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Charity Background

SINDROME DE BURNOUT
&
ASSÉDIO MORAL
Conhecer para previnir

SINDROME DE BURNOUT
&
ASSÉDIO MORAL

Síndrome de
Burnout
Cefaléia

Charity Background
Distúrbio de Solidão
Sono
Depressão
Síndrome de
Ansiedade Pânico
Depressão
REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO PARCERIA Gastrite
Hipertensão Incapacidade
de relaxar
Obsesidade
Síndrome de
Burnout
Impotência Neglicência
Disforia Irritabilidade
Neglicência Perda de
Inciativa
Onipotência Alergia
CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL

ÍNDICE AUTORIA
AUTORIA .................................................................................................. 04
APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 05 Albery Ferreira Lima CRP 15/4271
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 06 TEMA: Assédio Moral
A SÍNDROME DE BURNOUT - CONCEITO............................................. 07 Psicólogo Coordenador do Núcleo de Apoio Psicológico
(NAP) do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas
PRINCIPAIS SINTOMAS............................................................................07
(SINPRO-AL)
OS SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT........................................11
COMO COMBATER O BURNOUT?.......................................................... 12 Fabiana Amorim CRP15/1549
COMO DIAGNOSTICAR? ........................................................................ 13 TEMA: Síndrome de Burnout
SIM, EXISTE TRATAMENTO E PREVENÇÃO! ........................................14 Formação em Terapia Cognitivo Comportamental,
TÁ DIFÍCIL, PEÇA AJUDA! ....................................................................... 15 Especialista em Clínica de Dor e Gestão de Pessoas
O ASSÉDIO MORAL.................................................................................. 16
COMO SABER SE ESTOU SOFRENDO ASSÉDIO MORAL?..................16 Ligia Cavalcante CRP15/2170
CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL.............................................. 18 TEMA: Síndrome de Burnout
ESTOU SOFRENDO ASSÉDIO MORAL. O QUE FAZER?.......................18 Formação em Gestalt-terapia, Formação em Terapia
FIQUE ATENTO!........................................................................................ 18 Cognitivo
O QUE É NAP?...........................................................................................19 Comportamental e Especialista em Psicologia Hospitalar
PROCURE O NAP NOS SEGUINTES CASOS..........................................20
QUEM PODE PROCURAR O NAP?...........................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 21
EDITORAÇÃO
ASCOM

04
CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL

APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO

Esta cartilha nasceu de uma necessidade de alertar professores e outros O estresse está presente na vida de todos os indivíduos em diferentes graus
profissionais da educação sobre a Síndrome de Burnout e Assédio Moral. e âmbitos sociais e/ ou laborais. Em algumas profissões, os trabalhadores estão
O material foi resultado do trabalho das psicólogas Fabiana Amorim e Ligia expostos a situações que podem ser desencadeadas com maior frequência que
Cavalcante e do psicólogo do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas em outras atividades, principalmente em profissões que exigem contato direto
(SINPRO/AL) Albery Lima. De fato, temas que se complementam e que estão com outras pessoas, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólo-
presentes na rotina diária dos Educadores. gos, policiais, professores, entre outras.

O tema Síndrome de Burnout em professores é fruto de palestras realizadas A exigência e a dedicação no desempenho de algumas dessas profissões
voluntariamente nas escolas públicas e privadas sobre a prevenção, os prová- aumentam a ocorrência de desgastes físicos e emocionais, tornando os profis-
veis sintomas desse mal e o autocuidado que o educador deve ter. sionais vulneráveis ao estresse crônico ocupacional, denominado Síndrome de
Burnout.
Nessas discussões, também foram oferecidas algumas estratégias de en-
frentamento e de controle do estresse crônico. Pesquisas em diferentes culturas sugerem que os professores estão entre
os profissionais que apresentam níveis altos de estresse no trabalho, sendo
O SINPRO/AL abraçou a causa pela promoção de saúde e pela dignida- uma das atividades ocupacionais mais expostas a ambientes conflituosos e à
de do educador. A Síndrome de Burnout e o Assédio Moral são questões que alta exigência de trabalho (CODO, 2002).
envolvem a saúde pública, cada vez mais presentes no campo da Saúde do
Trabalhador. Atualmente é considerada uma epidemia no meio educacional e Outro fator que permeia essa realidade e atinge enormemente os profissio-
tem uma relação direta com fatores ambientais, subjetivos e dificuldades de nais da educação é o Assédio Moral. Ele se caracteriza por atos e comporta-
diagnóstico. mentos agressivos que visam, sobretudo, à desqualificação, à desmoralização
profissional e à desestabilização emocional e moral dos assediados, tornando
É preciso informar e criar redes de apoio e de cuidados quanto à saúde o ambiente de trabalho ou o local de convivência completamente desagradável,
mental e emocional de uma classe tão desassistida, como a dos educadores. insuportável e hostil (sinprocampinas.org.br).
Hirigoyen (2001) define o assédio moral como uma “conduta abusiva (gesto,
palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistema-
tização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa”.
O Assédio Moral e a Síndrome de Burnout em professores trazem reper-
cussões negativas à saúde física, mental e emocional do professor, prejuízo da
qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Além dessas consequências,
é evidente o aumento de afastamentos do trabalho e a tendência em abando-
nar a profissão, o que sinaliza uma situação muito preocupante, pois envolve
questões de saúde pública por seus efeitos amplos e devastadores na vida do
educador, da escola e em toda sociedade.

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A SÍNDROME DE BURNOUT - CONCEITO A Baixa Realização Profissional é caracterizada pela tendência do tra-
balhador a se auto-avaliar de forma negativa. Ele se torna insatisfeito com
seu desenvolvimento profissional e experimenta um declínio no sentimen-
to de competência e êxito, não conseguindo render no trabalho como antes.

B
urnout é um fenômeno psicossocial, aparecendo como uma resposta crô- O Burnout em professores afeta o ambiente educacional e interfere na ob-
nica aos estresses interpessoais que ocorrem nas situações de trabalho tenção dos objetivos pedagógicos e na qualidade da aprendizagem. Dentre
e acometem profissionais que mantêm uma relação constante e direta os custos pessoais, destaca-se a ocorrência de graves problemas psicológi-
com outras pessoas, como professores, médicos, en- cos e físicos, podendo levar o trabalhador à incapacidade total para o trabalho.
fermeiros, psicólogos, assistentes sociais, policiais, O profissional afetado se sente exausto, apresenta tensão muscular, fadi-
bombeiros e outros (Maslach, C.; Leiter, M.P, 1997). ga crônica, assim como gripe ou resfriados, cefaléias, ansiedade e depressão,
É o resultado do estresse crônico, típico do co- problemas cardiovasculares e transtornos psiquiátricos. O professor pode apre-
tidiano do trabalho, principalmente quando, neste, sentar rompimento com os hábitos normais, perda do entusiasmo e da criati-
existe excessiva pressão, conflitos e poucas recom- vidade, incapacidade para se concentrar, perda do auto-respeito, do autocon-
pensas emocionais (BATISTA, 2002). trole em sala de aula e reações exageradas para moderar o estresse, sendo
esses efeitos do Burnout. Os efeitos em longo prazo (entre 10 a 15 anos de
O indivíduo deixa de funcionar por exaustão de profissão) são: depressão, possibilidade de úlcera e hipertensão, e alcoolismo.
energia. A síndrome de Burnout em professores é a
EPIDEMIA DA EDUCAÇÃO, sendo a síndrome do Os sintomas da Síndrome de Burnout são classificados por Benevides-Pe-
Século 21, segundo a OIT - Organização Internacio- reira (2002) como:
nal do Trabalho e a OMS - Organização Mundial de A) Sintomas físicos:
Saúde. Freudenberger (1974), psicanalista nova-iorquino, descobridor da sín-
drome, advertia que a síndrome acomete profissionais altamente entusiasma- • Manifestam-se através de fadiga constante e progressiva,
dos e socialmente comprometidos com o trabalho. • Dores musculares;
PRINCIPAIS SINTOMAS • Distúrbios de sono;

O
• Cefaleias;
Burnout é constituído de três dimensões (ou critérios diagnósticos):
Exaustão Emocional, Despersonalização e Baixa Realização • Perturbações gastrintestinais;
Profissional. A Exaustão Emocional caracteriza-se pela falta de • Disfunções sexuais;
energia e sentimento de esgotamento de recursos com relação ao trabalho,
• Alteração do ciclo menstrual.
tendo como maior causa o conflito pessoal nas relações e a sobrecarga.
B) Sintomas psíquicos:
A Despersonalização se apresenta como um estado psíqui-
co no qual prevalece a dissimulação afetiva, o distanciamento e uma • Incluem a falta de atenção;
forma de tratamento impessoal com a clientela, certa frieza em tra-
• Alterações de memória;
tar com os alunos e colegas de trabalho, podendo apresentar sinto-
mas como descomprometimento com os resultados, conduta volta- • Perda de agilidade mental;
da a si mesmo, alienação, ansiedade, irritabilidade e desmotivação;
• Sentimentos de alienação;
• Solidão;

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duais e, muitas vezes, cuidam do patrimônio material, dos recreios e dos locais
• Impotência;
de refeições, quando não do próprio preparo da merenda escolar na falta de
• Perda de iniciativa; merendeira. Todavia, muitas vezes, são excluídos das decisões institucionais,
das reestruturações curriculares, do repensar da escola, sendo considerados
• Disforia, depressão;
como meros executores de propostas e ideias elaboradas por outrem. Com fre-
• Dificuldade de autoaceitação; quência, não se leva em conta a fala de quem lida diretamente com o alunado.
• Baixa autoestima e sentimento de desamparo. Com isso, estabelece-se uma tendência ao trabalho individualista e solitário,
C) Sintomas comportamentais: que não permite discutir e transformar os aspectos estruturais de seu trabalho.
Essa intensifi cação do fazer do professor lhe ocasiona confl itos, desconfortos,
• Negligência; pois, ao ter que arcar com essa sobrecarga (que é exagerada!), vê reduzido seu
• Irritabilidade; tempo disponível para estudos individuais ou em grupo, participação de cursos
ou outros recursos que possam contribuir para a sua qualifi cação, favorecer seu
• Aumento da agressividade; desenvolvimento e sua realização profi ssional, gerando confl ito entre trabalho
• Incapacidade de relaxar; e família, e demais relações, aumentando de forma considerável a exaustão
emocional, sentimento de incapacidade e a despersonalização (Carlotto e Pa-
• Perda de iniciativa; lazzo, 2002).
• Dificuldades na aceitação de mudanças; Então, de forma resumida, existem alguns facilitadores para a ocorrência da
• Aumento do consumo de substâncias, podendo chegar até mesmo a síndrome (BATISTA, 2010):
um comportamento de alto risco (suicídio).
Sobrecarga;
D) Sintomas defensivos:
Problemas de desenvolvimento na carreira;
• Tendência ao isolamento;
Impossibilidade de promoção;
• Onipotência;
Falta de segurança na posição;
• Absenteísmo no trabalho;
Clima organizacional negativo;
• Ironia para tratar com as pessoas;
Falta de participação nas decisões;
• Perda do interesse pelo trabalho e até mesmo pelo lazer.
Falta de autonomia;
No caso dos professores, que além da jornada exaustiva de até 60 horas
semanais, ainda leem, corrigem provas e trabalhos, planejam aulas, participam Excessiva formalização;
de formação continuada que, frequentemente, acontecem nos fins de semana. Falta de apoio por parte da direção;
Além de suas classes, desenvolvem trabalhos administrativos e de planeja- Condições de risco no trabalho;
mento, e ainda necessitam reciclar-se; investigam, orientam alunos e atendem
aos pais (talvez essa seja a parte mais desgastante); participam de reuniões de Insuficiente nível salarial;
coordenação, seminários, conselhos de classe, dos processos de recuperação; Carga horária em vários turnos;
preparam atividades extraescolares, preenchem relatórios periódicos e indivi-
Contato com ―clientela problemáticaǁ;
Falta de especificidade de função;

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Falta de preparação e formação; COMO DIAGNOSTICAR?


Expectativas irreais e aulas massificadas;
Vandalismo;
Agressões;
Baixos salários;
Falta de reconhecimento e respeito;
Assédio moral no trabalho.

COMO COMBATER O BURNOUT?

P
revenir ainda é o melhor combate contra o Burnout. Se quisermos não
apenas sobreviver, como também viver melhor no trabalho e fazer da ati-
vidade profissional um meio de realização, cabe a cada um de nós, mais
do que lamentar, iniciar um processo de mudança pessoal e institucional com
propostas construtivas e participativas, ou, se os nossos ambientes são mais

O
fechados e resistentes, administrar a própria saúde e buscar e desenvolver o diagnóstico da Síndrome de Burnout deve dar uma importância es-
autocuidado aliados ao movimento que leve a construção de espaços mais sau- pecial à história do paciente, ao trabalho que realiza e aos seus sin-
dáveis no contexto escolar. tomas relacionados. É importante diferenciar a Síndrome de Burnout
Nesse caso, é muito importante desenvolver estratégias de controle e en- da fadiga normal, decorrente de um trabalho desgastante e da depressão.
frentamento do estresse crônico e ocupacional. Veja algumas estratégias que Para detectar a síndrome, deve-se fazer uma entrevista minuciosa, com uma
privilegiam a saúde e qualidade de vida no contexto escolar: anamnese detalhada e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados
1) Propiciar o fortalecimento pessoal e coletivo, adotar valores orientados ao ambiente de trabalho ou à profissão. O ideal é procurar um especialista no
para a coletividade, em oposição aos valores individualistas; tema e fazer exames psicológicos, aplicação de testes e questionários para se
chegar a uma hipótese diagnóstica e, assim, traçar um plano de tratamento eficaz.
2) Desenvolver capacidades de lidar com o estresse, valorização pessoal e
grupal, controle das situações de conflito, modificar o contexto e canalizar ne- Existem três focos durante o tratamento psicoterápico: a re-
cessidades e aspirações; lação com a profissão; o ambiente de trabalho e o trabalho com
foco nos sintomas – por exemplo, a dificuldade de concentração.
3) Desenvolver redes de apoio social, formando grupos de discussão entre
profissionais da Educação, oportunizando reflexões entre líderes institucionais É importante observar se é o ambiente profissional que provoca o es-
e professores; tresse ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o gatilho.
4) Reunir alunos e pais para apresentação de trabalhos, experiências, for-
mas de lidar com os alunos, construindo uma relação de respeito e diálogo de
todas as partes envolvidas, bem como a corresponsabilidade educativa.

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SIM, EXISTE TRATAMENTO E PREVENÇÃO! Exercícios de respiração, pois acalmam e previnem e controlam o apareci-
mento dos sintomas como angústia e medos;

E
xistem algumas medidas de prevenção da Síndrome de Burnout que po- Meditação e relaxamentos: acalmam a mente, evitando pensamentos de
dem e devem ser adotadas a fim de tentar diminuir os riscos à saúde e julgamento que comprometem ainda mais o estado de estresse crônico e
melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do professor, formando grupos melhoram o sono;
de discussão entre profissionais da Educação, oportunizando reflexões entre
líderes institucionais e professores: Psicoterapia: auxilia na mudança de padrões de pensamento disfuncional.
Pensamentos distorcidos podem influenciar nossa percepção negativa do
Estabelecimento de parâmetros e objetivos seguros da profissão; mundo e de si mesmo.

Participação dos professores de programas de enfrentamento e controle do Repensar o espaço que o trabalho ocupa em sua vida e reorganizar o seu
estresse; tempo e suas atividades, colocando harmonia entre as áreas chaves da vida
e, se possível, mudar de função.
Estratégias grupais que consistem em buscar o apoio grupal, como por exem-
plo, grupos psicoeducativos sobre o tema;
TÁ DIFÍCIL, PEÇA AJUDA!
Estratégias organizacionais, com o objetivo de relacionar as estratégias in-

E
dividuais e grupais para que estas sejam eficazes no contexto organizacional.
m muitas situações da vida, pedir ajuda é o grande diferencial para se
A essas estratégias podem-se incluir outras atitudes, como prevenir o exces- restabelecer a saúde e a qualidade de vida. Procure um psicólogo e um
so de horas extras, dar melhor suporte social, psicológico e médico aos profes- psiquiatra de sua confiança. Uma ajuda especializada faz toda diferença
sores e melhorar as condições sociais e físicas de trabalho. para o restabelecimento da saúde comprometida. Invista no seu autocuidado
e na sua felicidade. Procure atividades que devolvam a vontade de viver, que
O tratamento para Síndrome de Burnout é longo e necessita de tempo e pa- tragam bem-estar e uma vida mais plena de realizações positivas.
ciência de quem é acometido por ela. Deve envolver várias frentes de especia-
listas, a exemplo de psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos,
fisioterapeutas, etc, para que o tratamento seja multidisciplinar e se torne mais
eficaz para o paciente. Algumas ações podem melhorar o quadro da síndrome e
devolver a esperança e o bem-estar para esses profissionais.

Seguem algumas:

Alguma atividade física que dê prazer: yoga, Tai Chi Chuan, academia, cami-
nhada, dança, natação ou qualquer outra. Sabe-se que a atividade física regular
libera hormônios essenciais para a saúde do corpo e da mente, entre eles a
dopamina, um neurotransmissor que atua direto no sistema nervoso central,
agindo como analgésico natural e precursor da sensação de bem-estar;

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O ASSÉDIO MORAL ASCENDENTE: Esse é o tipo mais raro de assédio. Proveniente de um ou


mais subordinados que assediam o superior. Exemplo: Vários professores
se unem contra um coordenador da escola com o intuito afastá-lo do cargo.

D
e maneira geral, podemos caracterizar o as-
sédio moral como ações que ferem a digni-
dade, a integridade física ou psíquica de uma
pessoa. É quando um chefe, ou líder imediato, abu-
sa do poder do seu cargo para humilhar um subor-
dinado de maneira CONSTANTE E CONTÍNUA.

Normalmente as agressões começam de uma HORIZONTAL (Paritário): Atos promovidos pelos colegas do mesmo nível de
forma pequena, quase imperceptível como uma trabalho, ou seja, de um professor para outro professor. Exemplo: quando um
brincadeira boba, mas que, indiretamente, trazem grupo de professores isola e assedia um colega por ele se destacar dos demais,
consigo uma mensagem forte. Aos poucos, essas diante da iminente possibilidade de se tornar um forte concorrente entre seus
ações começam a se intensificar com ironias, ape- pares.
lidos, insinuações e piadinhas, até que se tornem algo grande e humilhante.

Fragilizado em seu ambiente de trabalho, a


vitima sente-se acuada e, por medo das ame-
aças sofridas, opta em silenciar e suportar as
agressões para manter-se no trabalho. É pos-
sível que o professor, que está passando por
uma experiência dessa natureza, não consiga
perceber tais ofensivas, atribuindo a si mes- MISTO: Ações promovidas pelos superiores e depois seguidas pelos colegas.
mo a incompetência profissional e pessoal. Exemplo: após um diretor assediar um professor, os colegas seguem com os mes-
mos atos, isolando o colega, num claro sinal de locupletação da amizade do superior.
Neste caso, há indícios de que esses pares querem certa estabilidade no emprego.
FORMAS DE ASSÉDIO MORAL
Geralmente o Assédio Moral aos Professores pode ocorrer a partir dos:
DESCENDENTE: Esse é o tipo mais comum de assédio. Ocorre de cima para
baixo, ou seja, de superiores para os subordinados. Exemplo: do dono da es- Proprietários de estabelecimento de ensino;
cola, do diretor ou de Diretores;
um coordenador para Coordenadores;
os professores. Os mo- Colegas de profissão;
tivos são diversos, mas Alunos;
um dos principais é coa- Pais.
gir o professor para que
ele não recorra a seus
direitos.

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COMO SABER SE ESTOU SOFRENDO ASSÉDIO MORAL? SÍNDROME DO PÂNICO - do-


res de cabeça, dores no peito,
vômito, dispnéia ou falta de ar,
Normalmente acontecem exposições da vítima ao ridículo, com o objetivo de zumbido no ouvido, etc;
criar situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas.

São exemplos de ações que podem caracterizar o Assédio Moral:

Supervisão excessiva;
Pressão para não reclamar direitos trabalhistas;
Abuso de direitos;
Supervisão excessiva;
Metas que não podem ser cumpridas; TAQUICARDIA - batimentos rá-
Brincadeiras ofensivas; pidos ou irregulares no peito, al-
Violação de intimidade. gumas vezes acompanhados por
tonturas e fraquezas. Em situa-
ções mais graves existe a possibi-
CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL lidade de ocorrer desmaio (Sínco-
pe) e até mesmo em casos mais
complexos a morte súbita.
ANSIEDADE - Nervosismo, preocupação
exagerada em relação à realidade e medo
constante;

DEPRESSÃO - Perda de energia e cansaço


constante, sensação de tristeza profunda, ALERGIA - respiratórias, dermatológicas e alimentares.
Irritabilidade e lentidão, problemas de sono e
alterações de peso, dores no corpo; OBESIDADE - Fome em exagerada entre as refeições; Cansa com faculdade,
Respiração sempre ofegante ao subir alguns degraus, Pernas pesadas e incha-
GASTRITE - Dor de estômago, enjoo, perda das, etc.
do apetite, vômito ou ânsia de vômito, etc;
SÍNDROME DE BOUNAUT - sen-
HIPERTENSÃO - Dor de cabeça forte, cansaço excessivo, dificuldade para sação de esgotamento físico e
respirar, etc; emocional, agressividade, iso-
lamento, mudanças bruscas de
humo, irritabilidade, baixa autoes-
tima, etc.

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O QUE É NAP?
ESTOU SOFRENDO ASSEDIO MORAL. O QUE FAZER?
O NAP significa Núcleo de Apoio Psicológico
e tem o intuito de ofertar os seguintes serviços:
DENUNCIE! O medo reforça o poder do agres-
sor! Você precisa combatê-lo para prevenir que 1) Acolhimento dos profissionais da educação;
outras pessoas na escola sofram assédio e po-
2) Encaminhamento para psicoterapia;
der reparar os mesmos danos que os seus.
3) Grupos operativos, institucionais, comunitários e
Para isso, é preciso que você guarde auto-ajuda;
os registros que comprovem as agressões,
como e-mails, mensagens de celular ou gra- 4) Palestras, workshop e seminários;
vações telefônicas de áudio e vídeo. O ide- 5) Capacitação, treinamento e desenvolvimento profissional.
al seria que as próprias escolas disponibili-
zassem canais de denúncia anônima para
que as condutas abusivas fossem relatadas de forma que o profissional não PROCURE O NAP NOS SEGUINTES CASOS
seja identificado e, consequentemente, não coloque em risco sua carreira.
Dificuldades de relacionamento com outras pessoas;
Se você presenciar uma cena de Assédio Moral na escola em Crise de ansiedade, estresse ou depressão;
que trabalha, vença seu medo e solidarize-se com seu companhei- Luto e baixa autoestima;
ro de profissão. Depois dele, você poderá se torna a próxima vítima! Problemas de ordem pessoal ou profissional.

QUEM PODE PROCURAR O NAP?


FIQUE ATENTO!

E
Evite conversar com o agressor sozinho; ste é um serviço GRATUITO oferecido aos Professores filiados ao
SINPRO-AL. Familiares cadastrados como dependentes do Professor
Registre tudo o que você faz, suas atribuições no dia a dia, para que você também poderão usufruir do serviço.
comprovar tudo o que fez.; Para solicitar o serviço, é preciso entrar em contato e fazer o agendamento
pelos números 3313-3607 ou 9 9941-0368 de segunda a sexta de 9h às 15h ou
Anote as humilhações com detalhes: dia, mês, hora, local ou setor, nome do pelo endereço sinprosaude.al@gmail.com.
agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você
achar necessário. Caso precise, você também pode procurar os seguintes órgãos:
Superintendência Regional do Trabalho - SRT/AL (82 3215-4300);
Comparecer ao sindicato para fazer sua denuncia e conversar com o NAP. Ministério da Saúde – MS/AL (82 3221-1051);
Ministério Público do Trabalho - MPT/AL (82 2123-7900);
Comissões de Direitos Humanos do Poder Legislativo de Alagoas;
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/AL (82 3023-7200).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11-Relatório da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento


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15-Sete em 10 professores são vítimas de violência em Porto Alegre, diz
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7- CODO, W. Saúde mental & trabalho. Petrópolis: Vozes, 2002.
16-Assédio Moral nas escolas privadas: “Todos podemos ser vítimas!” André
8- Maslach, C.; Leiter, M.P. - Trabalho: fonte de prazer ou desgaste. Papirus,
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10-Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores. Da 18-Como identificar se você é vítima de assédio moral. Editado por Camila
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CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL CARTILHA SÍNDROME DE BURNOUT & ASSÉDIO MORAL

19-Saiba se você sofre assédio moral no trabalho. Marina Diana.13 de abril


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