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MANUTENÇÃO DE DRONES

2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar

1ª. Edição – 2021

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Diretora de Educação Profissional e Promoção Social


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Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância


Ana Ângela de Medeiros Sousa

Equipe técnica Senar


Carolina Soares Pietrani Pereira
Mateus Moraes Tavares
Manutenção de Drones

O setor do sensoriamento remoto e aerofotogrametria, ou seja, da observação e


captação de imagens através de plataformas em sensores orbitais ou embarcados
em aeronaves está em expansão, especialmente com a popularização dos drones
ou VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados).

E assim, a utilização de drones entre os pro-


dutores têm se tornado cada vez mais co-
mum. Por isso, é importante sua utilização
correta, tomando cuidados com esses ins-
trumentos, acessórios e softwares.

O produtor deve não só conhecer as principais diretrizes acerca do bom funciona-


mento dos drones e as práticas para execução de voos com eles, como também
entender e compreender os principais conceitos para utilizar bem os drones.

CUIDADOS ESSENCIAIS COM


O EQUIPAMENTO E ACESSÓRIOS
O uso mais comum do drone entre os produtores são nas atividades envolvendo a
agricultura e pecuária. E para que seja possível trabalhar da melhor forma, conside-
rando os custos de aquisição e manutenção, é necessário tomar alguns cuidados,
principalmente por causa da sensibilidade desse equipamento.

Baterias e carregadores
É importante adotar algumas medidas quanto às baterias e aos carregadores, tanto
para que possam ser utilizados pelo maior tempo possível quanto para levar em conta
os cuidados ambientais. Veja os cuidados com a bateria:

•  Manter em local arejado, seco,


com temperatura amena e em
média entre 15º C e 25º C.

•  Manter longe de fontes de ca-


lor e energia, devido ao ris-
co de explosões e incêndios.

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Após o fim de sua vida útil e, sem possibilidade de novas re-


cargas, a bateria deve ser descartada em local adequado para
esse tipo de material, observando o alerta ecológico em rela-
ção ao meio ambiente. 

Os carregadores devem ser originais e ter a voltagem específica da região de utiliza-


ção (110 V ou 220 V), embora a maioria deles já venham com dupla voltagem.

Hélices e motores
Os drones podem apresentar três tipos de hélices: asa rotativa, asa fixa ou asa
híbrida (mesclando os dois tipos de hélices). Veja a seguir:

Em relação ao motor, o drone pode ser do tipo motor único ou ter múltiplos motores
(multimotor). Antes e depois de cada voo, deve ser verificada a integridade física des-
ses componentes, para que o voo e a qualidade dos dados obtidos não sejam coloca-
dos em risco.

Em caso de hélices defeituosas, deve-se providenciar sua


substituição imediata.

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Sensores
Os sensores podem ser de sete tipos:

•  sensores na faixa do visível (RGB);

•  sensores multiespectrais;

•  sensores hiperespectrais;

•  sensores infravermelhos (IV);

•  sensores de radar;

•  sensores Lidar;

•  sensores de monitoramento do espectro da frequência.

Dependendo da finalidade da atividade, será indicado um tipo de sensor, como:

RGB Infravermelhos Multiespectrais


Indicado para Para cursos Indicado para
agricultura, mineração hídricos ou aspectos de
e obras. biomassas. plantas ou solos.

Deve-se atentar quanto aos cuidados em relação a esses sen-


sores, como problemas físicos ocasionados pelo uso do equi-
pamento, desgaste natural temporal, falta de calibração ou
uso indevido.

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Joysticks e cabos
Os cabos e joysticks fazem parte do equipamento, especialmente na conexão com a
controladora (comando de controle), que no geral é um tablet ou celular e é utilizado
durante a execução do voo.

É necessário se certificar de que os cabos


não estejam frouxos ou com má conexão,
pois isso pode comprometer a qualidade
dos dados ou até mesmo causar danos ao
equipamento.

Cartões de memória
Os cartões de memória (ou HD) precisam ter grande espaço de armazenamento, pois
as imagens coletadas pelos drones são de alta resolução e, dessa forma, requerem
bastante espaço.

Escolha um cartão de memória com alta ve-


locidade de transferência de dados e com
bastante espaço para armazenamento.

Tudo dependerá do tamanho da área que será mapeada: quanto menor, menos espaço
de armazenamento será requerido e, quanto maior a área, mais espaço será necessário.

Dê preferência a cartões micro SD que tenham um espaço de


armazenamento de no mínimo 512 GB, ofereçam velocidade
mínima de gravação de 165 MB/s e suportem a classe de velo-
cidade de vídeo UHS-II (V90).

Softwares
Em geral, ao comprar um drone, você perceberá que ele já vem com uma licença de
teste para que seja possível usufruir do programa por um período. Ao final deste, você
pode escolher comprar ou não essa licença.

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Entretanto, ainda é possível trabalhar com softwares de licença gratuita, como o QGIS,
que talvez não tenham a mesma robustez e ferramentas daqueles com licença paga.

Também é importante ter conhecimentos acerca do Sistema


de Informação Geográfica (SIG), sobre o geoprocessamento e
o sensoriamento remoto.

CALIBRAÇÃO/AFERIÇÃO
PARA O USO
A calibração para o uso de drones passa por mecanismos que oferecem, por exem-
plo, estabilidade e orientação. Veja o esquema a seguir:

1. IMU (Inertial Measuremente Unit)


Em português significa unidade de medida de inércia.
A IMU é a capacidade do drone de se manter estável mesmo
sofrendo forças físicas, como a da gravidade, atuando sobre
ele. Caso não seja calibrado, o drone pode ficar instável no ar,
voando em desalinho, com inclinação ou fora da rota progra-
mada.

2. Compass
É como se fosse a bússola do drone, pois serve para indicar
a direção e guiar o equipamento durante o voo, para que este
não se perca ou execute uma rota de navegação errônea.

3. Gimbal

É um acessório que é utilizado para proporcionar estabili-


dade às imagens coletadas pelo drone, para que elas não
fiquem sem foco ou tremidas e proporcionem assim a máxima
qualidade de resolução da imagem capturada. Apesar de útil,
tem a desvantagem de acrescentar mais peso à plataforma e,
portanto, pode fazer o equipamento despender mais bateria,
encurtando seu tempo no ar.

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Além do mais, o gimbal tem uma película protetora, que deve ser retirada antes que o
aparelho seja ligado. É importante observar a ocorrência de possíveis choques mecâ-
nicos contra esse acessório durante a utilização do equipamento, pois isso pode des-
calibrá-lo ou até mesmo danificá-lo.

CHECKLISTS
As checklists são ferramentas de controle, com instruções de conduta, itens ou tó-
picos que devem ser executados antes, durante e após um voo com drone.

Preparação
O que você deve fazer antes de voar?!
Verificar se o instrumento
atende à legislação vi-
Verificar se o operador está
gente e se está de acordo
apto e se tem autorização
com os órgãos regulado-
para voar.
res, como Anatel, Anac e
Decea.

Verificar os programas e Verificar se há danos físi-


suas atualizações. cos no equipamento.

Checar a integridade de
acessórios, como senso-
res, motores, hélices, ba-
Limpeza da câmera.
terias e carregadores, bem
como recargas e baterias
extras.

Conhecimento acerca da
Cartão de memória com área que será mapeada,
espaço suficiente para se possível com mapas ou
armazenamento. croquis da região e plano
de voo detalhado.

Se necessário, disponibilidade
de ferramentas para reparos.

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Pré voo
Durante o planejamento para a execução do voo é preciso verificar:

•  condições meteorológicas;

•  condições geomagnéticas (índice KP);

•  questões referentes à segu-


rança do drone e do piloto;

•  acessórios;

•  se há civis ou animais na área.

Pós voo
Depois de terminar o voo, você deve verificar:

•  o devido desligamento do equi-


pamento e da controladora;

•  a integridade do drone e
dos seus acessórios;

•  se a bateria e o cartão de memó-


ria foram retirados e estão arma-
zenados em locais apropriados;

•  as imagens captadas para, se ne-


cessário, executar um novo voo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MUNARETTO, L. VANT e drones: a aeronáutica ao alcance de todos. São José dos
Campos: Edição independente, 2015.
SENAR. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agricultura de precisão:
operação de drones / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2018.
SOUSA, H. L. Sensoriamento Remoto com VANTs: uma nova possibilidade para a
aquisição de geoinformações. Brazilian Journal of Geomatics, 5(3), 326-342, 2017.

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