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Barcelona: Paidós
Básica, 1994. Cap 3 “El acceso”, pp. 71 - 96.
O que está aberto à investigação e o que se constitui enquanto tabu em uma dada sociedade
O que é ou não acessível não pode ser definido pelos pressupostos próprios do pesquisador
A negociação do acesso e a coleta de dados não são fases distintas do processo de investigação, mas
se sobrepõem uma à outra
Acesso em lugares públicos: investigador passa como anônimo em um cenário marcado pela
“desatenção civil” (Goffman)
Nesse contexto como fica para o pesquisador travar relações mais íntimas para que sua pesquisa
não seja superficial?
Ou seja, os problemas de acesso neste tipo de ambiente estão ligados às relações interpessoais na
busca por uma maior profundidade dos dados coletados
Realizar contatos em lugares públicos com as pessoas que se pretende estudar pode ser um
processo difícil
O autor relata diversos exemplos de etnografias urbanas para discutir as relações, potenciais e
limitações entre o pesquisador e seus interlocutores em campo
Âmbitos formais ou privados: limites muito marcados e não facilmente penetráveis e vigiados por
“porteiros”
Nem sempre os porteiros são o ponto inicial de contato do etnógrafo para que seja introduido no
grupo que está estudando
Quem tem o poder de facilitar ou bloquear o acesso? - este é um aspecto fundamental em campo
A investigação nunca começa do nada, mas se baseia no conhecimento proporcionado pelo sentido
comum
Estratégias para que o pesquisador tenha acesso ao campo: inspeção prévia contactando pessoas
que já tenham acesso
Dificuldades enfrentadas pelo pesquisador: os aspectos mais delicados são os mais interessantes,
como os períodos de mudança e transição, percebidos como problemáticos pelos nativos
Se a entrada em campo for bloqueada pelos porteiros, a investigação pode ser realizada de maneira
secreta. Como fica aí a questão ética?
Quando a identidade do pesquisador é revelada nesses contextos, pode adquirir a confiança plena
de seus interlocutores ou ser completamente rechaçado
A investigação se oculta tanto aos estudados quanto aos porteiros: o problema do acesso se resolve
desde que não se descubra o engano
Êxito no encobrimento: dúvidas morais, angústias e dificuldades práticas levadas pelo pesquisador
Conhecimento e cumplicidade de alguns interlocutores é importante para o trabalho de campo – se
a algumas pessoas se esconda as intenções do pesquisador em campo, outras se convertem em
confidentes (ao menos parciais) do pesquisador
O acesso vai sendo permitido ao longo do próprio trabalho de campo e da confiança que o
pesquisador vai conquistando no processo das relações que vai estabelecendo com seus
interlocutores
Negociação do acesso: questão de equilíbrio; concessões permitidas tendo em vista questões éticas
e estratégicas que devem ser julgadas à luz dos propósitos da investigação e das circunstâncias que a
rodeiam
Permissão dos porteiros e o apoio dos padrinhos: primeiro passo inevitável para obter acesso à
informação
Trabalho de campo depende das redes estabelecidas pelo antropólogo de amizades e inimizades,
com o território e outros fatores limitantes
Credibilidade do etnógrafo em campo tendo em vista as expectativas que recaem sobre ele
Paciência e diplomacia