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Design de Padronagem

para Estampas
Wagner Campelo
05 de junho a 17 de julho de 2012
Faculdade SENAI/CETIQT
Design de Estampas

PADRÃO & PADRONAGEM


PADRÃO
Desenho decorativo estampado em tecido ou noutra superfície (papel de parede,
azulejo, etc.). | Novo Dicionário Aurélio

Desenho de estamparia. | Dicionário Michaelis

PADRONAGEM
Composição visual na qual motivos ou figuras se repetem fazendo com que uma
imagem contínua seja percebida.

Resumindo, padrão e padronagem podem ser considerados como sinônimos.


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ESTAMPA & PADRONAGEM


As estampas podem ser classificadas basicamente de duas formas:

ESTAMPA LOCALIZADA
Quando o desenho ou motivo impresso está restrito a uma área limitada na superfície,
não havendo necessidade de rapport (ou módulo de repetição).

ESTAMPA CORRIDA
Quando o desenho ou motivo impresso se repete nos sentidos vertical, horizontal e
diagonal não se restringindo a uma área específica, podendo ser aplicado em
metragens (comprimento) ilimitadas. Para a repetição dos elementos é necessário
adotar técnicas de rapport.

FALSO CORRIDO
Estampa localizada, que simula uma padronagem (estampa corrida), aplicada numa
superfície delimitada, sem que haja preocupação com o rapport.

Resumindo, toda padronagem pode ser considerada como estampa, mas nem
toda a estampa pode ser classificada como padronagem.
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ESTAMPA LOCALIZADA
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ESTAMPA CORRIDA
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FALSO CORRIDO
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ELEMENTOS VISUAIS NO DESIGN DE PADRONAGEM

Os elementos visuais participam da composição de forma a assegurar a característica


fundamental de propagação do módulo, atribuindo qualidades por toda a superfície a
ser estampada, segundo os princípios de variedade, unidade e ritmo.

FIGURAS OU MOTIVOS
Formas ou grupos de formas (geralmente em primeiro plano) evidenciando tensão e
alternância visual entre figura e fundo. Os motivos são recorrentes na composição,
aparecendo muitas vezes e podendo variar de tamanho, posição e até mesmo forma.
Conferem o sentido ou o tema da mensagem visual da composição.

ELEMENTOS DE PREENCHIMENTO
Texturas, grafismos, etc., que preenchem planos e/ou camadas favorecendo a ligação
entre os motivos. Geralmente, correspondem ao tratamento dos fundos, podendo
ocorrer isoladamente ou interagindo com as figuras distribuídas sobre eles.

ELEMENTOS DE RITMO
Elementos com força visual suficiente para que se destaquem dos demais, conferindo
à composição certa tensão ou energia, dependendo de sua configuração, posição, cor,
etc. Os elementos de ritmo favorecem o entrelaçamento gráfico-visual, atuando como
impulsos responsáveis pela ação de propagação.
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figura
elemento de
preenchimento

elemento de
ritmo
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MÓDULO | construção

Módulo é a unidade da padronagem, a menor área que inclui todos os elementos


visuais que compõem a estampa.
A composição visual ocorre em 2 níveis: depende da organização dos elementos ou
motivos dentro do módulo e também de sua articulação entre módulos quando
repetidos, o que origina o padrão, segundo o sistema de repetição.

O encaixe dos motivos entre os módulos deve ser estudado considerando-se os pontos
de encontro das formas entre um módulo e outro, de maneira que quando justapostos,
conforme o sistema de repetição adotado, o desenho se forme ou se complete.
A noção de encaixe é determinada por 2 princípios:

CONTINUIDADE
Sequência ordenada e ininterrupta de elementos visuais dispostos sobre uma superfície,
garantindo o efeito de propagação.

CONTIGUIDADE
Harmonia visual na vizinhança dos módulos, de maneira que quando repetidos na
horizontal e vertical, os módulos formem um padrão. O êxito é obtido na medida em
que a imagem do módulo desaparece, dando lugar à percepção de uma imagem
contínua, revelando outras relações entre figura e fundo, novos sentidos e ritmos.
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MÓDULO | estrutura

O módulo de repetição pode apresentar 2 tipos de estrutura:

ESTRUTURA FECHADA
Quando os elementos ou motivos estão inteiramente contidos na delimitação do
módulo.
O resultado da repetição deste tipo de módulo tende a gerar padrões marcados por
linhas horizontais ou verticais, ou ainda pela sensação delas.
A estrutura fechada limita de forma significativa a articulação dos motivos entre os
módulos dificultando o aproveitamento de novas possibilidades estéticas.

ESTRUTURA ABERTA
Quando os elementos ou motivos ultrapassam os limites do módulo, sendo cortados
em determinados pontos.
O resultado da repetição deste tipo de módulo tende a gerar padrões menos marcados
e, dependendo da organização e disposição dos módulos, desenhos inesperados.
A estrutura aberta faz com que a articulação dos motivos entre os módulos crie novas
possibilidades estéticas, novos padrões, formas e ritmos.
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MÓDULO | simulação de repetição

REPETIÇÃO é a disposição dos módulos no sentido do comprimento e da largura, de


modo contínuo, configurando o padrão.
A representação gráfica do estudo de encaixe deve conter, de preferência, um conjunto
de 9 módulos adjacentes (1 módulo central e 8 ao seu redor).
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MÓDULO | sistemas de repetição

SISTEMA DE REPETIÇÃO é a forma através da qual um módulo será repetido a


intervalos constante e regulares. Existem, basicamente, 2 possibilidades:

SISTEMA ALINHADO (LINEAR)


Os módulos se repetem linearmente sem deslocamentos diagonais. Pode haver
variação da posição do módulo da seguinte maneira:
Rotação – deslocamento radial do módulo ao redor de um ponto ou de si mesmo.
Reflexão – espelhamento em relação a um eixo ou a ambos.

SISTEMA NÃO-ALINHADO (MEIO-SALTO)


Tem como característica o deslocamento dos módulos na diagonal. O percentual de
deslocamento mais frequente é de 50%, que pode ocorrer tanto no sentido vertical
quanto no sentido horizontal, criando uma analogia com um muro de tijolos.
O sistema não-alinhado oferece as mesmas possibilidade de rotação e reflexão dos
módulos, podendo tornar o resultado da repetição mais complexo e intrincado.
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MULTIMÓDULO

Sistema construído a partir de um sistema menor, que funciona como um módulo.

Abaixo, exemplos do potencial de um módulo em consideração aos encaixes e suas


possibilidades combinatórias.
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MULTIMÓDULO

Nos exemplos apresentados nesta página e na página anterior, os multimódulos estão


circunscritos por uma linha mais espessa. Percebe-se que eles podem ser formados
por diversos módulos que, agrupados e repetidos funcionam como novos módulos.
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MULTIMÓDULO

Abaixo, exemplos de sistemas não-alinhados nos quais também é possível perceber


a existência dos multimódulos.
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EXERCÍCIO COM MULTIMÓDULO

1) Criar um módulo quadrado de 7cm e desenhar algum motivo assimétrico


tirando partido da estrutura aberta.

2) Depois de definido o motivo, desenhá-lo em 16 quadrados (de 7cm) cortados em


transparência, usando caneta de retroprojetor.

3) Sobre uma folha formato A3 dispor os 16 módulos de maneira a testar suas


possibilidades de combinação, considerando o sistema alinhado e o sistema
não-alinhado.

4) Fotografar os estudos mais interessantes e selecionar 10 opções, sendo 7 no


sistema alinhado e 3 no sistema não alinhado.

NA AULA SEGUINTE

5) Escanear e vetorizar o módulo com o motivo a fim de refazer as opções


selecionadas anteriormente usando o Corel Draw.

6) Apresentar os estudos refeitos, em versão reduzida, em duas folhas no formato A4,


não esquecendo de reproduzir separadamente o módulo original do qual o multimódulo
se originou. Identificar o trabalho com o nome, turma e disciplina.
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TRABALHO FINAL | COLEÇÃO DE PADRONAGENS

BRIEFING
Levando em conta uma temática brasileira (fauna, flora, arte, artesanato, folclore,
dança, música, arquitetura, etc.) elaborar uma coleção de estampas para superfície
têxtil (moda ou decoração), conforme as seguintes especificações:

1) Estampa vetorial para impressão a quadro (serigrafia), de 3 a 5 cores.


Rapport de 35cm x 20cm, sistema de repetição linear com separação de cores.
Obs. Desenvolver 2 variantes de cor além da estampa original (total de 3 itens).
Arquivos digitais em CDR ou AI.

2) Estampa vetorial para impressão por cilindros + 1 coordenado + 1 composé


(total de 3 itens), de 4 a 7 cores. Rapport de 32 cm, sistema de repetição em
meio-salto para a estampa principal e de livre escolha para o composé e o coordenado.
Arquivos digitais em TIFF (cores indexadas) com 300dpi.

3) Estampa usando imagem (ou imagem + desenho) para impressão digital, com
uso ilimitado de cores. Rapport em formato livre, podendo tirar partido de módulos
espelhados (total ou parcialmente).
Arquivos digitais em JPG (CMYK) com 300dpi.
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TRABALHO FINAL | COLEÇÃO DE PADRONAGENS

APRESENTAÇÃO
Seis (06) impressões no formato A3 + CD com arquivos digitais + apresentação virtual.

1) Painel conceitual + cartela de cores (máximo de 20 cores) – 1 prancha


elaborada a partir da pesquisa de referências.

2) Estampa 1 + variantes (quadro) – 1 prancha para a estampa original e 1 prancha


para as duas variantes (dividir o espaço da 2ª prancha ao meio).

3) Estampa 2 + composé + coordenado (cilindro) – 1 prancha para a estampa


original e 1 prancha para o composé e o coordenado (dividir o espaço da 2ª prancha
ao meio).

4) Estampa 3 (impressão digital) – 1 prancha.

Obs. Além das pranchas impressas (A3), as estampas deverão ser entregue no formato
de arquivos digitais gravados em CD.
Na última aula cada aluno apresentará sua coleção para o restante da turma,
defendendo seu projeto. Para tanto será necessário criar uma apresentação em PPT,
PDF ou JPG.

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