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MATERIAL RODANTE E DE TRAÇÃO -

FUNDAMENTOS

ENG. WILSON TADASHI SHIMURA

Curso de Especialização
Curso em Transportes
de Especialização Ferroviário
em Transportes deioCargas
Ferroviário
Ferroviár de Cargas
DISCIPLINA:
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS
FUNDAMENTOS DE MATERIAL RODANTE

ÍNDICE
1.
1.00 OBJE
OBJETI
TIVO
VOS
S DA DIS
DISCI
CIPL
PLIN
INA
A
2.
2.00 VEÍC
VEÍCUL
ULOS
OS FER
FERRO
ROVIVIÁR
ÁRIO
IOS
S
2.1 Material Rodante de Tração
2.1.1
2.1.1 Locomo
Locomotiv
tivas
as Diesel
Diesel – Elétri
Elétricas
cas
2.1.2
2.1.2 Loco
Locomo
moti
tiva
vas
s Elétri
Elétrica
cas
s
2.1.3
2.1.3 Loco
Locomo
moti
tiva
va a Vap
Vapor 
or 
2.1.
2.1.4
4 Auto
Automo
motr
triz
izes
es
2.1.
2.1.5
5 Outr
Outros
os Tipo
Tipos
s
2.2 Material Rodante Rebocado
2.2.1 Vagões
2.2.2
2.2.2 Carr
Carro
o de Pass
Passag
agei
eiro
ros
s
2.2.
2.2.3
3 Outr
Outros
os Tipo
Tipos
s
2.3 Trens Unidades
3.0 DINÂMI
DINÂMICA
CA DO MOVI
MOVIMEN
MENTOTO DOS
DOS VEÍCUL
VEÍCULOS
OS FERRO
FERROVIÁ
VIÁRIO
RIOS
S
3.1 Equação Básica do Movimento
3.2 Esforço de Tração e Frenagem
3.3 Resistências ao Movimento
3.3.1
3.3.1 Resis
Resistê
tênc
ncia
ia Norm
Normal 
al 
3.3.2
3.3.2 Resis
Resistê
tênc
ncia
ias
s Acid
Aciden
enta
tais
is
3.3.
3.3.2.
2.1
1 Resi
Resist
stên
ênci
cia
a de
de Ram
Rampa
pa
3.3.
3.3.2.
2.2
2 Resi
Resist
stên
ênci
cia
a de
de Cur
Curva
va
3.3.
3.3.2.
2.3
3 Ram
Rampa Co
Compen
mpens
sada
ada
3.3.
3.3.2.
2.4
4 Resi
Resist
stên
ênci
cia
a de
de Inér
Inérci
cia
a

4.
4.00 ADER
ADERÊN ÊNCI
CIA
A RODA
RODA-T-TRI
RILH
LHOO
4.1 Fatores que influe
luencia
iam
m a aderência
4.2 Fórmulas empregadas
4.3 Patinação e Conseqüências
4.4 Formas de Melhorar a Aderência
4.
4.55 Traç
Tração
ão por
por si
simp
mple
les
s ader
aderên
ênci
ciaa e Sist
Sistem
emas
as Espe
Especi
ciai
aiss

Curso de Especialização
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Ferroviário
Ferroviár de Cargas
5.0 TRABALHO E POTÊNCIA
5.1 Definições
5.2 Potência de Tração
6.0 ESFORÇO TRATOR DE LOCOMOTIVAS
6.1 Curvas Características
6.2 Velocidade Mínima em Regime Contínuo
6.3 Esforço Trator e Aderência
6.4 Tração Múltipla com Locomotivas Iguais e Diferentes
7.0 VELOCIDADE DE EQUILÍBRIO
7.1 Esforço trator e Resistências do Trem
7.2 Dimensionamento de Trens para a Rampa Crítica
8.0 NOÇÕES DE FRENAGEM
8.1 Freio Dinâmico das Locomotivas
8.2 Freio Independente da Locomotiva
8.3 Freio Pneumático dos Vagões
8.4 Freios Manuais
8.5 Utilização dos Freios
9.0 MÉTODOS DE CÁLCULO DE DESEMPENHO DE TRENS
9.1 Cálculos Manuais
9.2 Simulação de Desempenho de Trens

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Ferroviário de Cargas
1.0OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Esta disciplina tem como objetivo apresentar uma visão panorâmica da questão do
movimento dos veículos ferroviários, apresentando os principais elementos que
intervém na dinâmica do trem e princípios a serem observados no dimensionamento
das composições.

2.0VEÍCULOS FERROVIÁRIOS
Os veículos ferroviários, os quais são denominados material rodante, são
compostos de algumas unidades que dispõem de motores para a sua
movimentação ou para rebocar outros veículos e aqueles que são simplesmente
rebocados.

2.1 Material Rodante de Tração


2.1.1 Locomotivas Diesel – Elétricas
 As locomotivas diesel-elétricas, as mais comumente empregada em trens de carga
no País, são constituídas de unidades providas de motor diesel acoplado a gerador 
elétrico ou alternador, que alimenta os motores elétricos de tração.
Essa combinação permite que as locomotivas diesel-elétricas possam desenvolver 
toda sua potência em baixas velocidades do trem, independente da rotação do
motor de tração, que sendo elétrico tem seu torque máximo em baixas rotações.
Nos veículos em que o motor é acoplado à movimentação da roda, através de caixa
de transmissão, a potência cresce com a rotação do motor, significando que em
baixas rotações não se dispõe de toda potência do m otor.
 As locomotivas são classificadas pela disposição de seus truques e quantidade de
eixos tratores por truque (B para 2 eixos, C para 3 eixos e D para 4 eixos), sendo
comuns os seguintes tipos:
BB: 2 truques com 2 eixos tratores cada;
BBB: 3 truques com 2 eixos tratores cada;
CC: 2 truques com 3 eixos tratores cada;
DD: 2 truques com 4 eixos tratores cada.
O peso por eixo das locomotivas é limitado pelas características mecânicas de
projeto e pela limitação imposta pela capacidade da via permanente, sobretudo das
obras de arte. Atualmente esse valor está usualmente limitado em 32 t/eixo.

2.1.2 Locomotivas Elétricas


São locomotivas cujos motores elétricos de tração são alimentados por fonte
externa, através de pantógrafos em contato com a rede aérea ou de sapatas com 3º
trilho energizado.
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 A alimentação pode ser em corrente continua em voltagens variando de 600 a 3000
V, ou em corrente alternada em 25 kV ou 50 kV, para locomotivas de maior potência
e em zonas menos povoadas.
No caso de alimentação em corrente alternada, além de haver rebaixamento de
tensão são empregados retificadores para transformação em corrente contínua para
alimentação dos motores de tração.
O controle das locomotivas eram feitos por resistores e atualmente são empregados
diodos e tirestores no “chopper control”.

2.1.3 Locomotiva a Vapor 


Foram as primeiras locomotivas com rodas acionadas pelos pistões alimentados
pelo vapor produzido pela caldeira alimentada por lenha, carvão ou óleo
combustível. O vagão “tender” acoplado à locomotiva tem a função de servir de
reservatório de água e do combustível da caldeira.
No Brasil as locomotivas à vapor continuam em operação em alguns trens
turísticos.

2.1.4 Automotrizes
São as unidades dotadas de propulsão própria a exemplo de unidades automotrizes
de passageiros e autos de linha

2.1.5 Outros Tipos


Outros tipos de material rodante de tração são representados pelas locomotivas
diesel-hidráulicas e a turbina de gás, bem como motor linear e levitação magnética,
locotrator, etc..

2.2Material Rodante Rebocado


2.2.1 Vagões
Os vagões de carga, cuja nomenclatura é composta de 3 letras, são classificados
nas seguintes categorias (1ª letra - TIPO):
• FECHADO: carga geral embalada ou a granel com descarga de fundo;
• GONDOLA: granéis sólidos e produtos siderúrgicos;
• HOPPER: granéis sólidos e nos fechados grãos e cimento a granel;
• PLATAFORMA: produtos siderúrgicos, contêineres e veículos;
• T ANQUE: granéis líquidos;
• ISOTÉRMICO: para cargas frigorificadas,
• ANIMAIS:vagões gaiola para transporte de animais

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  A 2ª letra representa o SUB=TIPO do vagão nas características de tipo de
descarga, se fechado ou revestido ou utilização, conforme exemplos a seguir:
• vagão Fechado: Revestido, Sem Revestimento, Lateral (descarga), Escotilha
para carregamento e Hopper (descarga de fundo com tremonha)
• vagão Gondola: Dumper (descarga com car-dumper), Portas laterais, Fundo
móvel (descarga), Hopper (bordas basculantes ou fundo em lombo de
camelo) e Tombantes (bordas tombantes);
• vagão Hopper: Aberto, Fechado (granéis sólidos), Tanque convencional e E,
com proteção anti-corrosiva.
• vagão Plataforma: Automóveis (com dois pavimentos), Bobina, Contêiner,
Dispostivo para fixação de contêiner, E (convencional com piso metálico), G
para piggy-back (reboques rodoviários) e Rebaixado para cargas de grandes
dimensões.
• vagão Tanque: Convencional, Gases , Pulvurulento, Serpentina para
aquecimento.
• Vagão Isotérmico: Convencional.
• vagão de Animais: Convencional, com estrado e estrutura metálica.
• vagões do serviço Não remunerado.
O peso bruto do vagão, bem como a bitola são representados pela 3ª letra:
MANGA PESO BRUTO
BITOLA 1,00 m BITOLA 1,60 m PESO POR EIXO MÁX. DO VAGÃO
(t) (t)

A - 7,50 30
B P 11,75 47
C Q 16,00 64
D R 20,0 80
E S 25,00 100
F T 32,50 130
U 37,50 150
Exemplos de nomenclatura de vagões:
• GDT: gôndola com descarga de fundo com 119 t de peso bruto;
• FHD: fechado hopper (com tremonhas) com 80 t de peso bruto;
• PBS: plataforma para bobinas com 100 t de peso bruto.

2.2.2 Carro de Passageiros


São classificados nos seguintes tipos:

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• Poltrona;
• Dormitório;
• Restaurante;
• Correio;
• Bagageiro

2.2.3 Outros Tipos


Exemplos de material rebocado:
• Guindastes;
• Equipamentos de manutenção de via

2.3Trens Unidades
São composições formadas por carros motores e carros reboque, característicos de
:
• Trens de passageiros urbanos e de subúrbios;
• Metrô.
• VLT’s (Veículos Leves sobre Trilhos)

3.0DINÂMICA DO MOVIMENTO DOS VEÍCULOS FERROVIÁRIOS


3.1Equação Básica do Movimento
O movimento de uma composição ferroviária é determinado pela resultante das
forças que atuam no trem sejam a favor do movimento e as resistentes que se
contrapõe ao movimento.
 A força resultante R determina a variação do movimento. Se R>0 a composição
acelera. Se R=0 o trem mantém a velocidade constante e se R<0 a composição
desacelera, reduzindo sua velocidade.

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F O R Ç A S Q U E A

v
E T

R N

R A i ( % ) R A = R R + R C

No exemplo da figura, a força a favor do movimento é o esforço trator e as forças


contrárias são representadas pela resistências normal, inerente ao movimento do
veículo, e as acidentais que são as devidas à geometria da via (rampa e curva).
R = E T  – R  A - R N 
onde
R  = Resultante das forças
E T  = Esforço Trator 
R  A = Resistência Acidental (Resistência de Rampa + Resistência de
Curva)
R N  = Resistência Normal
Salienta-se que no caso de descidas a resistência de rampa é a favor do
movimento. No caso de frenagem de trens surgem a forças frenantes na locomotiva
e nos vagões .
 A aceleração resultante é obtida da seguinte forma:
 R
R=ma e a=
m

sendo:
m = massa do trem
a = aceleração resultante

3.2Esforço de Tração e Frenagem


 As locomotivas é que fornecem o esforço de tração para movimentar a composição.
O esforço trator depende da potência da locomotiva, do ponto de aceleração
empregado, da velocidade do trem e da aderência roda-trilho.

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Para controle de velocidade em descidas ou nas reduções de velocidade o trem
utiliza os seguintes os freios, que geram forças contrárias ao movimento, com
utilização de:
• Freio dinâmico das locomotivas (motor funcionando como gerador)’
• Freio pneumático dos vagões

3.3Resistências ao Movimento
3.3.1 Resistência Normal 
São as forças contrárias ao movimento que surgem nos vagões e locomotivas
devido aos atritos (resistência de flange e dos rolamentos), energia gasta em
movimentos parasitas (histerese) e atrito com o ar.

  As diversas fórmulas de cálculo da resistência normal são empíricas e


determinadas experimentalmente e em geral são expressas em resistência normal
unitária (ou específica), isto é, por tonelada de peso do veículo.
  A fórmula de W. J. Davis é a expressão correntemente aplicada para a
determinação da resistência normal:
2
13,2  A⋅V 
r n
= 0,65 + +
k  ⋅ V  + k  ⋅

Onde:
 p e
1 2
 p n e

e

r n = resistência normal unitária do veículo ferroviário (em kgf/t)


 pe = peso por eixo do veículo ferroviário (em tf)
ne = número de eixos do veículo ferroviário
V = velocidade do veículo ferroviário (em km/h)
k 1 e k 2  = coeficientes específicos do veículo ferroviário:
 A = área frontal do veículo ferroviário (em m2):

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Valores de k1 e k2
VEÍCULO K 1 K 2
CARRO 0,0093 0,00064
VAGÃO 0,0140 0,00094
LOCOMOTIVA AERODINÂMICA 0,0093 0,00320
CONVENCIONAL 0,0093 0,00450
AUTOMOTRIZ SIMPLES 0,0280 0,00450
ACOPLADA 0,0140 0,0450

Área Frontal dos Veículos Ferroviários


VEICULO ÁREA FRONTAL (m2)
Bitola 1,00 m Bitola 1,435 m Bitola 1,60 m
CARRO 8 11 11
VAGÃO 6a8 7a9 7A9
LOCOMOTIVA 6 a 10 10 a 11 10 a 12

No processo de revisão da fórmula de Davis, devido a utilização corrente de


rolamentos ao invés de mancal de fricção, a AREMA adotou a fórmula desenvolvida
pela ferrovia Canadian National, que apenas ajusta os coeficientes da fórmula de
Davis.
 As ferrovias suíças (CFF) utilizam as seguintes fórmulas:
a) Para trens de passageiros:
 R =  3,5α  + 1,5β ) + (0,006α  + 0,003β ) ⋅V  + (0,00059α  + 0,00023 β ) ⋅V 
n
2

 
b) Para trens de carga:
 R =  3,5α  + 1,5β ) + (0,006α  + 0,003β ) ⋅V  + (0,00059α  + 0,00054 β ) ⋅V 
n
2

 
onde:
α  =
 P  l 

 P  t 

 β= 1 - α 
 P l = peso da locomotiva
P t  = peso do trem

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3.3.2 Resistências Acidentais
São as resistências que atuam sobre o trem devido à geometria da via, em função
das rampas e das curvas. A Resistência Acidental é a soma das Resistência de
Rampa e da Resistência de Curva.

 A = R r  + R c 

3.3.2.1 Resistência de Rampa


É o efeito do peso do veículo ao se posicionar numa rampa i (%) , conforme a figura
a seguir.
 A força devido a rampa empurra o veículo para baixo, sendo portanto contra o
movimento nas subidas e a favor do movimento nas descidas.
I (%)

F = P . sen α
sen α ≅ tg α ≅ α
i
tg α   =
100
 F  kgf 
r r = resistência de rampa unitária em
 P  t 
transformando o peso P em toneladas,
1000 F 
. 1000 P 
.  sen
. α  1000 .i
r r = = = 1000.tg α  = = 10 i 
 P   P  100

kgf 
r r = 10.i (%) em

e R r  = P t  . r r  onde

R r = resistência total de rampa (em kgf),


P t  = peso total do trem (em t)
Por exemplo, numa rampa de 1,0 % a resistência de rampa unitária (ou específica)
é de 10 kgf/t, significando que um vagão de 100 t teria atuando sobre ele uma força
de 100 t.10 kgf/t= 1000 kgf ou 1 tf.

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3.3.2.2 Resistência de Curva
 A resistência de curva é devido ao atrito das rodas que mantém solidárias no truque
ferroviário com os trilhos e a força centrípeta que o contato gera para manter o
veículo na curva. Evidentemente a resistência é maior quanto menor for o raio da
curva.
Existem várias fórmulas que buscam determinar a resistência de curva,
determinadas experimentalmente, das quais podem ser citadas:
500   f     2 2
r c = b + b +r 
 R  
onde
r c = resistência de curva (em kgf/t)
f = coeficiente de atrito entre a roda e o trilho
R = raio da curva (em m)
b = bitola da via (em m)
l r  = base rígida do truque (distância entre os eixos)

Fórmulas européias (UIC):

500 b
r c = (Comission des Courbes à Petits Rayons)
 R
Fórmulas americanas:
r c = 0,6 .G (bitola 1,60 m) e r c = 0,54 G (bitola 1,00 m)
onde G = grau de curva (1.146/R)

Outras fórmulas:
 K  (Fórmula de Van Röckl)
r  = R −
1
c
 K  2

onde
K1 e K2 = parâmetros que dependem de R e b:
Valores de K1 e K2
Raio da Curva Bitola (m) K1 K2
>300 m 1,60 650 55
<300 m 1,60 500 30
1,00 475 20

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3.3.2.3 Rampa Compensada
Rampa compensada é a rampa imaginária em tangente, cuja resistência
corresponde à soma das resistências de rampa e de curva de um determinado
trecho.
Simplificadamente a rampa compensada ( r cp) seria:
r cp = r r  + r c
Na prática o trem geralmente tem partes dele em rampas e curvas diferentes, de
forma que o efeito das resistências acidentais é o valor ponderado.

3.3.2.4 Resistência de Partida


Quando o veículo ferroviário permanece algum tempo parado o filme de lubrificação
existente entre o eixo e o mancal, no caso de mancal de fricção, ou entre as esferas
e a superfície interna do rolamento, fica reduzido, produzindo uma resistência
adicional para o início do movimento, denominado resistência de partida.
Esta resistência cai com a velocidade e é atuante até cerca de 3 km/h, valendo a
partir daí a resistência normal.
O valor da resistência de partida é maior para o mancal de fricção em relação ao
rolamento e também em baixas temperaturas, conforme pode ser visto no quadro a
seguir:
RESISTÊNCIA DE PARTIDA (kgf/t)
TIPO CONDIÇÕESNORMAIS ABAIXO DE0° C
MANCAL DE FRICÇÃO 12,5 17,5
ROLAMENTO 2,5 7,5

3.3.2.5 Resistência de Inércia


Existe a inércia das partes girantes do trem (rodas) que representam acréscimo
virtual de até cerca de 3% do peso do trem quando se tenta acelerar ou retardar a
composição. Nos cálculos pode-se considerar essa massa adicional para calcular a
força necessária para alterar a velocidade do trem.
Por outro lado existe o conceito denominado Resistência de Inércia que na
realidade representa a força necessária, em kgf/t para alterar a velocidade do trem,
admitindo-se aceleração uniforme, numa determinada distância.

2 2
V  − V 
2 1
r  =4
i
∆S 

Onde:
r i = “resistência de inércia” (kgf/t)
V 2 = velocidade final (km/h)
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V 1 = velocidade inicial (km/h)
ΔS = espaço percorrido (m)

4.0ADERÊNCIA RODA-TRILHO
Um dos fatores limitadores da capacidade de tração das locomotivas é a aderência
no contato roda-trilho, através do qual a roda consegue exercer o esforço trator.
 A aderência é a resistência que se opõe ao escorregamento de um corpo sobre
outro. Se o esforço trator ultrapassa o limite da aderência ocorre a patinação, com
as rodas deslizando sobre os trilhos, sem movimentação do veículo.
 A = 1000 . f . P a
onde
 A = aderência (em kgf)
 f = coeficiente de aderência
 P a = peso aderente da locomotiva (peso dos eixos tratores, em tf)

4.1Fatores que influenciam a aderência


O coeficiente de aderência sofre variações de acordo com os fatores a seguir 
relacionados:
a) natureza e condições das superfícies em contacto, dependendo do estado do
trilho e da manutenção da via, bem como da presença de sujeira, óleo ou
graxa;
b) estado das rodas e diâmetros diferentes no mesmo eixo.
c) condições atmosféricas, se o trilho está seco ou molhado;
d) geometria da via, devido ao escorregamento da roda externa nas curvas de
pequeno raio;
e) velocidade do trem: a aderência reduz com o aumento da velocidade;
f) tipo de locomotiva corrente contínua e maior com corrente alternada.

4.2Fórmulas empregadas
Tratam-se de fórmulas empíricas conforme exemplos a seguir:

  f  
  f   = 0
(locomotivas diesel-elétricas)
1 +0,01V 

8 +0,1V 
  f   = f   . (locomotivas elétricas)
0 8 +0, 2V 

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onde:
f o = coeficiente de aderência na partida
V = velocidade (km/h)

Fórmula de Curtius e Kniffler (Ferrovias Suíças):


7,5
  f   = + 0,161
V  + 44

Valores do coeficiente de aderência de partida ( f 0):


Tipo da Condição do trilho
Locomotiva seco úmido com óleo com areia
À vapor 0,25 0,15 0,10 0,30
Diesel elétrica 0,33 a 0,22 0,12
e elétrica 0,40

4.3Patinação e Conseqüências
 A patinação produz uma série de conseqüências para a ferrovia:
a) produz escamação e desgaste localizado da superfície do trilho, antecipando a
necessidade de troca de reposição;
b) provoca calos na roda reduzindo a vida útil;
c) provoca centelhamento no motor de tração, podendo danificar componentes;
d) atrasa o trem podendo provocar o atraso também de outros trens.

4.4Formas de Melhorar a Aderência


 Algumas medidas podem produzir o aumento dão coeficiente de aderência:
• Manter a via permanente e as locomotivas em bom estado de conservação;
• Utilizar o areeiro das locomotivas quando houver patinação; espalhando areia
sobre os trilhos;
•  Aumentar o peso aderente da locomotiva com lastro;
• Utilização de locomotivas dotadas de sistema de controle da patinação mais
eficazes, com controle de velocidade de cada rodeiro, atuando individualmente
em caso de patinação.

4.5Tração por simples aderência e Sistemas Especiais


  A tração por simples aderência é a forma como operam as locomotivas
convencionais.

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Curso em Transportes
de Especialização Ferroviário
em Transportes de Cargas
Ferroviário de Cargas
Existem sistemas especiais que permitem obter esforço trator acima da simples
aderência. O sistema cremalheira existente entre Paranapiacaba e Raiz da Serra,
em São Paulo, nas linhas da MRS, ou no trem do Corcovado no Rio de Janeiro, é
dotado de um terceiro trilho dentado, onde a roda da locomotiva-cremalheira se
acopla, produzindo esforço trator adicional.
Outro sistema que no passado operava na Serra do Mar era o sistema funicular 
onde o trem era acoplado a cabos que tracionavam a composição.

5.0TRABALHO E POTÊNCIA
5.1Definições
Trabalho é definido como produto da Força pelo deslocamento produzido
(distância).

τ = F . d 
onde:

τ = trabalho (J)


 F = força (N)
d = distância (m)
Potência (W) é o trabalho produzido em uma unidade de tempo (s):
τ   F .d 
 P = = = F.v (v = velocidade em m/s)
t  t 

 F .v
 P (HP) = ( P (HP) = potência em HP, F em kgf e v em km/h)
273,65

5.2Potência de Tração
• Potência indicada ( P 
 HPi):

potência no motor primário do veículo.


• Potência efetiva ( P 
 HPr  ):

potência nas rodas da locomotiva


 P  HPr = η t . P  HPi onde
η t .= rendimento da transmissão do motor às rodas

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• Potência útil ( P 
 HPu):

 A potência líquida disponível para a tração dos veículos rebocados e a Potencia nas
rodas das locomotivas descontada da potencia necessária para a movimentação da
própria locomotiva.

6.0ESFORÇO TRATOR DE LOCOMOTIVAS


O Esforço Trator é a força de tração exercida pelas rodas motrizes de um veículo
ferroviário sobre os trilhos com a finalidade de gerar movimento.
No caso de locomotivas diesel-elétricas, com a finalidade de obter o maior torque na
partida os motores de tração são ligados em série, passando a série-paralelo,
podendo ficar em paralelo, de forma a buscar permitir o uso de toda potência do
grupo motor-gerador.
Na partida e até determinada velocidade o esforço trator é limitado de forma a
diminuir a corrente elétrica no motor e somente depois dessa velocidade a potência
máxima disponível pode ser utilizada. A locomotiva possui 8 pontos de aceleração,
permitindo que o esforço trator seja graduado de acordo com as necessidades de
condução do trem.
 Ao se considerar a máxima utilização da potência disponível tem-se a seguinte
expressão:
273 ,65  P 
 E T  =
HPR


Onde;

 E T = Esforço Trator (kgf)

 P  HPR = Potência na Roda (HP)

V = velocidade (km/h)

O Esforço Trator Útil ( E TU ) é definido como o esforço disponível na barra de engate
da locomotiva, isto é, o esforço trator exercida pelas rodas da locomotiva ( E T  )
descontado da força necessária à movimentação da própria locomotiva  (R L).

 E TU  = E T - R L

6.1Curvas Características
O diagrama a seguir mostra um exemplo de curva característica de esforço trator de
uma locomotiva, devendo se observar:

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- as características eletro-mecânicas da locomotiva impõe limitação do esforço
trator a baixas velocidades até determinado ponto (patamar inicial);
- a partir desse ponto a curva do máximo esforço trator descreve aproximadamente
uma hipérbole do tipo E T = POT/V ;
- existe uma velocidade máxima para a operação da locomotiva

6.2Velocidade Mínima em Regime Contínuo


Os motores de tração das locomotivas são dimensionados para classes de isolação
que determinam a corrente máxima que pode ser empregada. A utilização fora dos
limites compromete a vida útil do motor elétrico devido ao excessivo aquecimento
que produz danos ao equipamento.
O Regime Contínuo é definido como aquele que o motor pode suportar, no banco
de testes, por período ilimitado de tempo sem ultrapassar determinados limites de
aquecimento fixados pelas normas internacionais.
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O Regime Uni-horário é aquele que o motor pode suportar no banco de testes sem
ultrapassar os mesmos limites de aquecimento.
Dessa forma cada locomotiva tem definida a velocidade mínima em regime
contínuo, acima da qual o equipamento pode operar indefinidamente atendendo as
restrições de corrente do motor e conseqüente aquecimento. Note-se que a
corrente no motor reduz com o aumento da velocidade.
Para dimensionamento do trem essa velocidade mínima deve ser observada,
evitando-se os problemas de manutenção devido à queima prematura dos motores
de tração.

6.3Esforço Trator e Aderência


 Apesar das características eletro-mecânicas da locomotiva oferecerem determinado
esforço trator a baixas velocidades, o esforço trator efetivamente disponível fica
limitado pela curva de aderência, conforme pode ser v isto na figura abaixo.
Enfatiza-se que a aderência varia com as condições da via, da locomotiva e do
clima, podendo-se adotar curva de aderência representativa que ofereça boa
confiabilidade à operação.
O encontro das duas curvas define a velocidade crítica (Vc), significando que o
dimensionamento do trem na rampa crítica deve ser no mínimo igual a esse valor.
  A velocidade dimensionante deve ser maior ou igual ao maior valor entre a
velocidade crítica e a velocidade mínima em regime contínuo.

ET

P  ADERÊNCIA

ESFORÇO
TRATOR

V
Vc
Os níveis de aderência dimensionante para as locomotivas modernas atingem cerca
de 27% nas locomotivas de corrente contínua e cerca de 32% nas locomotivas de
corrente alternada.

6.4 Tração Múltipla com Locomotivas Iguais e Diferentes

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É usual a utilização de tração múltipla com trens rebocados por mais de uma
locomotiva. A quantidade máxima de locomotiva é limitado pelo esforço nos
engates, permitindo até 4 locomotivas á frente do trem.
Uma das formas de aumentar o trem, melhorar a distribuição do esforço trator e
reduzir os tempos e esforços de frenagem é o emprego de locomotivas no meio
e/ou na cauda do trem, com emprego de dispositivos tipo “Locotrol”, que permite
que o maquinista controle todas as locomotivas do trem.
O esforço total para o dimensionamento de trens com utilização de tração múltipla
com N locomotivas iguais é obtido com sendo a soma do esforço trator 
dimensionante de cada uma delas, isto é,
ET total = N. ET dimensionante
Entretanto, quando em tração múltipla as locomotivas são diferentes, sobretudo
com potências bem distintas e velocidades mínimas em regime contínuo diferentes,,
o dimensionamento deve utilizar a maior velocidade dimensionante definida por tipo
de locomotiva.
Significa que o esforço trator total da composição para efeito de dimensionamento
será menor que a soma individual das locomotivas pois aquelas locomotivas que
tem velocidades inferiores estarão sendo dimensionadas para velocidades mais
altas, exercendo menor esforço trator.
ET total < Σ ET dimensionante

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7.0VELOCIDADE DE EQUILÍBRIO
7.1Esforço trator e Resistências do Trem
Conforme mencionado anteriormente as resistências do trem variam em função da
geometria da via (rampa e curva) e velocidade do trem (resistência normal)
 A figura a seguir apresenta esquematicamente três situações do trem em rampas
diferentes, resultando em resistências diferenciadas para cada perfil e para cada
velocidade.
 A velocidade de equilíbrio para cada situação é aquela em que a resistência total é
igual ao esforço trator, representados por V 1, V2 e V3 na figura

FT

ET

R1
RT1
R2
RT2
RT3

V1 V2

7.2Dimensionamento de Trens para a Rampa Crítica


Usualmente a ferrovia é dividida em trechos característicos de tração e em cada um
deles é definida a rampa crítica dimensionante que é aquela representativa, com

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extensão maior que o comprimento do trem, por exemplo, o dobro, onde são
definidas as resistências devidas às rampas e às curvas.
Varia-se o número de vagões rebocados até que o encontro da curva de resistência
total encontre a curva de esforço trator na velocidade dimensionante mínima
definida anteriormente (maior entre velocidade crítica e velocidade mínima em
regime contínuo).
O trem máximo é definido dessa maneira e efetivamente deve ser testado na prática
se corresponde aos cálculos.

8.0NOÇÕES DE FRENAGEM
Nesse capítulo será feita apresentação panorâmica dos tipos de freios que existem
na composição ferroviária e sua utilização.

8.1Freio Dinâmico das Locomotivas


Utilizado para o controle da velocidade do trem e nas reduções é composto pelo
motor de tração que passa a trabalhar como gerador, transformando energia
mecânica em energia elétrica a qual é dissipada em um banco de resistências
elétricas ou pode ser devolvida à linha no caso de locomotivas elétricas (freio
regenerativo).
  A figura abaixo mostra um exemplo de curva de freio dinâmico máximo, pois
existem pontos de aplicação, do tipo estendido, mostrando que a partir de certa
velocidade ele vai perdendo a sua eficiência.

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Nas locomotivas de corrente alternada o freio dinâmico é eficaz mesmo a baixas
velocidades, constituindo um patamar constante entre 0 km/h a cerca de 40 km/h.

8.2Freio Independente da Locomotiva


É o freio aplicado por sapatas diretamente nas rodas das locomotivas usadas como
freio de estacionamento ou em velocidades muito baixas.

8.3Freio Pneumático dos Vagões


  A frenagem nos vagões é feita por intermédio de sapatas que se aplicam à
superfície das rodas através do sistema pneumático que aciona os cilindros de freio
e transmite a força através da timoneria, conforme figura abaixo:

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.
FB = 0,4536 pc x A x N x Ra
onde
FB = força de frenagem (kgf)
Pc = pressão no cilindro (psi)
2
  A = área do pistão (pol
)
N = número de cilindros (em cada veículo)
Ra = relação de alavancas do sistema de freio
RF = 1000 IF x ƒ x EFt onde
RF em kg/t
IF = índice de frenagem
 FB
IF =
 P 
P = peso do veículo (kgf)
ƒ = coeficiente de fricção
0,33
= (fórmula de Parodi), onde
ƒ (1 + 0.0183V )(1 + 0,004t )
t = tempo de aplicação do freio (em s)
EFt = eficiência da timoneria

8.4Freios Manuais
Os freios manuais são utilizados em caso de estacionamento em rampas quando os
freios pneumáticos deixam de operar.

8.5Utilização dos Freios

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Em descidas longas com rampas acentuadas, com mais de 1 hora de percurso, o
aquecimento das rodas dos vagões produzido pela frenagem é limitador de
velocidade, sendo, por exemplo, a potência máxima de frenagem de 30 HP nas
rodas de 29”. Foi o limitador do dimensionamento da velocidade operacional na
descida da Ferrovia do Aço, na descida entre Bom Jardim de Minas e Saudade.
O uso de locomotivas no meio e/ou na cauda do trem reduz o tempo de reação do
sistema de freios e produz uma frenagem mais rápida, reduzindo as distâncias de
frenagem;

9.0MÉTODOS DE CÁLCULO DE DESEMPENHO DE TRENS


9.1Cálculos Manuais
No passado o desempenho dos trens era estabelecido com cálculos manuais
obtendo-se valores estimados uma vez que eram adotadas algumas simplifi cações .
Era um processo extremamente trabalhoso e lento, exigindo muito esforço para se
calcular o desempenho do trem.

9.2Simulação de Desempenho de Trens


  Atualmente os simuladores de desempenho de trens (TPC, TPO) realizam
rapidamente os cálculos de desempenho dos trens fornecendo para determinados
passos de saída o tempo de percurso, velocidade, esforço trator, potência
desenvolvida, consumo de combustível e outras informações levando em
consideração as características reais da geometria da via (rampa e curva),
otimizando parâmetros como no caso do TPO.
Da mesma forma existem simuladores para o cálculo de frenagem que podem estar 
incorporados ao TPC ou TPO.

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BIBLIOGRAFIA

• SHIMURA, Wilson Tadashi. Material Rodante – Fundamentos – Curso de


Especialização em Transporte Ferroviário de Cargas - IME

• BRINA, Helvécio Lapertosa. Estradas de Ferro vol II.

• RATTON Neto, Hostílio Xavier.Material Rodante: Fundamentos – IME.

• LAPERTOSA, Plácido. Introdução a Tração Elétrica.

• ROZA, Leopoldo. Freios Ferroviários

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QUESTÕES DE DINÂMICA FERROVIÁRIA

1. Calcular a resistência normal específica (kgf/t) e total (kgf) que um vagão


oferece ao movimento estando em uma composição se movimentando a
velocidade de 50 km/h em uma ferrovia com bitola nominal de 1,60 m. O vagão
tem 16 t de tara, está lotado com 74,0 t de carga e tem área frontal de 8 m 2.
Utilizar a fórmula de Davis.
2. Qual é a resistência total, em kgf, de um vagão de bitola métrica com 75 t
posicionado num declive de -1% e numa curva de raio 250 m, sendo sua
resistência normal de 1,5 kgf/t. (utilizar a fórmula da “Comission des Curbes à
Petit Rayons”).
3. Calcular a resistência de inércia oferecida para um trem com 3 locomotivas de
180 t e 120 vagões de 100 t, para que se passe da velocidade de 20 km/h para
35 km/h na distância de 1,5 km.
4. Dada a aderência inicial de 25% calcular o coeficiente de aderência de uma
locomotiva diesel-elétrica a 25 km/h. Considerando-se que a locomotiva tem
120 t, qual poderia ser o valor da aderência?
5. Uma locomotiva possui uma potência efetiva na roda de 3000 HP. Qual é o
esforço trator na velocidade de 45 km/h?
6. Identifique casos de tração múltipla em que devem ocorrer perdas de
capacidade de tração em sua ferrovia.
7 Defina a velocidade de dimensionamento da locomotivas tipo CC de 180 t ,
velocidade mínima em regime contínuo de 19,8 km/h, esforço trator contínuo de
50,315 kgf e aderência de partida de 30 % (curva de Esforço Trator em anexo).
Estabeleça o esforço trator para dimensionamento.
8. dimensione o trem com n vagões que poderá ser operado em um trecho de
bitola larga cuja rampa crítica tem aclive de 0,8 % e curva média de raio 500 m,
resultando em r  A = r r  + r c = 8,0 + 1,6 = 9,6 kgf/t. Utilize o seguinte material
rodante:
• tração dupla com a locomotiva da questão anterior, com área frontal de
12 m 2. .( r n = A + B.V + C.V2 , em kgf/t, com V em km/h, sendo A= 1,0900, B=
0,0093 e C= 0,00030 ) e,
• vagões FHS com 90 t brutas e área frontal de 8 m2. .( rn = A + B.V +
C.V2, em kgf/t, com V em km/h, sendo A= 1,1780 , B= 0,014 e C= 0,00008 ).

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9. calcule o peso total dos trens, o primeiro com todos os vagões carregados e o
segundo com todos vagões vazios, utilizando o máxima esforço trator 
dimensionante disponível, sendo dados:
• capacidade de tração de tração no engate de 30.000 kgf a 20 km/h; na rampa
de 1%;
• rampa compensada de 1%;
• vagões HFD de 80 t brutas e tara de 20 t, área frontal de 6 m2,
• tração simples

10. usando os dados da questão anterior, quantas locomotivas são necessárias


para tracionar um trem composto de 30 vagões carregados e 45 vazios?

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