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PROCEDIMENTOS LEGAIS

PARA HABILITAÇÃO E USO


DE DRONES
2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar

1ª. Edição – 2021

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Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância


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Equipe técnica Senar


Carolina Soares Pietrani Pereira
Vilton Francisco de Assis Júnior
Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

Os equipamentos popularmente conhecidos como drones estão em ascensão atual-


mente nas mais diferentes áreas do âmbito urbano e rural, desde no planejamento de
cidades até no desenvolvimento da agricultura.

Tecnicamente denominado Veículo Aéreo


Não Tripulado (VANT), essas aeronaves
dão suporte aos levantamentos aerofoto-
gramétricos, por meio da aquisição de ima-
gens de alta qualidade do objeto que está
sendo mapeado.

Portanto, é importante compreender como é a regulação da aquisição, operação e


regulamentação dos VANTs de acordo com a legislação brasileira, nas mais diversas
áreas de utilização.

USO DE DRONES E SUAS


CARACTERÍSTICAS
Inicialmente, é importante conhecer as principais características dos drones, bem
como suas aplicabilidades, especialmente aquelas mais utilizadas pelo produtor,
como a agricultura e a pecuária.

Uso do drone na agricultura


É possível obter imagens de alta precisão do terreno e de gran-
des espaços e dimensões. Com o drone também podemos:
Traçar um planejamento inicial acerca da área de produção;
Monitorar a saúde e os diferentes tipos das plantas;
Detectar eventuais fatores de perda da colheita, como pragas e secas;
Obter dados para estimativa e correção de falhas na produção.

Uso do drone na pecuária


O crescente desenvolvimento tecnológico por meio de algoritmos de IA
(inteligência artificial) e de ferramentas, como o processamento digital
de imagens e o geoprocessamento, proporciona diversos benefícios
para o produtor, entre eles:

otimização do tempo;
menor uso de recursos humanos;
monitoramento contínuo;
identificação de solos impróprios;
ganhos econômicos e de produção.
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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

Características dos drones: tipos, sensores


e componentes/acessórios
Existem três tipos de drones que geralmente vemos em utilização. Confira o infográ-
fico a seguir:

Asa fixa
Os drones de asa fixa são os que têm asas semelhantes
às de um avião e no geral alcançam maior tempo de uti-
lização. Portanto são mais indicados para o mapeamen-
to de grandes áreas.

Asa rotativa (multirrotores)


Os drones de asa rotativa são semelhantes a um heli-
cóptero convencional. Quando têm mais de um rotor são
chamados de multirrotores.

Asa híbrida
O drone de asa híbrida, apesar de ainda não totalmente
operacional, mescla os dois tipos de asas e é a tendência
para o futuro.

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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

Outros componentes importantes dos drones são os sensores. Podemos encontrar


sete tipos de sensores diferentes:
sensores na faixa do visível (RGB);
sensores multiespectrais;
sensores hiperespectrais;
sensores infravermelhos (IV);
sensores de radar;
sensores Lidar;
sensores de monitoramento do espectro da frequência.

Além disso, cada drone possui diferentes tipos de componentes e acessórios que
podem variar a depender do tipo, modelo e sensor. Veja a seguir:

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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

CLASSES DE DRONES E TIPOS


DE CERTIFICAÇÃO
Classes 1, 2 e 3
Os drones são classificados de acordo com o seu peso, ou seja, com o peso máximo
de decolagem. Confira:

Drones com até 250 g ou menos de peso máximo de decola-


gem não se encaixam em nenhuma classe, portanto não pre-
cisam ser cadastrados nem certificados.

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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

Já em relação à certificação é possível dividir os drones em três tipos:

VLOS
Visual Line of Sight, o piloto mantém
contato visual direto com o drone, sem
necessitar de lentes ou equipamentos.

BVLOS
Beyond Visual Line of
Sight, não é possível
manter o contato visual
com o drone dentro de
um limite de alcance
visual de forma algu- EVLOS
ma, nem mesmo com o Extended Visual Line of Sight, o
auxílio de um observa- piloto somente consegue man-
dor. Como exemplo, um ter contato visual direto com
drone de uso militar. o drone por meio de lentes ou
equipamentos. E ainda precisa
de um observador para ajudá-lo
na operação.

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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

REGULARIZAÇÃO DE DRONES/
VANTS E LEGISLAÇÕES BRASILEI-
RAS VIGENTES
Ao adquirir um drone, preferencialmente em lojas especializadas em serviços de car-
tografia e agrimensura, ou até mesmo no comércio em geral, você terá algumas res-
ponsabilidades.

É dever do usuário observar a legislação brasileira vigente e


entender a função de cada um dos órgãos reguladores de avia-
ção e telecomunicações no Brasil, como a Anatel e a Anac.

O Ministério da Defesa, por meio do Decre-


to Lei nº 1.177, do ano de 1971, dispõe sobre
os aerolevantamentos em território brasi-
leiro. Ele é o responsável, em casos gerais,
pela regulamentação de trabalhos de aero-
fotogrametria.

Para casos específicos, você deverá se atentar aos regulamentos da Anatel, Anac
e Decea.

Homologação do equipamento pela Anatel


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é a agência reguladora os ser-
viços que concernem à regulamentação e fiscalização de telecomunicações no Bra-
sil. Por essa razão, os drones precisam ser homologados pela Anatel.

O principal motivo é para evitar interferências da radioco-


municação de outros equipamentos com o drone e vice-versa.

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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

Caso o drone não seja homologado


pela Anatel, é importante requerer a
homologação da radiofrequência do
equipamento. É muito simples! Abra
uma conta, preencha um requerimen-
to e siga as orientações de cadastro no
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Sistema de Gestão de Certificação e
Homologação.

Cadastro do piloto e do equipamento


junto à Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é a reguladora dos serviços de aviação
no Brasil. Ela é responsável pelo cadastro de pilotos e drones na plataforma do Sis-
tema de Aeronaves não Tripuladas – Sisant.

Para cadastrar seu drone e você como


piloto, basta acessar o site do Sisant,
abrir uma conta e seguir as orienta-
ções de cadastro.
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A maior parte dos drones utilizados na agricultura e pecuária devem ser cadastra-
dos e ter seus voos autorizados. Em geral, são drones de classe 3 e que operam por
BVLOS, portanto:

Têm entre 250 g e 25 kg.


Geralmente voam acima de 120 m (400 pés).

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Solicitação de voo para o Decea


O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é responsável pelos ser-
viços de navegação aérea, viabilidade e ordenamento de tráfego aéreo.

Para solicitar um voo, seja ele de


qualquer tipo, o usuário deve ser ca-
dastrado na plataforma Sarpas. Regis-
tra-se também o equipamento, além
do local e horário de todos os voos, à
medida em que são planejados.
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Então, abra uma conta e siga as orien-
tações do sistema.

Essa prática visa à correta utilização do espaço aéreo em local e data definidos.

Além disso, é importante conhecer as regulamentações que norteiam e regulam a


utilização de aeronaves não tripuladas e o acesso ao espaço aéreo brasileiro.

Para conhecer essas orientações, você


deve ler a instrução do Comando da
Aeronáutica, regulamentada pelo De-
cea, conforme a portaria ICA 100-40.
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Seguro Reta
O seguro de Responsabilidade do Explorador de Transporte Aéreo (Reta), exigido
pela Anac, cobre danos causados a terceiros.

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O seguro Reta é obrigatório para drones acima de 250 g.

Operar o drone sem esse seguro é contra os princípios legais e pode acarretar san-
ções ao usuário nas esferas civil, administrativa e penal.

SEGURO
Onde contratar o seguro RETA?
Esse seguro é contratado em seguradoras que operam com
riscos aeronáuticos.

Práticas de segurança antes e


durante o voo
Utilizar um drone acarreta uma série de responsabilidades que estão atreladas às
boas práticas de segurança. Elas devem acontecer tanto antes quanto durante o voo.
Além das manutenções preventivas, são considerados cuidados essenciais conhe-
cer as características técnicas do seu equipamento:

Altura máxima de voo Distância máxima Tempo de duração


de alcance da bateria

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Além disso, existem outras precauções de segurança, inclusive algumas estabele-


cidas em lei. Veja a seguir:

É proibido sobrevoar áreas críticas, como


presídios e instalações militares.

Não é recomendável voar sobre usinas de


distribuição de energia.

Voos a menos de 30 m de pessoas somente


podem ser realizados com o consentimento
delas.

Não é recomendado realizar voos próximos


de locais com tráfego aéreo, como aeropor-
tos, heliportos e aeródromos.

Ficou com alguma dúvida? Que tal co-


nhecer a Cartilha do Senar sobre drones?
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Procedimentos legais para habilitação e uso de drones

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. ET-PCDG: norma da especifi-
cação técnica para o controle de qualidade de produtos de conjuntos de dados geo-
espaciais. Brasília: DCT, 2016.

BRASIL. DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO. ICA 100-40: aeronaves


não tripuladas e o acesso ao espaço aéreo brasileiro. Rio de Janeiro: Decea, 2015.

BRASIL. REGULAMENTO BRASILEIRO DA AVIAÇÃO CIVIL ESPECIAL. Requisitos ge-


rais para aeronaves não tripuladas de uso civil. Brasília: Anac, 2018.

SENAR. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agricultura de precisão:


operação de drones / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2018.

SOUSA, H. L. Sensoriamento Remoto com VANTs: uma nova possibilidade para a aqui-
sição de geoinformações. Revista Brasileira de Geomática. Curitiba, v. 5, n. 3, p.
326-342, jul/set. 2017. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbgeo. Acesso
em: 22 set. 2021.

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