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Werison Risperi
Educação ambiental é definida pela Lei 9.795, de abril de 1999, como “os processos por meio
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. A mesma lei a define
como um componente essencial da educação nacional, devendo estar presente em todos os
níveis e modalidades de cursos. Em seu artigo 5º, a lei 9.795, fala dos objetivos da educação
ambiental, que destacamos “o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio
ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos”.
Por outro lado, Schor e Demajorovic (2015) dizem que um dos grandes desafios na produção
de conhecimento e da ação profissional no campo socioambiental é o de efetivar um dialogo
interdisciplinar acadêmico e profissional. As dificuldades para a concretização dessa utopia
residem em um processo de formação que não estimula a interação dos diferentes campos do
conhecimento.
A crise socioambiental instalada torna os processos decisórios cada vez mais incertos e ao
mesmo tempo cada vez mais dependentes da integração de diferentes campos de
conhecimento. Cria-se então um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que a ciência ambiental
organizada em programas de pesquisa interdisciplinares surge para suprir esta lacuna, ela falha
neste objetivo uma vez que a interdisciplinaridade não se concretiza de fato.
Observa-se também na ação profissional uma grande dificuldade de se concretizar uma efetiva
cooperação interdisciplinar. Em trabalhos que lidam com mitigação de riscos isto é
particularmente verdadeiro. A complexidade dessas tarefas demanda a aglutinação de
diferentes campos do conhecimento. No caso da avaliação de impacto ambiental, a interação
de biólogos, geólogos, sociólogos, antropólogos é uma necessidade imposta pela natureza de
trabalho, estimulando o processo de interação profissional.
Porém, a herança fragmentada dos processos de formação faz com que os trabalhos se
restrinjam a uma colagem das atividades desenvolvidas pelos diferentes campos profissionais,
limitando a prática interdisciplinar a poucas reuniões para planejamento e fechamento das
atividades demandadas. Os trabalhos de campo feitos acabam sendo realizados
individualmente, bastando contar com um único profissional com a competência necessária
para garantir a coerência do trabalho.
4. Cada grupo se volta para um tema, cujo desenvolvimento deve integrar os conhecimentos,
técnicas e práticas do conjunto de disciplinas do semestre;
5. Os professores organizam o conteúdo de suas disciplinas para sempre que possível abordar
os temas e o local onde o trabalho é focalizado;
Esta prática pedagógica, pode se repetir em todos os semestres ou anos do curso, e podem ser
fundamentais para alcançar o objetivo de dotar os alunos de um repertório de informações
que possibilite tanto o trabalho em equipe como uma formação flexível permitindo sua
adaptação nos diferentes contextos organizacionais.
Com isso, podemos inferir que é possível colocar em prática as diretrizes da Lei 9.795, que
indicam a interdisciplinaridade do tema Educação Ambiental e então isso não é uma utopia,
bastando vontade do corpo pedagógico e de professores da instituição educacional.
Referências
BRASIL. LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia
para Assuntos Jurídicos. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>