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Em busca da vila perdida

Na vila de Kokesh, todos viviam em harmonia, plantando, colhendo, criando


animais. Kokesh, uma espécie de comunidade autossuficiente, enfrentava problemas
com as comunidades vizinhas, estas que acusavam Hernesto, senhor de Kokesh, de
invadir suas terras. Mesmo com Hernesto pedindo desculpas e oferecendo-lhes terrenos
férteis eles declararam guerra.
Kokesh se viu em uma situação muito complicada, pois seu exército era
pequeno e fraco enquanto o das comunidades vizinhas não. Porem a vila ameaçada
tinha algo que seus inimigos não tinham, magia. Hernesto tinha sangue de bruxo. Ele
teve que recorrer a livros antigos, mas encontrou o encantamento que salvaria seu povo.
O nome era Invisibles e faria com que a todo território de Kokesh se tornasse invisível
para olhos exteriores.

Eduardo tinha acabado de acordar, e estava lendo um livro que pegara na


biblioteca da faculdade. Era um livro muito bom, sobre feudos e vilas antigas. Como
futuro historiador, ele estava se interessando muito pelas histórias, mas surpreendeu-se
ao deparar com uma lenda: A lenda de Kokesh.
Todos os amigos de Eduardo o chamavam de louco, mas ele estava decidido,
iria ao Peru em busca da vila perdida. Passado um mês o grande dia finalmente chegou.
O jovem historiador embarcou no avião e após 8 horas desembarcou na cidade de Lima,
capital do Peru. Da capital, ele dirigiu-se a Iquitos, a cidade mais próxima de onde
parecia estar a civilização Kokesh.
Já no segundo dia de estadia em Iquitos, ele partiu em sua expedição, esta que
seria fartas de perigos, já que ele iria adentrar nas profundezas da floresta Amazônica.
Ele havia pesquisado muito a respeito desse lugar e descobriu a localização aproximada
de Kokesh, porém ele não sabia como quebrar o feitiço lançado por Hernesto centenas
de anos atrás.
Passados os três primeiros dias na floresta, os estoques de comida estavam
acabando. Até esse momento Eduardo já se deparara com cobras, onças e animais
nada fofos. O rapaz sabia que seria difícil, mas já estava perdendo as esperanças. No
quarto dia sua comida acabou, e para piorar a situação ele foi picado por uma aranha.
Estava fraco, cansado e com fome, quando viu fumaça. Decido a descobrir de onde
vinha, uniu todas as suas forças e continuou a caminhar.
Eduardo não estava entendendo o que estava acontecendo, em frente aos seus
olhos estava uma vila medieval com algumas características Incas, com certeza era
Kokesh. Mas por que ele estava enxergando-a? Tomando fôlego ele seguiu para a
civilização. Quando chegou aos portões de entrada, dezenas de pessoas falavam coisas
como “Ele voltou”, “Só pode ser o filho dele”.
Uma senhora muito velhinha veio falar com ele, disse que poderia entrar e que
seu povo prestaria ajuda quanto aos seus ferimentos. Após uma longa conversa com a
senhora, que se dizia líder da vila, ele entendeu o que realmente estava acontecendo,
ele entendeu quem realmente era. Eduardo perdera seus pais em um acidente de carro
ainda bebê, então nunca soube muito sobre eles. Agora ele estava descobrindo sua
história.
Seu pai, Kokine, havia deixado Kokesh ainda jovem, ele não gostava da ideia
de estar escondido do resto do mundo. Longe de sua família, ele conheceu Fernanda,
mulher com quem se casou e teve um filho. Logo após o nascimento de Eduardo ele e
sua esposa faleceram. Assim Eduardo foi criado em um orfanato. Nunca sendo adotado,
ao atingir a maioridade foi para um internato onde começou a cursar História. Neste
internato também ele encontrou o livro que o levou até Kokesh, este que havia sido
escrito por seu pai.
Eduardo passou semanas em Kokesh, porém ele sabia que teria de voltar para
casa, afinal seus amigos e professores o aguardavam. Mas ele não poderia revelar a
existência de Kokesh, não, pois se ele fizesse isso a vila seria arruinada e colocaria o
povo que a habita em risco também. Sendo assim ele nunca revelou a ninguém o que
descobriu, e até hoje faz viagens a trabalho ao Peru. Talvez um dia alguém descubra o
que ele realmente faz em suas viagens, mas nunca vai descobrir aonde ele vai.

THIAGO HENRIQUE BIOLOSOR KUNTZ

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