contraditório, ao dever de motivação e ao devido processo legal,
normas jurídicas de eficácia direta e aplicabilidade imediata, segundo a tranqüila
jurisprudência da Suprema Corte. Ademais, a afronta às referidas normas acaba por
implicar violência contra o próprio Estado de Direito.
Nessa linha, fica inviabilizada a concreta e específica impugnação do
decisum, porquanto a Defesa não tem prévio conhecimento das razões que fizeram o
Tribunal afirmar a inadequação da fundamentação da peça processual.

Seja como for, analisando as razões recursais apresentadas pela


Defensoria Pública, contata-se que os requisitos delineados no artigo 26 da Lei nº
8.038/1990 foram integralmente cumpridos.

Com efeito, em capítulo destinado à exposição dos fatos, foram


narrados os principais eventos do processo criminal. Foi identificada, ademais, a
garantia constitucional violada.

No tópico “DO DIREITO” (fl. 237 e seguintes) apontou-se que a


matéria encontra-se devidamente prequestionada, que o recurso é tempestivo e que
não se trata de reexame de prova.

Além disso, foi demonstrada a repercussão geral da matéria


constitucional em capítulo próprio (fl. 236 e seguintes).

Também foram exaustivamente expostas as razões do pedido de


reforma da decisão recorrida.

Basta uma simples leitura da peça da Defesa para se concluir que o


pleito de reconhecimento da violação ao disposto no artigo 5º, incisos XI, LVI e LIV da
Constituição Federal, da Constituição Federal, com a declaração de nulidade absoluta
do acórdão proferido, foi devidamente fundamentado.

Sem razão, portanto, a decisão que não admitiu o recurso.

3- Da desnecessidade do reexame do conjunto fático-probatório

Para fundamentar a r. decisão que negou seguimento ao Recurso


Extraordinário, o Tribunal a quo entendeu ainda que se tratava de hipótese de mero
reexame de provas, inadmissível a teor da Súmula nº 279 desta c. Corte Superior.

Contudo, análise mais técnica do feito conduz a conclusão distinta.

Isso porque, não se pretende mero reexame de provas, mas busca a


Defesa alcançar a interpretação/aplicação constitucionalmente adequada da norma
fundamental positivada no art. 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal.

Por essa razão, inclusive, o recurso especial interposto teve como


fundamento o art. 105, inciso III, alínea “a” da CF.

Vale observar ainda que a melhor doutrina entende que a limitação


prevista nas Súmulas 7/STJ e 279/STF não veda que os Tribunais Superiores adentrem
em matéria de prova. Com efeito, o que não se admite é o mero reexame de provas,
tornando o recurso excepcional como uma terceira instância de julgamento.

No mesmo sentido, ADA PELLEGRINI GRINOVER também assevera:1

Observe-se que nem sempre é nítida a distinção entre questão de fato


e questão de direito: para chegar a uma conclusão a respeito da

1 GRINVER, Ada Pellegrini. GOMES FILHO, Antônio Magalhães. FERNANDES, Antônio Scarance. Recursos no Processo
Penal, 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 201.
pretensão que lhe é apresentada, deve o juiz, num primeiro
momento, verificar a ocorrência do acontecimento histórico que é
colocado como base do pedido: isso se faz através da análise do
material probatório que está nos autos. Todavia, é bem e ver que já
nessa avaliação judicial pode estar condicionada a certas regras
legais, tendo-se então questões de direito atinentes à prova. A
segunda tarefa do julgador consistirá na qualificação desses mesmos
fatos, à luz do ordenamento: aqui também se tem uma questão de
direito, embora intimamente relacionada aos fatos tidos como
comprovados.

Assim, nos recursos extraordinário e especial, o que não se


admite é o simples reexame de provas, como enfatizam as duas
súmulas mencionadas. Isso implica em que o STF e o STJ não avaliam
mais as provas que foram aceitas ou rejeitadas pelo órgão inferior
como base da decisão recorrida. Não se exclui, entretanto, a
reapreciação de questões atinentes à disciplina legal da prova e
também à qualificação jurídica de fatos assentados no julgamento
dos recursos ordinários.

Não se questiona, portanto, a possibilidade de os Tribunais


Superiores adentrarem em matéria probatória, em especial em hipóteses em que se
pretende a discussão acerca do regime legal das provas.

Na espécie, com o recurso extraordinário interposto, visa-se não à


(re)análise de provas, mas sim à correta aplicação dos dispositivos constitucionais ao
caso concreto, consideradas as balizas previamente definidas no v. acórdão. A questão
restringe-se à impossibilidade de valoração do silêncio do acusado em seu desfavor,
tendo em vista o direito ao silêncio, previsto na Constituição Federal.

Dessa forma, não deve prevalecer a decisão que negou seguimento


ao recurso extraordinário, merecendo ele ser CONHECIDO para posterior análise de
seu mérito.

4- Do pedido definitivo e demais requerimentos

Sendo assim, em face das razões, requer-se seja CONHECIDO e


PROVIDO o presente AGRAVO, para reformar a r. decisão hostilizada, e, por
consequência, determinar o regular recebimento e processamento do recurso
extraordinário.

São Paulo, 00 de XXXXXXX de 0000

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de


Drogas

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CRIMINAL


DA COMARCA DE

Processo-crime nº

Objeto: oferecimento de contra-razões

, devidamente qualificado, pelo Defensor Público subfirmado, vem,


respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, no prazo legal, por força do
artigo 600 do Código de Processo Penal, ofertar, as presentes contra-razões ao
recurso de apelação de que fautor o MINISTÉRIO PÚBLICO, propugnando pela
manutenção integral da decisão injustamente reprovada pela ilustre integrante do
parquet.

ANTE AO EXPOSTO, REQUER:

I.- Recebimento das inclusas contra-razões, remetendo-se, após os autos à


Superior instância, para a devida e necessária reapreciação da temática alvo de
férreo litígio.

Nesses Termos

Pede Deferimento

, de de .

DEFENSOR
OAB/

ESTADO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

COLENDA CÂMARA JULGADORA

ÍNCLITO RELATOR

"O rigor punitivo não pode sobrepor-se a missão social da pena" *DAMÁSIO E. DE
JESUS

CONTRA-RAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO FORMULADAS POR:

Em que pese a nitescência das razões elencadas pela denodada Doutora Promotora
de Justiça que subscreve a peça de irresignação estampada à folhas _ até
dos autos, tem-se, que a mesma não deverá vingar em seu desiderato mor, qual
seja, o de obter a reforma da sentença que injustamente hostiliza, da lavra do
operoso e dilúcido Julgador monocrático, DOUTOR , no que condiz com
os tópicos alvos de inconformidade, porquanto o decisum de primeiro grau de
jurisdição, nestes itens, é impassível de censura, haja vista, que se filiou a
moderna orientação doutrinária e jurisprudencial, as quais exorcizam e proscrevem
o cumprimento da pena em regime integralmente fechado, face seu caráter
desumanitário, vexatório e inconstitucional; sendo, ademais, inconcebível o
reconhecimento do delito de associação, contemplado no artigo 14 da Lei
Antitóxicos, bem como do delito definido no artigo 308 do Código Penal, como
vindicado pelo forma inclemente pela recorrente, cumprindo, assim, ser
resguardada a sentença, nesses relevantíssimos verbetes.

Passa-se, pois, a traçar-se a digressão do pontos em destaque.

Quanto ao primeiro ponto, alusivo a caracterização do artigo 14 da Lei Antitóxicos,


tem-se, como explicitado por maestria pelo intimorato Sentenciante (vide folha
), que a prova não demonstrou qualquer vínculo associativo, o qual, de resto,
não pode ser eventual, mas sim permanente, vg. RT: 646:280.

Inexistente, qualquer resquício de ânimo associativo, o qual deve ser provado e não
presumido, assoma desarrazoado, por não dizer-se esdrúxulo e extravagante,
pretender-se irrogar-se contra o recorrido, tal labéu.

Em consolidando o aqui esposado, é a lição de VICENTE GRECO FILHO, in,


TÓXICOS - PREVENÇÃO E REPRESSÃO, São Paulo, 1.989, Saraiva, página ,o
qual em traçando a exegese do artigo 14, da Lei Antitóxicos, obtempera com sua
peculiar autoridade:

"Parece-nos, todavia, que não será toda a vez que ocorrer concurso que ficará
caracterizado o crime em tela. Haverá necessidade de um animus associativo de
fato, uma verdadeira societas sceleris, em que a vontade de se associar seja
separada da vontade necessária à prática do crime visado. Excluído, pois, está o
crime, no caso de convergência ocasional da vontade para a prática de determinado
delito, que determinaria a co-autoria."

No concernente, ao delito previsto pelo artigo 308 do Código Penal, o mesmo, de


igual sorte, claudica, como, aliás, demonstrado, de forma minudente e irretorquível
pelo altivo Magistrado à folha / .
Efetivamente, tendo o réu, por ocasião do flagrante, se apresentado pelo seu vero
nome, o que é afirmado pelo apelando e pelos próprios policiais federais; e, sendo
dado inconteste que o mesmo não ocultou seu real identidade, e tão pouco fez uso
dos documentos alheios, inadmissível venha a responder por tal e quimérico delito,
como postulado, data máxima vênia, de forma equivocada pela apelante.

Outrossim - em discorrendo sobre o terceiro e último ponto fustigado pela


honorável integrante do parquet - sabido e consabido que a pretensão ministerial
de compelir o réu ao comprimento da pena imposta em regime totalmente fechado,
face a suposta hediondez do delito de tráfico, encontra-se em rota de colisão com a
garantia Constitucional da individualização da pena, contemplada pelo artigo 5º,
XLVI, da Carta Magna.

Demais, assegura a Lei Fundamental, no artigo 5º, III, que "ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante".

A imposição de pena em regime integralmente fechado vexa o réu, diminuindo-lhe,


consideravelmente sua expectativa de vida, além de reduzi-lo a um ente
paragonável a um semovente (viverá em deletério e atroz confinamento durante
todo o período de cumprimento da pena), afora eliminar a decanta possibilidade de
ressocialização do condenado, tida e havida como o fim teleológico da pena.

Sobre o tema discorre com muita propriedade o emérito penalista pátrio, ALBERTO
SILVA FRANCO, in, CRIMES HEDIONDOS, São Paulo, 1.994, RT, 3ª edição, onde à
folhas 144/145, traça as seguintes e elucidativas considerações, dignas de
transcrição obrigatória, face a maestria com que enfoca o tema submetido a
desate:

"Pena executada, com um único e uniforme regime prisional significa pena


desumana porque inviabiliza um tratamento penitenciário racional e progressivo;
deixa o recluso sem esperança alguma de obter a liberdade antes do termo final do
tempo de sua condenação e, portanto, não exerce nenhuma influência psicológica
positiva no sentido e seu reinserimento social; e, por fim, desampara a própria
sociedade na medida em que devolve o preso à vida societária após submetê-lo a
um processo de reinserção às avessas, ou seja, a uma dessocialização.

A execução integral da pena, em regime fechado, de acordo com o § 1º, do art. 2º


da Lei 8.072/90, contraria, de imediato, ao modelo tendente à ressocialização e
empresta à pena um caráter exclusivamente expiatório ou retributivo, a que não se
afeiçoam nem o princípio constitucional da humanidade da pena, nem as finalidades
a ele atribuídas pelo Código Penal (art. 59) e pela Lei de Execução Penal (art. 1º).
A oposição a um regime prisional de liberação progressiva do condenado e de sua
preparação para uma vida futura em liberdade significa a renúncia ao único
instrumento capaz de tornar racional e, desse modo, tolerável - pelo menos
enquanto não for formulada uma outra resposta idônea a substituí-la - a pena
privativa de liberdade e de justificar, até certo ponto, o próprio sistema
penitenciário.

No mesmo norte, é o magistério da festejada e respeitada Professora ADA


PELLEGRINI GRINOVER e outros, in, AS NULIDADES DO PROCESSO PENAL, São
Paulo, 1.994, Malheiros Editores, 3ª edição, onde à folha 250, onde à folha 250,
sufraga a tese da inconstitucionalidade do regime integral fechado:

"Tem sido apontada a inconstitucionalidade do artigo , do art. 2º, § 1º, da Lei


8.072/90, - a denominada 'lei dos crimes hediondos' - por violação do art. 5º, XLVI,
CF, que garante a individualização da pena: significando esta especializar e
particularizar a reação social ao comportamento vedado, a fixação de regime
fechado integral representa generalização constitucionalmente proibida"

Em consolidando as teses doutrinárias concernentes a inconstitucionalidade do


regime integral fechado, colige-se jurisprudência oriunda do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, inserta no volume nº 177, página 59, da
REVISTA DE JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL, nos embargos infringentes número 695035113, adicto ao 1º
Grupo Criminal, julgado em 27 de outubro de 1.995, sendo Relator o
Desembargador GUILHERME O. DE SOUZA CASTRO, cuja ementa assoma de
decalque obrigatório:

"REGIME INTEGRALMENTE FECHADO NO CUMPRIR DA PENA EM CONDENAÇÃO POR


DELITO DITO HEDIONDO. A CF/88 VEDA A IMPOSIÇÃO DE PENA CRUEL, E O
COMANDO QUE UMA PENA SEJA CUMPRIDA INTEIRAMENTE EM REGIME FECHADO
CARACTERIZA CRUELDADE, ALÉM DE ESBARRAR NA GARANTIA CONSTITUCIONAL
DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, BEM ASSIM AFRONTAR AS DIRETRIZES
MAIORES DA EXECUÇÃO DA PENA. EMBARGOS ACOLHIDOS".

Donde, frente as judiciosas ponderações retro de clave doutrinária e pretoriana,


afigura-se imperioso e inexorável, a manutenção da parte dispositiva da sentença,
que assegurou ao réu o regime inicial fechado, sob pena de em prosperando o
recurso interposto pela dona da lide, legar-se ao recorrido jugo desumano, cruel e
degradante, qual seja o do cumprimento da pena em regime hermeticamente
fechado, em flagrante violação aos mais rudimentares princípios inscritos no cânon
da Carta Magna, proclamados e estabelecidos, de vedro, pela Declaração Universal
dos Direitos do Homem, em seu artigo 5º, o qual comporta a seguinte dicção:
"Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamentos ou penas cruéis,
desumanas ou degradantes"

HENRY I. SOBEL, em comento ao artigo 5º, supra transcrito, na obra, DIREITOS


HUMANOS: CONQUISTAS E DESAFIOS, Brasília, 1998, Conselho Federal da OAB, à
páginas 64 e 65, traça as seguintes e judiciosas observações:

"O encarceramento é necessário para afastar o criminoso temporariamente do


convívio social e impedir que ele cause danos a outras pessoas. Entretanto, esse
afastamento de nada adiantará se não for acompanhado de um processo de
reabilitação. O encarceramento deve ser visto como uma forma de hospitalização,
um período durante o qual o indivíduo deve ser curado dos seus males, para que
ele possa posteriormente "receber alta" e sair apto a reintegrar-se na sociedade..."

"Não se pode partir da premissa de que todo prisioneiro é forçosamente


irrecuperável. Em qualquer pena, a função regeneradora deve ter primazia sobre a
função repressiva. Todo ser humano tem capacidade de superar o mal. Negar isso é
rejeitar o conceito judaico de teshuvá, arrependimento. Cabe à sociedade
proporcionar àquele que errou as condições para que retorne o caminho do bem."

Destarte, a sentença injustamente reprovada pelo apelante, deverá ser preservada


no que respeita com a determinação do regime inicial de cumprimento da pena,
missão, esta, confiada e reservada aos Cultos e Doutos Desembargadores que
compõem essa Augusta Câmara Secular de Justiça.

ISTO POSTO, pugna e vindica o recorrido, seja negado trânsito ao recurso


interposto pela Senhora da ação penal pública incondicionada, em seus
multifacetários e insólitos pleitos, mantendo-se intangível a sentença de primeiro
grau de jurisdição, com o que estar-se-á, realizando, assegurando e perfazendo-se,
na gênese do verbo, o primado da mais lídima e genuína JUSTIÇA!

, de de .

DEFENSOR

OAB/

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de


drogas e condutas afins

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

HISTÓRICO: ARQUIVADO

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Tráfico de


drogas e condutas afins 2

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CRIMINAL


DA COMARCA DE

Processo-crime nº

Objeto: oferecimento de contra-razões

, devidamente qualificado, pelo Defensor Público subfirmado, vem,


respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, no prazo legal, por força do
artigo 600 do Código de Processo Penal, ofertar, as presentes contra-razões ao
recurso de apelação de que fautor o MINISTÉRIO PÚBLICO, propugnando pela
manutenção integral da decisão injustamente reprovada pela ilustre integrante do
parquet.

ANTE AO EXPOSTO, REQUER:

I.- Recebimento das inclusas contra-razões, remetendo-se, após os autos à


Superior instância, para a devida e necessária reapreciação da temática alvo de
férreo litígio.

Nesses Termos

Pede Deferimento

, de de .

DEFENSOR
OAB/

ESTADO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

COLENDA CÂMARA JULGADORA

ÍNCLITO RELATOR

"O rigor punitivo não pode sobrepor-se a missão social da pena" *DAMÁSIO E. DE
JESUS

CONTRA-RAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO FORMULADAS POR:

Em que pese a nitescência das razões elencadas pela denodada Doutora Promotora
de Justiça que subscreve a peça de irresignação estampada à folhas _ até
dos autos, tem-se, que a mesma não deverá vingar em seu desiderato mor, qual
seja, o de obter a reforma da sentença que injustamente hostiliza, da lavra do
operoso e dilúcido Julgador monocrático, DOUTOR , no que condiz com
os tópicos alvos de inconformidade, porquanto o decisum de primeiro grau de
jurisdição, nestes itens, é impassível de censura, haja vista, que se filiou a
moderna orientação doutrinária e jurisprudencial, as quais exorcizam e proscrevem
o cumprimento da pena em regime integralmente fechado, face seu caráter
desumanitário, vexatório e inconstitucional; sendo, ademais, inconcebível o
reconhecimento do delito de associação, contemplado no artigo 14 da Lei
Antitóxicos, bem como do delito definido no artigo 308 do Código Penal, como
vindicado pelo forma inclemente pela recorrente, cumprindo, assim, ser
resguardada a sentença, nesses relevantíssimos verbetes.

Passa-se, pois, a traçar-se a digressão do pontos em destaque.

Quanto ao primeiro ponto, alusivo a caracterização do artigo 14 da Lei Antitóxicos,


tem-se, como explicitado por maestria pelo intimorato Sentenciante (vide folha
), que a prova não demonstrou qualquer vínculo associativo, o qual, de resto,
não pode ser eventual, mas sim permanente, vg. RT: 646:280.

Inexistente, qualquer resquício de ânimo associativo, o qual deve ser provado e não
presumido, assoma desarrazoado, por não dizer-se esdrúxulo e extravagante,
pretender-se irrogar-se contra o recorrido, tal labéu.

Em consolidando o aqui esposado, é a lição de VICENTE GRECO FILHO, in,


TÓXICOS - PREVENÇÃO E REPRESSÃO, São Paulo, 1.989, Saraiva, página ,o
qual em traçando a exegese do artigo 14, da Lei Antitóxicos, obtempera com sua
peculiar autoridade:

"Parece-nos, todavia, que não será toda a vez que ocorrer concurso que ficará
caracterizado o crime em tela. Haverá necessidade de um animus associativo de
fato, uma verdadeira societas sceleris, em que a vontade de se associar seja
separada da vontade necessária à prática do crime visado. Excluído, pois, está o
crime, no caso de convergência ocasional da vontade para a prática de determinado
delito, que determinaria a co-autoria."

No concernente, ao delito previsto pelo artigo 308 do Código Penal, o mesmo, de


igual sorte, claudica, como, aliás, demonstrado, de forma minudente e irretorquível
pelo altivo Magistrado à folha / .
Efetivamente, tendo o réu, por ocasião do flagrante, se apresentado pelo seu vero
nome, o que é afirmado pelo apelando e pelos próprios policiais federais; e, sendo
dado inconteste que o mesmo não ocultou seu real identidade, e tão pouco fez uso
dos documentos alheios, inadmissível venha a responder por tal e quimérico delito,
como postulado, data máxima vênia, de forma equivocada pela apelante.

Outrossim - em discorrendo sobre o terceiro e último ponto fustigado pela


honorável integrante do parquet - sabido e consabido que a pretensão ministerial
de compelir o réu ao comprimento da pena imposta em regime totalmente fechado,
face a suposta hediondez do delito de tráfico, encontra-se em rota de colisão com a
garantia Constitucional da individualização da pena, contemplada pelo artigo 5º,
XLVI, da Carta Magna.

Demais, assegura a Lei Fundamental, no artigo 5º, III, que "ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante".

A imposição de pena em regime integralmente fechado vexa o réu, diminuindo-lhe,


consideravelmente sua expectativa de vida, além de reduzi-lo a um ente
paragonável a um semovente (viverá em deletério e atroz confinamento durante
todo o período de cumprimento da pena), afora eliminar a decanta possibilidade de
ressocialização do condenado, tida e havida como o fim teleológico da pena.

Sobre o tema discorre com muita propriedade o emérito penalista pátrio, ALBERTO
SILVA FRANCO, in, CRIMES HEDIONDOS, São Paulo, 1.994, RT, 3ª edição, onde à
folhas 144/145, traça as seguintes e elucidativas considerações, dignas de
transcrição obrigatória, face a maestria com que enfoca o tema submetido a
desate:

"Pena executada, com um único e uniforme regime prisional significa pena


desumana porque inviabiliza um tratamento penitenciário racional e progressivo;
deixa o recluso sem esperança alguma de obter a liberdade antes do termo final do
tempo de sua condenação e, portanto, não exerce nenhuma influência psicológica
positiva no sentido e seu reinserimento social; e, por fim, desampara a própria
sociedade na medida em que devolve o preso à vida societária após submetê-lo a
um processo de reinserção às avessas, ou seja, a uma dessocialização.

A execução integral da pena, em regime fechado, de acordo com o § 1º, do art. 2º


da Lei 8.072/90, contraria, de imediato, ao modelo tendente à ressocialização e
empresta à pena um caráter exclusivamente expiatório ou retributivo, a que não se
afeiçoam nem o princípio constitucional da humanidade da pena, nem as finalidades
a ele atribuídas pelo Código Penal (art. 59) e pela Lei de Execução Penal (art. 1º).
A oposição a um regime prisional de liberação progressiva do condenado e de sua
preparação para uma vida futura em liberdade significa a renúncia ao único
instrumento capaz de tornar racional e, desse modo, tolerável - pelo menos
enquanto não for formulada uma outra resposta idônea a substituí-la - a pena
privativa de liberdade e de justificar, até certo ponto, o próprio sistema
penitenciário.

No mesmo norte, é o magistério da festejada e respeitada Professora ADA


PELLEGRINI GRINOVER e outros, in, AS NULIDADES DO PROCESSO PENAL, São
Paulo, 1.994, Malheiros Editores, 3ª edição, onde à folha 250, onde à folha 250,
sufraga a tese da inconstitucionalidade do regime integral fechado:

"Tem sido apontada a inconstitucionalidade do artigo , do art. 2º, § 1º, da Lei


8.072/90, - a denominada 'lei dos crimes hediondos' - por violação do art. 5º, XLVI,
CF, que garante a individualização da pena: significando esta especializar e
particularizar a reação social ao comportamento vedado, a fixação de regime
fechado integral representa generalização constitucionalmente proibida"

Em consolidando as teses doutrinárias concernentes a inconstitucionalidade do


regime integral fechado, colige-se jurisprudência oriunda do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, inserta no volume nº 177, página 59, da
REVISTA DE JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL, nos embargos infringentes número 695035113, adicto ao 1º
Grupo Criminal, julgado em 27 de outubro de 1.995, sendo Relator o
Desembargador GUILHERME O. DE SOUZA CASTRO, cuja ementa assoma de
decalque obrigatório:

"REGIME INTEGRALMENTE FECHADO NO CUMPRIR DA PENA EM CONDENAÇÃO POR


DELITO DITO HEDIONDO. A CF/88 VEDA A IMPOSIÇÃO DE PENA CRUEL, E O
COMANDO QUE UMA PENA SEJA CUMPRIDA INTEIRAMENTE EM REGIME FECHADO
CARACTERIZA CRUELDADE, ALÉM DE ESBARRAR NA GARANTIA CONSTITUCIONAL
DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, BEM ASSIM AFRONTAR AS DIRETRIZES
MAIORES DA EXECUÇÃO DA PENA. EMBARGOS ACOLHIDOS".

Donde, frente as judiciosas ponderações retro de clave doutrinária e pretoriana,


afigura-se imperioso e inexorável, a manutenção da parte dispositiva da sentença,
que assegurou ao réu o regime inicial fechado, sob pena de em prosperando o
recurso interposto pela dona da lide, legar-se ao recorrido jugo desumano, cruel e
degradante, qual seja o do cumprimento da pena em regime hermeticamente
fechado, em flagrante violação aos mais rudimentares princípios inscritos no cânon
da Carta Magna, proclamados e estabelecidos, de vedro, pela Declaração Universal
dos Direitos do Homem, em seu artigo 5º, o qual comporta a seguinte dicção:
"Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamentos ou penas cruéis,
desumanas ou degradantes"

HENRY I. SOBEL, em comento ao artigo 5º, supra transcrito, na obra, DIREITOS


HUMANOS: CONQUISTAS E DESAFIOS, Brasília, 1998, Conselho Federal da OAB, à
páginas 64 e 65, traça as seguintes e judiciosas observações:

"O encarceramento é necessário para afastar o criminoso temporariamente do


convívio social e impedir que ele cause danos a outras pessoas. Entretanto, esse
afastamento de nada adiantará se não for acompanhado de um processo de
reabilitação. O encarceramento deve ser visto como uma forma de hospitalização,
um período durante o qual o indivíduo deve ser curado dos seus males, para que
ele possa posteriormente "receber alta" e sair apto a reintegrar-se na sociedade..."

"Não se pode partir da premissa de que todo prisioneiro é forçosamente


irrecuperável. Em qualquer pena, a função regeneradora deve ter primazia sobre a
função repressiva. Todo ser humano tem capacidade de superar o mal. Negar isso é
rejeitar o conceito judaico de teshuvá, arrependimento. Cabe à sociedade
proporcionar àquele que errou as condições para que retorne o caminho do bem."

Destarte, a sentença injustamente reprovada pelo apelante, deverá ser preservada


no que respeita com a determinação do regime inicial de cumprimento da pena,
missão, esta, confiada e reservada aos Cultos e Doutos Desembargadores que
compõem essa Augusta Câmara Secular de Justiça.

ISTO POSTO, pugna e vindica o recorrido, seja negado trânsito ao recurso


interposto pela Senhora da ação penal pública incondicionada, em seus
multifacetários e insólitos pleitos, mantendo-se intangível a sentença de primeiro
grau de jurisdição, com o que estar-se-á, realizando, assegurando e perfazendo-se,
na gênese do verbo, o primado da mais lídima e genuína JUSTIÇA!

, de de .

DEFENSOR

OAB/

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Porte Ilegal


de Arma de Fogo

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CRIMINAL DA


CIDADE – UF

Intermediado por seu mandatário ao final firmado, causídico inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção do UF, sob o nº 00000000, comparece o Acusado,
tempestivamente (CPP, art. 396, caput) com todo respeito à presença de Vossa
Excelência, para apresentar, com abrigo no art. 396-A da Legislação Adjetiva
Penal, a presente

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

evidenciando fundamentos defensivos em razão da presente Ação Penal agitada


em desfavor de Fulano de TAL, já qualificado na exordial da peça acusatória,
consoante abaixo delineado.
SÍNTESE DOS FATOS

O Acusado, no dia TA, por volta das TANTAS HORAS, quando trafegava em seu
veículo na Rua TAL, na altura do nº 0000000, foi abordado por uma blitz policial. Ao
procederem a uma revista, os policiais militares encontraram em poder do ora
defendente um revólver calibre 38, marca Taurus.

Diante disto, o mesmo foi levado à Delegacia Distrital e atuado em flagrante em


delito, por porte ilegal de arma de fogo.

O laudo pericial feito pelo Instituto de Perícia Técnica, de fls. 00, especifica que a
arma apreendida “não estava municiada”.

Em que pese tal circunstância, ou seja, a ausência de munição na arma de fogo em


questão, o Ministério Público entendeu que isto não afastava a tipificação contida
no art. 14 do Estatuto do Desarmamento. (Lei nº 10.826/03).

Segundo a peça acusatória, já procurando afastar a atipicidade da inexistência de


munição na arma em liça, evidenciou que “o delito de portar arma de fogo, de uso
permitido, mas sem autorização legal é crime de perigo abstrato ou presumido e,
portanto, dispensa a demonstração efetiva de risco a terceiros. “

Em momento algum da peça acusatória, nem mesmo na fase inquisitória, há


menção de que, em que pese a arma estivesse desmuniciada, o Acusado teria à
mão, de modo a significar o pronto municiamento da arma de fogo,
qualquer projétil. Até porque, não existia mesmo.

Diante disto, denunciou o Acusado como incurso nas penas contidas no art. 14 da
Lei Federal nº. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), por entender, mais, tratar-
se de crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de portar ilegalmente arma
de fogo, ainda que desmuniciada.
DO FATO ATÍPICO (CRIME IMPOSSÍVEL)

O âmago desta peça defensiva, diz respeito à discussão de saber se o Acusado,


mediante a conduta de portar arma de fogo desmuniciada, sem que haja munição
ao seu alcance, perfectibiliza ou não o delito indicado na inicial acusatória, qual
seja o de “porte ilegal de arma de fogo”. (art. 14, Lei 10.826/03).

Segundo o princípio da lesividade penal, para que exista um delito, não basta tão-
somente que o mesmo esteja previsto em lei e tenha reprimenda punitiva. Ao
revés, diz mencionado princípio, faz-se mister tal fato represente, efetivamente, ao
menos uma ameaça de lesão ao bem jurídico que a norma penal procure proteger.

É o que a doutrina adotou chamar de “princípio da lesividade”. Há de existir,


destarte, um comportamento que lesione direitos de outras pessoas.

Assim, não havendo a menor possibilidade de ser infringir o bem jurídico tutelado
pela norma penal, atípica é a conduta (CP, art. 17), ainda que ela se enquadre na
descrição do tipo penal.

Desta maneira, o delito de portar ou transportar arma de fogo, previsto no Estatuto


do Desarmamento (Lei nº. 10.826/03), reclama que ao menos que o fato coloque
em risco o bem jurídico protegido, ou seja, a incolumidade pública, ou seja, a
garantia e preservação do estado de segurança, integridade corporal, vida, saúde e
patrimônio indefinidamente considerados contra possíveis atos que os exponham
ao perigo.

Portar arma de fogo, sem qualquer munição ao alcance do agente, como na


hipótese em estudo, impossibilitando-o, por consequência, de fazer o
carregamento com projéteis, e, lógico, a utilização da arma de fogo. Não está a
mesma, destarte, apta a disparar projéteis.

As circunstâncias ora em análise, quando a conduta do Acusado, que traz consigo


arma de fogo desprovida de municiamento e impossível de disparar projéteis, é
inofensiva e, por conseguinte, atípica à luz da Legislação Substantiva Penal.
Aplica-se, desta forma, o que rege o Código Penal, quando trata do “crime
impossível”, ou de “tentativa inidônea”.

DO CÓDIGO PENAL

Art. 17 – Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível considerar-se o crime.

Segundo as lições de Luiz Regis Prado, “crime impossível” vem a ser:

“Diz-se crime impossível – tentativa inidônea ou inútil – pelo simples fato de ser
impossível a consumação do delito, em razão do meio ou do objeto. “(In
COMENTÁRIOS AO CÓDIGO PENAL. 3ª Ed. São Paulo: Ed. RT, 2006. P. 94.)

Portanto, a ausência de lesividade na conduta em liça torna o fato atípico.

Urge evidenciar julgados originários do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:

PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. 1. EMPREGO DE ARMA DE


FOGO. APREENSÃO E PERÍCIA. DESNECESSIDADE. UTILIZAÇÃO DE OUTROS MEIOS
DE PROVA. COMPREENSÃO FIRMADA NA TERCEIRA SEÇÃO (ERESP Nº 961.863/RS).
RESSALVA DO ENTENDIMENTO DA RELATORA. 2. LAUDOS QUE ATESTAM QUE
ARMA ENCONTRAVA-SE DESMUNICIADA E INAPTA. CAUSA DE AUMENTO. NÃO
INCIDÊNCIA. 3. ORDEM CONCEDIDA.

1. A Terceira Seção desta Corte, no julgamento do ERESP nº 961.863/RS, alinhando-


se à posição evidenciada pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, firmou a
compreensão de que é prescindível a apreensão e perícia da arma de fogo para a
aplicação da causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal, desde
que comprovada a sua utilização por outros meios de prova. Ressalva do
entendimento da relatora.

2. Hipótese em que, constatado pelo auto de apreensão e pela perícia que a arma
encontrava-se desmuniciada e inapta para o uso, é de se verificar a ausência da
potencialidade lesividade do instrumento. Assim, ante o menor risco para o bem
jurídico “integridade física”, não deve incidir a causa de aumento relativa ao
emprego de arma.

3. Ordem concedida. (STJ – HC 157.889; Proc. 2009/0248225-7; SP; Sexta Turma;


Relª Min. Maria Thereza Assis Moura; Julg. 16/08/2012; DJE 19/10/2012)

HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÃO. PERÍCIA. ARMA


CONSIDERADA ABSOLUTAMENTE INEFICAZ. AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE
LESIVA.

1. De acordo com o entendimento firmado no âmbito da Sexta Turma, para se ter


por configurada a tipicidade material do porte ilegal de arma de fogo, necessária a
comprovação da eficiência do instrumento, isto é, a sua potencialidade lesiva.

2. No caso, a arma de fogo, apreendida e submetida a perícia, era inapta à


produção de disparos.

3. Em relação às munições de uso restrito, conquanto aprovadas no teste de


eficiência, não ofereceram perigo concreto de lesão, já que a arma de fogo
apreendida, além de ineficiente, era de calibre distinto.

4. Se este órgão fracionário tem proclamado que a conduta de quem porta arma de
fogo desmuniciada é atípica, quanto mais a de quem leva consigo munição sem
arma adequada ao alcance.

5. Ordem concedida. (STJ – HC 118.773; Proc. 2008/0230609-7; RS; Sexta Turma;


Rel. Min. Og Fernandes; Julg. 16/02/2012; DJE 18/06/2012)
Outros Tribunais pátrios, de grau inferiores, também adotam esta linha de
entendimento

APELAÇÃO. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. APREENSÃO DE


ARMA DESMUNICIADA E DE CARTUCHOS DEFLAGRADOS DE CALIBRES DIVERSOS.
AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA. CONDENAÇÃO. INVIABILIDADE.
IMPROVIMENTO DO APELO.

A apreensão de espingarda desmuniciada e de cartuchos deflagrados, não é


suficiente para autorizar o édito condenatório, porquanto não se vislumbra risco de
dano potencial à segurança ou à paz pública, razão pela qual se deve privilegiar o
princípio da “ultima ratio” impondo-se no caso concreto a convalidação da decisão
absolutória. A posição que mais se coaduna com a vigência do atual estado
democrático de direito segue a diretriz de que não há delito diante de uma conduta
que não importa em uma lesão efetiva ou real perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado, ou seja, não implique em um perigo concreto e real, recaindo tal conduta
no campo da atipicidade, porquanto serão consideradas atípicas todas as condutas
sem conteúdo ofensivo, exaltando, nesse contexto, o conteúdo fragmentário e
subsidiário do direito penal, do qual se aprende que a intervenção do estado
somente ocorrerá em casos estritamente necessários, e quando houver intolerável
e relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Apelo improvido
(TJAC – APL 0500515-92.2010.8.01.0011; Câmara Criminal; Rel. Des. Francisco
Djalma; DJAC 04/03/2013)

(…)

APELAÇÃO CRIMINAL. TRANSPORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. ARMA


DESMONTADA E DESMUNICIADA. AUSÊNCIA DE OFENSA À INCOLUMIDADE.
ATIPICIDADE. ABSOLVIÇÃO.

A conduta de transportar arma de fogo desmontada e desmuniciada, sem que o


agente tenha ao seu alcance a respectiva munição, é atípica por não produzir
qualquer efeito que caracterize perigo público iminente, uma vez que ausente
ofensividade ao bem jurídico tutelado. (TJRO – APL 0001156-81.2012.8.22.0012;
Rel. Des. Cássio Rodolfo Sbarzi Guedes; Julg. 30/01/2013; DJERO 05/02/2013; Pág.
57)

APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO


DESMUNICIADA. ABSOLVIÇÃO. POSSIBILIDADE.

1. No caso da arma desmuniciada não há que se falar em delito de porte ilegal de


arma de fogo, porque sem munição não conta ela com potencialidade lesiva real.
Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

2. Apelo improvido. (TJAC – Proc. 0002877-27.2010.8.01.0011; Ac. 12.775; Câmara


Criminal; Rel. Des. Feliciano Vasconcelos de Oliveira; DJAC 19/04/2012; Pág. 27)

DO PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS DOS PERITOS

Caso Vossa Excelência entenda que o laudo pericial, acostado à exordial acusatória,
não seja suficiente para demonstrar a ausência de munição na arma periciada e
apreendida, o que se diz apenar por zelo profissional, a defesa pede a notificação
dos peritos que assinaram o laudo pericial em destaque(fl. 34/38), para que
compareçam à audiência e prestem os esclarecimentos necessários à refutar a
acusação. (CPP, art. 400, § 2º)

DA CONCLUSÃO

Espera-se, pois, o recebimento desta Resposta à Acusação, onde, com supedâneo


no art. 397, inc. III, do Código de Ritos, pleiteia-se a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do
Acusado, em face da atipicidade da conduta delitiva (CP, art. 17). Não sendo este o
entendimento, o que se diz apenas por argumentar, reserva-se ao direito de
proceder em maiores delongas suas justificativas defensivas nas considerações
finais, protestando, de logo, provar o alegado por todas as provas em direito
processual penal admitidas, valendo-se, sobretudo, do
depoimento das testemunhas infra arroladas.

Sucessivamente, é de se esperar, após a colheita das provas em destaque, o


julgamento direcionado a acolher os argumentos da defesa, findando em decisão
de mérito absolutória (CPP, art. 386, inc. III).

Termos em que,

Pede Deferimento.

CIDADE, 00, MÊS, ANO.

ADVOGADO

OAB Nº

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador
FORMULÁRIO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Aluno(a) VICTOR HENRIQUE BAPTISTA MAGALHÃES RAGHI

RA: T45383-6 Turma/Período: 10/WA0968 Campus: PARAISO

Professor Orientador:
Tipo de Estágio: (X) Visita Orientada ( )Prática Simulada ( )Prática Real

Nome da atividade: AUDIENCIA ONLINE - Auto de Prisão em Flagrante - Furto


Qualificado

Data: 14/08/2020 Visto/Carimbo

Relatório Circunstanciado do Estágio

HISTÓRICO: ARQUIVADO

-------------------------------------------------------------------------------------------
Para uso da Coordenação / Supervisão:

Horas Atribuídas: 2 horas / /


Visto Prof. Orientador

Você também pode gostar