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Material Teórico
Conceitos Econômicos e a Análise de Investimentos
Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia Silvestre Leite Di Ióri
Conceitos Econômicos e a Análise de
Investimentos
• A Escassez de Recursos
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Unidade: Conceitos Econômicos e a Análise de Investimentos
Contextualização
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A Escassez de Recursos
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Unidade: Conceitos Econômicos e a Análise de Investimentos
Trocando Ideias
Releia o texto acima. Reflita sobre os chamados ‘Fatores de Produção’. E pense a respeito do caso
brasileiro. Como – ou quais – seriam os principais ‘gargalos’ para o empresário que pretende produzir
um produto, ou vender um serviço em nossa economia? Sabemos que somos relativamente ricos em
termos de matérias primas. Mas como estamos em termos dos demais ‘fatores de produção’? E como
você acredita que tal ‘escassez’ impacta a ‘decisão de investir’ de um empresário nos dias de hoje?
Ainda, segundo Mankiw (2011, p.4), podemos definir escassez como sendo a natureza
limitada dos recursos da sociedade, enquanto a economia como sendo o estudo de como a
sociedade administra seus recursos escassos. Assim sendo, com base neste conceito de escassez
e no que discutimos nesta Unidade, gostaria de colocar uma pergunta:
Como o Brasil deveria conciliar a sua produção de petróleo com o crescimento da sua frota
de veículos?
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Você estaria interessado em estudar mais a fundo o tema escassez? Sugiro a leitura da Introdução do
livro Introdução à Economia de N.G. Mankiw, 2004. p. 3-4.
Segundo Samanez (2006, p. 3), quando estudamos investimentos temos sempre que ter
em mente que este princípio está muitíssimo relacionado com a preferência das pessoas pela
‘liquidez’. Ou seja, R$ 100 disponíveis hoje por uma pessoa (ou investidor) são preferíveis a
esta mesma quantia nominal de R$ 100 a serem recebidos em data futura e isto, em razão
de três fatores:
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1. Existe risco do investidor não receber a quantia no futuro; risco este, aliás, muito difícil
de ser mesurado (medido), ou mesmo avaliado pois pode decorrer de diversas razões ou
motivos dos mais variados.
2. Esta quantia de R$ 100, certamente, valerá menos no futuro em razão da inflação; assim
sendo, todos nós sabemos (e o investidor mais ainda!) que a inflação corrói o poder de
compra de nosso dinheiro ao longo do tempo por, exatamente, refletir o aumento dos
preços nas economias e mercados. Logo, todos preferirão este valor nominal de R$ 100 no
presente, do que este mesmo montante nominal no futuro quando poderá comprar menos
das mesmas mercadorias.
3. Este recurso financeiro representa – em última análise – um custo de oportunidade. E por
meio do investimento pode-se transformar R$ 100 em um valor nominal maior, caso o
investimento possa ser feito agora em um ativo rentável; mais uma vez, o chamado custo
de oportunidade gera para o investidor o desejo de ter este montante financeiro hoje em
suas mãos por ter certeza de poder fazê-lo render com sua aplicação em algum tipo de
investimento (financeiro ou produtivo).
Vejamos a seguir uma visão bastante interessante a respeito das relações entre investimento,
escassez (e uso) de tempo e dinheiro em nossas atividades do dia a dia, segundo o financista Zvi
Bodie em seu livro ‘Fundamentos de Investimentos’:
Este valor da preferência pela liquidez, afirma Samanez (2006), é normalmente representado
pela taxa de juros operada no mercado ou pelo efetivo custo do dinheiro. Assim, vejamos um
exemplo a seguir que explica matematicamente este raciocínio:
Exemplo: João tem R$ 200 para gastar ou investir em um mercado que oferece taxa de
juros de 10% a.a. assim sendo, caso este indivíduo decida por investir este montante no banco
ao invés de consumir produtos ou serviços (ou seja, fazer um sacrifício de deixar de comprar
para poupar!), receberá depois de um ano R$ 20 de juros como remuneração – ou como
compensação por ter deixado de consumir. Por outro lado, caso a taxa de juros caia para 1%
a.a., é provável que João prefira consumir (ou seja, gastar os R$ 200) ao invés de receber
apenas R$ 2 de juros depois de um ano de espera.
Perceba, portanto, como a percepção de custo-benefício modifica a decisão tomada por João.
Caso ele tenha a percepção de que o ‘valor’ monetário recebido sob a forma de juros recebidos é
maior que o ‘benefício’ gerado pelo consumo, preferirá poupar. Mas, por outro lado, caso tenha a
percepção de que a remuneração obtida é muito baixa, e que, portanto, poupar ‘não vale a pena’,
João preferirá não investir e sim consumir produtos ou serviços com estes R$ 200.
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Unidade: Conceitos Econômicos e a Análise de Investimentos
Vejamos a seguir o conceito de taxa de juros segundo C. P. Samanez em seu livro ‘Gestão de
Investimentos e Geração de Valor’:
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Assim, o que chamamos de escambo (trocas de bens entre seus produtores sem o uso de
moeda) ocorre apenas em uma pequena parcela da sociedade – entre, por exemplo, habitantes
de sociedades menos industrializadas e moradores de áreas rurais que produzem em regime de
subsistência – sendo esta prática, assim, rara nas economias mais industrializadas.
A divisão do trabalho, uma das características mais marcantes das sociedades contemporâneas
permite a constante busca pela eficiência das empresas no ato de produzir bens e serviços. Com
o desenvolvimento das sociedades, no decorrer dos séculos, este homem - antes criador e
dono de sua própria produção - foi se especializando e executando atividades a cada dia mais
e mais específicas e reduzidas no escopo geral de produção. Portanto, quando adquirimos um
bem devemos ter em mente que este foi produzido em decorrência de uma gama de ações
conjugadas de indivíduos, empresas industriais e financeiras.
Antes, capaz de produzir sozinho um utensílio durante a Idade Média, o novo homem pós-
Revolução Industrial vê-se praticamente incapaz de executar artesanalmente qualquer bem
para seu uso ou venda. Consequentemente, nas sociedades contemporâneas, o homem vê
sua ação reduzida à simples compra de produtos e serviços, ou seja, torna-se executor de uma
pequena parcela de um complexo processo produtivo– simples profissional que troca seu tempo
disponível por salário (dinheiro).
Esta fragmentação do trabalho entre diversos agentes e trabalhadores decorrente de uma
efetiva divisão e enorme ‘globalização’ da mão-de-obra e das atividades produtoras entre
os diversos países acaba por gerar uma interdependência das diversas economias mundiais
e, não raro, uma quebra se safra de trigo na Argentina pode afetar o mercado de venda de
veículos no Brasil!
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Pense
Vamos agora parar para pensar a respeito da tomada de decisões por parte do consumidor: Sabemos
que a tomada de decisões individuais, quando envolve a compra de determinado bem ou serviço,
exige uma escolha deste bem em detrimento de outro. Assim, ao adquirirmos algo, temos que
dispender recursos (gastar dinheiro!). Dinheiro este, que poderia estar sendo poupado ou empregado
na compra de outro bem.
Assim, reflita a respeito das razões que lhe fazem consumir algo em detrimento de
poupar seus recursos financeiros.
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Você está interessado em aprender mais a respeito de como as pessoas tomam decisões nos
mercados? Para aprofundar este conhecimento, sugiro ler “Como as Pessoas Tomam Decisões”
(Mankiw, 2004, p. 4-8). www
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Assim, todos os agentes envolvidos neste processo: fabricantes dos bens, transportadores
logísticos, meios de transporte utilizados para movimentação da produção, atacadistas e
distribuidores envolvidos até a chegada do produto nas mãos dos consumidores são juntos, em
última análise, partes de um mesmo processo responsável pela geração de riquezas e de decisão
de investimentos.
Glossário
Fatores de Produção: Fatores de produção são os insumos usados para produzir bens e serviços
em uma economia. Os fatores de produção - capital, matéria-prima, mão-de-obra, terra e tecnologia
- utilizados pelo capitalista no processo de produção do bem ou prestação do serviço. Todo fator de
produção tem seu custo inerente e que será incorporado ao custo da mercadoria fabricada ou do
serviço prestado.
Ideias Chave
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Material Complementar
SANTOS, J.O. Valuation. Um Guia Prático. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
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Referências
BODIE, Zvi, KANE, A., MARCUS, A.J. Fundamentos de Investimentos. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2002.
SAMANEZ, C.P. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo: Pearson, 2006.
GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. São Paulo: Pearson, 2007.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
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Anotações
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