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Relatório 

de NESH
Atualizado até o D.O.U 18/07/2022 Emitido em 18/07/2022

36.03   - Estopins e rastilhos, de segurança; cordéis (cordões) detonantes; escorvas e cápsulas 
fulminantes; inflamadores; detonadores elétricos.

Estes produtos, geralmente denominados acessórios para deflagração, são necessários para o trabalho de
obras de pólvora e de explosivos.
A presente posição abrange:

A) Estopins e rastilhos, de segurança.
Os estopins e rastilhos, de segurança, ou estopins e rastilhos, de mineiro (rastilhos lentos ou cordéis
Bickford) são dispositivos que se destinam a transmitir uma chama em geral em direção a um inflamador
ou a um detonador . São constituídos, geralmente, por um invólucro fino de matérias têxteis, alcatroada ou
impregnada de borracha ou de plástico, que contenham uma carga linear de pólvora negra.

B)     Cordéis (cordões) detonantes.
Os cordéis (cordões) detonantes destinam-se a transmitir uma ou mais detonações e geralmente são
constituídos por uma alma ou núcleo de PETN ou de pentrite (tetranitrato de pentaeritritol) ou de outra
substância explosiva contida numa bainha impermeável de matérias têxteis ou de plástico (cordéis
flexíveis). O PETN detona a uma velocidade d cerca de 6,5 km (4 milhas) por segundo. Os cordéis
(cordões) detonantes podem inflamar a maioria dos explosivos comerciais mais potentes (dinamite,
gelignite, géis sensibilizados, etc), mas não os explosivos menos sensíveis, como o ANFO (nitrato de
amônio com óleo combustível) sozinhos. Estes dispositivos são, a maior parte das vezes, utilizados em
minas, pedreiras e em obras de engenharia.

C) Escorvas de percussão:

1) As escorvas de percussão (escorvas de tipo cápsula) são constituídos por um pequeno recipiente,


normalmente metálico, que contenham, em geral, uma mistura à base de trinitrorresorcinato de chumbo
(estifnato) adicionado de tetrazeno e de diversos ingredientes oxidorredutores; a carga desta mistura
explosiva pesa geralmente entre 10 e 200 mg. Estas escorvas são próprias para ser fixadas nas bases
dos cartuchos e utilizam-se para inflamar a pólvora propulsiva. As escorvas de percussão são
fabricadas em pequenos tamanhos para as pistolas e em grades tamanhos para os fuzis e mosquetes.

2) As escorvas de fricção ou estopilhas são formadas, habitualmente, por dois tubos concêntricos de


metal ou de cartão, que contêm duas cargas diferentes: uma carga fulminante no interior do tubo
central, que deflagra quando se puxa bruscamente um fio de dentes de serra, denominado “rugoso”, e
uma carga de pólvora, contida no intervalo entre os dois tubos, que se inflama, transmitindo, então, a
deflagração. Do mesmo modo que as escorvas da alínea 1) acima, as estopilhas destinam-se a
provocar a inflamação da pólvora propulsiva.

D) Cápsulas fulminantes (exceto os detonadores elétricos e eletrônicos).
As cápsulas fulminantes (detonadores simples), são constituídas por uma pequena carga de explosivos
primários e uma carga de PETN ou pentrite, de hexogênio ou de tetrila, por exemplo, colocadas num tubo
de metal ou de plástico, sob uma cápsula protetora. São dispositivos de deflagração de explosivos
preparados, com exclusão das pólvoras propulsivas. A deflagração deste detonador é provocada
geralmente pela chama proveniente do estopim ou rastilho de segurança, que chega até ao detonador.
E) Inflamadores:
1)         Os inflamadores elétricos, constituídos por um estopim elétrico e uma pequena carga de
inflamação, em geral a pólvora negra.
O estopim elétrico é constituído por dois condutores isolados, na extremidade dos quais é soldado

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um filamento metálico condutor formando uma ponte eletricamente resistente; neste filamento
encontra-se fixado um grão inflamador. É utilizada para inflamar uma carga de pólvora ou um
explosivo primário.
2) Os inflamadores químicos, tais como os formados por um cilindro, no interior do qual se encontram
uma ampola com um produto químico (por exemplo, ácido sulfúrico) e, separada por uma membrana
metálica, uma carga de clorato de potássio. Quando a ampola se quebra, o ácido corrói a membrana
(que serve de elemento retardador) e reage com o clorato de potássio, ocasionando grande liberação
de calor, o qual se utiliza para inflamar uma carga de pólvora ou um estopim ou rastilho, de
segurança.
F)      Detonadores elétricos (incluindo os detonadores eletrônicos):
1)      Os detonadores elétricos encerram num estojo metálico (ou eventualmente de plástico) um estopim
elétrico, tal como o descrito na parte E) 1) acima, uma pequena carga de explosivo primário (50 a
500 mg de uma composição à base de nitreto de chumbo, em geral), e uma carga um pouco maior
de outro explosivo (por exemplo, PETN ou pentrite, hexogênio, tetrila).
Este grupo compreende igualmente certos detonadores elétricos chamados escorvas elétricas. São
muitas vezes de dimensões reduzidas e o estopim pode ser substituído pela incorporação, na
composição primária, de aditivos que a tornam condutora, permitindo a deflagração por indução.
2)  Os detonadores eletrônicos, diferentemente dos detonadores elétricos convencionais, descritos na
parte F 1) acima, utilizam um circuito integrado (CI) com temporizador como método de
temporização, oferecendo um tempo de atraso muito preciso.
Esta posição não compreende:
a) As escorvas parafinadas, em tiras ou rolos, para lanternas de mineiros, isqueiros etc., as escorvas
(espoletas) para pistolas de brinquedo, etc. (posição 36.04 ).
b)  Os artigos desprovidos de quaisquer cargas explosivas ou inflamáveis (recipientes, tubos, dispositivos
elétricos, etc.), que seguem, segundo sua natureza, seus respectivos regimes.
c)      As espoletas de obuses (granadas) e as cápsulas, providas ou não de escorvas (posição 93.06).

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